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CRIA E RECRIA DE FÊMEAS LEITEIRAS


Magna Coroa Lima (magna.lima@ufv.br)

1. INTRODUÇÃO

A Europa é o continente de maior produção leiteira no mundo produzindo 40%


do leite mundial, no entanto nos últimos anos a produção foi decresceu 5,3%. O Brasil,
juntamente com a Argentina, Austrália, Índia, China, Polônia e Ucrânia, são países de
grande competitividade em custos de produção, embora os países da Europa tenham
elevados custos de produção estes são sustentados por altos subsídios (BARBOSA e
SOUZA, 2007).
O produtor que não cria suas novilhas tem que adquiri-las para substituir as
vacas de descarte. É possível que se compre novilhas com o mérito genético superior
às vacas do rebanho, entretanto é difícil ter essa garantia; além disso, as
características sanitárias nem sempre são conhecidas podendo se introduzir doenças
não existentes no rebanho (WILSON e HOLMES, 1990).
No sistema de produção de leite onde o produtor não adquire fêmeas de outros
rebanhos e opta fazer a cria e recria de bezerras, todos os investimentos são a médio e
longo prazo, pois nem bezerras nem novilhas produzem leite. No entanto, o progresso
genético do rebanho está fortemente correlacionado com estas categorias (GUERRA et
al., 2010).
O sistema de cria e recria em uma empresa rural não é bem visto, devido ao
fator econômico, visto que nessa fase não há lucro satisfatório para o produtor. A
alimentação é o item que mais onera maiores custos, principalmente durante as
primeiras semanas de vida, onde o leite é o alimento principal. Com tudo isso, é
necessário que se busque uma forma adequada para que os gastos nestas fases
sejam recompensados e refletidos no ganho de peso e idade ao primeiro parto ideal
(CAMPOS et al.,1998).
A criação de bezerras é uma das fases mais importantes em um sistema de
produção de leite. Além de destinarem fêmeas para reposição das matrizes do
rebanho, a venda de bezerras e novilhas pode constituir parte expressiva de renda da

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atividade, assim sendo gastos com bezerras não devem ser considerados apenas
como investimentos na renovação do rebanho, mas também como investimentos na
geração de produtos valorizados (CUNHA e MARTUSCELLO, 2009).
Os pontos mais importantes e críticos para a criação dos bezerros são: as
instalações (maternidade e bezerreiro), o fornecimento do colostro, a cura do umbigo, o
fornecimento da dieta líquida e o desenvolvimento do rúmen (COELHO, 2005).

2. Manejo da vaca Gestante

Os cuidados com a fêmea gestante se iniciam antes do parto, pois nesta fase o
animal necessita de um ambiente seguro, confortável e alimentação adequada
(RIBEIRO, 2005).
A baia destinada a parição deve ser limpa, arejada, desinfetada com cal, e com
cama (evitar maravalha e pó de serra) área de 15 a 20 m2 por animal (ZAMBOM e
COSTA, 2011).

2.1. Escore corporal em vacas

O escore corporal é importante na avaliação do manejo nutricional e reprodutivo,


pois apesar de ser um método subjetivo, tem as vantagens de ser fácil de rápida
aplicação e barato. Na vaca de leite, o escore corporal identifica a quantidade de
reservas de energia armazenadas, que poderá ser mobilizada para processos
fisiológicos de maior demanda, como a lactação (ZAMBOM e COSTA, 2011).
Ao parir, as vacas devem estar com um escore corporal de 3 a 3,5. Um escore
mais baixo implica numa baixa produção de leite. Quando escore corporal decresce
abaixo de 2, possivelmente as vacas não entram em cio e têm menor possibilidade de
ficarem prenhes. As vacas com um escore mais elevado são mais propensas a ter
febre do leite e outras distúrbios metabólicos, e muitas vezes, têm dificuldades no parto
(BLAUW, HERTOG e KOESLAG, 2008).
As vacas que ao parto estão obesas apresentam maior ocorrência de partos
distócicos e distúrbios metabólicos pós parto como febre do leite e cetose. As vacas
devem ser separadas em lotes com até um mês do parto e outro lote com vacas a um

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mês da data prevista para o parto. As vacas do primeiro lote devem ser alimentadas
com volumoso e só deve usar concentrado se o volumoso for de baixa qualidade. Os
animais do segundo lote, faltando um mês para o parto, deverão receber concentrado
na dieta para um bom crescimento do feto e adaptar o rúmen a dieta com concentrado
após o parto (LIZIEIRE, CAMPOS e RONCHI, 2005).

