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Júlia Teixeira Naves – 7° período/2022

Júlia Teixeira Naves - 2022

Bezerras, junto com as vacas secas são grupos Desaleitamento precoce: consumo de concentrado
esquecidos, por não serem produtivos. para desenvolvimento do rúmen;
Representam 20 a 25% do custo total de produção. Desenvolvimento ótimo: ganho de peso e em altura;
Chegada ao parto com 85% do peso adulto. Primeiro Manutenção da saúde: morbidade e mortalidade
parto entre 22 e 25 meses de idade. aceitáveis;
Na cobertura deve ter 55% do peso adulto. Otimização de custos: redução dos gastos com
alimentação, doença e trabalho.
O ganho médio de peso diário fica em torno de 800g.
Pode chegar até a 1kg na pré-puberdade, pois
desenvolvimento mamário e do animal é isométrico.
Após a puberdade, glândula mamária desenvolve
mais rápida e ganho de peso deve ser ajustado para
800g/dia, do contrário, ocorreria deposição de
gordura na glândula.
Para bezerra crescer bem, deve nascer saudável.
Manejo: processo de tomada de decisão para criação
de animais saudáveis, produtivos e rentáveis. Genética é importante, mas não é tudo!

Idade ao primeiro parto: 23, 25, 24 meses. So atinge Dificuldade de parto: todo bezerro nascido fruto de
isso se tiver ganho de peso adequado (por volta de um parto distócico irá dar algum problema (difícil
750g/dia). Quando tem 55% do peso adulto já pode ganho de peso, aparecimento de doenças...). Cortisol
ser coberta. Pari aos 24 meses com 85% do peso fica alto, acidose respiratória e metabólica, dificuldade
adulto. de absorção de colostro. Quanto mais grave a
distocia, pior;
• Uso de touros com facilidade de parto para
cobrir novilhas
Secagem de vaca: 45 a 60 dias antes do início da
lactação da gestação atual. ATB de longa duração
para prevenir mastite.
• Colostro – produzido 2 a 3 semanas antes do
parto (mastite fisiológica): IgM e IgA vem da
glândula, IgG vem quase todo do sangue;
• Colostro mastítico: processo patológico.
Infecção intramamário. Não pode fornecer o
colostro para bezerra;
Escore de condição corporal ao parto (ECC): 3,5 é
ideal para Holandês (tende a depositar mais gordura
PROGRAMA DOS 6 PONTOS DA CRIAÇÃO
abdominal). Para Zebu, 4 a 4,5 (tendem a depositar
DE BEZERRAS: mais gordura SC);
Construção da imunidade: cuidados com a vaca Piquete maternidade: observação, conforto. Deve ter
gestante e ao parto, colostro, cura do umbigo, sombra artificial ou natural, cocho disponível, boa
alimentação, vacinas; cobertura vegetal;
Diminuição dos desafios: higiene, medidas de
biossegurança, conforto;
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Dieta de transição para vacas no piquete As dificuldades:
maternidade: 3 semanas antes e 3 depois do parto.
Bezerro desenvolve mais no terço final, muda dieta Distocia materna – cérvix fechado;
para nascer com peso adequado; Distocia fetal – mal posicionado;
Piquete maternidade: dieta de transição; mais fácil de Distocia feto-maternal – diâmetro escápula/pelve não
visualizar animal e prestar socorro caso necessário. permite passagem. A única coisa que resolve é a
Espaço de 50 a 60 metros por animal. Boa cobertura cesariana;
vegetal (funciona como cama para bezerro, diminui
barro). Tem que ter sombra (natural ou sombrite). 70 Para feto morto, não faz cesariana, faz fetotomia;
cm de área de cocho por animal. Piquete deve estar Manobras:
em área nobre da fazenda, perto de instalações;
• Primeiro esvazia ampola retal da vaca;
Ideal ter um piquete diferente para vacas e novilhas:
competição, exigências nutricionais diferentes; • Depois faz antissepsia do períneo, lavando
com escova;
Saúde:
• Clembuterol, hioscina: para contrações
Vacinas na mãe: algumas semanas antes do parto, uterinas para colocar feto pra dentro e fazer
pois tem produção de anticorpos específicos que as manobras;
serão transferidos para a bezerra na colostragem;
• Faz exploração vaginal usando lubrificantes,
Desverminação (levamisol) 15 dias antes da vaca exterioriza membros do bezerro, usa
parir (não tem sinal clínico, mas pode estar materiais obstétricos (ama uma corrente em
eliminando ovos nas fezes). Bezerra quando está cada membro para deixar individualizados e
com a mãe na maternidade pode se contaminar; conseguir puxar um de cada vez para
Controle de ectoparasitos; diminuir diâmetro escapular e conseguir
passar pela pelve);
• Para fazer a exploração e manobras, vaca
deve estar em pé. Depois que os matérias
Fase prodrômica (animal mostra que está chegando o obstétricos já estão no feto, vaca precisa
dia do parto): abdômen penduloso, vulva e úbere deitar para fazer tração (diminui a curva do S
inchado, inflamado, vermelho, ligamentos da garupa invertido);
relaxados, ficam mais lentas, diminuem consumo de • Como aboliu contrações uterinas, faz a tração
alimento (começa a cair 1 semana antes do parto e para tirar feto: faz tração alternada no sentido
no dia do parto costuma nem comer); dos jarretes da vaca (não traciona para trás
Estágio 1: primeiras contrações uterinas, dilatação da nem para cima);
cérvix. 4 a 6 horas em multípara e 8 a 10 horas em Escores de dificuldade de parto:
primípara. Rola, deita, levanta, tenta se isolar,
escoiceia, olha para abdômen, urina e defeca com 1- com uma leve tração consegue parir;
frequência. Termina quando observa placenta
5- cesariana;
exteriorizada. Cérvix não está aberto ainda;
Estágio 2: aparecimento da placenta. Dura 2 a 3
COLOSTRAGEM
horas na primípara e 2 horas na multípara. Quanto mais colostro, de melhor qualidade e mais
Contrações ficam mais frequentes e mais fortes. rápido possível, melhor.
Aparecem as contrações abdominais junto com as
uterinas para encaixar bezerro no canal do parto Colostro é o produto da primeira ordenha após o
(vaca se deita). Se vaca não conseguir parir em até 2 parto. A partir da primeira ordenha, até a 11°, é
horas do aparecimento da placenta, tem que intervir chamado leite de transição. A partir da 11° ou 12° já
no parto (manobras ou cesariana); é leite;
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Composição do colostro e do leite: Fatores de crescimento:
• Fator de crescimento semelhante a insulina I
e II. Induzem mitose, multiplicação celular =
estímulo para desenvolvimento dos
enterócitos
• Fator de crescimento epidermal: induz
maturação das células, tornando-as
funcionais em menor tempo.

Funções:
Colostro tem mais sólidos totais (pois tem mais
IgM (10-15%): resposta primária. Fica na corrente
anticorpos) e mais proteínas (Ac é proteína);
sanguínea, só vai para tecido quando tem reação
Lactose aumenta com o decorrer das ordenhas: inflamatória;
recém nascido não produz muita lactase;
IgG (70-80%): também fica na corrente sanguínea;
Colostro tem mais gordura: importante para funcionar
IgA (10-15%): proteger membranas mucosas contra
como laxante e não apresentar retenção de
infecção e evitar que antígenos entrem na corrente
mecônico. Não é suficiente para causar diarreia. É
sanguínea;
uma fonte de energia prontamente metabolizável
(bezerro tem gordura estrutural, marrom, de difícil Como avaliar o colostro?
metabolização. Gordura do colostro é prontamente
metabolizável, importante principalmente no frio; Avaliação visual: amarelado, denso, cremoso, sem
grumo, sem estrias de sangue, não pode ser aguado.
Deve ser de vaca de segunda a quinta lactação, que
tenha tido período seco adequado de pelos menos 30
dias (ideal de 45 a 60 dias);
Colostrometro: verde, vermelho e amarelo. Coloca
dentro de uma proveta com colostro e vê onde vai dar
leitura:
• Acima de 50g/litro é verde = bom;
• De 20 a 50 é amarelo = moderado;
• Abaixo de 20 é vermelho = ruim;
• OBS: recomenda acima de 60. Fazendas
Constituintes: grandes já estão priorizando acima de 80;
Imunoglobulinas (anticorpos): Refratômetro Bricks: afere concentração de
Células de defesa celular; imunoglobulinas no colostro;

Lactoferrina: torna ferro mais indisponível para a Lactodensímetro;


multiplicação bacteriana, dificultando estabelecimento Idade da vaca: evitar colostro de primíparas (produz
da infecção; menor volume e de pior qualidade) e vacas a partir de
Sistema complemento: ajudam na imunidade quarta ou quinta cria (sistema imune entra em
específica; senescência);

Lactoperoxidases: controla geração de radicais livres Período seco: mínimo 45 dias – constituição da
nos focos de inflamação. Radicais livres são glândula mamária, IgG tem que acumular novamente
importantes mediadores da inflamação, mas em (vem do sangue).
excesso prejudicam animal;
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Ordenha pré parto: apenas em casos patológicos. Processo de absorção de anticorpos é não seletivo e
Ordenha para estimular circulação do úbere e competitivo. Enterócito absorve qualquer coisa (boa
absorver edema patológico. Quando faz ordenha pré ou ruim) e o que tem em maior quantidade é
parto descarta colostro; absorvido;
Raça: não tem diferença de produção dentre raças. Imunoglobulinas são absorvidas pelos enterócitos,
No entanto, vacas de alta produção (Holandesa) formam fagossomos, vem os lisossomos e formam
produzem colostro ´´pior´´ em relação a outras vacas, fagolisossomos. Parte das Ig são perdidas nesse
pois tem efeito de diluição, ficando com menos momento e 35% passa para linfa;
imunoglobulinas;
Durante o parto, cortisol fisiológico afrouxa
Ordenha pós parto: quanto antes fizer a ordenha desmossomos (ligações entre enterócitos) e deixa Ig
completa, melhor; passar entre células sem entrar nelas. Em um bezerro
que passou por distocia, o cortisol renova enterócitos
Higiene: tomar mesmos cuidados que leite comercial.
mais rapidamente e torna desmossomos mais firmes;
Colostro não produz diarreia, ao menos que esteja
contaminado; O momento de máxima absorção é de 0 a 2 horas;

Quanto fornecer de colostro? Tem que associa volume adequado de colostro, de


um bom colostro, na hora certa;
10% do peso em dois aleitamentos: 1 até 6 horas e
outro até 12 horas. Essa ERA a recomendação; Apenas geração de enterócitos fetais são capazes de
absorver com eficiência de 100%. A medida que são
• Vacas produzem cada dia menos (alta substituídos, capacidade absortiva diminui
produção, efeito de diluição), vacas abruptamente (em 12h, diminui 50% a capacidade);
estressadas, estresse térmico, maior desafio
= menor quantidade de colostro de maior Como fornecer o colostro?
qualidade;
Aleitamento natural: deixa bezerro mamar direto na
• Bezerros com maior desafio (alta densidade, mãe. Muito contaminado (ambiente), risco de
estresse térmico), nascem com maior peso bactérias entrarem. Não da pra saber ao certo o
vivo; quanto o bezerro ingeriu. Não tem como avaliar a
qualidade do colostro;
A recomendação atual aumentou volume,
concentração e diminuiu tempo. Antigamente Forma artificial: colostro na mamadeira/balde.
preconizava achar 10 g/L no de IgG no plasma de Mamadeira é mais natural, melhor. Bezerro tem que
bezerras, mas atualmente a quantidade mínima de sugar, fazer força e salivar (quanto mais salivar,
IgG no plasma preconizada é 15g/L; melhor). Vai mamar pequenos volumes, dando tempo
de o colostro coagular e separar o soro, que é onde
• Para bezerras de peso médio igual ou tem Ig;
superior a 40kg no nascimento, recomenda
que receba 4 litros de colostro verde (60g/L)
em até duas horas. Em até 12 horas tem que
tomar mais 2 a 3 litros;
• Para bezerros menores: 2 a 3 litros em até 2
horas e 1 a 2 litros em até 12 horas;
Eficiência aparente de absorção = 35%. O resto é
perdido ou usado por enterócitos;

Quando fornecer o colostro?


Nas primeiras horas de vida (até 2h), enquanto
enterócitos ainda são permeáveis;
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Primeira colostragem tem que ser preferencialmente desnatura proteínas, além de ser menos palatável.
no piquete maternidade, ou então já no local em que Usa como suscedâneo;
ela irá ficar;
Colostro acidificado com ácido lático: usa como
Se o bezerro não mamar, tem que ingerir de qualquer sucedâneo;
jeito. Passa sonda para fornecer. Como é por sonda,
Congelado: algumas células são destruídas (linfócitos
não fecha a goteira esofágica e colostro cai direto no
T, B, neutrófilos, eosinófilos), pois não aguentam
rúmen. Só da diarreia se o colostro estiver
temperatura de congelamento. Deve congelar o mais
contaminado ou se o bezerro já tiver infectado por
rápido possível;
patógenos. Vai ocorrer um atraso de cerca de 3 horas
até colostro chegar no abomaso para ser coagulado e • Deve congelar em pequenos volumes e
posteriormente absorvido. A sondagem é um último camadas finas, em embalagens maiores do
caso, apenas se a mamadeira não der certo; que o volume congelado (ex: saco de 3L para
1L de colostro)
SAÚDE = resistência X desafio
• Para descongelar: banho maria a 50-55°C
• Objetivo é aumentar a resistência e diminuir o
(água morna. Se for mais quente desnatura
desafio;
imunoglobulinas). Dentro de 1h já está
• Quanto mais atrasar e encurtar janela descongelado
imunológica (entre imunidade passiva e
• Para fornecer leite deve estar a 39-40°C
ativa), melhor.
(temperatura que sai do úbere);
Resfriamento (entre 2 e 4 graus): dura entre 48 e 72
horas. Se uma vaca não parir, perde o colostro. Se
não for fazenda grande não compensa;

Para verificar boa colostragem:


Colhe sangue de bezerros até 7 dias e mensura
proteína total sérica no soro, pois tem correlação alta
de proteína total sérica com anticorpo. Resultados:

Metas:
• 2% de natimortos (nasceu morto ou morreu
em até 48h)
• 2% entre 48h e 30 dias de vida (neonatal);
• 1% até o desaleitamento;
Meta: mais de 80% dos animais com mais de 5,5
• Do nascimento até desaleitamento: máximo
gramas por decilitro;
5%;
Mesmo com colostragem adequado existe risco de
Como conservar o colostro? adoecer e morrer se não seguir medidas de
Deve colher colostro da forma mais higiênica biossegurança;
possível, da mesma forma que o leite; CURA DO UMBIGO
Silagem de colostro: técnica para conservar material e
Fundamental para vida do animal e para seu
diminuir custo de alimentação. Fornece esse colostro
desempenho futuro;
ensilado ao invés de dar leite. ATENÇÃO! Não pode
ser usado para primeira colostragem, como forma de Deve ser feito o mais rápido possível após
transferência de imunidade, pois acidifica muito e nascimento;
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Ligação entre feto e mãe: feto recebe tudo que mais pra retrair, facilitando a ascensão de
precisa (nutrientes e O2) e elimina excretas. Pela veia uma infecção
chega sangue arterial e via artéria elimina CO2;
• Depois irá distender com a mão direita e
5 camadas na placenta entre sangue fetal e materno; palpa com mão esquerda no sentido ventro
dorsal caudal. Se tiver indo pra trás é artéria
Se não fazer a cura, abre porta de entrada para
(onfaloarterite) ou úraco (onfalouraquite);
patógenos. Na cura, fecha as entradas;
• Se acomete tudo chama panvasculite. O
O parto tem que ser em local adequado (piquete
mais comum é onfaloflebite, depois
maternidade) e não em curral. Quando vai fazer a
onfalouraquite e depois onfaloarterite;
colostragem já aproveita e cura o umbigo (até 2h
após nascimento); • Hérnia: estrutura que se forma pelo mal
Segmento extraabdominal – do anel umbilical para fechamento de um anel fisiológico.Tem que
fora – e segmento intra-abdominal – do anel umbilical ter um anel fisiológico que não se fechou e
para dentro; deixou estruturas passar por ele. Se não tiver
anel fisiológico, é eventração. Se vísceras
2 artérias (para hipogástrica e aorta), 2 veias (vai para ficarem expostas é evisceração. O anel
o fígado) e úraco (bexiga). Quando chega na altura umbilical pode não fechar e ter a hérnia, em
do anel umbilical as duas veias se anastomosam e que o abomaso, intestino, omento fica preso.
vão para fígado; A cura do umbigo correta reduz as chances,
mesmo que a hérnia seja genética. A redução
• Veia da origem ao ligamento venoso do
de hérnias nas fêmeas pode ser feita, mas
fígado;
nos machos não é indicado (machos
• Artérias: ligamentos laterais da bexiga; geralmente são reprodutores, essa
característica passaria para filhos);
• Úraco: ligamento redondo da bexiga;
OBS: o diagnóstico das onfalites, com o animal em
Depois do nascimento, de 15 a 20 dias estruturas pé, pode ser feito pelo proprietário, que inclusive deve
regridem totalmente e já formam os ligamentos. Não ser capacitado pra isso. Já o diagnóstico das
são palpáveis, exceto em casos onde ocorra infecção onflebites, onfaloarterites e onfalouraquites devem ser
por falha na cura; feitos por um clínico;
Por que curar o umbigo corretamente? Se palpa animal jovem, que ainda está em processo
Evitar problemas de saúde: se estruturas ficam de cicatrização, tem diâmetro das estruturas maior
abertas podem facilitar a entrada de patógenos que que o que teria ao fim da cicatrização normal. No
entanto, estruturas não estão firmes, quentes e
irão causar problemas locais (onfalites) e problemas a
distância (septicemias); animal não sente dor;
Diarreia: infecção pode ascender pela veia e ir para
Resultados da cura tardia ou incorreta:
veias e intestinos causando diarreia;
Onfalites:
Poliartrites: infecção pode ascender pelas artérias e
Infecção do segmento extra-abdominal do umbigo causar poliartrites;

Problemas internos: Como curar o umbigo?


• Deita animal em decúbito lateral, fica atrás do Ideal fazer até 2h de vida, ainda no piquete
animal: com mão esquerda distende maternidade, junto com colostro;
seguimento abdominal e palpa com mão
Faz manejo que permita antissepsia externa e
direita abdômen ventro dorsal sentido cranial;
interna;
• Se encontrar estrutura cilíndrica indo pra
frente é veia = onfaloflebite. É mais comum
de acontecer pois parede é fina e demora
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O iodo é muito bactericida, mas existe suspeita de com 85% do peso médio e o segundo parto será com
que seja cancerígeno. Pode usar também clorexidina. 92%. Terceiro parto já vai ser animal adulto;
NÃO usar spray roxo, spray prata;
ALIMENTAÇÃO LÍQUIDA:
No teto da vaca usa iodo a 0,5% para não queimar.
No umbigo usa uma concentração maior (5 a 10%) Animal tem que ingerir água livre, fora do leite (87%
para curar ´´queimar´´; água e 13% matéria seca): controla temperatura,
hidrata e ajuda no desaleitamento precoce
Recomenda-se álcool iodado a 5%. Se puder ser
álcool absoluto melhor ainda, pois desidrata muito Se quer desaleitar precocemente a bezerra, tem que
mais, ajudando a mumificar. A tintura de iodo a 10% é dar água desde o primeiro dia. Quanto mais água
cara (80 reais 1 litro). Sendo assim, pega 1 L de bebe, mais concentrado come e vice-versa;
álcool (5 reais) e 1 L de iodo (85 reais) = 2 litros de
álcool iodado a 5%. Possui 2 funções: bactericida
(iodo) e mumificante (álcool); Rúmen: gás, pasta com materiais mais grosseira e
lago ruminal (matéria mais digerida). Bezerros que
• O iodo a 10% é caustico, pode causar bebem água ingerem mais concentrado e tem maior
dermatite química no animal; ganho de peso diário;
Spray não é recomendado pois não da pra imergir Bezerros que bebem água, mesmo que tenha
umbigo. Quando faz imersão com iodo, deixa umbigo diarreia, que é muito comum em sistemas de criação,
e região ao redor por 1 minuto. As estruturas terão menos dias de diarreia e em menor quantidade;
capilares absorvem parte da solução e faz antissepsia
interna; Á água é um nutriente chave no desenvolvimento do
rúmen. Deve ser limpa, fresca, de qualidade,
Tem que ser um recipiente de boca larga e escura diariamente e em um recipiente limpo;
para proteger iodo da luz solar;
Animais que bebem água a vontade ganham mais
Na seca: 1 vez por dia por 3 dias – se precisar de peso, comem mais concentrado e se tiver diarreia vão
mais dias, faz mais; ficar menos dias nesse estado;
Nas águas: 2 curas por dia, por 5 a 7 dias; O concentrado deve ser apresentado para o bezerro
Ideal é fazer cura até secar as estruturas, que ocorre desde o primeiro dia de vida;
geralmente por volta de 5 a 7 dias; Tratamento da água: hipoclorito (água sanitária),
Umbigo cai por volta de 10 a 15 dias após cura; cloro...

Se bezerro ficar com a vaca, ela irá lamber e retirar o O consumo de água aumenta com os dias, sendo que
iodo. Se for ficar junto o ideal é curar mais vezes por nos primeiros dias não irá beber ou bebe muito
dia; pouco. De toda forma, é importante que seja
oferecido e esteja a disponibilidade.

COMO FORNECER O LEITE?


Natural x artificial: aleitamento natural em curral
O descarte anual de vacas deve ser de aumenta incidência de doenças;
aproximadamente 30%, sendo assim, deve investir
em bezerras para que possa renovar o plantel; • No aleitamento natural geralmente leva
bezerro pro curral = muito patógenos, alta
Para conseguir que o primeiro parto seja aos 24 chance de infecção;
meses, o ganho de peso diário deve ser por volta de
750, 800 g/dia; • Bezerros em aleitamento natural passam
fome: produção de leite da mãe vai caindo e
A idade a cobertura deve ser de 13 a 15 meses, a quantidade de concentrado não é suficiente
desde que esteja 55% do peso vivo médio. Irá parir (como deixa junto com a mãe, ela come e o
que sobra fica para bezerro);
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Colostro tem que ser na mamadeira; doença. Guarda dados do animal e identifica
mudanças no comportamento alimentar (redução no
O balde pode ser utilizado pra dar leite, ele só não
número de visitas, diminuição da ingestão). Tratador
pode ser colocado no chão (coloca a 45, 50 cm do
teria que conferir relatórios todos os dias
chão): não tem angulação correta e cai no rúmen,
apodrecendo e dando timpanismo (pois rúmen já tem Ideal é aleitar artificialmente (balde/mamadeira
microbiota ativa); individual), mas individualmente;
• A maioria das propriedades usa o balde: mais Aleitamento:
fácil de lavar.
Dia do nascimento: primeiro fornece colostro verde
• O ideal seria mamadeira: elevamento da (no mínimo por 24h após nascimento;
cabeça = fechamento mais fácil da goteira
Na primeira semana (de 2 a 5 dias após nascimento):
esofágica e não deixa leite cair no rúmen
colostro fraco (amarelo, vermelho), leite de transição
(timpanismo, diarreia crônica pela putrefação
e o que precisar completar de leite comercial integral.
do leite). A sucção é importante pois produz
Dando colostro fraco e leite de transição, fornece IgA
mais saliva, que tem mais lipases (digestão
e maior quantidade de nutrientes que leite normal;
começa na boca). Na mamadeira, deglute
menor quantidade de leite por tempo, que Segunda e terceira semana (do sexto dia até o
chega pouco a pouco no abomaso, formando desaleitamento, que pode ocorrer a 60, 90 dias): leite
coágulos, facilitando a digestão. O manejo da comercial integral, leite de descarte (não
mamadeira é mais difícil (lavagem, recomendado – bactéria, toxina, resíduo de ATB,
pressão...); composição bromatológica alterada), colostro fraco,
leite de transição, fermentados e suscedâneo
O comportamento alimentar prevê doenças futura: se
comercial;
ficar doente diminui mamadas ou vai mamar mas não
suga; Troca do leite pelo suscedâneo: produtor tem que
colocar na ponta do lápis e ver se compensa. Analisar
Tem que ser fornecido todos os dias nos mesmos
por quanto vende o litro do leite e quanto custaria o
horários. Se não tiver rotina gera estresse;
litro de suscedâneo. No entanto, não vale a pena
Constância no horário, temperatura, quantidade, trocar um leite natural de qualidade por um
funcionário. Leite frio compromete fechamento da suscedâneo de qualidade ruim, caso contrário irá
goteira e acaba caindo no rúmen, além de comprometer ganho de peso e nutrição dos animais;
comprometer coagulação do leite no abomaso;
Se optar pelo suscedâneo, é importante que até os 30
Higiene é importante. Usar hipoclorito de sódio para dias de vida do animal, período de maior desafio, seja
desinfecção 1x na semana pelo menos (dos baldes); oferecido o leite comercial integral, para depois entrar
com o leite em pó. Tem que fazer transição
Leite de descarte (vacas de mastite) tem que ser
corretamente, não só substituir;
descartado, não fornecido para o bezerro. É uma
economia que não compensa. Não tem constância na Quanto fornecer de leite:
composição desse leite. Tem resíduo de ATB, carga
bacteriana. Cai lactose, gordura, cálcio, proteínas e Aleitamento convencional: 10% do seu peso vivo em
aumenta sódio e potássio. 2 refeições diárias: recomendação anterior. Bezerra
de 40kg: 4 litros de leite fixos, desde o primeiro dia
Coletivo X robotizado: até o desaleitamento
No coletivo, tem maior chance de transmissão de Aleitamento acelerado/intensivo/biológico:
doenças, além de subnutrição, já que animais
dominantes brigam com não dominantes; • Nos primeiros 30 dias de vida: 3 litros de
manhã e 3 a tarde (para bezerras de 40kg);
Robotizado: custo elevado. Também é coletivo,
animais usam o mesmo bico. Mimetiza o aleitamento • 30 a 60 dias de vida: 4 litros de leite, 2 de
natural. O equipamento tem capacidade de ´´prever´´ manhã e 2 a tarde;
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• 60 a 90: 3 litros de leite, 1,5 de manhã e 1,5 a = desperdício. Estudos mostraram que o volumoso só
tarde ou 3 de uma vez só; é benéfico após a oitava semana. Animal tem rumen
pequeno, se ocupar com volumoso, não irá consumir
Diferença entre os dois: no aleitamento acelerado, o concentrado, que é mais importante no início para
fornece mais leite no momento mais crítico do animal desenvolver as papilas;
(passe de 4 a 6 litros no primeiro mês), melhorando o
desempenho e saúde das bezerras; Já o concentrado deve ser apresentado desde o
primeiro dia de vida. Coloca pequena quantidade e
Se quiser consumir a mesma quantidade de leite no aos poucos aumenta quantidade, a medida que a
aleitamento intensivo e convencional: faz o bezerra aumenta o consumo;
desaleitamento aos 80 dias, assim economiza 30
litros de leite e iguala o gasto de leite ao aleitamento No terço final do período de aleitamento insere o
convencional; volumoso (preferencialmente feno, depois capim
picado, depois uma boa silagem e em último caso,
OBS: desaleitamento em gado de leite ocorre em 90 cana);
dias. Em gado de corte, 7 a 8 meses e bezerro mama
na vaca; O desaleitamento:

ALIMENTAÇÃO SÓLIDA: Após o parto, é o segundo momento de maior


estresse na vida da bezerra. Mesmo que tenha se
Concentrado deve ser de boa qualidade, atingindo adaptado bem a alimentação sólida, passa por
recomendações da NRC: deve ter milho, soja, balanço energético negativo com a retirada do leite.
palatabilizante (melaço, leite em pó) para incentivar Tem que ter período de transição, não retirar leite de
consumo. Deve ter granulometria grosseira, pois forma abrupta, pois causa muito estresse;
bezerro (nem adultos) não gosta de concentrado
moído; Desaleitamento progressivo: por suas semanas,
oferece leite nos mesmos horários, mas reduz
Alimento sólido: concentrado e forragem; quantidade. Ex: animal mamando 3 litros de leite. Na
A bezerra só pode ser desaleitada quando estiver primeira semana coloca 2 litros de leite e 1 litro de
comendo mais de 1% do seu peso de concentrado água. Segunda semana coloca 2 litros de água e 1
por 3 dias consecutivos e tiver dobrado seu peso do litro de leite. Na terceira semana coloca água.
nascimento. Isso geralmente ocorre aos 90 dias. • Diminui quantidade de leite e aumenta
Rúmen já vai ter ocupado 65% da área dos quantidade de água = força ingestão de água,
estômagos, com motilidade e capacidade absortiva incrementa ingestão de concentrado;
eficientes;
OBS: não se desaleita animal doente! Tem estresse,
Por que fornecer alimentos sólidos? balanço energético. Nunca desaleitar animal no
mesmo dia que for fazer outra prática de manejo
Quanto mais rápido tornar animal ruminante, menos
(vacina, vermifugação, descorna, remoção de teta
leite gasta, menos trabalho e mais barato;
extranumerária, colocação de brinco);
Tem capacidade de desenvolver parte absortiva das
papilas ruminais (grãos) e aumenta capacidade física, INSTALAÇÕES:
de contratilidade (fibras); Bezerro não pode ficar dentro de curral: desafios
• Grãos: são ricos em carboidratos solúveis, elevados, contato com animais adultos;
que no processo de digestão dão origem aos Instalação deve ser econômica. Pode usar alguma
ácidos graxos voláteis (acético, propiônico e instalação que não esteja sendo usada na
butírico). Butírico e propiônico são os propriedade (mas tem que adequar a instalação para
principais para desenvolvimento de papila bater sol, ventilar...) ou usar materiais sem uso na
fazenda (madeiras, telhas...). no entanto, deve ser
Qual alimento: concentrado e/ou volumoso?
funcional, apesar de econômica. Deve ser instalação
Bezerra nas suas primeiras semanas de vida (até 3 seca, bem projetada, construída no sentido norte-sul
semanas), não come praticamente nada do volumoso para bater sol e não permitir que ambiente fique
Júlia Teixeira Naves - 2022
úmido. Deve ser fácil de limpar e oferecer proteção
para os animais contra vento, sol e chuva;
Na fase de cria: do nascimento até o desaleitamento,
é importante a individualidade (reduz aparecimento
de diarreia)
Características básicas:
• Econômica;
• Ventilada;
• Seca;
• Proteção contra vento/sol/chuva;
• Individualidade;
• Limpa;
• Confortável;
Construções de alvenaria:
• Sentido norte-sol, pé direito alto, paredes
laterais não podem ser fechadas até o teto
(deve ter parte superior aberta), deve ter
lanternim (para permitir a saída de ar quente
carregado de patógenos);
Instalações dos bezerros (casinha tropical) devem
ficar acima do piquete dos animais adultos, para
dejetos não descerem e contaminarem animais
jovens. Devem ter algum quebra vento para diminuir
as correntes. Idealmente não deve ficar em colinas.
Deve ter boa cobertura vegetal;
Bezerreiro argentino: usa sombrite com malha 80.
Deve ser construído na direção norte-sul. Tem que ter
boa cobertura vegetal. Cabo de aço de 8 a 10 metros
(pode chegar até 15): permite que animal tenha maior
movimentação;
Local dos bezerreiros argentinos ou casinhas
tropicais não pode ser muito plano, pois pode dar
barro;
Júlia Teixeira Naves - 2022

• Resposta a terapias anteriores e atual;


• Lesões iniciais (como, quando, onde?);
Manto de revestimento do organismo animal: • Evolução;
• Barreira de proteção ao frio; • Presença ou ausência de prurido
• Sol – melanina; Exame físico:
• Desidratação; • Um dos órgãos mais fáceis de ser
examinado;
• Contaminações;
• Lesões macroscópicas visíveis;
• Ação na termorregulação;
• Examinar preferencialmente ao ar livre e luz
PELE: solar;
Epiderme: poros, pelos, camada queratinizada e
• Uso de lupa se necessário;
terminação nervosa;
Exames complementares:
Derme: glândulas sudoríparas e sebáceas, músculo
eretor do pelo e folículo piloso; • Raspados de pele: diagnóstico de
ectoparasitas microscópicos;
Hipoderme: veias, artérias e tecido adiposo.
• Preparações para dermatofilose: coloração
de Giemsa, Gram, etc;
• Diagnóstico de dermatofitoses: preparações a
base de KOH;
• Cultura bacteriana e de fungos (dermatófitos);
• Citologia: massas, aumentos de volume;
• Biopsia: histopatologia de rotina, teste de
imunofluorescência;
• Preparações de fita de acetato: suspeita de
EXAME DA PELE:
Oxyuris equi
Anamnese:
• Idade: animais mais velhos envelhecem pele.
Animais mais jovens não tem sistema imune
tão eficiente; Dermatite hiperplásica, exsudativa e proliferativa;

• Raça: sistema de criação, que pode ser • Necrose, acantose (espessamento) e


extensivo, intensivo... escaras;

• Ocorrência familiar da doença; Agente etiológico:

• Influência sazonal e ambiental: temperatura e • Dermatophilus congolensis (bactéria Gram


umidade; positiva) – parte da flora cutânea;

• Doenças de pele anteriores: existe profilaxia? Acomete epiderme: lesão circunscrita (pode se
juntar);
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Acomete bovinos, equinos, caprinos, ovinos e suínos;
É uma zoonose

Fatores:
Umidade:
Letargia (principalmente em lesões mais extensas,
• ´´queimadura por chuva´´ com dor), perda de peso, febre (superfície corporal
muito acometida) e aumento de linfonodos;
• Surtos;
Erupção cutânea: crostas, escamas, circunscritas;
Lesão de pele pré existentes:
• Carrapatos;
Diagnóstico:
Sinais clínicos característicos: tufos de pelo + pus;
• No início da infecção há formações de
pequenas pápulas as quais podem evoluir Visualização do agente por Giemsa: raspado de pele;
para crostas destacáveis com tufos de pelos
– lesão da epiderme Cultivo;

Lesão de pele > proliferação bacteriana > inflamação Biópsia;


+ pápula > exsudação + crostas > pelos aglomerados; Esfregaço: coloração de Gram – padrão em trilhos de
Pequenas lesões cutâneas e/ou estresse (desmame trem;
ou carência alimentar) = levam ao desequilíbrio das Diferencial:
barreiras superficiais de defesa quebrando a
integridade da pele e permitindo a invasão pela Dermatofitose: no ruminante tem espessamento de
bactéria; pele e fica acinzentado, mas da pra identificar. Tem
alopecia, mas não tem exposição do SC.
Transmissão:
Sarna: tem prurido;
Contato direto;
Ectima contagioso (pequeno ruminante): lesões em
Fômites; rima bucal e nasal;
Moscas e carrapatos. Papiloma: é aderido
Condições favoráveis para infecção: Tratamento:
Fontes de infecção: ex. animais cronicamente Poucas lesões costumam ter resolução espontânea;
infectados
Deixar a pele e os pelos secos;
Pele úmida: áreas alagadiças ou com lama, pele
constantemente suada; Exposição ao sol (para deixar pele seca);

Baixa imunidade; Remoção cuidadosa dos pelos da região afetada, se


possível, principalmente se for fazer tratamento
Lesão cutânea anterior. tópico;
Sinais clínicos: Tratamento tópico:
Lesões alopécicas e crostosas localizadas ou • Banho de imersão (obsoleto)/aspersão: 1x
generalizadas, sem prurido (ou com pouco prurido) e dia, 1x por semana. O banho de imersão não
doloridas (a medida que há exposição de camadas é tão viável pois gasta muita água
mais profundas da pele pode ter sangue;
Sistêmico:
Perda de pelos em tufos (escova) com exsudato
embaixo do pelo; • Penicilina + estreptomicina (primeira
escolha);
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• Oxitetraciclina; Sem prurido;
Associar tópicos com sistêmicos em casos graves. Crostas branco acinzentadas;
Lesões pequenas: não precisa entrar com ATB, usa
Pescoço, face e peito: comum contato;
só tratamento local com antisséptico.
É zoonose.

