Você está na página 1de 12

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCIAL

MARIA DE FATIMA MESQUITA MILAGRES


MARIA LÚCIA BESSA
MARIA PEREIRA PARDIM
NILZA MATILDE COSTA XAVIER
SHIRLEY FÁTIMA BASÍLIO
VALDETE PINTO GONÇALVES
VIVIANE CARDOSO SILVA

ATUAÇÃO DO(A) ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AO


CÓDIGO DE ÉTICA

CONTAGEM
2014
MARIA DE FATIMA MESQUITA MILAGRES
MARIA LÚCIA BESSA
MARIA PEREIRA PARDIM
NILZA MATILDE COSTA XAVIER
SHIRLEY FÁTIMA BASÍLIO
VALDETE PINTO GONÇALVES
VIVIANE CARDOSO SILVA

ATUAÇÃO DO(A) ASSISTENTE SOCIAL FRENTE AO


CÓDIGO DE ÉTICA

Trabalho de Serviço Social, Portifólio em grupo – 5º


semestre – 2014 noturno, apresentado à Universidade
Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para
a obtenção de média nas disciplinas de :
Ética Profissional, Família, Cultura e Sociedade;
Política Social II.

Prof: Clarice da Luz Kernkamp; Maria Angela Santini;


Maria Lucimar Pereira

CONTAGEM
2014
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................3

2. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................4

3. CONCLUSÃO...................................................................................................9

REFERÊNCIAS...................................................................................................10

ANEXO I ........................................................................................................................11
3

INTRODUÇÃO

Este trabalho nos proporcionou uma reflexão a partir da realidade brasileira


que mostra que existem famílias com a mais diversas situações socioeconômico
que induzem à violação dos direitos e seus membros em especial, de suas
crianças, adolescente, jovens, idosos e pessoas com deficiência, migrantes, idosos
abandonados que estão nesta condição não pela ausência de renda, mas por
outras variáveis da exclusão social. Percebe-se que estas situações se agravam
justamente nas parcelas da população onde há maiores índices de desemprego e de
baixa renda de adultos.
As dificuldades em cumprir com funções de proteção básica, socialização e
mediação, fragilizam, também, a identidade do grupo familiar, tornando vulneráveis
seus vínculos simbólicos e afetivos .A vida dessa famílias não é regida apenas pela
pressão dos fatores socioeconômicos e necessidades de sobrevivência. Elas
precisam ser compreendidas em seu contexto cultural, inclusive ao se tratar da
analise das origens e dos resultados de sua situação de risco e de suas dificuldades
de auto-organização e da participação social.
Assim, as linhas de atuação com as famílias em situação risco devem
abranger desde o provimento de seu acesso a serviços de apoio e sobrevivência,
até a sua inclusão em rede social de atendimento e de solidariedade.
As situações de risco demandarão intervenções em problemas específicos e
ou, abrangentes. Nesse sentido é preciso desencadear estratégias de atenção
sociofamiliar que visem a reestruturação do grupo familiar e elaboração de novas
referências morais e afetivas , no sentido de fortalecê-lo para o exercício de suas
funções de proteção básica ao lado de sua auto-organização e conquista de
autonomia. Longe de significar um retorno à visão tradicional, considerando família
como um instituição em transformação, a ética da atenção da proteção especial
pressupõe o respeito a cidadania, o reconhecimento do grupo familiar como
referência afetiva e moral e a reestruturação das redes da reciprocidade social.
4

