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AULA 2

INTRADERMOTERAPIA
FACIAL E CORPORAL

Profª Rita de Cássia Alberini


INTRODUÇÃO

A pele é o mais extenso órgão do corpo humano, responsável por 16% do


nosso peso corporal, e a cada dia produz 1.250 células por centímetro quadrado.
Ela mantém a nossa temperatura, defende e protege nossos músculos, vasos
sanguíneos, nervos, ossos e órgão internos do corpo.
Ela está constantemente ao alcance de nossos olhos, e é por meio dela
que sentimos o frio, o calor, a dor, o medo, a febre ou o prazer do afago, do tapa,
do beijo, do tombo, do arranhão, do abraço ou do espinho perfurando.
A civilização humana já fez de tudo com ela: há milênios que ela é
perfurada, esticada, marcada, colorida, rasgada, costurada, tudo em nome da
beleza! Mas ela é resistente, versátil, regenerável e agradável aos olhos e ao tato.
Mas como qualquer órgão do corpo humano, ela envelhece! Esse é um dos
desafios do ser humano: manter-se jovem, sadio e belo.
Estamos em constante contato com a radiação solar que causa
envelhecimento precoce se não nos protegermos com filtro solar. Mas também o
sedentarismo, fumar e beber em excesso e alimentar-se mal são hábitos que
contribuem para o desgaste da nossa máquina orgânica e envelhecimento da
pele. Quando abusamos dela com comidas pesadas e não fazemos exercícios,
por exemplo, ela trabalha com muito esforço e desgaste! Por outro lado, evitar o
estresse e fazer o que nos traz prazer e divertimento são sempre ações
rejuvenescedoras.
A saúde da pele depende do quanto e como nos expomos à luz solar, pois
esta provoca rugas pela degradação da fibra de colágeno, que é muito importante
para a estrutura e sustentação da nossa pele.
A maioria das mulheres pensa que aplicando a “Toxina Botulínica” (o
famoso Botox. Na verdade, Botox é o nome da marca norte-americana) está
tratando da pele, quando na verdade emprega-se essa substância para inibir as
terminações nervosas, provocando apenas o relaxamento muscular e alisamento
da pele no local aplicado. Ele não preenche rugas. Neste caso, o mais indicado é
utilizarmos a intradermoterapia pressurizada.

TEMA 1 – SISTEMA TEGUMENTAR OU PELE

A pele é um dos maiores órgãos, atingindo 16 % do peso corporal. A


temperatura normal varia de 32 a 36 °C, e sua espessura varia de 0,5 a 3,0 mm.

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A pele, em sua superfície, está coberta por uma delgada película líquida
que possui acidez. Ela desempenha um importante papel de termorregulação por
oferecer uma grande superfície de dispersão calórica e evaporação, por meio de
seus vasos e glândulas. Seu fluxo sanguíneo pode sofrer grandes variações, mas
sob condições normais, o fluxo sanguíneo cutâneo é próximo de 400 ml por
minuto. Mas em seu limite, mais de 2.500 ml de sangue podem circular pelos
vasos da pele por minuto. Ela é também um grande órgão excretor, e além fabricar
vitamina D e melanina, tem a função de proteger contra os raios solares.
São alguns pigmentos que se fazem presentes que determinam a cor da
pele. Um dos principais é a melanina, um pigmento escuro fabricado pelos
melanócitos que migram na epiderme e passam o pigmento às células da camada
germinativa. O número de melanócitos encontrados na pele do ser humano não
apresenta grandes diferenças de quantidade de uma pessoa para outra.
A variação na cor da pele dos humanos é devido à quantidade de melanina
que as células produzem e também pela sua distribuição. Pessoas de pele escura
possuem bastante melanina em todas as suas camadas da epiderme. Quantidade
excessiva de melanina escurece a pele, filtrando os raios ultravioletas. Alterações
de escurecimento da pele por meio da luz solar é um fenômeno biofísico que leva
ao escurecimento rápido por causa da melanina pré-existente, numa segunda
etapa, pela aceleração dos processos de biossíntese da melanina. Hormônios do
córtex adrenal atuam sobre os melanócitos e certas patologias dessa glândula
desenvolvem uma mudança na cor da pele. É possível também alterar a cor da
pele passando substâncias estimuladoras (bronzeado) ou inibidoras da síntese de
melanina, com resultados de despigmentação. Além da quantidade de
concentração da melanina, a cor da pele varia de acordo com sua espessura e
também do grau de irrigação sanguínea.
A aparência da pele depende de vários fatores: idade, sexo, clima,
alimentação e estado de saúde. Quanto à classificação de seca, mista, gordurosa
e outras, esta varia de acordo com o tipo de secreção encontrada na superfície
da pele.

