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Anim Reprod, v.9, n.3, p.370-387, Jul./Sept. 2012.

Aspectos econômicos da aplicação de tecnologias reprodutivas em


rebanhos leiteiros
E. S. Ribeiro, K. N. Galvão, W. W. Thatcher, J. E. P. Santos

Resumo
A reprodução continua sendo um componente crítico para manter uma fazenda
leiteira economicamente viável. Para cada fazenda e para cada vaca, há um
tempo ótimo para o estabelecimento da gestação, que é principalmente
influenciado pelo nível de produção, pela persistência da lactação e pelo
número de partos. Em geral, à medida que a produção diminui, os dias em
lactação aumentam e a persistência da lactação diminui, as vacas devem ser
cobertas o mais rápido possível após o parto e a gestação deve se estabelecer
no início da lactação. O período voluntário de espera é determinado com base
no intervalo desejado entre o pós-parto à gestação e à taxa de prenhez da
fazenda. À medida que as taxas de prenhez aumentam, o período voluntário de
espera pode ser adiado, particularmente quando a produção de leite é alta.
Estudos na literatura compararam várias estratégias de reprodução para obter
uma gestação na vaca. Em geral, a gestação obtida por inseminação artificial é
mais barata do que as originadas pela monta natural. O principal motivo é que
os programas de IA resultam em desempenho reprodutivo similar ou superior e
são mais baratos de implementar do que os programas de monta natural
devido aos altos custos de aquisição e alimentação de touros. Dentro do
programa IA, aquelas propriedades que incorporam IA em tempo fixo (IATF)
para a primeira inseminação, seguidos pela detecção de estro, resultam em
menor média de dias em aberto e mais lucro por vaca e os benefícios de
melhorar a reprodução são maiores quando os preços do leite são baixos. O
uso das tecnologias de embrião como um programa de criação de vacas
leiteiras em lactação, com o objetivo de melhorar o desempenho reprodutivo, é
atraente somente quando o diferencial de fertilidade em relação à IA é grande.
Na maioria dos casos, os programas de IA tem que resultar em fertilidade muito
baixa (<15%) para que os resultados típicos da transferência de embriões (40-
45% de concepção) possam ser economicamente atraentes, considerando os
custos atuais. Para novilhas leiteiras, há pouca justificativa para incorporar
programas de IATF quando a detecção de estro é excelente, acima de 70%; no
entanto, para fazendas com detecção de estro abaixo de 60%, a IATF para a
primeira IA, seguida de detecção de estro ou uma segunda IATF, melhora o
desempenho reprodutivo e reduz o custo por gestação.

Palavras-chave: Vaca leiteira, economia, transferência de embrião,


reprodução.
INTRODUÇÃO
Como qualquer outra empresa comercial, a sustentabilidade de uma
fazenda leiteira é altamente dependente da economia. Existe uma necessidade
constante de maximizar os resultados e, muitas vezes, minimizar as insumos, a
fim de obter um retorno lucrativo sobre os ativos. Em uma fazenda leiteira
convencional, a maior parte das receitas de caixa (~ 88%) vem das vendas de
leite, e uma parcela menor (~ 12%) resulta da venda de animais, inclusive
aqueles destinados à produção leiteira (Santos et al., 2010). Por outro lado, o
custo de alimentação das vacas leiteiras em lactação é responsável por 48 a
50% do custo total de produção, enquanto a reposição de animais representa
quase 23% do custo de produção de leite. A reprodução influencia tanto a
produção de leite quanto o número de novilhas de reposição disponíveis em
uma fazenda. Portanto, a eficiência reprodutiva torna-se um dos principais
componentes para otimizar o sucesso econômico dos rebanhos leiteiros.
O objetivo deste artigo de revisão é avaliar a importância da reprodução
para a economia de uma fazenda leiteira e avaliar o uso de diferentes
estratégias de reprodução e tecnologias reprodutivas para se conseguir uma
gestação em vacas leiteiras em lactação e novilhas de reposição de forma
econômica.
A importância da reprodução para a economia de propriedades leiteiras
A reprodução pode ter uma grande quantidade de impactos em uma
fazenda, desde alterar as políticas de abate, aumentar a retenção dos
melhores animais de reposições, transferir as vacas primíparas para uma 2ª
lactação mais produtiva e melhorar a produção de leite. Uma vez que a
produção representa mais de 88% da renda bruta de uma fazenda leiteira
(Santos et al., 2010), não é de se admirar que a maior atenção dada às
melhorias na reprodução evolua no sentido de alterar a produção de leite
durante a vida produtiva das vacas. Na maioria dos casos, a alteração da
produção de leite deve ser considerada por dia do intervalo de parto, uma vez
que as melhorias na reprodução aumentam o tempo que uma vaca pernanece
no período seco, que é considerado um estágio não produtivo do ciclo de
lactação.
A redução do intervalo de partos reduz os dias médios no leite do
rebanho e, consequentemente, uma maior proporção de vacas estaria em
estágios iniciais de lactação quando ocorre o pico da produção de leite e maior
seria a renda do leite sobre o custo de alimentação (IOFC), enquanto que uma
menor proporção das vacas estariam em estágios avançados da lactação,
produzindo baixas quantidades de leite com baixo IOFC (Fig. 1). No entanto,
reduzir o intervalo de partos também resulta em uma maior proporção do
rebanho adulto no período seco, o que impõe limitações à distribuição de vacas
e requer planejamento na disponibilidade de espaço. Melhorar a reprodução
muitas vezes resulta em maior disponibilidade de animais de reposição, o que
aumenta o retorno financeiro deste rebanho.
Figura 1. Produção de leite (kg/dia; □), ingestão de matéria seca (IMS, kg/dia; ○) e renda do
leite sobre o custo de alimentação (IOFC, $ de renda/$ do alimento consumido; •) em relação
aos dias em lactação. O preço do leite foi definido em 0,35/kg em todos os cenários. O painel A
representa um rebanho de alta produção de leite (12.500 kg/305 dias em lactação) com preço
de alimentação a $0,35/kg de matéria seca. O painel B representa um rebanho de produção
moderada de leite (9.000 kg/305 dias em lactação) com preço de alimentação a $0,35/kg de
matéria seca. O painel C representa um rebanho de produção moderada de leite (9.000 kg/305
dias em lactação) com preço de alimentação a $0,29/kg de matéria seca.