DESENVOLVIMENTO

O Código de Ética do Assistente Social preconiza em seus artigos o público


usuário da Política de Assistência Social que são cidadãos e grupos que se
encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, como famílias e indivíduo com
perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, sociabilidade, ciclos de vida,
preconceito étnico, cultural e sexual, deficiências, exclusão pela pobreza e, ou, no
acesso às demais políticas públicas, usuários de drogas, diferentes formas de
violências sofridas no núcleo familiar, grupos e indivíduos, inserção precária ou a
não inserção no mercado de trabalho formal ou informal, estratégias e alternativas
diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social.
A proteção social especial faz-se necessária diante da realidade brasileira,
onde existem diversas famílias com as mais diversas situações socioeconômicas
que levam a violação de direitos de seus membros, principalmente crianças,
adolescentes, jovens, idosos e pessoas com deficiência, além de outros como
pessoa em situação de rua, migrantes, idosos abandonados. Estas situações se
agravam em parte da população onde se tem maiores índices de desemprego e de
baixa renda dos adultos.
O Assistente Social hoje, se depara com demandas que vão além da
compreensão humana, como a violação de direitos exatamente exercidos por
aqueles que deveria cuidar e proteger, o abandono, a situação de rua, os
adolescentes em conflito com a lei, a liberdade assistida, são algumas das
demandas que chegam para a assistência na proteção social especial de alta
complexidade, a Lei 8662 de 07/06/1993 em seu Art.4º V fala sobre a competência
do Assistente Social : “Orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais
no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na
defesa de seus direitos.”
O assistente social vem gradativamente ampliando seu espaço de atuação,
rompendo com o estigma de profissão vinculada aos serviços públicos, e
abrangendo cada vez mais seu exercício profissional em empresas e no terceiro
setor. Essa expansão do mercado de trabalho para o serviço social, encontra
resposta nas constantes transformações que vem sofrendo a sociedade planetária
com os avanços tecnológicos, a globalização e a reestruturação produtiva, que
incidem diretamente nas relações sociais, nas relações de trabalho e na economia.
5

Tais fatores trazem consigo, a necessidade de uma profissão que atue nestas
relações, as quais são inerentes ao processo de transformação, sendo o serviço
social requisitado como tal. No ambiente empresarial em especifico, o serviço social
vem inserindo de forma mais expressiva sua participação, fato que se devido
flexibilização dos processos de produção e acumulação que repercutir diretamente
nas relações de trabalho, na sociedade, na gestão e no consumo da força de
trabalho.
A Abordagem Humanística surgiu em um momento de crise econômica e
transformações no panorama social, político e tecnológico, e sua aceitação deu-se
devido a sua característica de administração democrática e de valorização
humana.
Uma evidência atual traz em si, uma re-vivência parcial dessa abordagem, a
qual busca promover a qualidade de vida no trabalho por meio do atendimento
social aos trabalhadores através de serviços assistenciais e benefícios materiais
para a manutenção da produtividade, da qualidade da força de trabalho e dos
serviços prestados, e consequentemente o aumento dos lucros da empresa.
Em meio a esse enfoque bilateral da empresa que visa promover o Bem-
Estar do trabalhador em prol da manutenção do principio capitalista de acumulação,
o assistente social conforme salienta Mota (1998) responde à necessidade de
gerência racional dos serviços sociais oferecidos pela empresa, a autora menciona
ainda que tal requisição é uma forma que o capital usa para legitimar sua
dominação. Dessa forma, enfoca-se a preocupação com a pessoa na empresa
como forma de ampliação e melhoria da força de produção do trabalhador, sendo o
serviço social a profissão técnica incumbida para tal.

Dessa forma, sua inserção junto à empresa para atuar junto às pessoas, os
grupos sociais, estabelecendo o que se chama de qualidade de vida no trabalho, é
um exemplo de tentativa de reafirmação dos interesses do capital, e de sua
legitimação, e conforme afirma Andrade (1999) nessa vertente o assistente social
monitora o processo e a instrumentalização das ações gerenciais em busca de
proporcionar a desejada qualidade de vida no trabalho.
Nas três últimas décadas a profissão passou por um processo de
redimensionamento e renovação no âmbito de sua interpretação teórico-
metodológico e ético - política, e melhor, qualificou-se, principalmente através da
6

