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Ao longo do tempo na reprodução bovina, algumas biotecnologias ganharam espaço, e vêm

ajudando criadores a obterem um rebanho com melhor valor genético, gerando um produto de
melhor qualidade. Entre elas está a transferência de embriões em bovinos. Nessa
prática, alguns critérios precisam ser levados em consideração para ter bons resultados.
Um destes quesitos é a seleção das vacas receptoras, as fêmeas que recebem os embriões
e seguem com a gestação.
Para a seleção dessas fêmeas é preciso que alguns fatores sejam levados em conta, como o
manejo nutricional aplicado, a saúde do animal e a idade. Além do ciclo estral, que deve ser
acompanhado para que seja feita a sincronização com o ciclo da doadora.
Diante disso, um bom ponto de partida para entender a importância das receptoras na
transferência de embriões em bovinos é entender como funciona essa biotecnologia e como
selecionar as fêmeas que vão receber os embriões gerados.

A transferência de embriões em bovinos


A transferência de embriões em bovinos, de forma resumida , é uma técnica que combina
matrizes genéticas com as características desejáveis, formando embriões de alto
potencial genético. Esses embriões são coletados da fêmea doadora, e podem então ser
criopreservados ou inseminados em uma fêmea receptora.
Essa técnica apresenta diversas vantagens para o rebanho, sendo uma delas a produção de
um maior número de bezerros anualmente por vaca doadora. Essa vantagem também
ilustra o importante papel das receptoras em um rebanho. Como elas são inseminadas e
carregam produtos de alto valor genético, essas fêmeas precisam estar preparadas para gerir
esses bezerros sem danos à sua saúde.

Papel das vacas receptoras na transferência de embriões em


bovinos
As vacas receptoras recebem os embriões gerados pela transferência de embriões em
bovinos. O que quer dizer que elas são, de certa forma, responsáveis pelo sucesso da
técnica, já que esse sucesso pode ser medido pelos produtos vivos gerados. Dessa
forma, para além de apenas receptoras, é preciso entender todas as etapas pelas quais elas
passam. Desde o pareamento com as doadoras, até as características que essas fêmeas
devem apresentar.
Assim, é preciso que o animal seja saudável e bem manejado, além de jovem, ou seja, no
ponto de inseminação (14 a 16 meses), com mais de 350 kg, e tenha bom desempenho
reprodutivo. É importante também que sua nutrição e o manejo estejam sendo realizados da
forma correta. Esses aspectos são essenciais e não devem sofrer mudanças bruscas no
prazo de 30 dias antes do início do programa. Além disso, as receptoras devem estar
ganhando peso, algumas semanas antes de serem sincronizadas. Já no caso de animais em
lactação, deve-se respeitar este pico hormonal e sincronizá-las apenas depois.
É necessário ainda ao produtor estar atendo às vacinações (IBR, BVD, Leptospirose,
Clostridioses, Brucelose, Febre Aftosa), e utilizar somente animais negativos para
Neosporose, Brucelose e Tuberculose. A qualidade das receptoras e dos embriões afeta
diretamente os índices de prenhez.

A importância do manejo das fêmeas receptoras na


transferência de embriões em bovinos
Além de todo o cuidado necessário com as receptoras, elas ainda representam um impacto
grande na questão logística da transferência de embriões em bovinos. Esse problema
está no número de animais necessários para um doadora e no cuidado com as fêmeas.
Assim, o custo de manutenção desse rebanho é o maior gasto de quem realiza a transferência
de embriões em bovinos. Isso acontece porque, quem usa essa biotecnologia, deixa essa
fêmeas “vazias’ propositalmente, na espera de um embriões de alto valor genético para a
realização da inseminação.
A gestão da razão receptoras/doadoras é fundamental para evitar gastos extras. Isso
acontece pois quando há excesso de embriões, é possível realizar a criopreservação do
excedente. Porém quando há maior número de receptoras que de embriões, isso pode
representar prejuízos para a criação.
Assim, de modo geral, se uma doadora produz em média 4 embriões viáveis, dez receptoras
devem ser preparadas, passando pelo processo de sincronização. Com esse número,
aproximadamente seis receptoras estarão aptas para receber os embriões. Após a realização
da inseminação, ainda é preciso levar em conta uma taxa média de prenhez, que pode variar
de acordo com os fatores envolvidos durante todo o processo, inclusive experiência do
profissional.
Dessa forma, fica claro como manter a saúde das receptoras e aliar seu manejo ao uso de
embriões congelados evita prejuízos ao pecuarista e garante o número minimizado de fêmeas
vazias. Portanto cabe ao responsável gerir os ciclos, e manejar as fêmeas da melhor
forma para que os resultados sejam positivos.

VANTAGENS DA TRANSFERÊNCIA DE
EMBRIÕES
 Escala rápida de plantel.
 Aprimoramento genético e seleção dos futuros filhotes gerados.
 Embriões Sexados onde você escolhe o sexo com 95% de acerto.
 Estoque para futura comercialização por meio de embrião
congelado.
 Valor genético sendo multiplicado com fêmeas de grande valor
 Melhoria nas características raciais para melhoria da produtividade
e características do plantel.
 Informações Laboratoriais garantem antes da fertilização in vitro
informações como a capacidade produtiva do animal antes da
inseminação.
Os principais efeitos da transferência de embriões
 Dentre as principais vantagens da transferência de embriões podem ser citadas
(Pereira, 1999):
 * Aumento das taxas reprodutivas, principalmente de espécies uníparas;
* Permite maior intensidade de seleção dentre as fêmeas;
* Permite rápida expansão de estoques raros;
* Permite a condução de experimentos de genética, com utilização de material
geneticamente semelhante em ambientes diferentes;
* Permite o estudo de exigências necessárias para boa fertilidade e desenvolvimento
normal dos embriões;
As desvantagens não são desprezíveis e dentre elas podem ser citadas (Pereira,
1999):
* Custo da técnica;
* Aumento da incidência de gêmeos, com conseqüente aumento de mortalidade e
distocias;
* Aumento da endogamia do rebanho;
* Propagação de problemas genéticos;
* Dificuldades de natureza técnica.

Pereira, J.C. Melhoramento Genético Aplicado à Produção Animal. Belo Horizonte,


FEP-MVZ, 493p., 1999.

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