INTRODUÇÃO
A Transferência de Embriões em bovinos é uma ao invés de apenas um, como seria no processo
ferramenta essencial para o melhoramento genético
dos rebanhos no Brasil. Por isso, tem ganhado
cada vez mais destaque nos cenários nacional e
internacional.
Podemos explicar, de modo resumido, que a TE
em bovinos consiste na coleta de um embrião
produzido a partir de material genético de animais
superiores e, em seguida, a sua deposição no útero
de uma fêmea receptora que reúne características
adequadas para uma gestação bem-sucedida.
Dessa forma, a Transferência de embriões é uma
biotecnologia que busca obter descendentes de
animais de elevado mérito genético. Isso porque,
após eleger uma fêmea bovina superior, que é
chamada de doadora, ela é submetida a tratamento
hormonal específico para produzir vários óvulos,
3
natural. Já as vacas receptoras são avaliadas quanto
ao seu estado reprodutivo e, apenas aquelas
consideradas aptas, recebem os embriões.
Tecnicamente falando esta biotecnologia se
fundamenta na estimulação por intermédio
de hormônios exógenos os ovários de uma
vaca geneticamente superior (doadora), para
induzir múltiplas ovulações. Por fim, a doadora
é inseminada e 7 dias após, os embriões são
retirados, selecionados sob microscópio e
transferidos às fêmeas receptoras, responsáveis por
levar a gestação até o seu término.
Sem dúvidas, a TE possibilita, em um curto
espaço de tempo, o aumento das características
raciais mais importantes do plantel e ainda é uma
 excelente forma de se obter um maior número de
descendentes dos animais superiores a um custo mais
baixo. Se comparado a uma aquisição do animal já
adulto.

Dessa forma, uma fêmea que naturalmente produziria

apenas um bezerro ao ano, tem a possibilidade de
aumentar sua produção em mais de 10 produtos
anuais, sem a necessidade de gestação e parto.

4
INTRODUÇÃO
Então, a transferência de embriões, juntamente com
as demais biotécnicas são as grandes responsáveis
pelo alcance da eficiência reprodutiva. Assim, o uso
dessa biotecnologia tem diversas vantagens, dentre
as principais podemos citar:
5
1. Possibilidade de gerar mais bezerros
anualmente;
2. Seleção e aprimoramento genético dos
filhotes gerados;
3. Multiplicação do material genético de fêmeas
de alto valor;
4. Comercialização de material genético por
meio de embriões congelados;
5. Aumento das características mais importantes
para a produtividade e para a melhoria da
caracterização racial do plantel.
INTRODUÇÃO

Desse modo, a técnica de Transferência de Ao longo deste Guia Digital listamos os 10 Principais
Embriões (TE) tem grande importância e tornou- Pontos e Etapas para a realização da Técnica
se uma ferramenta importante no comércio de Transferência de Embriões em Bovinos com
nacional e internacional de embriões bovinos. Sucesso.
A demanda potencial do Brasil é enorme, e
para supri-la, é necessário que haja cada vez
mais médicos veterinários capacitados para
tal. O aprendizado da técnica de TE por meio
de um treinamento teórico-prático, de forma
bem orientada, torna-se essencial para que o
profissional amplie seus conhecimentos técnicos
para sua inserção em um mercado profissional
restrito e de alta valorização. O médico veterinário
que realiza a transferência de embriões é
remunerado a cada produto de prenhez
confirmada, ou seja, você poderá ganhar uma
quantia considerável.

6
INTRODUÇÃO

ÍNDICE

1. Introdução - Coleta dos Embriões

2. Os 10 Principais Pontos e Etapas da - Rastreamento e classificação dos embriões

Técnica
- Transferência dos Embriões
- Instalações
- Criopreservação dos Embriões
- Avaliação de Doadoras
- Controle Zootécnico para TE
- Seleção e avaliação de Receptoras
3. Conclusão
- Protocolo Hormonal
4. Referências Bibliográficas
- Acasalamento de Touros e Inseminação

7
INSTALAÇÕES
INSTALAÇÕES

Para correta execução dos trabalhos, é necessário

que a propriedade tenha uma estrutura mínima
que permita que os animais sejam medicados
e manipulados de forma segura e eficiente.
Basicamente, a estrutura requerida consiste
em um curral para manejo dos animais e um
laboratório onde os embriões serão manipulados.
O curral de manejo deve ser de tal forma que
permita os procedimentos normais de manejo
do gado (apartação, marcação, vacinação,
inseminação artificial, pesagem, embarque e
desembarque dos animais), como também a
contenção individual para a inseminação das
doadoras, coleta e transferência dos embriões.