consolidação da pós-graduação e da produção científica acumulada a partir da


década de 1980, adequando-se às exigências da contemporaneidade.
Na esfera sócio-ocupacional, a Constituição Cidadã de 1988, ao estabelecer o
direito às políticas sociais, em especial à seguridade social, muito contribuiu para a
expansão do mercado de trabalho dos assistentes sociais em função do incremento
à rede socioassistencial, através da criação de importantes programas de
atendimento a diversos segmentos da população. O espaço ocupacional ampliou-se
também com atividades voltadas para implantação, orientação e representação em
Conselhos de Políticas Sociais e de Direitos, organização e mobilização popular,
elaboração de planos de assistência social, acompanhamento e avaliação de
programas e projetos, ampliação e interiorização dos cursos de Serviço Social; além
de assessoria e consultoria e requisições no campo da pesquisa.
A tipificação nacional dos serviços socioassistenciais aprovada pelo conselho
aprovada pelo conselho nacional de assistência social por meio da resolução
109/2009 define os serviços específicos referentes a proteção social básica e
proteção social especial, bem como os indicadores de qualidade, as
responsabilidades estatais, entre outras. A proteção social especial é a modalidade
de atendimento assistencial destinada á famílias e indivíduos que se encontram em
situação de risco pessoal e social, por coerência de abandono, maus tratos físicos
e, ou, psíquicos, abuso sexual , uso de substâncias psicoativas, cumprimento de
medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras..
A ênfase da proteção social especial deve priorizar a reestruturação dos
serviços de abrigamento dos indivíduos, que por sua serie de fatores, não contam
mais com o cuidado de suas famílias, para novas modalidades de atendimento. As
crianças, adolescentes, aos jovens, aos idosos, pessoas com deficiência e as
pessoas em situação de rua que tiverem seu direitos violados e, ameaçados e cuja
convivência com a família de origem seja considerada prejudicial a sua proteção e
ao seu desenvolvimento. No caso da proteção social especial, a população em
situação de rua serão priorizada os serviços que possibilitem a organização de um
novo projeto de vida, visando criar condições para adquirirem referências na
sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direitos.
No âmbito da Assistência Social podemos visualizar a proteção social
especial, onde são destacados os Centros de Referência Especializados de
Assistência Social – CREAS que desenvolve um trabalho voltado para os indivíduos
7

e famílias que possuíram seus direitos violados.


São considerados serviços de média complexidade aqueles que oferecem
atendimentos às famílias e indivíduos com seu direitos violados, mas cujos vínculos
familiar e comunitário não foram rompidos. Neste sentido, requerem maior
estruturação técnica operacional e atenção especializada e mais individualizada, e,
ou de acompanhamento sistemático e monitorado, tais como:
 Serviços de orientação e apoio sociofamiliar
 Plantão social
 Abordagem de rua
 Cuidado no domicílio
 Serviço de habilitação e reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência
e Medidas socioeducativas em meio-aberto( prestação de serviço à comunidade
e liberdade assistida)
A proteção especial de média complexidade envolve também o centro de
referência especializado da Assistência social, visando orientação e o convívio
familiar e comunitário. Difere-se da proteção básica por se tratar de um atendimento
dirigido às situações de violação de direitos.
Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são aqueles
que garantem proteção integral-moradia, alimentação, higienização e trabalho
protegido para as famílias e indivíduos que se encontram sem referências e, ou, em
situação de ameaça, necessitando ser retiradas do seu núcleo familiar e, ou,
comunitário:
 Casa lar
 República
 Casa de passagem
 Albergue
 Família substituta
 Família acolhedora
 Medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade (semiliberdade,
internação provisória e sentenciada)
 Trabalho protegido.
Para melhor entendimento dos serviços de proteção social Especial e
funcionalidade prática realizamos, visita e entrevista conforme orientação do
8

