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EMERGÊNCIAS I
Aula 01: Atendimento inicial ao paciente grave
• Paciente crítico/grave é aquele que se encontra em risco iminente de perder a vida ou
função de órgão/sistema do corpo humano, em frágil condição clínica decorrente de
trauma ou outras condições relacionadas a processos que requeiram cuidado IMEDIATO
clínico, cirúrgico, GO ou em saúde mental.
• O atendimento na emergência deve SEMPRE hierarquizar o que mata mais rápido,
normalmente é focado na queixa principal = prioridade.
• Paciente normalmente descompensado/instável ou em risco de descompensar e/ou
deteriorar o quadro clínico.
• Ambiente de emergência idealmente deve ser equipado: possibilidade de ventilação
mecânica, carrinho para parada cardiorrespiratória...
• ABCDE → sempre olhar primeiro o que mata primeiro, SEMPRE devemos aplicar o ABCDE
para escolha de prioridade de atendimento e para fazer a primeira análise do paciente →
SEEMMMPREEEEEE.
• Qual dos dois pacientes abaixo você atenderia primeiro? O paciente que está com uma
PA de 200/100mmHg está em uma emergência hipertensiva, com seus sinais vitais fora
da normalidade, devendo ter prioridade no atendimento.
• Qual dos 3 pacientes você atenderia primeiro? O primeiro paciente está com dispneia,
saturando 80% e com uma FR 40 mpm, demonstrando uma alteração na letra “A” e “B”
→ não está fazendo trocas ventilatórias satisfatórias e precisa de intubação. O segundo
paciente está com alteração na letra “D”, sendo um paciente neurológico, com Glasgow
6, também com indicação de intubação. O paciente 3 está mais estável e não apresenta
risco de vida iminente, está com uma provável intoxicação por morfina, reversível com
antídoto.
Dessa forma, quem tem prioridade no atendimento é o paciente 1 → está
DESSATURANDO = HIPOXIA mata mais rápido!!!! (por isso está no “A”).
Larissa Corá, 86 Emergências I 2
Ou uso do fluxograma:
Larissa Corá, 86 Emergências I 4
Atendimento inicial:
• Início sempre com ABCDE: vias aéreas, respiração, circulação e neurológico. Anamnese
e exame físico direcionado em poucos minutos.
• MOV → Monitor- cardíaco, oximetria e pressão arterial. Suplementação de Oxigênio, se
necessário. Acesso Venoso calibroso.
• Exame físico mínimo em pacientes potencialmente graves:
• Sempre continuar a monitorar PA, FC, perfusão periférica, enchimento capilar → lembrar
que o primeiro sinal de má perfusão pode ser um arroxeamento de joelho → mottling
score (parâmetro de perfusão tecidual).
Síndromes:
MIOSE MIDRÍASE
Sedativo hipnótica/ opioide Simpatomimética
Colinérgica Anticolinérgica
Seratoninérgica
Tratamento:
• Descontaminação:
o Carvão ativado: recomendado em toda intoxicação causada por ingestão, sendo
mais efetivo nas primeiras 2h após a ingesta. Dose de 1g de carvão/kg de peso
(até 100g) diluídos em 10 mL de qualquer solução/ g de carvão. Podem ser
Larissa Corá, 86 Emergências I 8
COBRAS:
Grupos:
• Botrópico: jararaca
• Laquético: surucucu-pico-de-jaca
Fisiopatologia:
Diagnóstico:
• Botrópico: dor, eritema, edema → bolhas, necrose. DOEM muito mas não fazem
sintomas vagais.
• Crotálicos: paralisia flácida descendente, dor muscular generalizada, mioglobinúria.
PRESENÇA DE MIOTOXICIDADE.
• Laquéticos: dor local intensa, sangramento profuso, vômitos, diarreia, hipotensão,
bradicardia → sintomas vagais
• Elapídicos: paralisia flácida descendente, sem miotoxicidade (sem dor muscular).
Tratamento:
• Deve-se iniciar hidratação com soro fisiológico (SF) 0,9% aquecido, mantendo o paciente
hidratado, concomitantemente iniciar medidas preventivas para reação de
hipersensibilidade ao SAV em 15 a 30 min antes da soroterapia com:
• Após o preparo, inicial o SAV endovenoso, gota a gota, sem diluição, por 10 a 30 minutos,
mantendo disponível material para assistência ventilatória, oxigênio e adrenalina, caso
seja necessário.
ARANHAS: principais tipos são a aranha marrom (mais comum no Paraná), aranha
armadeira e viúva negra.
Aranha-marrom:
• 1 cm de corpo e 3 cm de envergadura.
• Hábitos noturnos.
• Locais quentes e secos.
• Pouco agressiva se não provocada.