Diagnóstico:

Cai pelo, lesão circular. Fungo prolifera de forma Sinal clínico;


centrífuga. Raspado de pele profundo: pega da borda da lesão.
Infecção superficial de tecidos queratinizados por • Exame direto ao microscópio;
fungos do gênero Dermatófito;
• Solução de KOH 20%;
Distribuição mundial: preferência por climas quentes e
úmidos; Culturas: é demorado comparando com cultura
microbiana;
OBS: nos bovinos as lesões parecem acinzentadas.
Não tem crosta, pele fica espessa; Biópsia cutânea;

Fatores: PCR;

Idade: bezerros estabulados; Luz de Wood: Microsporum

Doença de base: baixa imunidade; Diferencial:


Clima úmido: pouca luz solar aumenta incidência; Dermatofilose: dermatite com formação de crosta
úmida;
Manejo;
Dermatite nutricional (deficiência de zinco): causa
Animais portadores. espessamento da pele;
Etiologia: Tratamento:
Fungos do gênero Tricophyton e Microsporum spp. Doença autolimitante: se resolve de 1 a 3 meses em
Epidemiologia: muitos casos;
Objetivo:
Animais portadores: fonte de contaminação:
• Reduzir a gravidade das lesões;
• Contato direto;
• Prevenir a transmissão para outros animais;
• Fômites;
• Reduzir a contaminação ambiental;
• Animais estabulados são mais suscetíveis;
Tratar e isolar animais doentes;
• Bovinos 10 a 100% do rebanho acometido;
Limpeza em volta das lesões;
Característica:
Cuidado com contaminação do ambiente;
Área circular de alopecia com pelos grossos na
margem e quantidades variáveis de descamação. Zoonoses;
Pode-se observar eritema e hiperpigmentação
Tratamento tópico:
Sinais clínicos: • Hipoclorito de sódio 0,5%;
Alopecia simétrica circular, região de manchas; • Soluções iodadas 1%;
Lesões circulares focais ou multifocais;
• Clorexidina 0,5 a 2%;
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• Violeta genciana 1%; clorofila e fotossensível). Filoeritrina dependa da
metabolização hepática para ser eliminada na forma
• Banho de aspersão: antifúngico de uso de bile. Como fígado não funciona, ela se acumula
agrícola – captano 3%. Diluições 1:300 a nos capilares cutâneos. Incidências dos raios
1:400, 4-7 litros por animal (bovinos), duas ultravioletas causa lesões cutâneas;
aplicações a cada 2 semanas;
OBS: brachiaria tem saponinas estereoidais
Tratamento sistêmico: litogênicas, que causam lesões hepáticas;
• Muito caro, a não ser que animal tenha alto
Sinais clínicos:
valor zootécnico faz tópico;
Nos ovinos é mais comum fotossensibilização na
cabeça e é chamado de eczema facial. Edema em
face, orelha, pálpebra além de eritema,
principalmente em animais despigmentados;
Dermatite por sensibilidade ao sol;
Dermatite em áreas despigmentadas: dorso, vulva,
Ruminantes a pasto; úbere, muflo, orelha (principalmente no pequeno
Animais jovens; ruminante);

Associado a: Exsudação, descamação e crostas;

• Consumo de Brachiaria decumbens e B. Epífora (olhos lacrimejantes): principalmente


brizanta; pequenos ruminantes;

• Ingestão de compostos fotodinâmicos; Ceratoconjuntivite;

• Pele despigmentada; Miíase pelas lesões abertas;

Definição: suscetibilidade das camadas superficiais Diagnóstico:


da pele à luz, pela presença local de agentes Sinais clínicos;
fotodinâmicas, os quais apresentam uma
configuração química que é capaz de absorver Bioquímico: aumento de BT (bilirrubina total) pela
determinados comprimentos de onda da luz lesão em ductos e canalículos biliares, aumenta GGT,
ultravioleta; enzima relacionada a lesão hepática e obstrução de
canalículo biliar, aumenta AST pela lesão hepática;
Primária ou tipo I (difícil):
Necropsia: infiltração de macrófagos espumosos no
Animal ingere planta que contém o produto fígado (saponinas);
fotodinâmico:
Hepatomegalia;
• Ammi majus;
Tratamento:
• Hyperycum perforatum (tem hipericina como
agente fotodinâmico) – erva de são joão; Retirar animais do sol e da pastagem que causou
problema, principalmente se for brachiaria;
Substâncias químicas (raro) – farmacodermia:
ATB sistêmico: bactérias oportunistas;
• Fenotiazinas: acepran;
AIE: dexametasona – desde que não tenha lesão
• Tetraciclinas; ativa pois corticoide retarda cicatrização. Alta
potência de diminuir inflamação;
Secundária ou hepatógena:
• AIE são mais potentes que AINES. AIE agem
Lesão hepática primária causada por algum agente
diretamente no ácido araquidônico;
etiológico (Brachiaria, Lantana, Leptospira,
intoxicação por cobre, medicamentos - imidocarb) e Hepatopoupador: silimarina, colina, ursacol (caro, não
consequente acúmulo da filoeritrina (derivada da usa em grandes), glicose (principal hepatopoupador),
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vitaminas do complexo B. Medicamento: Mercepton Tratamento:
(tem glicose – energia - , vitaminas do complexo B –
participam de complexos enzimáticos - , aminoácido); Tratar as feridas dos animais enfermos com um
chumaço de algodão embebido em iodo 2% ou iodo
Prometazina: anti-histamínico. Ocorre muita liberação PVPI – glicerina (hidrata pele/crosta e faz se destacar
de histamina nas lesões pela degranulação de mais fácil). Iodo serve pra frear multiplicação
mastócitos. Prometazina impede a degranulação de bacteriana;
mastócitos;
Prevenção:
Pomada caseira: óxido de zinco (auxílio na mitose da
pele e recuperação cutânea) e óleo de fígado de Fazer quarentena dos animais comprados ou que
bacalhau (ômega – antioxidante). Óxido de zinco é participam de exposições (15 dias a 3 semanas). Em
uma pomada branca que faz inclusive proteção caso de um surto na propriedade, isolar os animais
mecânica na pele. Pode adicionar repelente na doentes;
pomada;
Transmissão:
Limpeza das lesões com antissepticos (clorexidine); Restos de crostas dos animais infectados,
Pomadas repelentes para evitar miiases; alimentação e bebida conjunta;

Causado por Poxvirus; Alteração de importância nos equinos, mas existem


relatos da lesão cutânea nos bovinos;
Lesões crostosas principalmente na rima bucal e
nasal: forma benigna. Quando tem lesões também na Doença contagiosa causada pelo Pythium insidiosum;
cavidade oral é a forma maligna (animal para de se
Doença ocorre em diferentes faixas etárias;
alimentar pela dor);
Sem predileção por sexo ou raça;
Doença viral que atinge animais adultos e jovens,
sendo os jovens mais suscetíveis; Ambiente ótimo para proliferação dos fungos:
Zoonose menor: manipulação com luva, lavar bem a • Quente;
mão;
• Úmido;
Na forma benigna os vírus saem da corrente
sanguínea e se alojam no epitélio nasal e bucal; • Matéria orgânica;

Na forma maligna se alojam também na cavidade Lesões pré-existentes colaboram para a infecção;
bucal e em várias regiões do corpo, podendo levar os Diferença macroscópica marcante entre equinos e
cordeiros novos à morte por causar dificuldade na bovinos está na ausência dos kunkers, que são
alimentação e problemas de infecção secundária; massas firmes irregulares formadas por eosinófilos
A imunidade do animal influencia na forma da desintegrados preenchendo tratos fistulosos;
doença; Bovinos infectados podem apresentar clinicamente
Nas mães ocorrem feridas graves nos tetos que prurido, edema e claudicação, além de infecções
podem levar a mastites severas, inclusive inutilizando bacterianas secundárias. Pode ter lesões ulceradas;
as mamas; Tratamento: anfotericina B, iodeto de sódio/iodeto de
Pode ter lesão na borda coronária do casco, além de potássio, perfusão com anfotericina B;
vulva;
Afeta alimentação dos animais: pequenos ruminantes
pegam alimento com lábio;
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Sarcoides: muito importante em equinos, não muito • Massa rosada;
em ruminantes;
• Elevada ou ulcerada;
Melanoma: comum em equinos tordilhos. É uma
neoplasia maligna; • Crosta amarelo-esbranquiçada (material
necrótico);
Placa aural: muito importante em equinos, não muito
em ruminantes; Pode ocorrer em trato digestório (orofaringe, esôfago,
entrada do rúmen e rúmen) pela ingestão crônica de
Carcinoma de células escamosas: Samambaia + presença de Papilomavírus. Pode
dificultar eructação e levar animal a timpanismo;
Tumor maligno dos queratinócitos. Relacionado com
raças leiteiras (maior incidência. Nelore tem pelo claro Tratamento:
e pele/mucosas escuras). Acomete animais adultos.
• Criocirurgia: N2 líquido;
Fatores de risco:
• Imunoterapia;
• Pele clara: junções musculocutâneas. Muito
comum em terceira pálpebra; • Injeção intratumural de BCG, formalina e azul
de metileno;
• Alopecia;
• Retirada cirúrgica;
• Luz solar;
• Cimetidina: remissão completa ou redução de
• Idade: imunossupressão pode predispor;
50% do tamanho e número de lesões;
• Genética;
• Cisplatina intratumural efetiva para lesões
• Lesões papilomatosas: papiloma vírus tem pequenas;
tendência a causar mutação. Quando junta
Na microscopia: formação de pérolas de queratina /
raios solares + pele despigmentada +
pérola córnea;
papiloma = fator predisponente para mutação
celular; Papilomas:
• Traumas repetidos; Vírus pequeno, não envelopado.
• Parafimose persistente; Resistentes a condições do ambiente;
Higiene do prepúcio: Tumores benignos conhecidos como verrugas;
• Animais castrados acumulam mais esmegma; Pele e mucosas: crescimento das células basais;
• Pode estimular o desenvolvimento de Cosmopolita;
carcinoma por irritação crônica e balanite;
Bovinos de leite (proximidade entre animais);
Ocorre edema associado a descamação. Presença
Doença infecto contagiosa;
de crostas hiperqueratosas, pode ter úlceras;
Altamente espécie/tecido-específico;
Lesões pré-cancerosas: pequenas placas ou
ulcerações superficiais que não cicatrizam; Propriedade oncogênica: produção de lesões
tumorais benignas e malignas nos epitélios cutâneo e
Lesões típicas:
mucoso;
• Lesões ulceradas. Únicas (frequentemente)
Pode ter lesão em trato digestório relacionada a
ou múltiplas;
samambaia;
• Massas em forma de couve-flor com áreas de
Existem tipos de papiloma;
ulceração, necrose e hemorragia;
Epidemiologia:
Sinais:
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• Baixa letalidade/mortalidade; • Cirurgia: remoção. Criocirurgia, eversão de
SC;
• Alta transmissão;
Transmissão:
• Lesão na pele: bretes, cocho, arame, pregos,
tesouras, colocação de brincos, carrapatos, Miiase:
fômites contaminados (agulhas hipodérmicas,
equipamentos de ordenha) e mão dos Infestação por larvas de inseto: Cochiomya
ordenhadores; hominivorax;

Apresentação: Solução de continuidade;


Ovos: em 24h tem eclosão das larvas, que se
• Plano: mais difícil tratar;
alimentam apenas de tecido vivo;
• Verrucoso;
Tratamento: tricotomia, neutralização das larvas com
Localização: éter ou cresol, remoção das larvas, solução de iodo e
repelente – limpeza constante;
• Local;
Berne:
• Generalizada;
Mosca Dermatobia hominis;
Diagnóstico:
1 larva por lesão – ovos são depositados por outra
• Lesões/verrugas;
mosca;
• Biopsia (partículas virais, microscópio Tratamento:
eletrônico);
• Difícil remoção / sob o couro;
• Histologia;
• Inseticida: ivermectinas ou amitraz;
• PCR;
• Controle das moscas no ambiente;
• ELISA;
Mosca dos chifres:
Tratamento:
Bovinos: Haematobia irritans
• Autocura em 1 a 12 meses (depende do tipo
do papiloma; Perda de peso pelo incômodo da picada;
• Vacinas comerciais: prevenção e tratamento; Transmite a Strephanofilaria stilesi que causa lesões
ulcerativas na pele principalmente na região superior
• Clorobutanol: inibe a replicação viral. ao úbere;
Pulveriza ou aplica sobre verrugas (promove
o secamento das verrugas); Tratamento: inseticidas pour-on: amitraz, triclorfon,
diazinon;
• Auto-hemoterapia;
Piolhos:
• Fornecimento de cobre: antioxidante, auxilia
sistema imune; Comum em búfalo e pequenos ruminantes;

• Vacinas autógenas: proibida. Arranca o Pode causar anemia em associação com vermes
papiloma, tritura, adiciona formol, ATP e intestinais;
apresenta vírus inativado ao animal. Foi
Tratamento:
proibida por ser algo caseiro;
• Inseticida pour-on: amitraz, triclorfon,
• Levamisol: imunoestimulante;
diazinon;
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Ovinos interessante usar pós tosquia
• Controle de fômites;

Carrapato:
Bovinos: Rhipicephalus microplus;
Perda de peso, babesia e anaplasma (tristeza
parasitária);
Danifica couro = perda econômica;
Tratamento: carrapaticidas injetáveis, aspersão, pour-
on;
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CLASSIFICAÇÃO DAS PNEUMONIAS: • Ocorre na forma de surtos, com alta


morbidade e mortalidade e baixo intervalo de
São definidas pelas vias de penetração, agente e tempo;
fisiopatologia;
Ambas possuem os mesmos agentes etiológicos, o
Pneumonias (acometem interstício): que difere entre eles são os fatores predisponentes e
• Intersticiais; determinantes que agem sobre o sistema imune
desses animais modificando a forma clínica e
• Verminóticas; epidemiológica da doença;
• Metastáticas: foco séptico no umbigo IMPORTÂNCIA ECONÔMICA:
(bezerros) ou rúmen (em animais adultos por
causa de acidose) – trombos sépticos caem Aumenta custos de produção;
na circulação e vão para pulmão = Morte e descarte dos animais;
pneumonia tromboembólica metastática;
Diminuição do ganho de peso e crescimento;
• Aspirativas;
Gastos com mão de obra (aplicação de ATB
Broncopneumonias (acomete bronquios, bronquíolos, diariamente);
parênquima alveolar, pleuras e eventualmente
diafragma). Causado geralmente por bactérias e por Medicamentos;
microrganismos comensais; Veterinário;
• Pneumonia enzootica; Incidência é variável. Manheimia tem maior
• Mannheimiose pneumônica; mortalidade

Broncopneumonia é a entidade clínica FATORES DE RISCO: SAÚDE X DOENÇA:


representativa do complexo de doenças respiratórias
Doenças da produção: doenças multifatoriais e
de bovinos – é mais comum, ocorre na maioria das
complexas que aparecem pela falta de boas práticas
propriedades, o ano todo (enzootica) e causa muitos
de manejo, medidas de biossegurança. A depender
prejuízos econômicos. Já as pneumonias ocorrem de
do manejo, a incidência e prevalência mudam entre
forma esporádica, epizootica, podendo ocorrer na
propriedades.
forma de surtos, mas não é uma doença cotidiana;
FATORES DE RISCO – HOSPEDEIRO:
Broncopneumonias:
Pneumonia enzootica/broncopneumonia enzootica
Mecanismos de defesa do trato respiratório:
dos bezerros: doença insidiosa = sintomas aparecem A separação é apenas didática, pois na verdade os
aos poucos, cronicamente. Ocorre o ano todo, mas mecanismos atuam em conjunto;
tem certa sazonalidade = tendência no aumento do
número de casos no inverno (queda de temperatura, Físicos:
ar frio, pouca umidade); • Filtração aerodinâmica: ar entra pelas
• Doença incidiosa, cujo sinais clínicos narinas, percorre traqueia, chega na carina
aparecem ao longo do tempo. mortalidade de tem bifurcação e gera os bronquios, que vão
5 a 15% (baixa) e de curso longo diminuindo de tamanho. A medida que
diminuem, a velocidade do ar também
Manheimiose pneumônica/broncopneumonia dos diminui. Esse ar, que geralmente está
transportes: ocorre em forma de surtos (explosão de carregado de microrganismos e partículas
casos em determinado período de tempo), é aguda suspensas, colide com a parede da arvore
(sinais aparecem da noite para o dia); brônquica, que tem aparelho mucociliar, e
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microrganismos ficam presos, posteriormente cardíaco, acessório e diafragmático. E: apical,
sendo eliminados ; médio ou cardíaco e diafragmático;
• Aparelho mucociliar; Fisiológicas:

• Tosse: limpa as vias respiratórias. É • Menor difusão de O2: barreira hematoalveolar


importante, em alguns casos, não inibir a é mais espessa = dificulta perfusão de O2;
tosse;
• Menor quantidade de células ciliadas;
Secretórios:
• Menor ventilação colateral;
• IgA: reveste aparelho respiratório desde
• Maior atividade ventilatória basal: ar residual
narinas até bronquíolos terminais. Impede
é maior que de outros animais (nem todo ar
colonização de microrganismos;
inalado é expirado). Se animal estiver em um
• IgG: fica no saco alveolar; ambiente tóxico (amônia) tem maior risco de
infecção se ar estiver contaminado;
• Lisozima: lisam as células;
Imunidade passiva x imunidade ativa:
• Lactoferrina: sequestram ferro para bactérias
não usarem; Animais tem maior predisposição a problemas
respiratórias na janela imunológica, que ocorre na
• Peroxidases: reduzem radicais livres de
quarta a quinta semana de vida, dependendo da
oxigênio. Em todo processo inflamatório tem
transferência passiva de anticorpos. Se não fizer boa
liberação desses radicais livres, mas tem que
colostragem e platô não atingir 15 mg/ml, a curva irá
ser modulados para não prejudicar
cair mais precocemente, deslocando janela
organismo;
imunológica para as primeiras semanas de vida do
• Peptídeo catiônico; animal;

• PIPB-1 (peptídeo inibidor de proteína Se bezerros estiverem tendo broncopneumonia nas


bacteriana): se infiltra na parede bacteriana e primeiras semanas de vida: já nasceu com ela
altera funcionalidade; (estresse fetal) ou transferência de imunidade não foi
eficiente;
Celulares:
• Macrófagos alveolares (80% das células) – se
tiver muitos neutrófilos, ou outras células =
processo infeccioso;

Suscetibilidade da espécie bovina:


Anatômicas:
• Vias aéreas estreitas: a cada movimento
respiratória, inala menos ar. Além disso, tem
menor difusão de oxigênio. Como vias aéreas
são mais estreitas, ar tem que passar com
maior velocidade, facilitando a maior
penetração de patógenos;
• Pequeno volume pulmonar;
Doenças concorrentes:
• Caixa torácica muito rígida;
Diarreias: fica com acidose metabólica (perde muito
• Pulmão compartimentalizado: dividido em bicarbonato nas fezes) e para tentar equilibrar entra
lobos e em lóbulos; D: lobo apical, médio ou em alcalose respiratória = aumenta frequência
Júlia Teixeira Naves - 2022
respiratória para mandar CO2 para fora (agente • Mannheimia haemolytica: comum em
acidificante do sangue). Para mandar CO2 para fora, pneumonia enzootica, juntamente com
tem que aumentar a frequência respiratória e a strepto e staphylo. Manheimna é a mais
amplitude, aumentando a velocidade do ar, facilitando importante pois tem vários fatores de
a entrada de patógenos até os alvéolos. virulência (fimbrias aumentam aderência,
cápsula dificulta fagocitose, endotoxinas pois
• Animal desidratado = aparelho mucociliar
é Gram negativa e possui LPS, exotoxinas
desidratado = não bate tão efetivamente e
que destroem os neutrófilos). Tem vacinas no
limpeza fica prejudicada;
mercado, mas não tem boa eficiência;
• Acidose metabólica = pH baixo =
• Pasteurella multocida;
antimicrobianos (para respiratório) não fazem
efeito em ambientes ácidos; • Histophilus somni;
Complexo tristeza parasitária: animal com anemia, • Streptococcus spp;
hematócrito, plaquetas baixas... para compensar,
animal aumenta frequência cardíaca para mandar • Staphylococcus spp;
mais hemácias. Como animal está com baixo O2 no • Arcanobacterium pyogenes
sangue, aumenta a respiração, deixando suscetível a
entrada de patógenos; Outros:
Verminose: diarreia, parasitos hematófagos • Mycoplasma spp;
(desidratação, anemia);
• Chlamydia spp;
Eimeriose: diarreia, perda de sangue;
• Ureaplasma spp;
FATORES DE RISCO – AGENTE:
FATORES DE RISCO –
Virais: AMBIENTE/MANEJO:
São facilitadores: geralmente vírus vem primeiro, Manejo de vaca gestante/recém-nascido:
detona aparelho mucociliar, detona macrófagos
alveolares = facilitam a entrada/proliferação de Deficiência nutricional na gestação + distocias +
bactérias; maternidades inadequadas + FTIP (falha na
transferência de imunidade passiva) + cura
Vírus vem primeiro, mas quem leva animal a morte é inadequada do umbigo = bezerro mais susceptíveis,
a bacteria; baixa defesa orgânica;
• VSRB: mais comum em gado de leite Manejo das instalações:
• PI-3: Lotação excessiva + promiscuidade de faixa etária +
• VRBI-HVB/1: higiene precária + construção inadequada (pé direito
baixo, sem lanternim, parede alta que não permite
• VDBV: ventilação adequada) = estresse infeccioso (aumenta
• Coronavírus; carga de patógenos e de gases tóxicos);

• Adenovírus; • Instalações para bezerros devem ser


preferencialmente individuais;
• Rinovírus;
• Construção inadequada: se for de alvenaria,
• Enterovírus; tem que ser pé direito alto e não pode ser
fechada até em cima. Não pode ter corrente
• Calicivirus;
de ar;
Bacterianos: • Em alta instalação, o ar é mais quente,
úmido, tem muita matéria orgânica, o que
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pode contribuir para acúmulo de amônia, nesse momento, caso contrário, irá se tornar
facilitando a propagação de microrganismos; crônica;

Práticas estressantes: • Estímulo persistente = inflamação crônica.


Ocorre perda de tecido funcional e
Desaleitamento + descorna, colocação de brinco, substituição por fibrose;
retirada de teta extra + vermifugação, vacinação,
formação de lote, mudança de dieta = causam Ocorre hepatização vermelha - microscopia;
estresse físico e diminuição das defesas orgânicas;
Fase inicial:
Preferencialmente não fazer várias práticas no
Hiperemia ativa – ingurgitamento de capilares –
mesmo dia;
exsudação vascular – espessamento dos septos
• No dia que nasce: brinco, teta extra; alveolares – preenchidos por exsudato seroso no
espaço alveolar;
• 20 dias: descorna;
Alvéolos – exsudato celular + fibrina – eritrócitos e
• Antecipa as outras práticas antes da leucócitos – consolidação do tecido pulmonar (vias
desmama, que é muito estressante aos respiratórias fechadas) – saída dos eritrócitos –
animais; leucócitos + fibrina (broncopneumonia fibrinosa) –
FATORES QUE INTERFEREM COM formação de abscessos (broncopneumonia
purulenta);
MECANISMOS DE DEFESA
RESPIRATÓRIOS: Hepatização cinzenta – microscopia;

Gases irritantes, temperaturas extremas, DIAGNÓSTICO CLÍNICO – ANAMNESE:


desidratação, infecções virais: danos no epitélio ciliar,
Qual é o problema respiratório?
aumenta viscosidade de secreções;
Superlotação (mais quente, úmida, com mais • Individual? A doença geralmente é enzootica,
patógenos e gases tóxicos), mistura de animais, com tendência a certa sazonalidade na época
procedimentos cirúrgicos: diminui defesa celular e do inverno. Normalmente não afeta um único
produção de IGs, aumenta aderência bacteriana; animal, mas proprietário subestima problema;

Umidade/chuva: diminui adaptação térmica, aumenta • Morbidade/mortalidade: no inverno morbidade


sobrevivência de microrganismos; tende a ser elevada;

Ventilação: aumenta número de patógenos; • Evolução;


• Tratamento/respostas;
• Sinais clínicos: o primeiro sinal que
proprietário nota geralmente é a demora em
PATOGENIA: ingerir leite. Além disso, presença de
lacrimejamento, secreção nasal, tosse,
Estresse – diminui mecanismos de defesa –
dificuldade respiratória (taquipneia –
desequilíbrio da flora, com predomínio de espécies
hiperpneia – dispneia). Perda de peso, pelos
mais patogênicas – aumenta bactérias virulentas
eriçados, opacos. No geral, sinais são
(Manheimia haemolytica, Pasteurella multocida) =
inespecíficos. Quem faz diagnóstico de
lesão pulmonar;
problema respiratório é o veterinário;
Agente etiológico – lesão tecidual – liberação de
Como são as instalações?
mediadores inflamatórios:
• Localização;
• Resolução = função restaurada;
• Lotação;
• Inflamação aguda = vasodilatação, escape
vascular, edema, leucócitos. Ideal é agir • Tipo;
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• Umidade; • Dispneia expiratória: diminuição da
elasticidade, obstrução, pequenas vias
• Temperatura; aéreas, que podem ser por enfisema,
• Ventilação; bronquite, bronquiolite;

• Corrente de ar; • Dispneia mista: tem na inspiração e na


expiração. Aumento do líquido no interstício,
• Insolação; que pode ser por pneumonia intersticial,
• Higiene; broncopneumonia e edema;

• Gases tóxicos; Tipo de respiração:


Como é o manejo? Respiração abdominal: dor torácica = fratura pleuris;

• Vaca gestante; Respiração costal: dor abdominal, compressão do


diafragma = peritonite, timpanismo;
• Parto: distocia, acidose?
Secreção nasal:
• Colostro;
Unilateral: veio de apenas uma narina. Corpo
• Cura de umbigo; estranho, úlcera;
• Alimentação: deficiência, rações Bilateral: narina, laringe, traqueia, brônquios.
pulverulentas (precisa de alimento grosseiro Inflamação aumenta secreção;
para desenvolvimento ruminal);
Secreção serosa = normal;
• Mudança brusca;
Secreção mucosa = alergias/viroses;
DIAGNÓSTICO CLÍNICO – EXAME FÍSICO: Secreção purulenta = bacterianas;
Inspeção, olfação, auscultação, percussão, palpação; Secreção hemorrágica = corpo estranho;
Lesão de trato respiratório superior, inferior, qual úlcera/pólipo;
gravidade e qual etiologia? Contaminação alimentar = defeitos de deglutição;
Inspeção obstrução esofágica;

Primeira coisa que aumenta é a frequência Inspeção/Palpação:


respiratória, taquipneia = resposta funcional. Comum
em pneumonia com lesões mínimas;
Tosse:
Irritação da laringe, traqueia;
Taquipneia: pode ser uma resposta funcional que
causa aumento de frequência. É o primeiro sinal, mas Seca: vias aéreas anteriores. Faringite, laringite,
não permite localizar lesão. É comum, podendo traqueíte;
ocorrer fisiologicamente ou mesmo na presença de
alterações leves, como pneumonia com lesões leves; Úmida: aumento de exsudato broncopulmonar.
Broncopneumonia;
Hiperpneia: aumento na frequência e na amplitude.
Fazer reflexo de tosse – quando induz muito
• É normal no exercício; facilmente indica problema. Quanto mais fácil induzir,
mais inflamado está;
• Compressão pulmonar: pneumotórax
Dispneia: grande interferência na respiração,
Sinais inflamatórios:
frequência e amplitude aumentados; Fazer palpação com uma mão sobre a outra entre os
espaços intercostais;
• Dispneia inspiratória (vias aéreas anteriores):
estenose, corpo estranho, inflamação;
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Dor, calor, rubor, perda de função, aumento de • Bronco-bronquiolar: mais na inspiração. É
volume; auscultado nos dois terços finais do pulmão;
Percussão: Aumento na intensidade dos ruídos
Seios paranasais: o som deve ser claro. Macicez = respiratórios normais:
sinusite; Ruídos ficam aumentados quando há aumento na
Tórax: normalmente tem som claro, de menor frequência e amplitude respiratória. Pode acontecer
intensidade que seios paranasais fisiologicamente em caso de exercício, estresse
térmico, animal muito magro.
• Submacicez/macicez (diminuição da
quantidade de ar, aumento da densidade do Pode ter taquipneia, hiperpneia, dispneia: aumenta a
parênquima pulmonar): pneumonia, abscesso quantidade de ar, cartilagem vibra mais = tem
pulmonar; aumento na intensidade do som;
Em uma broncopneumonia os ruídos normais ficam
• Timpanismo (som excessivamente claro):
patologicamente aumentados. Se tiver aumentado
enfisema (raro. Normalmente animal vem a
nas regiões cranioventrais pode indicar
óbito antes de dar tempo de percurtir);
broncopneumonia bacteriana;
Auscultação:
Diminuição na intensidade dos ruídos
OBS: os termos estertor, sopro e murmúrio vesicular respiratórios normais:
foram BANIDOS e substituídos por outros;
Fisiologicamente diminuído: frio;
Deve começar a auscultar desde a laringe, até
pulmão; Patologicamente diminuído (tem alguma barreira que
reverbera o ar, diminuindo os ruídos):
Estridor (antigo estertor) acomete via aérea anterior –
laringe até traqueia: significa estreitamento de via • Enfisema;
aérea (linfonodo aumentado, corpo estranho...). É • Áreas de silêncio: ausência de brônquio
sincrônico com movimento respiratório (ins ou ex), pérvio. Brônquios estão obstruídos (líquido,
pode ser escutado a distância (se for mais sutil pus, tumor). Pode ocorrer em
verifica com esteto); broncopneumonia e em compressões, como
Som bronquial: é o antigo sopro. Até década de 80 tumores e abscessos;
era considerado um som normal;
Ruídos pulmonares patológicos/adventícios:
Som respiratório: é o antigo murmúrio vesicular. Até
De via aérea anterior: estridor;
década de 80 era considerado um som normal;
Estertor úmido = crepitação grossa: muita secreção
Sibilo é pulmonar, nas vias aéreas inferiores;
(principalmente em brônquios de maior calibre);
Sons respiratórios pulmonares normais (depois da
década de 90): • Edema pulmonar ou broncopneumonia;
Estertor crepitante = crepitação fina. Ocorre pela
• Laringo-traqueal: ocorre devido a vibração da
presença de ar e líquido. Presença de secreção em
traqueia. Ausculta em toda a traqueia, desde
brônquios de menor calibre;
a glote até entrada do tórax. É um ruído
áspero, grosso, sendo audível na expiração e • Inspiração – edema pulmonar;
inspiração;
• Expiração ou inspiração/expiração – doença
• Traqueobrônquico: mais na expiração. É um obstrutiva ou enfisema pulmonar;
som mais baixo que o laringo traqueal e é
audível no terço anterior do pulmão. É Estertor roncante/estertor sibilante = sibilos. É um
decorrente da vibração da cartilagem da ruído que clinicamente indica que está ocorrendo
traqueia e dos brônquios de maior calibre;
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estenose de via aérea (som passa com maior que é broncopneumonia. Para afirmar que
pressão); está vindo dos pulmões tem que encontrar
outros sinais pulmonares, como crepitação
• Inspiratório extra-torácico: estenose de
laringe, compressão da traqueia, muco • Tosse: é seca, produtiva? Paroxística?
espesso;
• Pelos opacos e arrepiados
• Tardio (no final) - inspiratório ou expiratório:
• Abdução de cotovelo: pode ocorrer em
obstrução de pequenas vias aéreas =
animais com inflamação das pleuras. Abre
bronquite, bronquiolite;
para diminuir a pressão intratorácica
Significado clínicos:
O ideal é fazer uma intervenção na fase aguda, onde
Ronco: secreção densa em grandes vias. Ocorre em ainda não tem fibrose, aderência...
broncopneumonia e em laringo-traqueíte;
Sinais específicos do TRP:
Roce pleural: inflamação das pleuras (folhetos
• Taquipneia/dispneia: a taquipneia é a
visceral e parietal). É audível na inspiração quando
primeira alteração em problema pulmonar
tem pleurite e ocorre quando uma pleura roça na
outra; • Aumento do ruído traqueo-bronquico
Roce cárdio-pleural: atrito da pleura e pericárdio. • Aumento do ruído bronquibronquiolar
Ocorre quando o coração está em diástole. Pleurite +
pericardite; • Inspiração interrompida;