portfólio:
CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO:
O Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) –
Ressaca; Situado á Rua Cristal nº 568 – Bairro São Joaquim – Contagem MG, de
natureza governamental desenvolve ações de : PAEFI (Serviço de Proteção e
Atendimento especializado à famílias e Indivíduos.
Conta com equipe de 15 funcionários, sendo : 2 Administrativos, 1 Coordenador da
Assistência Social, 7 Assistentes Sociais, 3 Psicólogas, 1 Auxiliar de Serviços
Gerais, 1 pedagoga e 1 Advogado
São designados 20 casos para cada técnico; existe uma fila de espera dos
atendimentos, porém apenas a coordenadora dispõe dessa informação com
precisão.
O serviço foi implantado no município em 2007, e desde a sua implantação
conta com o atendimento dos profissionais de assistência social.
Os reordenamentos recentes foram o acréscimo de casos para cada técnico,
que passou de 18 para 20 casos; supervisão técnica para o Programa Medida Sócia
Educativa (MSE); e o PEDIF (Serviço de Proteção especial a Pessoas com
deficiência, Idosos e suas Famílias).
A entrevista realizada com assistente social do PAEFI Ressaca:
1)De acordo com a realidade vivenciada na unidade de serviço, relatem quais são as
atribuições e as competências que foram atribuídas ao profissional do serviço
social?
R: Acolhida, com escuta apurada nos atendimentos com famílias que sofrem
violações de direitos, bem como atualizar-se das possibilidades para que a mesma
saia desta situação.

2)No cotidiano profissional como compreende a aplicação e a direção do Projeto


Ético-Político da profissão?
R: A aplicação e direção do Projeto Ético-Político se fazem desde a acolhida, sem
julgamento da cada caso, bem como o compromisso profissional de implicação com
o desenvolvimento de cada caso e com o desenvolvimento profissional com o sigilo
de cada caso, sem deixar de discutir em reuniões que contribuam para o mesmo,
como as interdisciplinares, fazendo o exercício da pluralidade de conhecimento e
suas contribuições para nossa visão de totalidade.
9

CONCLUSÃO

Este trabalho nos possibilitou melhor conhecimento sobre a ética nas


profissões e da atuação do profissional do serviço social, através das disciplinas
ministradas no semestre, bem como a identificar os serviços de proteção Social
Especial existente nas nossas comunidades e sua atuação.
Tivemos clareza de que a efetivação dos direitos torna-se um desafio para os
profissionais do Serviço Social, pois a legislação, a regulamentação, os programas
de assistência no papel são perfeitos e seriam ainda mais se houvesse mais
investimentos e mais interesse do poder público, da sociedade e da família a cerca
da dignidade humana.
O Código de Ética posiciona o Assistente Social em favor da equidade e da
justiça social, que assegura universalidade de acesso aos bens e serviços relativos
aos programas e políticas sociais; na proteção especial devido às demandas
complexas o profissional nem sempre consegue esta pactuação com o usuário do
programa, pois devido à própria condição deste, de falta de conhecimento dos
programas, a descrença na efetivação das ações, a falta de disposição em participar
sempre que convidado faz com que muitos abandonem os programas.
Contudo, é necessário que como futuros assistentes sociais tenhamos
clareza e criticidade sobre a nossa função, devendo assumir, mesmo que em locais
contrários a suas objetivações, o compromisso com o projeto ético político,
utilizando-o como norteador para a construção de uma nova sociabilidade, sabemos
que é desafiador mudar o que está posto, porém, é válido dizer que é provocando
mudanças nos espaços sócio-ocupacionais, fazendo os usuários compreenderem
que são sujeitos de direitos e de história própria que os assistentes sociais começam
a preparar para a mudança, uma vez que oportuniza a participação mais ativa
destes sujeitos usuários como cidadãos e é nesta perspectiva que alcançaremos
uma sociedade mais humana, justa, igualitária e universalizada na qual todos sejam
capazes de interferir e transformar sua realidade individual e a realidade social.
10

REFERÊNCIAS

FALEIROS, Vivente de Paula. Estratégias em serviço social. 4. ed. São Paulo:


Cortez, 2002.

FREIRE, Lúcia M. B. O serviço social na reestruturação produtiva: espaços,


programas e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2003.

NETTO, J. P. Transformações societárias e Serviço Social: notas para uma análise


prospectiva da profissão no Brasil. Serviço Social & Sociedade. São Paulo, n. 50, p.
87-132, 1996.

KERNKAMP, Clarice da Luz, Pereira, Maria Lucimar. Política Sociais I, São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2013

BRASIL.PNAS. Brasília: MDS,Secretaria de Estado de Assistência Social, 2004


11

ANEXO I

Você também pode gostar