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1.1 Classificação da pele
A pele pode ser classificada da seguinte forma:

• Pele fina ou delgada;


• Pele espessa ou grossa.

1.2 Camadas principais

A pele também é formada por duas camadas principais, a epiderme e a


derme, que estão assentadas sobre um panículo adiposo, chamado epiderme.

1.2.1 Epiderme

A epiderme é a camada superficial, composta de células epiteliais, que são


bem unidas umas com as outras.
Ela possui cinco camadas: camada basal ou germinativa, camada
espinhosa, camada granulosa, camada lúcida, camada córnea ou de queratina.

1.2.2 Derme

Possui de 1 a 2 mm e está localizada entre a epiderme e a hipoderme.


Na palma da mão, possui uma espessura que varia de 0,6 mm a 3,0 mm.
Contém estruturas formadas por invaginações da epiderme, tais como folículos
pilosos e glândulas. É responsável pelo suporte mecânico e elasticidade da pele.
Normalmente, a derme é mais espessa nos homens do que nas mulheres, mais
nas superfícies dorsais do que nas ventrais.
A derme é a camada mais profunda, composta de tecido conjuntivo denso,
irregular. Tem múltiplas funções, sendo uma delas a proteção contra agentes
físicos, químicos e biológicos do ambiente. Ela é relativamente impermeável
devido à camada de queratina (córnea) que recobre a epiderme.

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Figura 1 – Derme

Créditos: Sciencepics/Shutterstock.

TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PELE

A classificação do tipo de pele é um dos itens primordiais para o profissional


trabalhar com segurança. Para procedermos com o trabalho de pressurização ou
mesoterapia, é necessário, primeiramente, saber analisar e classificar o biótipo e
o fototipo cutâneo para a escolha correta das mesclas que serão injetadas.
Todos nós nascemos com um tipo de pele que é determinado pela genética
e etnia.
Para classificarmos os tipos de pele e suas alterações estéticas, temos que
realizar: exame visual, exame de palpação, exame com lupa e exame com luz de
Wood. Para analisarmos as características que definem sua classificação, temos
que observar os seguintes itens:

• Produção sebácea;
• Grau de hidratação;
• Espessura e textura;
• Tônus dos músculos;
• Lesões elementares.

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2.1 Tipos de pele

Os tipos de pele são baseados principalmente na produção do sebo


produzido pelas glândulas sebáceas. Confira, a seguir, os tipos de pele existentes.

2.1.1 Eudérmica ou normal

Apresenta equilíbrio entre as secreções sudoríparas e sebáceas,


garantindo o equilíbrio hídrico e lipídico. Seu aspecto é saudável, viçoso, com
aspecto igual à pele do pêssego, com elasticidade e excelente hidratação.

2.1.2 Pele alípica ou seca

Possui espessura epidérmica diminuída e seu manto hidrolipídico muito


escasso. É facilmente irritável e tem tendência à sensibilidade. Esse tipo de pele
possui textura ligeiramente áspera e com aspecto de estiramento. Seus óstios são
muito finos e os poros invisíveis.

2.1.3 Pele lipídica ou oleosa

Caracteriza-se pela hipersecreção sebácea e possui uma espessura


epidérmica grande. Os óstios são dilatados, a superfície sempre brilhante e
untuosa, com tendência a lesões de acne. É propensa a ter melasmas, pois os
poros ficam com maior quantidade de sebo e as células mortas se acumulam. Sua
superfície é grossa, com cor pálida.
Esse tipo de pele, se não for equilibrado, chegará a ter problema de acne.
Portanto, pele acneica não é considerada um tipo de pele, mas sim uma variação
da pele oleosa em desequilíbrio.