• Fisiopatologia: reação inflamatória local, ativação e agregação plaquetária e hemólise
intravascular.
Formas:
• Cutânea (90% dos casos) com reação local com edema, eritema → bolhas hemorrágicas
→ necrose, com efeito gravitacional. Efeitos sistêmicos: febre, mal-estar, vômitos,
diarreia, mialgia, rash.
Larissa Corá, 86 Emergências I 12
Diagnóstico:
Classificação:
Tratamento:
• Sintomáticos.
• Corticoide (moderado/grave) com prednisona 40mg/dia para adultos ou 1mg/kg para
crianças por 5 dias. Em pacientes com evidência de hemólise utilizar por 7 a 10 dias.
• SALox/SAAr (moderado/grave), 5 ampolas EV sem diluição para a forma cutânea e 10
ampolas para a forma cutânea-visceral.
• Acompanhamento por 72 horas.
• Prognóstico bom na maioria dos casos!!
E sempre lembrar:
Epidemiologia:
Estado de choque:
• DO2 crítica: menor oferta de oxigênio que as células toleram até entrar em respiração
anaeróbia.
• Apesar das etiologias diferentes dos choques o que ocorre é a diminuição do DC com
aumento da RVS (com exceção choque distributivo) com queda da PAM → choque →
disfunção orgânica → falência de órgãos.
• Todos os tipos de choquem podem evoluir para vasodilatação periférica (semelhante ao
choque distributivo) em 24-48 horas por INFLAMAÇÃO.
o O que acontece? Independentemente da etiologia do choque, é iniciada uma
cascata inflamatória no organismo, e isso ocasiona LESÃO ENDOTELIAL. Com a
lesão endotelial ocorre vasodilatação periférica, semelhante ao que ocorre em um
choque distributivo. Por isso é tão importante o tratamento da causa do choque →
evitar a evolução da inflamação.
• Choque não é sinônimo de hipotensão. A PAM normal deve ser > 65 em geral, mas
devemos individualizar a análise, por exemplo em pacientes hipertensos com pressão
cotidiana de 180x120, ao chegar no OS em um estado de choque podem estar com
120x90 mmHg → é SIM HIPOTENSÃO, pois devemos comparar ao BASAL do paciente,
não aos valores de referência.
o Considera-se queda brusca de pressão com diminuição de 30mmHG na PAS basal,
por exemplo para o paciente acima seria aceitável uma PAS de até 150 mmHg
antes que dizer que o paciente está com hipotensão.
• Considerado estado de má perfusão orgânica: RNC, pele fria e pegajosa (avaliar
mottling score), oligúria, taquicardia, lactato elevado, pulsos finos e filiformes, TEC > 3s,
hipoxemia, cianose, icterícia, hipoalbuminemia, TAP alargado, relação creatinina/ureia
aumentada. → choque circulatório.
Larissa Corá, 86 Emergências I 15
Classificação:
CHOQUE HIPOVOLÊMICO:
As pressões venosas (PVC – pressão venosa central e POAP- pressão de oclusão da artéria
pulmonar) estão diminuídas =! (faz sentido porque tem pouco sangue, então a pressão
está baixa). Por exemplo a PVC, um sinal clínico de hipovolemia são as jugulares invisíveis
(por pouco volume), então faz sentido a pressão estar baixa.
CHOQUE OBSTRUTIVO:
• Ocorre por obstrução que NÃO é intrínseca ao coração, a obstrução está sempre fora do
coração → o choque obstrutivo resulta de uma obstrução ao fluxo no circuito
cardiovascular.
• Etiologias de TEP maciço, pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco,
pericardite, hipertensão pulmonar grave.
o Lembrar da tríade de Beck para tamponamento cardíaco: aumento da pressão
venosa (turgência jugular), hipotensão e hipofonese de B2. (cai na prova as vezes
a clínica e já te sugere pensar em choque obstrutivo)
• Sintomas incluem taquicardia, hipotensão arterial, sinais de obstrução mecânica
(dificuldade respiratória, dor torácica, distensão venosa).
As pressões venosas
estão aumentadas
porque como está
ocorrendo uma obstrução
extrínseca ao coração
PVC e POAP estão
aumentadas.
Obstrução = aumenta a
pressão.
CHOQUE CARDIOGÊNICO:
CHOQUE DISTRIBUTIVO:
• Pode ser de várias causas: séptico, anafilático, neurogênico, crise adrenal, drogas
vasodilatadoras e insuficiência hepática. Sendo que sua causa mais comum é a sepse.
• Sintomas incluem taquicardia, hipotensão arterial, vasodilatação periférica, aumento da
capacidade vascular, pele quente e ruborizada, respiração rápida e superficial,
hipotermia, alterações no estado mental.