Inspiração interrompida: • Crepitação grossa/fina

• Obstrução sequencial de brônquios. Ocorre • Sibilos


em bronquite ou broncopneumonia. O • Área de silêncio
movimento pulmonar não altera;
• Submacicez/macicez: área de consolidação
• Movimento torácico alterado: excitação da pulmonar
pleura;
DIAGNÓSTICO CLÍNICO – EXAMES
Sinais inespecíficos:
AUXILIARES:
• Febre
Depois da anamnese e do exame físico, deve ter uma
• Toxemia: mucosas avermelhadas, vasos da lista de diagnósticos diferenciais do mais provável ao
esclera ingurgitados, TPC aumentado menos provável. Se não for possível fazer o
diagnóstico pela anamnese e exame físico, pede
• Depressão: por causa da febre e processo
exames complementares
inflamatório pulmonar
Laboratoriais:
• Anorexia: mudança no comportamento
alimentar Hemograma:
• Taquicardia: saturação de oxigênio no • Broncopneumonia: leucocitose, neutrofilia,
sangue baixa monocitose;
• Relutância em movimentar/deitar • Pneumonia infecciosa viral: leucopenia pela
linfopenia;
• Cianose: dificuldade de trocas gasosas
• Pneumonia por Dictyocaulus: eosinofilia;
• Secreção nasal: nem sempre está presente,
pois animais podem deglutir. A ausência de Sorologia: ideal seria fazer duas amostras, com
secreção não deve servir como diagnóstico. intervalo de 14 a 21 dias. Observa se animal está
se tiver a secreção, também não pode afirmar soroconvertendo (aumento de titularidade);
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Hemogasometria: gases sanguíneos = avalia • Consolidação lobar e hemorragia;
capacidade de trocas gasosas;
Microscopia – aguda:
Biologia molecular: é mais usado em pesquisa, na
rotina não é muito viável; • Infiltrado neutrofílico abundante, edema,
congestão e enfisema alveolar;
Cultivo: swab de nasofaringe, lavado broncoalveolar
para observar o tipo de celularidade (em um animal • Hemorragia, trombos;
normal, 85% das células são macrófagos. Em um ABORDAGEM TERAPÊUTICA:
animal com broncopneumonia, tem alta carga de
neutrófilo); Medicamentosa:
Citologia; Antibióticos/quimioterápicos: penicilina, enrofloxacina,
cefalosporinas, sulfas (quimioterápicos). O animal tem
Parasitológico: OPG, OOPG, técnica de Baerman
que ser tratado na fase aguda, quando entra na fase
(pesquisa de larvas de Dictyocaulus);
crônica, a chance de recidiva é muito grande (pode
Lavados: ser o motivo dos animais não responderem ao
antimicrobiano). NÃO deve usar oxitetraciclina, já tem
• Percutâneo: tricotomia e antissepsia da pele
estudos falando que bacterias tem resistência. Usa
na região da traqueia e colocar cateter para
somente em casos de Mycoplasma;
passar sonda. Faz isso para não passar nas
narinas e levar contaminante. Ideal para • Tem que ser de amplo espectro (gram
quando quer fazer isolamento, cultivo e positivo e gram negativo);
sensibilidade a antimicrobianos. É mais
invasivo e menos feito; • Penicilina + estreptomicina = eleição;

• Via nasal: faz antissepsia da narina, insere • Tem que chegar rapidamente ao
sonda estéril até a carina. É seguro para sangue/pulmão = não prescrever LA (de
cultivo e isolamento desde que feito de forma longa ação), pois demora a atingir
adequada; concentrações adequadas no sangue e
pulmão, já que possuem coadjuvantes
• Células epiteliais (cilindro, ciliado oleosos. Geralmente são administrados via
pseudoestratificado), macrófagos alveolares muscular e demoram a chegar no sangue.
(80 a 85% = normal). Mantem concentração elevada por mais
tempo, mas são mais tardios. Exemplo:
• Se animal tiver broncopneumonia, tem
terramicina;
infiltrado neutrofílico (neutrófilos
degenerados) e fagocitose • Devem manter eficácia em pH ácido
(secreções e exsudatos têm pH ácido).
Imagem: Existem medidas terapêuticas que podem
Radiografia: em animais de pequeno porte é mais ajudar a aumentar o pH;
viável • Fazer dose de ataque (dobrada). Ex
Ultrassonografia: efusão pleural, aderência, biópsia (penicilina benzatínica): 40 mil UI/kg de peso
guiada vivo, de 24 em 24h por 3 dias. Do quarto ao
sétimo dia, faz 20 mil UI/kg de peso vivo. Se
Exames de imagem dão uma riqueza enorme de não observar resposta até terceiro dia, tem
informações; alguma coisa errada;
Necropsia: Anti-inflamatórios: dexametasona (corticoide). AIE
Macroscopia – aguda: (dexa) são utilizados mais em pneumonias
intersticiais virais, mas pode usar em
• Pleurite e deposição de fibrina, edema; broncopneumonias. Em broncopneumonias tem maior
costume de usar AINES (flunexim), pois modulam
• Aderência e efusão pleural;
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bem a inflamação, tornando-a benéfica e não Cura de umbigo;
deletéria. Febre diminui, dor diminui, animal volta a se
Boas práticas de alimentação;
alimentar. Pode começar com dose cheia para
ruminantes 2,2 mg/kg por 1 a 2 dias e a medida que Vacinação: depende da realidade da fazenda e
animal vai melhorando, vai abaixando (risco de úlcera epidemiologia local. Deve ser usada, mas não é mais
gástrica); importante que as boas práticas de manejo;
Mucolíticos: fluidificam o muco e fica mais fácil do Evitar superlotação/promiscuidade;
aparelho mucociliar trabalhar;
Minimizar frio/calor/umidade;
Broncodilatadores: se animal tem dificuldade
respiratória, broncoespasmo. Pode dar clembuterol Evitar correntes de ar: bezerros não toleram.
(0,8 a 3,2 microgramas/kg via oral); Construir quebra ventos (ou plantar árvores) ao redor
das instalações, colocar cortinas;
Fluidos: excelente mucolítico, facilitando
expectoração. 10g de sal, 8g de bicarbonato de sódio, Evitar concentrar práticas estressantes;
2g de cloreto de potássio, 40g de glicose (não usar OBS: não acaba com doenças, mas diminuem a
açúcar de cozinha e sim açúcar de milho), em 2L de incidência!
água morna. O bicarbonato de sódio ajuda a
alcalinizar o pH, facilitando acesso de fármacos, já
que normalmente animais entram em acidose
metabólica. CUIDADO: não administrar em animais
lactentes, pois bicarbonato alcaliniza pH do abomaso
e comprometer digestão do leite = diarreia. Tem que
dar intervalo de no mínimo 2h antes e depois do leite
para administrar fluido;
Terapia inalatória: não é muito viável fazer no campo.
Tem que analisar custo benefício de levar pro
hospital;

Não medicamentosa (medidas auxiliares de


manejo):
Acomodações adequadas: alvenaria, pé direito alto,
lanternim, meia parede, incidência de sol em partes
do dia;
Alimentação palatável e de qualidade: animal já está
com apetite reduzido, então tem que estimular
consumo;
Água fresca e abundante;
Tratar e prevenir doenças concomitantes: diarreia,
verminose, coccidiose, tristeza;
Isolar e tratar os doentes: não é uma boa prática tão
fácil na fazenda, facilitando transmissão;
Cuidados com vaca gestante para evitar que animal
nasça imunossuprimido. Distocia gera acidose
respiratória e metabólica, ficando mais propensos a
pneumonia nos primeiros dias de vida;
Colostragem adequada;
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O sistema circulatório geralmente está relacionado a ICC ou alterações da válvula do átrio direito
casos clínicos que permanecem assintomáticos por (tricúspide). Pulso fisiológico pode ser observado
um determinado período e somente quando seu quando animal abaixa cabeça (principalmente em
envolvimento se torna exacerbado é que surgem os animais magros;
primeiros sinais clínicos que caracterizam o seu
Auscultação: intensidade e qualidade do som, sopro,
envolvimento;
arritmia, abafamento de bulhas;
Tem limitação a recursos cirúrgicos
• P, A, M – lado esquerdo;
FUNÇÕES:
• T – lado direito;
Coração: bombeamento;
Frequência cardíaca: avaliação quantitativa;
Veias e artérias: condução;
Avaliação de mucosa;
Capilares: condução e troca de O2, nutrientes, células
Repleção de vasos sanguíneos – episclerais;
de defesa;
Sangue: transportar oxigênio, hormônios, nutrientes e Bulhas cardíacas:
substâncias químicas e excretas; Primeira bulha: sistólica, corresponde ao fechamento
das válvulas átrio-ventriculares;
ESTRUTURAS:
Segunda bulha: diastólica, corresponde ao
Endocárdio: serosa que reveste o coração
fechamento das válvulas semi-lunares;
internamente;
Miocárdio: musculo cardíaco – contração e Forças de Starling:
transmissão de impulsos; • Aumento da pressão hidrostática;
Pericárdio: serosa que reveste a superfície externa • Aumento da permeabilidade vascular;
cardíaca;
• Redução da pressão oncótica;
EXAME CLÍNICO:
Principais sinais clínicos:
Identificação (sexo, raça, idade): pode ocorrer em
animais jovens relacionado a infecções (onfalites); Edema periférico/efusão pleural/ascite;

Anamnese (queda no desempenho, na alimentação); Arritmias cardíacas;

Inspeção: abdução dos membros, ingurgitamento de Sopros cardíacos;


jugular, edema de barbela, na maçã do peito;
Sons cardíacos abafados: acúmulo de líquido no saco
Mucosas: alteração da coloração. Congestão = pericárdico;
mucosa hiperêmica. Problema de oxigenação =
Intolerância ao exercício /síncope (mais importante
cianótica/azulada;
em pequenos animais);
Pulso arterial: artéria facial (equinos e bovinos),
Distensão/pulsação venosa da jugular;
femoral (bovinos jovens), artéria coccígea (adulto e
jovem);
Pulso venoso: veia jugular. Fluxo retrógrado do
coração para veia = pulso positivo. Pode ocorrer em
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Geralmente predomina os SC relacionados ao
sistema envolvido primariamente (ex: garrotilho em
equinos e mastite em bovinos);
Pode ter sopro, arritmia e aumento de frequência;
Febre;
MIOCARDITE:
Taquicardia;
Quadro inflamatório do miocárdio, geralmente
relacionado a processo infeccioso (agentes virais, Arritmias;
bacterianos, parasitários); Batimentos prematuros;
Virais: Distensão de veia jugular;
• Febre aftosa; Intolerância ao exercício;
• Anemia infecciosa equina; MIOCARDIOSES
• Arterite viral equina; Problema que pode ser inflamatório, mas muito mais
• Influenza equina; degenerativo. Pode ocorrer a partir de um outro
problema prévio no coração, como a miocardite;
Bacterianas:
Miocardiopatia dilatada: é a única doença do
• Staphylococcus aureus; miocárdio em grandes animais de significado
conhecido;
• Streptococcus equi;
Está associada a dilatação ventricular, aumento da
• Clostridium chauvoei;
massa ventricular e queda da função sistólica;
• Mycobacterium;
Em EQUINOS: a causa mais comum de
Parasitárias: miocardiopatia dilatada são miocardites;

• Estrongilose (rotas mirgratórias); Em RUMINANTES: já foi associado ao consumo de


probiótico, gossipol (caroço de algodão), plantas
• Cisticercose; tóxicas, deficiência de vitamina E e selênio, cobre e
• Toxoplasmose neoplasias;

Patogenia: Cardiomiopatia dilatada: Sinais clínicos

Lesão no miocárdio: Dilatação pode ser excêntrica ou concêntrica, com


espessamento do musculo cardíaco;
• Musculatura especializada (impulso elétrico):
Edema periférico;
arritmia;
Aumento do tamanho coração;
• Musculatura ordinária: dilatação;
Taquicardia: ritmo de galope (compensatório);
• Em ambos os casos, diminui mecanismos de
compensação = diminui as reservar cardíacas Sopro cardíaco: em associação com insuficiência
= ICC valvular;

Sinais clínicos: Decúbitos;

Podem passar despercebidos, devido a ausência de Síncopes;


SC específicos. Coração tenta compensar e sinais só Morte súbita: mais comum em pequenos animais;
aparecem quando há exaustão dos sistemas
compensatórios; Exame de jugular: fluxo retrógrado;
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Diagnóstico: 3 a 5 cm de distância entre pericárdio e retículo;

Sinais clínicos; Etiologia: traumática (mais importante), septicêmica,


extensão da infecção do pulmão e pleura, AIE;
Hemograma: depende da causa da doença, muitas
vezes está normal; Principal causa: corpos estranhos metálicos
perfurantes – leva contaminação bacteriana –
Elevação de CK (creatinina kinase) relacionada a processo inflamatório infeccioso acentuado –
lesão do miocárdio: importante diferenciar de lesão produção de líquido no saco pericárdico – junto com o
muscular; líquido, tem grande produção de fibrina, que se
Aumento de troponina cardíaca: enzima específica do acumula e causa tamponamento cardíaco (coração
miocárdio; não tem mais espaço para fazer diástole) = débito
cardíaco fica comprometido = congestão;
Investigar possíveis causas:
Patogenia:
• Leucose;
Inicial: inflamação do saco pericárdico (sem efusão,
• AIE; sem exsudato) – roce pericárdico (atrito pela
• Dosagem de vitamina E e selênio; rugosidade do pericárdio) – começa a ter exsudato
fibronoso = toxemia (processo inflamatório e
ECG: taquicardia sinusal; infecção); acumulo de liquido + fibrina =
Ecocardiografia; tamponamento. Se processo é resolvido, tem
reabsorção do líquido e aderência do pericárdio
US: espessamento da parede do miocárdio; (geralmente não ocorre). Comum ter compressão A-
V, que gera ICC e afastamento dos folhetos com
Achados de necropsia: abafamento das bulhas;
Pode não ter lesões macro;
• Só tem roce pericárdico na fase inicial pois
Aumento do volume do coração: coração globoso; com progressão da lesão tem acúmulo de
líquido, diminuindo roce
Dilatação atrial e ventricular;
Sinais clínicos:
Derrame pericárdico: relacionado mais com
neoplasias; Fase inicial:
Congestão em fígado, pulmão e baço; • Taquicardia;
Tratamento e prognóstico: • Febre: pode ou não ter;
Depende da etiologia: tratamento do agente etiológico • Dor a percussão/palpação;
que levou a enfermidade;
• Abdução dos membros anteriores;
Digoxina: aumenta força de contração cardíaca;
• Respiração abdominal (movimentação
Furosemida: diminuir edema; torácica gera dor);
Prognóstico: • Roce pericárdico;
• Bom se animal não apresentar sinais de IC Prova do bastão: levanta bastão na altura do xifoide e
(difícil, pois não tem como diagnosticar solta com tudo. Veterinário ausculta faringe pra ver se
animais que não tem sinal clínico); animal tem algum gemido. Avalia semblante do
animal;
• Ruim se tiver cardiomiopatia dilatada;
Percussão dolorosa: encosta e chacoalha. Ausculta
faringe e vê semblante;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Prova da cernelha: belisca cernelha e animal se Pericardiocentese: faz guiado por ultrassom e depois
curva. O encurvamento causa movimentação e manda para cultivo e antibiograma. Só a presença do
contração, jogando peso para torácicos = animal líquido já é sugestiva de pericardite traumática;
sente dor. Importante auscultar laringe e ver
semblante do animal; Diagnóstico diferencial:
Prova da rampa: fica desconfortável em descer, mas Pleurite e endocardite: tem sopro e/ou roce;
sobe tranquilo; Pleurite com efusão; enfisema pulmonar (detecta pela
Fase de efusão: percussão); hidropericárdio (diferencia por
pericardiocentese): tem hipofonese;
• Deixa de ter roce;
Abscesso mediastino: empurra coração em direção
• Taquicardia acentuada (tentativa de manter ao gradil costal, então tem aumento do choque de
débito cardíaco, já que volume ejetado está ponta, aumento dos sons cardíacos (na pericardite
reduzido pela pressão no interior do saco tem diminuição dos sons cardíacos);
pericárdico) com abafamento de som
cardíaco pelo acúmulo de líquido e fibrina; Achado de necropsia:
• Febre pode ou não existir; Distensão do saco pericárdico por líquido;

• Sopro cardíaco: pode ou não ter; Exsudato fibrinoso e aderências;


Se a causa for traumática o objeto agressor pode ser
• Pulso diminuído: débito está diminuído;
encontrado entre o retículo e o pericárdio;
• Aumento da macicez na percussão cardíaca;
Tratamento:
• Toxemia;
Depende da causa
• Morte (1 a 3 semanas, mas é variável);
• ATB de amplo espectro/AINES;
• Animais que se recuperam podem ficar com
arritmia pela aderência do saco pericárdio e • Punção do saco pericárdico (se tiver fibrina
pericárdio, afetando miocárdio especializado. não adianta);
Não é comum de ocorrer; • Diuréticos (diminui edema periférico, mas tem
que tomar cuidado com hidratação);
Diagnóstico:
Sinais clínicos; • Retirada do corpo estranho: rumenotomia,
com ímã;
Hemograma pode ou não auxiliar. Quando pensa em
traumático, inocula bactéria. Pode ter leucocitose • Confinamento: restringe animal em espaço
inicial, que migram para para saco pericárdico. No menor para não se movimentar muito (para
hemograma pode ter leucopenia (pelo acúmulo das formar aderências. Não é algo desejado
células no saco pericárdico). A presença de fibrina no fisiologicamente, mas animal com aderência
exame é indicativa de processo inflamatório em é melhor que animal morto);
bovinos; Prognóstico:
Sorologia: importância pequena; Em origem traumática é ruim;
Ultrassom: muito importante; Em origem não traumática é reservado, depende da
Raio-x: detecta corpo estranho metálico. Precisa de etiologia;
equipamento potente pelo tamanho do animal;
Prevenção:
ECG;
Cuidados para não deixar objetos metálicos
perfurocortantes no ambiente em que bovinos
pastejam;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Uso de imãs: fica no animal o resto da vida; ICC – estase da jugular;

DIAGNÓSTICO:
Clínico;
Inflamação endocárdio - lesão valvular – altera ejeção Ecocardiografia;
do sangue (reduz ejeção) – leva a ICC, sopros (sinal
clínico mais frequente); Ultrassom;

ETIOLOGIA: TRATAMENTO:

Bacterianas – infecções distantes (embolo séptico cai Tratar lesão primária – ATB de amplo espectro;
na circulação sanguínea e chega ao coração); Antiinflamatórios;
• Reticulite traumática; Diuréticos: mais relacionado a casos de ICC em que
animal manifesta edema;
• Mastite;
• Metrite; ACHADOS DE NECROPSIA:

• Onfaloflebite/onfalopatias; Processos vegetativos proliferativos na região de


válvulas.
• Manqueira;
Por estenose ou por insuficiência, animal tem sopro;
Agentes (mais comuns):
Doenças congênitas
• Estreptococcus (capacidade de formar
Incidência baixa (ou peca no diagnóstico?)
agregados e êmbolos sépticos);
• Actinomyces pyogenes: Nomes antigos:
Arcanobacterium pyogenes, Trueperella
pyogenes;

PATOGENIA:
Lesões ulcerativas/vegetativas (proliferativa) – altera Mais comum em potros;
fluxo cardíaco – ICC; êmbolos sépticos podem parar
A persistência do arco aórtico direito é uma anomalia
em pulmões, miocárdio, rins e articulações, causando
congênita de uma estrutura vestigial dos grandes
infecções, abscessos, infartos. Em bovinos, pode
vasos cardíacos, que comprime o esôfago causando
acometer principalmente válvula átrio-ventricular
dilatação do órgão e disfagia;
direita (tricúspide), podendo ter relação com
processos infecciosos sistêmicos. Válvulas mitral e
aórtica (coração esquerdo) estão mais relacionados
com problemas infecciosos pulmonares;

SINAIS CLÍNICOS:
Queda na produção; Comunica átrio e ventrículo de lados diferentes;
Intolerância a exercício; Nos bezerros fechamento geralmente ocorre após o
Taquicardia; nascimento;

Sopro; Problema: mistura sangue arterial e venoso;

Febre: bovinos são muito resistentes, quando tem


febre é preocupante;
Edema (quando tem ICC);
Júlia Teixeira Naves - 2022
Vaca holandesa, 3 anos de idade;
SC:
• Anorexia;
• Perda de peso;
• Queda na produção de leite;
• Edema de barbela;
Exame físico:
• Edema barbela e submandibular;
• Pulso jugular positivo;
• Hipertermia (39,7);
• Mucosas pálidas;
• Atonia ruminal;
• FC 92 BPM
Prova do bastão, percussão dolorosa e teste de
cernelha negativos;
Exames complementares:
• Hemograma: leucócito em 27 mil (limite é 12
mil = leucocitose). Neutrofilia;
Necropsia: massa amarelada na aorta. Endocardite.
Fígado com bordas arredondadas (congestão).
Júlia Teixeira Naves - 2022

Fêmeas de corte: associado a nutrição extremamente


inadequada;

FATORES EPIDEMIOLÓGICOS:
Vacas de alta produção leiteira;
Sinonímias: Entre 5-10 anos, maioria das vezes na sexta lactação
(discutível). A partir da secunda ou terceira gestação
• Paresia puerperal hipocalcêmica;
tem as maiores produções;
• Hipocalcemia pós parto;
Entre terceiro e sétimo parto;
• Hipocalcemia; Raças Jersey e Holandesa (Girolando também);
• Febre do leite; Vacas bem mineralizadas: relacionado a
Animal com baixo cálcio sérico = transtorno suplementação de cálcio e animal não ter redução de
metabólico multissistêmico; cálcio sérico antes do parto. No momento do parto,
precisa ter paratormônio ativo, pois isso concentração
EPIDEMIOLOGIA: de cálcio tem que ser menor pré parto. Animal que já
tem PTH ativado consegue suprir demanda de cálcio
Vacas adultas produtoras de leite (alta produção):
(contrações uterinas);
principalmente;
Durante o ciclo da lactação, a PPH pode ocorrer em 3
Ovinos;
estágios:
Caprinos;
1. Pré parto: últimos dias da prenhez ou
Vacas de corte: é possível, mas incidência é muito durante parto;
baixa
2. Primeiras 48h pós parto até 10° dia;
ETIOLOGIA: 3. 6 a 8 semanas pós parto: vaca pode dar
FEBRE DO LEITE; cio e aumentar estrogênio, que reduz
apetite e diminui quantidade de cálcio;
Redução da concentração sérica de cálcio;
Fator determinante:
Necessidade de cálcio para o desenvolvimento fetal
(musculo-esquelético), parto e produção de colostro; Desbalanceamento de entrada e saída de cálcio
ionizado;
Alta demanda para produção de leite – aumenta em
vacas com grande produção; FISIOPATOLOGIA:
Normalmente nas primeiras 48 horas pós parto é Algumas vacas não conseguem se adaptar a nova
quando ocorre a hipocalcemia (janela de deficiência demanda de cálcio (tem saída grande e entrada não
de cálcio). É o tempo que paratormônio demora para ajusta na mesma magnitude – absorção – comparado
ser ativado (é produzido pelas paratireoides). a saída). Pode aumentar a absorção de cálcio
Principal responsável por ativar osteoclastos – (vitamina D – demora 24h para ativar, mas se animal
remove cálcio. Até pth ser ativado, animal fica mais tem ingestão de precursor de vitamina D ou acesso
suscetível a apresentar deficiência de cálcio. Após 5 ao sol, o processo já está ativado), mas é um
lactações: vacas mais velhas tem maior produção de mecanismo de ajuda, não sendo suficiente sozinho.
leite (antigamente). Atualmente vacas mais jovens Para ser efetivo, precisa ter a retirada de cálcio dos
produzem mais leite; ossos.
Júlia Teixeira Naves - 2022
PTH: demora mais de 48h para promover a Final da prenhez:
reabsorção óssea, aumento na absorção intestinal e
• 10g/dia de Cálcio fezes e urina;
redução na excreção renal;
Ligada a outras enfermidades no pós parto: • 10g/dia crescimento fetal;
deslocamento do abomaso. Ocorre atonia abomasal, Pós parto imediato:
fluxo para de acontecer e a ingesta, que veio do
rúmen, reticulo, omaso, continua fermentando no • 10 g/dia perda endógena (fezes/urina);
abomaso, formando gás (vira um balão). Chance de • 30 g/dia produção de colostro
deslocar é maior;
• = perda de 2 vezes mais em poucas horas;
• Passa por baixo do rúmen: deslocamento a
esquerda. Mais comum; Falha no processo de adaptação = hipocalcemia, que
pode ser clínica ou subclínica;
• Deslocamento a direita: rotaciona no seu
próprio eixo; A medida de ordenha, força a produção de leite e
continua ´´drenando´´ cálcio. Instrução é não
Funções do cálcio: ordenhar vacas em hipocalcemia;
Estabilizador de membranas: na falta de cálcio tem Outros fatores:
hiperestesia e tetania;
Excesso de fósforo (consumo de grãos): inibe
Liberação de acetilcolina na junção neuromuscular: enzimas renais que catalisam a produção de vitamina
na falta de cálcio, acetilcolina tem liberação D;
desregulada e fica muito na fenda sináptica,
excitando o músculo e gerando contração muscular Balanço dietético ânion-cátion: rações ricas em
(primeira fase). Depois ocorre a exaustão muscular, cátions é rica em sódio e potássio. É prejudicial pois
gerando paresia; precisa ter dieta que tenha mais ânions (cloro e
enxofre) que cátions. São dietas menos palatáveis
Contração muscular: falta de cálcio = paresia da (ruim, pois consumo está reduzido)
musculatura esquelética, atonia gastrointestinal e da
contratilidade cardíaca; • Dieta deve ter balanço de ânions e cátions
negativo: deve ser rica em cloro e enxofre.
Entrada de cálcio no sangue depende de: Fornece dieta levemente ácida que leva a
• Absorção pelo intestino – vitamina D; leve acidose metabólica

• Mobilização das reservas do esqueleto; Dietas ácidas > acidose metabólica leve > aumenta
vitamina D = aumenta absorção intestinal de Ca;
Saída:
Dietas ácidas > acidose metabólica leve > aumenta
• Perda pelas fezes, urina; reabsorção óssea de Cálcio;
• Crescimento fetal e placenta;
• Perda para o leite (1,2 a 2,3 g/L);
• Esqueleto das vacas – manutenção;
PATOGENIA:
Precisa ter equilíbrio entre entrada e saída;
Hipocalcemia: insuficiência da transmissão neuro-
FATORES QUE FACILITAM PPH: muscular > contrações de grupos musculares
Dificuldade da manutenção do balanço homeostático (tetania) nas primeiras fazes > relaxamento muscular,
de Cálcio; depressão e coma;

Mobilização de reservas do esqueleto + absorção de • Quando tem diminuição do Cálcio, promove a


Ca pelo intestino; liberação de Acetil colina na fenda neuro
muscular de forma desordenada;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Magnésio diminuído: tetania prolongada. Mg exerce • Frequência alta (compensatória para tentar
função na fenda sináptica semelhante ao cálcio; manter débito cardíaco. Não consegue
aumentar força de contração pelo baixo nível
• Quando tem diminuição do Magnésio,
de Cálcio);
promove a presença contínua da Ach na
fenda; • Pulso fraco com pressão e amplitude
diminuídas;
Na primeira fase pode ter temperatura aumentada
(hipertermia) pois contração muscular produz calor; • Pressão venosa baixa.
SINAIS CLÍNICOS: Se não houver tratamento evolui para estágio 3
(decúbito lateral):
Primeiro estágio (em pé, com tetania):
• Decúbito lateral (pré-coma);
• Breve excitação e tetania;
• Flacidez dos membros;
• Hipersensibilidade;
• T diminuída;
• Tremor muscular da cabeça e membros;
• Empanzinamento/diminuição;
• Mudança de apoio de membros;
• Sinais circulatórios graves;
• Inapetência, reluta em movimentar;
• Pulso fraco ou imperceptível;
• Protrusão de língua e ranger de dentes (pode
ter); • Hipofonese cardíaca intensa;
• Rigidez de posteriores; • FC = ou > 120bpm (alta);
• Ataxia, quedas. • Morte em 12-24h por parada respiratória ou
convulsão;
• T aumentada (pela contração muscular) ou
normal; • Chance de recuperação muito pequena;
Segundo estágio (depressão – decúbito esternal): Hipocalcemia:
• Animal deitado (decúbito esternal); Diminui tônus muscular:
• Apatia, sonolência; • Aumenta retenção de placenta
• Posição de auto-auscultação; • Prolapso uterino;
• Incapacidade de levantar; • Estase abomasal = diminui consumo de
alimento = deslocamento de abomaso;
• Relaxamento e perda de reflexo anal;
Redução da insulina
• Obstipação estase ruminal;
• Diminui utilização da glicose;
• Reflexo pupilar incompleto ou ausente
(midríase); • Aumenta cetose;
• Olhos secos e fixos, focinho seco; • Aumenta mobilização de lipídios;
• Pele e extremidades frias; • Diminui consumo;
• T entre 36-38°; • Deslocamento de abomaso;
• Sons cardíacos diminuídos: diminui força de Aumenta cortisol no plasma:
contração;
• Leva a imunossupressão;
• Aumenta chance de doenças infecciosas;
Júlia Teixeira Naves - 2022
PTH produzido pelas paratireoides. Aumenta o nível Deve ser feito mais rápido possível;
de cálcio no sangue:
Borogluconato de Cálcio: 100 a 200 g solução 20-
• Estimula saída de cálcio dos ossos; 25%. IV lento ou SC (IM causa micronecroses);

• Aumenta absorção de cálcio no intestino; Animal calmo e na sombra;

• Diminui eliminação de cálcio nos rins; Remoção do bezerro;

Como aumenta o nível de cálcio no sangue, ativa a Parar de ordenhar;


tireoide, que produz calcitocina: Terapia com Ca pode ser repetida a cada 12 horas
• Aumenta deposição de cálcio nos ossos; por 3 vezes (depósitos em rins e coração);

• Diminui absorção de cálcio no intestino; Vacas em decúbito lateral = postas em decúbito


esternal e mudança de lado deitado a cada 4-5 vezes
• Diminui absorção de cálcio nos rins; ao dia);
PPH com hipomagnesemia concorrente: RESPOSTA À TERAPIA COM CÁLCIO:
• Tetania e hiperestesia além da primeira fase; Eructação;
• Fibrilação palpebral; Tremor muscular;
• Convulsões tetânicas por tato ou som; Pulso forte e amplo;
• FR e FR muito aumentadas; Sons cardíacos aumentados;
• Hiperfonese cardíaca (muita Ach na fenda); Transpiração no focinho;
PPH com hipofosfatemia: Defecação = fezes firmes, cobertas com muco e
pouco de sangue;
• Semelhante à hipocalcemia sozinha;
Micção após levantar;
• Exceto: algumas vacas não respondem ao
tratamento com o Ca (precisa de fósforo – Pode haver tetania transitória nos membros;
ácido fosfínico);
PREVENÇÃO:
DIAGNÓSTICO:
Redução do cálcio no período de secagem (3-4
Sinais clínicos/proximidade com parto; semanas antes do parto), pois, animal vai ter redução
de Cálcio sérico e vai ativar o paratormônio;
Exames bioquímicos (inclusive dosagem de cálcio);
Não é fácil: sais minerais tem mais sódio, potássio
Diagnóstico terapêutico; (cátions, carga positiva). Ânions (cloro, enxofre) estão
Níveis séricos de Calcio reduzidos; em menos concentração. Sais específicos com
ânions tornam dieta pouco palatável = vaca come
Necropsia nada característico; menos = cetose;
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Boa nutrição das vacas;
POM (compressão do nervo obturador ou ciático, Evitar exercício próximo ao parto, o que poderia levar
rotura do ligamento coxo-femoral, abertura da sínfise ao gasto de cálcio;
púbica);
HIPOCALCEMIA EM OVELHAS:
Síndrome da vaca caída;
Último mês de prenhez: requerimento de Ca para o
Roturas musculares; feto proporcionalmente maior que nas vacas;
PREVENÇÃO: Durante a lactação (primeiras 6 semanas). Fatores
predisponentes:
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Mudança de tempo (frio – tremores – • Alimentação exagerada antes do transporte;
consumo de cálcio);
• Privação de alimento e água por mais de 24h
• Exercício extenuante; durante transporte;
• Fome temporária; • Acesso irrestrito à água e exercícios na
chegada: dilui cálcio;
Sinais clínicos semelhante aos bovinos. Mais
comuns: SINAIS CLÍNICOS:
• Tremores musculares; Estágio inicial:

• Depressão profunda; • Excitação;

• Semelhante a toxemia da prenhez; • Inquietação;

Tratamento: fornecimento de cálcio. 50 a 100 ml • Trismo;


solução a 20-25% (igual para cabras);
• Ranger de dentes;
Prevenção: Estágio subsequente:
Ultimas 6 semanas da prenhez: • Andar cambaleante;
• Bom plano nutricional; • Decúbito;
• Proteção contra clima ruim na prenhez e • Pedalagem;
lactação;
• Paralisia digestiva;
• Evitar estresse e exercícios/transporte;
• Anorexia;

