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Técnica Cirúrgica Aula 2 – Avaliação e cuidados pré-operatórios

Avaliação e Cuidados Pré-Operatórios


Cirurgia especial (medicações que só tem intra-hospitalar,
nutrição diferente, preparo intestinal).
PRINCÍPIOS

• Melhorar a qualidade de vida do indivíduo; EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS


• Aplicação de medidas preventivas;
• Risco baixo – alto;
• Necessário cuidados especiais em casos
especiais;
• Análise de fatores prós e contras.

FATORES PREDITIVOS DE RISCO

Cirurgias de maior porte: maior risco de sangramento, Protocolos: paciente com menos de 40 anos sem
maior resposta metabólica → pode ser gatilho pra nenhuma comorbidade comprovada não tem
processo fatal; necessidade de exame pré-operatório!
Emergência: não se sabe nada do caso, sem tempo pra
AVALIAÇÃO ANESTÉSICA PRÉ-OPERATÓRIA
exames;
• Identificação de comorbidades que influenciem
Nutrição inadequada: (exemplo – câncer) não há
o resultado;
substrato suficiente para gerar tecido novo;
• Identificação e compensação de doenças
Acamados: tendem a acumular mais líquido no pulmão; descompensadas;
TVP (trombose venosa profunda – deslocamento de • Pesquisa de preditores de cuidados
tromba pode causar embolia pulmonar, isquemias). especiais – via aérea difícil, dificuldades de
punção venosa periférica, antecedentes
PRÉ-OPERATÓRIO anestésicos;
• Classificação do ASA (American Society of
• Planejamento adequado;
Anesthesiologists).
• Procedimentos de pequeno porte – Day
hospital; De acordo com o grau de comorbidade e o grau de
• Internação no dia ou na véspera? possibilidade de morte durante/decorrente da
• Termos de consentimento; anestesia – classificação de ASA – verifica se vale a
• Avaliação dos exames; pena o risco de operar ou não.
• Protocolo de cirurgia segura;
• Avaliar necessidade de medidas prévias ao ato AVALIAÇÃO ANESTÉSICA – ASA
cirúrgico.

Planejar: como será a cirurgia? O que solicitar do


paciente antes e depois? Observar o que ele tem agora
e o que procurar depois da cirurgia;

Day hospital – não fica internado: diminuir mudança de


microbiota, risco de infecção, seletividade microbiana e
gastos para o sistema;
A partir dos 50 anos: muito ASA II – diabético,
Cirurgias eletivas – a tendência é a internação no dia hipertenso, asmático controlado; “ASA II E” = E indica
da cirurgia, a não ser que precise de algum preparo que está sendo operado em emergência → dobra o
risco.
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RISCO CARDIOLÓGICO – GOLDMAN isquemia crônica → dor → ansiedade – alta carga de


cortisol → dispara o coração.
Risco de sofrer um evento cardiológico durante a
cirurgia. HAS

• Prevalência aumentada com a idade;


• Maior disco de isquemia miocárdica.

Atenção:

• IECA – potencialização da hipotensão induzida


pelos anestésicos;
• Bloqueadores alfa-adrenérgicos – efeito
rebote importante;
• Betabloqueadores – bradicardia, hipotensão.

DIABATES (DM)

• Mortalidade aumentada em casos agudos;


• Maior risco de infecção da FO (ferida
operatória);
• Válido para cirurgias não cardiológicas.
• Dificuldades e atraso na cicatrização;
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO • Controle glicêmico à base de insulina
regular;
• Importante causa de morte pós-operatória; • Controle adequado do débito urinário;
• Risco aumentado se doenças pré-existentes; • Atenção com a hidratação do paciente.
• Normalmente ocorrem até o 3º DPO;
Dificuldade de cicatrização – microangiopatia: não
• Atenção redobrada a idosos e diabéticos –
“silenciosos”. chega nutriente e oxigênio para o tecido cicatrizar;

HGT: no pós-operatório, glicose pode ficar até 180;


passou de 200 tem que abaixar.

