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Alunas:
Maria Eloiza Oliveira Ferreira
Arapiraca –
Alagoas 2023.2
MARIA ELOIZA OLIVEIRA
FERREIRA
Arapiraca –
Alagoas 2023.2
1. INTRODUÇÃO
Com uma produção estimada em 2020 de 67,98 bilhões de litros de leite (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2020), o Brasil mantém sua
posição entre os cinco principais países produtores de leite no mundo, destacando a
pecuária leiteira brasileira como uma importante contribuinte para a economia
nacional. Diante desse cenário, a busca por sistemas de criação de animais mais
econômicos e eficientes, com a adoção de práticas de manejo e alimentação
adequadas, torna-se fundamental para garantir a reposição e o crescimento do
rebanho nacional com animais de alto potencial produtivo a custos reduzidos.
O manejo adequado no primeiro dia de vida não apenas influencia a saúde das bezerras,
mas também tem implicações significativas na mão de obra e nos custos associados à fase
inicial de criação (0 a 60 dias). Logo após o nascimento, é essencial que as bezerras sejam
capazes de se levantar e mamar colostro o mais rápido possível, aproveitando a efetividade da
absorção de imunoglobulinas do leite materno nas primeiras horas pós-parto. A qualidade do
colostro desempenha papel crucial, garantindo a transmissão adequada de imunoglobulinas para
proporcionar proteção eficaz às bezerras. A ingestão oportuna e em quantidade suficiente de
colostro de qualidade reduz significativamente a incidência de doenças nas bezerras,
estabelecendo as bases para um desenvolvimento saudável e impactando positivamente a
produtividade do rebanho a longo prazo.
3.1 Colostragem
O umbigo é uma potencial porta de entrada para diversas doenças em sistemas de criação de
bezerras. No momento do nascimento, as bezerras apresentam a região úmida e exposta, sendo
mais propensas a infecções umbilicais ou onfalites, especialmente se o local de nascimento for
contaminado. Infecções umbilicais não são normais e podem resultar em complicações
crônicas, incluindo problemas respiratórios, artrite, infecções generalizadas e, em casos
extremos, levar à morte.
Para promover a secagem adequada do umbigo, recomenda-se o uso de uma solução de iodo a
10%, aplicada em um recipiente que permita imergir completamente o umbigo duas vezes ao
dia, por no mínimo 3 dias. O corte do umbigo só é necessário quando este ultrapassa os 15 cm
de comprimento, devendo ser realizado com tesoura limpa e tratada com a mesma solução de
iodo a 10%. Nesse cenário, o corte visa deixar o umbigo com comprimento entre 8 cm e 10 cm,
conforme orientações de Paranhos da Costa e Silva (2014).
O leite é o alimento ideal para bezerras até os 30 dias de idade, devendo ser oferecido
imediatamente após a ordenha. Em situações em que a entrega imediata não é possível, é
essencial aquecer o leite e manter a temperatura em torno de 37 °C. Caso não seja viável
fornecer leite, é recomendado evitar sucedâneos de leite com alto teor de proteína vegetal, como
a soja, devido às dificuldades de digestão por bezerros jovens, o que aumenta os riscos de
diarreia e empanzinamento. A fase até os 30 dias é crítica para a susceptibilidade à diarreia,
sendo crucial evitar sucedâneos de leite de baixa qualidade nesse período.
O leite pode ser administrado em baldes, preferencialmente com bicos, ou por meio de
mamadeiras. Independentemente do método escolhido, é vital manter rigorosa higiene nos
utensílios utilizados para garantir a saúde das bezerras.
Entre os 30 e 60 dias, considerando aspectos econômicos, é possível fornecer um sucedâneo de
leite de qualidade. Na última semana do período de aleitamento, a quantidade de leite deve ser
reduzida pela metade, acompanhada do aumento gradual da oferta de alimentos sólidos,
preparando as bezerras para a transição alimentar.
5. *Prevenção de Distúrbios Nutricionais:* Uma transição suave para alimentos sólidos ajuda a
prevenir distúrbios nutricionais, como acidose ruminal, garantindo a adaptação progressiva do
sistema digestivo.
A escolha do local para o bezerreiro é crucial, exigindo um ambiente bem ventilado e de fácil
acesso para otimizar os cuidados com os animais. A instalação deve permitir a limpeza ou
desinfecção diária, especialmente após a saída ou óbito dos animais (Azevedo et al., 2008).
Diversas opções de instalações para bezerras em aleitamento estão disponíveis, desde
bezerreiros fechados e coletivos até abrigos individuais, confeccionados com diversos
materiais. É fundamental destacar a delicadeza dessa fase, tornando as bezerras mais
susceptíveis a doenças infectocontagiosas devido à imunidade reduzida em comparação com
outras fases da vida. A seguir, são apresentadas algumas alternativas de instalações para a
criação de bezerras leiteiras.
1. É aconselhável destinar um piquete para liberar os bezerros por algumas horas diárias,
permitindo que corram, brinquem e interajam socialmente. O piquete deve oferecer no mínimo
10 m² por animal (Paranhos da Costa; Silva, 2014).
2. A localização das casinhas demanda atenção especial. Deve estar próxima a áreas de
movimentação humana para facilitar o manejo dos animais e permitir a observação e
identificação de eventuais sinais de doenças.
3. A área deve ser protegida dos ventos dominantes e livre de riscos de alagamento.
4. As casinhas podem ser instaladas em uma área com capim de altura média (aproximadamente
10 cm–15 cm) e bom valor nutricional, preferencialmente do gênero Cynodon, por serem
macios e apresentarem altura mais baixa.
5. Sempre que a área começar a ficar úmida ou acumular lama, é crucial realocar as casinhas
(daí a importância da escolha do material dos abrigos, facilitando sua movimentação).