TRATAMENTO:
Soluções eletrolíticas de Ca, Mg, glicose;
Hidratação;
Tratamento da mionecrose (vitamina E, Se,
antiinflamatórios);
Decúbito, estase do trato digestivo, coma. Doença PROFILAXIA:
fatal. É uma outra apresentação da hipocalcemia, não
necessariamente ligada a gestação; Dieta restrita vários dias antes da viagem;

Vacas, ovelhas em final de gestação e pode ocorrer Tranquilizantes pouco antes do transporte (na prática
em vacas secas, bois, novilhas e cordeiros. não é feito);
Hipocalcemia causada por transporte prolongado Acesso limitado a água (24h no desembarque) e
(fadiga, estresse muscular); exercícios (3 dias);
Causa: hipocalcemia moderada (7-7,5mg/dl);
Causa predisponente:
• Estresse físico; Definição: doença fatal, caracterizada por tetania,
• Miopatia por exercício; convulsões, hipomagnesemia, geralmente
hipocalcemia, morte por parada respiratória;
• Várias injeções de epinefrina;
Ocorre em: vacas lactantes (primeiros 2 meses) e
Causa precipitante: ovelhas (primeiro mês);
Júlia Teixeira Naves - 2022
Taxa de mortalidade: 20%; Forma aguda: animal assustado, incomodado, muge
frequentemente, andar cambaleante, cai, tetania,
Taxa de letalidade: 50-100%
convulsões, opistótono, nistagmo, movimentos de
Não é comum/prevalente no país; mastigação, espuma pela boca;

ETIOLOGIA: Forma subaguda: alterações na movimentação


ruminal, micção, defecação, evoluindo para
Reserva de magnésio é pequena, força animal estar convulsões;
sempre consumindo magnésia para manter níveis
adequados. Qualquer fator que leve a perda ou Forma crônica: mais sinais relacionados ao animal
diminuição, leva a hipomagnesemia: ficar letárgico, apático, deprimido, apetite diminuído;

• Fome por 24-48h; PATOLOGIA CLÍNICA:


• Conteúdo baixo de Mg no pasto (novos, Magnésio reduzido;
tenros, baixa fibra); Mg sanguíneo normal: 2mg/dl;
• Pastos de cereais; • Forma aguda: 1-2 mg/dl;
• Quelantes como: adubação com K e • Tetania: <1,2 mg/dl;
nitrogênio;
• Ovinos: 0,5 mg/dl = tetania;
• Dieta rica em proteínas (excesso de amônia
ruminal) e alumínio; • LCR: 1,35 mg/dl = tetania (normal 2mg/dl);

• Lactação; • Humor vítreo: até 48h pós morte;

• Exposição a clima frio e com vento (tremor NECROPSIA:


muscular);
Sem lesões características;
• Diarreia prolongada;
DIAGNÓSTICO:
• Tetania do leite: bezerros estabulados que
recebem apenas leite (principalmente os Quadro clínico, anamnese (consumo de pastagens
alimentados com suscedâneo lácteo de baixa luxuriantes, perdas, lactação), histórico, fatores
qualidade); predisponentes;

PATOGENIA: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:

Magnésio baixo > liberação de Ach > fica na placa Intoxicação por chumbo;
motora por mais tempo > induz a tetania; Raiva;
Magnésio no SNC tem relação como Hipocalcemia: pode também estar associada
calmante/depressor. Ou seja, com a diminuição, tem
excitação; TRATAMENTO:
FISIOPATOGENIA: Faz para hipocalcemia e hipomagnesemia:
borogluconato de cálcio, hipofosfito de Mg;
Magnésio é necessário para a formação óssea,
manutenção do potencial de repouso das membranas CONTROLE:
e funcionamento de várias enzimas;
Fornecimento de óxido de Magnésio;
Baixas relações Ca:Mg potencializam a liberação de
Acetado de magnésio;
acetilcolina no líquor = tetania e excitação;
Controle não é muito comum, pois no Brasil não tem
SINAL CLÍNICO: hábito de pastejo de inverno;
Abrigo contra ventos;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Alimentação com boa fibra (fonte de Mg maior); Polioencefalomalácea;

TETANIA HOPOMAGNESÊMICA DOS Enterotoxemia por Clostridium perfringens;


BEZERROS (TETANIA DO LEITE Encefalites;
INTEGRAL):
Tratamento:
Similar à tetania da lactação das vacas;
Soluções de sulfato de Mg (funciona como
Etiologia: tranquilizante);
Hipomagnesemia relacionada a: Tranquilizantes;
• Dietas com pouco Mg; Reposição de sal mineral;

• Absorção diminuída; Controle:


• Diarreia/salivação excessiva; Óxido de Magnésico preventivo;
Substitutos do leite: menor conteúdo Mg;
2-3 meses de idade: eficiência menor na absorção de
Mg;
Acetonemia em bovinos: ocorre no pós parto;
Diarreia: menor permanência de Mg no intestino;
Toxemia da prenhez (gestação) em pequenos
Mastigação de material fibroso: salivação profusa ruminantes: ocorre no pré parto;
(perda de Mg pela saliva);
Em ambas: alta concentração de corpos cetônicos.
Patogenia:
ETIOLOGIA:
Diminuição de Mg > liberação de Ach > tetania. Se
tiver diarreia também, pode ter hipocalcemia, que vai Alta demanda de energia: para produção de
prolongar a tetania; leite/crescimento do filhote (geralmente gestação
gemelar ou filhote muito grande);
Sinais clínicos:
Animal apresenta hipoglicemia, que é um estímulo
Primeiros sinais: pata alta mobilização de gorduras corporais;
• Tremor, hiperestesia; Menor capacidade de ingestão de alimentos – déficit
negativo (balanço energético negativo). Grande
Segunda fase:
volume do útero (redução física do rúmen), alta
• Depressão e óbito; produção de leite (primeiras 8 semanas pós parto),
doenças do pós parto reduzem o consumo de
Patologia clínica: alimentos (mastite, metrite, deslocamento de
Mg normal 2-2,5 mg/dl; abomaso);

Relação Ca:Mg é importante; Dietas ricas em proteínas, butirato (silagem) fibras ou


pobre em carboidratos;
Necropsia:
FISIOPATOGENIA:
Congestão, hemorragia de bexiga, gordura
pericárdica; Alta demanda energética no final da gestação e início
da lactação = falta glicose, que é muito consumida
Diagnóstico diferencial: para formação da lactose no leite = déficit =
hipoglicemia = glicólise = liberação de corpos
Tétano; cetônicos;
Intoxicação por chumbo, estricnina; Glicose: formação da lactose no leite
Júlia Teixeira Naves - 2022
Acetato – produz gordura e corpos cetônicos; revertido pela mudança de metabolismo (corpos
cetônicos para glicose);
Butirato – produz corpos cetônicos;
Propionato – produz glicose;
DIAGNÓSTICO:

Metabolismo normal é levemente cetogênico: tem Anamnese: lactação;


menos glicose que animais não poligástricos; Sinais clínicos;
SINAIS CLÍNICOS: Achados laboratoriais: cetonuria, aumento de corpos
cetônicos no leite, lesão hepática;
Perda de apetite (cetose);
Redução na progressão de leite (déficit energético =
TRATAMENTO:
falta glicose para produção de lactose); Corrigir alimentação – fonte de carboidrato ou
Perda de peso; forragem de excelente qualidade com nível menor de
fibra. CUIDADO: carboidrato – acidose ruminal;
Sinais neurológicos: corpos cetônicos são tóxicos
para SNC. Nas vacas não é usual, é mais comum em Glicose a 5%: hiperglicemia transitória, mas cuidado
pequenos ruminantes. Ataxia, cegueira, tremores, para não aumentar muito;
tetanias, salivação, comportamento agressivo; • Até 20L de glicose em bovinos ao longo de
Sinais vitais normais; 24h;

Odor de corpos cetônicos na respiração, urina e • 2L de glicose em ovinos;


fezes; Recidivas: repetição de hiperglicemia;
Pode ser subclínica, afetando levemente a produção Precursores da glicose – oral:
de leite;
• Propilenoglicol 225g, duas vezes ao dia por 2
PATOLOGIA CLÍNICA: dias;
Corpos cetônicos na urina, plasma e leite (tiras de Dexametasona: corticoide reduz lactação e promove
corpos cetônicos); hiperglicemia relativamente persistente;
Glicemia baixa: 20 a 40 mg/dL; Insulina: 200UI por via SC;
Aumento de enzimas hepáticas (fígado Vitamina B12: cofator do metabolismo do propionato;
gorduroso/esteatose):
Ionóforos: aumentam o propionato (mais adequado
• GGT; como profilaxia). Selecionam a microbiota ruminal e
aumentam bactérias que formam propionato;
• AST;
Elevação do animal
• FA;
PREVENÇÃO:
• Bilirrubinas direta e indireta;
Ração altamente palatável e em concentração
ACHADOS DE NECROPSIA: adequada;
Fígado gorduroso; Não permitir animais excessivamente obesos (escore
Lipidose hepática; 3 no pré-parto). Excesso de gordura para ser
metabolizada e diminuição do espaço ruminal;
Fígado tem grande importância no processamento de
energia durante a mobilização de gordura: Niacina (vitamina do complexo B- B3): reduz
excedentes são infiltrados no fígado; mobilização de gordura. Usa 1-2 semanas pré parto e
10-12 semanas pós parto;
Todas as vacas de alta produção tem pequena
porcentagem de gordura hepática, mas facilmente Ionóforos: aumento propionato;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Propilenoglicol: aumento de glicose (fonte de • Glândula mamária;
propionato);
• Fígado: metabolismo hepático muito
acelerado;
No feto:
Pequenos ruminantes; • Carboidrato básico para desenvolvimento é a
glicose. Na fêmea gestante, se tiver feto
Gestação: da concepção até parto;
muito grande ou mais de 1 feto, exigência de
Nutrição: ponto chave nos últimos 45 dias (terço final glicose será muito grande;
– grande crescimento fetal);
• A exigência no feto é cerca de 5x a do adulto;
Doença metabólica associada a falha no plano
nutricional, sobretudo durante o terço final de • Quanto menor a produção da glicose
gestação, em fêmeas gestando múltiplos fetos ou um materna, maior prejuízo no sistema de
feto muito grande; homeostase da glicose;
Cetose/toxemia da gestação pode estar associada a
MONOGÁSTRICO/ RUMINANTES:
hipocalcemia;
Monogástricos:
DIETA:
• Maior parte da glicose provém da digestão
intestinal de CHO (glicose); Menor nível calórico da dieta (demanda maior na
gestação) = diminui nível de glicose sanguínea =
• Rapidamente absorvidos e incorporados à utilização das reservas de glicogênio e mobilização
corrente sanguínea; de gordura;
Ruminantes: Rápida mobilização de cordura = aumenta níveis de
corpos cetônicos (beta hidroxi butirato, acetona e
• CHO serve como substrato para bactérias,
acetoacetato). Excesso de corpos cetônicos exerce
que fermentam, utilizam para seu
papel tóxico no SNC, que é muito mais evidente em
crescimento e multiplicação, além de produzir
pequenos ruminantes comparado a vacas;
AGV (acético, propiônico e butírico);
TIPOS DE TOXEMIA:
• Ácido propiônico é utilizado para a produção
de glicose por metabolização hepática. Cerca Tipo 1:
de 50% da glicose total vem do ácido
propiônico; Subalimentação + múltiplos fetos;

• Outros 50%: Alimento de baixa qualidade e/ou digestibilidade;

Alanina e aspartato – gliconeogênese; Tipo 2:


Lactato: fígado e rim (metabolismo Superalimentação nos 2/3 iniciais de gestação + fetos
anaeróbico); múltiplos;
Triglicerídeos; Rações mal balanceadas em grãos e farelos;

UTILIZAÇÃO DA GLICOSE: Divisão de Radostits:


Fonte energética em ruminantes; • Toxemia da gestação primária: queda no
plano nutricional;
Usam exclusivamente glicose como fonte de energia:
• Toxemia da gestação da ovelha gorda:
• SNC;
condição corpórea excessiva no final da
• Rins; gestação;
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Toxemia da gestação por inanição: ovelhas • Sinais clínicos associados a alterações
excessivamente magras; neurológicas;
• Toxemia da gestação secundária: efeito de • Diagnóstico laboratorial (hipoglicemia,
uma doença intercorrente (ex: verminose); cetonemia, cetonuria);

ACHADOS CLÍNICOS: NECROPSIA:


Quanto maior a hipoglicemia, mais grave o SNC será Fetos a termo;
afetado;
Fígado gorduroso (lipidose hepática) e rins pálidos e
Agravamento do quadro neurológico associado a friáveis;
intoxicação:
Fezes ressecadas cobertas de muco;
• Acetona;
Rúmen com conteúdo ressecado e odor acético;
• Ácido acetoacético;
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
• Beta hidroxi butirato;
Hipovitaminose A;
Quanto maior a exigência de glicose da área, mais
Listeriose;
rápida e com maior intensidade será afetado.
Cenurose;
Córtex é logo afetado (alto metabolismo):
Problemas nos sistemas:
• Depressão da consciência;
• Digestório;
• Ausência de reação ao meio;
• Respiratório;
• Surdez cortical;
• Locomotor;
• Hipo ou anorexia;
Hipocalcemia e hipomagnesemia;
• Cegueira;
Cerebelo:
TRATAMENTO:
Combate a hipoglicemia: administração de glicose, ou
• Distúrbios posturais;
precursores da glicose (aumento gradual e
Perda de reflexos fotomotores, diminuição acentuada persistente);
de estímulos dolorosos e sonoros, tremores,
Diminuição da drenagem de glicose: cesárea ou
bruxismo, coma e morte;
indução do parto;
Pode ter acidose metabólica pela desidratação;
Redução da cetogênese: utilização da insulina para
Evolução de 2 a 8 dias para óbito; usar glicose;

PATOLOGIA CLÍNICA: Glicose sozinha não apresenta bons resultados,


então administra em conjunto o propilenoglicol. Pode
Hipoglicemia: pode ter hiperglicemia 2 dias antes da usar em conjunto a insulina;
morte pela morte dos fetos;
Somatotropina bovina: aumenta metabolismo do
Cetonemia; animal e também a gliconeogênese;
Cetonuria;
PROFILAXIA:
Aumento de beta hidroxi butirato no humor aquoso
Maternidade com alimentação adequada e menor
(faz detecção pós morte);
estresse;
DIAGNÓSTICO: Condição corporal adequada;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Boas práticas de manejo nutricional e sanitário, Forma cardíaca: descompensação aguda do
evitando doenças concorrentes na gestação/pós miocárdio = depressão e dispneia, corrimento nasal
parto; espumoso (edema pulmonar) e morte;
Propilenoglicol no final da gestação; Forma esquelética: rigidez muscular, arqueamento do
dorso, dificuldade de deambulação, disfagia, tremores
musculares. Dificuldade de locomoção associado ao
decúbito;
Diagnóstico no primeiro ano de vida;

Patologia clínica:
Aumento na demanda do mercado consumidor >
CK (creatinina quinase – relação com lesão muscular.
intensificação da produção > aumento de doenças
Quando tem lesão libera no sangue), AST (detecção
metabólicas e nutricionais;
de alteração muscular. Também relacionada com
MIODEGENERAÇÃO NUTRICIONAL: enzimas hepáticas) e LDH aumentadas;

Distrofia muscular nutricional / doença do músculo CK: aumento de milhares de UI/L;


branco; Mioglobinúria em potros;
Deficiência de Vitamina E e Selênio; Análise de Vit E e Selênio pela biopsia muscular
Afeta animais jovens e em período de rápido (glúteo, semitendinoso, semimembranoso);
crescimento;
Necropsia:
Fisiopatogenia: Miodegeneração: alteração da coloração (pálida),
Vitamina E e Selênio são importantes antioxidantes aspecto ´´seco´´muscular, calcificação e edema
para animal. Metabolismo celular em animal de rápido muscular;
desenvolvimento tem produção de muitas espécies Alterações no músculo cardíaco;
reativas de oxigênio (radicais livres). Vit E e Selênio
atuam em radicais livres removendo-os do tecido Tratamento:
muscular;
Aplicação de Vit E e Selênio;
Deficiência de Se é comum no solo brasileiro, em
gramíneas de rápido crescimento; • Selênio: 2,5-3 mg/45kg, via IM ou SC;

Deficiência de vit E: feno de baixa qualidade e restos Suplementação na ração;


de produção (palha). Época de inverno; Vitamina E preferencialmente oral:
Pode ter curso agudo/subagudo; • Equídeos: 600 a 800 mg de acetato de a-
Causa debilidade muscular, tremores ou até morte tocoferol/kg;
súbita (grave acometimento do músculo cardíaco); • Bezerros: 15 a 60 mg;
Solos ácidos = baixo Selênio; Lesão cardíaca extensa é incompatível com a vida;
Baixa de vitamina E em todo tipo de solo: baixa
Controle e prevenção:
qualidade de forragem;
Injeções periódicas e suplementação na dieta;
Dificuldade de locomoção, insuficiência cardíaca;
Suplementação das fêmeas gestantes ajuda na
Fêmeas: baixa taxa de concepção, aborto,
menor incidência em jovens;
reabsorção fetal, distocias, retenção de placenta e
redução da produção de leite; Aplicação de fertilizantes diretamente no solo;
Sinais clínicos: Grãos e silagens;
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Selênio na ração: 0,3 partes por milhão (ppm); Animal irá apresentar anemia e emagrecimento
progressivo;
DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO:
DIFICIÊNCIA DE ZINCO:
Acomete animais jovens, mas problema pode ter
começado antes (mãe com deficiência de cobre = Mineral com importante papel estrutural no
filhote com deficiência de cobre); organismo, principalmente na síntese de proteínas
dos músculos e órgãos, desde a formação
Mais comum e de maior importância econômica;
embrionária até a fase produtiva do animal;
Solos pobres em P = forragem com teor insuficiente;
Essencial para síntese de proteínas, aminoácidos,
Jovens: crescimento lento, diminuição do apetite e DNA e atua como cofator ou ativador de muitas
debilidade; enzimas do metabolismo orgânico. Está presente em
todas as células, principalmente naquelas em divisão
Adultos: diminuição na produção de leite, alterações e síntese, além de ser importante para a integridade
ósseas (deformidades e fraturas), claudicação, do sistema imune;
anestro e baixas taxas de concepção;
Importante na renovação celular;
Apetite alterado/depravado (transtorno de pica).
Favorece a várias enfermidades (reticulopericardite Animais com deficiência:
traumática, botulismo);
• Paraqueratose;
Teores de fósforo baixa no plasma (4,5 mg/dL);
• Atrofia do timo;
Relação Ca:P. Normal é 2:1 ou 1:1. Pode chegar até
7:1 sem causar problemas. • Perda da função normal das células T;
• Diminuição da resposta das células B, o que
DEFICIÊNCIA DE COBRE:
reflete em alterações no perfil das
Ataxia enzoótica: acomete cordeiros e cabritos imunoglobulinas e suas relações;
jovens;
O primeiro sintoma é a paraqueratose, seguido por
Cobre: maturação de hemácias alopecia, conjuntivite, gengivite, estomatite,
pododermatite e retardamento do crescimento;
• Animais afetados: anemia microcítica
hipocrômica; DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B1:
Transtornos no metabolismo oxidativo: cobre participa Cofator enzimático no ciclo de Krebs = na deficiência,
da formação da enzima ceruloplasmina, que é não irá produzir energia corretamente = neurônio
antioxidante; entra em degeneração e necrose pela falta de energia
(principalmente substância cinzenta);
Desordens ósseas e nervosas: cobre tem papel
importante na mielinização do axônio. Bainha CONSIDERAÇÕES FINAIS:
funciona como isolante do nervo, garantindo
condução do impulso elétrico; Balanceamento e qualidade de dieta e
suplementação mineral espécie-específica;
Diminuição na produção de anticorpos;
Hipomielinização do SNC;
Ataxia;

DEFICIÊNCIA DE COBALTO:
Importante na maturação das hemácias.
Cobalto forma vitamina B12, que também faz
maturação de hemácias;
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Problemas multifatoriais, assim como todas as Genética: selecionou animais grandes, com cascos
doenças da produção (falhas de manejo); que não cresceram adequadamente = pressão sobre
o casco. Cerca de 60-70% dos descartes são devido
85% das patologias que acometem sistema
a problemas podais (animais são descartados na
locomotor, são podais. Os outros 15% das patologias
terceira lactação)
afetam porções mais proximais;
• Vacas selecionadas para alta produção;
Terceira maior causa de problemas na propriedade.
Primeiro é mastite e segundo são os problemas • Mais pesadas;
reprodutivos. Principal causa de descartes
involuntários (50-60%) precoces = alto custo de • Os problemas podais aumentam a incidência
reposição. Para alguns autores, não é a terceira de mastite;
maior causa, e sim a primeira; • Animais de queratina/casco escuro tem
Fatores predisponentes: menor propensão a doenças, pois cascos são
mais resistentes;
Instalações: piso escorregadio (quedas), piso que
provoque traumas (pedras), barro cobrindo até coroa • A herdabilidade de estrutura de membros,
do casco, tirando proteção do epitélio (fragilizando. É garupa é baixa, então melhoramento é
muito abrasivo), excesso de umidade, instalações demorado;
com projeção inadequada (menos de 1 cama por Nutrição: se tem deficiência nutricional, produz
animal, cama grande/pequena, que afeta a limpeza queratina de pior qualidade. Concentração de
do ambiente = fezes na cama). Pé direito elevado, vitaminas também vai estar mais baixa = sistema
posição leste-oeste, lanternim, paredes meio abertas; imune prejudicado;
Comportamento animal: se vaca não estiver no cocho • Saúde de vaca = saúde de rúmen. Dieta
ou sala de ordenha, deve estar na cama pobre em fibra e alta de energia = ruim. O
descansando (quanto maior o número de vacas rúmen deve estar saudável para vaca estar
deitadas, melhor). Tem que ter uma cama por animal, saudável. É um fator central na prevenção de
caso contrário terá confronto social/briga (vacas mais laminite. No animal com SARA (dietas com
velhas são dominantes em relação a novilhas). baixa fibra fisicamente efetiva), bactérias
Animais devem estar confortáveis – estresse Gram negativas irão morrer e terá menos
térmico/cama ruim está relacionado aos problemas de biotina = queratina de baixa qualidade;
casco (leva a acidose metabólica SARA – acidose
ruminal sub aguda). A acidose prejudica a produção • Falha de macro e micronutrientes: colabora
de vitaminas do complexo B no rúmen, ou seja, falta para que queratina seja de baixa qualidade,
biotina; facilitando a vida de microrganismos. Se
restringir alimentação a dois tratos por dia e
• Pode usar biotina como aditivo, mas é caro, sem um balanço adequado, irá ter baixa de
deve avaliar custo-benefício; macro e micronutrientes;
Agentes infecciosos: geralmente são comensais, mas OBS: pododermatite asséptica difusa = laminite.
fatores como falha do sistema imune, casco de baixa Asséptica pois inicialmente não tem característica
qualidade e má higiene predispõe a doença; infecciosa. É uma afecção sistêmica;
• Agentes patogênicos podem ser excretados Incidência entre 12 a 15% em um ano. Passou disso,
nas fezes. Se deixa matéria orgânica em começa a acontecer problemas econômicos.
contato com tecido córneo, espaço interdigital
irá ocorrer pododermatite; Pode dividir as afecções podais em dois
grandes grupos:
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Grupo de doenças infecciosas: Quanto mais tempo animal fica em pé, maior a
incidência de claudicação. O ideal é vacas ficarem
• Dermatite digital: é a que mais causa dor e
deitadas em camas macias no período que não
claudicação. Ocorre em forma de surto, mais estiver ordenhando ou comendo.
fácil de controlar;
Algumas produções colocam pequenos jatos de água
• Dermatite interdigital; para refrescar os animais, o que prejudicará ainda
• Flegmão interdigital; mais os cascos, que já estão fragilizados;

• Erosão do talão; REVISÃO DE NOMENCLATURA


ANATÔMICA:
Doença não infecciosa:
Estruturas do casco:
• Pododermatite asséptica difusa (laminite) e
suas sequelas. Produção de queratina
comprometida por algum problema
metabólico. É o que mais causa problemas
em gado de leite/corte criado em
confinamento;

ESTRESSE X CLAUDICAÇÃO:
Estresse pelo calor:
Uma forma de ampliar frequência e amplitude de
respiração é se manter em pé.
Joga CO2 para fora, pela via respiratória. O CO2 é
um agente acidificante do sangue, então animal entra
em alcalose respiratória. Além disso, respira pela
boca e tem sialorreia, perdendo saliva, que tem
bicarbonato. Como saliva não vai pro rúmen, deixa
pH baixo. Animal entra em quadro de acidose
metabólica. A prioridade da vaca é não morrer de
hipertermia, então irá continuar respirando dessa
forma. Assim, para o sangue não ficar alcalino,
elimina bicarbonato pela urina para abaixar pH do
sangue. Se isso não acontecer, fica cada vez mais
em alcalose respiratória devido a eliminação de CO2;
Nos casos de acidose metabólica, começam a morrer
bactérias Gram negativas. Quando pH começa a cair,
entrando em SARA 5,5-6, o ambiente do rúmen
começa a ficar desfavorável para as Gram- negativas,
que começam a morrer, liberando LPS (é vasoativo)
que é absorvido e começa a causar alterações na
distribuição de sangue para cascos. O tecido córneo
produzido será fraco, não sustentando as estruturas,
além de ser mais facilmente colonizado por
microrganismos. O fato do animal ficar de pé (mais
fácil de respirar), faz com que ocorre maior
compressão na sola, ocorrendo úlcera, hemorragia e
abscesso = claudicação;
Anéis de crescimento: casco cresce de 0,5 a 0,7 cm
por mês. Animal a pasto, casco cresce menos (anda,
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desgasta mais). Animais confinados, com dieta densa Bordas ou faces:
e sem exercício, tem crescimento bom e não
desgasta. Os anéis de crescimento são fisiológicos
(linhas tênues superficiais), fissuras horizontais e
verticais são sequelas de laminites (anel de
crescimento se aprofunda muito pela falta de
nutrientes e oxigênio, que afetaram a produção de
queratina pelos queratinócitos);
• Melhor nutrição = maior crescimento;
• Período de chuva = cresce mais (melhor
nutrição a pasto);
• Animais confinados = desgasta menos e
crescimento é maior;

Superfície de apoio:

Estruturas internas:
Tendão flexos superficial/profundo do dedo: o
profundo se insere na falange distal e junto com
coxim digital, lamelas do cório lamelar e sesamoideo
distal, forma aparelho suspensório;
Coxim digital: almofada de tecido adiposo. Importante
para amortecer impacto;
Córium/derme: contém as células que produzem
queratina (camada germinativa do córium – contém
os queratinócitos, que irão produzir epiderme/casco);

Linha branca: une áreas queratinizadas de


densidades diferentes (queratina da muralha é mais
rígida que da sola e talão). É uma área que está em
constante estresse;
• É muito comum a abertura da linha branca
(que é uma sequela da laminite),
principalmente na região de junção com o
talão (número 3);
AVALIAÇÃO DA CONFORMAÇÃO DOS
Peso é sustentado de forma lateralizada: começa Na CASCOS:
pinça, passa pela muralha e termina no talão. Na
margem axial da sola não pode ter apoio de peso Comprimento da pinça em relação ao talão 2:1;
(fica chato), essa borda deve ser côncava;
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No caso do animal sapateiro, peso estará No membro posterior, 60% do peso é sustentado pela
concentrado no talão. No caso do animal fincado, unha lateral e 40% pela unha medial;
estará concentrado na pinça. Pode levar a
lesões/ulceras no talão/pinça;

A muralha deve fazer 90° com o solo (perpendicular).


Deve tem um espaço entre os cascos (ângulo de 15°
entre dígitos) para permitir que matéria orgânica
entre, mas consiga sair (auto-limpante);
A região de distribuição de peso deve ser lateral:
começa na ponta da pinça, passa pela lateral da
muralha e termina no talão. A sola não pode encostar
Nos membros posteriores, as unhas laterais são mais
no chão (pé chato);
problemáticas: maior, mais larga, mais plana e mais
alta. Suporta mais peso A pinça cresce: desloca peso para talão. A muralha
cresce: desloca peso para talão na borda axial (unhas
DISTRIBUIÇÃO DAS LESÕES PODAIS: mediais) e abre o ângulo entre dígitos;
60% do peso está nos membros anteriores, 40% nos
• Animal chinelado: pinça cresce e desloca
membros posteriores;
peso para o talão, ao mesmo tempo que
12% são lesões altas e 88% na unha; muralha cresce e abre ângulo entre dígitos.
Como talão é mais macio, pode ocorrer
• 16% nos membros anteriores; pododermatite asséptica circunscrita (úlcera
• 85% nos membros posteriores. 15% nas de sola) na unha lateral (dos posteriores);
unhas mediais e 85% nas unhas laterais Biomecânica da locomoção:
Nos membros posteriores a unha lateral é mais
Quando animal está andando, a passada faz garupa
sobrecarregada (suporta 60% do peso), pois são mais
elevar e mudar forma de apoio nos membros. Quando
altas, planas e largas. A diferença entre as unhas é
membro direito está no ar, o membro esquerdo
mais evidente nos membros pélvicos que torácicos.
suporta 60% do peso e o direito 40%. Essa oscilação
Nos torácicos, a medial suporta mais peso.
é mais intensa nas unhas laterais;
85% dos casos de problemas ocorrem nos membros
posteriores, principalmente unha lateral:
Aprumos X problemas podais:
Problemas de aprumo geralmente são genéticos –
• Desigualdade entre unhas;
corrige com acasalamento (escolhe touros com
• Articulação do fêmur com acetábulo é mais melhor escore de pernas e pés). É um processo
rígida, absorve mais impacto. Além disso o demorado, visto que a herdabilidade é baixa;
voo do membro posterior é mais baixo,
Defeitos de aprumo serão observados desde o
favorecendo o aparecimento de lesões a
nascimento. Se observar mais trade, pode ser lesão
pasto (tocos, pedras);
podal;
Distribuição do peso nos dígitos:
CASQUEAMENTO
FUNCIONAL/PREVENTIVO/PROFILÁTICO:
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Devolve a funcionalidade da unha: peso lateralizado • Início: prepara os cascos dos animais para o
(distribuição de peso começa na pinça, passa pela período mais crítico, que é das águas.
muralha e termina no talão), com o maior equilíbrio Principalmente em animais a pasto;
entre as unhas do mesmo membro e entre os
membros; • Final: cascos provavelmente vão ter mais
lesões, mais macios, maiores.
Proporção ideal é 2 pinça:1 talão;
Em gado de leite confinado pode fazer no período
Tirar os excessos, aparas seco. Período periparto é o de maior incidência dos
problemas podais (hormônios da gestação, lactação
Sequência do casqueamento: afeta qualidade dos cascos). Ideal seria fazer 2x por
ano. Fazer na secagem ou acima de 150 dias de DEL
(dias em lactação). Um em 150 dias de DEL e outro
no início do período de chuvas;
Contenção: tem que ter tronco de casqueamento,
preferencialmente feito de material mais resistente;

CASQUEAMENTO TERAPÊUTICO:
Primeira medida terapêutico para tratar problemas de
casco é o casqueamento funcional dos outros
membros. Depois, faz o casqueamento funcional na
Ideal: ter material de qualidade, em quantidade e
unha saudável e casqueamento terapêutico na unha
desinfectado (pelo menos de uma fazenda para outra,
doente
para não levar doenças);
Começa com a limpeza superficial e profunda do
Redução no comprimento da pinça e da muralha, até
casco, espaço interdigital, seguida de antissepsia
próximo do talão com torquês;
(PVPI);
Uma das unhas tem que servir de molde: no
Pesquisar mobilidade dos dedos para observar dor,
posterior, casqueia primeiro a medial e depois usa ela
artrose... faz extensão, abdução, flexão e rotação;
de molde para lateral. No anterior é o contrário;
Sensibilidade a palpação: começa a pesquisar pelo
Tem que fazer concavidade nas bordas axiais da
talão. Pode ser com palpação ou martelo (no talão
unha;
tem som mais maciço e chegando a pinça é mais
Após cortar a ponta da unha e a muralha, deve ficar claro);
quadrado de no máximo 0,5 a 0,7cm. Se ficar com
Faz percussão começando pela pinça. Como é mais
mais, significa que tem que tirar mais na muralha;
duro, som é mais claro. Som de percussão do talão é
mais abafado, maciço. Se na pinça tiver som maciço,
pode ter coleção purulenta;
Pesquisa de sensibilidade profunda: usa pinça de
palpação de casco;
Faz limpeza da muralha e nivelamento da sola (unha
sadia);
Tudo que é tecido córneo desprendido, tecido
necrótico e corpo estranho deve ser removido;
• Quando tiver que tirar muito tecido, tem que
Fazer casqueamento no início e final das águas. Ideal colocar tamanco para melhor cicatrização;
fazer no rebanho todo, se possível:
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Lembrando: no membro posterior, o molde é a unha • Doenças laminíticas: ambiente, acidose
medial (faz primeiro). No membro anterior a unha ruminal (todo rebanho intensivo de leite tem
molde é a lateral; SARA – fezes amolecidas, período de
ingestão menor e irregular, diminuição da
Quando precisar colocar tamanco não pode fazer
produção de leite...);
concavidade da região abaxial, tem que deixar plano
pra resina aderir melhor; • Problemas de trauma/desgaste: piso
abrasivo, quebrado;
• Molda tamanco do tamanho da unha e usa
resina (2 partes de pó: 1 parte de líquido); Escore de claudicação:
• Demora 30 a 40 minutos para secar em 0: postura normal com linha de dorso retilínea em
tempo de inverno. Usa pistola de ar quente estação e locomoção, passos firmes com distribuição
para acelerar; correta do peso e apoios;
Usa algodão hidrófobo para impermeabilizar membro 1: postura normal em estação e ligeiramente
depois enfaixa com atadura de crepe e por fora passa arqueada em locomoção. Apoios normais;
miostal, asfalto frio, tinta a óleo etc. mesmo com tudo
isso, não fica 100% impermeável, ideal é deixar 2: postura arqueada em estação e locomoção, ligeira
animal em local limpo e seco. Cuidado para não fazer alteração dos passos;
atadura muito firme; 3: arqueamento do corpo em estação e locomoção.
• Atadura em boas condições dura 15 dias e Assimetria evidente de apoio poupando membros,
tamanho 30 dias; com menor tempo de apoio dos membros lesados;