O IOFC reduz-se à medida que os dias no leite aumentam, o que parece


ser independente da produção de leite por vaca (Fig. 1A e 1B) e dos cenários
de custo de alimentação por kg de matéria seca (Fig. 1B e 1C), exceto se
grandes mudanças na persistência da lactação ocorrerem. Também está claro
que, em rebanhos de produção moderada, é difícil justificar o uso rações caras,
particularmente quando a reprodução é deficiente e mais vacas estão nos
estágios avançados da lactação (Fig. 1B). Considerando um rebanho de alta
produção com média de 12.500 kg de leite / 305 dias de lactação, reduzindo o
intervalo médio de parto em 63 dias (de 440 para 377) representaria um
aumento de 7% no IOFC e 1,51 kg / vaca / dia de intervalo de partos ou 498 kg
de leite / vaca / ano (Fig. 2A). Considerando a mesma redução no intervalo de
partos em um rebanho de produção moderada com uma média de 9.000 kg /
vaca / 305 dias de lactação, representaria um aumento de 8% no IOFC e 1,11
kg de leite / vaca / dia de intervalo de partos ou aproximadamente 366 kg /
vaca / ano (Fig. 2B). O incremento na produção diária de leite resultante da
redução do intervalo de partos está negativamente relacionado com a
persistência da curva de lactação. À medida que a persistência da lactação
aumenta, os benefícios para a reprodução diminuem (DeVries, 2011). Assim,
quanto menor a persistência da produção de leite, maior será o aumento diário
do leite com melhorias no desempenho reprodutivo.
As políticas de abate e reposição também têm um tremendo impacto na
rentabilidade do rebanho, e ambos estão associados à eficiência reprodutiva.
As melhorias na reprodução resultam em maior flexibilidade nessas políticas e
permitem que os gerentes tomem decisões programadas com base em
aspectos econômicos e não em considerações biológicas (Groenendaal et al.,
2004). A ineficiência reprodutiva aumenta o custo por gestação, aumenta a
retenção de vacas de baixa produção devido ao estado de gestação e reduz o
número de reposições, o que diminui o ganho no mérito genético do rebanho.
Manter a mesma pressão de reposição quando a reprodução é ruim torna-se,
em muitos casos, dispendiosa e arriscada, uma vez que requer a compra de
novilhas, que podem ser de menor mérito genético, e resulta em falhas de
biossegurança.
Reduzir os custos de criação das novilhas de reposição é outra
consideração importante em muitas fazendas. No entanto, essa estratégia não
pode comprometer a eficiência da criação e a futura produção de leite. Taxas
de crescimento ótimas em novilhas são críticas para o desempenho futuro do
animal. Para maximizar a produção ao longo da vida, as novilhas Holandesas
devem parir com aproximadamente 23 a 24 meses de idade, com ~ 85% do
peso corporal adulto (Gabler et al., 2000; Ettema e Santos, 2004). Para atingir
a idade e o tamanho adequados ao primeiro parto, o ideal é que as taxas de
crescimento possibilitem que a puberdade ocorra aos 10 a 11 meses de idade,
com 40 a 45% do peso corporal adulto e com primeiro serviço aos 13 a 14
meses com 50 a 55% de peso corporal do animal adulto. O parto de novilhas
jovens (ou seja, <22 meses) reduziu os desempenhos produtivos e
reprodutivos na primeira lactação, enquanto que os partos em idade avançada
(ou seja,> 25 meses) não apresentaram melhorias na produtividade na primeira
lactação (Gabler et al., 2000; Ettema e Santos, 2004), com dias adicionais de
vida improdutiva e aumento dos custos de alimentação. Por exemplo, as
rações comumente utilizadas nos Estados Unidos na alimentação de novilhas
gestantes visando alcançar ganhos médios diários de 0,8 a 0,9 kg custaram
aproximadamente US $ 0,24 a 0,26 / kg de matéria seca. Uma novilha gestante
típica aos 23 meses de idade consome 11 a 13 kg de matéria seca por dia,
resultando em custos adicionais com alimentação de US $ 2,50 a US $ 3,00
por dia. Tais implicações afetarão a atratividade para o uso de estratégias
reprodutivas, como a inseminação artificial com sêmen sexado, que resulta em
bezerros mais valiosos, mas também reduz a taxa de concepção da
inseminação artificial (IA, Norman et al., 2010) e pode prolongar a idade ao
primeiro parto.
Dado um tipo específico de vaca leiteira e de sistema de produção, há
um intervalo ótimo do parto à gestação no qual a lucratividade é maximizada.
As vacas gestantes fora desse tempo ótimo tornam-se economicamente menos
atraentes. O custo de um dia em aberto varia de US $ 0 no dia ótimo entre o
parto e a gestação até US $ 6,00 de acordo com vários fatores, como os dias
pós-parto, políticas de abate, disponibilidade de novilhas de reposição,
produção de leite, persistência e número de lactações (De Vries, 2011). O
custo de um dia em aberto aumenta à medida que o intervalo de partos
aumenta e foi estimado em média US $ 1,25, US $ 2,10 e US $ 2,75 aos 90,
150 e 210 dias no leite, respectivamente (Groenendaal et al., 2004). No
entanto, à medida que os dias pós-parto se estendem para além de um limite
máximo, a reposição é economicamente mais viável do que a criação da vaca
e, portanto, o custo de um dia extra em aberto torna-se $ 0. Esta janela de
tempo na qual criar a vaca é economicamente viável varia principalmente com
a produção de leite, o número de lactações e a rentabilidade durante os
estágios tardios da lactação. Normalmente, esse intervalo é mais curto nos
rebanhos de partos sazonais e nas vacas de baixa produtividade e baixa
persistência de lactação. Portanto, o custo de um dia em aberto é, em geral,
maior para vacas de baixo valor do que para vacas de alta produção e para
vacas multíparas do que primíparas (De Vries, 2011), porque estas apresentam
uma curva de lactação mais plana e persistente (Groenendaal et al., 2004).
Tendências semelhantes também são observadas para o valor de uma
nova gestação, que aumenta à medida que os dias no leite aumentam até os
estágios tardios da lactação quando a produção de leite começa a diminuir (De
Vries, 2006). A explicação econômica também se baseia na rentabilidade da
produção de leite nos estágios tardios da lactação e nas políticas de reposição
que juntas vão ditar os lucros futuros. O valor de uma nova gestação é maior
para as vacas com baixa produção no início da lactação, mas o pico de
lactação é menor e ocorre mais cedo do que em as vacas de alta produção (De
Vries, 2011). O custo da perda de gestação segue padrões e aumentos
similares à medida que a lactação avança ou o estágio de gestação aumenta.
No entanto, em geral, o custo da perda de gestação é maior para as vacas de
alta em relação às vacas de baixa produção, a menos que ocorra muito cedo
na lactação (De Vries, 2006). O valor médio de uma nova gestação para uma
vaca Holandesa nos Estados Unidos foi estimado em US $ 278, enquanto que
o custo de uma perda de gestação foi de US $ 555 (De Vries, 2006).
Figura 2. Cura de lactação e produção de leite resultante por dia de intervalo de partos (IP) em
relação aos dias em lactação durante a gestação em rebanhos de alta produção de leite
(12.500 kg em 305 dias de lactação, painel A) e em rebanhos de produção moderada de leite
(9.000 kg em 305 dias de lactação, painel B). A redução do intervalo de partos de 161 para 98
dias aumentou a produção de leite por dia de IP em 1,51 e 1,11 kg/dia para rebanhos de alta e
moderada produção de leite, respectivamente.
Aspectos econômicos dos programas reprodutivos para vacas de leite em
lactação
No passado, a maioria dos rebanhos leiteiros utilizavam programas
reprodutivos que dependiam unicamente da observação do estro e as
intervenções só eram realizadas em vacas com dias pós-parto avançado e sem
inseminação. Normalmente, as intervenções eram baseadas na palpação retal
do trato reprodutivo e as decisões eram tomadas com base na detecção de
estruturas ovarianas e de descargas uterinas, com foco em encontrar a vaca
problema para "corrigi-la". Atualmente, os programas reprodutivos adotaram
uma abordagem diferente, na qual o objetivo principal é ser pró-ativo e
trabalhar com grupos de vacas através do uso de programas reprodutivos
sistemáticos que permitam tomadas de decisão ótimas para o melhoramento
genético. Em última análise, os objetivos são minimizar a variação no intervalo
do parto à primeira IA e aumentar a taxa em que as vacas aptas fiquem
gestantes em tempo hábil oportuno (Santos, 2008).
Quatro fatores principais afetam a eficiência reprodutiva nos rebanhos
leiteiros e são comumente monitorados para avaliar a reprodução: período
voluntário de espera, taxa de inseminação, gestação por IA e perdas de
gestação (Santos, 2008). Para a taxa de inseminação e gestação por IA,
apenas as vacas aptas para gestar são usadas para cálculos e a elegibilidade
é definida como uma vaca que o produtor deseja inseminar, que já passou pelo
período voluntário de espera e que não está gestante. O período voluntário de
espera e a taxa de inseminação determinam o intervalo pós-parto para a
primeira IA. A taxa de gestação por IA é a probabilidade de uma vaca ficar
gestante em uma determinada inseminação. Finalmente, a perda de gestação
é definida como a proporção de vacas gestantes que experimentaram uma
perda embrionária ou fetal. Como nem todas as vacas são inseminadas
imediatamente após o final do período voluntário de espera, e nem todas as
vacas inseminadas ficam gestantes, uma medida mais abrangente da
reprodução é frequentemente utilizada, taxa de prenhez. Essa última é a
medida final da eficiência reprodutiva, pois compreende a taxa de inseminação
e a concepção por IA, e determina o intervalo do final do período voluntário de
espera até a concepção. A taxa de prenhez é uma taxa verdadeira, que muda
diariamente, embora seja medida em vacas individuais, ou com base no
rebanho, a cada 21 dias.
Período voluntário de espera
O período voluntário de espera é o intervalo pós-parto padrão em que as
vacas não são inseminadas com o objetivo final de evitar a reprodução em um
momento em que a fertilidade é baixa por causa da regressão e depuração
uterina, da recuperação de um balanço de nutrientes favorável e da retomada
da ciclicidade. As vacas inseminadas muito cedo no pós-parto tipicamente têm
uma fertilidade deprimida (Tenhagen et al., 2003) e, à medida que o período
voluntário de espera avança, a fertilidade para a primeira IA melhora (Chebel e
Santos, 2010). Assim, estender o período voluntário de espera não
necessariamente resulta em um aumento no intervalo de partos se isso for
seguido por uma melhora na taxa de gestação à primeira IA.
Em termos gerais, o período voluntário de espera é estabelecido com
base no tempo ótimo para o estabelecimento de uma gestação precoce no pós-
parto. Como a maioria das fazendas leiteiras não pode controlar quando cada
vaca fica gestante, o fim do período voluntário de espera ocorre várias
semanas ou meses antes do dia ideal para a concepção. Invariavelmente,
muitas vacas ficarão gestantes antes do seu dia ideal, resultando em uma
lactação curta, com a vaca tornando-se seca quando a produção de leite ainda
é lucrativa. A Figura 3A ilustra o período voluntário de espera desejado para
um rebanho de acordo com o dia ideal de concepção pós-parto e na taxa de
gestação do rebanho. Dois cálculos foram demonstrados, um para um dia ideal
de concepção de 110 e outro de 130 dias após o parto. Os rebanhos com taxas
de prenhez baixas, geralmente abaixo de 13%, não conseguem alcançar o
valor ideal de dias em aberto, mesmo que a inseminação inicie-se
imediatamente após o parto. Para os rebanhos com taxas de prenhez de 15%
ou mais, os valores de dias médios em aberto podem ser alcançados, mas, em
alguns casos, o período voluntário de espera deve ser de menos de 30 dias, o
que não é indicado fisiologicamente. Para os rebanhos com taxas de prenhez
boas a excelentes (> 22,5%), os dias médios em aberto de 110 e 130 dias
podem ser alcançados com um período voluntário de espera que varia de 60 a
98 dias. Como a taxa de prenhez em vacas em lactação em rebanhos nos
Estados Unidos é de 16 a 17%, não é surpresa que as fazendas leiteiras
trabalhem com um período voluntário de espera médio de 55 dias, com quase
nenhuma variação no tamanho do rebanho (NAHMS, 2009). Na verdade, uma
pesquisa recente realizada pelo Sistema Nacional de Saúde e Monitoramento
Animal (NAHMS, 2009) observou que 75% de todos os rebanhos leiteiros têm
um período voluntário de espera que varia entre 41 e 60 dias pós-parto (Fig.
3B).
Como o nível de produção e a persistência da lactação determinam o dia
ideal de concepção para uma vaca ou rebanho, não é de se admirar que o
período voluntário de espera mude de forma semelhante. Portanto, esse
período deve ser mais curto para pequenos produtores ou vacas com baixa
persistência de lactação, enquanto o mesmo deve ser maior para grandes
produtores e para vacas com alta persistência no leite. Da mesma forma, para
um determinado nível de produção, o período voluntário de espera também
deve ser alterado de acordo com a fertilidade do rebanho. À medida que a taxa
de prenhez aumenta, o período voluntário de espera pode ser estendido (Fig.
3A). De fato, atrasar o período voluntário de espera e a primeira IA geralmente
melhora a fertilidade (Chebel e Santos, 2010; Tenhagen et al., 2003). Quando a
inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é incorporada para controlar
precisamente o intervalo para a primeira inseminação, neste caso os
programas que melhoram a fertilidade devem ser usados para permitir a
inseminação subsequente em rebanhos de alta produção, alcançando altas
taxas de concepção por IA. Isso minimiza a proporção de vacas que tornam-se
gestantes cedo demais e reduz os custos para obter uma gestação em locais
onde a aquisição de sêmen e a mão de obra são mais caros do que os
tratamentos hormonais. Santos (2008) calculou o aumento necessário na
gestação por IA na primeira IA para compensar um atraso no período voluntário
de espera. A fim de manter os mesmos dias em abertos, cada atraso de 21
dias na primeira IA após 60 dias pós-parto exigiu um incremento nas
concepções de 8 a 10 unidades percentuais (por exemplo, de 30 a 38%,
Santos, 2008).

