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MV. MSc. Marina G. Coelho1*; MV. Dr. Marlon Richard H. da Silva1
RESUMO
Com a evolução das biotécnicas reprodutivas inseridas especialmente na bovinocultura leiteira, exige-se um controle
mais intenso de indicadores como manejo gestacional, de parto e cuidados com o bezerro recém-nascido. Tendo
em vista que animais provenientes dessas técnicas tendem a apresentar uma menor vitalidade após o parto e uma
maior incidência de distocias devido ao crescimento exacerbado do feto e disfunções placentárias, o que contribui
para prejudicar a taxa de sobrevivência dos neonatos e a morbidade e mortalidade ao longo de toda a fase de
criação. Os partos distócicos tendem a comprometer o fluxo sanguíneo materno-fetal, gerando um agravamento do
quadro fisiológico ao parto ocasionando hipóxia e acidose mista temporária mais intensa prejudicando a vitalidade
do recém-nascido. Uma opção a ser utilizada para avaliar a vitalidade dos bezerros neonatos é a escala Apgar, que
tem por objetivo auxiliar na tomada de decisão acerca do melhor manejo inicial para neonatos de forma particular,
e definir aqueles que precisarão de maiores cuidados e atenção ao longo das primeiras semanas de vida. O objetivo
dessa revisão foi demonstrar os principais danos acarretados pela distocia aos neonatos e os métodos utilizados
para identifica-los.
Palavra-chave: Distocia, escore Apgar, mudanças metabólicas, taxa de mortalidade.
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REVISÃO DE LITERATURA REPRODUÇÃO ANIMAL
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE DE BEZERROS
NEONATOS
Evaluation of vitality of newborns calves
1* Mestre em Ciência Animal e Pastagens – Universidade de São Paulo/ESALQ, Piracicaba, SP, Brasil. Email: marina.coelho@usp.br
1Doutor em Zootecnia - Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá, PR, Brasil
ABSTRACT
With the evolution of reproductive biotechnologies inserted especially in dairy cattle, it requires more intensive
control indicators such as gestational management, parturition and care of the newborn calf. Given that animals
from these techniques tend to have a decreased vitality after delivery and a higher incidence of dystocia due to
overgrowth of the fetus and placenta dysfunction, which contributes to retard the rate of survival of neonates
and morbidity and mortality to the throughout the creation phase. The dystocia tends to compromise maternal-
fetal blood flow causing an increase in the physiological context parturition causing hypoxia and acidosis mixed
temporary more intense harming the vitality of the newborn. An option to be used to assess the vitality of the trials
from an Apgar Score, which aims to assist in decision making on the best initial management for neonates in a
particular way, and to define those that need greater care and attention over first weeks of life. The objective of this
review was to demonstrate the main damages caused by dystocia to neonates and the methods used to identify
them.
Keywords: dystocia, Apgar score, metabolic changes, mortality rate.

INTRODUÇÂO
A vitalidade dos neonatos está diretamente relacionada
a diversas problemáticas do sistema produtivo, com
atenção especial às falhas no manejo nutricional do pré-
parto e do manejo da vaca gestante durante a gestação e
no momento do parto, seja por erros na técnica utilizada
ou na falha em reconhecer o momento adequado para
intervenção (RODRIGUES, 2008).
A sobrevivência dos bezerros recém-nascidos tem sido
prejudicada à medida que ocorre o avanço de técnicas
reprodutivas que surgiram com o intuito de incrementar
o valor zootécnico do rebanho, como a transferência de
embriões, fecundação in vitro e clonagem. Essa evolução
ao mesmo tempo em que gera um avanço na qualidade
do rebanho, exige um controle mais acurado da gestação
e do parto, tendo em vista que animais provenientes
dessas técnicas tendem a apresentar um crescimento
exacerbado, que contribui para a ocorrência de distocias, e
uma menor vitalidade ao nascimento devido a disfunções
placentárias (RODRIGUES, 2008).
