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CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE

SAÚDE – UFCD 6569

Noções gerais sobre a pele e sua integridade


Noções gerais sobre a pele e sua integridade
UFCD 6569
• Estrutura da pele
• As funções da pele
• O envelhecimento da pele
• Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
• Factores de risco para o aparecimento de feridas e úlceras
• Feridas agudas e feridas crónicas: conceitos
• Úlceras de pressão
• A fisiologia da cicatrização
• A importância da manutenção da integridade dos pensos
• O âmbito de intervenção do/a Auxiliar de Saúde
Noções gerais sobre a pele e sua integridade
UFCD 6569

Estrutura da
pele
Estrutura da pele
A pele forma um envólcro para as estruturas do corpo e
substâncias vitais (líquidos), formando assim o maior órgão
do corpo humano.

A pele é composta
de:
Epiderme: camada
celular superficial.

Derme: camada de
tecido conjuntivo
profunda.
Estrutura da pele
Epiderme: camada celular superficial.
• não é vascularizada,
• Constituída por epitélio estratificado,
• molda-se perfeitamente sobre a camada papilar da
derme
• varia de espessura em diferentes partes.
Ex. palma da mão e planta dos pés, ela é espessa, dura e de textura
córnea.
Estrutura da pele
O epitélio estratificado da epiderme compõe-se de várias
camadas (da superfície para baixo):
• Células mortas
• Células vivas:
queratinócitos
• com grânulos de
queratina
• aspecto de espinhos
• multiplicação celular

Estrato córneo - com células que contém uma proteína fibrosa-queratina

Estrato basal – encontramos as células melanócitos, que contêm o


pigmento melanina (grânulos muito pequenos e escuros, que dão a cor
à pele)
Estrutura da pele
Derme: camada de tecido conjuntivo intermédia da
pele, localizada abaixo da epiderme.
• É responsável por cerca de 90% da espessura
cutânea, podendo ser mais espessa em algumas
zonas que noutras;
• Apresenta :
- substâncias que conferem elasticidade à pele –
Ex. colágeno e a elastina
(proteínas)
- numerosos nervos,
- vasos sanguíneos
- vasos linfáticos.
Estrutura da pele
Estrutura da pele
Derme
O tecido conjuntivo se dispõe-se em duas camadas:
1. uma profunda ou reticular
2. outra superficial ou papilar.

A camada papilar consiste em numerosas


eminências vasculares altamente
sensitivas, as papilas.

Composta sobretudo de feixes


colágenos. As células são
principalmente fibroblastos e
histiócitos.
Nas camadas mais profundas
encontram-se glândulas sudoríparas,
sebáceas, folículos do pêlo e pequenass
Estrutura da pele
A derme está situada sobre a tela subcutânea, tecido
subcutâneo ou hipoderme.
Tecido Subcutâneo (não é considerado como pertencente à
pele):

1. composto principalmente por tecido conjuntivo frouxo e


tecido adiposo.
2. desempenha duas funções principais:
- auxilia a isolar o corpo das variações extremas do
meio ambiente
- fixa a pele às estruturas subjacentes.
Poucas áreas do corpo não possuem esse tecido;
nestes locais, a pele está fixada diretamente no osso.
Estrutura da pele
A derme está situada sobre a tela subcutânea, tecido
subcutâneo ou hipoderme. Poucas áreas do corpo não
possuem esse tecido;
nestes locais, a pele está fixada
diretamente no osso.

Ex. A pele das articulações e


dos dedos apresenta dobras e é
enrugada porque está
diretamente aderente ao osso.
Estrutura da pele
Estrutura da pele
Anexos da pele:
• Unhas; pêlos; glândulas sudoríparas e ductos; Glândulas
sebáceas e ductos
Estrutura da pele
Anexos da pele: Unhas
são estruturas achatadas, elásticas, de textura córnea, aplicadas sobre
a superfície dorsal das falanges distais.
Cada unha está implantada por uma porção chamada raiz em um
sulco da pele; a porção exposta é denominada corpo e a extremidade
distal, borda livre.
A parte de baixo do corpo e da raiz da unha é chamada matriz da unha
porque é esta que a produz.
Próximo a raiz, a estrutura da unha não está aderente, mas apenas em
contacto com o tecido conjuntivo; esta porção da unha é
esbranquiçada e chamada lúnula devido a sua forma.
Importancia de conhecer a estrutura da pele

PARA …
POR EXEMPLO
Funções da pele
Função protetora da pele

Objetivo: proteger o organismo contra a penetração de


substâncias indesejadas e proteger os órgãos internos
contra traumatismos.