2.1.4 Pele mista

A pele mista é uma junção da pele oleosa com a pele seca, geralmente na
região que chamamos de T: região frontal, nasal e mento. Nessa região, ela é
oleosa, e nas demais regiões da face, ela é seca. Pode também ser normal ou
desidratada.

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TEMA 3 – ENVELHECIMENTO

Nosso organismo envelhece como qualquer outra máquina, e para esse


mecanismo durar e estar sempre trabalhando, é necessário fazer manutenção.
Assim, precisamos, durante nossa vida, fazer ajustes dos componentes gastos
para que o corpo não chegue à ruptura e falência de algum órgão. Todo nosso
organismo se desgasta! E com nossa pele não é diferente.
Os cientistas demonstram que, na verdade, a pele envelhece de duas
maneiras: por meio do processo natural e por meio do fotoenvelhecimento. Muitos
especialistas concordam que a maioria de vincos e rugas profundas não é apenas
parte do chamado processo normal de envelhecimento. Eles podem também
culpar, diretamente, o fotoenvelhecimento. Ou seja, danos causados pelos raios
solares e também pela luz artificial.
A diferença entre o envelhecimento cronológico normal e o
fotoenvelhecimento é fundamental. No envelhecimento natural, temos controle
sobre hábitos saudáveis ou auxílios estéticos e cosmetológicos, mas sobre os
efeitos do fotoenvelhecimento, temos cem por cento de controle! Afinal, ninguém
vai ao sol se não quiser, e ninguém fica ao sol horas e horas sem os benefícios
de uma proteção adequada; a não ser que seu trabalho exija essa exposição. Mas
mesmo assim, existem todas as proteções adequadas para você exercer sua
profissão com segurança.
Pode ser até normal para as pessoas possuir rugas aos 35 anos, mas
atualmente, a humanidade discorda desse tipo de envelhecimento. A maior parte
das rugas e linhas finas que surgem nessa idade ocorre devido aos nocivos raios
ultravioleta do sol a que nos expomos ao longo da vida. Nossa pele permaneceria
macia, hidratada e firme por muito mais tempo se todos se protegessem
efetivamente do sol.
À medida que tomamos sol, a pele envelhece e o ritmo de produção das
células diminui, o que gradualmente torna a renovação e a recuperação celular
menos eficaz. Perde-se também maior quantidade de água, levando à
desidratação, diminuindo a capacidade de ação da pele como barreira protetora.
O colágeno fundamental do tecido conjuntivo torna-se, aos poucos, mais rígido e
a elastina vai perdendo sua elasticidade natural devido à redução do número de
fibras elásticas e de outros componentes do tecido conjuntivo.

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O processo de envelhecimento leva gradualmente ao afinamento da
epiderme, maior desidratação, rugas, excesso de pelos no rosto e alterações do
contorno facial. A pele passa por uma série de mudanças a cada dez anos de
nossas vidas. A qualidade de vida também influencia na qualidade do
envelhecimento.
O tipo genético da pele, os fatores hormonais, nutricionais, vasculares e
climáticos também irão influenciar no envelhecimento da pele.
O ato de envelhecer é involutivo, contínuo, ocorrendo mudanças a nível
anatômico, cardiovascular, respiratório, imunológico e metabólico. Enfim, todos
nascem com predeterminação genética a envelhecer.