Figura 3. Período voluntário de espera estimado (PVE) para atingir dias médios em abertos
(DOPN) de um rebanho de 110 (PVE-110DOPN) ou 130 dias (PVE-130DOPN) de acordo com
a taxa de gestação do rebanho por ciclo de 21 dias (painel A). Os dias de reprodução
resultantes e os ciclos de reprodução de 21 dias para alcançar o respectivo DOPN também
foram calculados. Os valores negativos nos eixos primários e secundários de Y são o resultado
de cálculos e não é possível alcançar. Por exemplo, se o DOPN ideal é de 130 dias e a taxa de
gestação é de 17,5%, o número de dias e ciclos de reprodução para atingir o DOPN desejado
seria de 74 e 4, respectivamente. Nessas circunstâncias, o PVE teria que ser 56 dias. Período
voluntário de espera observado em fazendas leiteiras nos Estados Unidos de acordo com uma
pesquisa recente (Sistema Nacional de Monitoramento de Saúde Animal, 2009, painel B).

Dias pós-parto da primeira inseminação e intervalo para a concepção


Além do período voluntário de espera, o intervalo para o primeiro serviço
também depende do manejo reprodutivo. Nos rebanhos usando a detecção de
estro, o intervalo para o primeiro serviço é altamente dependente da
capacidade de detectar vacas no cio. A precisão e a eficiência da detecção do
estro são variáveis e dependem de fatores ligados aos animais, ambiente e
manejo (Lucy, 2006). A detecção de estro pode ser comprometida pelo
aumento do tamanho do rebanho, densidade animal e tempo que os animais
permanecem no piso de concreto (Vailes e Britt, 1990). Além disso, menores
concentrações circulantes de estradiol em vacas de alta produção foram
associadas com duração reduzida e menor intensidade de estro (Wiltbank et
al., 2006), o que afeta a detecção. Além disso, 13 a 48% das vacas no pós-
parto são anovulares no final do período voluntário de espera, o que limita
ainda mais a submissão à IA após a detecção do estro (Santos et al., 2009).
As baixas taxas de detecção de estro e consequentemente a baixa
submissão à reprodução resultam em tempo mais variável e longo para a
primeira inseminação e gestação, redução das taxas de prenhez e aumento do
intervalo de partos. Uma alternativa razoável para aumentar a taxa de serviço e
a proporção de vacas tornam-se gestantes precocemente após o término do
período voluntário de espera é a incorporação de programas de IATF, isolados
ou em combinação com a detecção de estro. Os programas de IATF são
particularmente benéficos em fazendas com baixa detecção de estro
(Tenhagen et al., 2004), tipicamente em rebanhos com taxas de inseminação
por ciclo de 21 dias abaixo de 55% (Santos, 2008). Devido a má detecção do
estro na maioria das fazendas, o sucesso dos esquemas de ovulação
sincronizados, como um programa de melhorias sistemáticas, tem sido notável,
tornando-se parte integrante do manejo reprodutivo em rebanhos da América
do Norte (Caraviello et al., 2006). LeBlanc (2007) informou que a
implementação da IATF resultou em um aumento de $ 30 de lucro anual por
vaca em comparação com a detecção de estro sozinha. Da mesma forma, De
Vries (2011) relatou uma redução de US $ 80 a US $ 148 no custo por
gestação por IATF em comparação com os programas de detecção de estro.
Inicialmente, os programas de IATF foram considerados "protocolos de
serviço", mas o aumento do conhecimento sobre a biologia reprodutiva da vaca
e a forma como a manipulação hormonal influencia a qualidade dos oócitos e
embriões levaram ao desenvolvimento de métodos que também otimizam a
concepção por IA. Em muitos casos, a concepção por AI obtida com programas
de IATF superou 45% em vacas de alta produção e 55% em vacas leiteiras
criadas a pasto (Bisinotto e Santos, 2011; Wiltbank et al., 2011). O controle
combinado da primeira inseminação, a capacidade de melhorar a fertilidade
das vacas anovulares e a concepção adequada por AI aumentaram as taxas de
prenhez para a primeira IA em rebanhos leiteiros, incorporando os programas
de IATF.
De acordo com De Vries (2011), o intervalo ideal para o primeiro serviço
em rebanhos de Holandês nos Estados Unidos é, em média, 70 dias, mas um
atraso de 1 a 2 semanas para as vacas primíparas e de alta produção dentro
do mesmo rebanho pode ser interessante, enquanto que a redução deste
intervalo de 1 a 2 semanas para os rebanhos de baixa produção também é
benéfica. O autor descreveu que o intervalo ótimo para a concepção no pós-
parto é, em média, 133 e 112 dias para a 1ª e 2ª lactação, respectivamente.
Esses valores são reduzidos para 91 e 77 dias para vacas de baixa produção,
105 e 99 dias para vacas com baixa persistência de lactação e 63 e 51 dias
para pequenos produtores com rebanhos de baixa persistência de lactação.
Todos esses valores podem ser usados como set-points em programas de
melhorias sistemáticas para otimizar a rentabilidade.
Programas de inseminação artificial vs. monta natural
A monta natural tem sido usado como um manejo reprodutivo alternativo
para evitar problemas com a detecção de estro. Na verdade, uma parcela
considerável de produtores de leite nos Estados Unidos ainda usa a moonta
natural em pelo menos parte de seu manejo reprodutivo (De Vries et al., 2005;
NAHMS, 2009). Aproximadamente 25% dos bezerros leiteiros nascidos nos
Estados Unidos são de vacas acasaladas por mnta natural (NAHMS, 2009).
Estudos epidemiológicos que comparam a monta natural com a IA após a
detecção de estro ou uma combinação de detecção de estro e IATF
demonstraram que, em geral, o desempenho reprodutivo não foi alterado (De
Vries et al., 2005) ou piorou para a mnta natural (Overton e Sischo , 2005). Em
muitas fazendas leiteiras que usam uma combinação de IA e monta natural, as
vacas inicialmente são inseminadas uma ou mais vezes e depois são
transferidas para grupos de acasalamento com touros (Overton e Sischo,
2005); no entanto, não está claro quantas inseminações as vacas devem
receber antes de serem expostas aos touros para maximizar a taxa de
prenhez. Isto é particularmente importante nos rebanhos que realizam o
manejo reprodutivo sem o auxílio da detecção do estro, pois o intervalo entre
as inseminações é determinado por quando a vaca pode ser ressincronizada
para IA.
Poucos estudos avaliaram diretamente o desempenho reprodutivo de
vacas leiteiras em lactação expostas à monta natural ou IA com vacas
alocadas aleatoriamente. Em um estudo recente que compara a monta natural
e a IATF, a taxa de prenhez e o intervalo em ciclos de 21 dias para a gestação
foram modestamente influenciados pelo manejo reprodutivo (Lima et al., 2009).
Um dos problemas com IATF é o longo intervalo entre inseminações. As vacas
só podem ser submetidas a outra inseminação, uma vez que o diagnóstico
negativo para gestação é realizado. Em um estudo posterior, as vacas foram
submetidas a 1 em comparação com 3 IATFs antes da exposição à monta
natural (Lima et al., 2012a). Aumentando o número de IAs o desempenho
reprodutivo das vacas leiteiras melhorou. Portanto, apesar do longo intervalo
entre inseminações, substituir a monta natural por IATF melhora o desempenho
reprodutivo das vacas leiteiras e expor as vacas à monta natural não parece
ser uma estratégia válida para melhorar o desempenho reprodutivo.
Em Lima et al. (2009), a ressincronização para IA em vacas submetidas
ao programa de IATF foi iniciada 7 dias antes do diagnóstico de gestação
negativo, o que aumenta os custos associados à inseminação, pois vacas
gestantes também recebem uma parte do tratamento para ressincronização.
No entanto, esta estratégia reduz o intervalo entre inseminações em
aproximadamente 7 dias. A avaliação econômica favoreceu aqueles que