• O mecanismo do choque distributivo é diferente das outras etiologias → ele é iniciado
com redução na RVS, ou seja, vasodilatação periférica.
PA= DC x RVS → com a redução da RVS ocorre o aumento compensatório do DC! É o único
tipo de choque em que ocorre aumento compensatório no DC.
DC = FC x VS → Alterações da permeabilidade capilar com consequente extravasamento de
líquido levam a um volume intravascular inadequado e à redução da pré-carga (é uma
hipovolemia relativa, o volume de sangue no corpo está normal, mas ele extravasou, ou
seja, diminui a quantidade de sangue nos vasos e com isso diminui a pré-carga). Com isso
o VS diminui, levando a um aumento compensatório da FC.
As pressões venosas estão normalmente REDUZIDAS.
DC RVS PVC
HIPOVOLÊMICO
OBSTRUTIVO
CARDIOGÊNICO
DISTRIBUTIVO
Larissa Corá, 86 Emergências I 19
CRISTALOIDES:
DROGAS VASOATIVAS:
MEDICAÇÃO DE ESCOLHA:
Inicia com NORADRENALINA: efeito alfa adrenérgico, com dose de 0,05 a 2mcg/kg/min.
Dopamina:
Adrenalina: efeito beta e alfa adrenérgico, inotrópico e cronotrópico, início 0,1 mcg/kg/min.
Aumenta o consumo de O2 no miocárdio e é muito arritmogênica e taquicardizante, deve ser
utilizada com cautela.
TRATAMENTOS ESPECÍFICOS:
Classificação:
Diagnóstico:
Abordagem:
• Investigação de fator precipitante! Pode ser uma causa simples, por exemplo a família
não trouxe os óculos ou o aparelho auditivo do paciente para o hospital.
• Medidas não farmacológicas: presença de acompanhantes, enfoque na orientação
espaço-tempo → se possível devemos indicar o horário para os pacientes, deixando-os
informados de que dia estamos, que horário do dia é e onde ele está (dar acesso a
calendários e relógios).
• O paciente deve ser mantido em um ambiente com poucos estímulos sensoriais, evitando
claridade ou escuridão excessivas, barulhos.
• O paciente deve ter claramente a identificação dos membros da equipe.
• Manter familiares e acompanhantes quando possível.
• Medidas farmacológicas: antipsicóticos (por exemplo o haloperidol):
Larissa Corá, 86 Emergências I 24
Agitação psicomotora
Causas:
Medidas iniciais:
Síndrome da abstinência
De álcool:
o Náuseas/vômitos.
o Tremores nas mãos.
o Insônia.
o Agitação.
o Ansiedade.
o Alucinações visuais.
o CCTCG (crise convulsiva tônico-clônica generalizada).
• Pico em 2-3 dias.
• Melhora em 5-14 dias.
• Delirium tremens: ocorre de 48 a 96 horas após a última ingesta de álcool e dura, na
maioria dos casos, por 3 dias. É a manifestação mais grave:
o Desorientação e confusão mental significativas.
o Extrema agitação com necessidade de restrição mecânica.
o Tremores grosseiros.
o instabilidade autonômica (hipertensão, taquicardia, alterações hidroeletrolíticas).
o Ideação paranoide.
o Acentuada resposta a estímulos externos.
o Alucinações visuais (comumente com insetos).
• Tratamento:
o Não farmacológico: local calmo e silencioso, contenção física se necessário.
o Farmacológicos: hidratação vigorosa (até 5L/ dia), benzodiazepínicos (diazepam),
tiamina (síndrome de Wernicke-Korsakoff - perturbação neurológica que se
caracteriza por causar amnésia, desorientação e problemas oculares).
Larissa Corá, 86 Emergências I 26
Tentativa de suicídio:
Fisiopatologia:
Quadro clínico:
• Gradiente alvéolo-arterial (normal < 10) → qual é a diferença entre o que está disponível
no alvéolo e o que está chegando na artéria. Se está normal = hipoventilação isolada.
Tratamento:
• ABCDE
• Suplementação de O2 para manter SpO2 > 94% (88%-92% se doença pulmonar
crônica). Pode ser não-invasiva ou invasiva.
Cateter nasal: fluxo de 1-6L/min (na prática não é possível realizar 6L por min). Titulação:
a cada 1L/min é possível aumentar a FiO2 em 3-4%.
• Por exemplo, o ar ambiente possui 21% de FiO2, um cateter nasal com 1L/min = 24%,
6L/min = 44%. É um dos únicos dispositivos que é possível aproximar a FiO2.
• Sua principal indicação é hipoxemia leve, conseguindo reverter a hipoxemia na maioria
dos casos em que se há uma diminuição leve da SatO2 (92-94%).
• Sua principal desvantagem é que o uso prolongado ou aplicação de fluxos altos podem
levar a ressecamento da mucosa nasal ou até lesões na mucosa.