3.1 Características gerais do envelhecimento cutâneo

As inclemências do tempo associadas à exposição e variações das


condições atmosféricas (temperatura, luz solar, vento, baixa umidade) aceleram
o processo de envelhecimento cutâneo.
A diferença da pele da face, pescoço e mãos é notável em relação à pele
do restante do corpo, que está sempre coberta por roupas. O envelhecimento
cutâneo pode ser observado a partir dos 30 anos, pela presença de rugas finas.
Verificamos diferenças na cor rosada e vigorosa da pele normal, em contraposição
à pele senil, amarelada, enrugada, seca e escamosa. Esta apresenta ainda
numerosas manchas de hiperpigmentação nas zonas expostas e, geralmente,
inúmeras pequenas formações verrugosas. A pele senil tarda mais a curar-se do
que a pele jovem e não se adapta bem às variações de temperatura. O calor
excessivo dissipa-se menos rapidamente por meio da pele senil. Por isso, as altas
temperaturas são dificilmente suportadas. Essa diminuição de tolerância ao calor
e ao frio explica-se pela redução da irrigação sanguínea cutânea e porque os
vasos perdem grande parte da capacidade de contrair-se e dilatar-se, tardando
mais fazê-lo com o avanço da idade.

TEMA 4 – GORDURA LOCALIZADA E FEG (FIBRO EDEMA GELÓIDE)

Esse termo, na verdade, é conhecido popularmente como celulite.


A celulite faz parte da condição feminina – 85 % a 95 % das mulheres
sofrem com ela, incluindo modelos e atrizes.

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Palavra de origem latina, cellulite, que quer dizer inflamação do tecido
celular, que na verdade não define o seu verdadeiro significado. Mas usaremos
em nossos estudos o nome celulite para traduzir a presença de fibro edema
gelóide.
Além de ser um problema inestético, a celulite é muito desagradável aos
olhares críticos de qualquer mulher e alguns homens também. Ela acarreta dores
nos lugares comprometidos, assim como diminui as atividades funcionais.
Provoca sérias complicações e muitas vezes leva à imobilidade dos membros
inferiores, podendo ser até total. Sem contar as dores intensas, a celulite também
leva a problemas emocionais. A celulite é uma afecção dolorosa, com certa
alteração, podendo ser duradoura ou passageira ligada ao tecido conjuntivo. Sua
origem pode ter ligação com a disfunção hipofisária.
Em estudos realizados, é nítido que a celulite altera a arquitetura
topográfica da epiderme e do tecido conjuntivo, o que irá ocasionar a retenção de
água, eletrólitos, como sódio e potássio, e resultar em um aumento da pressão
dos líquidos intersticiais, comprimindo as veias, vasos linfáticos e nervos,
ocasionando desequilíbrio químico local, e esse processo vai gerando um ciclo.
Em mulheres caucasianas, ela é sempre diagnosticada, fato esse que pode
estar ligado aos distúrbios hormonais, envolvendo principalmente o estrógeno, a
genética, a puberdade, trato digestivo, tabagismo, alcoolismo, medicamentos,
compressão dos membros inferiores, aumento do tecido adiposo e também as
alterações posturais.
Existe uma grande insatisfação entre as pessoas portadoras de celulite.
Elas procuram os tratamentos estéticos e o profissional tem o compromisso de
habilitar-se tecnicamente e cientificamente sobre o assunto, assim como saber
utilizar as ferramentas adequadas para ajudar no combate desse problema que
tanto afeta as mulheres.
Quando as células aumentam em número e volume, ocorre um
espessamento e proliferação das fibras de colágeno entre as células de
adipócitos, provocando um enfarto nos tecidos. Além disso, a circulação de
drenagem fica reduzida e os fibroblastos ficam totalmente presos. Com esse
quadro, as fibras elásticas ficam frágeis e acabam se rompendo. As fibras que
ficam esclerosadas criam uma rede em forma de força que acaba comprimindo
vasos e nervos.

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Com essa apresentação, fica mais fácil compreender a aparência nodulosa
(denominada de casca de laranja) no nível da epiderme e também a dor na
apalpação e pressão.
Esse tecido apresenta-se mal-oxigenado, subnutrido, sem elasticidade,
desorganizado, pois resulta do mau funcionamento do sistema circulatório e suas
respectivas transformações do tecido conjuntivo.

