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PROCEDIMENTOS

EM ESTÉTICA
FACIAL

Débora Rosa Calza


Avaliação e procedimentos
aplicados à estética facial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Descrever as características faciais fisiológicas.


 Diferenciar as alterações funcionais relacionadas ao envelhecimento
facial intrínseco e extrínseco.
 Listar os procedimentos manuais, produtos e recursos eletroestéticos
aplicados à estética facial.

Introdução
As propriedades físico-químicas da pele são de grande importância
para o profissional desenvolver seu trabalho. Nesse sentido, não se
deve visualizar a pele como uma unidade anatômica e histológica
simplesmente, mas, sim, a partir da compreensão de que ela está em
constante e ininterrupta alteração de acordo com os fatores internos e
externos de cada indivíduo.
Neste capítulo, você vai conhecer as características individuais e as
alterações que o envelhecimento acarreta na pele, assim como as técnicas
e os procedimentos utilizados no tratamento das alterações inestéticas
faciais.
2 Avaliação e procedimentos aplicados à estética facial

1 Características fisiológicas faciais


Desde o nascimento, ocorrem constantemente modificações fisiológicas na
pele que são influenciadas pela predisposição genética, pelo ambiente em que o
indivíduo está inserido e pelos hábitos de vida — a soma dessas variáveis molda
as características faciais de cada pessoa (HARRIS, 2017). Fisiologicamente, a
pele já apresenta meios de barreira e defesa, pois é revestida por um cosmético
natural, uma emulsão que é composta basicamente pelo sebo e pela sudorese. Esse
cosmético natural da pele é conhecido como FNH (fator natural de hidratação)
e tem a função de lubrificar o tecido, conferir proteção e promover a hidratação
pela retenção de água na camada córnea (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A quantidade de secreção sebácea produzida é determinada por diversos
fatores: genética, condições climáticas, alterações hormonais, aspectos emocio-
nais, alimentação, uso de medicamentos, entre outros. Veja, a seguir, os quatro
principais tipos de pele que existem e que estão relacionados diretamente com
a produção sebácea, que confere características específicas e predisposição a
alterações cutâneas (HARRIS, 2017).

 Eudérmica: popularmente conhecida como pele normal, com secreção


sebácea equilibrada. Possui características de textura lisa e suave, com
os orifícios pilossebáceos pouco visíveis.
 Lipídica: popularmente conhecida como pele oleosa, produz alto nível
de secreção sebácea (Figura 1). Por isso, esse tipo de pele tem aspecto
brilhoso, principalmente na região da zona T (testa, nariz e queixo).
Os orifícios pilossebáceos são dilatados, com tendência à formação de
comedões e acne, e a espessura aumentada, pois a oleosidade dificulta
o desprendimento natural das células da camada córnea.
 Alípica (alipídica): popularmente conhecida como pele seca, a produ-
ção de sebo é reduzida e, por isso, sua espessura sua espessura é fina,
podendo apresentar descamação. Esse tipo de pele apresenta mais sen-
sibilidade, com presença de linhas finas e poros praticamente invisíveis.
 Combinada ou mista: é o tipo mais comum de pele, com variação de produ-
ção de oleosidade em diferentes áreas da face. É predominantemente oleosa
na zona T (testa, nariz e queixo), enquanto nas demais regiões tem aspecto
normal ou seco (IFOULD; FORSYTHE-CONROY; WHITTAKER, 2015).
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Figura 1. Pele oleosa versus pele normal.


Fonte: Vladimir Gjorgiev/Shutterstock.com.