“Névoa”: máscara de aerossol. Dispositivo ruim, não tem como prever a oferta de O2 do
paciente, não tem como saber qual é o fluxo.
• Tem uma vantagem de ser mais acessível e leve (podendo ser utilizada até em casa,
porém não tem garantia de selamento, além de precisar ser removido se o paciente
precisar falar ou se alimentar.
Máscara com reservatório: fluxo de 6-15L/min (para menos que 10L/min não vale a pena
utilizar a máscara). A FiO2 não é precisa, mas para um fluxo de 6L/min espera-se 60% e de
11 a 15 L/min 90%.
de intubação ou ventilação-não-invasiva.
CNAF (cateter nasal de alto fluxo): 30-60L/min, garante uma FiO2 de até 100%. Pode
ser útil como ponte para intubação e suporte pós-extubação, apneias recorrentes, suporte
respiratório pós-operatório, insuficiência cardíaca e obstrução das vias aéreas superiores.
VNI: CPAP ou BiPAP. Indicado em exacerbação aguda de DPOC e edema agudo de pulmão.
(Falaremos mais sobre VNI na próxima aula).
Larissa Corá, 86 Emergências I 32
Volume corrente: volume que entra e sai do pulmão a cada respiração usual, o que
respiramos normalmente.
Volume residual: volume que sobra no pulmão após a respiração → impede o colabamento
do alvéolo, deixa o alvéolo “preparado” para receber mais ar → GERA PEEP: pressão
expiratória final positiva.
Ventilação: consiste na entrada de mistura gasosa através das vias aéreas até as unidades
alveolares para realizarem as trocas gasosas. Objetivos: oxigênio → sangue e eliminação de
CO2 (produto do metabolismo aeróbio).
FASES:
VENTILAÇÃO MECÂNICA:
Candidatos:
• Apenas a PEEP: pressão expiratória final positiva, o que impede o alvéolo de colabar. O
colabamento dos alvéolos é impedido pelo volume residual → ar que fica nos pulmões no
fim da inspiração e gera a PEEP. Lembrar que todo o ar dentro do pulmão gera uma
pressão.
• PEEP é entre 5 a 10 cmH20.
Larissa Corá, 86 Emergências I 36
BIPAP: bi-nível
Vantagens da VNI:
Monitorização:
• Estabelecimento de metas.
• Reavaliação frequente.
• NÃO retardar a intubação → não insistir na VNI, por exemplo o paciente melhora durante
a sessão e logo em seguida já dessatura e piora, esse paciente não deve ficar fazendo
vários ciclos de VNI, deve ser intubado. Diferente de uma paciente, DPOC por exemplo,
que pode realizar 2-3 ciclos/dia de VNI até a sua recuperação.
Regulagem inicial:
Temos parâmetros que falam em relação a OXIGENAÇÃO, ou seja, fornecer oxigênio para
as trocas gasosas.
ventilador permitisse que todo o ar saia do pulmão teríamos atelectasia completa. Deve
deixar uma pressão para manter o alvéolo aberto. Fisiologicamente é igual 3-5.
Parâmetros:
• FR: ajustamos sempre o mínimo de respirações que queremos que o paciente faça,
normalmente entre 12-16 irpm. Normalmente é necessária uma gasometria arterial para
observar a demanda metabólica do paciente. Por exemplo, em um paciente com acúmulo
de CO2 essa frequência precisa ser mais rápida, para lavarmos mais CO2.
• Fluxo: velocidade com que o ar entra nos pulmões do paciente. Quanto maior o fluxo
menor o tempo que o paciente levará para inspirar. Fluxo é uma variável que apenas
ajustamos na ventilação a volume, normalmente entre 40-60.
• Tempo inspiratório: tempo de duração de cada inspiração (apenas controlado em
ventilação a pressão). Muito relacionado a relação I:E.
• Sensibilidade ao disparo: o quão sensível eu quero que o ventilador esteja ao paciente, o
paciente continua tendo drive respiratório (“vontade” de respirar, em que o paciente inicia
o movimento). Quando o ventilador sentir que há contração de diafragma e intercostais,
gerando uma pressão negativa de 1-3cmH2O, o ventilador entende que o paciente quer
respirar e permite ventilações adicionais.
Com isso, não é possível determinar precisamente qual vai ser a frequência respiratória do
paciente. Por quê? Eu vou ajustar na máquina a FR que é o MÍNIMO que o paciente deve
fazer, ou seja, se o paciente não demonstrar drive respiratório (ou seja, vontade de respirar)
o ventilador fará isso por ele, a quantidade de vezes que eu ajustei.