Uso de antibiótico local e anti-inflamatório sistêmico 4: incapacidade de apoio ou sustentação do peso dos
(flunexim); membros lesados. Relutância em se locomover;

OBS: para fazer os procedimentos tem que fazer Animais com escore 3 e 4 já deviam ser tratados há
anestesia intravenosa local (veia abaxial digital). tempos. 1 e 2 pode esperar um pouco mais para fazer
Lidocaína sem vasoconstritor. Faz garrote, injeta o casqueamento funcional;
anestésico, faz todo o procedimento e depois solta
garrote. Se aparecer sangramento, coloca ligadura
outra vez por mais 5 minutos. Depois solta e avalia
outra vez. Depois de fazer 2 ou 3 vezes o
sangramento não retorna. NÃO USAR FERRO
QUENTE = provoca inflamação;

INVESTIGAÇÃO DE CLAUDICAÇÕES NO
REBANHO:
Ideal fazer a cada 2 ou 3 meses (pega animais com
escore menos avançado). Animais com escores de
claudicação de 3 ou 4, já deviam ser tratados. Os
animais com escore de 0, 1 e 2 podem esperar o
casqueamento funcional;
Quando a claudicação é acima de 15% já tem DERMATITE DIGITAL (TREPONEMA):
prejuízo ao produtor. Tem que fazer o diagnóstico da Inflamação superficial, de caráter infecto-contagioso,
claudicação; da epiderme da borda coronária e/ou espaço
interdigital;
• Doenças infecciosas: erosão do talão,
podridão dos cascos, dermatite digital; Dentro das doenças infecciosas, é uma das mais
importantes, já que ocorre na forma de surtos;
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Epidemiologia: • Massa papilomatosa;

Contaminação do rebanho ocorre por casqueador ou • Trauma: sangramento fácil;


compra de animal portador são;
• Quando avança no sentido do talão = úlcera
A primo-infecção ocorre de forma explosiva, com de sola;
morbidade muito alta (acima de 60%). Claudicação na
• Quando ocorre na borda coronária = fissura
maioria dos animais. Afeta principalmente os
vertical;
posteriores;
Sistemas de criação: Diagnóstico:
• No sistema de produção extensivo ou semi- Histórico: casqueador, introdução de animal novo;
intensivo, ocorre mais no período da seca Sinais clínicos: lesões típicas;
(proximidade dos animais devido a
alimentação no cocho); Diagnóstico diferencial:
• Em criação intensiva pode ocorrer o ano todo; Dermatite interdigital: principal;

Idade: Flegmão interdigital;

• Desaleitamento = imunossupressão; Erosão do talão;

• Piquete maternidade: fisiologia, Ulcera de sola;


imunossupressão; Fissura vertical;
• Primeiras semanas de lactação: estresse; Tratamento:
Etiologia: Surtos:
Espiroquetas do gênero Treponema spp e/ou vírus • Limpeza dos cascos: lava-pés na saída da
papovírus (suspeita) e/ou bactérias (Dichelobacter sala de ordenha (apenas água);
nodosos), que quebram barreira física da epiderme e
facilitam proliferação do Treponema; • Pedilúvio (espaço de 5 a 10 metros de área
cimentada entre lava-pés e pedilúvio para
Sintomas clínicos: animal defecar):
Forma erosiva (´´morango´´): 5-6g de oxitetraciclina/L de água. É mais
• Forma circular; usado;
0,75-1,5g de lincomicina/L de água. É mais
• Pele plantar/palmar próximo ao talão e borda
cara;
proximal do espaço interdigital;
Animal terá contato com solução a cada
• Hiperemia cutânea;
ordenha durante uma semana. Pedilúvio deve
• Pelos eretos – alopecia; ser coberto. Solução dura de 200 a 300
passadas, ou seja, não é barato;
• Exsudato seroso que evolui para purulento e
fétido; Repetir em 4 a 6 semanas: mais uma semana
de oxitetraciclina;
• Tecido de granulação: avermelhado, perfil
côncavo, borda epitelial brancacenta, Da segunda até quarta semana, usa solução
sangramento fácil ao trauma, alta de formol (3 a 5%) ou sulfato de cobre (5%).
sensibilidade = claudicação; São substâncias irritantes, então animal
passa uma/duas vez por dia/a cada 2 dias e
Forma proliferativa (´´verruga´´): observa reação do animal;
• Papilas cornificadas;
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Solução deve cobrir borda coronária (caixa de Dermatite interdigital x dermatite digital: uma sempre
20cm de profundidade com no mínimo 12 cm é diagnóstico diferencial da outra. Tratamentos são
de solução). Recomenda que tenha no diferentes.
mínimo 3 metros e que seja colocado na
saída da sala de ordenha; Etiologia:
Casos isolados: Dichelobacter nodosus + higiene precária. Pode ser
complicada pelo Fusobacterium Necrophorum;
• Tratamento tópico:
Patogênese:
25 mg/mL de oxitetraciclina em solução de
glicerina a 2%; Animal > cama com fezes/lama > fixação no espaço
interdigital > anaerobiose > lesão da epiderme
Instilar diariamente por 5 dias; palmar/plantar > erosão do talão e fissura da pele
• Casqueamento corretivo/funcional em todos interdigital. Quando deixa cronificar, causa lesão
os animais; chamada tiloma (gabarro), que é uma dermatite
interdigital na fase crônica, quando forma calo entre
• Crônico: ressecção do tecido proliferativo. os dedos;
Contra-indicado;
• Fissura: dermatite interdigital na fase aguda;
• Antibiótico parenteral: pouco efetivo. Acomete
epiderme, não chega até a derme; • Tiloma/gabarro: dermatite interdigital na fase
crônica;
Controle:
Pode ocorrer pelo desequilíbrio entre as unhas, que
Diminuir a umidade ambiental; provoca uma fissura no espaço interdigital,
favorecendo o crescimento de tecido conjuntivo
Melhorar a higiene geral;
(tiloma);
Inspeção e casqueamento funcional 2X por ano (ideal
início e fim das águas);
Sintomas clínicos:

Desinfecção do material de casqueamento; Estágios iniciais (moderados):

Pedilúvio preventivo com formol ou sulfato de cobre • Hiperemia da pele interdigital;


(diminui contaminação por Dichelobacter); • Ausência de claudicação;
Quarentena: pouco feito; • Fissura/fireira
DERMATITE INTERDIGITAL: Estágios avançados (crônicos):
Inflamação da epiderme interdigital causada por • Erosão superficial > ulceração > erosão do
infecção bacteriana; talão > fissura, podendo ter exposição da
derme > hemorragia > necrose > inflamação
Epidemiologia:
e exposição da derme > flegmão
Morbidade baixa (15, 20, 30%), com distribuição (contaminação da derme pelo Fusobacterium)
uniforme durante o ano em animais confinados e > claudicação grau 5.
maior morbidade no verão em animais a pasto (época
• Flegmão é secundário a dermatite interdigital;
de chuva);
Dermatite interdigital x erosão do talão: tendência de • Calo/membrana de tecido fibroso
considerar as duas a mesma doença. Agente (gabarro/tiloma);
etiológico (Dichelobacter nodosus) e fisiopatologia Hiperplasia interdigital (tiloma) de forma genética:
são os mesmos, só a localização que muda; acometa todos os membros do animal. Não é
infecciosa. Não adianta tratar, animais devem ser
eliminados;
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Tratamento: Sinais clínicos: lesões superficiais;

A forma aguda, de fissuras/frieiras pode ser tratada Diagnóstico diferencial:


com pedilúvio e melhoria no manejo:
Dermatite digital;
Pedilúvio: tem que observar resposta dos animais
Flegmão interdigital: pode ser uma
para adaptar a frequência;
evolução/secundário;
• Formol 3 a 5%;
Erosão do talão;
• Sulfato de cobre 5%;
Viroses sistêmicas (aftosa);
• 1 a 3x por semana no verão;
Controle:
• Dimensões: 1m x 3m x 20cm (mínimo 12cm
Manejo: unhas limpas e secas;
de solução);
Casqueamento funcional: 2x ano;
Remoção dos fatores predisponentes. Melhorar
higiene; Pedilúvios: períodos de alto risco;
Tiloma/gabarro: remoção cirúrgica do tecido fibroso; FLEGMÃO INTERDIGITAL:
• Faz bloqueio anestésico na veia interdigital Infecção necrótica subaguda ou aguda, difusa, da
dorsal comum. 10 a 15ml de lidocaína sem derme digital, originada de lesões na epiderme
vasoconstritor; interdigital;
• Não usar ferro quente. Provoca inflamação. Epidemiologia:
Faz hemostasia com ligadura;
Ocorre mais no período de chuva em animais a pasto:
• Motivo de recidiva: não fazer casqueamento umidade, maior risco de traumatismo;
funcional em todos os membros, não fazer
curativo bem feito, produtor deixar animal em Em sistemas intensivos, doença geralmente não
local úmido e com acúmulo de matéria ocorre de forma primária. Pode ocorre secundário a
orgânica; dermatite interdigital;

Tratamento tópico: Etiologia:


• Limpeza; Fusobacterium necroforum + higiene precária. Pode
ter associação do Dichelobacter nodosus;
• Casqueamento funcional;
Maceração epidérmica (água, fezes, clima seco) >
• Remoção do tecido necrótico; trauma na epiderme digital > infecção > toxinas >
celulite necrótica (necrose do SC);
• Bacteriostáticos tópicos (trouxa de gaze):
50% sulfametazina + 50% sulfato de cobre; Toxinas podem atingir regiões mais proximais dos
membros, além de poderem ser absorvidas e caírem
• Bandagens: se for para deixar com
na circulação = animal pode entrar em toxemia;
lama/matéria orgânica, é melhor deixar
aberto. Só fazer bandagem se for bem feita/ Sinais clínicos:
bem manejada;
Febre;
• Antibiótico sistêmico: pouco efetivo na forma
de fissuras. Quando remove tiloma Inapetência;
cirurgicamente deve fazer antibioticoterapia Sinais de toxemia: mucosas congestas, vasos da
parenteral para evitar flegmão; esclera ejetadas, petéquias;
Diagnóstico: Septicemia;
Histórico; Queda da produção de leite;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Perda de peso; PVI. Faz bloqueio anestésico: veia interdigital
comum dorsal com lidocaína;
Locais:
• Remoção de tecido necrótico;
• Dor/claudicação intensa;
• Bacteriostáticos não irritantes: furacin, sulfas.
• Edema inflamatório e eritema: espaço
Evita uso de sulfato de cobre;
interdigital/coroa/quartela/boleto. Separação
das unhas; • Bandagens? Se usar tem que manter sempre
seca e substituição frequente;
• Espaço interdigital: descolorido/exsudato
purulento, fissuras/necrose; • Cirurgia: casos complicados (amputação);
• Complicações: abscesso retro-articular, que Controle:
pode evoluir para artrite, tenossinovite,
osteomielite. Pode romper tendão flexor Isolar e tratar os doentes;
profundo; Áreas de maior tráfego:
Diagnóstico: • Drenar;
Histórico: apatia, febre, queda na produção • Remover matéria orgânica;
Sinais clínicos; • Corrigir irregularidades;
Definir se o flegmão é primário ou secundário; Período de chuvas: confinamento;
Diagnósticos diferenciais: Limpeza e desinfecção das instalações;
Abscesso retroarticular; Pedilúvio preventivo (evitar flegmão secundário):
Artrite séptica interfalângica distal; • Formol 3 a 5%;
Dermatite digital; • Sulfato de cobre;
Dermatite interdigital;

Tratamento:
É uma emergência, tem que tratar o mais rápido
possível;
Sistêmico: Inflamação asséptica do cório (derme), causada por
distúrbios da microcirculação, com consequente
• Penicilina G procaína: 22000 UI/kg PV/24
degeneração da junção derme/epiderme e formação
horas/IM/3-7 dias. Dose de ataque de 40000
de tecido córneo de baixa qualidade;
UI;
Cório perioplo (como se fosse cutícula);
• Oxitetraciclina de longa duração: 20 mg/kg
PV/72 horas/IM; Cório coronário;

• Tilosina: 2-4 mg/kg PV/12 horas/IM/5 dias; Cório lamelar;

Antibiótico intravenoso regional: Cório da sola;

• Penicilina 5ml; Cório do talão;

Local: Não pode ser chamada de laminite pois não é uma


doença que afeta apenas o cório lamelar. Uma vez
• Limpeza, casqueamento funcional nos dígitos que as substâncias vasoativas (geralmente
e casqueamento terapêutico, antissepsia com
Júlia Teixeira Naves - 2022
provenientes do rúmen – bactérias Gram neg, LPS) fibra pouco efetiva = pouca saliva = pH não
caem na corrente sanguínea, afeta todos os córios; cai de forma abrupta, fica no limite inferior da
referência (5-5,2-5,4) perdurando por
FORMAS DE APRESENTAÇÃO: algumas semanas = morte de bactérias Gram
Clínica aguda ou subaguda (mais comum de negativas, mas em menor quantidade = LPS.
ver em equinos. Pouca frequência em • Tanto na acidose lática quanto na SARA, o
ruminantes): pH baixo irá provocar uma ruminite química
(inflamação da parede do rúmen) = células da
Sinais de inflamação; mucosa liberam histamina, que também é
Pulso digital; uma substância vasoativa;

Claudicação; • Endotoxina do LPS provoca inflamação do


cório e faz derivação da artéria venosa
Alterações posturais; (sangue e nutriente não passa para os
Geralmente acomete animais que passam por quadro tecidos) = não chega nutrientes e oxigênio
de acidose lática aguda; para queratinócitos.

Quando ocorre em bovinos, geralmente é por Excesso de proteína = alcalose ruminal = pH agride o
acidente: animal come muita silagem e desenvolve rúmen (é caustico) = libera histamina;
acidose lática aguda; • Não ocorre com frequência pois proteína é
Subclínica: cara. Pode acontecer com administração de
cana com ureia (animais não adaptados);
Está desenvolvendo processo, mas não passou por
acidose lática aguda, e sim de SARA; Deficiência de fibra: dieta deve ter de 27-30% de
FDN. Pelo menos 2/3 deve vir da forragem com fibra
Desenvolve doenças laminíticas (secundárias): fisicamente efetiva. Se for baixa, rumina menos,
produz menos bicarbonato e entra em SARA;
• Úlcera de solo;
• Doença da linha branca;
Deficiências nutricionais:
Vitamina E, Ca, P, Zn, Cu, Co, Se, biotina;
• Erosão do talão;
• Produz queratina de baixa qualidade, levando
• Fissuras horizontais;
a possibilidade de infecção;
• Sola dupla;
Distúrbios sistêmicos pós parto:
Crônica:
Mastite, metrite, DAE/DAD (deslocamento de
Deformações do casco; abomaso D/E);

ETIOLOGIA: Se tiver agente infeccioso Gram negativo, libera LPS.


Inflamação também libera histamina;
Distúrbios nutricionais:
Genética:
Acidose lática e SARA;
Animais com aprumos ruins = concentração de peso
• pH cai abruptamente. Normal é de 5,4 a 7,5. em determinada área;
Cai para 4-4,5 = morre bactérias Gram
negativa (tem mais que positiva) = libera LPS Estresse térmico:
= vasoativa (é absorvida, cai na circulação e
Ficam em pé muito tempo;
vai para derme do casco produzir inflamação;
Entram em alcalose respiratória e acidose metabólica;
• SARA: acidose ruminal sub aguda. Animal
come dieta mais balanceada, mas com pouca Falta de conforto nas camas:
Júlia Teixeira Naves - 2022
Qualquer falha que diminuía conforto, animal deita Fissuras horizontais;
menos e fica no piso de concreto/cimento = retorno
Sola dupla;
venoso prejudicado, má perfusão, produção de
queratina de pior qualidade; Úlcera de sola;
Falta de exercício físico: Doença da linha branca;

Prejudica a circulação do casco; Erosão do talão;

ACIDOSE LÁTICA RUMINAL: EROSÃO DO TALÃO


Aumenta carboidratos solúveis (amido, concentrado) Apesar de ter caráter infeccioso, também pode
> substrato para crescimento da microbiota > ocorrer em decorrência da produção da queratina de
aumento na produção de ácidos graxos voláteis baixa qualidade pela pododermatite asséptica difusa;
(normal: 70% de acético, 20% propiônio, 10% de
Infecção pelo Dichelobacter nodosus;
butírico) > com o tempo, produção entra em
desequilíbrio, começa a produzir menos acético, pois Faz casqueamento terapêutico tirando partes
sua origem principal é de forragem > queda do pH > enegrecidas e faz pedilúvio com formol ou sulfato de
animal entra em SARA > ambiente permite cobre (bactericidas) para fortalecer queratina;
proliferação de bactérias que produzem ácido lático e
outras que consomem o ácido lático (ainda não tem FISSURAS HORIZONTAIS:
acidose aguda lática) > se continuar com mesmo Falta oxigênio, nutrientes e queratina fica com uma
manejo alimentar > pH cai mais ainda > abaixo de 5, falha de crescimento;
bactérias que consomem ácido lático não conseguem
mais crescer > pH cai para 4-4,5 > muita proliferação Pode facilitar fraturas;
de lactobacillus > produz ácido lático > pH cai mais, Casco tem crescimento de 0,5 a 0,7 ao mês. Medindo
podendo provocar estase ruminal = acidose a distância da fissura até a coroa do casco consegue
metabólica. ter uma noção de quando ocorreu o problema;
SARA: FISSURAS VERTICAIS:
Ocorre com grande frequência nos rebanhos. É a Quanto mais estreitas pior, pois acumula sujeira que
principal causa de laminite (pododermatite asséptica não consegue sair, podendo afetar a derme,
difusa); provocando infecção;
FISIOPATOGENIA: É avaliada de 1 a 5. Quando mais larga, maior
Alteração na microrcirculação do casco por causa de escore, mas do ponto de vista clínico, as mais largas
são menos piores;
um surto inflamatório, causado por histamina e
endotoxina; Tratamento: amplia fissura e remove reentrâncias;
Histamina > dilatação arterial/constrição venosa > SOLA DUPLA:
congestão arterial > edema/hemorragia
Faz casqueamento funcional, depois tira sola externa,
• Compressão do cório perioplo e lamelar > sujeira e deixa muralha na altura da sola nova;
descolamento da muralha > compressão no
cório na sola e talão; ÚLCERA DE SOLA:
• Trombose > isquemia > hipóxia > necrose; Pododermatite asséptica circunscrita;

CONSEQUÊNCIAS DA PODODERMATITE: Principal tratamento: descanso por 30 a 40 dias;

Alterações na coroa do casco: começa com Faz casqueamento funcional, não faz concavidade e
vermelhidão; coloca tamanho para deixar unha lesionada elevada.
Enfaixa, impermeabiliza, troca curativo de acordo com
Deformações: muralha côncava; necessidade;
Júlia Teixeira Naves - 2022
HEMORRAGIA DE SOLA E LINHA BRANCA:
Hemorragia por compressão, acúmulo de peso,
infecção...
São doenças laminíticas;
A linha branca é um local de muito estresse: une
muralha (dura) com sola (elástica);
Aberturas de linha branca na altura da curva do talão:
tem que fazer concavidade maior na muralha para ela
não encostar no chão e abrir ainda mais a fissura;
OBS: as áreas enegrecidas tem que ser removidas
com a rineta (Dichelobacter);

LAMINITE CRÔNICA:
Rebanho negligenciado;
Muito difícil reestabelecer conformação ideal do
casco;
Produtividade já está prejudicada;
Júlia Teixeira Naves - 2022

Afecções dos pré-estômagos e estômagos dos Fitobezoar/tricobezoar;


bovinos;
Altera passagem do alimento;
Indigestões: afecções que acometem os pré
Causa timpanismo.
estômagos;

Primárias: Incidem diretamente sobre algum órgão


do sistema digestivo;

Secundárias: Cursam com sinais clínicos de


alteração digestiva, mas afecção primária ocorre em
outro órgão/tecido;
COM pH FISIOLÓGICO:
Não cursa com alteração de pH: 5,5 – 7,4;
Fermentação espumosa da ingesta com timpanismo:
Timpanismo espumoso;

COM pH ALTO:
ALTERAÇÕES DA PAREDE RETÍCULO-
Acima de 7,4;
RUMENAL:
Insuficiência microbiana bioquímica simples
Síndrome retículo peritonite traumática: da microbiota rumenal:
Ingestão de corpo estranho metálico ou não >
Uma das doenças mais comuns principalmente na
perfuração do retículo > extravasamento de conteúdo
seca: falta forragem e começa a usar alimentos
> dor, inflamação, fibrina;
alternativos com bananeira, que tem baixa
Timpanismo gasoso/espumoso: digestibilidade;

Em estado avançado, gás distende excessivamente Não tem substrato para microbiota;
parede do rúmen > ativa receptores de pressão de Alcalose da ingesta rumenal:
alto limiar > fazem feedback negativo no SNC (tronco
encefálico) > diminui motilidade retículo-rúmen; Pode ocorrer de forma acidental quando usa cana
com ureia;
TRANSTORNO DA FUNÇÃO NERVOSA:
Se animal não for adaptado, pode desenvolver
Paralisia de nervo vago: alcalose e quadro toxicológico pelo excesso de
amônia no rúmen;
Ramo ventral inerva: retículo, omaso, abomaso,
fígado, diafragma; Acesso a alimentos em putrefação:
Ramo dorsal: rúmen; Material apodrecido tem alta carga de microrganismos
patológicos, que produz putrefação da digesta e eleva
Síndrome de Holflund / paralisia do nervo vago /
pH;
indigestão vagal;

IMPEDIMENTO MECÂNICO À PASSAGEM COM pH BAIXO:


DA DIGESTA: Acidose aguda da ingesta rumenal (acidose
Obstrução do orifício retículo-omasal: lática):
Júlia Teixeira Naves - 2022
Normalmente é acidental, com ingestão alta de ração Examinar todos os sistemas orgânicos do animal e
e queda abrupta no pH; depois fazer um exame especial para sistema
digestivo;
Acidose rumenal sub aguda (SARA):
EXAME CLÍNICO ESPECIAL DO TRATO
Grande problema nos sistemas de criação;
DIGESTIVO:
Inspeção:
Contorno abdominal: tem leve concavidade (formato
INSUFICIÊNCIA MOTORA RETÍCULO- de pera). Determinadas patologias mudam essa
RUMENAL: silhueta;

Vaca com mastite, metrite... com envolvimento de E. • Timpanismo gasoso: gás livre sobe = lado
coli: fase aguda com reação febril. Liberação de esquerdo com convexidade pelo excesso de
endotoxinas (LPS); gás. Distende fossa paralombar esquerda;
Febre > come menos > não estimula motilidade. • Timpanismo espumoso: gás não se
Endotoxinas quelam o cálcio circulante e desprende = fica na forma de pequenas
indisponibilizam para contração muscular = bolhas misturadas na digesta = distenção
insuficiência motora retículo-rumenal; uniforme de todo o lado esquerdo;

INSUFICIÊNCIA MICROBIANO-BIOQUÍMICA • Síndrome de Holflund (paralisia do vago):


SIMPLES DA INGESTA RUMENAL: omaso não consegue tirar água do retículo-
rúmen = acúmulo de água anormal.
Animal come menos > menos substrato para Distensão pera-maçã;
microbiota > entra em hipoatividade > insuficiência
microbiano-bioquímica; Palpação percutânea abdominal:
HIPERACIDEZ CLORIDRICA DA INGESTA Palpa parede rumenal de cima a baixo, pesquisando
RUMENAL: resistência que rúmen e retículo oferecem. Avalia
também sensibilidade;
Comum em deslocamento de abomaso para
Consegue ver estado de repleção rumenal e
esquerda (mais comum) ou direta > abomaso fica
consistência;
repleto, distendido por gás, com atonia > refluxo da
ingesta ácida (ácido clorídrico) para retículo-rúmen; • No gás: consistência tenso-elástica;
• No MET (pasta rumenal): consistência
pastosa;
• No lago rumenal: consistência flutuante;

Auscultação:
ANAMNESE: Auscultar 3 pontos:
Deve permitir identificar se é patologia primária ou • 6ª a 8ª costela acima do apêndice xifoide do
secundária; lado esquerdo – retículo;
Deve ser feita anamnese geral e específica; • 11ª a 13ª costela lado esquerdo no terço
Perguntar sobre tudo: tipo de alimento, se é bem dorsal – área de rúmen. Se tiver
formulada, armazenamento, quantidade de tratos, se deslocamento de abomaso a esquerda, irá
separa animais em categorias... empurrar rúmen medialmente e não vai
escutar;
EXAME CLÍNICO GERAL:
• Fossa paralombar esquerda;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Frequência (depende de o que comeu, quanto e há alta pressão são estimulados e ondas B
quanto tempo): ausculta 7-8 a 14-16 movimentos por diminuem;
5 minutos;
Não envolve o retículo. Saco dorsal contrai
• Animal a pasto, rúmen cheio: 14 a 16 caudo-cranial e dorso-ventral para tirar MET
movimentos; do cárdia;

• Animal com pasto de qualidade, alta Relação: conta 1 onda B a cada 2 ondas A
digestibilidade, concentrado: 7-8; (relativo);

Intensidade/duração/força; É uma onda mais metálica, aguda, curta.


Mão/esteto não movimenta na fossa
Tipo de onda: paralombar;
• Primária (A): estratificação; • Onda primária modificada: ruminação;
Organiza a digesta no rúmen e revolve Animal faz inspiração forçada com glote
material para expor às papilas de absorção. fechada e pega conteúdo da parte cranial do
Quando revolve o alimento, permite ação da saco ventral e retículo e leva até o cárdia. A
microbiota; inspiração profunda com a glote fechada cria
É uma onda sistemática: 1 a 2 por minuto. pressão negativa e peristaltismo retrógrado
Ocorre mais se o alimento tiver partículas do esôfago leva as partículas até a boca para
maiores e menos se o alimento tiver pouca ocorrer a ruminação;
fibra efetiva; Antes das contrações bifásicas do retículo,
Começa no retículo (contração bifásica. ocorre uma contração muito intensa, com o
Primeira mais leve e segunda mais vigorosa) objetivo de colocar muito alimento no cárdia.
> joga alimento para cima e para trás. Onda Pela pressão negativa alimento vai para
A começa com as contrações do retículo e esôfago e é levado pelo peristaltismo
depois se propaga pelo saco dorsal do rúmen retrógrado até boca;
em sentido crânio-caudal, dorso-ventral. Saco Quanto mais fibra, mais animal irá ruminar;
ventral estava relaxado, saco dorsal contraiu
e jogou conteúdo para baixo = esteto/mão Para auscultar essa onde, animal deve estar
afunda na fossa paralombar. Saco ventral tranquilo;
contrai caudo-cranial e ventro-dorsal e joga
• Onda do fechamento da goteira esofágica no
alimento para cima e para frente. Saco dorsal
animal lactente;
estava relaxado, saco central contraiu e jogou
alimento para cima = esteto/mão é Percussão:
empurrado na fossa paralombar;
Simples: crânio-caudal, ventro-dorsal;
É uma onda longa e crescente, que depois
decresce. É áspera (roçar das vilosidades • Na porção dorsal (gás): som subtimpânico.
rumenais); Se tiver muito claro, é timpânico
(timpanismo);
• Secundária (B): eructação;
• MET (pasta alimentar): macicez relativa;
Função é liberar o cárdia, tirando o MET para
o ar sair; • Lago ruminal: macicez mais intensa que
MET, mas ainda não é absoluta, como
Não é sistemática, ocorre quando tem muito músculo;
gás que precisa ser liberado. Nos casos de
timpanismo inicial (estimulação dos Associada a auscultação ou sucção: percute ao redor
receptores de limiar de baixa pressão), ondas do estetoscópio;
B são mais frequentes. Quando tem
distensão exagerada, receptores de limiar de
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Ruído metálico: ping. Deslocamento de Abdominocentese:
abomaso a esquerda. Abomaso em atonia,
quando percute faz gás misturar com líquido Se tiver fibrina coleta pode ser prejudicada;
e provoca o ruído ping. É um indicativo, mas Laparotomia exploratória:
não é patognomônico;
Tentar chegar ao diagnóstico ante-mortem;
Provas de dor:
Se não chegar no diagnóstico, faz a necropsia;
São importantes para identificar dor profunda na
região ventral do abdômen e tórax. Usada para
reticuloperitonite/pericardite traumática;
Beliscamento da cernelha:
Belisca pele quando animal está no final da
inspiração. Reação é fazer lordose. Se tiver doendo, Incidência tem diminuído – melhor manejo alimentar;
irá manter coluna rígida e emitir dor (estetoscópio na
traqueia); Uma das doenças mais comuns principalmente na
seca: falta forragem e começa a usar alimentos
Prova do martelo: alternativos com bananeira, que tem baixa
Percussão crânio-caudal e dorso-ventral. Quando digestibilidade = não tem substrato para microbiota;
chegar na região de retículo bate mais forte;
FISIOPATOGENIA:
Prova do bastão:
Alto teor de fibra, baixo de proteína, baixa energia e
Passa no apêndice xifoide, suspende animal e solta minerais > diminui bactérias, protozoários e aumenta
de uma vez. Se tiver com dor, animal vocaliza; saliva pelo aumento na ruminação (muita fibra) >
aumenta pH (fisiológico a alcalose) > diminui
Exploração retal: degradação e síntese microbiana > inatividade
Macroscopia das fezes: odor, granulometria, sangue, simples da microbiota rumenal > AGV diminuem,
grãos inteiros, consistência; assim como proteína = desnutrição/emaciação;

Rúmen: SINAIS CLÍNICOS (CRONICIDADE):


• Repleção; Emagrecimento progressivo;

• Consistência do conteúdo; Pelos opacos, quebradiços, sem brilho;

• Volume do saco ventral; Baixa produção;

• Tamanho do sulco do rúmen; Depravação do apetita;

Metade direita: omaso e abomaso. Geralmente não Timpanismo: moderado e recidivante;


são palpáveis; Rúmen: cheio e sem estratificação. Pode ter aumento
do abdômen externamente;
Obtenção e avaliação do conteúdo rumenal:
Estase fecal: secas, com muco e muitas fibras pouco
Cor, odor, viscosidade, pH, flutuação/sedimentação,
digeridas;
protozoários, potencial redox, flora (Gram);
DIAGNÓSTICO:
Patologia clínica:
Histórico;
Hemograma (reticuloperitonite): leucocitose com
neutrofilia, aumento de monócitos, fibrinogênio Sinais clínicos;
aumentado ou diminuído (pode estar no foco na
Exame do fluido rumenal:
inflamação);
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Coloração cinza-parda, pouca flutuação, odor Dor xifoide (50% dos casos);
indiferente, diminuição de infusórios,
Apetite cai (principalmente na reticuloperitonite);
consistência aquosa, rápida sedimentação,
pH alcalino/fisiológico, diminuição do Febre na fase inicial: derrame de conteúdo para
potencial redox (maior que 6 minutos); cavidade abdominal;

TRATAMENTO: Pericardite:

Evacuação da ampola retal e trato digestivo como um • Repleção da jugular;


todo;
• Hipofonese de bulhas + aumento de FC;
Estase: sulfato de Mg (300-500g) via sonda. Puxa
• Prova de estase positiva;
água;
Transfusão de 3 a 5L de fluido rumenal via sonda; • Edema ventral (aumento da pressão
hidrostática);
Dieta balanceada: progressiva e com adaptação;
Sinais de toxemia/septicemia;
PREVENÇÃO:
Morte;
Dieta balanceada progressiva e com adaptação;
DIAGNÓSTICO:
Histórico;
Sinais clínicos;
Hematologia:
• Anemia (normocítica/normocrômica) /
ETIOPATOGENIA:
leucocitose (bovinos tem 2 linfócitos para 1
Baixa seletividade na ingestão > ingestão de corpos neutrófilo) / neutrofilia;
estranhos perfurantes > depósito e fixação
• Aumento de imunoglobulinas, aumento de
(contrações/pressão):
fibrinogênio na fase aguda;
• Dorsal (retículo): lesão do nervo vago >
Paracentese abdominal;
indigestão vagal;
Laparotomia exploratória;
• Cranial (retículo): peritônio > coração >
pericardite; TRATAMENTO:
• Lateral (rúmen): baço > abscessos; Nos casos de reticulopericardite o prognóstico é
desfavorável, animal geralmente vai a óbito;
• Medial (rúmen): fígado/pulmão > peritonite;
Conservador (quando quadro é menos grave):
SINAIS CLÍNICOS:
Imobilização do animal;
Início repentino;
Redução do volumoso à metade: para diminuir
Inapetência;
ruminação e ondas. Coloca concentrado, mas não
Dorso arqueado/abdução do cotovelo/relutância em muito para não causar acidose;
locomover (marcha rígida);
Antimicrobiano: sulfametazina 150mg/kg/7 dias. Pode
Hipotonia rumenal (onda A começa no retículo); usar dose de ataque;

Timpanismo moderado do tipo espumoso: não tem Colocação de ímã via sonda: só é útil quando corpo
estratificação pela onda A; estranho é metálico;

Diminuição da produção fecal ou diarreia; Consegue recuperar mais de 50% dos animais;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Laparotomia/rumenotomia: Bradicardia;

50% de recuperação (peritonite discreta/localizada); Timpanismo moderado/crônico/recidivante. No


começo tem timpanismo gasoso, mas com avançar
PREVENÇÃO: da doença fica espumoso pela diminuição das ondas
A;
Evitar corpos estranhos nos alimentos e instalações;
Diminuição da consistência das fezes/pastosas:
Administrar ímã via sonda: fica na vaca até que vá
omaso funciona como uma bomba de sucção,
para o abate;
sugando alimento do retículo e rúmen e quando cai
no omaso, é comprimido, tirando a água. Se omaso
não está funciona, fezes ficam pastosas;
Movimentos rumenais: tônus diminuído, ondas
diminuídas;
Exame retal:
É relativamente frequente, visto que ocorre
secundariamente a doenças também frequentes • Rúmen dilatado;
(linfadenite caseosa, tuberculose, reticuloperitonite);
• Saco ventral do lado direito;
Nervo vago se divide em ramo direito e esquerdo. Na
altura do hiato esofágico, esses ramos se fundem e Conteúdo do rúmen: liquefeito, espumoso e
se dividem em ramo dorsal e ramo ventral. O ramo escurecido;
dorsal enerva o rúmen. O nervo ventral enerva Aumento do volume abdominal: pera/maçã;
retículo, omaso, abomaso, fígado e diafragma;
Estenose funcional posterior:
ETIOPATOGENIA:
Dilatação do abomaso por conteúdo duro. Água sai,
Lesão do nervo vago ventral: mas conteúdo fica;
• Estenose funcional retículo-omasal (anterior). Laparotomia: dilatação retrógrada do retículo-rúmen.
É mais frequente, ocorrendo em 85% dos A presença de material firme no abomaso impede a
casos. Motilidade fica aumentada (para passagem da água e com o passar do tempo, ela se
compensar. Difícil ser percebida) ou normal; acumula no retículo e rúmen, formando a dilatação;
• Estenose funcional do piloro (posterior). DIAGNÓSTICO:
Diminuição da motilidade retículo-rúmen
recidivante (intermitente), mas com o tempo Histórico: ocorrência de doenças;
fica permanente; Sinais clínicos;
• Em ambos os casos ocorre atonia do retículo- Exames complementares;
rúmen;
• Prova de atropina: 30 mg/SC = aumento de
OBS: o orifício retículo-omasal não fica estreitado, 16% da FC. A lesão que ocorre no vago é
mas sim dilatado pois perdeu a inervação do vago; depois do coração. Essa lesão provoca um
SINAIS CLÍNICOS: estímulo retrógrado, que leva a bradicardia.
Se a lesão fosse no ramo que inerva o
Estenose funcional anterior: coração, teria taquicardia.