9
AVALIAÇÃO DAS DOADORAS
AVALIAÇÃO DAS DOADORAS

Devido aos custos envolvidos na técnica de TE,

incluindo sêmen, honorários veterinários, manutenção
do rebanho de receptoras, medicamentos e
hormônios, tempo e mão de obra, recomenda-se que
somente aqueles animais de maior valor genético
sejam usados como doadoras, em vista do valor final
do produto nascido. Alguns pontos essenciais devem
ser levados em conta para avaliação da doadora

1. Geneticamente superior

2. No caso de vacas, histórico de boa fertilidade.

3. Boa condição corporal

4. Órgãos genitais (cérvix, útero, ovidutos e ovários)

sem alterações.

5. Ciclicidade

11
AVALIAÇÃO DAS DOADORAS

Ao se definir a doadora, alguns cuidados e

procedimentos devem ser realizados antes de se
iniciar qualquer passo. Dentre estes cuidados deve-
se realizar uma análise de estado corporal, onde as
doadoras devem apresentar sadias e com escore
corporal adequado. O exame ginecológico é de suma
importância, sendo que as doadoras não devem estar
gestantes e com um período de pós-parto mínimo de 30
a 45 dias com ciclicidade normal, ausência de infecções
e de problemas reprodutivos

DICA: Um bom conhecimento da

ultrassonografia aplicada à reprodução
pode ajudar e muito na hora de selecionar
os animais com as características
reprodutivas necessárias.

12
SELEÇÃO DE RECEPTORAS
SELEÇÃO DE RECEPTORAS

Os animais a serem usados como receptoras deverão

ser preferencialmente animais jovens, como novilhas
ou vacas com estado corporal adequado , importante
é que sejam sadios, ciclando, sem histórico de
distúrbios reprodutivos (aborto, infecção), e manejo
sanitário esteja em dia.

A seleção das receptoras deve ser criteriosa, devido o

alto custo de aquisição e manutenção delas.

DICA: Na compra de receptoras, lembre-

se de adquirir animais ciclando e não
gestante e de também realizar exame de
brucelose e tuberculose.

14
PROTOCOLO HORMONAL
PROTOCOLO HORMONAL

Os protocolos de sincronização usados atualmente são

baseados em dispositivos que liberam progestágenos/
progesterona combinados com estradiol ou GnRH e
superovulação baseado no uso do FSH. A variabilidade
de resposta das doadoras de embriões ao tratamento
superestimulatório com gonadotrofina, continua
a ser um dos maiores problemas nos programas
comerciais de transferência de embriões. Para superar
este problema, vários tratamentos hormonais foram
propostos para controlar o crescimento folicular e o
momento da ovulação, a fim de permitir a inseminação
artificial em tempo fixo (IATF). De forma similar, o
desenvolvimento folicular e a ovulação podem ser
manipulados farmacologicamente para melhorar
programas de superestimulação e transferência de
embriões bovinos.

16
ACASALAMENTOS E
INSEMINAÇÃO
ACASALAMENTOS E INSEMINAÇÃO

Para inseminar as vacas doadoras, são selecionados

touros de maior valor genético dos quais se
deseje ter um maior número de descendentes. A
inseminação pode ocorrer através da monta natural,
ou inseminação artificial. Após serem depositados
no trato genital feminino, os espermatozóides
necessitam ser transportados até a porção média
da tuba uterina, mais precisamente na ampola,
para interagirem com o ovócito liberado pelo
folículo ovariano no momento da ovulação. Além
disso, requerem um período prévio, denominado
de capacitação, quando ocorrem transformações
bioquímicas e estruturais que lhe conferem o poder
de fertilização.

18
COLETA DE EMBRIÕES
COLETA DE EMBRIÕES

Os embriões são coletados em média sete dias

após a inseminação artificial, quando estarão
acessíveis à coleta. A coleta também pode ser
realizada no 8ª dia após inseminação artificial, o
que piora as condições de manipulação, proteção
e congelamento, uma vez que a maioria já se
apresenta com a zona pelúcida rompida. A colheita
não cirúrgica consiste em recuperar os embriões
da doadora realizando-se uma “lavagem” interna
do útero com uma solução apropriada por meio de
uma sonda introduzido através da cérvix.