Por exemplo, eu ajustei uma FR de 14: Se o paciente tentar respirar 35 vezes por minuto
ele consegue, se ele tentar respirar 40 vezes por minuto ele consegue, se ele tentar respirar
16 vezes por minuto ele consegue. O que ele não consegue é respirar MENOS, por exemplo
9 vezes por minuto, nesse caso o ventilador respira sozinho para atingir o MÍNIMO esperado.
Para impedir o drive respiratório, ou seja, impedir o paciente de respirar quantas vezes ele
quiser eu preciso fazer bloqueio neuromuscular.
• O paciente não tem drive respiratório, ele está sedado/ com bloqueador neuromuscular.
• Ou seja, se o paciente não tem drive respiratório ele não participa de NADA da ventilação,
o ventilador faz tudo sozinho.
• Na seta vermelha é possível
observar que não existe
pressão realizada pelo
paciente, ele não tenta “entrar”
na respiração, ou seja, não tem
drive respiratório.
• Modo de “desmame”.
• A FR do paciente e o volume corrente pode ser variável, as vezes a respiração acelera,
as vezes fica mais lenta. Antes de cada ventilação há uma pressão negativa, ou seja, o
paciente demonstrando querer respirar, e o ventilador só ajuda.
Larissa Corá, 86 Emergências I 39
• O modo de ventilação a ser escolhido depende do modo de ventilação com que o médico
está acostumado. Não existe critério de “método melhor”. Porém, ao entubar o paciente
é realizada uma sedação e por conta do bloqueio neuromuscular é necessário iniciar com
modo assisto-controlado ou controlado.
• Inicialmente damos uma FiO2 de 100%, para manter de SpO2 em 92-94%, a diminuição
deve ser gradativa, de 10 em 10 pontos até que o paciente tenha o mínimo de FiO2 para
manter boa saturação.
• Volume corrente: 6-8mL/kg/peso ideal, pensando na complacência de cada pulmão.
• Frequência respiratório e ventilação-minuto apropriadas às necessidades.
• PEEP para dar suporte a oxigenação. Se pulmão normal = PEEP fisiológica, se edema
agudo de pulmão o alvéolo está cheio de líquido e a PEEP deve ser maior.
• Se possível sempre contar com a ajuda de um especialista em UTI.
• O paciente não pode ter lesão pulmonar decorrente da ventilação mecânica, como
distensão alveolar, já que isso gera efeitos pulmonares pós extubação.
• Faz a ventilação para o paciente de uma forma que a pressão de pico não pode exceder
40 cmH2O. A pressão de pico é a pressão relacionada ao ar batendo na via aérea.
• (terminar de explicar depois)
1) Mulher 48 anos dispneica, sat 84, taquipneica, hipotensa, ausculta abolida. Conduta
INICIAL?
• Avaliação vias aéreas e oferta de oxigênio (sempre começar pelo A do ABCDE).
2) Homem, 80 anos, cardiopata, chega com GCS 4, FR 22, Sat 94, taquicardíaco, PA 70/40.
Qual a PRIMEIRA conduta a ser avaliada?
• Por se tratar de um paciente cardiopata deve-se realizar a reposição de cristaloides com
cautela e iniciar a corrigir a hipotensão.
• ERRADA: realizar intubação para proteção de via aérea por GCS 4 (esse é o D do ABCDE,
lembrar que o C vem antes do D). (sempre que intubamos um paciente o sedativo piora
a hipotensão, então, se não melhorarmos o C antes da intubação podemos inclusive piorar
o quadro do paciente).
3) 78 anos, ex-tabagista, HAS, chega torporoso com GCS 9, FR 40, uso de musculatura
acessória, Sat 78%, pulso fraco, FC 102. Qual o tratamento mais adequado para esse
paciente?
• Submeter a IOT e VM por insuficiência respiratória.
• Não poderia ser feita VNI devido ao GCS 9.
4) Atropelamento, via aérea pérvea, parte ventilatória ok, PA 100/77, taquicárdico, pelve
instável, GCS 9, hematoma subgaleal.
• Reposição de volume com ringer lactato 1L, aquecido, devido a choque hemorrágico.
7) Paciente idosa, febre, disuria, dor abd, hipotensa, taquicardica, fez intubação orotraqueal.
Iniciou droga vasoativa sem aumento na PA, o que fazer?
• ASSOCIAR vasopressina (não substituir).
Larissa Corá, 86 Emergências I 42
8) 27 anos, sepse meningocócica, taquicardico, hipotenso, lactato alto, foi feito volume, o
que fazer depois?
• Infusão de noradrenalina (droga vasoativa de escolha).
9) Chega na emergência com histórico de acidente moto, dor abd, hipocorado, hipotenso,
taquipneico, taquicardico. Qual tipo de choque?
• Hipovolêmico (hemorrágico).