Curso longo (doença subjacente); Se conseguir aumentar a frequência após a


administração do medicamento, significa que
Inapetência; a prova foi positiva (bloqueou estímulo
Emagrecimento; retrógrado do vago sobre o coração);

Desidratação;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Laparotomia exploratória para descobrir a causa salivação diminui. Saliva é rica em mucina. Se tem
principal da doença; baixa salivação, tem baixa produção de mucina. pH
baixo é favorável para proliferação de bactérias
Prognóstico depende da causa primária e do estado
mucinolíticas, que degradam a pouca mucina que
de evolução da doença. Se tiver sinais seguintes o
tem. Essa mucina irá fazer falta para diminuir a
prognóstico é ruim:
tensão superficial das bolhas de gás = formação de
• Retículo e rúmen dilatados; espuma;

• Omaso e abomaso vazios; OBS: o problema não é a alta produção de gás e sim
a incapacidade dele se desprender da digesta;
• Diminuição do tônus do orifício retículo-
omasal (muito aberto);

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Ascite: abaulamento ventral de ambos os lados do
abdômen;
Gestação avançada;
Hidropsia das membranas fetais;
DAE e DAD; Timpanismo gasoso (secundário):
Dilatação cecal; Ocorre com acúmulo de gás livre. Normalmente
TRATAMENTO: decorre de obstrução do esôfago, cárdia;

Laparotomia: eliminação da causa (retirar corpos Obstrução de esôfago/cardia (corpo estranho, tumor,
estranhos, drenagem de abscessos); abscessos, papilomas) > menor eliminação do gás
produzido > acúmulo;
Transfusão de fluido rumenal: estimular alimentação;
Disfunção motora (indigestão vagal, hipocalcemia –
Vitaminas do complexo B; sem ondas) > diminui motilidade retículo-rúmen >
menor eliminação do gás produzido > acúmulo;
Gluconato de Ca: estimular motilidade;
Disfunção bioquímica (acidose, alcalose) > aumenta
Antimicrobianos/corticoides;
produção de gás > diminui motilidade retículo-rúmen
> diminui eliminação de gás > acúmulo;

SINAIS CLÍNICOS: AGUDOS


ETIOPATOGENIA: Aparecimento súbito;

Espumoso (primário): Dispneia (compressão);

Ocorre alteração na fisiologia de formação e Aumento da FC (100-120);


desprendimento do gás. Material fica misturado com o Sinais de cólica;
gás;
Colapso cardio-respiratório com risco iminente de
Dietas com alto teor de proteínas (que tem alta óbito;
digestibilidade) > aumenta produção de gás com
bolhas que tem alta tensão superficial (difícil ação do Distensão abdominal:
surfactante);
• Fossa paralombar convexa: gasoso;
Dieta com alto teor de carboidratos solúveis >
• Hemi-abdomen esquerdo: espumoso;
aumenta AGV e pH do rúmen diminui. Grãos tem
menor capacidade de induzir ruminação, então
Júlia Teixeira Naves - 2022
Hipertonia (aumento de movimentos), com aumento Cana + ureia: tem que fazer adaptação dos animais
de onda B. Quando fica muito distendido, tem atonia para ter bactérias que degradam ureia em amônia;
rumenal;
Tem que ter cocho coberto e furado: ureia é
Percussão: hidrofílica;
• Gasoso: timpânico; Se parar de administrar ureia e depois quiser inserir
novamente, terá que fazer nova adaptação;
• Espumoso: menor macicez. Subtimpânico,
timpânico; Ureia precisa de capim de boa qualidade para
fornecer energia suficiente;
DIAGNÓSTICO:
Pode ocorrer acúmulo de ureia no sangue, mesmo
Histórico: dieta; que parte seja excretada na urina e leite = intoxicação
Exame físico; = neuropatia;

Exame clínico: endoscopia; SINAIS CLÍNICOS DA FORMA AGUDA:


Laparotomia exploratória com rumenotomia; Excitação do SNC;

Necropsia; Incoordenação;

TRATAMENTO: Convulsão;

São casos de emergência clínica; Respiração superficial (acidose respiratória para


compensar alcalose metabólica);
Sonda esofágica (gasoso);
pH rumenal 7,5-8,5;
Trocaterização rumenal (gasoso). Só indica se não
conseguir progredir a sonda. Provavelmente vai vazar timpanismo: baixa motilidade rumenal = atonia;
alguma quantidade de conteúdo e causar uma parada cardio-respiratória e morte;
peritonite;
tremor muscular;
Aumento da secreção salivar;
paresia/decúbito;
Antiespumante (espumoso):
aumento de FC e FR;
• Blotrol (30-50ml);
DIAGNÓSTICO:
• Óleo mineral (500ml);
Histórico;
Rumenotomia: definir e tratar causa primária;
Exame clínico:
Transfusão de fluido rumenal;
• Fluido rumenal: 7,5-8,5 com cheiro de
Gluconato de Ca; amômia;
Dieta balanceada (evitar acidose/alcalose); Laparotomia exploratória com rumenotomia (remoção
Evitar corpos estranhos; de conteúdo);

PREVENÇÃO: Necropsia;

Dieta balanceada: proteína, energia e fibra TRATAMENTO:


fisicamente efetivas; Descompressão rumenal com sonda para evitar óbito
Evitar corpos estranhos; imediato;
Ácido acético: 2 a 3 litros de vinagre via sonda;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Água gelada: microrganismos gostam de ambiente Histórico;
em temperatura fisiológica. Promove vasoconstrição =
Exame clínico;
diminui absorção de amônia;
Laparotomia exploratória com rumenotomia;
Gluconato de cálcio;
Necropsia;
Corrigir a alimentação: diminuir o teor de proteína
(NNP); TRATAMENTO:
Anti-histamínicos (laminite): pH elevado provocou Tratar a alcalose: vinagre (ácido acético);
ambiente cáustico, que irrita rúmen e pode ter
liberação de histamina que vai ser um fator Antibiótico oral: 10g clortetraciclina. Usa devido a
predisponente a laminite; multiplicação das bactérias proteolíticas;

PREVENÇÃO: Rumenotomia com transfusão de fluido rumenal;

Dieta balanceada com adaptação; Dieta: boa qualidade e bem conservada;

Instalações adequadas; Quando animal já está em toxemia grave é difícil


reverter com esse tratamento. Tem que fazer logo a
rumenotomia e remover todo o material, além de
colocar alimento bom;

Semelhante a alcalose por intoxicação de ureia;

ETIOPATOGENIA:
ETIOPATOGENIA:
Alimentos decompostos > aumenta E.coli e Proteus
spp. > aumenta pH rumenal > reprodução das Aumento de carboidratos solúveis e diminuição de
bactérias proteolíticas pela putrefação do conteúdo fibra bruta fisicamente efetiva > diminui ruminação >
rumenal > produção de substâncias tóxicas (toxemia) diminui produção de saliva (tampão – bicarbonato) >
> morte; pH cai para 5,5-6 (SARA):
SINAIS CLÍNICOS: • Ácido acético diminui = diminui gordura do
leite;
Diminuição do apetite;
• Aumenta ácido propiônico: vaca tende a
Diminuição da atividade rumenal;
engordar (maior depósito de gordura na
Timpanismo: espumoso e recidivante; carcaça);

• Quando proteína está apodrecendo forma • Aumenta ácido butírico: produção de corpos
espuma com maior tensão superficial, cetônicos = cetose. Butírico é importante para
dificultando coalescência das bolhas; desenvolvimento de papilas rumenais;
Diarreia intermitente; • Aumenta ácido lático produzido pelo
Streptococcus bovis (G+): começa a ter
Fluido rumenal:
problemas com laminite e necrose de córtex
• Espumoso; cerebral. pH é prejudicial para produção de
vitaminas do complexo B = falta tiamina;
• Verde escuro;
• Ácidos provocam rumenite > paraceratose >
• Odor pútrido; abscessos hepáticos > trombos sépticos
• Diminuição dos protozoários; (pneumonia tromboembólica);

• pH 7,5-8; A medida que Streptococcus se prolifera, diminui


ainda mais o pH pela produção de ácido lático >
DIAGNÓSTICO: morte de bactérias Gram negativas > liberação de
Júlia Teixeira Naves - 2022
LPS + produção de histamina pela rumenite = Necropsia;
laminite;
TRATAMENTO:
Quando pH cai ainda mais (4,5-5,0), aumenta
Lactobacillus > aumenta fermentação lática > acidose Aumenta fibra fisicamente efetiva (feno);
rumenal > acidose sistêmica; Diminui CHO solúvel da dieta (concentrado);
ACIDOSE LÁTICA AGUDA: Hidratação (NaCl);
Início: 12 a 36 horas; Correção da acidez;
Fraqueza muscular e tremores musculares: aumenta Anti-histamínicos;
pressão osmótica rumenal, que puxa água dos
compartimentos extracelulares; Rumenotomia;

Anorexia; Transfusão de fluido rumenal;

Atonia rumenal; PROFILAXIA:


Distensão rumenal fluida; Adaptação à dieta;

Diarreia fétida/leitosa; Dieta completa (18-21% de FDN da forragem);

Aumento de FC e FR: aumento d FR para compensar Fibra de boa qualidade e tamanho;


acidose metabólica com alcalose respiratória Fracionar concentrado e preferencialmente misturar à
(excreção de CO2); forragem;
Sinais de toxemia; Adicionar tampão: 0,5-1,0% NaHCO da dieta;
Depressão; Adicionar ionóforos: monensina e adicionar leveduras.
Agalactia; Modulam fermentação e dificultam estabelecimento
de Gram positivas, que produzem ácido lático e
Timpanismo; fazem pH diminuir;
Desidratação (10-12%);
Claudicação (laminite);
Fluido rumenal: Incidência aumenta com o avançar do número de
• Cinza leitoso; lactações;

• Aquoso; Pode ocorrer algumas semanas antes do parto, até


60 dias pós parto (maioria dos casos ocorrem nas
• Baixo potencial redução; duas primeiras semanas pós parto);
• Aumento da flora Gram +; ETIOPATOGENIA:
• Odor ácido; Associados a doenças concorrentes, principalmente
do periparto (hipocalcemia, metrite, mastite, retenção
• pH 5-5,5;
de placenta, cetose);
• Diminuição de protozoários
Fisiologia:
DIAGNÓSTICO:
Gestação/parto > queda no consumo de MS > diminui
Histórico; motilidade abomasal > diminui fluxo duodenal >
aumenta repleção abomasal > distensão abdominal;
Exame clínico;
Manejo:
Laparotomia exploratória com rumenotomia;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Confinamento, menor exercício > diminui motilidade > Diminui produção fecal (pastosas ou diarreicas,
diminui fluxo duodenal > aumenta repleção abomasal podendo conter bolhas de gás);
> distensão abomasal;
Diminui gordura do leite;
Doenças: Cetose secundária;
Algumas doenças podem quelar cálcio > diminui Inspeção:
motilidade abomasal > distensão abomasal;
• Abdômen ventral esquerdo: deprimido;
Nutrição:
• Fossa paralombar esquerda: distendida na
Alto teor de grãos > diminui fibra bruta > aumenta porção cranial;
fluxo dos AGV para abomaso > aumenta produção de
gases no abomaso > diminui motilidade abomasal > Exame retal:
distensão abomasal (gás e líquido – aumento da
• Abdômen superior direito: vazio;
pressão osmótica);
• Rúmen diminuído de tamanho: deslocado
OBS: o abomaso só se desloca se tiver com redução
medialmente e abomaso no flanco esquerdo;
de motilidade e distensão por gás e líquido.
80-85% dos deslocamentos é a esquerda; SINAL CLÍNICO DE DAD COM TORÇÃO:
Depressão acentuada: isquemia, com dor;
DAE:
Dor abdominal aguda;
Abomaso fica do lado direito, próximo ao retículo;
Diarreia fétida e escura;
O deslocamento ocorre em a compressão do rúmen e
seu deslocamento medial > diminui volume e Anorexia absoluta;
motilidade do rúmen > diminui ingestão > inanição
Aumento da FC, FR e pulso;
crônica > cetose secundária / fígado gorduroso;
Quanto maior a torção, mais complicado o quadro =
DAD: cirurgia imediata;
Nem todo deslocamento de abomaso a direita é
Morte por infarto abomasal (choque endotóxico);
acompanhado de torção;
Deslocamento no sentido do eixo maior do órgão:
DIAGNÓSTICO:
desloca caudodorsalmente > pode ocorrer torção de Histórico;
abomaso > diminui fluxo duodenal (ou corta,
dependendo de como for a rotação) > estase Sinais clínicos;
abomasal > diminui da ingestão > inanição crônica > Patologia clínica:
cetose secundária / fígado gorduroso;
• Cetonúria moderada a grave;
Quando ocorre torção acentuada, abomaso continua
secretando ácido clorídrico, podendo ter ulceração na • Hemoconcentração: aumento de volume
mucosa > ruptura (morte) / aderência; globular e proteínas;

SINAIS CLÍNICOS (DAE): • Gasometria:

Oscilações no consumo; Alcalose metabólica (abomaso sequestrando


ácido clorídrico);
Diminuição progressiva na produção de leite;
Hipocloremia;
Diminui o apetite por grãos;
Hipocalemia;
Dor abdominal moderada;
• Acidúria paradoxal: segura sódio (pela
Emagrecimento/fraqueza muscular; desidratação) e excreta hidrogênio;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Paracentese: dependendo das características do Rolar o animal: aumenta chance de recidivas;
líquido que vier dá pra saber se é rúmen ou abomaso
Correção da causa do deslocamento;
deslocado;
Laparotomia exploratória; PREVENÇÃO:
Necropsia; Aumento de fibra com tamanho bom de partículas
para induzir ruminação;
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Adaptação às dietas;
DAE: Permitir exercícios;
Reticuloperitonite traumática crônica, cetose primária,
indigestão vagal = não há ´´ping´´;
Timpanismo espumoso, acidose lática = ´´ping´´ em
todo o lado direito de forma constante;
Ping: gás misturado com líquido. Sugere
deslocamento de abomaso, mas nem todo caso de
deslocamento provoca ping e nem todo ping é
deslocamento de abomaso;

DAD:
Indigestão vagal, dilatação cecal, meteorismo = não
há ´´ping´´;

TRATAMENTO:
Cirúrgico precoce:
Omentopexia direita;
Abomasopexia paramediana direita;
Quanto mais diminuir distensão antes da cirurgia,
melhor;

Fluidoterapia:
Não pode fazer por via oral, faz endovenosa
(40ml/kg/h);
• Salina endovenosa;
Mantém no pré e trans operatório. No pós, após
desfazer deslocamento, pode ir para fluido via oral;

Cetose:
Glicose, prolipilenoglicol, corticoesteróides;

Além disso:
Exercício;
Diminuir concentrado e estimular consumo de
concentrado;
Júlia Teixeira Naves - 2022

Aumento da relação concentrado/volumoso na dieta:


quando dieta tem mais concentrado levam a maior
produção de mucoproteínas;
Incidência aumenta pelas práticas de manejo
Hormônio do crescimento (usa em rebanho leiteiro
incorretas;
para ter mais persistência na curva de lactação):
Ruminantes tem predisposição a urolitíases aumenta produção de mucoproteínas. Como são
obstrutivas: aplicados em fêmeas, não causam tantos problemas;

• S peniano em bovinos: maior retenção de Fatores que facilitam a precipitação de


cálculos; solutos:
• Apêndice vermiforme: em ovinos e caprinos Aumento do pH da urina (pH já é alcalino) > aumenta
predispõe a retenção de cálculos; instabilidade > cristalização de solutos;
• Castração precoce de machos: estreitamento • Dieta com muito fósforo > aumenta excreção
das vias urinárias = aumento da possibilidade na urina > aumenta pH;
de retenção de urólitos (S peniano ou
apêndice vermiforme); Aumento de oxalato na dieta (Setária é rica em
oxalato) > sequestra o cálcio > forma soluto que não
Fêmea tem menos problemas: uretra mais curta e se dissolve na urina > aumenta saturação da urina;
larga. Podem desenvolver urolitíase, mas é pouco
comum terem a urolitíase obstrutiva; Diminuição da ingestão de água > aumenta
cristalóides da urina;
FATORES PRÉ-DISPONENTES:
Aumento da sudorese > desidratação > aumenta
É uma doença metabólica nutricional; cristalóides da urina;

Favorecem o desenvolvimento do ninho: Aumento de magnésio e fósforo (na forma de fosfato):


aumenta a presença de cálcio e fosfato na urina, que
Rede formada por muco, proteínas e células de forma fosfato de cálcio;
descamação, sob o qual irá se depositar o núcleo
mineral; Aumento da vitamina D > aumenta Ca na urina, que
se junta com outros sais e forma solutos que irão
Infecções urinárias: ocorrem com mais frequência nas precipitar na urina;
fêmeas. Descamação de células, surto de neutrófilos,
descamação do epitélio; FISIOPATOGENIA:
Deficiência de vitamina A na dieta: leva a hiperplasia Aumento de cristalóides calculogênicos na urina >
e hiperceratose com maior descamação do epitélio; aumenta saturação urinária > aumenta instabilidade
da solução > precipita em ninhos de cristais >
Administração de estrógenos: são proibidos no Brasil. aumenta tamanho do ninho > forma urólitos;
Aumentam ganho de peso e acabamento de gordura.
Promove hiperplasia do epitélio e consequentemente SINAIS CLÍNICOS:
maior descamação;
Obstrução uretral parcial:
Estase urinária: infecções urinárias, animal
estressado. Urina parada predispõe a ocorrência de Letargia, depressão, inapetência;
infecção e causa irritação química na mucosa, Sinais de dor abdominal: escoiceia, deita com
levando a maior descamação; frequência, rola;
Polaciúria: assume posição de micção com
frequência, mas urina pouco;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Disúria: dor a micção; Sinais de toxemia: vasos da esclera ejetados, vasos
congestos...
Hematúria: primeiros jatos urinários;
Bexiga não palpável / não perceptível no US;
Obstrução uretral completa:
Pelos prepuciais secos;
Anúria;
Pode ter peritonite;
Pelos prepuciais: secos e material arenoso;
Morte;
Palpação retal:
DIAGNÓSTICO:
• Bexiga repleta;
Histórico: alimentação, água, castração,
• Pulsação uretral; suplementação;
• Tumefação uretral; Sinais clínicos (dor abdominal, dificuldade para
Azotemia (ureia e creatinina no sangue) – uremia urinar);
(aparecimento dos sinais clínicos); Patologia clínica:
SINAIS CLÍNICOS: • Aumento na creatinina e BUN séricos;
Ruptura de uretra: • Hematúria;
Depende de onde uretra rompe; • Cristalúria;
• Se romper na parte livre do pênis, urina será • Aumento de células de descamação;
eliminada pelo prepúcio;
• Bacteriúria;
• Se ocorrer distal ao prepúcio, urina se
acumula no SC e animal apresenta aumento • Abdominocentese (suspeita de ruptura na
de volume ventral no SC, extra-abdominal. cav. abdominal): odor de urina / creatinina
Celulite necrótica; abdominal / creatinina sérica;

• Se romper uretra pélvica: peritonite; Ultrassonografia: distensão, urólitos, localização do


cálculo;
Tumefação abdominal ventral;
Necropsia:
Desidratação;
• Celulite: necrose peniana;
Sinais de toxemia: necrose do SC;
• Laceração uretral/vesical > aumento de
Palpação: bexiga colabada/pouco distendida; líquido;
Tecidos abdominais: necrose e gangrena; • Cálculos vesicais
Morte; • Cistite, pielonefrite, hidronefrose;
Ruptura de bexiga: DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:
Azotemia grave até chegar a síndrome urêmica; Obstruções intestinais: também provocam dor
Desidratação; abdominal aguda;

Distensão abdominal ventral dentro da cavidade Indigestões agudas (timpanismo);


abdominal; Tenesmo;
Frêmito líquido à percussão: coloca mão na Abscessos/hérnias umbilicais;
paralombar e bate no lado contrário (prova de
piparote); TRATAMENTO:
Júlia Teixeira Naves - 2022
Se for absoluta, é cirúrgico; para correção de pH (para desfazer urólito). É um
procedimento caro;
Clínico (se a obstrução for parcial):
PROFILAXIA:
Fluidoterapia: NaCl a 10,45% + glicose a 5%
(diurese). Impede que urina se concentre e mantém Remover a causa;
densidade da urina. NÃO FAZER EM CASO DE
Manipulação da dieta:
OBSTRUÇÃO TOTAL;
• Relação Ca:P de 1,5-2,0:1;
Abdominocentese: 2 a 3 dedos lateral e caudalmente
a cicatriz umbilical na linha branca; • Diminuir P e Mg pelo uso de feno de alfafa ou
Antiespasmódicos (aminopromazina, hioscina): carbonato de cálcio;
controla dor, bem estar animal. É relaxante da Acidificação da urina (inibe formação de cálculos,
muscula lisa, então minimiza complicações como principalmente os de fosfato):
hemorragia, ruptura no local em que urólito está
presente; • Cloreto de amônio: 0,5% na ração ou 45g/dia
(novilhos). É muito pouco palatável, tem que
Antimicrobianos: amplo espectro. Enro (G-). Pode ter misturar bem;
infecção microbiana secundária pela retenção da
urina; • Ácido ascórbico;

Cistocentese: esvaziar bexiga para não romper; Indução de diurese crônica:

Cateterismo retrógrado: muito difícil cateter em • Aumento na ingestão de sal:


grandes animais. O objetivo é deslocar o urólito para
3 a 5% em animais de confinamento;
dentro da bexiga. Não é muito recomendado pois
dificilmente terá um cateter que consiga levar urólito Até 12% + palatabilizantes para bezerros a
até a bexiga. Pode parar no S peniano e ficar pior; pasto;
Antiinflamatório: flunexim; 1% para caprinos e ovinos;

Cirúrgico: Tem que aumentar a quantidade de água


oferecida para animal não desidratar;
Avaliar custo-benefício. O processo de recuperação é
demorado e exige manejo adequado; Atrasar a castração;

Amputação do processo uretral: tem diminuição na Tratar infecções urinárias;


libido. Não é indicado para reprodutores, mas é muito Aumentar vitamina A da dieta;
feito, pois não há outra solução. Pega gaze embebida
em lidocaína, envolve processo uretral e amputa com Evitar implantes de estrógeno;
tesoura estéril;
Evitar hormônio do crescimento;
Uretrotomia: usada quando cálculo está na uretra
Corrigir a relação C:V;
peniana retroprepucial. Remove cálculo e depois
sutura; Evitar pastos com oxalato;
Uretrostomia: faz fístula na uretra e depois sutura a Evitar torta de algodão e sorgo;
mucosa da uretra na musculatura perineal. Caiu em
desuso pois animais geralmente são reprodutores.
Animal pode ter dermatite pelo contato constante com
urina. Predispõe a infecções;
Cistotomia: técnica de eleição. Incisão na fossa
paralombar direita, introduz cateter na bexiga, sutura
e sonda fica ali removendo a urina por meses.
Remove urina e permite aplicação de medicamentos
Júlia Teixeira Naves - 2022

Ver exame neurológico para prática; Definição: lesões degenerativas da substância


cinzenta do SNC, caracterizada por necrose
Diagnóstico preciso = tratamento e profilaxia
cerebrocortical;
adequada. Para isso, precisa de uma boa resenha,
anamnese, exame físico e exames complementares ETIOLOGIA:
(hemograma não é específico, mas pode refletir
problemas, exame do LCR, exames de imagem, Carência de tiamina;
principalmente raio-x, ressonância, tomografia). A Intoxicação por enxofre;
terapêutica pode entrar antes/depois do diagnóstico,
com observação de resposta; Intoxicação por sal branco de cozinha: problema é o
sódio;
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:
Intoxicação por chumbo;
Depende da espécie: tem doenças
específicas/prevalentes de bovinos, caprinos, ovinos; Encefalite por herpesvírus bovino-5;

Poliencefalomalácia: afecção importante dos OBS: todas essas etiologias vão causar necrose da
ruminantes. É uma das principais enfermidades substância cinzenta do encéfalo. Morte causa
neurológicas de ruminantes; liberação de liberadores de inflamação = aumentam o
edema, perda de função;
Trauma: sempre é inserido como possível diagnóstico
diferencial. Pode ocorrer por brigas, durante o OBS: para a maioria dessas etiologias tem edema
manejo... cerebral.

Intoxicação por chumbo: etiologia da FISIOPATOGENIA (DEFICIÊNCIA DE


poliencefalomalácea. Alterações neurológicas, TIAMINA):
hepáticas e renais;
Tiamina (vitamina B1) é importante no metabolismo
Hipovitaminose A: menos frequente atualmente; energéticos dos neurônios, que tem atividade
energética muito grande. Energia vem em grande
Raiva: muito importante. Morcego hematófago muito parte pelo ciclo de Krebs. Se tem falha no ciclo, falta
observado em regiões de abrigos naturais (cavernas,
ATP = falta energia para neurônios, que se
montanhas);
degeneram (ainda consegue reverter, é um processo
Botulismo: incidência relativamente alta. Toxina do de sofrimento) e depois entram em necrose (perda do
Clostridium botulinum. Relacionado a deficiências neurônio);
minerais, deficiência de P. Pode ocorrer por erros de
Se faltar vitamina B1 falta energia = degeneração
manejo alimentar (silagem mau
neuronal = necrose;
produzida/armazenada);
Presença de edema intracelular (no neurônio) /edema
Intoxicação por ureia: quem causa o problema é a cerebral. Encéfalo não consegue expandir pela
amônia;
presença da calota craniana. A medida que tem
Listeriose: enfermidade infecto contagiosa. Listeria é compressão, neurônio perde função.
uma bactéria que cria biofilme e permanece em
Fatores associados à redução de tiamina:
instalações, equipamentos. Principalmente
relacionado a pequenos ruminantes; Alimentos com baixa concentração de tiamina: não é
mais frequente;
CAE: artrite encefalite caprina. É causada por um
vírus. Absorção prejudicada da tiamina: principalmente
relacionada a produção de tiaminase no rúmen.
Tiaminase é produzida por bactérias, que sobrevivem
Júlia Teixeira Naves - 2022
em pH ácido. Animais com acidose lática ruminal vai coloidosmótica = proteína segura água. No entanto,
ter essas bactérias produtoras de tiaminase. Vitamina dura pouco tempo (40min) e retorna aos gradientes
B1 da dieta é quebrada e animal não absorve = de pressão normal.
cronicamente desenvolve deficiência. Animal
conacidose lática ruminal aguda não vai ter pólio, mas FISIOPATOGENIA (INTOXICAÇÃO POR
sim os que tem subaguda, subclínica; CHUMBO - Pb):
Plantas que produzem tiaminase: samambaia Animais jovens são mais sensíveis: permeabilidade
(pteridium) produz (não é impotante para ruminantes, da barreira hematoencefálica e necessita de menor
mas sim para equinos), rabo de cavalo (equisetum), dose para ser tóxico;
também não é comum em ruminantes;
Alimentos contaminados (baterias, óleos lubrificantes,
• OBS: samambaia não é grande problema em graxa, tinta, produtos industriais, projéteis de armas,
ruminantes PARA pólio, mas causa outros etc);
problemas; Ingestão acidental de Pb (alimento, pasto ou água);
FISIOPATOGENIA (INTOXICAÇÃO POR Deposição nos tecidos: fígado, córtex renal, medula
ENXOFRE); (menos) e ossos (ingestão crônica), encéfalo. No
SNC é onde manifesta primeiro a alteração (alto
Alta concentração de enxofre na dieta;
metabolismo, maior sensibilidade;
Produção de sulfeto de hidrogênio no rúmen, que é
Sinais de encefalopatia são decorrentes de lesões
volátil e é eructado. Parte do gás eructado é inalado.
degenerativas do sistema nervoso (chumbo é tóxico
A inalação faz com que caia na circulação sistêmica =
para neurônios: tem alto poder oxidativo, fazendo
inibe respiração celular. Afeta ciclo de Krebs = falta
acúmulo de radicais livres);
energia para neurônios, hipóxia = edema,
degeneração e necrose; • OBS: metais pesados em geral se depositam
nos tecidos;
OBS: falta de energia, O2 afeta outras células, mas o
neurônio é o que mais sente. Edema cerebral, morte de neurônios, liberação de
mediadores inflamatórios, reação inflamatória =
FISIOPATOGENIA (INTOXICAÇÃO POR degeneração e necrose neuronal;
NaCl):
Para reduzir inflamação tem que reduzir substância
Sódio é o maior problema: substância osmoticamente tóxica (edta dissódico de cálcio – se liga ao chumbo).
ativa – transporte de água; O problema é o chumbo que já está dentro da célula;
Animal em dieta com muito sódio + privação de água Pode ser um problema crônico ou agudo,
(desidratação) = sódio acumula em tecidos, dentre dependendo da quantidade e tempo ingerido;
eles, o SNC. Entra no neurônio, aumenta gradiente
osmótico. Quando volta a fornecer água, sódio atrai a FISIOPATOGENIA (ENCEFALITE POR
água e mantém no tecido = edema cerebral, HERPESVÍRUS BOVINO-5):
degeneração e necrose;
Causa vasculite, principalmente em capilares do SNC
Solução: inicia fluidoterapia bem lenta e fornece (mas ocorre de forma sistêmica também). Os reflexos
glicose. Sódio entra no neurônio por mecanismo maiores são observados no SNC. Lesão endotelial =
passivo, mas a saída envolve gasto de energia, por extravasamento de líquido = edema, degeneração e
isso fornece glicose; necrose;
Mais da metade dos animais intoxicado por sódio SINAIS CLÍNICOS DA POLIO:
acaba morrendo. Quando aparece os sinais, que são
neurológicos a doença já está instalada; Sinais clínicos estão associados ao edema cerebral e
variam conforme área afetada. Os sinais não são
Coloide: osmolaridade aumentada pelas proteínas. A específicos da polioencefalomalácia;
medida que fornece coloide, aumenta pressão
Júlia Teixeira Naves - 2022
Um dos primeiros sintomas é a cegueira de origem solução de 20%, IV). É a ultima escolha, se
neurológica: amaurose. Animal tromba nas coisas. não responder a corticoide. Se animal tiver
Uma das primeiras áreas comprimidas pelo edema é hemorragia, o diurético osmótico aumenta a
o córtex occipital, que é responsável pela formação hemorragia e leva animal a óbito. Inicialmente
de imagem; ele é um açúcar, aumenta osmolaridade do
sangue, puxa água para vaso e aumenta
Apatia (de origem neurológica), depressão, anorexia,
pressão arterial, que aumenta taxa de
diarreia (pela acidose lática ruminal);
filtração glomerular, aumentando a produção
Andar em círculos: não necessariamente a lesão vai de urina. Problema: se tiver com
ser para o lado que roda; sangramento e aumentar a pressão arterial,
aumenta ainda mais o sangramento. Na
Pressão da cabeça contra obstáculos; medicina veterinária é difícil de detectar a
Opistótono; hemorragia cerebral (ressonância...);

Tremores; • Convulsões: Diazepam (0,01-0,4 mg/kg, IV ou


IM). Pode usar o midazolam, que é mais
Estrabismo; forte;
Decúbito;
Tratamento para chumbo:
Nistagmo;
EDTA dissódico de cálcio em gotas (110-220 mg/kg
Incoordenação; por 3 a 5 dias): não consegue remover o chumbo no
interior das células;
Por afetar córtex, tem muita alteração de
comportamento; Ruminotomia: em caso de ingestão aguda;

TRATAMENTO: Tratamento na intoxicação por sódio:


Tiamina: substrato de energia para neurônio. Usa Fluido com ringer e glicose lentamente para não
Independente da etiologia; piorar o edema (ao longo de 2, 3 dias);
Opção 1: Diurético não é efetivo;
• 2g de tiamina, bid, durante 2 dias; Corticoide pode ajudar a estabilizar membrana;

• 2g de tiamina sid, durante 6 dias; Tratamento para intoxicação por enxofre:


