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Jamilly Ferreira Manobras Abdominais

EXAME FÍSICO – MANOBRAS ABDOMINAIS

 Higienização das mãos;


 Explicar/pedir permissão ao paciente.

FÍGADO, VESÍCULA, PÂNCREAS

PERCUSSÃO – HEPATIMETRIA

 Linha hemiclavicular direita;


 Iniciando no segundo espaço intercostal
direito (aproximadamente na linha do
MÃO EM GARRA (TÉCNICA DO GANCHO)
mamilo), percutir em sentido caudal ao
longo da linha hemiclavicular direita até que  Posicionar-se à direita do paciente;
o som da percussão mude de claro pulmonar  Colocar as duas mãos lado a lado, sobre o
para maciço – borda superior hepática; lado direito do abdome, logo abaixo da
 Iniciando na crista ilíaca direita, percutir em borda da macicez hepática;
sentido cranial até que o som mude de  Pressionar com os dedos para dentro e para
timpânico para maciço – borda inferior cima;
hepática;  Solicitar que o paciente inspire
 Medir com a fita métrica a distância entre os 2 profundamente.
pontos.
 Fígado normal = 6-12cm;
 Hepatomegalia leve: 13-16cm;
 Hepatomegalia moderada: 16-19cm;
 Hepatomegalia acentuada: > 19cm.

SINAL DE MURPHY – COLECISTITE AGUDA


Procurar o PONTO CÍSTICO:

 Traçar uma linha imaginária da crista ilíaca


esquerda, passando pela cicatriz umbilical,
até chegar no rebordo costal;
PALPAÇÃO DA BORDA HEPÁTICA
 Traçar outra linha da região hemiclavicular
 Paciente em decúbito dorsal, posicionar-se à direita até haver encontro entre as duas
direita; (geralmente 2cm abaixo do rebordo costal
 Colocar a mão esquerda por baixo do direito).
paciente, paralela à 11ª e 12ª costela;
 Colocar a mão direita no lado direito do
abdome do paciente, com as pontas dos
dedos bem abaixo da borda inferior da
macicez hepática;
 Aplicar uma suave compressão para dentro
e para cima;
 Solicitar que o paciente inspire
profundamente;
 Busca-se sentir a borda do fígado.
 O sinal é positivo quando pedimos o paciente
para inspirar e fazemos uma palpação
superficial e na expiração aprofundamos a
palpação por deslizamento;

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 Pedimos ao paciente para inspirar  Paciente clínico agudo: indicativo de


novamente e com isso o paciente faz uma pancreatite necrohemorrágica;
parada brusca da inspiração;  Mulher jovem: indicativo de gravidez
 Indicativo de colecistite aguda (inflamação ectópica.
da vesícula).

SINAL DE JOBERT
SINAL DE GREY-TURNER
 Perda da macicez hepática à percussão;
 Aparecimento de hipertimpanismo na região  Equimose em região de flancos;
hepática;  Mesmas características do sinal de Cullen,
 Há gás interposto entre o fígado e a parede; porém não se enquadra em gravidez
 Indicativo de perfuração visceral e ectópica.
pneumoperitôneo.

SINAL DE COURVOISIER PESQUISA DO REFLUXO HEPATOJUGULAR

 Presença de icterícia e vesícula biliar  Paciente em decúbito dorsal, cabeceira a


distendida, sem a presença de dor; 45º;
 Indicativo de câncer de pâncreas.  O paciente deve ficar com a cabeça voltada
para o lado esquerdo;
 Faz-se uma compressão firme e contínua da
superfície hepática;
 Ocorre turgência e engurgitamento da veia
jugular externa direita;
 Cardiopatia (IVD).

Região cervical:

 Turgência jugular;
 Refluxo hepatojugular.
SINAL DE CULLEN
Ausculta pulmonar:
 Equimose periumbilical;
 Estertores em bases;
 Paciente traumático: indicativo de
 Diminuição de MV.
hemorragia retroperitoneal;

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 Dor intensa após descompressão brusca do


ponto de McBurney;
 Ocorre defesa e rigidez muscular.

RINS

SINAL DE GIORDANO

 Loja renal (T12), flancos;


 Faz-se uma punho-percussão ou golpe com A apendicite é 3x mais provável se houver dor à
a mão espalmada de média intensidade; palpação no ponto de McBurney;
 Dor aguda e referida como pontada;
 Indicativo de nefrolitíase ou pielonefrite
aguda.
SINAL DE ROVSING

 Palpação profunda, contínua e sentido


ascendente iniciando no QIE;
 O paciente refere dor no QID causada por
aumento da pressão no cólon e distensão
gasosa;
 A dor é referida no ceco, onde se localiza o
apêndice.

APENDICITE
CLÍNICA – TRÍADE DE MURPHY

 Dor abdominal, que começa no epigástrio e


transcorre até a fossa ilíaca direita;
 Febre;
 Náuseas e vômitos.

 A dor da apendicite classicamente começa perto do SINAL DO PSOAS


umbigo e, em seguida, migra para o QID.
Psoas:
SINAL DE BLUMBERG
 Origem: processo transverso das vertebras
 Paciente em decúbito dorsal; lombares;
 Localizar o PONTO DE MCBURNEY:  Inserção: trocanter menor do fêmur.
localizado a 5cm da espinha ilíaca antero-
DECÚBITO LATERAL ESQUERDO
superior direita, em uma linha imaginária até
a cicatriz umbilical (1/3 até o umbigo).  Estender a perna direita do paciente na
altura do quadril;
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 Paciente refere dor quando é feita uma


extensão forçada da coxa por inflamação do
psoas e irradiando para hipogástrico.