4.1 Identificação da celulite

Os sinais são facilmente verificados por meio de alguns testes. Em alguns


estágios, basta a observação para identificar. Nesse caso, o tecido apresenta-se
flácido, com relevos e depressões.
Para observar a celulite, iniciamos com o primeiro teste: pressionamos o
dedo polegar ou o indicador entre as palmas das mãos e iremos encontrar o efeito
da casca de laranja, com aspecto rugoso.
O segundo teste é pressionar a pele com a parte subcutânea entre os
dedos, fazendo uma tração. Caso a sensação dolorosa for maior que o normal, é
sinal de celulite alterando a sensibilidade.
Não se esqueçam que fadiga e período menstrual também aumentam os
sintomas.
Se rolarmos os dedos nas regiões atingidas, iremos sentir numerosos
nódulos, muito endurecidos, que se parecem com grãos de chumbo. Esses são
os nódulos celulíticos. Haverá também uma sensibilidade bastante dolorosa,
devido ao aumento de volume e da consistência do tecido celular subcutâneo. A
pele se apresentará com aderências e deformações.

4.2 Localizações da celulite

A celulite não se manifesta no couro cabeludo, planta dos pés e nas mãos.
O restante do corpo pode ser acometido por ela. As partes que são atingidas com
maior frequência são: porção superior das coxas, interna e externamente, parte
interna dos joelhos, abdome, glúteos e porção superior dos braços direito e
esquerdo.

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4.3 Os estágios da celulite

4.3.1 Grau I – Celulite branda

Só iremos detectar esse tipo de celulite fazendo compressão do tecido


entre os dedos ou contraindo a musculatura local. Não é dolorida e muito menos
visível sob inspeção. Existe apenas um aumento de volume do tecido gorduroso
devido ao acúmulo de gordura dentro da célula.

4.3.2 Grau II – Celulite média

Quando a pessoa está deitada, as depressões são visíveis, pois os


adipócitos estão recheados de gordura, e os que estão na parte mais profunda
iniciam com o mesmo processo. Existe uma pequena alteração da sensibilidade.

4.3.3 Grau III – Celulite grave

Neste grau, a celulite é vista mesmo sem palpação, pois existe desordem
do tecido e aparecem os nódulos. A epiderme fica flácida e enrugada,
sensibilidade à dor aumentada, as fibras do tecido conjuntivo estão quase todas
danificadas. A circulação fica comprometida e pode aparecer microvarizes. É
considerada incurável, ainda que possa melhorar a aparência.

4.3.4 Grau IV – Celulite gravíssima

Apresenta fibrose cicatricial, atrófica e irreversível. Existe retração


esclerótica e a circulação de retorno está muito comprometida. A celulite é dura,
a pele fica brilhosa, cheia de depressões, com aspecto de um acolchoado, pernas
pesadas, inchadas e doloridas. Constante sensação de cansaço nas pernas
mesmo sem fazer esforço.
A mesoterapia ou intradermoterapia é um tratamento que vem sendo muito
utilizado nas clínicas de estética para combater essas fases da celulite.

TEMA 5 – FORMAS DE AVALIAÇÃO

São utilizados diversos métodos para avaliarmos a FEG (ou celulite). As


avaliações nos auxiliam no acompanhamento dos resultados dos procedimentos

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realizados, além de ser um material importantíssimo para nos orientar qual a
melhor técnica a ser aplicada.

5.1 Avaliação antropométrica

É um exame simples e de baixo custo, muito utilizado nos procedimentos


estéticos. Com uma fita métrica, podemos tirar todas as medidas necessárias.
Nesse procedimento, podemos determinar o peso, altura e circunferências
das pregas cutâneas, aspectos que indicam obesidade e disposição da gordura
corporal, que indiretamente representam a celulite; mas temos que prestar
atenção, porque nem todas as pessoas que possuem celulite são obesas.
O peso é uma medida constantemente usada nos procedimentos corporais.
É um elemento simples que representa a soma de todos os componentes
corporais (água, gordura, ossos e músculos) que está junto com o equilíbrio
proteico-energético da pessoa em questão. Mas não podemos usar somente o
peso na avaliação, pois dessa forma, esqueceríamos da retenção hídrica,
insuficiência renal e cardíaca e desidratação. Portanto, devemos ver o peso com
muita cautela.