1. Proteção contra frio, calor e radiação


2. Proteção contra pressão, golpes, abrasão
3. Proteção contra a ação de algumas substâncias químicas
4. Proteção contra invasão por microrganismos (formação do manto ácido protetor)
5. Proteção contra perda de calor e água
6. Defesa contra microrganismos invasores
7. Absorção de certas substâncias (Ex. cremes hidratantes)
8. Transpiração (arrefecimento)
9. Regulação térmica por meio do sistema vascular
10. Sensação de pressão, vibração, tato, dor e temperatura através dos órgãos sensoriais
O tegumento ou pele cobre a superfície do corpo protegendo-o
das influências ambientais danosas.

Função metabólica
Síntese de Vitamina D e reservatório de gordura sob a derme

Imunidade não específica


Proteção contra as radiações solares
Raios UV

99% da radiação que


chega à terra)
(400 – 320 nm)

(320–280 nm)

UVC (280 - 100 nm) - chamada de UV curta ou "germicida"


Proteção contra as radiações solares - Raios UV

Índice UV (IUV) - é uma medida dos níveis da


radiação solar ultravioleta que efetivamente
contribui para a formação de uma queimadura
na pele humana (eritema), sendo que a sua
formação depende dos tipos de pele (I, II, III, IV)
e do tempo máximo de exposição solar com a
pele desprotegida.
Proteção contra as radiações solares - Raios UV

Fatores de Proteção Solar recomendados


As crianças
e os idosos
são os mais
vulneráveis

Nas crianças a pupila está mais dilatada e o olho possui menos


pigmento, sendo mais sensível aos raios UV
• Nas crianças menores de 1 ano - 90% dos raios UV A e 50% dos UV
B, que chegam ao olho, atingem a retina.
• Nas de 12 e 13 anos - 60% de UV A e 25% de UV B chegam ao olho,
atingem a retina.
• Nos adultos acima de 25 anos, a quantidade de luz ultravioleta que
atinge a retina diminui consideravelmente.
Recomendações da DGS
Terminações nervosas/receptores
sensoriais

As terminações nervosas existentes na pele captam o


ambiente em que estamos inserido.
Manifestam-se através de dores, tato, pressão.
Função termorreguladora

Conjunto de mecanismos que permitem estabilizar


a temperatura do corpo, contra o calor ou contra o
frio.
• Se a temperatura do corpo diminui é porque
houve uma vasoconstrição que ativa os
mecanismos de termogénese que gera calor.
• Se a temperatura aumenta, há uma
vasodilatação que ativa o suor.
Função metabólica
• Síntese de vitamina D, uma vez que tal vitamina é
muito importante para que a absorção do cálcio seja
feita por meio da alimentação.
• Reservatório energético - hipoderme (tecido adiposo)
tem a principal reserva de energia do organismo. Cada
grama de gordura produz 9 kcal.
O envelhecimento
da pele
O envelhecimento da pele
A.Alterações na estrutura da pele e alterações na capacidade funcional da pele

A diminuição de espessura da epiderme e derme e a diminuição da


gordura subcutânea manifesta-se fisicamente em rugas..

