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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS CECA

UNIDADE EDUCACIONAL VIÇOSA MEDICINA VETERINÁRIA

TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS:


UMA BREVE REVISÃO

Discente: Vitória de Andrade


Orientador: Prof. Dr. Diogo Ribeiro Câmara

Viçosa-AL
2023
Introdução
Problema científico: Quais são os principais fatores que estão relacionados a

seleção de éguas receptoras de embrião equino?

Objetivo Geral :Abordar os principais fatores relacionados a transferência de


embriões na espécie equina, com ênfase na seleção de éguas receptoras de embrião.

Metodologia: Pesquisa bibliográfica


Introdução
O crescimento mundial da equinocultura:
A indústria do cavalo tem impacto econômico de 300 bilhões de dólares;

A população mundial de equídeos está estimada em mais de 59 milhões de animais.


No Brasil (5.962.126);

Com esse crescimento, aumentou a procura pelas técnicas de reprodução assistida.


.

A biotecnologia da reprodução - Transferência de embriões:

A transferência de embriões (TE) é a terceira técnica de reprodução assistida mais


aplicada na indústria equina;

(AMERICA’S HORSE DAILY, 2008) (ARISTIZÁBAL et al., 2017) (FAOSTAT, 2007).


Introdução

Os fatores que mais influenciam no sucesso da TE;


.

Bom manejo das éguas destinadas a receptores em um programa de TE;


Desenvolvimento
SELEÇÃO DE ÉGUAS RECEPTORAS

A seleção de éguas receptoras é considerada um dos fatores


mais importantes para o programa de TE;

As receptoras são selecionadas inicialmente de acordo com :


Fonte: Portal medicina veterinária.
 Tamanho/porte;
 Idade;
 Temperamento;
 Sanidade;
 Escore corporal;
 Peso;
 Presença de ciclos estrais normais.
Desenvolvimento
SELEÇÃO DE ÉGUAS RECEPTORAS

A condição corporal das éguas influencia a eficiência


reprodutiva:

Maiores taxas de concepção quando as receptoras


apresentam bom escore corporal;

Éguas com escore corporal excessivamente baixo ou elevado


apresentam maior intervalo entre partos;

Fonte: adaptado de WAGENINGER UR (2011).


A classificação do escore de condição corporal (ECC).

(LOSINO; ALVARENGA, 2006), (RIERA, 2009).


Desenvolvimento

CICLO ESTRAL

A duração média do ciclo estral das éguas é de 21 dias,


podendo ocorrer variações entre 19 e 25 dias;

O ciclo estral é dividido em duas fases a fase lútea e a


folicular;
Fonte: Portal medicina veterinária.

A fase luteal é chamada de diestro com duração de 14 a 15


dias e a fase folicular é chamada de estro e possui duração de
5 a 7 dias.
(WILLIAMS et al., 2012).
Desenvolvimento

SAZONALIDADE

A sazonalidade reprodutiva da égua tem grande


importância para a criação comercial equina;
Fonte: Portal medicina veterinária.

A égua é classificada reprodutivamente como


poliéstrica sazonal e a atividade sexual é regulada
principalmente pelo fotoperíodo;

O principal elemento capaz de controlar a sazonalidade


reprodutiva é a melatonina;
Desenvolvimento

Principais hormônios utilizados no controle da reprodução equina:

A hormonioterapia vem desempenhando um papel importante, sendo


aplicada na ginecologia e biotecnologia equina.

Os hormônios mais utilizados na ginecologia equina são


prostaglandina F2α (PGF2α), estrógenos, progestágenos,
gonadotrofina coriônica humana (hCG) e hormônio liberador
de gonadotrofinas (GnRH).
 
Desenvolvimento
SINCRONIA ENTRE DOADORAS E RECEPTORAS DE EMBRIÕES

A sincronização das éguas é uma das etapas que requer atenção e cuidado;

As éguas devem seguir uma rotina de exames com palpação transretal e


ultrassonografia do trato reprodutivo;

O intervalo de sincronização que é aceito e utilizado nas receptoras, se


encontram entre o 4º e 8º dia pós-ovulação, sendo a coleta do embrião realizada
no 7º dia, pós ovulação da égua doadora;
(
(HARTMAN, 2011), (McKINNON; SQUIRES, 2007).
Desenvolvimento
SINCRONIA ENTRE DOADORAS E RECEPTORAS DE EMBRIÕES

As éguas que obtiveram prenhez positiva podem ser suplementadas com


progesterona em média dos 100 a 120 dias de gestação, momento em que a
placenta assume a produção desse hormônio;

De acordo com Caiado, (2007) o tratamento diário com progesterona oleosa


aplicado nas receptoras, iniciado no dia da ovulação da receptora (D0) até o 5º dia
pós ovulação (D5), permite a utilização dessas receptoras já no D2, com uma taxa
de prenhez de 72%;
Desenvolvimento
TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS

utilizada na reprodução equina.


uma técnica amplamente
A transferência de embrião é

Esta técnica baseia-se no fato de que a carga


genética da égua que carrega o potro em
nada influência nas características genéticas
do potro.

problema reprodutivo não herdável. Fonte: Portal para profissionais veterinários..


de éguas idosas ou que apresentam algum
A transferência de embrião permite gerar potros

(DAVIES, 2003).
Desenvolvimento
Vantagens mais importantes dessa biotecnologia:

Capacidade de evitar a interrupção da carreira


esportiva de éguas importantes;

A possibilidade de produzir vários potros da


mesma égua por ano;

A transferência de embrião permite gerar potros


de éguas idosas ou que apresentam algum
problema reprodutivo não herdável.