receberam a IATF (Lima et al., 2010). A vantagem econômica da IATF foi ainda
maior quando o progresso genético foi considerado e quando o custo marginal
da alimentação e o preço do leite aumentaram. O principal componente da
monta natural que aumenta os custos com a reprodução é alimentar os touros.
O custo de alimentação de um touro Holandês é aproximadamente 70% do de
uma vaca leiteira em lactação. De acordo com Lima et al. (2009), expor vacas à
monta natural foi US $ 32,7 mais caro / vaca / ano em comparação com a IATF.
Essa vantagem econômica para a IA em comparação com monta natural
provavelmente aumentaria se o programa de inseminação incorporasse a IATF
e a inseminação após a detecção de estro em vacas não gestantes para
reduzir o intervalo entre inseminações (Galvão et al., 2012).
Inseminação artificial com detecção de estro ou IATF
Poucos estudos avaliaram os benefícios econômicos de diferentes
programas de AI em rebanhos leiteiros em lactação (Tenhagen et al., 2004;
Giordano et al., 2011). Tenhagen et al. (2004) demonstraram que a
incorporação de programas de IATF, como o Ovsynch, melhorou o
desempenho reprodutivo e resultou em vantagem econômica em relação à
somente detecção de estro quando a eficiência de detecção de estro foi baixa.
Giordano et al. (2001) avaliou três manejos reprodutivos para vacas leiteiras
em lactação: IA com base na detecção de estro (DE), o programa de duplo
Ovsynch para a primeira IA seguido de ressincronização de vacas não
gestantes com Ovsynch a partir do dia 32 após a IA anterior (DOR) e o duplo
Ovsynch para a primeira e para a IA subsequente (DO-DO). Embora os
programas de IATF tenham sido US$ 17 (DO-Res) e $ 21 (DO-DO) mais caros
/ vacas / ano para implementar do que o programa de detecção de estro, eles
resultaram em US$ 45 e US $ 69 mais por vaca / ano, respectivamente. Em
Giordano et al. (2011), os autores usaram a concepção por IA de 45, 45 e 33%
na primeira IA e, para a IA posterior, 30, 39 e 30% para DO-Res, DO-DO e DE,
respectivamente. Quando os programas de IATF oferecem tais incrementos na
fertilidade, espera-se que eles se tornem mais rentáveis do que a inseminação
após a detecção de estro. A razão para isso é porque os benefícios de
emprenhar uma vaca, em geral, superam as despesas potenciais com os
programas de IA mais caros quando a fertilidade é melhorada. No entanto, a
fertilidade e o desempenho reprodutivo em programas de IATF nem sempre
são superiores aos de vacas inseminadas após a detecção de estro (Santos et
al., 2004a; Tenhagen et al., 2004; Santos et al., 2009; Chebel e Santos, 2010) .
Portanto, é importante considerar qual programa de IATF usar e selecionar o
que oferece a maior fertilidade quando a detecção de estro é completamente
eliminada (Giordano et al., 2011).
Na maioria das fazendas nos Estados Unidos, a IATF é utilizada
simultaneamente com a inseminação após o estro sincronizado ou espontâneo.
Na verdade, mais de 55% das fazendas dependem principalmente da detecção
de estro como o principal método para inseminar vacas (NAHMS, 2009). Como
as vacas inseminadas no estro têm fertilidade semelhante à das vacas
inseminadas após a IATF (Santos et al., 2004a; Tenhagen et al., 2004; Santos
et al., 2009; Chebel e Santos, 2010), é controverso sugerir um atraso na
inseminação de vacas que retornam espontaneamente ao estro para incluí-las
em um programa de IATF seja economicamente vantajoso. Exceto quando a
eficácia e a precisão da detecção de estro são fracas ou a mão de obra para a
detecção diária do estro é cara, prevê-se que as vacas reprodutoras que
retornam espontaneamente ao estro devem complementar os benefícios dos
programas de IATF.
Galvão et al. (2012) modelou recentemente o desempenho reprodutivo e
a economia de fazendas leiteiras que adotam um dos dez programas de
melhorias ao longo de 1 ano. A simulação foi realizada até que o estado
estacionário foi alcançado, então os valores diários médios dos 5 anos
subsequentes foram utilizados para calcular o lucro / vaca / ano. Os autores
avaliaram manejos reprodutivos (detecção de estro ou IATF), eficiência
alterada (40 vs. 60%) e precisão (85 vs. 95%) de detecção de estro,
cumprimento de cada aplicação hormonal do protocolo de sincronização (85
versus 95% ) e preço do leite (US $ 0,33 vs. US $ 0,44 / kg). Os programas
propostos foram: 1) detecção de estro de 40% com 85% de precisão; 2)
detecção de estro de 40% com 95% de precisão; 3) detecção de estro de 60%
com 85% de precisão; 4) detecção de estro de 60% com 95% de precisão; 5)
IATF para todos as IA com 85% de conformidade dos tratamentos; 6) IATF
para todas as IA com 95% de conformidade dos tratamentos; 7) IATF para
primeira IA com 85% de conformidade dos tratamentos seguido de detecção de
estro de 40% com 85% de precisão; 8) IATF para primeira IA com 95% de
conformidade dos tratamentos seguido de detecção de estro de 40% com 85%
de precisão; 9) IATF para primeira IA com 85% de conformidade dos
tratamentos seguido pela detecção de estro de 60% com 85% de precisão; e
10) IATF para primeira IA com 95% de conformidade dos tratamentos seguido
de detecção de estro de 60% com 95% de precisão. Os autores assumiram o
seguinte: a concepção para a primeira IA foi de 33,9% e, em seguida, diminuiu
2,6% para cada inseminação subsequente. A perda de gestação foi fixada em
11,3%. As vacas não foram inseminadas após 366 dias após o parto e as
vacas não gestantes foram abatidas após 450 dias após o parto. As vacas
abatidas foram imediatamente substituídas para manter um rebanho de mil
vacas, incluindo vacas em lactação e secas, com um período seco de 60 dias.
O modelo representava todos os custos e receitas. Os autores assumiram que
as reposições seriam obtidas comprando uma novilha gestante a US$ 1.600.
Os custos de alimentação foram de US$ 0,25 / kg de matéria seca para vacas
em lactação e $ 0.15 / kg de matéria seca para a dieta de vacas secas; O custo
de reprodução foi de US$ 0,10 / vaca / dia para detecção de estro;
prostaglandina F2α foi de US$ 2,65 / dose; GnRH foi de US$ 2,4 / dose; A
administração hormonal foi de US$ 0,25 / injeção; O diagnóstico de gestação
foi de US$ 3,0 / gestação; e outros custos foram de US$ 2,5 / vaca / dia para
explicar o trabalho, os custos veterinários e os custos fixos. O rendimento foi
calculado com base na produção diária de leite com preço do leite de US$ 0,33
ou US$ 0,44 / kg, venda de vacas em US$ 0,65 / kg de peso vivo e venda de
bezerro a US$ 140 / bezerro. A Figura 4 mostra o lucro por vaca / ano quando
o preço do leite foi de US$ 0,33 / kg (Fig. 4A) ou 0,44 / kg (Fig. 4B). Sob os
pressupostos de Galvão et al. (2012), a maior taxa de prenhez no ciclo de 21
dias foi obtida quando as vacas foram submetidas ao programa 10 (Fig. 4A),
IATF para primeira IA com 95% de conformidade dos tratamentos seguido de
detecção de estro de 60% com 95% de precisão . Este mesmo programa
resultou em média de dias para a concepção mais curtas (113 - Fig. 4B) e em
maior lucro por vaca / ano com ambos os cenários de preço do leite, US$ 0,33 /
kg de leite (lucro de US$ 375 / vaca) ou US$ 0,44 / kg de Leite (lucro de US$
1.616 / vaca).
Portanto, a incorporação de um programa de IATF para a primeira IA
com uma alta conformidade que resulte na maior fertilidade deve melhorar os
lucros. Após a primeira IA, ter um programa de detecção estro rígido e preciso
para reinseminar as vacas que retornam espontaneamente ao estro,
simultaneamente com a rotina de diagnóstico de gestação frequante para
ressincronizar vacas não gestantes, geralmente melhora a taxa de prenhez,
reduz os dias em aberto e aumenta o lucro por vaca.