O envelhecimento cutâneo divide-se em:


1. Intrínseco ou cronológico – É
caracterizado por atrofia da pele,
traduzindo-se em rugas finas

2. Extrínseco ou fotoenvelhecimento -
Estas caracterizam-se por serem
profundas. Cerca de 85% das rugas na
pele envelhecida deve-se ao
envelhecimento extrínseco
O envelhecimento da pele
O envelhecimento da pele
A.Alterações na estrutura da pele e alterações na capacidade funcional da pele
Com o avançar da idade ocorre:
• diminuição da espessura epiderme-
derme;
• redução da elasticidade e
• Diminuição da secreção pelas
glândulas sebáceas;
• resposta imunológica
comprometida;
• decréscimo do número de glândulas
sudoríparas;
• diminuição da rede vascular com
fragilidade dos vasos sanguíneos.
Pele muito fina e frágil
O envelhecimento da pele
B.Implicações da pele fina para a prestação de cuidados
de saúde.
2.1. A higiene e conforto (gestão de fatores internos, externos de conforto/desconforto)

Fatores mais comuns que podem comprometer a integridade da


pele:
• Traumatismo. Por ex. ao bater nas grades da cama, cadeira de
rodas, mobiliário ou outros equipamentos;
• Nas transferência da cama ou cadeira, se não houver o devido
cuidado;
• Quedas
• Durante os cuidados de higiene, e ao vestir e despir a roupa;
• Imobilizações (membros superiores e inferiores);
• Remoção de pensos ou de outro material adesivo;
• Entre outros
Evidencia-se a necessidade de cuidados específicos para a pele do
idoso que atendam às alterações do sistema tegumentar.
A senescência - processo natural e
progressivo de degeneração do ser humano Centrómero

e perda da funcionalidade corporal.

Constitui no envelhecimento biológico e


gradual a nível celular, tecidual e orgânico
de todo ser vivo.
Afeta o DNA, modifica as informações
genéticas e provoca uma desorganização
das células.

As células tornam-se incapazes de se dividir


normalmente.

Inicia-se a fase em que os telómeros (parte


terminal dos cromossomas) sofrem
desgaste e reduzem seu tamanho, fazendo
com que a célula perca as suas
características.
CARIÓTIPO HUMANO
O envelhecimento da pele
C. A integridade cutânea, o compromisso da integridade cutânea e as implicações
para a saúde e qualidade de vida do indivíduo

Simples atos permitem manter a integridade cutânea do doente,


sendo que destes destacam-se os seguintes:
•Cumprir os princípios de transferências e mobilizações dos
doentes, minimizando as forças de fricção e torção;
•Evitar os cuidados de higiene por rotina. Para grupos de risco é
recomendável o banho apenas a cada 2 dias;
•Lavar a pele com água morna e sabão com pH ácido;
•Evitar a fricção, como modo de secagem da pele;
•Não massajar a pele com risco de quebra cutânea;

Evidencia-se a necessidade de cuidados específicos para a pele do


idoso que atendam às alterações do sistema tegumentar.
Cuidados a ter para
manutenção da integridade
cutânea
Evidencia-se a necessidade
de cuidados específicos para
a pele do idoso que
atendam às alterações do
sistema tegumentar.
O envelhecimento da pele
C. A integridade cutânea, o compromisso da integridade cutânea e as implicações
para a saúde e qualidade de vida do indivíduo

•Utilizar produtos hipoalergénicos, para lubrificação da pele, pelo


menos 2 vezes por dia. Aplicar depois do banho com o corpo ainda
húmido, mas não molhado;
•Manter as unhas cortadas;
•Promover um ambiente seguro, e remover prováveis causas de
trauma;
•Acolchoar equipamentos que possam causar trauma;
•Evitar produtos adesivos
• Se utilizar pensos secundários, dar preferência a não aderentes ou
com silicone

Evidencia-se a necessidade de cuidados específicos para a pele do


idoso que atendam às alterações do sistema tegumentar.
Cuidados a ter para manutenção da integridade
cutânea
a. Cuidados de higiene e conforto

Objetivo do Banho

 Proporcionar higiene e conforto;

 Estimular a circulação, a respiração da pele e o


exercício;

 Manter a integridade da pele;

 Fazer a observação física da pessoa;

 Favorecer / estimular a independência da pessoa.