10) Questão com texto grande...vítima de trauma, PA 100/70, FC 180, taquipneico, GCS
13. Membros com deformidades e escoriações, além de escoriações em face, hemitórax
esquerdo, redução de MV em base esquerda.
• Suspeita diagnóstica de choque hemorrágico, deve ser feito acesso, volume e
identificação da perda de volume.
12) Paciente de 110 kg, 1,80m, intubado. Quais os parâmetros que devem ser ajustados?
• Assisto-controlada: VC 480mL, PEEP 5.
(cuidar com valores de PEEP muito altos, acima do fisiológico se o pulmão está normal)
Taquiarritmias:
Fibrilação atrial:
Pouca evidência de FA
relacionada ao consumo de
cafeína.
MANEJO:
• A- anticoagulação.
• B- “better” symptoms ou melhorar os sintomas.
• C- Controle dos fatores de risco.
• Sendo critérios de
instabilidade isquemia
coronariana secundária a
FA, IC descompensada
com edema agudo de
pulmão, hipoperfusão
tecidual, RNC.
Larissa Corá, 86 Emergências I 46
Taquicardia sinusal:
• Tipicamente paroxística.
• Mais comum em mulheres (75%).
• FC entre 150 e 250 bpm.
• Ausência de onda P.
Larissa Corá, 86 Emergências I 47
Flutter atrial:
Taquicardia atrial:
Taquicardia Ventricular:
• Mais graves.
• Associadas a cardiomiopatias (isquêmica, dilatada, hipertrófica, Chagas, estenose
aórtica).
• Complicação importante do IAM.
Classificação:
Tratamento:
• TV não sustentada: tratar a causa de base → hipomagnesemia, hipocalemia, isquemia,
hipóxia etc. Não se deve usar antiarrítmicos.
Larissa Corá, 86 Emergências I 51
Bradiarritmias:
Classificação:
• Bradicardia sinusal.
• Doença do nó sinusal.
• Bradicardia atrial.
• Bradicardia juncional.
• Bloqueios atrioventriculares.
Causas:
• Bradicardia do atleta.
• Medicamentos – BB, BCC, tricíclicos, lítio.
• Distúrbios eletrolíticos (hipercalemia, hipercalcemia).
• Hipoxemia.
• Hipertensão intracraniana.
• Reflexo vagal.
• Isquemia miocárdica.
• Lesão mecânica do sistema de condução.
• Doenças degenerativas do sistema de condução.
Larissa Corá, 86 Emergências I 52
BAV de 1º grau:
Manejo:
• Alteração de pupilas:
o Pupilas mióticas com reflexo fotomotor preservado: encefalopatia metabólica.
o Pupilas médio-fixas sem reflexo fotomotor: morte encefálica.
o Pupilas pontinhas: lesões na ponte.
• Padrão respiratório:
Atendimento inicial:
• ABCDE.
• Neuroimagem: TC x RNM → a tomografia é mais rápida de ser realizada e amplamente
mais disponível, porém algumas lesões demoram algum tempo até terem evidência
tomográfica.
• Cuidados ao paciente neurocrítico: monitorização intensiva da PA (evitar hipotensão),
manter normoglicemia, pCO2 35-45, SatO2 >94% e tratar agressivamente crises
convulsivas.
DOENÇA CEREBROVASCULAR
• Síndrome neurovascular: ausência aguda de fluxo para uma região do sistema nervoso
central.
• AVEi (85%) e AVEh (15%).
• Segunda principal causa de morte no Brasil.
• 70% não retornam ao trabalho e 50% tornam-se dependentes.
AVE ISQUÊMICO
Fatores de risco:
Patogênese:
Diagnóstico:
• Quando desconfiar? Paciente com déficit focal súbito: hemiplegia, afasia, disartria.
• Quais os diagnósticos diferenciais? Enxaqueca com aura, crise convulsiva, paralisia de
Todd, AVEh, esclerose múltipla, uso de drogas.
• Quais condutas?
o Avaliar via aérea, respiração e circulação (ABC) -> estabilização clínica!
o Avaliar glicemia, saturação e realizar exame de imagem.
o TC de crânio sem contraste → ideal nos primeiros 20 minutos: serve
principalmente para excluir sangramento, já que a área isquêmica demora para
aparecer no exame de imagem.
Circulação posterior:
• Vertigem súbita.
• Rebaixamento no nível de consciência.
• Nistagmo vertical.
• Ataxia de marcha.
• Se artéria basilar pode gerar a síndrome do encarceramento (“locked-in”) com perda
motora difusa e manutenção da compreensão (tetraplegia).
Abordagem:
• ABCDE + MOV.
• TC de crânio para afastar sangramento.
• Avaliar estratégia de reperfusão, com possibilidade de abordagem endovascular para
obstruções da cerebral média e carótida interna.