2.2. Recomendações para um bom parto

As vacas devem ser secas e levadas para um piquete maternidade 60 dias


antes da data prevista para o parto, para que ocorra um descanso adequado da
glândula mamária e uma produção de colostro de melhor qualidade e maior produção
de leite (LIZIEIRE, CAMPOS e RONCHI, 2005).
O primeiro sintoma da proximidade do parto é o aumento do úbere, que é
aparente de duas a três semanas antes do parto em vacas e um pouco mais cedo nas
novilhas. O relaxamento dos ligamentos pélvicos ocorre dois ou três dias antes do
parto. Com a proximidade do parto, as tetas ficam edemaciadas e pode haver perda de
colostro, descargas de muco são observadas e a vulva mostra-se edemaciada. As
vacas mudam o comportamento próximo ao parto, se afastando de suas companheiras
e repetindo movimentos como os de deitar e levantar (ALVES e FONTES, 2008).

Figura 11 – Vaca em trabalho de parto.

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O Piquete maternidade deve ser pequeno e bem localização, com boa


drenagem e limpo, de topografia não-acidentada e em local perto e de fácil observação
pelo tratador, deve ter um acompanhamento maior em vacas com histórico de partos
distócicos (LIZIEIRE e CAMPOS, 2005).

3. Cuidados com bezerros ao nascimento

As bezerras precisam de um ambiente limpo e seco, pois essas deixam o


ambiente uterino que possui conforto térmico, portanto ao nascimento ocorre um
estresse térmico, sendo muito importante o cuidado com a regulação corporal das
bezerras, já que exposição prolongada do recém-nascido ao frio pode levar à
hipotermia, aumentando as chances de morte. A regulação corporal das bezerras
dependente do ambiente, uma vez que a superfície corporal das bezerras é maior que
a sua massa corporal interna, o que propicia rápida perda de calor. Os riscos de
hipotermia são maiores em animais fracos e provenientes de parto distócico (FACURY
FILHO et al.,2003).
Após o nascimento deve-se observar a necessidade fazer a remoção das
membranas fetais e do muco presente no nariz e na boca. Normalmente, a bezerra
tenta se colocar de pé poucos minutos após o nascimento e este comportamento deve
ser estimulado; além do comportamento da vaca de lamber a cria a estimular
respiração do bezerro (ALVES e FONTES, 2008).

3.1. Desinfecção do umbigo

Nos primeiros dias de vida, a cicatriz umbilical representa importante via de


contaminação para o neonato. As principais sequelas associadas às infecções
umbilicais são abscessos hepáticos, artrite infecciosa, pneumonias e enterites (DIAS,
2002).
Assim que seja verificado que o bezerro está respirando normalmente, tratar a
atenção ao umbigo. Algumas vezes, ocorre sangramento de umbigo e neste caso, a
utilização de um pedaço de algodão limpo é suficiente pra cessar a hemorragia. Na
maioria dos casos, apenas poucos centímetros do cordão umbilical continua ligado ao

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bezerro. Qualquer acúmulo de sangue dentro do cordão deve ser retirado apertando-se
o mesmo até que todo sangue retido saia, para que assim, em seguida, possa se
aplicar uma solução de iodo a 7% (WATTIAUX, 2011).
O corte e a desinfecção do umbigo é uma pratica obrigatória na criação de
bezerros, a “cura do umbigo” deve ser feita com iodo, que tem ação desinfetante,
cicatrizante e repelente. A bezerra deve ser contida deitada, deve-se utilizar uma
tesoura com pouco corte para haver colabamento do coto juntamente com o corte
diminuindo assim a ocorrência de hemorragia, o umbigo deve ser cortado deixando de
3 a 5 cm, que não deve ser amarrado, após isso desinfete o umbigo com tintura de iodo
(5 a 10%) em um frasco de boca larga deixando por alguns segundos, repita até que o
umbigo esteja cicatrizado (PEREIRA, 2004).

Figura 12: Corte e cura do umbigo. fonte: WWW.rehagro.com.br/publicao.asp?

A cura do umbigo tem por objetivo a desidratação do coto umbilical com o


colabamento dos vasos sanguíneos e do úraco. A falta de cura do umbigo tem como
conseqüência as onfalopatias, sendo estas responsáveis por altas taxas de mortalidade
em bezerros, levando os animais a morte ou a perda de 25% no desempenho produtivo
em relação a outros animais da mesma idade que tiveram o umbigo tratado (COELHO,
2005).

3.2. Placenta dos bovinos

A placenta dos ruminantes é classificada como sinepiteliocorial pela sua


estrutura microscópica que é baseada nos tecidos materno e fetal que estão em

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contato lado a lado, embora não seja uma estrutura tão interligada como na placenta
endotéliocorial (carnívoros); Por isso a placenta dos ruminantes não permite a
passagem de macromoléculas como à placenta dos carnívoros. A estrutura
macroscópica é composta por cotilédones e carúnculas ou projeções especializadas da
mucosa uterina formando os placentomas ou placentônios (HAFEZ & HAFEZ, 2004).
A placenta sindesmocorial ou sinepiteliocorial protege o bezerro da maioria das
agressões bacterianas ou virais, mas impede a passagem de proteínas séricas e
principalmente as imunoglobulinas. O recém-nascido é, portanto, desprovido de
anticorpos e desta forma particularmente sensível às infecções, adquirindo uma
verdadeira proteção imunológica somente após a ingestão do colostro (SANTOS,
2011).

