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Acidente Vascular

INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Encefálico é o termo para um grupo de


doenças que apresentam geralmente início abrupto e provocam
danos neurológicos.

85% São causados pelo início


súbito de inadequação de
fluxo sanguíneo em alguma
parte ou em todo o cérebro
(AMAVC-Associação Mineira do AVC. 2018)
AVE ISQUÊMICO AVE HEMORRÁGICO
AVEi
AVEh

Fluxo sanguíneo insuficiente Sangramento cerebral

Multifocal, focal e difusa Hemorragia intracerebral


ou subaracnoidea
Principais causas: Também se difere em
trombose e embolia focal ou difusa
DISTRIBUIÇÃO

Estimativa anual do
percentual de AVE no
Brasil em 2020.

(DATASUS, Ministério da Saúde, 2008) (LOBO, Pedro. 2021)


Fatores de risco

Estresse Hipertensão Arterial

Tabagismo, excesso de
Diabetes Mellitus
álcool e outras drogas

Obesidade Dislipidemias

(DE SOUSA RODRIGUES, Matheus et al. 2017)


Fatores de risco

Familiar de primeiro grau


Idade maior que 55 anos que tenha tido o episódio de
AVE antes de 65 anos

Etnia negra Desordens de coagulação

Homens possuem 40%


Doenças cardiovasculares
maior incidência
(DE SOUSA RODRIGUES, Matheus et al. 2017)
Perda da função Cefaleia Alteração da visão,
sensitiva e/ou motora intensa tontura ou vertigem
em um lado do corpo súbita

Alteração da marcha Vômitos Fraqueza facial

(SCHMIDT, Michelle Hillig et al. 2019)


Anatomia do encéfalo
Art. cerebral
anterior
Art. comunicante
anterior
Art. cerebral
média

Art. cerebelar
superior

Art. comunicante
posterior
Artéria
basilar
Art. cerebral Para cada artéria de
Artéria posterior acometimento, há uma
vertebral manifestação clínica
ARTÉRIAS DA BASE
DO CRÂNIO específica

POLÍGONO DE WILLIS
(SILVA, Virna Ferreira et al. 2021)
Correlações clínicas
Déficit motor;
Déficit sensitivo;
Déficit motor (predomínio Sinais de frontalização
braquiofacial);
Déficit sensitivo;
Afasia

Alteração do campo
visual;
Rebaixa o nível de
consciência;
Déficit sensitivo

Déficit motor e sensitivo;


Rebaixa nível de consciência;
Alteração dos nervos cranianos
(MACHADO, Angelo B. 2007)
Diagnóstico
O AVE NÃO ESPERA!
Diagnóstico é clínico!!
01 Perda da função sensitiva e/ou
motora de um dos lados

Exames de imagem:
02 Importantes para diferenciação
entre AVEi e AVEh

03 Sintomas de evolução gradual

(NADRUZ JUNIOR, Wilson. 2009)


Tratamento
O tratamento é variável de acordo com o AVE.

Trombólise Trombectomia

Ativador do plasminogênio Procedimento cirúrgico;


tecidual recombinante Cateterismo

(TRIERS, Amanda Couto et al. 2018)


Complicações
Confusão Atelectasia

Problemas no Doença
sono tromboembólica

Depressão Sarcopenia

Disfunção na
Incontinência deglutição

(MELO, Lais Samara et al. 2016)


AVE: PARECE, MAS NÃO É?

Diagnósticos diferenciais

Deve-se distinguir de epilepsia, enxaqueca,


infecções sistêmicas, tumores cerebrais,
distúrbios tóxico-metabólicos (hiponatremia,
hipernatremia, hiperglicemia, hipoglicemia,
encefalopatia hepática e urêmica), hematoma
subdural crônico e encefalite herpética.