Oleosidade versus hidratação


É muito comum que ocorra uma confusa relação entre pele hidratada com
pele oleosa. Quando nos referimos à hidratação, falamos de água, e não de
oleosidade. A capacidade do estrato córneo em conseguir reter a água na
pele é um dos fatores responsáveis pela sua hidratação (KEDE; SABATO-
VICH, 2004).
A pele é a interface entre o meio externo e interno, estando constantemente
em troca com o meio ambiente. Quando exposta a climas e ambientes com
baixa umidade, a tendência é que a pele perca água para esse tipo de ambiente,
tornando-se desidratada (KEDE; SABATOVICH, 2004). Por isso, a produção
de secreção sebácea também ajuda a manter sua hidratação, pois a oleosidade
forma um filme que evita que o ambiente externo e suas condições climáticas
desidratem a pele (HARRIS, 2017).
Assim, a pele alípica fica propensa a desidratação por não produzir secreção
sebácea suficiente. No entanto, isso não garante que a pele oleosa seja hidra-
tada, pois outro fator que contribui para a hidratação da pele é a quantidade
de ingestão diária de água — deve-se ter consciência de que o organismo,
assim como a pele, não tem capacidade de produzir água.
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As peles mais oleosas são mais espessas. A produção de sebo exacerbada dificulta o
desprendimento das células mortas da camada córnea, levando, assim, mais tempo
para finalizar o processo de renovação celular.

Fototipos cutâneos
A cor da pele é uma composição pigmentos melânicos e sanguíneos que ocorre
graças à predisposição genética e a reações bioquímicas na pele. Sabe-se que
a produção de melanina ocorre nos melanócitos, células que se encontram
em grande maioria na camada basal da epiderme. No interior dos melanó-
citos, estão os melanossomas, que sintetizam e depositam a melanina. Essa
produção é geneticamente determinada, não tendo relação com a quantidade
de melanócitos entre as diferentes raças, mas, sim, com sua capacidade de
produção. Observa-se diferença nos melanossomas: indivíduos de pele negra
possuem melanossomas maiores e dispersos; indivíduos de pele clara, possuem
melanossomas menores e agrupados. (KEDE; SABATOVICH, 2004; RIVITTI,
2014) Outra diferença é a melanina sintetizada: há dois tipos de melanina, a
eumelanina (pigmento marrom ao preto) e a feomelanina (pigmento amarelo ao
vermelho), e a variação da proporção de ambas confere tonalidades diferentes
de pele (HARRIS, 2017).
A classificação dos fototipos cutâneos, feita por Fitzpatrick (Quadro 1)
(Figura 2), é embasada na resposta da pele à exposição aos raios ultravioletas
(UV) em relação à tolerância a queimaduras e à capacidade de bronzeamento
cutâneo (KEDE; SABATOVICH, 2004).
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Quadro 1. Classificação de Fitzpatrick dos fototipos cutâneos

Fototipo Cor básica da pele Resposta à exposição solar

I Branca-pálida Queima facilmente, não se bronzeia.

II Branca Queima facilmente, bronzeia-se com


dificuldade.

III Branca Pode queimar inicialmente, mas se bronzeia


facilmente.

IV Castanha-clara/oliva Queima dificilmente, bronzeia-se facialmente.

V Parda Habitualmente não se queima, bronzeia-se


facialmente.

VI Negra Não se queima, torna-se mais escura.

Fonte: Adaptado de Wolff (2019).

Figura 2. Fototipos cutâneos.


Fonte: Adaptada de Naeblys/Shutterstock.com.
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Os fototipos de peles mais altos, como V e VI, possuem maior proteção contra os efeitos
deletérios da radiação ultravioleta, pois o maior conteúdo de melanina presente na
pele protege as células contra essas agressões. Porém, apesar de sofrerem menos
com o envelhecimento cutâneo que fototipos mais baixos, eles têm mais tendência
a desenvolver hipercromias e manchas, não extinguindo a possibilidade de formação
de cânceres de pele — por isso a fotoproteção solar é necessária.