Figura 13. Diagrama das membranas de feto bovino com 105 dias,
Fonte: HAFFEZ e HAFFEZ, 2004.

3.3. Colostro

Colostro é a secreção da glândula mamária no inicio da lactação, podendo durar


de três a seis dias, o colostro não possui valor comercial, sendo conhecido como “leite
sujo’’ (LIZIEIRE e CAMPOS, 2005).
O colostro possui frações mais altas de caseína, albumina e nitrogênio não
protéico comparadas ao leite. O conteúdo energético no colostro é ligeiramente maior
em função da maior quantidade de gordura, apesar de conter menor quantidade de

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lactose que o leite (Tabela 6). O colostro também possui maiores concentrações de
vitaminas, principalmente as lipossolúveis (A, D, E e K) (LIZIEIRE e CAMPOS, 2005).
O colostro possui alto valor nutritivo, além de fornecer anticorpos necessários
para proteção de bezerros recém-nascidos de várias doenças infecciosas que podem
provocar diarréia e morte. A concentração de anticorpos no colostro é em média 6% (6
g/100 g de colostro), mas, varia de 2 para 23%. Por outro lado, a concentração de
anticorpos no leite corresponde a apenas 0.1% (WATTIAUX, 2011).
O colostro não possui somente imunoglobulinas e nutrientes, mas também outros
compostos como hormônios e fatores de crescimento. Dentre outras substancias se
destaca o fator de crescimento semelhante à insulina, denominado IGF-I, não se sabe
ao certo quais as funções, mas acredita que essa molécula possua ação
somatogênica, ou seja, que seja este um fator de crescimento benéfico ao
desenvolvimento do trato gastrointestinal das bezerras recém nascidas (CUNHA e
MARTUSCELLO, 2009).

Tabela 6. Comparação entre as composições de colostro e do leite.


Nutrientes Colostro Leite
Gordura (%) 3,6 3,5
Sólidos não gordurosos (%) 18,5 8,6
Proteína (%) 14,3 3,3
Caseína (%) 5,2 2,6
Albumina (%) 1,5 0,5
Imunoglobulinas (%) 5,5 - 6 0,09
Lactose (%) 3,1 4,6
Cálcio (%) 0,26 0,13
Magnésio (%) 0,04 0,01
Fósforo (%) 0,24 0,11
Ferro mg/100mL 0,20 0,01-0,07

Fonte: LIZIEIRE e CAMPOS, 2005.

Ao nascimento, a bezerra apresenta pequena produção de HCl e baixa atividade


das enzimas proteolíticas do trato gastrintestinal, protegendo as Ig da digestão, além
de conter um inibidor de tripsina, que atua sobre a tripsina, mas atua também sobre a

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quimotripsina e outras proteases. O aumento no intervalo entre o nascimento e a


ingestão de colostro propicia o aumento da atividade digestiva das bezerras, com
destruição de anticorpos (ALVES e FONTES, 2008).
A absorção das Imunoglobulinas do colostro ocorre no intestino delgado, pelo
processo de endocitose. A perda de capacidade absortiva da mucosa intestinal inicia-
se logo após o nascimento e progride continuamente até completar-se, por volta de 24
horas após o nascimento (ALVES e FONTES, 2008).
O colostro possui alto valor nutritivo, além de fornecer anticorpos necessários
para proteção de bezerros recém-nascidos de várias doenças infecciosas que podem
provocar diarréia e morte. A concentração de anticorpos no colostro é em média 6% (6
g/100 g de colostro), mas, varia de 2 para 23%. Por outro lado, a concentração de
anticorpos no leite corresponde a apenas 0.1% (WATTIAUX, 2011).
Os anticorpos ou imunoglobulinas são proteínas que são encontradas na
circulação sanguínea. Os anticorpos possuem a função de destruir bactérias e outros
corpos estranhos (antígenos) que invadem o corpo. Os bezerros recém-nascidos não
possuem anticorpos porque o tipo de placenta das vacas não permite a passagem dos
anticorpos durante a gestação. Por isso a importância dos ruminantes ingerirem o
colostro de boa qualidade e no tempo determinado, pois, os anticorpos são absorvidos
no intestino dos bezerros nas primeiras horas de vida. (WATTIAUX, 2011).
Existem três tipos de imunoglobulinas (Ig): IgG, IgM e IgA, o colostro possui 70 a
80 % de IgG, 10 a 15% de IgM e 10 a 15% de IgA (LIZIEIRE e CAMPOS, 2005).
A bezerra ao nascer praticamente não possui imunidade contra os agentes
patogênicos mais comuns que são encontrados no ambiente. Assim a primeira
imunidade das bezerras deve vir dos anticorpos encontrados no colostro da vaca. O
colostro também apresenta um efeito laxativo e estimula as funções normais do trato
digestivo (WATTIAUX, 2011).
Os dois fatores que determinam o sucesso do manejo do colostro são o tempo
após o parto no qual o colostro é administrado aos animais e a quantidade fornecida
devendo ser fornecido no máximo 6 horas após o nascimento na quantidade de 2 kg
para bezerras de raças grandes e 1 kg para bezerras de raças pequenas e
preferencialmente deve ser mamado na vaca (Figura 9). Esse fornecimento deve ser