Figura 4. Lucro obtido por vaca por ano ($ / vaca / ano) de vacas submetidas a um dos dez
programas de reprodução: 1) detecção de estro de 40% com 85% de precisão; 2) detecção de
estro de 40% com 95% de precisão; 3) detecção de estro de 60% com 85% de precisão; 4)
detecção de estro de 60% com 95% de precisão; 5) inseminação artificial em tempo fixo (IATF)
para todos as IAs com 85% de conformidade dos tratamentos; 6) IATF para todas as IAs com
95% de conformidade dos tratamentos; 7) IATF para a primeira IA com 85% de conformidade
dos tratamentos seguido de detecção de estro de 40% com 85% de precisão; 8) IATF para a
primeira IA com 95% de conformidade dos tratamentos seguido de detecção de estro de 40%
com 85% de precisão; 9) IATF para a primeira IA com 85% de conformidade dos tratamentos
seguido da detecção de estro de 60% com 85% de precisão; e 10) IATF para a primeira AI com
95% de conformidade dos tratamentos seguido de detecção de estro de 60% com 95% de
precisão. As barras representam o lucro / vaca / ano de acordo com cada programa reprodutivo
calculado com o preço do leite em US$ 0,33 / kg (painel A) ou US$ 0,44 / kg (painel B). As
linhas tracejadas representam a taxa de gestação do ciclo de 21 dias (painel A) ou os dias
médios em abertos (painel B). Adaptado de Galvão et al. (2012).

Aspectos econômicos das tecnologias de embriões para otimizar a


fertilidade em rebanhos leiteiros
O uso das tecnologias de embriões foi descrito como uma alternativa
para melhorar a concepção em vacas leiteiras, especialmente durante períodos
de estresse pelo calor (Ambrose et al., 1999; Al-Katanani et al., 2002; Stewart
et al., 2011). A transferência de um blastocisto para uma fêmea receptora
sincronizada tem potencial para melhorar a fertilidade, porque evade a
fertilização e o desenvolvimento embrionário precoce, que são estágios de
maior sensibilidade térmica (Hansen, 2007) e de altas taxas de perdas de
gestação (Santos et al., 2004b). No entanto, além da fertilidade, vários outros
fatores precisam ser considerados para determinar se o uso de tecnologias
embrionárias é economicamente viável. O custo de um embrião, mão-de-obra,
utilização de receptoras, progresso genético e a fertilidade para programas de
IA são todos fatores adicionais importantes que não podem ser ignorados.
Calculamos e comparamos os custos de cinco manejos reprodutivos de
vacas leiteiras em lactação, incluindo transferência de embriões (TE) de vacas
superovuladas (SOV); produção in vitro de embriões provenientes da aspiração
folicular guiada por ultrassom (PIVE-OPU) ou de oócitos de vacas leiteiras de
matadouro (PIVE-S); IATF; e IATF combinada com inseminação após detecção
de estro (IATF + DE). O sêmen convencional ou sexado foi utilizado em todos
os manejos e tanto as vacas doadoras lactantes quanto as não lactantes foram
consideradas para os programas de TE e PIVE-OPU. Os pressupostos foram
baseados em trabalhos publicados anteriormente (Sartori et al., 2004; Schenk
et al., 2006; Chebel et al., 2008; Steward et al., 2011) e em dados de duas
grandes fazendas comerciais de leite na Califórnia que ordenham
aproximadamente 5.000 vacas leiteiras e transferem mais de 3.000 embriões /
ano (D. Demétrio, 2012, Maddox Dairy, comunicação pessoal). Para o
programa de TE, para cada vaca SOV foram utilizadas duas doses de sêmen
convencional ou 6 doses de sêmen sexado que resultaram no número de
embriões transferíveis de 5 e 2.6, respectivamente. A mesma produção de
embriões foi considerada para as doadoras lactantes e vacas secas devido aos
resultados conflitantes na literatura (Hasler et al., 2006; Chebel et al., 2008).
Quando a doadora de embrião era uma vaca em lactação, uma única coleta foi
realizada e foram adicionados 30 dias extra ao custo devido ao atraso na
primeira inseminação pós-parto. Quando a doadora de embrião era uma vaca
seca, o intervalo entre as coletas foi de 50 dias. Para PIVE-OPU, foram obtidos
8 oócitos de boa qualidade por OPU, que foram inseminados com sémen
convencional e sexado e 20% dos oócitos desenvolveram-se em blastocistos, o
que resultou em 1,6 embriões / seção de OPU (Merton et al., 2003). O intervalo
entre as sessões de OPU foi de 5 a 7 dias, o que foi incluído no custo da
manutenção de vacas não produtoras de ovócitos. Para as vacas em lactação,
os oócitos foram aspirados apenas das fêmeas gestantes, portanto, nenhum
custo adicional foi incorrido. O custo dos embriões PIVE-S foi baseado em
valores de mercado nos Estados Unidos, aproximadamente US$ 60 por
embrião. Para IATF e sincronização das receptoras, o primeiro serviço na
lactação foi utilizado um protocolo de pré-sincronização Ovsynch, enquanto
que para a IA subsequente ou a transferência de embriões em tempo fixo, foi
utilizado o Ovsynch com inserção de dispositivo de progesterona. O
aproveitamento das receptoras após a sincronização para a transferência de
embriões em tempo fixo foi de 79%. O custo de uma palheta de sêmen foi de
US$ 6 para o sêmen convencional e de US$ 18 para o sêmen sexado, com
base em valores para ganhos genômicos de touros de alto valor líquido ($ 500
a $ 600) comercializados nos Estados Unidos. Os custos com mão-de-obra
foram de US$ 10 / h para empregados agrícolas e US$ 150 / h para serviços
veterinários. Uma dose de PGF2α e GnRH foram ambas de $ 2 e o dispositivo
de progesterona inserido de foi de US$ 4 para 7 dias de uso, enquanto o
tratamento com FSH para SOV foi de US$ 75.
Foram realizadas duas análises. A primeira pressupõe que apenas as
vacas na primeira geração pós-parto receberam IA ou embrião. Uma segunda
análise avaliou um programa reprodutivo que durou 120 dias de reprodução
(por exemplo, começando em 80 e terminando aos 200 dias pós-parto) usando
um dos cinco programas com sêmen convencional ou sexado. A combinação
de IATF e detecção de estro incluiu a observação de estro começando
imediatamente após a segunda PGF2α do programa de pré-sincronização até o
final do programa, com duração de 138 dias. A detecção de estro foi de 50%
entre a pré-sincronização e a primeira IATF e de 40% para cada ciclo de 21
dias após a primeira IA. O intervalo entre IA e o diagnóstico de gestação de
vacas não gestantes que não foram observadas no estro foi de 40 dias, porque
elas seriam automaticamente incluídas em um protocolo de sincronização para
novo serviço. O custo de um dia em aberto para vacas em lactação foi
assumido como sendo de US$ 2, que foi aplicada a vacas leiteiras doadoras
para a TE, bem como vacas em lactação recebendo IA ou embriões. Quando a
doadora de embrião era uma vaca seca, o custo diário de manutenção foi
fixado em US$ 3,5, correspondendo aos custos de alimentação e manutenção.
O ganho genético e as decisões de abate não foram consideradas. As
respostas avaliadas foram custo / reprodução, custo / gestação e custo /
gestação de fêmea assumindo cenários de concepção por IA ou TE na primeira
reprodução variando de 15 a 65%. Supôs-se que a concepção por IA diminui
6% para cada serviço adicional após a primeira IA e que a proporção de
gestações de fêmeas seria de 50% para convencional e de 89% para o sêmen
sexado para ambos os programas de IATF e TE e 40% para convencional e
79% para o sêmen sexado para programas PIVE.
O custo por serviço foi maior (US$ 258,9) para TE quando a doadora de
embrião era uma vaca não lactante inseminada com sêmen sexado e menor
(US$ 16,3) quando o programa de AI + DE com sêmen convencional foi
utilizado (Tabela 1). Como esperado, o uso de sêmen sexado aumentou o
custo por serviço, mas o incremento foi proporcionalmente maior quando usado
para inseminação do que para a produção de embriões. Isso ocorre porque o
sêmen representa uma porção maior dos custos de reprodução com IA do que
com a produção e transferência de embriões.
Tabela 1. Custos com reprodução (US$) de vacas lactantes, de acordo com o programa
reprodutivo, o sêmen utilizado e a vaca doadora de embrião.
Programa reprodutivo¹ Sêmen Tipo de doadora Custos/serviço²
Convencional Lactante $112,5
Não-lactante $135,5
TE
Sexado Lactante $214,6
Não-lactante $258,9
Convencional Lactante $125,2
Não-lactante $140,5
PIVE-OPU
Sexado Lactante $145,8
Não-lactante $158,9
Convencional --- $96,9
PIVE-S
Sexado --- $101,9
Convencional --- $18,8
IATF
Sexado --- $30,8
Convencional --- $16,3
IATF + DE
Sexado --- $28,3

¹TE= transferência de embrião de vacas superovuladas; PIVE-A= produção in vitro de embriões


a partir de oócitos aspirados de vacas doadoras; PIVE-S= produção in vitro de embriões a
partir de oócitos obtidos de ovários de matadouro; IATF= inseminação artificial em tempo fixo;
IATF + DE= = inseminação artificial em tempo fixo e detecção de estro durante 11 dias antes
da IATF. ² Inclui todos os custos com a reprodução da vaca: embrião ou sêmen, equipamentos,
laboratório, sincronização, dias em aberto para vacas em lactação e para receptoras; e
alimentação para vacas doadoras não-lactantes.