2 Alterações faciais causadas pelo


envelhecimento
Envelhecer é inevitável, e as marcas que simbolizam esse processo na pele,
como as rugas, não indicam o início desse processo de envelhecimento. Essas
modificações iniciam após os 25 anos, quando ocorre alterações fisiológicas
que afetam a capacidade de homeostase do organismo e que são determinadas
por dois fatores: os intrínsecos e extrínsecos.
O intrínseco ou cronológico é o envelhecimento esperado, sendo determi-
nado geneticamente e acarretando alterações que estão relacionadas com os
anos de vida (KEDE; SABATOVICH, 2004). Nesse processo, estão relaciona-
das a diminuição da capacidade de divisão celular e a síntese dos componentes
da matriz dérmica; além disso, ocorre o aumento das metaloproteinases que
degradam o colágeno e a elastina. Outro fator decorrente do envelhecimento
cronológico é a respiração celular realizada pelas mitocôndrias: com o passar
dos anos, ocorre uma alteração no metabolismo mitocondrial, reduzindo a
produção de trifosfato de adenosina (ATP) celular (HARRIS, 2017).
O extrínseco, também conhecido como fotoenvelhecimento ou actinosce-
nescência, acelera o envelhecimento intrínseco trazendo precocemente danos
à pele (KEDE; SABATOVICH, 2004). Esse fator está relacionado não somente
à exposição solar, mas ao conjunto de fatores ambientais, ao estilo de vida,
a hábitos alimentares, consumo de álcool, fumo, entre outros (PACHECO,
2017). Sabe-se que a exposição aos raios ultravioletas (sol, lâmpadas fluores-
centes) tem ação cumulativa e que está relacionada ao envelhecimento da pele
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conforme a predisposição do indivíduo, seu fototipo cutâneo e a frequência


dessa exposição durante a vida (RIVITTI, 2014).
A sinergia entre esses dois fatores causadores do envelhecimento gera
alterações internas dos processos fisiológicos do organismo, como: encurta-
mento e ruptura dos telômeros, estresse oxidativo, degradação e diminuição da
produção de colágeno, redução da divisão celular (turnover), atrofia progressiva
da pele, redução do tecido adiposo, alterações musculares e remodelação
óssea (PACHECO, 2017; RIVITTI, 2014). Veja, no Quadro 2, as alterações
que ocorrem na derme e na epiderme em função do envelhecimento.

Quadro 2. Alterações nas camadas da pele decorrente do envelhecimento

Epiderme Derme

 Redução do número de células, resultando  Principal responsável


na diminuição da espessura. pelas características do
 Diminuição do turnover celular, reduzindo envelhecimento.
de 30% a 50% a partir da terceira até a oitava  Redução em torno de 20% da
década. turgidez dérmica.
 Diminuição da produção de melanina.  Espessamento das fibras
 Diminuição do número de melanócitos elásticas e fragmentação das
ativos e redução de 10% a 20% para cada mais antigas.
década de vida, decrescendo a melano-  Redução de 30% da rede
gênese e promovendo um clareamento vascular.
discreto e progressivo da pele com apareci-  Redução de 50% dos mastóci-
mento de acromias. tos, implicando nas respostas
 Ressecamento cutâneo da pele e dificul- imunológicas da pele.
dade na reposição do manto hidrolipídico.  Diminuição dos fibroblastos
 Redução da superfície de contato da junção e da espessura das fibras de
dermo-epidérmica dificultando as trocas colágeno.
metabólicas.  Pelos 60 anos, o colágeno
 Redução de cerca de 50% das células de fica mais rígido, diminuindo a
Langerhans nos idosos, podendo agravar-se elasticidade.
com exposição solar crônica, implicando na  Diminuição dos
resposta imunológica da pele. mucopolissacarídeos.
 Declínio da produção de vitamina D.

Fonte: Adaptado de Rivitti (2014) e Harris (2017).


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Assim, todas essas alterações celulares são percebidas fisicamente no


indivíduo por meio de rugas, ptose das pálpebras e bochechas, flacidez da
pele, ressecamento cutâneo, manchas de pele, entre outros (PACHECO, 2017).
Um dos sinais mais populares do envelhecimento da pele são as rítides,
conhecidas popularmente por rugas e linhas de expressão. Seu aparecimento é
resultado das mudanças estruturais na pele, no tecido adiposo e nos músculos.
A formação das rítides não é totalmente entendida, e elas podem ser superficiais
ou profundas, dinâmicas ou estáticas. Um dos fatores que inicia esse processo
são os movimentos musculares repetitivos (SOUTOR; HORDINSKY, 2015).
A avaliação das rítides pode ser realizada de acordo com a classificação
de Tsuji (Quadro 3) ou Lapiere e Pierard (Quadro 4).

Quadro 3. Classificação das rítides segundo Tsuji

Grau Descrição

I Rugas superficiais, desaparecem com o estiramento da pele.

II Rugas profundas ou permanentes, não desaparecem com o estiramento da pele.

Fonte: Adaptado de Kede e Sabatovich (2004).