(MELO, Lais Samara et al. 2016)


(CAL, Henrique. 2016)
(CAL, Henrique. 2016)
Não vou confundir
isso com um AVE!
Hipo ou hiperglicemias: podem fazer verdadeiros
déficits neurológicos focais!
Tumores (meningioma), cefaleias e MAV (Malformação
Arterio-Venosa): pode ser de instalação lenta/gradual
(semanas) ou associado a hipertensão intracraniana.

Surtos de Esclerose Múltipla: paroxismos de


disartria ou espasmos podem ser 1º sintoma de
abertura do quadro, geralmente em pacientes jovens
e sem fatores de risco cardiovascular.
(COLELA, Ana Carolina Marques. 2016)
Não vou confundir
isso com um AVE!
Casos de sepse podem ser confundidos com o AVE
devido às alterações em nível de consciência, às
disfunções motoras e à redução da responsividade.

As sequelas neurológicas da COVID-19 ainda


são incertas, podendo, em alguns casos, acarretar
um diagnóstico não assertivo, sendo fundamental
um diagnóstico diferencial.
COVID-19 E AVE: UM PAPEL
CASUAL OU CAUSAL?

"COVID-19" AND "Brain stroke" AND "Coronavírus"


P
PMC ScienceDirect CAPES R
N = 21 N = 10 N = 12 I
Idiomas Inglês e Português 43 Periódicos originais e completos
S
M
PMC
N = 12
ScienceDirect
N= 06
CAPES
N= 04
A
Selecionados mediante leitura de títulos, a 22 Após análise de títulos, resumos e retirada de
partir de critérios de critérios de exclusão e duplicidades entre as bases de dados, houve a
relevância: texto completo com a abordagem seleção final para leitura minuciosa, com
da intercorrência do duplo acometimento N=5 vistas a correlacionar ou não as doenças:
COVID-19 e AVE COVID-19 e AVE.

PICO
PMC ScienceDirect CAPES
N= 01 N= 02 N= 02
VACINAÇÃO PARA COVID-19 E AVE:
HÁ ALGUMA RELAÇÃO?

Vacina para COVID-19: vilã ou heroína?


JRC, Sexo masculino, 36 anos.
Paciente testa positivo Paciente vai à UBS
para COVID-19 relatando cansaço

Paciente apresenta
episódio de AVEi
Paciente, JRC, 36 anos, residente de Sete Lagoas, comparece ao
atendimento em UBS, com a mãe, devido ao quadro de AVE recente (há
uma semana), com relato de cansaço mental e sonolência. Mãe alega que
filho apresenta dificuldades de mastigação e presença de sialorreia desde
o episódio de AVE.

Sonolência e cansaço podem ser devidos ao quadro de AVE?


Durante o episódio de AVE, paciente relata tontura com posterior perda
de consciência. Foi levado pela equipe do SAMU até o Hospital
Municipal de Sete Lagoas, onde recebeu os primeiros atendimentos.

O quadro apresentado trata-se de um AVE isquêmico


ou hemorrágico? Quais as principais condutas que
possivelmente foram realizadas no Hospital?
Paciente relata permanência durante três dias no Hospital para análise de
sequelas e de possíveis condutas médicas. No momento da alta foi
orientado a tomar as seguintes medicações: Losartana - 50mg (1-0-1),
Rosuvastatina - 20mg (1-0-0), Aspirina - 100mg (0-1-0) e Pantoprazol -
40mg (1-0-0).

Qual o intuito da prescrição dos medicamentos


relatados?

No momento da consulta na UBS paciente relata infecção pelo


novo coronavírus no dia 21\01, uma semana antes de apresentar
o episódio de AVE, e, também, se queixa de trabalho exaustivo,
com alta carga de pressão.

Qual a possível relação entre os quadros pregressos


apresentados e o episódio de AVE?
Ao exame físico, paciente apresenta paralisia facial unilateral (lado
direito) e redução de força muscular em membro inferior direito
durante execução de exames para análise de força muscular. Marcha,
fala e capacidade cognitiva se encontram preservadas.