20
AVALIAÇÃO DE EMBRIÕES
AVALIAÇÃO DE EMBRIÕES
Após lavagem uterina, os embriões recuperados devem
ser avaliados através do microscópio estereoscópio para
serem classificados quanto a sua qualidade morfológica
e o seu estádio de desenvolvimento embrionário.
Na avaliação do estádio, são consideradas características
associadas à progressão do desenvolvimento
22
embrionário, como número, tamanho e grau de
compactação dos blastômeros (células embrionárias),
formação da blastocele (cavidade embrionária), espaço
ocupado pelo embrião e espessura da zona pelúcida
(envoltório externo).
A classificação morfológica de qualidade considera
a presença e a magnitude de imperfeições como
presença de blastômeros de tamanhos irregulares, em
extrusão (separação da massa celular), apresentando
vacuolização, morte ou fragmentação, alterações
de cor ou tamanho da massa celular, ausência de
compactação e danos na zona pelúcida.
A Sociedade Internacional de Transferência de
Embriões (IETS) normatiza os critérios para classificação
morfológica de embriões bovinos produzidos in vivo
quanto ao estádio de desenvolvimento e qualidade
(IETS, 1998).
TRANSFERÊNCIA
DOS EMBRIÕES
TRANSFERÊNCIA DOS EMBRIÕES

A transferência é a deposição do embrião viável,

coletado da doadora, no útero da receptora cuja
ovulação está sincronizada com as ovulações
da doadora. Esta transferência deverá ser feita
no terço médio ou terço cranial do corno uterino
ipsilateral ao ovário onde ocorreu a ovulação e
desta forma apresenta um corpo lúteo de boa
qualidade (normalmente acima de 13 mm).

24
CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES
CRIOPRESERVAÇÃO DE EMBRIÕES:

O armazenamento de embriões por longos períodos

tem importantes aplicações operacionais, pois permite
a simplificação da movimentação de material genético,
a preservação de estoques genéticos raros e superiores,
maior manejo das transferências, aproveitamento dos
embriões excedentes de uma coleta, otimização da
utilização de receptoras, possibilitando uma redução dos
custos dessas biotécnicas. Além disso, a criopreservação
promove uma maior adaptação do produto ao meio e maior
segurança zoosanitária. Atualmente existem metodologias
padronizadas de congelamento, o que permite a aplicação
comercial da criopreservação em larga escala para
embriões produzidos in vivo, resultando taxas de gestação
que variam de 25 a 50%, ou seja, ligeiramente inferiores
àquelas obtidas com embriões transferidos a fresco.

26
CONTROLE ZOOTÉCNICO
PARA TE
CONTROLE ZOOTÉCNICO PARA TE

A técnica de TE não se restringe a apenas uma

coleta de doadora, mas sim a uma continuidade
de trabalho com médias satisfatórias. Para isso,
é importante sempre realizar todas as anotações
possíveis para que sejam mantidos bons resultados,
ou corrigidas as possíveis falhas. Portanto é
necessária atenção especial na coleta de alguns
detalhes como idade do animal, tempo após o
parto, escore corporal dentre outros. Ao final de
cada coleta, uma ficha deverá ser preenchida em
3 vias, assinadas pelo médico veterinário e pelo
proprietário, sendo uma delas guardada pela equipe
veterinária, a segunda pelo proprietário e a terceira
para a associação da raça. Estas fichas são de
extrema importância para efeitos legais de registro
dos produtos de TE na associação da raça.

28
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO

A Transferência de embriões é uma técnica que,

se aplicada de forma correta pode elevar a outro
patamar o potencial genético do rebanho, além de
garantir maior eficiência reprodutiva. Tudo isso irá
levar a uma maior lucratividade da fazenda.

Dessa forma, tendo agora em mãos esse material

de estudo, você tem conhecimento das principais
práticas e etapas para realização da Transferência
de Embriões em Bovinos com sucesso. No entanto,
entendemos que somente uma capacitação
presencial irá proporcionar a você a prática
necessária para não cometer nenhum erro (e
perder dinheiro).

30
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33
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
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36. STRINGFELLOW, D.A.; SEIDEL, S.M. Manual
da Sociedade Internacional de Transferência de
37. CPT Cursos Presenciais. Apostila do Curso de
Transferência de Embriões. Viçosa- MG
O mundo está cada vez mais competitivo e exige que os
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