Quadro 4. Classificação das rítides segundo Lapiere e Pierard

Grau Descrição

I Rugas de expressão, formadas quando ocorre a contração dos músculos,


sem presença de alteração estrutural na epiderme e derme.

II Rugas finas, com alteração estrutural na epiderme e derme.

III Rugas profundas, com alteração estrutural na epiderme, na derme e no


tecido subcutâneo.

Fonte: Adaptado de Kede e Sabatovich (2004).


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Com a chegada da perda de volume facial (reabsorção óssea, redução da


camada adiposa e redução das estruturas da pele), da perda de elasticidade da
pele e da perda de tônus muscular, percebe-se alteração no contorno facial, o
que se conhece como ptose (SOUTOR; HORDINSKY, 2015).
Ainda, na evolução do processo de envelhecimento cutâneo, ocorrem
alterações em todas as regiões da face, como: rugas frontais horizontais, rugas
glabelares verticais, caimento das pálpebras superiores, formação de bolsas
nas pálpebras inferiores, acentuação do sulco nasogeniano (bigode chinês) e
nasolabial (rugas de marionete), rugas verticais na região orolabial (código de
barras), perda do tônus e volume labial, perda do contorno do mento, flacidez
de papada (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Outro aspecto percebido na pele no decorrer do envelhecimento é o apare-
cimento das hipercromias, que são caracterizadas por manchas acastanhadas/
amarronzadas acima do tom natural da pele. Existem diferentes tipos de
hipercromias faciais, que variam de acordo com seu tamanho, coloração e
agente causador (RIVITTI, 2014).

 Efélides: conhecidas popularmente como sardas, manchas castanhas


(claras ou escuras), medindo de 2 a 4 mm de diâmetro, devido a pre-
disposição genética, acometem mais os fototipos I e II.
 Melanose solar: aumento de produção de melanina decorrente da
exposição solar.
 Melasma e cloasma: acometem a face, com maior incidência nas mu-
lheres, geralmente após os 25 anos ou na gravidez. São multifatoriais e
seu aparecimento está relacionado a fatores hormonais, predisposição
constitucional (racial ou genética) e exposição solar.
 Hipercromia pós-inflamatória: manchas que aparecem após processo
inflamatório local, como picadas de insetos, acne e cicatrizes.
 Hiperpigmentação periorbital: conhecida popularmente como olhei-
ras, fatores que contribuem para o seu aparecimento são genética,
vascularização comprometida e aumento de melanina.
 Melanoderma residual: causada pelo contato de substâncias fotossen-
sibilizantes com posterior exposição solar. Pode ser por medicamentos,
perfumes e alguns tipos de plantas.
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Veja, no Quadro 5, a classificação de Glogau para o envelhecimento geral


da pele em quatro níveis.

Quadro 5. Classificação do envelhecimento segundo Glogau

Tipo Grau Idade Descrição

I Leve 20 a 30 Poucas rugas de expressão, sem queratose.

II Moderado 30 a 40 Rugas finas paralelas ao sorriso, ceratores actínicas


iniciais.

III Avançado 50 ou mais Rugas em repouso, ceratores actínicas óbvias com


telangiectasias.

IV Severo 60 a 70 Rugas profundas estáticas, muita flacidez, ceratores


actínicas severas com presença de lesões cutâneas.

Fonte: Adaptado de Kede e Sabatovitch (2004).

3 Procedimentos manuais, cosméticos


e recursos eletroestéticos aplicados
à estética facial
Após avaliar o cliente e identificar o que deve ser tratado, é hora de traçar
um plano de tratamento. Para isso, o profissional deve estar atento às opções
indicadas para o tratamento de cada alteração estética facial e que podem ser
manuais, cosméticas ou com o uso de eletroterapias.
Existem diversos tipos de massagem facial com o objetivo relaxar ou modelar
o tecido. Quando a massagem facial tem como objetivo fins estéticos, seus
movimentos são realizados com foco na suavização das rugas e efeito lifting. Na
massagem estética com intuito de lifting, são utilizadas manobras de pinçamento
e movimentos rápidos, vigorosos e ascendentes. Além da tonificação da pele,
a massagem estética auxilia na ativação muscular e no aumento da circulação
sanguínea, que incrementa a distribuição de oxigênio e nutrientes para as cé-
lulas. Outro benefício é o aumento da penetração de ativos que são utilizados
em cosméticos específicos para a realização da massagem que auxiliam no
tratamento do envelhecimento (PEREIRA, 2016). Um exemplo desse tipo de
Avaliação e procedimentos aplicados à estética facial 11