A fase de cria, tem início logo após o parto, que representa
o momento mais crítico aos neonatos, pois inclui manejos
essenciais para o desenvolvimento e sobrevivência dos
bezerros, e na maioria das vezes são negligenciados. Com
isso é comum que as taxas de mortalidade desses animais
ultrapassem 5% e que seu desempenho muitas vezes
não seja satisfatório, tornando essencial o conhecimento
fisiológico desses animais e atitudes que melhorem esses
indicadores (GUERRA, 2010). Em um estudo realizado por
Patterson et al. (1987) foi constatado que 69% das mortes
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observadas entre o nascimento e o desmame, ocorriam até 96 horas
após o nascimento, em decorrência de partos distócicos e posterior
falta de manejo clínico dos neonatos.
Portanto, animais nascidos de partos laboriosos ou que apresentaram
baixa vitalidade ao nascimento devem ser reconhecidos, monitorados
e receber assistência médica imediata, a fim de aumentar suas
chances de sobrevivência (RAVARY-PLUMIOËN, 2009). A escala
Apgar é uma ferramenta que tem por objetivo identificar de maneira
rápida e eficaz neonatos que necessitam de auxílio adicional após o
parto, evitando que complicações após o nascimento aumentem a
taxa de mortalidade e ocasionem queda de desempenho na fase de
criação. O objetivo dessa revisão foi demonstrar os principais danos
acarretados pela distocia aos neonatos e os métodos utilizados para
identifica-los.
DESENVOLVIMENTO
Parto distócico
O parto nada mais é que um processo fisiológico no qual o feto e
seus envoltórios são eliminados do útero por meio da dilatação
das vias de expulsão e de contrações uterinas e abdominais
(PRESTES e LANDIM-ALVARENGA, 2006). Quando o parto ocorre de
forma espontânea e no momento apropriado da gestação este é
denominado normal ou eutócico (MEE, 2008).
Entretanto por inúmeras causas o parto pode apresentar-se de
forma distócica, que é o termo utilizado para definir um parto
difícil ou laborioso que resulta em um período de trabalho de parto
prolongado e/ou extração fetal forçada (MEE, 2008) e reduzida
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viabilidade do neonato ou danos maternos em magnitude do
tempo, tração e/ou habilidade dos envolvidos na intervenção
(RICE, 1994).
A inabilidade para expulsão fetal pode ter origem materna
relacionada a problemas anatômicos, distúrbios hormonais,
metabólicos ou enfermidades sistêmicas. Ou por origem fetal,
causados pela estática, gigantismo, anomalias do cordão umbilical
e outros (JOHNSTON et al. 2001).
Bezerros acometidos por distocia são mais susceptíveis as
mudanças ambientais sendo que as dificuldades no parto podem
ainda comprometer a sobrevivência dos bezerros em decorrência
da anoxia. Este fator pode influenciar o vigor do bezerro durante
as primeiras horas após o nascimento e durante a alimentação
com o colostro (LOMBARD et al. 2007; VASSEUR et al. 2009).
Partos distócicos em fêmeas bovinas são responsáveis por 40%
da mortalidade neonatal durante as primeiras 24 horas de vida,
da mesma forma a distocia reduz a taxa de sobrevivência dos
bezerros até o desmame em 85% (ARTHUR et al. 2000). De acordo
com Riley et al. (2004), bezerros nascidos em distocia são mais
fracos ao nascimento e tem probabilidade de óbito 13 vezes maior
antes do desmame.
A alta taxa de mortalidade de bezerros oriundos de partos
distócicos está relacionada com a menor ingestão de colostro
e/ou sua menor capacidade de absorção das imunoglobulinas
predispondo esses animais à falha da transferência de imunidade
passiva. Segundo Vermorel et al. (1989), bezerras nascidas de
parto severamente distócicos possuíam concentrações mais
baixas de imunoglobulinas 12 horas após o nascimento, quando

comparadas a bezerras nascidas de parto normal.
Contribui para a redução dessa mortalidade o
conhecimento das variáveis fisiológicas de bezerros,
com relação aos aspectos clínicos e laboratoriais, para
elucidação, reconhecimento e diferenciação dos estados
mórbidos que acometem esses animais, visando minorar
as perdas econômicas na criação bovina (BENESI, 1993).