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mantido por 2 a 3 dias (2 litros de manhã e 2 litros à tarde), devido ao seu elevado valor
nutritivo e para reduzir a incidência de diarréias durante as primeiras semanas de vida,
pela transmissão de imunidade (OLIVEIRA, 2011; ROCKENBACH et al., 2011).

Figura 14: Efeitos de diferentes quantidades de colostro e tempo de fornecimento após


o nascimento, na transferência de IgG do colostro para o sangue do bezerro. Fonte:
WATTIAUX, 2011

A Figura 14 demonstra o efeito do tempo de fornecimento e da quantidade de


colostro oferecida influenciando a taxa de transferência de IgG para o sangue do
bezerro, sendo que de 0 a 12 horas após o nascimento é o tempo onde a absorção das
imunoglobulinas é máxima, sendo que o ideal é fornecer até 8 horas após o
nascimento; Depois de 24 horas praticamente não há absorção de Ig; Não só o tempo,
mas quantidade fornecida de colostro é importante para manter altas taxas de IgG,
sendo que o fornecimento de 2 kg de leite/alimentação garante maior concentração
sérica de IgG em menor tempo, comparado ao fornecimento de 1kg e de 0,5 kg de
leite/alimentação.
Entende-se por colostro como a secreção grossa, amarelada e cremosa que é
coletada do úbere após o parto. Por definição, apenas a secreção da primeira ordenha
após o parto deve ser considerada colostro, secreções coletadas da segunda à oitava
ordenha (quinto dia de lactação) são denominadas leite de transição devido ao fato de

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sua composição se assemelhar gradualmente à do leite integral, sendo que após o 3º


dia a vaca poderá ir para ordenha (Tabela 7) (WATTIAUX, 2011).

Tabela 7 – Composição do colostro, leite de transição e leite comparado ao dia de


lactação.
Dia da ordenha
Componentes 1 2 3 4 5 11
Colostro Leite de transição Leite
Sólidos totais, % 23.9 17.9 14.1 13.9 13.6 12.5
Gordura, % 6.7 5.4 3.9 3.7 3.5 3.2
Proteína1, % 14.0 8.4 5.1 4.2 4.1 3.2
Anticorpos, % 6.0 4.2 2.4 0.2 0.1 0.09
Lactose, % 2.7 3.9 4.4 4.6 4.7 4.9
Minerais, % 1.11 0.95 0.87 0.82 0.81 0.74
Vitamina A, ug/dl 295.0 — 113.0 — 74.0 34.0
1
Inclui percentagem de anticorpos indicada na próxima linha. fonte: (WATTIAUX, 2011)

3.3.1. Método de fornecimento do Colostro

A quantidade de colostro ingerida por um bezerro é facilmente controlada


quando o colostro é fornecido por mamadeira. O equipamento deve ser bem limpo
após cada uso para minimizar crescimento bacteriano e o risco de transferência de
patógenos (WATTIAUX, 2011).
Fornecer o colostro ao bezerro no balde, não é uma prática recomendável,
porque este método pode levar a desordens digestivas. Pela mesma razão, o colostro
deve ser fornecido à temperatura corporal (39°C). Colostro frio deve ser aquecido em
banho-maria anteriormente ao fornecimento. Uma sonda esofágica pode ser utilizada
para forçar a ingestão em situações em que o bezerro está fraco e ou é incapaz de
mamar adequadamente. Apesar dessa técnica salvar a vida do bezerro, injúrias ou até
mesmo morte podem resultar da utilização imprópria do tubo esofágico. A técnica de
fornecimento deve ser primeiramente demonstrada por um médico veterinário
(WATTIAUX, 2011).
Existem três razões principais para a falha de uma transferência de imunidade
adequada. Em primeiro lugar a mãe pode produzir um colostro insuficiente ou de má
qualidade (falha de produção). Em segundo lugar, pode existir um colostro suficiente
produzido, mas um consumo inadequado por parte do animal recém-nascido (falha de

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