• Avaliar contraindicações a trombólise.
• AVALIAR O TEMPO DE INÍCIO (ICTUS)!!
• Se <4,5h o paciente é elegível para trombólise.
• Se não se sabe o ictus mas o reconhecimento do déficit <4,5h → RNM.
• Trombectomia até 6 horas.
Larissa Corá, 86 Emergências I 59
Tratamento:
• Controle da pressão arterial -> PA < 220 x 120 mmHg -> abaixar em 15% em 24
horas, PA < 185 x 110 mmHg -> candidatos a trombólise venosa.
• Terapia trombolítica se início dos sintomas até 4,5h; >18 anos, déficit persistente e sem
contraindicações.
o Alteplase 0,9 mg/kg (10% em bolus e o restante em 1 hora – dose máxima 90
mg).
• Terapia antiagregante -> início imediato se contraindicação a trombólise (e se trombólise
iniciar 24 horas após).
o AAS 160-300mg/dia.
AVE HEMORRÁGICO:
Hemorragia subaracnoide
Fatores de risco:
• Tabagismo.
• Alcoolismo.
• HAS.
• História familiar.
• Uso de cocaína.
• Síndromes genéticas: rins policísticos e Ehler-Danlos.
Patogênese:
Manifestação clínica:
• Cefaleia súbita e intensa → referida como a pior dor da vida, e é a principal manifestação.
Pode ocorrer após atividade física ou sexual.
• Síncope em 50% dos casos (devido ao aumento da PIC).
• Rigidez de nuca (após 12-24 horas).
• Cursa com cefaleia sentinela de 6 a 20 dias antes súbita e forte em 30-50% dos pacientes.
Diagnóstico:
Prognóstico:
Tratamento:
Complicações:
Hemorragia intraparenquimatosa:
Fatores de risco:
Manifestações clínicas:
Diagnóstico:
Prognóstico:
Tratamento:
Neurocirurgia:
Larissa Corá, 86 Emergências I 63
Profilaxia de recorrência:
• PA < 130/80mmHg.
• Cessar tabagismo, etilismo e drogas ilícitas.
• Avaliar outros métodos de prevenção embolia em pacientes que usam anticoagulação oral
(ex.: Oclusão percutânea do apêndice atrial na FA).
• Taxa de recuperação funcional melhor que AVCi.
• 50% dos sobreviventes ficam dependentes para atividades diárias.
CRISE EPILÉTICA:
Diagnósticos diferenciais:
• Síncope.
• Amnésia Global transitória.
• Aura de enxaqueca.
• AIT.
• Ataques de pânico.
Investigação etiológica:
Tratamento:
• MOV.
• ABCDE.
• Tratamento de urgência:
o Diazepam endovenoso (até 2 vezes).
o Midazolam intramuscular (não há recomendação para repetição).
• Fenitoína não deve ser usada de rotina
• Crise prolongada com > 5 minutos ou 2 crises seguidas sem recuperação de consciência
entre elas.
• Tratamento: ABCDE, exames laboratoriais: cálcio, magnésio, sódio, fósforo, glicose,
hemograma, estudo toxicológico, histórico de epilepsia.
o Glicose + tiamina se etilista.
• Manejo farmacológico
Larissa Corá, 86 Emergências I 65
HIPONATREMIA:
Hiponatremia hipovolêmica:
Hiponatremia hipervolêmica:
Hiponatremia euvolêmica:
• Hiponatremia.
• Osmolaridade sérica baixa (<280 mOsml/L).
• Osmolaridade urinária inapropriadamente alta (>100): deveria estar baixa como tentativa
de compensação do quadro clínico.
• Sódio urinário alto (> 30 mEq/L).
• Descartar hipotireoidismo, insuficiência adrenal, insuficiência renal avançada.
Tratamento de hiponatremia:
Tratamento convencional:
• Fluido de escolha: Salina Hipertônica (NaCl 3%) → DICA: Cada 1ml/kg eleva 1 mEq/L de
sódio sérico.
• Correção de no máximo 8 - 10 mEq/L em 24h e 18 mEq/L em 48h (em nefro a gente
viu que a recomendação atual é de 4-6 mEq/L).
• Monitorar natremia de 2-4h durante reposição.
• Após correção inicial -> tratar causa de base
HIPERNATREMIA:
Fatores de risco: pacientes com menor acesso a água ou pacientes com diurese
pronunciada.
• Idosos.
Larissa Corá, 86 Emergências I 69
• Crianças.
• Pacientes hospitalizados e/ou acamados.
• Portadores de doenças neurológicas.
• Diabetes mellitus descompensado.
• Diabetes insipidus.
Manifestações clínicas:
Tratamento:
Causas:
Manifestações clínicas:
Tratamento:
Manifestações clínicas:
• Fraqueza muscular.