Cuidados a ter para manutenção da integridade
cutânea
a. Cuidados de higiene e conforto
Cuidados a ter para manutenção da integridade
a. Cuidados de higiene e conforto cutânea

Tipos de banho:
• Banho de chuveiro;
• Banho na banheira (de
emersão);
• Banho na cama
Cuidados a ter para manutenção da integridade
a. Cuidados de higiene e conforto cutânea

O banho de chuveiro pode ser


feito com a pessoa sentada
numa cadeira de plástico com
apoio lateral colocada sobre
tapete antiderrapante, ou em
cadeiras próprias para banhos.

Apresentar a cadeira de banhos


do laboratório de simulação
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
Cuidados Básicos
• Verificar as indicações e precauções específicas em relação ao
movimento e posicionamento;
• Verificar entubações e localização dos cateteres e sondas (soros, algálias);
• Avaliar a necessidade do banho.
Ter sempre à mão:

• Material para a higiene genital: gel de banho, gazes ou esponja, urinol ou


arrastadeira
• Saco plástico para roupa suja;
• Roupa limpa para o idoso, e fralda, caso seja necessário;
Cuidados a ter para manutenção da integridade
Procedimento para dar banho na cama cutânea
a. Cuidados de higiene e conforto

Princípios básicos

• Organizar o material
• Ajustar a altura da cama - Diminui a tensão sobre os músculos do
dorso do prestador de cuidados (HST)
• Lavar as mãos - Diminui a transmissão de microrganismos
• Calçar as luvas
• Posicionar a pessoa em decúbito dorsal

• Manter a pessoa confortável durante o banho


Cuidados a ter para manutenção da integridade
a. Cuidados de higiene e conforto cutânea
Material para o banho:
• Roupa de cama
• Roupa da pessoa
• Toalhas de banho
• Esponjas de banho
• Bacia com água
• Material de higiene oral
• Sabão ou sabonete
• Escova de cabelo
• Luvas
• Desodorizante
• Creme hidratante
• Fralda descartável
(se necessário)
• Saco de sujos
• Saco para a roupa suja
• Tesoura
• Avental plástico
Cuidados a ter para manutenção da integridade
Procedimento para dar banho na cama
1. Mover a pessoa na direção do prestador de cuidados cutânea
2. Soltar a roupa de cima da cama, nos pés e retirar a colcha e os
cobertores
3. Despir a pessoa
4. Colocar um lençol de banho sobre o corpo despido
5. Colocar uma toalha longitudinalmente sob os membros superiores a
lavar
6. Lavagem da cabeça e cara
7. Lavar/secar os membros superiores
8. Lavar/secar as mãos
9. Desdobrar o lençol de banhoaté ao umbigo
10. Lavar/secar o pescoço, o tórax e o abdómen
11. Colocar a toalha longitudinalmente debaixo dos membros inferiores a
lavar
12. Lavar/secar pés
13. Lavar/secar genitais
14. Posicionar a pessoa em decúbito lateral
15. Lavar/secar o dorso, a região nadegueira e perianal, do pescoço para as
nádegas
16. Retirar as luvas
17. Mudar a roupa da cama
18. Aplicar loção hidratante e vestir a pessoa…
Cuidados a ter para manutenção da integridade
Procedimento para dar banho na cama cutânea
1.Mover a pessoa na direção do prestador de cuidados
• Auxilia o profissional a ter acesso à pessoa
• O profissional ao não curvar-se sobre a cama está a reduzir a
tensão sobre os músculos do dorso
2.Soltar a roupa de cima da cama, nos pés e retirar a coberta
e os cobertores
• A remoção da roupa evita que esta se suje ou molhe
• Facilita a intervenção do profissional
• Usa-se o lençol de cima para cobrir a pessoa caso não haja toalha de banho
3.Despir a pessoa
• Se a pessoa tiver pijama vestido, despir em primeiro lugar
a parte superior do corpo
4.Colocar um lençol de banho sobre o corpo despido