Quando esses cinco programas foram avaliados apenas para o primeiro


serviço, os custos por gestação foram mais baixos para IA + DE com sêmen
convencional e maior para TE com sêmen sexado em todos os níveis de
fertilidade avaliados (Tabela 2). À medida que a concepção por IA ou por
transferência de embriões diminuiu, o custo por gestação aumentou
independentemente do programa utilizado. Para os programas de transferência
de embriões, o custo para gerar uma gestação foi menor para os embriões
produzidos a partir de oócitos do matadouro (PIVE-S) e os custos mais altos
foram para PIVE-OPU. Comparado com IATF + DE quando a concepção por IA
é de 35%, a transferência de embriões por TE, PIVE-OPU e PIVE-S teria que
atingir mais de 65% de fertilidade para gerar uma gestação de valor similar.
Quando as vacas em lactação são inseminadas com sêmen sexado, a
fertilidade geralmente é de 75 a 80% da observada com o sêmen convencional
(Norman et al., 2010). Usando 25% de concepção por IA em IATF + DE com
sêmen sexado, o uso de tecnologias de embriões com sêmen sexado teria que
resultar em aproximadamente 43% de gestação quando um embrião sexado é
originado de PIVE-S ou 52% quando originado de PIVE-OPU com sêmen
convencional ou > 65% com produção in vivo de embriões com sêmen sexado
(Tabela 2). Uma imagem semelhante foi observada quando os custos foram
calculados para produzir uma gestação de fêmea. Os programas seguiram um
padrão similar, exceto o uso de sêmen sexado que, como esperado, reduziu o
custo para produzir uma cria do sexo feminino em comparação com o sêmen
convencional em todos os programas de reprodução (Tabela 3).
Quando o período de reprodução foi extendido para 120 dias, de 80 a
200 dias no leite, a IATF + DE resultou novamente na gestação mais barata,
enquanto a transferência de embriões com embriões da PIVE-OPU foi a mais
cara (Tabela 4). Por exemplo, com a gestação por IA de 35% e o uso de sêmen
convencional, o custo para gerar uma gestação foi de US$ 145,8. Com os
custos atuais das tecnologias embrionárias, os três métodos avaliados para
produzir um embrião resultaram em prenhezes mais caras. Se a gestação por
transferência de embriões é de 40%, a fertilidade no programa IA deve ser
muito baixa, inferior a 15%, para justificar o uso de qualquer tecnologia
embrionária com o objetivo de melhorar o desempenho reprodutivo de forma
econômica. Quando os produtores valorizam a obtenção de bezerras fêmeas
sobre ter uma vaca gestante, o custo para gerar uma gestação de fêmea com
PIVE-S seria atraente se a fertilidade for mantida em 50% em comparação com
IATF + DE usando sêmen sexado com fertilidade em 20% (Tabela 5 ).
Dados de Stewart et al. (2011) também foram utilizados para calcular o
custo por prenhez, por prenhez de fêmea, por bezerro nascido vivo e por
bezerra fêmea nascida viva, baseada na fertilidade obtida quando a IATF ou a
transferência de embriões em tempo fixo foram utilizadas em vacas sob
estresse calórico. Os pressupostos foram que o estresse térmico limita a
fertilização e o desenvolvimento precoce do embrião; portanto, saltar esses
estágios críticos beneficiaria a fertilidade (Ambrose et al., 1999; Hansen, 2007).
Os embriões foram produzidos por PIVE-S com sêmen sexado e o sêmen
convencional foi usado na IA. As proporções de vacas gestantes no dia 40 e de
gestações a termo foram de 18,3 e 14,6% para IATF e 42,1 e 31,2% para
transferência de embriões em tempo fixo. Como o estresse térmico prejudicou
a fertilidade das vacas inseminadas em comparação com a transferência de
embriões, o custo para produzir uma gestação foi de US$ 93,8 mais barato
para PIVE-S (Tabela 6). No entanto, como a PIVE-S resulta em maiores perdas
de gestação, cada perda de gestação custou US$ 550 (De Vries, 2006), o
custo / bezerro nascido vivo foi US$ 60,4 mais barato para a IATF do que para
PIVE-S. No entanto, a PIVE-S resultou em mais bezerros do sexo feminino, de
modo que o custo / bezerra fêmea nascida viva foi menor para PIVE-S, o que
pode beneficiar os produtores que precisam de um volume maior de fêmeas de
reposição.
Esses dados reforçam o conceito de que, para que as tecnologias de
embrião sejam economicamente viáveis para substituir os programas de IA,
eles devem oferecer incrementos importantes na fertilidade. Quando as
gestações por IA são inferiores a 15%, a transferência de embriões em tempo
fixo com embriões produzidos de forma acessível torna-se atraente. Além
disso, à medida que as tecnologiasde produção de embrião se tornam mais
eficientes e mais baratas, seu uso como ferramenta para melhorar a eficiência
reprodutiva nos rebanhos leiteiros será mais atraente e justificável
economicamente. No entanto, é importante lembrar que a fertilidade abaixo de
15% nos programas de IA é uma grande preocupação e requer uma
reavaliação das práticas de manejo para identificar os motivos de tais
resultados medíocres.
Tabela 2. Custos por gestação (US$) ao primeiro serviço, de acordo com o programa
reprodutivo, o sêmen utilizado e com a gestação à primeira IA ou transferência de embrião.
Gestações por IA ou transferência de embriões (%)
Programa² Sêmen 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0
Convencional 216,2 240,9 270 305 347,8 401,3 470,1 561,7 690,1 882,6 1,203,5
TE
Sexado 373,3 411 455,7 509,2 574,7 656,5 761,8 902,1 1,098,5 1,393,1 1,884,1

Convencional 235,6 261,9 293 330,3 375,9 432,9 506,2 603,9 740,7 945,8 1,287,8
PIVE-OPU
Sexado 267,4 296,3 330,5 371,6 421,8 484,5 565,1 672,6 823,2 1,048,9 1,425,3

Convencional 192,2 214,9 241,7 273,8 313,2 362,3 425,5 509,7 627,7 804,6 1,099,5
PIVE-S
Sexado 199,9 223,2 250,8 283,8 324,3 374,8 439,8 526,4 647,7 829,6 1,132,8

Convencional 72 84,7 99,6 117,6 139,6 167 202,3 249,3 315,2 414 578,7
IATF
Sexado 90,5 104,7 121,5 141,6 166,2 197 236,6 289,3 363,2 474 658,7

Convencional 68,1 80,4 95 112,5 133,9 160,6 195 240,8 305 401,3 561,7
IATF + DE
Sexado 86,5 100,4 116,8 136,5 160,6 190,6 229,3 280,8 353 461,3 641,7
¹Vacas não-gestantes tem 40 dias adicionais para novo serviço, no qual foi considerado no
custo por gestação.
²TE= transferência de embrião de vacas superovuladas; PIVE-A= produção in vitro de embriões
a partir de oócitos aspirados de vacas doadoras; PIVE-S= produção in vitro de embriões a
partir de oócitos obtidos de ovários de matadouro; IATF= inseminação artificial em tempo fixo;
IATF + DE= = inseminação artificial em tempo fixo e detecção de estro durante 11 dias antes
da IATF.

Tabela 3. Custos por gestação de fêmea (US$) ao primeiro serviço, de acordo com o programa
reprodutivo, o sêmen utilizado e com a gestação à primeira IA ou transferência de embrião¹.
Gestações por IA ou transferência de embriões (%)
Programa² Sêmen 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0
Convencional 432,4 481,7 540,1 610,1 695,7 802,6 940,1 1,123,5 1,380,2 1,765,2 2,407,0
TE
Sexado 419,4 461,8 512,0 572,2 645,7 737,7 855,9 1,013,5 1,234,2 1,565,3 2,117,0

Convencional 589,1 654,8 732,6 825,8 939,8 1,082,3 1,265,5 1,509,7 1,851,6 2364,5 3,219,4
PIVE-OPU
Sexado 338,4 375,1 418,4 470,4 533,9 613,3 715,3 851,4 1042,0 1327,8 1,804,1

Convencional 480,5 537,2 604,2 684,6 782,9 905,8 1,063,7 1,274,4 1,569,2 2,011,5 2,748,7
PIVE-S
Sexado 253,0 282,5 317,4 359,3 410,5 474,4 556,7 666,3 819,9 1,050,1 1,434,0

Convencional 144,0 169,3 199,3 235,2 279,1 334,0 404,6 498,7 630,4 828,0 1,157,3
IATF
Sexado 101,6 117,6 136,5 159,1 186,8 221,3 265,8 325,1 408,1 532,6 740,1

Convencional 136,2 160,8 190,0 225,0 267,8 321,3 390,0 481,7 610,0 802,5 1123,3
IATF + DE
Sexado 97,2 112,8 131,3 153,4 180,4 214,2 257,6 315,5 396,6 518,3 721,0

¹Vacas não-gestantes tem 40 dias adicionais para novo serviço, no qual foi considerado no
custo por gestação.
²TE= transferência de embrião de vacas superovuladas; PIVE-A= produção in vitro de embriões
a partir de oócitos aspirados de vacas doadoras; PIVE-S= produção in vitro de embriões a
partir de oócitos obtidos de ovários de matadouro; IATF= inseminação artificial em tempo fixo;
IATF + DE= = inseminação artificial em tempo fixo e detecção de estro durante 11 dias antes
da IATF.