Opção 2 (usa mais, leva em conta o peso): Baixa responsividade ao tratamento;
• 10mg/kg/pv de tiamina tid, por 2 dias; Ruminotomia é uma opção: a metida que remove
conteúdo, animal deixa de inalar sulfeto de hidrogênio
• 10mg/kg/pv de tiamina, sid, por 4 dias, no ar eructado;
podendo estender a depender da
recuperação; Tratamento para encefalite por herpesvírus
Tratamento suporte (diferente para intoxicação por bovino-5:
sal): Pouco responsivo ao tratamento;
• Hidratação, transfaunação: se tem alteração Pode usar o corticoide: ajuda estabilizar membrana
de comportamento, animal não bebe água (vasculite);
nem come;
NECROPSIA:
• Corticoide (dexametasona 0,2 – 0,1 mg/kg,
IV): redução do edema; Edema cerebral;

• Diuréticos osmóticos (manitol 0,5-1 g/kg/pv Degeneração e necrose do encéfalo: nem sempre
lento, podendo ser repetido a cada 6 horas, evidente na macroscopia;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Herniação do cerebelo para fora do forame magno: TRATAMENTO:
causada pelo edema, que empurra cerebelo em
direção a medula espinhal; Ácido fraco: vinagre ou ácido acético 5%. Amônia
alcaliniza rúmen, então fornece ácido fraco para
contrabalancear o pH do rúmen. Vinagre diminui a
conversão de ureia em amônia;

Ingestão de grande quantidade de ureia, que não • 0,5 a 1L para ovinos;


consegue metabolizar e entrar em equilíbrio, é • 4 a 6 litros para bovinos;
transformada em amônia, que é tóxica aos tecidos;
• Pode repetir depois de 4 a 6 horas
É uma forma de nitrogênio não proteico, substituindo
proteína vegetal de forma barata; Água gelada: diminui a velocidade de uma reação
química (ureia – amônia);
ETIOLOGIA:
Muita ureia em curto intervalo de tempo: ruminotomia;
Animais não adaptados a ingestão de ureia;
CONTROLE:
Rações não misturadas adequadamente;
Adaptar animais a ureia;
Cochos que acumulam água: ureia é hidrossolúvel.
Animal bebe a água com acúmulo; Se ficar 3 dias sem receber suplemento com ureia:
perde adaptação;
Excesso de ureia:
Cochos cobertos e com drenagem;
• Doses acima de 0,44 g/kg PV já causam
intoxicação; Cuidado com sacos de ureia para adubação: ingestão
aguda;
• Doses de 1-1,5 g/kg PV provocam mortes;

FISIOPATOGENIA:
Efeito tóxico: rápida transformação de ureia em
Zoonose;
amônia;
Enfermidade infectocontagiosa muito importante para
Sinais podem aparecer de 10 a 30 minutos após
ruminantes;
ingestão;
Lyssavirus (suscetível a maioria dos desinfetantes);
Gravidade relacionada com o nível de amônia na
circulação; Período de incubação variável de acordo com local de
infecção (proximidade ao SNC);
Amônia tem maior poder tóxico que a ureia;
Fonte de infecção: mordida de animal infectado
SINAIS CLÍNICOS: (morcego hematófago);
Dor abdominal intensa: animal olha para franco,
• Equinos e bovinos: cernelha;
escoiceia;
• Pequenos ruminantes: borda de orelha;
Espuma na boca e narina;
Inalação em cavernas (infecção menos frequente);
Tremor muscular;
Introdução do vírus > replicação nas células do
Alteração no comportamento: hipersensibilidade,
músculo estriado > os feixes neuromusculares são
estresse;
importantes locais para entrada do vírus no SNC >
Incoordenação; cerebelo, medula e tronco são os principais locais de
replicação e achados de inclusão (corpúsculos de
Timpanismo: ureia e amônia inibem centro da
Negri);
eructação no SNC = timpanismo gasoso;
Júlia Teixeira Naves - 2022
FORMA PARALÍTICA: PATOGENIA:
Mais frequente em herbívoros. Em carnívoros pode As toxinas botulínicas são absorvidas pelo trato
ter caso paralítico, mas o mais comum é a intestinal e transportadas via corrente sanguínea para
agressividade; as terminações neuro musculares onde são
internalizadas;
Transmitida por morcegos hematófagos;
Após se ligarem aos receptores das terminações
Causa ataxia e debilidade de membros;
(dentro das células) interferem na liberação da
Paralisia ascendente progressiva: inicia nos acetilcolina na junção neuromuscular = paralisia
posteriores e evolui; flácida. Acetilcolina é quem faz a contração muscular
ao se ligar a receptores do tecido muscular;
Pode haver tenesmo retal e relaxamento do esfíncter
anal; • Toxina impede liberação da Acetilcolina;
Há sinais de alterações do tronco encefálico, como Pode estar em: tecido em putrefação, alimento em
paralisia da língua e paralisia de nervos faciais, putrefação/contaminado;
trigêmeos, glossofaríngeo, vago;
Ao longo do tempo, ligação da toxina nos receptores
FORMA FURIOSA: perde força e organismo cria novos caminhos para
que contração muscular aconteça;
Mais associada aos carnívoros;
SINAIS CLÍNICOS:
SINAIS CLÍNICOS:
Paralisia flácida generalizada, afetando também a
Paralisia de membros; língua, cauda e mandíbula – principal sinal clínico;
Alteração de comportamento; • Dificuldade de alimentação;
Opistótono; • Timpanismo: dificuldade de eructação;
Decúbito; Inicialmente observa-se dificuldade de locomoção
DIAGNÓSTICO: seguida de decúbito permanentemente (síndrome da
vaca caída);
Anamnese: feridas;
Animal deitado, sensação de fraqueza e animal
Sinais clínicos: sintomatologia é variada; consciente (diferente de casos de raiva);
Pós mortem; Morte devido a paralisia respiratória (paralisia do
Histologia: corpúsculo de Negri; diafragma);

Inoculação em cobaias: demora 1 semana a 10 dias; Não apresenta lesões macroscópicas nem
histológicas;
ELISA;
EXAME DO LCR:
Não há tratamento;
Aspecto límpido e incolor;
Vacinação: local endêmico;
• Trauma: líquido avermelhado ou
xantocrômico (amarelado/alaranjado –
digestão da hemoglobina);

Tóxico infecção causada pela toxina neurotóxica do Baixa celularidade;


Clostridium botulinum (toxina é muito termoestável); • Se tivesse alta celularidade de
Está presente no país todo. Pode estar no trato polimorfonucleares indicaria processo
digestório de aves infeccioso bacteriano. Se tivesse
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mononucleares seria indicativo de infecção Deficiência alimentar de vitamina A ou de seus
viral; precursores (caroteno);
Líquor no botulismo não apresenta alterações; ETIOLOGIA:
FATORES DE RISCO: Deficiência primária: pastagens pobres em vitaminas
A, secas (período de estiagem) são pobres. Era a
Ossos – osteofagia;
mais comum antigamente. Atualmente problemas
Animais em decomposição: diminuíram devido a suplementação;

• Alimentos; Deficiência secundária: animais com alterações


hepáticas impedem a conversão do caroteno para
• Cevada úmida: resto de cervejaria. Comum vitamina A. não é mais comum;
ter contaminação por aves (animais se
afogam, morrem e apodrecem); FISIOPATOGENIA:
• Lagos: animais que morrem perto da aguada; Vitamina A importante para regeneração de mucosa e
do tapete visual (animais deficientes desenvolvem
• Bebedouros; cegueira noturna);
Cama de frango: é proibido na alimentação de Importante na reparação e regeneração epitelial na
ruminantes – no trato digestório de aves naturalmente glândula salivar parótida. Na falta, tem alteração no
tem C. botulinum. Animais pisoteados entram em tipo celular, deixa de ser secretor e tem
putrefação, Clostridium se prolifera, produz toxina e espessamento de parede (tecido queratinizado).
animais ingerem; Ocorre metaplasia escamosa;
DIAGNÓSTICO: Crescimento do tecido ósseo;
Anamnese, exame clínico; Manutenção dos tecidos epiteliais;
Prova do camundongo: cintura de vespa. Manifesta Na deficiência causa aumento da pressão do
sinais de botulismo e pela dificuldade respiratória líquor/intracraniana, levando a encefalopatia pela
contrai abdômen, formando cintura de vespa; compressão de neurônios (principalmente da região
cortical), manifestada por convulsões, cegueira e
TRATAMENTO:
paralisia devido ao comprometimento dos nervos
Sintomático: fluidoterapia de suporte e alimentação; periféricos;

Anti-soro polivalente: disponível no Brasil. Tem • Absorção do líquor é mais lenta que a
anticorpo contra a toxina, que irá ser inativada na produção;
circulação (as que já estão ligadas não são
inativadas). Sobra menos toxina para causar danos SINAIS CLÍNICOS:
na placa neural; Cegueira noturna: nictalopia (inicialmente);
Rápida progressão dos animais = prognóstico ruim Cegueira por compressão do nervo óptico;
(decúbito permanente, falha na alimentação e
hidratação); Convulsões;

Vacinação: ajuda, mas se animal ingerir grande Paralisia dos membros;


quantidade de toxina, irá apresentar sinal clínico; Sinais devido ao aumento da pressão intracraniana;

DIAGNÓSTICO:
Edema de papila óptica (terminação do nervo óptico,
Menos comum atualmente; no fundo do olho). Consegue examinar de maneira
direta. Se tiver edema da papila, terá edema cerebral;
Cegueira noturna;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Alterações nos ductos da glândula salivar parótida; gastrointestinais – diarreia pela alteração da
microbiota intestinal);
TRATAMENTO:
Afeta esporadicamente bovinos, ovinos, caprinos e
Suplementação parenteral de vitamina A na dose de bubalinos;
440UI/Kg.
Capacidade de formar biofilme – importante bactéria
para inspeção animal;
Cresce em alimento em putrefação: associada a
ingestão de silagem mal produzida e/ou armazenas;
• Animais em troca dentária: alimento acumula
Encefalopatia dos ovinos causada pelo Clostridium entre os dentes/bochecha, apodrece, pode ter
perfringens tipo D (toxina épsilon); crescimento da Listeria, que se aproveita de
lesões de continuidade da cavidade oral;
Toxina tem tropismo pelo SNC = causa disfunção
neurológica e pode levar a morte de maneira súbita; Associada a manejos que induzem estresse;

Geralmente afeta ovinos jovens: animais recém Porta de entrada: nervo V (trigêmio) e outros, como
desmamados que entraram em confinamento. facial. Perda da integridade da mucosa bucal (trauma,
Animais em janela imunológica; troca dentária, periodontite);

Doença subaguda ou aguda = morte súbita; SINAIS CLÍNICOS:


Acesso a suplemento concentrado: mudança bruta da Encefalite com formação de microabscessos no
dieta. Animais a pasto para animais com concentrado tronco cerebral (observado na histologia). Não é
sem adaptação prévia. pH acidifica em rúmen, patognomônico, mas é muito característico;
retículo e intestino e associado com pouca
Mielite, oftalmite e enterite;
oxigenação favorece o crescimento do Clostridium no
trato digestório; Paralisia assimétrica dos nervos cranianos,
principalmente o trigêmeo, facial (ptose auricular,
Para fornecer concentrado tem que adaptar animal;
palpebral e labial), glossofaríngeo e vestibular;
OBS: os Clostridiums convivem em harmonia e
Opistótono (afeta tronco), paralisia unilateral de
quando animal tem janela imunológica/ acidificação
orelha, pálpebra e lábio, além de hipópio (pus na
do trato intestinal, eles se proliferam e começam a
câmara anterior do olho – observa turvação do humor
produzir toxinas;
aquoso);
Toxina causa edema cerebral:
Outros sinais de nervo craniano podem ocorrer;
• Herniação;
DIAGNÓSTICO:
• Áreas de malácea;
Anamnese (alimento estragado, falha na higienização
do cocho que propicia putrefação do alimento) e
sinais clínicos;
Exame do líquor:
Listeria monocytogenes: bactéria;
• Aumento da celularidade (pelocitose), com
Causa infecção no SNC;
predomínio de neutrófilos;
• Bactéria causa infecção e inflamação pelo Cultivo do líquor e encéfalo para ver se cresce
rompimento de neurônio/ morte celular, Listeria;
podendo gerar edema;
Histopatologia: microabscessos de tronco;
• Afeta também outros órgãos (sinais,
neurológicos, oftalmológicos e TRATAMENTO:
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Sintomático: hidratação, alimentação; Anamnese (tipo de criação, se já teve animal
positivo), diagnóstico clínico;
Tetraciclina/ oxitetraciclina: 10-20 mg/kg ou penicilina:
40000 UI/kg por 7-14 dias; Imunodifusão em gel de ágar;
Vacinação: não disponível no Brasil; Pode fazer PCR, mas imunodifusão já é eficiente;
Controle dos alimentos dos animais (silagem). TRATAMENTO:
Alimento estragado pode servir como substrato para
crescimento da Listeria. Não existe;

CONTROLE:
Descarte ou segregação de animais soropositivos;

Artrite encefalite caprina; Banco de colostro (pasteurização/ uso de colostro


bovino) para não usar colostro de mãe positiva;
Causada por retrovírus: uma vez infectado, sempre
infectado;
Contato direto com fômites e colostro contaminado
(pode fazer aquecimento a 56° para inativar vírus.
Pode usar colostro heterólogo);
Leucoencefalomielite aguda em caprinos jovens.
Pensar nos diagnósticos diferenciais pelo exame
Sinais neurológicos não são comuns em adultos.
clínico;
Mesmo em animais jovens os sinais neurológicos não
são tão comuns; EXAMES COMPLEMENTARES:
Artrite (principalmente carpo), pneumonia, mastite e Hemograma e fibrinogênio: não tem relação direta
encefalite em caprinos adultos. Encefalite é muito com SNC, mas fala sobre status orgânico do animal;
incomum encefalite;
Urinálise: avalia bilirrubina, corpos cetônicos...
A forma nervosa afeta principalmente cabritos de 2 a
7 meses de idade; Líquor: específico do SNC. Avalia coloração, proteína,
imunoglobulina, celularidade;
Os sinais clínicos caracterizam-se, principalmente,
por paralisia dos neurônios motores superiores e • Em trauma: coloração mais escura, alta
deficiências proprioceptivas; celularidade (hemácias)

QUADRO NEUROLÓGICO: EEG/EMG: eletroencefalograma e


eletroneuromiografia;
Pode iniciar de um lado e evoluir para paralisia dos 4
Imagens: raios-x simples, contrastado, ressonância,
membros, além de decúbito permanente;
tomografia;
Microscopicamente observam-se múltiplos focos de
infiltrados perivasculares de linfócitos e macrófagos DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PELO
na substância branca cerebral, associados a LÍQUOR:
desmielinização e infiltração de células inflamatórias
Poliencefalomalácia: aumento da pressão liquórica,
mononucleares na substância cinzenta e medula
hiperproteinorraquia (inflamação, rompimento de
espinhal;
células), pleocitose (aumento de celularidade pela
Pode haver lesões na parte caudal do tronco quimiotaxia);
encefálico;
Trauma: líquido avermelhado/xantocrômico, aumento
DIAGNÓSTICO: do número de hemácias;
Hipovitaminose A: aumento da pressão liquórica
(difícil monitorar pressão na veterinária);
Júlia Teixeira Naves - 2022
Intoxicação por chumbo: aumento de pressão • Diazepam, midazolam (ação mais longa)
liquórica, pleocitose;
• Barbitúricos (feno/pentobarbital);
CONFIRMAÇÃO DO DIAGNÓSTICO:
Metabolismo celular: neurônio tem metabolismo
Pólio: diagnóstico terapêutico (aplica B1 e avalia acelerado, então tem que fornecer energia (para
resposta), redução da transketolase eritrocitária (difícil voltar ao normal e para realizar funções);
acesso), necropsia;
• Tiamina: substrato para ciclo de Krebs, que
Trauma: imagens, necropsia, líquor; fornece energia para neurônio;
Hipovitaminose A: status de vitamina; • Oxigenioterapia;
Intoxicação por chumbo: exames toxicológicos, • Antioxidantes: combate de radicais livres.
necropsia; DMSO, vit C, zinco, cobre, vit E / selênio,
acetilcisteína;
PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO:
Isquemia: oxigenação é importante para produção de
Descompressão: compressão de neurônio = perda de energia;
função;
• Fluidoterapia: aumenta pressão arterial
• Corticoides: dexametasona 0,1 mg/kg;
• Antagonistas opiódes: naloxone. Casos
• Manitol 20%: 2g/kg IV. Não usar em específicos de sedação em que tem dose
hemorragia cerebral, aumenta pressão muito alta de opióide;
arterial;
• Barbitúricos: vasodilatação no SNC. Precisa
• Solução salina hipertônica 7,5%: 4 ml/kg IV: estar associado a alguma substância que
também aumenta pressão arterial; aumenta a pressão, já que vasodilatação
• DMSO 10%: 1g/kg IV 2x dia. É antioxidante e sozinha pode diminuir a pressão arterial;
carreador (potencializa transporte de
medicamentos que podem atravessar a
barreira);
• Descompressão cirúrgica;
Controle da infecção: dependendo da doença não
tem infecção. Inflamação tem dor, calor, rubor, perda
de função e edema. Causa destruição de
tecido/neurônios;
• Tem que usar ATB que acesse a barreira
hematoencefálica;
• Cefalosporinas de terceira geração;
• Sulfas;
• Cloranfenicol (não usa em animal de
produção, causa aplasia de medula óssea em
primatas) / florfenicol;
• Ampicilina;
• Tetraciclina;
Depressores do SNC: convulsão, epilepsia;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Júlia Teixeira Naves - 2022

EXAME CLÍNICO: • Triclorfon – 9g: organofosforado que menos


irrita tecidos. Responsável por matar larvas e
Identificação; espantar moscas;
Anamnese – evolução; • Clorexidina pomada – 250g: previne
Exame físico geral do animal; infecções secundárias;

Distribuições das lesões no animal; • Dexametasona – 40mg: diminui taxa de


mitose do tecido de granulação;
Distribuição no plantel;
• DMSO a 90% - 56g: anti-inflamatório e
Evolução;
carreador;
Recorrência;
Excisão cirúrgica em casos de feridas muito grandes;
Tem prurido?
Para lesões em olho:
Características das lesões: crostas, exsudato,
• Lava com soro e triclorfon diluído todos os
alopecia, pápula, pústula;
dias. Pode pingar direto na lesão ou colocar
Exames complementares: sonda nasolacrimal e lavar de dentro para
fora. Mata as larvas e repele moscas. Não
Raspado cutâneo; tem problema com tecido de granulação (é
Biópsia; problema de membro);

Auxiliam na indicação terapêutica adequada; Sprays repelentes devem ser evitados – favorecem
tecido de granulação;
OBS: usar colar elizabetano quando necessário;
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Granulomas de origem bacteriana ou fúngica;
Pitiose: tem muito exsudato;
Parasito de estômago. Larvas eliminadas nas fezes,
moscas carregam larvas e depositam em feridas Tecido degranulação exuberante;
cutâneas do cavalo; Carcinoma de células escamosas;
Afeta principalmente regiões com umidade: canto de Sarcoide (fibroblástico): tem exsudato;
olhos, comissura labial, ferimentos;
CONTROLE/PROFILAXIA:
Granuloma ulcerativo crônico;
Controle de moscas;
Não cicatriza com tratamentos convencionais;
Limpeza das fezes com frequência em baias e
Resistência imunológica tem papel importante: não é
piquetes;
comum ver em muitos cavalos. Um ou outro é
afetado; Correto esquema de vermifugação;
Tem prurido, não é exsudativo;

TRATAMENTO:
Vermifugação de todo o plantel com organofosforados Geralmente cursam com tecido de granulação
ou ivermectina; exuberante – as vezes é necessário intervenção
cirúrgica;
Pomada:
Júlia Teixeira Naves - 2022
Produtos cáusticos: eram muito utilizados. • Tricophyton;
Queimavam o tecido de granulação exuberante, mas
por ser muito irritante, o tecido crescia novamente; • Microsporum;
Afetam as camadas superficiais queratinizadas da
epiderme;
Não tem crosta, hipopigmentação, exsudato.
Dermatophilus congolenses – bactéria;
Pelo fica eriçado > cai > lesão alopécica. São lesões
• É uma bactéria presente nos ambientes. circulares, que podem se juntar e formar lesões
Quando pele fica mais úmida, favorece sua maiores;
multiplicação;
Se animal estiver imunocompetente, é uma doença
• Bactéria fica por baixo das crostas; autolimitante;
Formação de crostas > amolece pelo > pelo cai > Está muito relacionada a imunodepressão;
forma área de despigmentação;
É uma zoonose;
Comum na época de chuvas;
TRATAMENTO:
Mais comum na área de dorso e garupa, mas pode
acometer outras áreas; Iodo polvidine a 2% + glicerina. Proporção de 1:1.
Tintura de iodo é muito irritante, arde;
Dermatite exsudativa;
Áreas de alopecia exibindo hipopigmentação rosada
maculosa;
O microrganismo só é encontrado nas crostas. Se for “tumor dos pântanos”;
mandar para pesquisa de agente, tem que enviar a Pytium insidiosum;
crosta, não só o pelo;
Áreas de necrose que formam múltiplos trajetos
TRATAMENTO: fistulosos com exsudação intensa;
Tira animal da chuva/umidade; TRATAMENTO:
Remove crostas: bactéria fica embaixo das crostas; Difícil de tratar: muitas vezes associa excisão
Bactericida: cirúrgica com agente antifúngico:

• Clorexidine; • Anfotericina B. aplica IV;

• Iodo polvidine a 2% + glicerina. Proporção de • Iodeto de sódio/potássio: antifúnficos. Aplica


1:1. Tintura de iodo é muito irritante, arde; IV;

Não tem necessidade de tratamento sistêmico com • Vacina: Ptiumvac. Não tem eficácia muito
antibiótico; alta, mas “acorda” sistema imunológico;

Em animais muito afetados, com muitas lesões, ideal • Corticoide: teoria de que lesão é provocada
é investigar animal como um todo. Pode ter outra pelo sistema imunológico tentando resolver o
doença associada. problema. Corticoide diminui inflamação.
Aplica sistemicamente;
Controlar função renal: agentes atacam muito o rim;
• Exame de urina: densidade, proteínas,
celularidade...

Causado por fungos:


Júlia Teixeira Naves - 2022
• Creatinina só sobe quando 75% dos rins está Imunoterapia (BCG): não consegue com facilidade no
acometido; Brasil;
OBS: grau de recidiva de 40 a 60%

Papovavírus equino;
Causa lesão principalmente em potros que não estão Principalmente na região perianal, raiz da cauda,
com imunidade em vírus. Geralmente doença é região orbital, úbere, prepúcio;
autolimitante (se não tiver doença concomitante);
80% em cavalos tordilhos com mais de 15 anos;
• Pode ocorrer por falha na transferência de
Neoplasia com depósito de melanina;
imunidade passiva;
Em idosos geralmente progride deforma lenta;
Em animais adultos: lesões mais discretas, dentro da
orelha (placas aurais). Não é problema de imunidade; Em animais jovens, deve remover rapidamente e com
margem: é muito grave e animal morre em pouco
• Não causa nenhum problema ao animal: não tempo pelo alto poder metastático;
tem dor;
Em animais idosos, se tiver muitas lesões, as vezes
não compensa passar por cirurgia, principalmente se
lesões não estão comprometendo a vida do animal;

Papilomavírus bovino + fatores hereditários;


É uma lesão benigna, mas em alguns animais cresce
de forma exacerbada;
Pode se apresentar de forma verrucoso, nodular
(menos característico), oculto, fibroblástico (pior de
todos – agressivo, exsudativo, odor ruim);

Histologicamente: características benignas;


Clinicamente: em alguns casos leva a eutanásia por
característica maligna (principalmente forma
fibroblástica);

TRATAMENTO:
Excisão cirúrgica;
Crioterapia;
Ablação a laser;
Júlia Teixeira Naves - 2022

ANATOMIA: Geralmente ocorre pela interrupção do trânsito normal


da ingesta, mas também pode ser de origem
1,5m de esôfago; funcional. Ex: amitraz (diminui motilidade);
10L de estômago;
DOR VISCERAL:
50L de intestino delgado, com 20m de comprimento.
O cavalo não diferencia a dor visceral de acordo com
Geralmente não tem conteúdo, pois passa muito
diferentes origens;
rápido;
A dor visceral não é pontual;
• Duodeno é fixo;
Estímulo > caminha por neurônio aferente até medula
• Jejuno e íleo são mais móveis, soltas; > córtex > sensação dolorosa > volta como
30L de ceco: do lado direito. ação/reação;

Intestino grosso: A dor visceral ocorre por distensão do órgão.


Percepção sensorial do trato é difusa;
• Cólon ascendente (70 litros, 3,5 metros);
POR QUE O CAVALO TEM MAIS CÓLICA
• Menor (20 litros, 3,5 metros);
QUE OUTRAS ESPÉCIES?
• Reto;
Teoria:
Trajeto: esôfago > estômago > ID > ceco (do lado
• Estômago pequeno;
direito) > cólon ventral direito > flexura esternal >
cólon ventral esquerdo > flexura pélvica > cólon • Não libera gás pela boca;
dorsal esquerdo > flexura diafragmática > cólon
dorsal direito > cólon transverso > reto; • Sofre estresse da criação – vida natural é
muito diferente (baias pequenas, pouca
OBS: a maioria dos problemas de cólica ocorre na alimentação, caminha pouco...);
flexura pélvica e no cólon transverso;
CONDIÇÕES PREDISPONENTES:
• Flexura pélvica: conteúdo passa de uma alça
muito saculada e de diâmetro maior para uma Qualquer mudança brusca no manejo alimentar do
alça lisa e de menor diâmetro. Começa a cavalo pode provocar cólica: tem que mudar
reter conteúdo e gás, que não sai pelo progressivamente;
estômago; Alimentação inadequada: animal que come feno de
• Cólon transverso: cólon dorsal direito é tifton tem menos cólica que animal que come cana;
calibroso. Cólon transverso é mais estreito; Desidratação;
Afecções do digestório Sablose: ingestão de areia;
Problemas dentários; Distúrbios dentários;
Afecções de esôfago: obstrução, estenose; Doenças parasitárias;
COMPLETAR Iatrogênese: remédios...
Gastrite, ulceração, ruptura;

ORIGEM MECÂNICA:
Conjunto de sintomas com diferentes etiologias; Compactações:
Dor abdominal independente da origem;
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Pode compactar em qualquer lugar: conteúdo Avaliar e estimar os danos secundários;
fica enrijecido e para;
Se a indicação é cirúrgica, encaminhar o animal o
• Estômago: se animal comeu demais. quanto antes;

• Preconizado: oferecer meio kg de EXAME CLÍNICO:


concentrado a cada 100 kg de peso vivo por
refeição; Anamnese:
Torções; Quando e como começou?

• Podem entrar em choque, principalmente se Manejo alimentar, mudou?


tiver ruptura; Cólicas anteriores?
Volvos ou vólvulos: alça gira em torno de si mesma; Última alimentação;
Deslocamentos; Urinou? Quando? Aspecto?
Encarceramentos: pode tentar corrigir com efedrina, Defecou? Quando? Aspecto;
mas geralmente é cirúrgico;
Tomou alguma medicação?
Intussuscepções;
Inspeção:
ORIGEM FUNCIONAL:
Atitude;
Disfunção neurogênica: um segmento perde a
motilidade = conteúdo não passa; Distensão abdominal;

Ílio paralítico (mas pode afetar qualquer segmento); Exame físico:


O QUE CAUSA ÓBITO NO CAVALO COM Avaliação do estado geral do paciente;
CÓLICA? • Desidratação;
Desidratação: desloca líquido para lúmen; • TPC;
Endotoxemia: flora normal tem bactérias Gram • Coloração de mucosas: cor terra =
negativas. Bactérias morrem e liberam endotoxinas, desidratação/ endotoxemia;
que não chegam à circulação do animal quando a
mucosa está íntegra. Quando tem distúrbio no TGI • FC: se estiver alta, pode ser dor ou
afetando a mucosa, substância passa e cai no vaso desidratação;
sanguíneo, ativam mediadores inflamatórios e cavalo
• FR;
tem inflamação sistêmica, podendo levar a choque
endotoxêmico. Animal fica com FC alta, mucosas Patologia clínica:
vermelhas, podendo formar um halo toxêmico (halo
vermelho/arroxeado); Hematócrito;

Choque séptico pelo rompimento da alça; Hemograma;

Choque hipovolêmico; Concentração de proteínas totais: animal pode perder


proteínas pelas lesões;
CÓLICA SEMPRE É UMA URGÊNCIA!
Auscultação:
DESAFIOS:
Base do ceco, cólon ventral direito = lado direito;
Localizar a origem da cólica;
Delgado, cólon menor e flexura pélvica = lado
Identificar o tipo de alteração: deslocamento, esquerdo;
compactação...;
Avaliação da dor:
Júlia Teixeira Naves - 2022
Intratável: continua mesmo com antiinflamatório. Forte Motilidade das alças;
candidato a entrar no centro cirúrgico;
Tamanho das estruturas;
Contínua;
Neoplasias;
Intermitente;
Abdominocentese:
Sintomatologia de cólica:
Antissepsia cirúrgica;
Escoicear abdômen;
Pode coletar da cavidade abdominal e ceco;
Olhar para flanco;
Risco: fácil de perfurar estruturas e de levar
Deitar; contaminação com antissepsia mal feita;
Rolar; Quando tem sofrimento de alça tem líquido:
inflamação;
Posição de micção;
FLUIDOTERAPIA:
Sondagem:
Necessário para quase todos os casos;
Sonda nasogástrica;
Primeiro faz estimativa clínica de desidratação: não
• Conteúdo estomacal;
aparente, leve, moderada, grave, choque;
• Refluxo pela sonda; • Turgor;
Verificar pH, odor;
• TPC;
Palpação: • Ht;
Estruturas palpáveis: • PT;
• Base do ceco; • Urina;
• Cólon menor com síbalas fecais;
• Baço: tem que estar colado na parede
esquerda;
• Ligamento nefroesplênico (as vezes);
• Rim esquerdo (as vezes);
• Cólon maior;
Tipos de fluidos:
• Flexura pélvica;
Cristaloides:
Teste da luva:
• NaCl a 0,9%;
Testa para sablose (ingestão de areia);
• Ringer lactato: tem sódio, potássio, cálcio
Coloca fezes em luva, coloca água e deixa decantar; (motilidade intestinal) e lactato (forma
bicarbonato e glicose em duas vias
Nem sempre é a causa da cólica;
metabólicas, roubando H+ do meio, sendo
Ultrassonografia: uma solução alcalinizante). Na maioria dos
processos de cólica, animal fica em acidose.
Líquido aumentado; Uma exceção é em processos em que há
Parede das alças aumentadas de volume; refluxo, como em duodeno-jejunite, pois
perde H+ e animal pode estar em alcalose;
Alças do ID cheias de gás;
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Ringer; 1 litros para cada 100kg de pv a cada hora. Se tiver
fazendo e ver que está voltando é muito;
• Glicose a 5%;
Vantagem: mais barato. 1 litro de enteral é 75
• Hipertônica: NaCl a 7,5%: é a que mais puxa centavos, 1 litro de ringer é 10 reais;
líquido para vasos, mas também sai com
facilidade. É uma terapia emergencial (animal Cavalo que chega muito inchado, distendido, não é
em choque) que rapidamente deve ser recomendado fazer enteral pois pode piorar o caso;
trocada (desidrata células já que tudo vai pro Fluido (para 1 litro de solução):
vaso). Se não fizer, animal morre. Outros
fluidos tem ação mais demorada; • NaCl 5g;

• Bicarbonato; • KCl 1g;


Coloide (molécula maior): • NaHCO 2g;
• Plasma; • Glicose 10g;
• Dextranas; Não fazer quando animal tem refluxo;

• Gelatina; FÁRMACOS UTILIZADOS:


Diferença: coloide tem maior peso molecular então Compactações:
não passa pelos capilares com mesma facilidade que
os íons = dura mais tempo; Laxantes: usa quando tem massas rígidas.