A complexidade da TE é relativamente baixa


comparando com outras biotécnicas da
reprodução usada na Medicina Veterinária.
(BETTENCOURT et al., 2018), (PINTO et al., 2017).
Desenvolvimento
Técnicas de transferência de embrião:

Na rotina comercial,
NÃO CIRÚRGICA
essa coleta dos embriões
CIRÚRGICA É feito com pipeta padrão de geralmente é efetuada entre
inseminação artificial, pistola de
inseminação ou inovulador os dias sete e dez pós-
é realizada através de
descartável ou de aço reutilizável, ovulação. Após a obtenção
laparotomia na linha média do
com bainha de proteção estéril, e do embrião, ele deve ser
abdômen, com o animal sob
uma pipeta ou palheta contendo o
anestesia geral, ou pelo flanco transferido para as
embrião, em porções alternadas
com o animal em pé, sob
de ar e meio de manutenção receptoras selecionadas.
sedação leve e anestesia local.
holding.
(GINTHER et al., 2005), (SILVA, 2003), (LEY, 2006).
Considerações finais
A TE é cada vez mais utilizada na indústria equina e por esse motivo é importante para saber
reconhecer os fatores que afetam a taxa de sucesso do programa de TE.

Portanto, esse estudo abordou os principais fatores relacionados a seleção de éguas receptoras de
embrião equino como: o tamanho ideal, idade, temperamento, sanidade, escore corporal, peso, ciclos
estrais normais, sazonalidade reprodutiva da égua, não alterações (músculo) esqueléticas, ter boa
saúde dentária, boa visão, principais hormônios para a reprodução equina, e a relevância da
transferência de embrião e suas técnicas.

Assim, ao avaliar estes elementos o médico veterinário estará apto para a detecção de problemas
dentro de um programa de reprodução, bem como realizar a intervenção de forma efetiva e produtiva.
Referências
ALONSO, M. A. Efeito das características uterinas e dia do ciclo na taxa de prenhez e níveis séricos de progesterona em éguas candidatas à receptora de embrião. 2007. 72 f. Tese de Doutorado. Dissertação
(Mestrado em Reprodução Animal) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, SP. Disponível em: <
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/98250/alonso_ma_me_botfmvz.pdf?sequence=1> Acesso em: 10 dez. 2022.

 ALVARENGA, M.A. Problems and solutions in equine embryo transfer programs in Brazil. Acta Scientiae Veterinariae, Porto Alegre, v. 38, p. s319-s333, 2010. Disponível em:<
https://citeseerx.ist.psu.edu/document?repid=rep1&type=pdf&doi=6ffcc7520273d3680f78782a95ff2e7a57d36a7e> Acesso em 24 jan. 2023.

 AMERICA&rsquo; S HORSE DAILY. All About the Racing American Quarter Horse. 2008. America's Horse Daily. Disponível em:< http://americashorsedaily.com/all-about-theracing-american-quarter-horse/
#.VVo2Fvl Viko >Acesso em: 17 out. 2017.

ARISTIZÁBAL, V. H. et al. Transferência de embriões em éguas receptoras anovulatórias. Revista de Medicina Veterinária, n. 33, p. 137-147, 2017.Disponível em :<
http://www.scielo.org.co/scielo.php?pid=S0122-93542017000100137&script=sci_arttext&tlng=pt> Acesso em 15 fev. 2023.

CAIADO, J. R. C. et al. Tratamento de éguas receptoras de embriões visando sua utilização no segundo dia pós-ovulação. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 36, p. 360-368, 2007.Disponível em:<
https://www.scielo.br/j/rbz/a/qwg6MYQcBS8grzpHhWGYFNm/?format=pdf&lang=pt> Acesso em 20 fev. 2023.

FAO. Food and Agriculture Organization. Estatísticas de Animais Vivos 2009. Caderno de estatísticas do agronegócio brasileiro. Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA, Brasília,
2009 FAOSTAT. Food and Agriculture Organizatio no the United Nations. World horsepopulationestimatedat 58 million. Horse Talk. Nova Zelândia, 2007.

HARTMAN, D. L. Embryo Transfer. In: McKinnon, A.O. et al. Equine Reprodution. 2ed. Oxford: Wiley- Blackwell, 2011. v.2, cap.303, p.2871-2879.

 MCKINNON, ANGUS O.; SQUIRES, EDWARD L. Embryo transfer and related technologies. In: SANDEURS, W.B. Current Therapy in Equine Reproduction. 2007. p. 319-334.

PINTO, M. R. et al. Strategies for increasing reproductive efficiency in a commercial embryo transfer program with high performance donor mares under training. Journal of Equine Veterinary Science, v. 54, p. 93-
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WILLIAMS, G. L. et al. Reproductive seasonality in the mare: neuroendocrine basis and pharmacologic control. Domestic Animal Endocrinology, v. 43, n. 2, p. 103-115, 2012. Disponível em:<
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0739724012000537> Acesso em 10 mar. 2023.

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