Tabela 4. Média de custos por gestação (US$) durante 120 dias de período reprodutivo, de
acordo com o programa reprodutivo, o sêmen utilizado e com a gestação à primeira IA ou
transferência de embrião¹.
Gestações por IA ou transferência de embriões (%)
Programa² Sêmen 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0
Convencional 223,2 249,1 279,5 315,6 359,3 413,6 482,8 574,5 702,1 892,7 1,209,1
TE
Sexado 385,2 478,1 531,3 594,8 672 768 890,8 1,053,7 1,281,0 1,620,9 2,185,9

Convencional 243,3 271 303,4 342 388,9 447 521,2 619,5 756,4 960,8 1,300,2
PIVE-OPU
Sexado 276 306,6 342,5 385,2 437,1 501,5 583,8 692,9 844,8 1,071,8 1,449,0

Convencional 198,5 222,2 249,9 282,9 322,8 372,3 435,4 519 635,2 808,6 1,096,5
PIVE-S
Sexado 206,4 230,8 259,4 293,4 334,5 385,6 450,6 536,8 656,6 835,6 1,132,6

Convencional 74,5 87,2 102 119,3 140,2 165,8 198,2 240,9 300 387,8 533,1
IATF
Sexado 93,6 108 124,7 144,4 168,2 197,5 234,7 283,6 351,5 452,4 619,6

Convencional 62,8 70,5 79,7 90,8 104,7 122,4 145,8 177,8 223,7 293,8 412,7
IATF + DE
Sexado 81,9 89,9 99,4 111,1 125,7 144,5 169,4 203,5 252,3 327,3 454,3
¹Vacas não-gestantes tem 40 dias adicionais para novo serviço, no qual foi considerado no
custo por gestação.
²TE= transferência de embrião de vacas superovuladas; PIVE-A= produção in vitro de embriões
a partir de oócitos aspirados de vacas doadoras; PIVE-S= produção in vitro de embriões a
partir de oócitos obtidos de ovários de matadouro; IATF= inseminação artificial em tempo fixo;
IATF + DE= = inseminação artificial em tempo fixo e detecção de estro durante 11 dias antes
da IATF.
Tabela 5. Média de custos por gestação de fêmea (US$) durante 120 dias de período
reprodutivo, de acordo com o programa reprodutivo, o sêmen utilizado e com a gestação à
primeira IA ou transferência de embrião¹.
Gestações por IA ou transferência de embriões (%)
Programa² Sêmen 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0
Convencional 446,5 498,2 558,9 631,2 718,7 827,2 965,6 1,149,0 1,404,2 1,785,3 2,418,1
TE
Sexado 432,8 478,1 531,3 594,8 672 768 890,8 1,053,7 1,281,0 1,620,9 2,185,9

Convencional 608,2 677,4 758,5 855,1 972,2 1,117,5 1,303,0 1,548,7 1,890,9 2,401,9 3,250,6
PIVE-OPU
Sexado 349,4 388,1 433,5 487,6 553,3 634,8 739 877,1 1,069,4 1,356,8 1,834,2

Convencional 496,2 555,4 624,8 707,3 807,1 930,8 1,088,6 1,297,4 1,588,0 2,021,6 2,741,4
PIVE-S
Sexado 261,3 292,2 328,3 371,4 423,5 488 570,4 679,4 831,2 1,057,7 1,433,7

Convencional 149,1 174,5 203,9 238,6 280,3 331,6 396,5 481,9 600 775,6 1,066,1
IATF
Sexado 105,1 121,3 140,1 162,3 189 221,9 263,7 318,7 394,9 508,4 696,2

Convencional 125,7 141,1 159,4 181,6 209,3 244,8 291,6 355,6 447,3 587,6 825,5
IATF + DE
Sexado 92 101 111,7 124,8 141,3 162,4 190,3 228,6 283,5 367,7 510,5
¹Vacas não-gestantes tem 40 dias adicionais para novo serviço, no qual foi considerado no
custo por gestação.
²TE= transferência de embrião de vacas superovuladas; PIVE-A= produção in vitro de embriões
a partir de oócitos aspirados de vacas doadoras; PIVE-S= produção in vitro de embriões a
partir de oócitos obtidos de ovários de matadouro; IATF= inseminação artificial em tempo fixo;
IATF + DE= inseminação artificial em tempo fixo e detecção de estro durante 11 dias antes da
IATF.