Fisiologia adaptativa do neonato pós-parto
Logo após o nascimento os neonatos passam por diversas
mudanças fisiológicas para que ocorra sua adaptação ao
meio extra-uterino. A primeira e mais imediata mudança
diz respeito à ruptura do cordão umbilical que o força a
iniciar atos que no útero eram dispensáveis. Tais como
o início dos movimentos respiratórios, controle ácido-
básico do organismo, e catabolismo de carboidratos,
gordura e aminoácidos a fim de produzir energia para as
funções corpóreas, bem como a regulação da temperatura
corporal (QUIGLEY e DREWRY, 1998).
Essas mudanças adaptativas ocorrem principalmente
pela ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal,
mediado pelo cortisol que é um potente estimulador
do metabolismo (WOOD, 1999). Após o rompimento do
cordão umbilical, ocorre o desencadeamento do sistema
simpático adrenal com aumento das catecolaminas,
que influenciam no aumento da frequência cardíaca
e respiratória, na capacidade pulmonar funcional, na
produção de surfactantes e na diminuição da produção
de fluido pulmonar durante a primeira hora de vida
(AURICH et al. 1993).
Observa-se acidose mista, metabólica e respiratória
transitória discreta após a ruptura do cordão umbilical,
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consequência da glicólise anaeróbia em tecidos pouco perfundidos,
durante a transição do fornecimento placentário de oxigênio para o
estabelecimento da função respiratória (VAALA e HOUSE, 2006). As
contrações uterinas e a ruptura das membranas fetais por sua vez,
durante o parto normal, causam distúrbios na circulação sanguínea
útero-placentária, promovendo leve, porém transitória acidose
mista, que é considerada fisiológica nos recém-nascidos (RAVARY-
PLUMIOËN, 2009).
Esta condição é agravada pela reduzida capacidade respiratória
do neonato, caracterizada por hipoventilação, que não garante a
remoção do dióxido de carbono (CO2) na mesma intensidade em
que é produzida levando, pelo seu acúmulo, à produção de ácido
carbônico e, consequentemente, a diminuição do pH sanguíneo
(PICCIONE et al. 2006).
A passagem pelo canal do parto desencadeia diversos mecanismos
importantes em relação à adequação pulmonar do neonato. As
adaptações cardiopulmonares extrauterinas são uma das respostas
mais importantes para a sobrevivência do animal logo após o
nascimento. Na distocia prolongada, há desenvolvimento de
acidose, hipercapnemia e depressão do sistema nervoso (NAGY,
2009).
Todas essas problemáticas são fisiológicas e discretas em todos
os recém-nascidos, porém por inúmeros motivos, como em
partos distócicos podem se tornar acentuadas e comprometer a
sobrevivência até os 120 dias de vida, aumentando as chances de
diarreia neonatal e pneumonia nos animais que apresentam uma
baixa vitalidade no pós-parto (TOMLINSON et al. 2011).
Escore Apgar
O escore Apgar é um método que foi desenvolvido na medicina
humana, em 1953, pela anestesiologista Virgínia Apgar a fim de
identificar de maneira rápida neonatos que necessitavam de auxílio
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adicional nos primeiros momentos após o parto (KREDATUSOVA
et al. 2011). A escala encontra-se relacionada com o tipo de parto
do qual o recém-nascido é oriundo, dessa forma, animaisnascidos
mediante partos eutócicos apresentam um escore Apgar mais
elevado em comparação a nascimentos distócicos (WILSON et al.
1976).
Isso ocorre pois, animais nascidos com hipóxia comumente
apresentam-se letárgicos, com dificuldade para se levantar e
amamentar (WHITE, 1993), além de possuir dificuldade para
respirar e coloração de mucosas pálidas (BENESI, 1993). Em bezerros
a ocorrência de acidose grave pode levar a uma diminuição na
absorção de imunoglobulinas (BOYD, 1989). No médoto Apgar o
neonato é avaliado no primeiro minuto de vida, logo após o corte
do cordão umbilical, o desligamento da placenta e a desobstrução
das vias aéreas superiores (FRANCESCHINI e CUNHA, 2007).