massagem é a miototerapia, técnica de massagem espanhola para redefinição


dos contornos faciais e pescoço e que trabalha de forma passiva a musculatura
da face com mobilização da pele ao mesmo tempo (PEREIRA, 2016).
Uma técnica muito utilizada no corporal que teve origem na China, mas
que é pouco conhecida para o rejuvenescimento facial, é o shiatsu. Essa técnica
tem como objetivo estimular pontos reflexos (chamados de Ki) que estão
com a energia estagnada por meio de pressões. O shiatsu facial desbloqueia
o Ki estagnado nos pontos que correspondem aos sinais do envelhecimento
(VACCHIANO, 2012). Quando se fala em massagem facial, é muito importante
ressaltar que, em peles com tendência à oleosidade, os movimentos vigorosos
podem contribuir para o aumento da produção de sebo. Isso, no entanto, não
se aplica no shiatsu facial, pois a massagem é realizada com pressões.
Os produtos cosméticos estão presentes em todos os tratamentos estéticos,
tanto para o uso do profissional em sua clínica quanto para a manutenção da
pele do cliente em casa, o que se conhece como cuidados homecare. Existem
diversos tipos de produtos cosméticos que podem ser utilizados em diferentes
momentos e com associação de outras técnicas de tratamento, como cremes,
séruns, máscaras e peelings (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Os peelings químicos são amplamente utilizados no rejuvenescimento
facial, tanto para o tratamento de rugas e flacidez quanto para o clareamento de
manchas. Seus efeitos são diversos e, no envelhecimento, atuam na renovação
da pele, que promove a proliferação de células novas e o aumento da produção
de colágeno, com ação clareadora hidratante e antioxidante. Exemplos desse
peeling são ácido glicólico, ácido salicílico, ácido mandélico e ácido lático
(PEREIRA, 2016). Além dos ácidos, nas formulações cosméticas escolhidas
para o tratamento do envelhecimento, deve-se ter em mente a utilização de
princípios ativos nutritivos e antioxidantes, como vitamina E, vitamina C,
chá verde, selênio, silício orgânico, raffermine, argireline, DMAE (KEDE;
SABATOVICH, 2004).

Faça uma busca na web pela expressão “nutricosméticos no combate ao envelhe-


cimento da pele” para saber como eles podem ser grandes aliados no combate ao
envelhecimento.
12 Avaliação e procedimentos aplicados à estética facial

Outra opção de tratamento é a utilização de equipamentos que combatem


o envelhecimento de diferentes maneiras. Veja, a seguir, alguns exemplos
desses procedimentos (PEREIRA, 2016; BORGES, 2010; NEGRÃO, 2015).

 Peeling de diamante e peeling de cristal: ambos são peelings mecânicos


que, quando aplicados na pele, promovem uma microdermoabrasão,
uma esfoliação, sendo indicados para o tratamento de rugas, manchas
e cicatrizes. O peeling de diamante é realizado com um equipamento
gerador de pressão negativa que possui uma ponteira diamantada. O
peeling de cristal é realizado com um equipamento que utiliza um
compressor de ar com duas cânulas de saída que trabalham simulta-
neamente na mesma ponteira — uma tem pressão positiva e expira
cristais (óxido de alumínio) na pele, e a outra promove sucção a partir
da pressão negativa, removendo esses cristais utilizados.
 Ionização: utilização de um equipamento gerador de corrente galvânica
que tem como objetivo a introdução de diferentes ativos na pele de acordo
com o foco do tratamento. Esses princípios ativos estão inseridos em
formulações específicas para a utilização da ionização.
 Microcorrentes: aplicação de corrente de baixa frequência que atua
diretamente nas células. Tem o poder de restabelecer a bioeletricidade
tecidual, aumentar a síntese de proteínas e a energia celular, combatendo
os sinais do envelhecimento.
 Vacuoterapia: conhecida como dermotonia, são utilizadas ventosas de
vidro acopladas a um equipamento que gera sucção, ou seja, pressão
negativa no tecido cutâneo. No tratamento para envelhecimento, desde
que cuidando a pressão utilizada, atua-se no aumento do trofismo da
pele, com o aumento da nutrição das células e a estimulação das fibras
de colágeno e elastina.
 Corrente russa/aussie: utilização de corrente elétrica específica para
estimular a contração muscular por meio da aplicação de eletrodos
nos pontos motores com a intenção de diminuir a hipotonia muscular.
 Eletrolifting: utilização de um equipamento gerador de corrente con-
tínua em que é utilizado um eletrodo com uma agulha descartável na
ponta. Esse método é utilizado diretamente no canal da ruga, onde é
provocada uma lesão tecidual controlada que gera uma inflamação do
tecido, estimulando a produção de colágeno e elastina.
Avaliação e procedimentos aplicados à estética facial 13