Tabela 6. Estimativa de custos por gestação e por bezerro nascido vivo para a inseminação
artificial em tempo fixo (IATF), com detecção de cio, utilizando-se sêmen convencional e
produção in vitro de embriões a partir de ovários de matadouro com sêmen sexado, baseado
em dados de fertilidade de Stewart et al. (2011).
Programa
Item IATF + DE PIVE-S Diferença (IATF - PIVE-S)
Gestação (%)
Dia 40 18,3 42,1 -23,8
Termo 14,6 31,2 -16,6
Perdas de gestação e natimortos (%) 20,2 34,7 -14,5
Vacas parindo bezerros vivos (%) 14,6 27,5 -12,9
Custo (US$)
Por gestação 446 352,1 93,8
Por gestação de fêmea 891,9 445,7 446,2
Por bezerro vivo 559 539,1 19,9
Perdas de gestação por bezerro vivo 112,2 192,5 -80,3
Custo total/bezerro vivo (US$) 671,2 731,5 -60,4
Custo total/fêmea viva (US$) 1,342,4 926 416,4
IATF + DE= = inseminação artificial em tempo fixo e detecção de estro durante 11 dias antes
da IATF; PIVE-S= produção in vitro de embriões a partir de oócitos obtidos de ovários de
matadouro.
Aspectos econômicos dos programas reprodutivos para novilhas leiteiras
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sistema Nacional de
Monitoramento de Saúde Animal, cerca de 63% das fazendas leiteiras nos
Estados Unidos usam a IA seguida pela detecção do estro espontâneo ou
induzido em novilhas leiteiras (NAHMS, 2009). As principais vantagens deste
programa são a facilidade de implementação, os custos relativamente baixos e
alta concepção por IA. No entanto, o sucesso dos programas de detecção de
estro é altamente dependente da eficiência e da precisão da detecção, o que
requer observação diária. As baixas taxas de detecção de estro resultam em
baixas taxas de gestação e grande variação na idade ao primeiro serviço e à
primeira gestação e, consequentemente, idade ao primeiro parto, que são
economicamente indesejáveis (Ettema e Santos, 2004). A administração de
PGF2α quando as novilhas são marcadas com bastão de identificação de cio é
uma estratégia muito comum para induzir a luteólise e a formação de grupos
sexualmente ativos, facilitando assim a detecção de estro e concentrando a
expressão do estro em menos dias, o que melhora as taxas de gestação
(Stevenson et al., 2008).
Aproximadamente 33% das fazendas leiteiras nos Estados Unidos ainda
utilizam a monta natural como principal método para o acasalamento das
novilhas (NAHMS, 2009). Embora os programas de monta natural exijam
menos mão de obra e comprometimento pessoal, a eficiência reprodutiva não é
melhorada (Overton e Sischo, 2005; Lima et al., 2009; Lima et al., 2012a). O
aumento na idade à primeira concepção e as despesas para manter os touros
podem aumentar consideravelmente os custos de criação de uma novilha
gestante. Além disso, a manutenção de touros para a monta natural traz
problemas adicionais, como risco de transmissão de doenças venéreas, trauma
durante a cobertura, incapacidade de selecionar para a redução de partos
distócicos, o comprometimento com o melhoramento genético e, mais
importante, risco para o pessoal. De acordo com um relatório do Centro para
Controle de Doenças, o Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade, de 21
mortes foi associado ao manejo do gado nos estados de Iowa, Missouri e
Nebraska, 10 delas foram causados por acidentes com touros (Morbidity and
Mortality Weekly Relatório - MMWR, 2009). Das mortes em fazendas leiteiras
relatadas, todas elas foram causadas por touros. Um estudo recente relatou
287 acidentes graves ou óbitos causados por touros nos Estados Unidos, e a
maioria das vítimas teve uma experiência considerável no manejo de touros
(Sheldon et al., 2009). Portanto, em geral, infertilidade, inferioridade genética,
transmissão de doenças e risco de acidentes com funcionários são problemas
comuns com programas de monta natural.
Uma pesquisa concluída em 2007 indicou que menos de 4% dos
sistemas de produção de leite utilizaram programas de IATF para a criação de
novilhas leiteiras (NAHMS, 2009). A baixa utilização foi justificada pela redução
da concepção por IA (30 a 40%) obtida com o protocolo padrão Ovsynch em
comparação com a IA convencional com detecção de estro (50 a 60%). Outro
motivo foi a percepção dos produtores de que o manejo reprodutivo de novilhas
leiteiras não é uma preocupação. No entanto, novos programas de IATF para
novilhas leiteiras foram desenvolvidos e resultaram em concepção adequada
por IA (50 a 60%; Rabaglino et al., 2010; Lima et al., 2011, 2012b). Com a
fertilidade adequada, a principal vantagem de implementar protocolos de IATF
para novilhas leiteiras é maximizar o número de fêmeas gestantes
imediatamente após a sua elegibilidade para a reprodução, o que deverá
resultar em idade mais jovem à primeira concepção e ao primeiro parto, o que
reduz os custos com a alimentação de novilhas leiteiras (Ettema e Santos,
2004). No entanto, é importante mencionar que esses programas exigem
conformidade e geram mão-de-obra e custos adicionais associados à
administração de hormônios.
Foi realizada uma simulação para calcular as taxas de prenhez, tempo
médio para a concepção, custos totais por IA (incluindo mão-de-obra,
medicamentos, sêmen e equipamento necessários) e custos totais por
concepção para quatro programas reprodutivos com duração de 84 dias,
aproximadamente quatro ciclos estrais. As novilhas eram escolhidas
aleatoriamente para serem acasaladas a partir dos 400 dias de idade (dia 0) e
submetidas a um dos quatro protocolos de reprodução: 1) IATF para a primeira
inseminação e para as inseminações subsequentes; 2) apenas detecção de
estro; 3) IATF para o primeiro serviço e detecção de estro para o restante do
período; e 4) IATF para o primeiro serviço seguido de inseminação após a
detecção de estro ou ressincronizada e inseminação após o diagnóstico de
gestação negativo. Foram consideradas quatro taxas de detecção estral: 50,
60, 70 e 80%. O programa de detecção do estro incluiu uma injeção de PGF2α
no dia 0 em todas as novilhas e uma segunda injeção 14 dias depois para
aquelas que não foram inseminadas. A concepção por IA para as novilhas que
foram inseminadas em estro foi assumida como sendo de 60% para o primeiro
serviço e 54% para as inseminações subsequentes (Norman et al., 2010). Para
a IATF, as novilhas não gestantes foram reinseminadas a cada 40 dias até a
terceira IA, e as gestações por IA foram 59, 55 e 51% para o primeiro, segundo
e terceiro serviços, respectivamente (Lima et al., 2011, 2012b). Para a
detecção de estro, os custos com mão-de-obra foram calculados para a
identificação diária dos animais com bastão marcador na base da cauda e
observação de novilhas. Os custos por prenhez incluíram os custos incorridos
para implementar o programa reprodutivo e os custos com a alimentação
associados ao intervalo do início da estação reprodutiva até a concepção.
Supunha-se que cada dia extra para a concepção após 400 dias de idade
aumentaria os custos com a alimentação em US$ 2. Portanto, as novilhas não
gestantes no final da simulação, no dia 84, tiveram um custo adicional de $ 168
com a alimentação.
Como esperado, os resultados dos programas que utilizam a detecção
de estro foram altamente dependentes das taxas de inseminação (Tabela 7). À
medida que a eficiência da detecção de estro aumentou de 50 para 80%, mais
novilhas ficaram gestantes no início do período reprodutivo, o que reduziu a
idade à primeira concepção. Essas melhorias na reprodução também afetaram
o custo por IA e o custo com alimentação por concepção, o que diminuiu o
custo total por gestação com a melhor detecção de estro. A incorporação de
IATF para a primeira IA reduziu o custo por prenhez em comparação com a
detecção de estro sozinha, embora os benefícios diminuíram quando as taxas
de detecção de estro foram altas (Tabela 7). Quando a IATF adicional foi
incorporado no programa de reprodução para ressincronizar novilhas não
gestantes, que não havia sido detectada no estro, ela beneficiou ainda mais as
simulações com eficiência de detecção de estro baixa (50 a 60%), mas teve
efeitos insignificantes quando a detecção de estro foi de pelo menos 70%%. A
IATF só foi equivalente a um programa baseado na detecção de estro quando
a eficiência de detecção foi de pelo menos 70%. A incorporação da detecção
de estro após uma IATF foi superior à IATF quando a taxa de detecção de
estro foi > 50%. A maioria das mudanças nos custos por prenhez resultaram
dos custos com a alimentação associado a novilhas ficando gestantes mais
tarde no período de reprodução.
Em resumo, a maioria das fazendas leiteiras faz o manejo reprodutivo
das novilhas utilizando a detecção de estro. Quando a eficiência da detecção
de estro cai para menos de 70%, o custo para a obtenção de uma gestação é
semelhante ao uso de IATF isoladamente. No entanto, incorporar a detecção
de estro entre as IATFs reduz os custos associados à criação de novilhas até o
parto, o que diminui o custo por gestação.

Tabela 7. Eficiência reprodutiva e custos de quatro programas reprodutivos para novilhas


leiteiras de acordo com a taxa de detecção de estro.
Programa Reprodutivo¹
IATF + DE nas IAs
IATF Detecção de cio remanescentes IATF + DE entre IATFs
Taxa de
detecção de estro (%) --- 50 60 70 80 50 60 70 80 50 60 70 80
Vacas gestantes (%)
Dia 20 59,0 45,0 50,4 54,6 57,6 59,0 59,0 59,0 59,0 59,0 59,0 59,0 59,0
Dia 40 81,6 59,9 66,5 71,8 75,9 70,1 72,3 74,5 76,7 81,4 81,4 81,3 81,3
Dia 84 91,0 78,6 84,7 89,1 92,2 84,1 87,3 90,1 92,5 91,1 91,2 91,2 91,3
Idade na gestação 418,2 426,6 425,0 423,6 422,4 414,4 415,3 415,9 416,3 416,8 416,5 416,2 415,9
(dias)
Dias de manejo 12,0 84,0 84,0 84,0 84,0 68,0 68,0 68,0 68,0 68,0 68,0 68,0 68,0
Mão de obra (h/IA) 0,2 0,6 0,5 0,4 0,4 0,4 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Custos/IA (US$) 20,8 14,9 13,9 13,3 12,8 18,9 18,3 17,8 17,4 19,1 18,5 17,9 17,4
Números de 1,8 1,8 1,7 1,7 1,7 1,7 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,8
IA/concepção
Custos
alimentação/concepção 53,1 98,9 80,5 67,8 58,9 60,6 55,0 50,2 46,2 49,9 45,3 48,6 48,0
(US$)

Custos 89,5 125,0 104,7 90,9 81,1 93,5 86,9 81,4 76,7 83,3 81,7 80,0 78,4
totais/concepção (US$)

¹IATF= inseminação artificial em tempo fixo; IATF + DE= inseminação artificial em tempo fixo
para a primeira IA seguida de detecção do estro para a IA remanescente; IATF + DE entre
IATF= inseminação artificial em tempo fixo para a primeira IA seguida de detecção do estro
para a ressincronização das novilhas não gestantes para a IATF seguinte ao diagnóstico de
gestação negativo.

CONCLUSÕES
A reprodução continua a ser um componente crítico para manter uma
fazenda leiteira economicamente viável. Ele permite que as novilhas alcancem
a produção em uma idade adequada e vacas leiteiras em lactação para
retornem à produção em um intervalo desejável. De acordo com o nível de
produção e a eficiência reprodutiva das vacas, os produtores precisam
estabelecer metas relacionadas ao momento de se iniciar a inseminação e de
obter uma gestação. À medida que o controle do intervalo à primeira IA e a
fertilidade aumente, o período voluntário de espera pode ser prolongado. Da
mesma forma, embora a obtenção de uma gestação no tempo ideal seja
atraente para rebanhos de baixa e alta produção, à medida que a produção
aumenta as perdas com atraso na gestação tornam-se menores. As vacas de
baixa produção ou as vacas em rebanhos de baixa produção devem receber o
primeiro serviço no início da lactação, geralmente entre 40 e 60 dias após o
parto, enquanto que nas vacas de alta produção ou em rebanhos de alta
produção, esse intervalo pode ser adiado em várias semanas. Em geral, a
incorporação da IATF para a primeira IA seguida de detecção de estro com
ressincronização de vacas que não estão gestantes e nem foram
reinseminadas é a estratégia mais rentável de melhoramento. Quando as
tecnologias embrionárias são incorporadas no manejo do rebanho com o
objetivo de melhorar o desempenho reprodutivo, o diferencial na fertilidade
deve ser grande em comparação com a IA para justificar a sua adoção. Em
muitos casos, os programas de IA devem resultar em fertilidade muito baixa
(<15%) para os resultados típicos da transferência de embriões (40-45% de
gestação) serem economicamente viáveis. À medida que as tecnologias
embrionárias tornarem-se mais eficientes e mais baratas, o seu uso como
ferramenta para melhorar a eficiência reprodutiva nos rebanhos leiteiros será
mais atraente e economicamente justificável. Para as novilhas leiteiras, em
fazendas com excelentes taxas de detecção de estro, acima de 70%, a
incorporação de programas de IATF não é interessante quando o objetivo é
melhorar o desempenho reprodutivo ou reduzir o custo por gestação. A
incorporação de IATF seguida de detecção de estro ou a IATF por si só torna-
se atraente quando a detecção de estro em programas de reprodução de
novilhas é de 60% ou menos.

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