5.1.1 Avaliação do peso

É a soma de todas as células presentes em nosso corpo, incluindo tecidos


de sustentação, órgãos, água e músculos. O melhor horário para pesarmos o
paciente é pela manhã. É necessário solicitar que ele esteja em jejum, com pouca
roupa e bexiga esvaziada.
O P.A (peso atual) é verificado no momento da avaliação e preenchimento
da ficha de anamnese, em uma balança que deverá estar calibrada, com o
paciente em pé, descalço e no centro da plataforma. Juntamente com o peso,
deverão ser anexados outros itens para não se ter erros, tais como: idade, biótipo,
sexo e altura.
Por meio dessas medidas, o profissional pode verificar se o paciente está
com o peso correto para o perfil dele, pois gordura localizada não significa
“obesidade”.
O método de mesoterapia é para gorduras localizadas, assim como uma
barriga proeminente, culotes, gorduras nas laterais do corpo etc. Caso o paciente
esteja obeso, o ideal é encaminhá-lo ao nutricionista para depois realizar a

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pressoterapia. Podemos ajudá-lo de outra forma: com massagens, corrente russa
etc. Por isso é necessário fazer a ficha de anamnese e colher todos os dados
necessários para conversar e orientar o paciente.

5.1.2 Avaliação da altura

Primeiramente, deve-se solicitar ao paciente que fique em pé, com braços


estendidos ao longo do corpo e coluna bem ereta, calcanhares e joelhos juntos e
glúteo rente à parede. Também é preciso fixar a parte móvel do aparelho no centro
da cabeça e comprimir. Por fim, realizar a leitura da altura sem soltar a parte móvel
do aparelho.

5.1.3 Índice de Massa Corpórea

O peso é dividido pela altura ao quadrado. Essa conta simples correlaciona


o volume corporal total, mas não verifica a distribuição da massa pelo organismo
e não classifica sua composição.

IMC = altura (m) ² / peso (kg)

5.1.4 Medidas de circunferência

Essas medidas analisam a presença e também a distribuição da gordura


corporal. Essas medidas são realizadas com a fita métrica, na cintura e abdômen,
pescoço, tórax, quadril, braços, antebraços, punhos, coxa e panturrilha.
Temos que fazer pelo menos duas medidas, marcando sempre o mesmo
local com uma caneta hidrográfica. Não coloque o dedo entre a pele e a fita
métrica. Não faça medidas após atividades físicas.
A medida da cintura é realizada dois dedos acima do umbigo, e a do
abdômen dois dedos abaixo do umbigo.

5.1.5 Dobras cutâneas

Essas medidas são realizadas utilizando um aparelho chamado


adipômetro. Por meio dessa medida, teremos ideia da composição corporal.
Devem ser realizadas ao menos por três vezes. O aparelho deve ser colocado
diretamente sobre a pele e do lado não dominante.

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Figura 2 – Adipômetro

Créditos: Microgen/Adobe Stock.

5.2 Bioimpedância

É um exame realizado em balanças especiais que analisa a composição


corporal, indicando a quantidade aproximada de músculo, osso e gordura. As
balanças atuais, além de indicar o peso, também demonstram a quantidade de
músculo, gordura, água e calorias que o corpo queima ao longo do dia. Isso tudo
de acordo com idade, sexo e altura. Esse tipo de balança consegue avaliar esses
dados porque uma corrente elétrica passa pelo corpo por meio de placas de metal,
e essa corrente anda muito fácil pela água e, como os tecidos são muito
hidratados, eles deixam a corrente passar bem rápido. Mas a gordura e os ossos
têm pouca água, o que torna mais difícil a passagem. Assim, a diferença entre a
força da gordura em deixar a corrente passar, e a velocidade com que ela passa
nos tecidos, permite que o equipamento calcule o valor que indica a quantidade
de massa magra, gordura e água.
Portanto, quando quisermos saber a composição do nosso corpo, é só subir
descalço numa balança Tanita ou Omron ou segurar nas mãos as placas de metal
de um aparelho menor e de outro modelo. A diferença entre os dois aparelhos é
que, na balança, ele é mais preciso para a composição da metade inferior do
corpo, enquanto no outro, o resultado é mais para a composição do tronco, braços
e cabeça. A forma mais precisa para se saber a composição corporal é a balança,
que combina os dois métodos.