 Radiofrequência: aplicação de ondas eletromagnéticas que elevam


a temperatura dos tecidos por conversão de energia e que promovem
respostas fisiológicas. Para bons resultados com a técnica, o tecido
deve estar hidratado. Sua principal ação é no estímulo da produção
de colágeno e elastina, sendo indicado para o tratamento das rugas e
flacidez de pele.
 Microagulhamento: utilização de um equipamento composto por
um rolinho com microagulhas (Figura 3) que promovem a produção
de colágeno na pele, como também facilita a penetração de ativos in-
corporados em produtos específicos para a realização dessa técnica.
Existem diferentes tamanhos de agulhas que penetram em diferentes
profundidades na pele, havendo restrições de uso em relação a essa
profundidade, que depende de formação acadêmica. A profundidade
da agulha está relacionada diretamente com o objetivo do tratamento,
sendo possível tratar rugas, flacidez e manchas.

Figura 3. Aplicação de microagulhamento no método por rolete.


Fonte: Robert Przybysz/Shutterstock.com.

Combinar diferentes técnicas que potencializam os resultados é de grande


valia, mas, independentemente das técnicas escolhidas para compor o tratamento
do cliente, é necessário sempre avaliar suas necessidades, indicações e con-
traindicações das técnicas, para proporcionar um tratamento seguro e assertivo.
14 Avaliação e procedimentos aplicados à estética facial

BORGES, F. dos S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2. ed.São Paulo:


Phorte, 2010.
HARRIS, M. I. Pele: do nascimento à maturidade. São Paulo: Senac, 2017. (E-book).
IFOULD, J.; FORSYTHE-CONROY, B.; WHITTAKER, M. Técnicas em estética. 3. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2015.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. São Paulo: Atheneu, 2004.
NEGRÃO, M. M. C. Microagulhamento: bases fisiológicas e práticas. São Paulo: CR8
Editora, 2015.
PACHECO, M. dos S. A performance dos fatores de crescimento no rejuvenescimento facial.
2017. 18 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Estética em Bem-estar) —
Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Sul de Santa Catarina, Florianópolis,
2018. Disponível em: https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/5586/Artigo%20
p%c3%b3s%20finalizado.pdf?sequence=19&isAllowed=y. Acesso em: 24 abr. 2020.
PEREIRA, M. de F. L. (org.). Recursos técnicos em estética. São Paulo: Difusão, 2016. 1 v.
RIVITTI, E. A. Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti. Porto Alegre: Artmed,
2014.
SOUTOR, C.; HORDINSKY, M. K. Dermatologia clínica. Porto Alegre: AMGH, 2015
VACCHIANO, A. Shiatsu facial: a arte do rejuvenescimento. 7. ed. São Paulo: Ground, 2012.
WOLFF, K. et al. Dermatologia de Fitzpatrick: atlas e texto. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2019.

Leitura recomendada
FACCHINETTI, J. B.; SOUZA, J. S. de; SANTOS, K. T. P. Radiofrequência no rejuvenescimento
facial. Revista Id on Line, v. 11, nº. 38, 2017. Disponível em: https://idonline.emnuvens.
com.br/id/article/view/896. Acesso em: 24 abr. 2020.

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