De acordo com os sintomas apresentados pelo paciente,


podemos inferir que o AVE ocorreu em uma região superior ou
inferior à decussação das pirâmides?
Ainda durante a consulta, mãe de paciente refere
alimentação hipercalórica, com presença acentuada de
carboidratos. Paciente nega práticas diárias de
atividades físicas. Diurese, evacuações e ingesta
hídrica se encontram adequadas.

De acordo com o relato da mãe, qual a possível relação entre os


hábitos de vida do paciente e o quadro de AVE?
No momento da consulta paciente apresenta laudo tomográfico
referente ao episódio de AVE com a seguinte conclusão:
Presença de AVE lacunar em hemisfério cerebral esquerdo.

Qual a relação entre o diagnóstico apresentado


e o prognóstico\recuperação do paciente?
Paciente relata, também, no momento da anamnese, que havia
passado pela avaliação inicial da fisioterapeuta, a qual o
referenciou para APAE para acompanhamento e reabilitação
com neurologista, fonoaudiólogo e realização de fisioterapia.

Qual a importância de uma equipe multidisciplinar


para a conduta desse paciente?

NEUROLOGIA
Por fim, paciente foi orientado a manter medicação, iniciar
atividades físicas e melhorar alimentação, com introdução de frutas e
verduras. Além disso, o médico preceptor realizou prescrição de
fluoxetina para tratamento de ansiedade de paciente.

Como a fluoxetina pode interferir na


reabilitação deste paciente?
O paciente já chegou na UBS com o diagnóstico de AVE realiado
previamente. Foi feita a anamnese e foram passadas as orientações
gerais em relação à reabilitação, ao tratamento, etc.

Qual outro diagnóstico diferencial poderia ser pensado


para o paciente? Como direcionar essa conduta?
Kahho.it
https://play.kahoot.it/v2/lobby?quizId=5b59ff6d-a1b2-
448b-b268-be85a1d9b124
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. Disponível em http://www.datasus.gov.br
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente
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CAL, Henrique. AVC: parece, mas não é. Portal PEBMED. O maior portal de atualização em Medicina no Brasil. Disponível em: https://pebmed.com.br/avc-parece-mas-nao-e/?
utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext
COLELA, Ana Carolina Marques. Diagnóstico diferencial do avc (acidente vascular cerebral) pela propedêutica clínica. Portal PEBMED. 2016.
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KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. 1 v, .
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MACHADO, Angelo B. M.. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Atheneu Editora, 2007.
MELO, Lais Samara et al. Acidente vascular cerebral: achados clínicos e principais complicações. Revista de Atenção à Saúde, v. 14, n. 48, p. 48-53, 2016.
NADRUZ JUNIOR, Wilson. Diagnóstico e tratamento dos fatores de risco. ComCiência, n. 109, p. 0-0, 2009.
PERSCH, Gustavo Pereira et al. RELAÇÃO ENTRE TROMBOSE E VACINAS COVID-19-REVISÃO DA LITERATURA. Brasília Med, v. 58, p. 1-7, 2021.
RIZK, John G. et al. Clinical Characteristics and Pharmacological Management of COVID-19 Vaccine–Induced Immune Thrombotic Thrombocytopenia With Cerebral Venous
Sinus Thrombosis: A Review. JAMA cardiology, v. 6, n. 12, p. 1451-1460, 2021.
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TRIERS, Amanda Couto et al. Tratamento fisioterapêutico de pacientes com AVE. CIPEEX, v. 2, p. 1192-1192, 2018.
Ana Luiza Fonseca da Silva;
Arthur Barbosa Santos;
Clarissa Guimarães Aranha;
Lavínia Assis Pereira Gonçalves Paiva;
Paiva
Rita de Cássia Silva;
Mota
Thallía Vitória Oliveira Mota.

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