O escore original avalia cinco aspectos no neonato: frequência
cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, irritabilidade
reflexa e coloração das mucosas (APGAR, 1953). A avaliação sofreu
alterações a fim de adaptar-se a medicina veterinária, e hoje pode
ser utilizada na maioria das espécies domésticas (MURRAY, 2014).
O mais atual sistema Apgar foi proposto por Murray (2014) onde
incluiu-se parâmetros como cobertura por mecônio, reflexo ocular,
grau de movimentação e novos estudos no grau de influência
desses parâmetros sob a vitalidade dos neonatos. Cada parâmetro
recebe uma nota de 0 a 3 pontos de acordo se esse é presente ou
ausente.
A soma dos pontos indica o grau de vitalidade e acidose,
classificando-os como animais sadios ou com boa vitalidade (sem
acidose), aqueles com 7 a 8 pontos; como deprimidos ou com
vitalidade diminuída (acidose leve a moderada), os com pontuação
entre 4 e 6; e com pouca vitalidade (acidose intensa ou inviáveis),
os com pontuação entre 0 e 3 (MURRAY, 2014).

Um escore baixo no primeiro minuto de vida muitas
vezes deriva de uma depressão temporária, enquanto
baixo escore aos cinco e 10 minutos implica geralmente
complicações de maior importância clínica (THORNGREN-
JERNECK e HERBST, 2001).
A temperatura retal é um critério muito utilizado
no diagnóstico de doenças, assim como também
para determinar o grau de adaptabilidade do animal
doméstico (BACCARI JÚNIOR, 1990). Os bezerros recém-
nascidos possuem maior dificuldade para manter a
homeostase, sendo a termoneutralidade mantida
pelo reflexo de tremor (60%) e pelo metabolismo de
gordura marrom (40%) (VAALA e HOUSE, 2006). Essa
dificuldade em manter a homeostase é mais visível
em animais provenientes de partos laboriosos em
consequência da acidose e hipotiroxinemia (MEE, 2008).
A tentativa de manter a homeotermia leva a longo
prazo ao esgotamento do estoque energético, o animal
enfraquece e pode contribuir para que ocorra um atraso
na absorção de imunoglobulinas (CARSTENS, 1994).
Segundo RAVARY-PLUMIOËN (2009) um bezerro
recém-nascido, saudável, começa respirar dentro dos
30 segundos depois do parto. Esta respiração tende
a ser irregular no começo e lentamente começa se
estabilizar até chegar a uma taxa de 40 a 60 respirações
por minuto. Animais que nascem de partos distócicos,
sofrem inicialmente hiperventilação (>60 respirações
por minuto) a fim de corrigir o desequilíbrio ácido-base
eliminando o excesso de CO2.
A frequência cardíaca, segundo a escala APGAR é
classificada como: Baixa (<80 batimentos por minuto),
Normal (entre 80 e 100 batimentos por minuto) e Alta
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(>100 batimentos por minuto). O aumento da frequência cardíaca
é fisiológico, pois ao parto ocorre liberação de catecolaminas
provenientes do estresse ocasionado pelo rompimento do cordão
umbilical e expulsão do neonato, diminuindo gradativamente nas
subsequentes horas de vida (BOVINO, 2011). Boyd (1989) obteve
valores de batimentos cardíacos por minuto dentre 86 e 180 em
bezerros neonatos. Foi reportada uma correlação positiva entre
batimento cardíaco e concentração de lactato e glicose em sangue,
o que poderia, segundo o autor, estar indicando uma resposta a
algum tipo de sofrimento no momento do parto.
A coloração da mucosa do recém-nascido pode alterar-se, e
está sujeita a vários fatores como função hepática, quantidade
e qualidade de sangue circulante, qualidade de trocas gasosas,
medula óssea, entre outros. Uma coloração rósea clara com leves
variações é considerada como normal (FEITOSA, 2012). Quando a
concentração de hemácias e hemoglobina se encontra reduzida,
normal ou próxima do normal, e há oxigenação incompleta, as
mucosas podem se observar com coloração pálida ou cianótica.
Isto pode ser observado em casos em que o animal sofre hipóxia
(RADOSTITS et al., 2007).