Quantidade X desidratação: • Macrogol (humano. Penetra no bolo), óleo


mineral (caro – não penetra no bolo),
V (litros) = P (em kg) x % da desidratação. Repõem a docusato (dose alta provoca dor, cuidado. É o
perda que já tem; melhor para dissolver bolo endurecido);
Se animal não estiver ingerindo líquido, adiciona mais Antiespumantes: diminuem tensão superficial das
5% do peso ou 60 ml/kg/dia; bolhas. Importante principalmente quando tem muito
gás. Animal deve estar sondado para gás livre sair.
Soma à perdas extras (vômito, diarreia, refluxo): usa
pouco no cavalo, a não ser que tenha refluxo; • Sorbitol, silicone, blotrol;
Exemplo: animal com 400kg, 8% de desidratação: Pró cinético: age na motilidade. Cuidado: não adianta
aumentar motilidade da alça se bolo não estiver
• 32 litros de reposição;
desfeito (pode provocar ruptura). É bom usar em
• 20 litros de manutenção; casos em que não há nada obstruindo.
• Com isso, 52 litros em 24 horas; • Neostigmina, lidocaína, metoclopramida
(plasil – tem ação no SNC);
Velocidade:
• Usa em casos de intoxicação por amitraz,
Média de 10-20 ml/kg/h. no cavalo adulto não que diminui a motilidade;
preocupa tanto com “afogar” o animal, mas em potros
e pôneis deve preocupar para não causar edema Anti-espasmódicos. Usa junto com imidocarb, que
pulmonar; aumenta motilidade intestinal e pode causar cólica:

4 a 8 litros/hora para 400kg; • Hioscina (buscopam). Diminui motilidade da


alça;
Em animal que chega crítico com cólica, pode deixar
gotejando direto no início; • Não é interessante que se faça, exceto e
casos de cólica espasmódica iatrogênica
Hidratação enteral: (imidocarb);
Júlia Teixeira Naves - 2022
Manejo da dor:
• DAINES (flunexim tem melhor efeito). Se não
respondeu, entra com opioides (butorfanol é o
mais usado) e já pensa em cirurgia. Se não
respondeu a nenhum dos dois, usa alfa 2
agonistas em casos em que animal não pode
operar (xilazina, detomidina);
OBS: AINES com uso prolongado/dose alta podem
causar ulceras no TGI e prejuízo renal;

Duodeno-jejunite proximal (enterite anterior):


Idiopática;
Morte em 12-42 horas em 50-70% dos casos;
Refluxo nasogástrico fétido (10-20L ou mais): o que
causa a dor é a distensão gástrica. Quando passa
sonda, animal alivia a dor;
Abdominocentese: líquido serosanguinolento,
hemorrágico ou âmbar com floculação de fibrina;
Ultrassom: alça de delgado edemaciada;
Tratamento:
• Hidratação eficiente com correção eletrolítica;
• Antibiótico;
• Gluconato de cálcio (50-100mL a 20%): ajuda
a retornar motilidade;
• Heparina (40-100UI/kg b.i.d. SC ou IV): alças
inflamadas podem produzir fibrina e causar
aderências;

Encarceiramento nefroesplênico:
Efedrina 3 microgramas/kg em 500mL de ringer em
15 minutos: provoca contração esplênica, com
objetivo de fazer alça voltar para seu local;
Movimentar animal;
Se não reposicionar, entrar para cirurgia;
Júlia Teixeira Naves - 2022

AVALIAÇÃO: DAINES: usa quando necessário, se animal estiver


apático, prostrado;
Anamnese: avaliar animal como um todo;
Dipirona: se tiver febre;
Auscultação de traqueia, pulmões;
Traqueostomia pode ser necessária: aliviar
Reflexo de tosse; respiração. Só em casos mais graves;
Percussão de tórax;
COMPLICAÇÕES – SEQUELAS:
Raios-x;
20% dos animais pode apresentar:
Ultrassom;
• Garrotilho bastardo (abscessos a distância):
Lavados: pra cultura é improdutivo. Mais importante é Streptococcus migra e faz abscesso em
a citologia desse lavado; outros locais;

SECREÇÃO NASAL: É um diagnóstico difícil de dar;

Serosa, mucopurulenta, sanguinolenta, hemorrágica; • Empiema de bolsa gutural;

• Serosa: sozinha, não apresenta muito • Púrpura hemorrágica;


problema. Em conjunto com outros sintomas
• Paralisia de nervo laríngeo recorrente;
(ex: tosse), é bom investigar;
• Endocardites;
Unilateral/bilateral. Se for das vias superiores tende a
ser unilateral; Muito difícil recuperar o animal;
Odor: infecção bacteriana (pútrido);

Acometem principalmente seios maxilar rostral e


caudal e seio frontal;
Streptococcus equi variedade equi;
Pode ser primária ou secundária;
Aumento dos linfonodos;
• Secundária: originária no seio ou por
É muito contagioso – isolar animais;
problema dentário;
Pode ter quadro leve, com abscedação de linfonodos
mandibulares e retrofaríngeo; DIAGNÓSTICO:
Animais velhos tem quadro mais brando e animais Identifica por percussão, secreção muitas vezes
mais jovens tem quadros mais agudos; unilateral e radiografia;

Curso da doença normalmente é de 14 dias, exceto Pode ter aumento de volume, mas não é regra, e sim
em quadros mais complicados; exceção;

TRATAMENTO: TRATAMENTO:
Compressas quentes: faz abscesso amadurecer e Antibioticoterapia;
cápsula romper; Trepanação: mais indicado. Pode ou não utilizar ATB
Penicilina (antibiótico de primeira escolha): usa junto;
depois que o abscesso drena;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Episódios de epistaxe intensa de difícil controle;
Podem ser acompanhadas de secreção nasal
mucopurulenta e tosse: favorece infecção bacteriana;
Massa neoformada, benigna de caráter progressivo e
destrutivo na região do etmoide;
É um saco cego por onde passa nervo, vasos,
carótida comum = ambiente delicado. Se jogar líquido Quando se rompe, animal tem sangramento intenso;
irritante pode lesionar nervo e causar sequela;
Diminuição da capacidade respiratória;
Diferencial de garrotilho: empiema é mais circular;
Tratamento: entra com endoscópio e lava com soro;
Pode formar uma estrutura mais rígida (condroide):
Gram positivas, Gram negativas, ou anaeróbias;
dependendo do tamanho requer remoção cirúrgica;
Se tiver como, faz lavado antes da antibioticoterapia;
Às cegas: penicilina + gentamicina. Pode usar
metronidazol se tiver suspeita de bactéria anaeróbia;
Cavalo roncador;
TRATAMENTO:
Diminuição da performance;
Antibioticoterapia de largo espectro;
Intolerância ao exercício;
Mucolíticos: bromexina, acetilcisteína, fluido.
Ruído respiratório anormal;
• Serve para fluidificar secreção. Usa em
Não é a única afecção que causa esse ronco; animais com secreção grossa,
Axioniopatia de nervo laríngeo recorrente é o mucopurulenta;
causador da disfunção; Broncodilatadores: clembuterol.
Geralmente ocorre no lado esquerdo: nesse lado, • Agem no sistema nervoso autônomo: vias
nervo é mais exposto; ficam mais largas, abertas. Usa quando tem
Causas: indício de estreitamento das vias.

• Sequela de adenite; • Beta dois agonistas. Altera cardíaco,


digestório, bexiga...;
• Sequela de empiema de bolsa gutural;
DAINES: flunexim, dipirona (melhor para tirar febre);
• Sequelas de inflamação na faringe/laringe;
• Usa se o estado do animal estiver ruim;
• Abscessos perineurais;
• Neoplasias de pescoço;
• Saturnismo
Tem correlação com viagem de longa distância, sem
• Plantas tóxicas; pausa, sem a possibilidade de o animal abaixar a
cabeça (prejudica ação dos cílios e eliminação de
• Organofosforados; microrganismos das vias respiratórias);
Tratamento: cirúrgico; Líquido na pleura abafa o som quando tem
pleuropneumonia;

8-12 anos;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Rodococcus equi; Hemorragia pulmonar induzida por exercício
Broncopneumonia supurativa; Mais de 75% dos cavalos de corrida;
Múltiplos abscessos; Provoca:
Forma de infecção: aspiração do agente (que está • Diminuição de performance;
nas fezes);
• Tosse;
SINAIS:
• Dificuldade respiratória;
Depressão;
• Deglutição excessiva;
Febre;
• Hemoptise;
Tosse;
• Morte;
Dispneia;
Existem vários graus de hemorragia, que podem
Taquicardia; variar de leve a fulminante;
TRATAMENTO: Diagnóstico: exame endoscópico da traqueia;
É um agente intracelular. Tratamento precisa de TRATAMENTO:
terapia específica:
Usado em animais com grau 3 ou mais:
• Rifampicina 10mg/kg s.i.d. PO + eritromicina
25mg/kg t.i.d. PO • Furosemida 0,5 mg/kg PV até 4 horas antes
da corrida;
• Ou azitromicina 10mg/kg s.i.d. PO;
Tratamento por no mínimo 28 dias;

Zoonose grave;
Doença causada por Burkholdeira malei;
Pode apresentar ou não sinais. Quando apresenta,
são alterações nos seios;
Taquipneia;
Notificação obrigatória;
Tosse eventualmente;
Animal deve ser eutanasiado e incinerado;
Intolerância ao exercício;
DIAGNÓSTICO:
Dificuldade para respirar faz com que hipertrofie a
musculatura do tórax, formando a linha da asma; Teste da maleína;

Ausculta: som mais alto que o normal (serrote), Fixação de complemento;


provocado pelo estreitamento das vias. Pode ter
sibilo;

TRATAMENTO:
Buscar a causa da alergia e eliminar causa;
Crise: corticoesteróides e broncodilatadores
(sistêmico);
Manutenção: bombinhas e associação de corticoides
e broncodilatadores;
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CLAUDICAÇÃO: • Olha: arco da passada (fase caudal e fase


cranial), jeito que pisa no chão (primeiro talão
Toda manifestação de alguma lesão física que ou pinça se arrasta pinça), extensão da
impossibilite o caminhar normal. Na maioria dos passada;
casos está relacionado a dor (luxação de patela –
exceção) OBS: ideal é pisar primeiro com talão depois pinça;

Distribuição de peso: Exames especiais;

Maioria das afecções ocorre nos membros torácicos; • Testes de flexão/provocação: flexão do
membro todo por 1 minuto e corre cavalo no
• Em cavalos de corrida isso é mais acentuado; trote. Se trotou limpo, é negativo. Trotou
mancando é positivo. No caso de positivo,
• Em animais de tração o problema é
separa das articulações para ver se
geralmente no posterior;
claudicação é distal ou proximal. É muito
EXAME DE CLAUDICAÇÃO: sensível para artrose de tarso (teste do
esparavão);
Histórico, anamnese;
• Teste da pinça localização de dor. 2 dentes
• Quando foi o surgimento e qual a na região de talão, um na sola e um na
característica da claudicação; parede, 1 na parede e 1 na ranilha;
• Medicação ou procedimentos anteriores: ideal Anestesia diagnóstica: anestesia de distal para
é avaliar claudicação fora de efeito dos proximal. Usa em claudicações crônicas. Nas agudas,
analgésicos (mascara alteração); pode ser por fratura/fissura. Se tira a dor e jogar o
• Claudicação a quente: na baia, normal, peso em cima, pode piorar a lesão;
quando começa exercício claudica; • Mepivacaína ou lidocaína (mais usada).
• A frio: na baia claudica, após exercício vai Agulha 25x7 (preta), 5 a 10 minutos
reduzindo; Imagem;
Inspeção de todos os lados; • Termografia;
• Simetria: aumentos de volume; • Tomografia computadorizada;
• Conformação; • Fluoroscopia;
• Postura; • Ressonância magnética;
• OBS: ideal é que quartela esteja alinhada • Cintilografia;
com o casco;
Diagnóstico;
Palpação;
Terapia;
• Muito foco na parte flexora;
Avaliação;
• Verifica aumentos de volume, dor, aumento
de temperatura... Grau da claudicação:
Em movimento; 1- Inconstante;

• Local plano, de preferência sem pedrisco, 2- Leve ao trote;


gramado. Alguém precisa puxar o cavalo; 3- Moderada ao trote;
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4- Ao trote e ao passo; • Displasia fiseal, fisite;
5- Mínimo suporte de peso • Osteocondrose: erro de desenvolvimento
articular;
CLASSIFICAÇÃO DOS ANDAMENTOS:
• Deformidades flexoras;
Tempo: quantas vezes o casco toca o solo até padrão
repetir; • Deformidades angulares dos membros;
Simétrico X assimétrico; • Doença articular degenerativa;
Rolado X saltado (quando tira os quatro membros do Crescimento rápido dos potros:
chão);
Fatores genéticos e raciais;
Basculado (cabeça mexe) X fixado;
Alta ingestão de energia;
Andaduras:
Início precoce do treinamento: ideal seria de 2,5 a 3
Passo (pélvico, torácico, pélvico, torácico): anos, quando epífises se consolidam;
• 4 tempos; Anabolizantes;
• Simétrico; Tratamento:
• Rolado; Repouso e gelo;
• Basculado; Suplementação mineral;
Trote (pélvico de um lado, torácico do outro, pélvico Casqueamento (correção de aprumo);
do outro lado, torácico do outro). É o exame oficial
Retirar excesso de proteínas e carboidratos da dieta;
para claudicação:
• 2 tempos; DEFORMIDADES ANGULARES DOS
MEMBROS:
• Simétrico;
Carpo valgus: junto
• Saltado;
Carpo varus: separado;
• Fixado: no que levantar a cabeça, tem dor.
Pisa = dor = levanta cabeça; Um valgus outro varus: carpo varrido;

Galope (um pélvico, diagonal e um torácico). Não é Faz radiografia e verifica onde está desvio angular;
um bom andamento para avaliar a claudicação: • Quando o problema é na articulação corrige
• 3 tempos; na clínica;

• Assimétrico; • Quando problema é na placa epifisária,


corrige cirurgicamente;
• Saltado;
Tratamento:
• Basculado;
Imobilização: talas ou gesso
Ferraduras com extensores: lateral (varus) ou medial
(valgus). Útil quando desvio é articular;
EPIFISITE: Casqueamento corretivo;
Síndrome ortopédica do desenvolvimento (animais Se for na linha de crescimento, o ideal é cirurgia;
desenvolvem rapidamente. Ossos desenvolvem, mas
Prognóstico é bom se agir rápido;
tecidos moles não acompanham):
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PERIOSTITE E EXOSTOSE:
Inflamação do osso. Geralmente ocorre por traumas
repetitivos. Se inflamação for persistente forma o calo
RABDOMIÓLISE:
ósseo (exostose);
“atamento, azotúria, tying-up, mioglobinúria paralítica,
Avalia se é aguda (antiinflamatório). Se é crônico
mal da segunda-feira”
animal não sente mais dor, corrige aprumo para
proteger o local dos traumas; Comum pós exercício intenso, principalmente sem
preparo físico;
Tratamento:
Substância agredindo células musculares (ácido
Processo agudo ducha fria + gelo com
lático)
antiinflamatório;
Tratamento:
Crônico: pomada iodetada + compressas quentes 2x
dia. Torna processo agudo; Corticoides;
Ligas de descanso, repouso; DAINES;
FRATURAS: Fluido em grande volume: ajuda a eliminar substância
(ácido lático) o quanto antes
Simples, compostas, cominutivas (muitos fragmentos.
Comum em equinos);
Fechadas, expostas;
Salter-Harris; Componentes da articulação:
OBS: difícil tratar fraturas em equinos devido a • Cápsula articular (2 camadas – 1 fibrosa e
propensão a infecção óssea; outra membrana sinovial);
• Fraturas completas de ossos longos não • Líquido sinovial: ultrafiltrado do plasma;
adiante engessar. Ideal é placa, parafuso e
estabilização. Se não fizer isso, eutanásia o • Osso subcondral;
quanto antes; • Ligamentos associados;
• Fratura exposta com mais de 2 dias = • Superfície articular;
eutanásia (principalmente animais adultos,
potros até pode ter jeito); • Cartilagem articular;

SESAMOIDITE: ARTRITE:
Processo inflamatório dos ossos sesamoides e Artrite: inflamação articular. 5 sinais de inflamação:
tecidos associados. Dor e inflamação de tecidos dor, calor, rubor, perda de função, edema (efusão
moles; articular);

Tratamento: • Traumática: repouso, bandagem;

Repouso mínimo de 60 dias; • Séptica: pode ser a partir do trauma ou por


via hematógena (poliartrite);
Liga de descanso;
Osteoartrite: envolvimento da cartilagem;
Antiinflamatório;
Tratamento:
Ferradura com rampão;
Corticoterapia;
DMSO tópico;
DAINE;
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Ducha; Tratamento:
Repouso; Ácido hialurônico: local ou sistêmico;
Ácido hialurônico: antiinflamatório e protetor da Glicosaminoglicanas polissulfatadas: geralmente via
cartilagem; oral;
Glicosaminoglicanas polissulfatadas; DAEINES e corticoide: corticoide diminui síntese, a
Antibioticoterapia; longo prazo é ruim. Infiltração local;

Drenagem e lavagem articular: principalmente se Terapia com PRP (plasma rico em plaquetas). Retira
líquido tiver sanguinolento; o soro do animal, concentra para ficar plaquetas, ativa
as plaquetas. Elas têm mediadores de crescimento
OBS: ou DAINE ou corticoterapia. Não associa os que ajudam na cicatrização. É um tratamento barato.
dois; Precisa de estrutura de laboratório para não
contaminar material que irá voltar para a articulação;
Condroprotetores (ac. Hialurônico e
glicosaminoglicanas) são usados para proteger a Terapia com células troncos: terapia cara com
cartilagem. Quando afetar a cartilagem prognóstico resultados inconsistentes;
não é bom (lesão geralmente irreversível);
Tiludronato: danifica os vasos (flebite). Ajuda a
O tratamento intra-articular é mais eficiente, mas tem remodelar a renovação dos tecidos;
que avaliar os riscos e benefícios: pode inocular
microrganismos ao fazer lavagem/drenagem; Artrodese: junta as articulações;

ARTROSE: OSTEOCONDROSE:

Doença articular degenerativa, osteoartrite, Pode desenvolver artrose;


osteoartrose; Distúrbio no processo de ossificação endocondral:
O que caracteriza: envolvimento da cartilagem distúrbio do crescimento;
articular (mais importante), osso subcondral e tecidos Quando articulação está se desenvolvendo ocorre
moles associados (pela destruição da cartilagem) defeito e se forma errado;
Diagnóstico: Afeta principalmente animais com crescimento
exacerbado;
Raios-x;
Osteocondrite dissecante: na formação da cartilagem
• Não serve para diagnóstico precoce. Quando ocorre defeito (osteocondrose), que pode se soltar
aparece já ter grande destruição da (um pedaço do osso) e isso se chama osteocondrite
cartilagem; dissecante. A presença de dor depende de onde esse
• Diminuição do espaço inter articular; fragmento fica alojado (se for para espaço articular,
pode causar artrose);
• Osteítes rarefacientes;
• Por artroscopia pode remover esse chip
• Anquilose: articulação se funde e osso fica (fragmento);
imobilizado;
• Pode ser um achado de raios-x com ou sem
• Esparavão (artrose de tarso): crescimento significado clínico. Mesmo sem significado
rápido, alimentação rica em silagem, clínico, o fragmento pode se deslocar e
anabolizantes. Perda de linha articular, causar problemas futuros;
aumento de crescimento ósseo anormal;
Tratamento:
• Ring boné: frequente em cavalos senis. Baixa
taxa de síntese da cartilagem. Em cavalos Redução de concentrado (se o problema for
jovens, pode ocorrer pela síndrome alimentar);
ortopédica do desenvolvimento;
Júlia Teixeira Naves - 2022
Ácido hialurônico; Provocado por excesso de carboidratos, falta de sal
mineral e volumoso de má qualidade. Osso cresce
Glicosaminoglicanos;
rápido e tecidos moles não acompanham;
Remoção cirúrgica;
Tratamento:
Em animais jovens que já nasceram com
encurtamento: imobilização com gesso para afrouxar
estrutura. Ao retirar movimento (por 15 dias),
estruturas afrouxa. Pode ser que demore mais tempo;
Desmotomia de ligamento acessório dos tendões;

Alongamento congênito de tendões:


Tendinite (tendão), desmite (ligamento), bursite (bolsa Estrutura enrijece ao longo do tempo. Quando é
sinovial), tenossinovite (bainha tendínea), sinovite muito, indica caminhar puxando a mãe;
(membrana sinovial), capsulite (cápsula articular);
Pode usar extensor palmar quando animal arrasta
TENDINITES E DESMITES: boleto no chão;
Inflamação de tendões e ligamentos;
Ultrassonografia;
Estrutura extensora é muito exigida; Abscesso: se for superficial remove. Se for profundo
trata sistêmico;
Tendão flexor digital superficial: se insere nas
falanges média e proximal; Doença da linha branca: se for superficial, abrir
resolve. Se for profundo trata sistêmico. Pode gerar
Tendão flexor digital profundo: insere na falange
flegmão de coroa;
distal;
Doença bacteriana na ranilha: mesmo tratamento;
Ligamento acessório inferior (check): liga tendão
profundo a ossos do carpo; SÍNDROME DO NAVICULAR:
Interósseo ou suspensor do boleto: se insere na Aparelho do navicular: falange distal, falange média,
falange proximal e sesamoideos; osso navicular, bolsa do navicular, tendão flexor
digital profundo, articulação interfalângica distal;
Tratamento:
Anti-inflamatório; Processos envolvidos:

Injeção intralesional de ácido hialurônico; Artrite da articulação do navicular: é dentro do casco.


Por ser compartimento fechado, pressão não
Em lesão recente: não fazer compressa quente; consegue extravasar e começa a afetar o osso,
causando lesões;
Em lesão mais crônica: compressa quente e fria;
Pode ocorrer tendinite e bursite;
Repouso;
PRP; Tratamento:
Células tronco; Ácido hialurônico;

Penso (bandagem); Ferrageamento;

DISTÚRBIOS FLEXORES Repouso;


Isoxisuprine;
Tiludronato;
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Neurectomia; Acepromazina;

Clinica:
Claudicação leve. Geralmente processo é bilateral;

Diagnóstico:
Anestesia diagnóstica – distal;
Imagem;
• Artrite;
• Tendinite com bursite: imagem radioluscente;

LAMINITE:
Inflamação nas lâminas do casco;
Grau de dor/claudicação: Obel

Fatores predisponentes:
Síndrome metabólica;
Processos sépticos;
Metrite, pleurite;
Cólica;
Sobrecarga de peso;
Fratura de membro;
Alta ingestão de grãos;
Corticoterapia;

Apresentação clínica:
Desloca centro de gravidade;
Laminite crônica: sapato de Aladin. Talão cresce mais
que a pinça;

Características:
Rotação da falange;
Deslocamento de derme (lâminas) e epiderme
(casco): falanges ficam soltas;
Instabilidade do casco;

Tratamento:
Controle da dor;
Casqueamento e ferrageamento;
Crioterapia;
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AVALIAÇÃO DO NEONATO: Terapia de suporte para se nutrir, ganhar peso;

Potros de baixo risco: SINAIS VITAIS DO NEONATO:


Sem fatores de risco: Observação à distância;

• Maternal: lesão durante a gestação; Contenção: cabeça e cauda. Não apertar muito;

• Neonatal: parto gemelar; Exame físico geral (como nos adultos);

• Ambiental: histórico de natimortalidade, Palpar costelas (verificar fraturas);


diarreia na propriedade; Avaliar umbigo;
Placenta visualmente normal (peso <11% do peso do Urina e fezes (verificar se liberou mecônio);
neonato);
Dosagem de IgG: avaliar se mamou colostro de
Gestação em tempo normal: qualidade no tempo correto;
• 320-345 dias (raças pequenas); Avaliar reflexo de sucção;
• 320-360 dias (PSI); ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL DO NEONATO:
Potros de médio/alto risco: O neonato mama de 5-7 vezes por hora quando
acordado;
Presença de fatores de risco maternais, neonatais e
do ambiente; 1% do PV por mamada a cada 2 horas;
Após nascimento: Aumenta-se quantidade gradativamente;
Tentativa de levantar: pouco após o parto; 20-25% do PV/dia a partir da primeira semana de
vida;
Mamando sem auxílio: até 3 horas após o parto;
Oferece na mamadeira;
PREMATURO X DISMATURO:
Em potros doentes/prematuros: cuidado para não
Prematuro: nasce antes do tempo normal; fazer falsa via. Ideal é mamar em pé. Se animal não
Dismaturo: nasce no tempo normal, mas tem conseguir se levantar, coloca em posição esternal;
características de prematuro; Se não tiver reflexo de sucção, faz sondagem;
Sinais de imaturidade: Qual leite?
Tamanho menor; Leite da mãe;
Fraqueza; Leite de outra égua;
Pelagem fina; Sucedâneos prontos;
Orelhas e focinhos moles (cartilagens mal formadas); Fórmulas caseiras:
Membranas pálidas; • Leite de vaca: 700 ml;
Língua vermelha – alaranjada; • Água fervida: 300 ml;
Casco mole; • Glicose:30g;
Tratamento: • Carbonato de cálcio: 5g;
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Gema de ovo: 1; • Onfaloflebite;

TRANSFEREÊNCIA PASSIVA DE Fazer transferência de plasma além de


ANTICORPOS: antibioticoterapia larga;

Até 6 horas de vida. Após 12 horas não absorve PRIMEIROS SINAIS CLÍNICOS:
anticorpos mais; Depressão;
Avaliação é feita através da dosagem de IgG; Aumento no tempo de decúbito;
• Desejável: >800 mg/dL; Febre/hipotermia;
• Falha parcial: 200-800 mg/dL; Aumento na FR;
• Falha total: <200 mg/dL; Taquicardia/bradicardia;
Falha total ou parcial: TPC diminuído;
2L de colostro (200-400 ml por vez) até 8 horas de Mucosas hiperêmicas;
vida;
TRATAMENTO:
Após 12h de vida: 2 a 4 litros de plasma;
Amicacina + penicilina;
• Pega bolsa de plasma (ou de transfusão) >
colhe sangue > deixa decantar > separa o Tratamento de suporte;
plasma > fornece em equipo com filtro; Corrigir falha na transferência de imunidade passiva,
• Pode ser plasma da mãe ou de outro animal; se necessário;

• Lento nos primeiros 15 minutos e


monitorando parâmetros
O que a falha de transferência pode causar: Infecção de diversas articulações;
• Septicemia neonatal; Falha na transferência de imunidade passiva é alto
risco;
• Rhodococcus equi;
Antibioticoterapia larga;
• Poliartrite séptica;
Efusão, calor à palpação, dor intensa;
• Cólica por retenção de macônio;
DIAGNÓSTICO:
• Onfaloflebite;
Anamnese;
• Pneumonia bacteriana;
Sinais clínicos;
Análise e cultura do líquido sinovial;

Tratamento do umbigo após o nascimento:


TRATAMENTO:
clorexidina, iodo, iodopovidona; Antibiótico de largo espectro;
Importante porta de entrada de patógenos; DAINES;
Sulfato de condroitina;
Ácido hialurônico;
Fatores de risco: Lavagem articular;
• Falha na transferência de imunidade passiva;
Júlia Teixeira Naves - 2022
• Secreções gastrointestinais;
• Líquido amniótico deglutido;
Comum em potros após 1 mês de vida • Restos celulares;
(Rhodococcus): curva de imunidade começa a cair e
começa a produção dos seus próprios anticorpos. Em Castanho escuro a negro;
potros que não mamaram colostro pode ocorrer antes SINAIS CLÍNICOS:
de 1 mês de vida;
Tenesmo;
Pode causar:
Dor abdominal;
• Abscessos à distância;
Olhar para flanco;
• Linfangite;
Rolar;
• Diarreia;
Decúbito;
• Poliartrite;
TRATAMENTO:
TERAPIA:
Primeiro, enema com água morna e óleo mineral;
Rifampicina + eritromicina ou azitromicina;
Segundo, sonda nasogástrica com óleo mineral para
ajudar a evacuar;
Terceiro, enema com acetilcisteína (mucolítico);
Cio do potro: 7 a 14 dias de vida. Fezes mais CUIDADO: mamou colostro de boa qualidade?
amolecidas. Diarreia branda, não afeta a vida do
animal;
Diarreia bacteriana;
Diarreia viral; Relativamente comum em potros;

Diarreia por protozoário; Tem receio quanto à utilização de omeprazol,


ranitidina. Acredita-se que pH ácido seja importante
Diarreia parasitária; como barreira para bactérias ingeridas. Pode usar,
mas não de forma indiscriminada;
TRATAMENTO:
Fluido;
Coloide: pode ter extravasamento de proteínas totais;
Persistência de úraco: da bexiga ao cordão umbilical.
Alimentação parenteral (se tiver sensibilidade ao
Após parto, canal fecha. Se não fechar, urina sai pelo
leite);
umbigo, que fica infeccionado e úmido;
Antibioticoterapia em amplo espectro associada a
Diagnóstico com ultrassom;
metronidazol;
Iodo a 2%;
Terapia de suporte;
Antibioticoterapia, se necessário;
OBS: vale a pena pedir hemograma, OPG, OOPG;
Se fechar sozinho, não tem necessidade de cirurgia.
Se clínica não for suficiente, opta pelo tratamento
cirúrgico;

Primeira excreta do potro:


Júlia Teixeira Naves - 2022

Isoeritrólise neonatal;
Mama anticorpos contra hemácias dele;
É uma doença de éguas multíparas: teve contato com
sangue de potro em gestação anterior;
Isoimunização da égua contra hemácias do potro;

SINAIS CLÍNICOS:
Potro nasce normal;
Apatia;
Desinteresse em mamar;
Icterícia;
Urina amarela, avermelhada a marrom;
Não precisa separar da mãe (já parou de absorver
imunoglobulinas);
Em próxima gestação, antes do potro mamar colostro
faz teste de aglutinação:
• Sangue do potro e soro da mãe ou colostro;
Casos mais graves: fazer transfusão;
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IDENTIFICAÇÃO E ANAMNESE: Medula oblonga (bulbo);

Raça: potro árabe é mais propenso a epilepsia. O Cerebelo;


animal adulto tem limiar alto para epilepsia, febre não Medula;
é uma grande preocupação;
OBS: do tronco encefálico (ponte e bulbo) partem a
Idade: entre 1 e 3 anos é mais propenso a viroses maior parte dos nervos cranianos
(herpesvírus, vírus venezuelano...;
Avalia todo o sistema neurológico para tentar localizar
Alterações de comportamento recentes ou antigas; origem da lesão;
Outras doenças?
LESÃO CORTICAL:
EXAME CLÍNICOS: Alterações de comportamento:
Craniocaudal;
• Agressividade;
Avaliação dos nervos cranianos;
• Andar a esmo (para a frente – bilateral ou em
Alterações na postura; círculos – lesão em um lado);
Alterações de comportamento; • Andar em círculos;
Ataxia; • Pressionar cabeça na parede;
Perda de propriocepção; • Opistótono;
COLETA DE LÍQUOR: Cegueira;
Atlanto-occiptal: animal em decúbito; Alterações no estado mental;
Articulação lombo-sacral; LESÃO DE MESENCÉFALO:
Pode ir para sorológico, patologia clínica para avaliar Disfunção dos nervos cranianos III e IV;
proteínas, hemorragia;
LESÃO CEREBELAR:
Tem relação com proximidade da lesão. Coletar
próximo ao local de suspeita da lesão; Ataxia;

EVOLUÇÃO, LOCALIZAÇÃO E Dismetria (anormalidades na força e extensão dos


movimentos): perda de controle nas passadas;
CARACTERÍSTICAS DAS LESÕES:
Tremor de cabeça;
Evolução rápida e unifocal: traumas. É agudo e
estacionário; Geralmente bilateral;
Evolução lenta, progressiva e multifocal: doenças LESÃO VESTIBULAR:
infecciosas;
Ataxia ipsilateral;
LOCALIZAÇÃO DA LESÃO:
Cabeça virada para o lado da lesão;
Telencéfalo;
Nistagmo;
Diencéfalo (tálamo e hipotálamo);
Paralisia do nervo facial;
Mesencéfalo;
Geralmente unilateral;
Ponte;
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LESÃO MEDULAR: MIELENCEFALITE POR HERPESVÍRUS 1;
C6-T2: membros anteriores; Mieloencefalite ascendente;
L4-S2: membros posteriores; Xantocromia: aumenta proteínas e hemólise no liquor;
S3-S5: hipotonia de bexiga, reto e períneo; Cauda sem tônus, perde controle de bexiga;
C1-5: hipotonia, paresia e atrofia de cauda; Virose: 7 a 14 dias;

ORIGEM: Mantém o cavalo em suporte. Se em 14 dias entrar


em decúbito, o prognóstico piora (escaras, cólica por
Traumática; falta de evacuação);
Idiopática;
ENCEFALOMIELITE EQUINA A VÍRUS:
Completar;
Zoonose;
TRAUMATISMO CRANIANO: Transmitida por mosquitos;
Sinais decorrentes de edema; Maioria dos animais vai a óbito em 7 a 14 dias;
Sinais decorrentes de lesão encefálica;
Sintomas:
Tratamento: • Febre: 41;
Corticoterapia; • Depressão;
Manitol;
• Sintomatologia cortical;
Vitamina B1;
TÉTANO E BOTULISMO:
Antioxidantes;
Toxinas de Clostridium;
TARUMAS EM VÉRTEBRAS:
Rigidez completa/flacidez completa;
Verificar movimento;
Botulismo age na fenda neuromuscular;
PARALISIA DO FACIAL: Tétano age nos neurônios inibitórios da medula;
Ptose, flacidez do lábio; Tratamento: usa soro para neutralizar toxinas;
Focinho virado para um lado (unilateral);
RAIVA:
PARALISIA DO TRIGÊMICO: Não tem sintomatologia característica;
Sensorial: sensibilidade de focinho; 3 tipos:
Motor: mastigação; • Cerebral ou furiosa;
Atrofia de masseter; • Débil (prostração);
PARALISIAS DE BRAQUIAL, RADIAL E • Paralisia progressiva ascendente;
FEMORAL:
Óbito de 7 a 14 dias após início dos sintomas;
Agir rápido para diminuir inflamação;
MIELOENCEFALITE PROTOZOÁRIA
• Antiinflamatório; EQUINA:
• DMSO; Sarcocystis neurona;
• Compressas frias; Lesões necróticas e hemorrágicas na medula;
Júlia Teixeira Naves - 2022
´´bambeira´´, tropeços, arrastar de pinça,
incoordenação, atrofia muscular unilateral;
Diagnóstico (padrão ouro): SAG-ELISA combinado de
soro e líquor;
• Para ser positivo: quantidade no líquor tem
que ser maior que no soro;
Tratamento:
• Diclazuril (antiprotozoário), ponazuril por 28
dias;

LEUCOENCEFALOMALÁCEA:
Fusarium moniliforme: intoxicação por micotoxina;
Milho mofado;
Sinais corticais: anorexia, sonolência, ataxia, pressão
da cabeça contra objetos, cegueira e decúbito;

ESTENOSE DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS:


Síndrome de Wobbler: comum em animais que
crescem rápido parte da coluna;
Diagnóstico por raios-x;

DOENÇA DO NEURÔNIO MOTOR EQUINO:


Não é muito prevalente;
Degeneração e morte de neurônio, principalmente da
medula;
Etiopatogenia desconhecida;
Emagrecimento progressivo, fraqueza geral, tremores
musculares, ataxia, atrofia muscular, decúbito, morte;
Não tem tratamento, é progressiva;
É congênito;

NEURITE DE CAUDA EQUINA:


Polineurite equina;
Paralisia de cauda, esfíncter anal, geralmente
acompanhada por danos nos nervos cranianos e
periféricos;
Etiologia desconhecida;

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