• Paralisia.
• Alterações eletrocardiográficas → Pode levar a PCR!
Larissa Corá, 86 Emergências I 71
Tratamento:
HIPERCALCEMIA:
• 40-45% ligado a albumina → cada ponto de albumina abaixo de 4 aumenta 0,8 mg/dl o
valor do cálcio.
Causas:
Manifestações clínicas:
• Nefrolitíase e nefrocalcinose.
• Dor óssea, fraqueza muscular (miopatia proximal).
• Constipação, náuseas, pancreatite, poliúria → desidratação.
• Confusão mental, letargia, coma.
• Encurtamento do intervalo QT.
• Hiporreflexia.
Tratamento:
HIPOCALCEMIA:
Causas:
• Hipoparatireoidismo.
• Deficiência de vitamina D.
• Sequestro → rabdomiólise, lise tumoral.
• Anticonvulsivantes.
• Hipomagnesemia.
Larissa Corá, 86 Emergências I 73
Manifestações clínicas:
Tratamento:
HIPERMAGNESEMIA:
HIPOMAGNESEMIA:
SEPSE:
Critérios atuais:
Larissa Corá, 86 Emergências I 75
Quadro clínico:
• Febre persistente.
• Frequência respiratória > 25.
• Expectoração.
• FC > 100 bpm.
• Estertores.
• Diminuição do murmúrio vesicular.
• Mialgia.
• Sudorese noturna.
• Confusão mental.
• Dor pleurítica
Larissa Corá, 86 Emergências I 77
DIAGNÓSTICO:
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO:
PSI: mais difícil de ser aplicado com muitas variáveis e tende a subestimar pacientes jovens
sem comorbidades.
ESCOLHA DO ATB:
o Insuficiência cardíaca.
o DRC.
o Doença hepática crônica.
o Neoplasia maligna.
o Asplenia (ausência do baço).
• Terapia combinada → Amoxicilina/Clavulanato ou Cefalosporina de 2ª geração
(Cefuroxima) + Macrolídeo (Azitromicina ou Claritromicina).
• Monoterapia → Quinolona respiratória (Levofloxacino ou Moxifloxacino).
Cistite:
Pielonefrite:
• Processo inflamatório.
• Porta de entrada ou via hematogênica, reação
inflamatória local.
• Mecanismos de defesa da pele – camada córnea, ph
<5,5, sequidão, ácidos graxos, interferência
bacteriana.
• Calor, edema, eritema, dor e normalmente gram
positivos.
ERISIPELA:
CELULITE:
MENINGITE:
Patogenia e clínica:
Meningococcemia:
Diagnóstico:
Tratamento:
• Hipoglicemia.
• Cetoacidose diabética.
• Estado hiperglicêmico hiperosmolar.
HIPOGLICEMIA:
Sinais e sintomas:
• Fome repentina.
• Cansaço.
• Sudorese excessiva.
• Tonturas.
• Visão turva.
• Cefaleia.
• Tremores.
• Taquicardia.
• Dormência nos lábios e na língua.
• Mudança de humor e de comportamento.
• Confusão.
• Convulsões.
• Coma.
Manejo inicial:
Tratamento:
EMERGÊNCIAS HIPERGLICÊMICAS:
Manejo inicial:
• ABCDE.
• Nível de consciência.
• Fator desencadeante.
• Status volêmico.
Larissa Corá, 86 Emergências I 89
Laboratoriais:
• Glicose sérica.
• Eletrólitos – cálculo do ânion GAP.
• Hemograma.
• Osmolaridade plasmática.
• Cetonas séricas ou urinárias.
• Gasometria.
• ECG.
CETOACIDOSE DIABÉTICA:
EM RESUMO:
Larissa Corá, 86 Emergências I 91
• Quando podemos dizer que o paciente está compensado? A glicemia <200 ocorrerá
em média após 8 horas. Além da glicemia é fundamental a correção da cetoacidose, após
uma média de 16 horas, quando teremos pelo menos 2 dos seguintes: HCO3 >15, AG <
12 e pH >7,3.
• Definição: PAS >180 mmHg e/ou >120mmHg → sendo uma definição arbitrária.
• Por isso, devemos observar lesão de órgãos alvo.
Avaliação:
Pseudocrises hipertensivas:
Urgências hipertensivas:
Emergências hipertensivas
Cerebrovasculares:
• Encefalopatia hipertensiva.
• AVEi ou AVEh.
Cardiovasculares:
ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA:
• Quadro clínico:
o Cefaleia, náusea, vômitos.
o Borramento da visão, escotomas.
o Confusão mental, convulsões, coma.
• Tratamento:
o Redução da PAM em 10-15% na 1ª hora e em 25% nas primeiras 24 horas →
NITROPRUSSIATO.