5.Colocar uma toalha longitudinalmente sob o membro a lavar,


bem acima sob a axila
• Garante que a base da cama se mantenha seca
• Iniciar a lavagem pelo lado mais afastado evitando tocar a área limpa
Cuidados a ter para manutenção da integridade
Procedimento para dar banho na cama cutânea
6.Lavar/secar os membros superiores
• Lavar com água e sabão
• O sabão facilita a remoção de resíduos e bactérias
• Fazer movimentos longos e firmes da parte distal para a proximal, na
direção do ombro
• Os movimentos firmes e longos estimulam a circulação
• Levantar a apoiar o braço acima da cabeça enquanto lava cuidadosamente
a axila
• Secar cuidadosamente e com especial cuidado a axila. O excesso de
humidade causa maceração da pele
7.Lavar/secar as mãos
8.Colocar toalha sobre o tórax, desdobrando-a em simultâneo
com o lençol até ao umbigo
• Evita a exposição desnecessária
• Proporciona calor e mantém o lençol seco
Cuidados a ter para manutenção da integridade
Procedimento para dar banho na cama cutânea
9.Lavar/secar o pescoço, o tórax e o abdómen
• Levantar a toalha ligeiramente
• Manter o tórax da pessoa coberto entre os períodos
de lavagem
• Dar especial atenção à zona infra-mamária na
mulher
• Secreções e sujidade acumulam-se facilmente nas
áreas de pregas cutâneas
• Secar bem – a humidade causa maceração
10.Colocar a toalha longitudinalmente debaixo do
membro inferior a lavar
• Garante que a base da cama se mantenha seca
• Evita a exposição desnecessária
• Verificar se o períneo está coberto
• Iniciar a lavagem do lado mais afastado
• Ao lavar usar movimentos longos e firmes
• Estimula a circulação
Cuidados a ter para manutenção da integridade
Procedimento para dar banho na cama cutânea
11.Lavar/secar pés
• Colocar a bacia na cama sobre a toalha, elevar o pé e colocá-lo na bacia
• O pé pode ficar imerso durante algum tempo para amaciar calosidades e
pele
• Secar o pé com especial atenção entre os espaços interdigitais
• Impede o crescimento de fungos e Evita a maceração da pele
12.Lavar/secar genitais
13.Posicionar a pessoa em decúbito lateral

• Colocar toalha longitudinalmente, dobrando o lençol até às coxas


• Evitar a exposição desnecessária e manter o calor
14.Lavar/secar o dorso, região nadegueira e perianal, do pescoço para as
nádegas
• Movimentos longos e firmes
• No sentido da parte limpa para a mais suja
• Ter atenção às pregas cutâneas próximas às nádegas e ânus
Cuidados a ter para manutenção da integridade
Procedimento para dar banho na cama cutânea
15.Retirar as luvas
16.Mudar roupa da cama
• Base da cama
• Colocar roupa suja em saco próprio
• Manter a pessoa em decúbito lateral e se necessário colocar fralda
• Colocar pessoa em decúbito dorsal
17.Aplicar loção hidratante e vestir a pessoa…
• Se uma extremidade está lesada (p. ex. paralisia por AVC) b Vestir
primeiro o lado afetado
EPI necessários ao profissional de saúde:

 Luvas
 Máscara de
proteção respiratória
 Protetores faciais
ou óculos
 bata descartável de
mangas compridas
 avental descartável
 Touca
•A colocação e remoção do EPI

deve ser rigorosamente

cumprida.