A apendicite é 2x mais provável quando existe dor


à palpação do QID, sinal de Rovsing e sinal do
psoas.

DECÚBITO DORSAL

 Colocar a mão logo acima do joelho direito BAÇO


do paciente;
 Pedir que ele eleve essa coxa contra sua  Região examinada: QSE;
mão;  O baço só é palpável em esplenomegalia
 A intensificação da dor abdominal provocada (>2 vezes o tamanho normal);
pela manobra constitui sinal do psoas positivo,  Seu crescimento é em sentido FID (anterior,
sugestivo de irritação do músculo psoas por inferior e medialmente);
um apêndice inflamado.  Manobras iguais às do fígado;
 Grandes esplenomegalias são vistas à
inspeção causando abaulamento do flanco
esquerdo;
 Diagnósticos diferenciais: neoplasia renal,
rins policísticos, neoplasia de cólon.

PERCUSSÃO – SINAL DE TRAUBE

 Percutir o ESPAÇO DE TRAUBE:


 Superior: 6ª costela esquerda;
SINAL DO OBTURADOR  Lateral: linha axilar anterior esquerda;
 Inferior: rebordo costal esquerdo.
Obturador:

 Origem: face interna da membrana


obturatória;
 Inserção: trocanter maior do fêmur.

 Flexionar a coxa direita do paciente na


altura do quadril, com os joelhos dobrados;
 Efetuar rotação interna da perna na altura
do quadril. Essa manobra estira o músculo
obturados interno;  Normal: som timpânico;
 O paciente irá referir dor em região  Esplenomegalia: som maciço.
hipogástrica e fossa ilíaca direita,
significando inflamação do assoalho pélvico. PALPAÇÃO – POSIÇÃO DE SCHUSTER

 Paciente em decúbito lateral direito;


 Perna direita estendida;
 Coxa esquerda fletida a 90º do abdome;
 Mão direita junto ao corpo;
 Mão esquerda sobre a cabeça.

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PALPAÇÃO BIMANUAL DO BAÇO

 Paciente em decúbito dorsal;


 Examinador à direita do paciente;
 Posicionar a mão esquerda na região
lombar esquerda do paciente, de modo a
promover um rechaço do baço para a frente,
em direção à parede abdominal;
 Com a mão direita, palpar da crista ilíaca
esquerda até o rebordo costal esquerdo
em busca do baço.

MANOBRA DE MATHIEU-CARDARELLI (MÃO


EM GARRA)

 Examinador à esquerda do paciente;


 A mão direita deve ser posicionada “em
garra”, próximo ao rebordo costal
esquerdo;
ASCITE
 A cada inspiração, procura-se sentir a borda
inferior do baço pelas polpas digitais, quando  Abdome proeminente com flancos abaulados
o baço estiver aumentado. sugere ascite (complicação mais comum da
cirrose);
 Disposição do líquido segundo à gravidade.

MANOBRA DE LEMOS TORRES

 Examinador à frente do paciente;


Inicialmente avaliar:
 Colocar a mão esquerda abaixo do rebordo
costal esquerdo posterior e a mão direita  Circulação colateral – tipo cava x tipo porta.
abaixo do rebordo costal esquerdo
anterior;
 Usar a mão esquerda para tracionar o
flanco em sua direção, enquanto tenta palpar
o baço com a mão direita.

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 Telangiectasias.  Paciente com ascite, quando em decúbito


dorsal, apresenta uma distribuição lateral do
líquido – maior nos flancos do que na região
central;
 Com o paciente em decúbito dorsal, percutir
a linha média (o som será timpânico) e os
flancos (o som se torna submaciço ou
maciço);
 Com o paciente em decúbito lateral, com a
mão sobre a cabeça, percutir o flanco – o
 Edema periférico. som que era maciço é substituído por um
som timpânico (o líquido escorre para o
flanco contralateral).

 Cicatriz umbilical plana ou evertida.

SEMICÍRCULOS DE SKODA
Ascite de pequeno a moderado volume.

 Paciente em decúbito dorsal;


 Percussão da linha média de cima pra
baixo;
SINAL DE PIPAROTE  Observa-se a transição do som timpânico
para maciço ou submaciço, que é dado nas
Exame positivo para ascites volumosas. periferias em formato de círculos.

 Paciente em decúbito dorsal;


 Colocar a mão em um dos flancos;
 Com o dedo médio do outro lado dar um
“peteleco”;
 Esse movimento fará com que o líquido
ascético se mova e será sentido com as
polpas digitais (onda líquida).

SINAL DA POÇA
Ascites de pequeno volume.

 Paciente em decúbito dorsal;


 Percussão da região periumbilical com
timpanismo;
 Com o paciente debruçado sobre a mesa, a
SINAL DA MACICEZ MÓVEL percussão passa a ter som maciço ou
submaciço.
Ascite de pequeno a moderado volume.

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SINAL DO RECHAÇO

 Não identifica necessariamente a presença de


ascite;
 Identifica órgãos sólidos aumentados no
abdome ascítico;
 Comprimir com firmeza a parede
abdominal e, com a face central dos dedos,
provocar impulso rápido na parede (sem
tirar a mão);
 Se o examinador perceber uma pressão em
sua mão provocada pelo impulso, é
indicativo de um órgão sólido no meio
líquido.

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