Segundo Bovino (2011), numa pesquisa realizada com ovinos
observou que aqueles provenientes de parto normal apresentavam
coloração de mucosa cianótica ao nascimento e nos demais
momentos rósea, ou rósea clara o que é considerado normal para
recém-nascidos. No entanto aqueles animais nascidos por cesariana
apresentaram ao nascimento coloração de mucosa cianótica, outros
avermelhada ou rósea, porém na primeira hora de vida todos esses
animais apresentaram coloração normal. Isto pode ser explicado
segundo a autora pela asfixia sofrida durante a cesariana por ser
um parto demorado.
Outro dano possível causado pela hipóxia é a diminuição da
atividade física ao nascer, observando-se animais letárgicos, com
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diminuição de reflexos como a resposta ao tocar na região próxima
ao globo ocular, beliscar a língua e balançar a cabeça em resposta
a um estímulo na cavidade nasal, além disso, os animais podem
apresentar incapacidade de se levantar e mamar (BENESI, 1993;
DWYER, 2003).
Quando ocorre uma diminuição na concentração de oxigênio
circulante no sangue ou nos tecidos do feto, acontece um
aumento no peristaltismo intestinal, relaxamento do esfíncter
anal, e defecação de mecônio no líquido amniótico (BOVINO,
2011). Posteriormente ocorre anoxia severa e inalação do fluido
amniótico com mecônio dentro dos pulmões. Animais que sofrem
este tipo de processo morrem ao nascimento ou desenvolvem a
síndrome de aspiração de mecônio (DAVIS et al. 1985).
A síndrome de aspiração de mecônio é amplamente documentada
e discutida em medicina humana
Os efeitos da aspiração de mecônio (síndrome de aspiração
meconial) têm sido bem documentados em neonatos humanos
(Colvero et al., 2006; Lourenço et al., 2017), o mesmo avanço não
ocorre na medicina veterinária que geralmente não possui um
tratamento efetivo e imediato, mas sim de uma pneumonia tardia
oriunda da síndrome que dificilmente apresenta melhora do
quadro (McGavin, 2012). Radostits (2007), por exemplo, reporta
que animais com mecônio na pele ao nascimento têm tendências a
serem fracos e mais susceptíveis à morte perinatal do que animais
que não apresentam esta condição ao nascimento.
Numa pesquisa realizada por MURRAY et al. (2008), estes autores
relataram a presença de mecônio no pelo da maioria dos natimortos
(4 de 6 animais). Mecônio, células queratinizadas e escamas de
células epiteliais achados nas vias respiratórias, são caraterísticos
de asfixia durante o parto (WIGGLESWORTH, 1984).
BOVINO (2011) ao avaliar a vitalidade de cordeiros recém-nascidos,
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observou uma diferencia significativa entre aqueles
nascidos por parto normal e aqueles que o fizeram por
cesariana, em relação ao tempo utilizado para adotar
a posição decúbito esternal e para posicionar-se em
pé (35 e 910 minutos para parto normal e cesariana,
respetivamente). O autor relatou que animais que
demoram para ficar em pé ou atingir o decúbito esternal,
têm um reflexo mais pobre para mamar o que pode causar
falhas na transferência de imunidade passiva.
Avaliações subjetivas são muitas vezes inconsistentes
e alguns sinais de angústia ou trauma de nascimentos
difíceis podem não ser objetivos, diversas injúrias durante
o parto podem passar de forma despercebida, mas causam
desconforto e diminuição do desempenho desses animais
(MURRAY, 2014).

Considerações finais
Assim sendo, a escala Apgar é um método simples, de
fácil aplicação dentro de qualquer propriedade e pode
auxiliar na detecção de anormalidades imediatamente
após o parto, evitando perdas de desempenho futuro,
além de melhorar as taxas de morbidade e aumentar as
chances de sobrevivência dos neonatos gerando maior
economia aos produtores. Contudo a vitalidade dos
animais recém-nascidos é apenas um reflexo dos demais
setores da produção, sendo necessário sempre avaliar esse
indicador associado a um adequado manejo reprodutivo,
nutricional e pré-parto do rebanho.

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