•O EPI deve ser colocado

corretamente, pela ordem e

técnica descritas

•e sempre antes do contacto com

o doente (para que não sejam

necessários ajustes durante a

prestação de cuidados, que

envolvem risco de contaminação

do profissional).
•Remoção do EPI A remoção cuidadosa
do EPI é muito importante na
prevenção da contaminação do
profissional. Deve ser efetuada de
acordo com as normas (Figura 3) e,
sempre que possível, sob a supervisão
de outro profissional. Durante a
manobra de remoção do EPI deve
existir um cuidado adicional para
evitar contaminação do próprio, dos
outros e do ambiente. Deve remover-
se em primeiro lugar o equipamento
mais contaminado. Todo o
equipamento retirado deverá ser
considerado resíduo hospitalar de
grupo IV e assim ser tratado.
Fazer a cama com o doente acamado
Técnicas de substituição de roupas de cama e
macas
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
b. Alimentação e hidratação: a importância de uma boa alimentação
e hidratação na manutenção da integridade cutânea
• Uma das funções da pele está relacionada com a
manutenção do equilíbrio com o meio externo, para
garantir a manutenção vital interna.
• A nutrição interna reflete-se no meio externo (pele).
• Para ter uma pele saudável, bem hidratada e nutrida, a
dieta deve ser equilibrada:
rica em fibras, cereais integrais e vegetais crus.
Também é necessário reduzir o consumo de doces
e gorduras.
 E o mais importante: tomar muita água para
hidratar a pele de dentro para fora.
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
b. Alimentação e hidratação: a importância de uma boa alimentação
e hidratação
A alimentação tem papel fundamental, pois fornece
substâncias necessárias às células. A falta de certos nutrientes
pode acarretar problemas cutâneos.
 Vitamina C - síntese de colagénio
 vitamina A, Vitaminas do complexo B e zinco melhoram o
aspeto da pele e dão integridade ao epitélio.
 Fontes de carotenóides (vegetais alaranjados) -
hidratam a pele, deixando-a macia, combatem
radicais livres e protegem-na contra os raios solares.
 Outros nutrientes importantes são o ômega-3 e a vitamina
E, por terem funções anti-inflamatórias e impedirem a
peroxidação dos lipídos (ação dos radicais livres sobre os lipídios).
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
C. A mobilidade e alternância de posicionamentos

• É fundamental que o profissional de saúde tenha atenção


redobrada com a pele da pessoa cuidada, quando realiza
alternância de posicionamentos ou promove a
mobilidade.
• Para que haja um correto posicionamento, existem
determinadas técnicas de posicionamento dos doentes:
Evitar arrastar o doente –levantar!
Distribuir o peso do doente no colchão, evitando zonas
de pressão.
Colocar o doente em posições “naturais”. (respeitando
o alinhamento corporal).
Reposicionar doentes em intervalos de 2 a 3 horas
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
C. A mobilidade e alternância de posicionamentos

Decúbito dorsal

posicionamentos

Decúbito ventral

Decúbito lateral (direito ou esquerdo)


Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
C. A mobilidade e alternância de posicionamentos

Posicionamentos - Cuidados a ter na prevenção do pé equino

Associada a repouso prolongado na cama sem o


alinhamento adequado e sujeito à pressão sobre o pé de
roupa de cama pesada
Consiste numa flexão plantar do
pé, arqueamento da articulação do
tornozelo na direção do solo, pé
descaído, arqueando-o e
impedindo-o de tocar no chão na
tentativa da marcha; marcha sobre
os dedos do pé (o pé não pode ser
mantido na posição normal nem
em dorsiflexão)
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
D. O vestuário: a utilização do vestuário adequado
• O vestuário a utilizar em doentes dependentes,
especialmente em doentes acamados, deve ter
como princípio a não formação de zonas de
pressão excessiva nem “vincos” .
• Aconselha-se ainda o corte da parte posterior
da roupa do
doente acamado para que permita um contacto
apenas com os lençóis e resguardos da cama.
• A roupa deve ser preferencialmente de algodão
(evita a transpiração e a irritação da pele) e
tecidos maleáveis (especialmente importante
para doentes acamados com alterações da
mobilidade ou paralisias).
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
E. A manutenção de um ambiente seguro: redução de risco de queda
e de acidentes

As quedas são uns dos principais problemas que as


instituições de saúde e os familiares, em casa, têm com os
idosos.
A dificuldade em prevenir as quedas em pessoas com
características especiais tanto pela sua debilidade física
como mental aumenta a problemática.
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
E. A manutenção de um ambiente seguro: redução de risco de queda
e de acidentes
Fatores de risco