DOENÇAS PULMONARES

Aumentam com o decorrer da idade:

• Alterações da ventilação;
Idosos: terminações nervosas já não respondem bem
• Troca gasosa;
e o coração é mais fraco; diabéticos: vasculopatias;
• Força muscular torácica;
podem não apresentar o quadro típico, podem ter
• Mecanismos de defesa da árvore brônquica.
apenas uma queda abrupta da FC.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA

• Preditor de desfecho negativo;


• Tratamento com diuréticos e
vasodilatadores;
• Monitorização intensiva;
• Avaliação constante de débito urinário;
Alteração de ventilação: não chega oxigênio suficiente
• Atenção para hidratação intensiva – EDEMA;
→ dificuldade de cicatrização; força muscular torácica
• Analgesia otimizada.
alterada: precisa fazer mais força para respirar
Cardiopatas não toleram bem grandes volumes; (dificuldades, principalmente após o corte cirúrgico);
vasodilatadores para evitar infartos intra e pós- asma, DPOC, tabagistas – já não têm os mecanismos
operatórios; débito urinário – melhor medidor de de defesa (células ciliares, musculatura da traqueia
volemia; edemas: IC direita – anasarca; IC esquerda – prejudicados) – entope mais via aérea, infecções;
edema pulmonar; analgesia: perfusão inadequada →
Intubação prolongada, além de prejudicar as células
ciliares (quando existentes) pode causar
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traqueomalácia (flacidez na cartilagem traqueal), • Usa insulina NPH? – passa a usar metade da
pneumonias; dose no pré-operatório;
• Controle da glicemia = insulina x HGT.
HEPATOPATIAS
ANSIOLÍTICOS E CORTICOIDES
• Avaliar utilizando escores direcionados (Child-
Pugh / MELD); • Devem ser mantidos – benefícios
• Verificar a ocorrência de hipertensão portal comprovados.
associada;
Preparos pré-operatórios
• Necessidade de vitamina K (coagulação).
CÓLON (em desuso na maioria dos serviços)
Necessidade de proteínas (substrato para cicatrização,
reposição de tecidos) – produzidas no fígado; • Redução do volume e consistência do bolo
MELD: candidato ou não a transplante hepático; fecal;
• Esterilização ou diminuição da microbiota.
Child-Pugh: verificar fatores relacionados ao fígado –
índice de gravidade do paciente e sua sobrevida ao Consequências:
longo do tempo; classifica de acordo com “BEATA”: • Internação antecipada;
• Bilirrubina; • Depleção hidroeletrolítica importante; (diarreia
• Encefalopatia hepática; importante)
• Ascite; • Seleção de microbiota.
• Tempo de protrombina;
• Albumina. • Casos selecionados – NÃO realizar preparo.

Hipertensão portal – principais causas: cirrose hepática FEOCROMOCITOMA


e esquistossomose; maior sangramento;
• Preparar drogas vasoativas no intra-operatório.
PREPAROS ESPECIAIS Tumor de adrenal. Hiperprodução de hormônios
Jejum pré-operatório – quanto tempo? adrenais, geralmente leva à hipertensão; na hora que
retira o tumor e para de ter a descarga hormonal, a
• Sólidos e leite = 8 horas; pressão despenca e é necessário administrar droga
• Água e líquidos claros ricos em carboidratos = vasoativa e noradrenalina para evitar que o paciente
2 horas; choque.
• Obesos, grávidas ou DRGE = 8 horas;
• Urgência e emergência = estômago cheio. SÍNDROME DE CUSHING

Medicações no pré-operatório • Usar cetoconazol – bloqueia a citocromo p450


= bloqueio da síntese de glicocorticoides.

HIPERTIREOIDISMO

• Betabloqueadores, propiltiouracil.

Faz o betabloqueador para conseguir controlar a FC do


paciente, que já vai estar alta.

SÍNDROME DE ADDISON

• Alta dose de corticoide na véspera.

ESPLENECTOMIA ELETIVA

• Imunizar 2 semanas antes ou depois –


HIPOGLICEMIANTES ORAIS bactérias encapsuladas – risco de sepse;
• Se indicação por doença hemolítica =
• Suspender na véspera da cirurgia e substituir
colescistectomia.
por insulina regular ou NPH;

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