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Para se conseguir resultados exatos, temos que indicar corretamente os
valores de massa gorda e massa magra e seguir as seguintes recomendações:

• Evitar comer, beber café ou fazer exercícios físicos nas 4 horas anteriores;
• Beber de 2 a 4 copos de água 2 horas antes do exame;
• Não ingerir bebidas alcoólicas nas 24 horas anteriores;
• Não passar creme nos pés ou nas mãos;
• Usar roupas leves e pequenas para ajudar em resultados exatos.

Essa preparação é muito importante, porque se não houver hidratação


adequada, o corpo estará com água insuficiente para a corrente elétrica passar e
fornecer os dados corretamente.
Além disso, Ferreira Matos (2018), em seu blog, orienta que a
Bioimpedância InBody270, que utiliza a mais avançada tecnologia, poderá nos
fornecer os seguintes resultados:

• Água corporal total;


• Proteína;
• Minerais;
• Massa de gordura corporal;
• Massa muscular esquelética;
• IMC – Índice de Massa Corporal;
• Porcentual de gordura corporal;
• Massa magra de cada segmento corporal;
• Estimativa de gordura de cada segmento corporal;
• Taxa metabólica basal;
• Relação cintura-quadril;
• Nível de gordura visceral;
• Grau de obesidade;
• Histórico de composição corporal;
• Peso ideal baseado na composição corporal;
• Controle de gordura;
• Controle de músculo;
• Impedância de cada segmento corporal.

Além do mais, segundo dados adaptados de Zanin (2020), estes são os


valores de referência em que devemos nos basear:

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Quadro 1 – Valores de gordura corporal ideais para homem

20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos

Atleta menos de 11% menos de 12% menos de 14% menos de 15%

Bom 11% a 13% 12% a 14% 14% a 16% 15% a 17%

Normal 14% a 20% 15% a 21% 17% a 23% 18% a 24%

Elevado 21% a 23% 22% a 24% 24% a 26% 25% a 27%

Muito elevado mais de 23% mais de 24% mais de 26% mais 27%

Fonte: elaborado com base em Zanin, 2020.

Quadro 2 – Valores de gordura corporal ideais para mulher

20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 59 anos

Atleta menos de 16% menos de 17% menos de 18% menos de 19%

Bom 16% a 19% 17% a 20% 18% a 21% 19% a 22%

Normal 20% a 28% 21% a 29% 22% a 30% 23% a 31%

Elevado 29% a 31% 30% a 32% 31% a 33% 32% a 34%

Muito elevado mais de 31% mais de 32% mais de 33% mais de 34%

Fonte: elaborado com base em Zanin, 2020.

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Figura 3 – Balança de bioimpedância

Créditos: V74/Shutterstock.

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BIBLIOGRAFIA

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-funcional: Fundamentos


Recursos e Patologias. 3. ed. Barueri: Manoele, 2004.

MACEDO, R. M. A Construção da Beleza. São Paulo: Globo, 2005.

MATTOS, F. Como funciona o exame de bioimpedância? Blog Dr. Guilherme


Ferreira Mattos, 7 dez. 2018. Disponível em:
<https://ferreiramattos.com.br/blog/2018/12/07/como-funciona-o-exame-de-
bioimpedancia/>. Acesso em: 23 jun. 2021.

OLIVEIRA, A. L. et al. Curso didático de estética. São Caetano do Sul: Yendiz


Editora Ltda., 2014. v. 1.

PEREIRA, M. F. L. Recursos técnicos em estética. São Caetano do Sul: Difusão


Editora, 2013.

ZANIN, T. Bioimpedância: o que é, como funciona e resultados. Tua Saúde, 19


out. 2020. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/bioimpedancia/>. Acesso
em: 23 jun. 2021.

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