 Fraqueza muscular
 Problemas de equilíbrio
 Problemas visuais
 Necessidade de urinar frequentemente
 Movimentos e reflexos mais lentos
 Andar cambaleante
 Calçado mal ajustado
 Roupas inadequadas (p.ex. camisas de dormir)
 Má utilização de cadeiras de rodas de andarilhos
 Manobras para chamar a atenção
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
E. A manutenção de um ambiente seguro: redução de risco de queda
e de acidentes
Causas

 Alterações da visão
 Alterações da audição
 Alterações nas articulações
 Alterações na tensão arterial
 Efeito de medicamentos
 Ambiente desconhecido
 Pavimento e calçado
 Mobiliário e escadas
Cuidados a ter para manutenção da integridade cutânea
E. A manutenção de um ambiente seguro: redução de risco de queda
e de acidentes
Prevenção
 Prática de exercício
 Vigilância da medicação para evitar erros e possíveis excessos
 Sapatos bem ajustados e antiderrapantes
 Evitar o uso de chinelos
 Não usar camisas de noite nem robes compridos
 Cobertores e colchas não devem ser compridos
 Limpar o chão caso haja algum derrame e não permitir que o idoso
ande sobre superfícies húmidas
 Usar tapetes que cubram o chão todo ou com antiderrapante
 Mobília sem rodas e sem arestas aguçadas
 Camas e sofás não muito altos
 Todas as cadeiras com apoio de braços
 Interruptores acessíveis
 Usar barras de apoio junto a sanitas e banheiras
 Usar tapete antiderrapante na banheira
Fatores de risco para o
aparecimento de feridas e
úlceras de pressão
Úlceras de pressão ou
escaras

São áreas de necrose e ulceração, nas quais os tecidos são


comprimidos entre as proeminências ósseas e superfícies duras.
São causadas pela pressão em combinação com o atrito, forças de
cisalhamento e humidade
Úlceras de pressão ou
“As Úlceras escaras
de Pressão são áreas da
superfície corporal localizadas que sofreram
exposição prolongada a pressões elevadas,
fricção ou estiramento, de modo a impedir a
circulação local, com consequente destruição
e/ou necrose tecidular.” (DGS, 2007).
Úlceras de pressão ou
escaras
Úlceras de pressão ou
escaras Grau II
Grau I
A derme, epiderme ou
Presença de eritema cutâneo que não
ambas estão destruídas.
desaparece ao fim de 15 min de alívio da
Podem observar-se flictenas
pressão. Apesar da integridade cutânea, já
e escoriações.
não está presente
resposta capilar

Grau III
Ausência da pele,
com lesão ou Grau IV
necrose do tecido Ausência total da pele com necrose
subcutâneo, sem do tecido subcutâneo ou lesão do
atingir a fáscia músculo, osso ou estruturas de
muscular. suporte (tendão, cápsula articular,
etc.).
Úlceras de pressão ou
escaras
Úlceras de pressão ou
escaras
Fatores de risco para o aparecimento de feridas e úlceras
Os principais fatores de risco para o aparecimento de
feridas e úlceras de pressão são os seguintes:
Intensidade da pressão: Quanto maior é intensidade da
pressão, maior é o risco
de desenvolver úlcera
Duração da pressão: Quanto mais tempo durar a pressão,
maior é o risco de úlcera
Tolerância dos tecidos para suportarem a pressão:
Quanto menor for a
tolerância da pele para suportar a pressão maior é o risco
de úlcera
Humidade da pele: Quanto mais húmida for a pele maior
é o risco de úlcera
Fatores de risco para o aparecimento de feridas e úlceras
Os principais fatores de risco para o aparecimento de feridas e
úlceras de pressão são os seguintes:
 Perda de sensibilidade: Quanto menor for a sensibilidade maior
é o risco de úlcera
 Diminuição da força muscular: Quanto menor for a força
muscular maior é o risco de Úlcera
 Diminuição da mobilidade: Quanto menor for a mobilidade
maior é o risco de úlcera.
 Incontinência: A presença de incontinência (urinária e fecal)
aumenta o risco de
 úlcera
 Hipertermia: Aumenta o risco de úlcera
 Anemia: Aumenta o risco de úlcera
 Desnutrição proteica: Aumenta o risco de úlcera
 Tabagismo: Aumenta o risco de úlcera
 Idade avançada: Aumenta o risco de úlcera
Feridas agudas e feridas
crónicas: conceitos
Feridas agudas e feridas crónicas: conceitos
Ferida aguda: podem ser traumáticas ou cirúrgicas e
“geralmente” cicatrizam por 1ª intenção (Ocorre quando há união
imediata das bordas da ferida, evolução asséptica e cicatriz linear. As condições requeridas são
a coaptação das bordas e dos planos anatômicos. Evolui em 4 a 10 dias)

Ferida crónica: demoram mais tempo do que o esperado e


geralmente estão associadas a problemas como diabetes
e/ou insuficiência venosa, etc. Cicatrizam por 2ª intenção (As
bordas da ferida não contatam entre si, por perda tecidual excessiva. O espaço é preenchido
por tecido de granulação, cuja superfície posteriormente irá reepitalizar. Pode durar dias a
meses).

São exemplos de feridas crónicas


• as úlceras de pressão • feridas infetadas,
• feridas do pé diabético, • queimaduras 4º grau,
• feridas neoplásicas, • entre outros.
Fisiologia da cicatrização
Fisiologia da cicatrização
Fisiologia da cicatrização

são
Hemostase é o conjunto de mecanismos que o organismo emprega para inibir a hemorragia

Produção de tecido fibroso

Revestimento de um superfície por epitélio


Fisiologia da cicatrização
Factores locais - São os fatores ligados à ferida, que
podem interferir no processo de cicatrização, tais
como:

 a dimensão e profundidade da lesão,


 grau de contaminação,
 presença de secreções,
 hematoma (acúmulo de sangue num órgão ou tecido)
 corpos estranhos,
 necrose tecidular
 infeção local
Fisiologia da cicatrização
Factores sistémicos - São fatores relacionados com o doente.

1- Faixa etária: A idade avançada diminui a resposta


inflamatória.

2- Estado Nutricional: interfere em todas as fases da


cicatrização.
A hipoproteinemia (considerável diminuição na quantidade
de proteína sanguínea, tanto do sangue completo como
do plasma sanguíneo ) diminui a:
- resposta imunológica,
- síntese de colagénio
- função fagocitica.
Fisiologia da cicatrização
Factores sistémicos - São fatores relacionados com o doente.

3- Doenças Crónicas: Enfermidades metabólicas (processos


metabólicos normais do corpo são alterados por reações
químicas anormais ) sistémicas (doenças que afetam uma série
de órgãos ou tecidos ou que afetam o corpo humano como um
todo) podem interferir no processo de cicatrização.
4- Terapia Medicamentosa Associada: pode interferir no
processo cicatricial, como, por exemplo:
- anti-inflamatórios,
- antibióticos,
- esteróides (hormonas produzidas pelas glândulas supra-renais e os seus equivalentes
sintéticos (medicamentos), anti-inflamatórios)
- agentes quimioterápicos (utilizados no tratamento do cancro).
Fisiologia da cicatrização

FERIDAS
O âmbito de intervenção do/a
Auxiliar de Saúde
O âmbito de intervenção do/a Auxiliar de Saúde
• Sob a supervisão direta de um profissional de saúde, o Técnico
Auxiliar de Saúde deve promover boas práticas de prestação de
cuidados de saúde e auxilio ao enfermeiro na realização de
tratamentos a feridas ao doente.

• O Técnico Auxiliar de saúde pode executar sozinho tarefas de


hidratação, massagem e limpeza da pele do doente. Por outro
lado, deve ainda, através dos conhecimentos adquiridos estar
alerta para situações de risco ou presença de ferida ou úlcera de
pressão, avisando o enfermeiro da situação.

• Deve, ao realizar prestação de cuidados ao doente, ter em


atenção a não conspurcação dos pensos e eventualmente ou
consequentemente da ferida, bem como manter a zona do penso
limpa e seca.

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