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Tabela 9 – Requerimentos energéticos e proteicos para bezerras alimentadas com leite


ou sucedâneo e concentrado. A ingestão de matéria seca necessária para atender os
requerimentos energéticos dos animais, baseada nos teores médios de energia no leite
ou sucedâneos (assumida como 4,75 Mcal de EM/kg de MS) e de um concentrado
padrão, com 3,28 Mcal de EM/kg de MS, e assumindo que o leite representa 40% da
matéria seca da dieta, com uma média de 4,51 Mcal de EM/kg de MS.

5.5. Fornecimento de volumoso


Os alimentos volumosos são muito importantes para o desenvolvimento
fisiológico, do tamanho e da musculatura do rúmen (ALVIM et al., 2005).
Um bom volumoso, feno ou capim picado, deve ser fornecido, segundo o NRC
(2001) a partir da sexta semana de idade. Em escala de importância, para bezerros,
antes dos três meses de idade, bons fenos são melhores que bons alimentos capim
verde picados, que, por sua vez, são melhores que boas silagens. Esta é uma
recomendação de ordem geral, já que a qualidade do alimento é extremamente
importante na determinação do consumo (ALVIM et al., 2005; PEREIRA, 2011).
Antes dos três meses de idade, o uso de alimentos fermentados, como silagens,
não é recomendado, uma vez que o consumo será insuficiente para promover o
desenvolvimento do rúmen e o crescimento do animal (ALVIM et al., 2005; LUCCI,
1989).

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Sabe-se que bons fenos constituem-se no melhor alimento para bezerros, tendo
em vista a constância na sua aparência, sabor, composição e boa palatabilidade,
assegurando ingestão razoável de matéria seca. Os alimentos verdes também são
excelentes, principalmente quando se utilizam forrageiras tenras, sendo o único
problema sua inconstância em termos de qualidade podendo assim, ocasionar
consumo irregular (SAVASTANO, 2011).

5.6. Fornecimento de água


A água disponível deve estar limpa e fresca. Se forem usados baldes para dar
de beber aos animais, a água deve ser renovada diariamente. Recomenda-se que os
bezerros tenham, à sua disposição, desde a primeira semana de idade, água fresca e
limpa, porque há evidências de maior consumo de concentrado pelos animais assim
manejados (ALVIM et al., 2005).
Água limpa e fresca deve estar sempre disponível a partir do momento que se
inicia o fornecimento de concentrado. O consumo de matéria seca é estimulado pelo
aumento do consumo de água (WATTIAUX, 2011).
Embora não exista um tempo exato, recomenda-se o fornecimento de água
somente 15 a 20 minutos após o fornecimento do leite de forma que a goteira relaxe
(BITTAR, 2011).

6. Desmama

O desmame é considerado uma das fases de maior estresse na vida do animal. Em


sistemas naturais a desmama ocorre entre 7 e 12 meses de idade, sem a retirada
brusca do leite, no entanto essa desmama tardia inviabiliza o sistema de produção de
leite. Portanto sendo 60 dias o período comumente aceito para a realização do
desmame de novilhas leiteiras (MARCONDES et al., 2009).
Os bezerros devem ser desaleitados quando apresentarem um consumo de
concentrado adequado durante pelo menos 3 dias consecutivos, sendo o consumo
fixado em uma quantidade de acordo com o porte do animal (700-800 g/d para
Holandês e 450-500 g/d para Jersey) ou em 1,5 % do peso ao nascer do bezerro.

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Assim, o desaleitamento não deve ser imposto pela idade do animal ou por restrição de
instalações (BITTAR, 2011).
As bezerras desmamadas devem permanecer, por uma semana a trinta dias, no
mesmo local onde estavam para minimizar o estresse da desmama e de mudança de
hábitos alimentares. Após o desaleitamento as bezerras serão criadas em lotes, cujo
número dependerá do manejo da propriedade (ALVES e FONTES, 2008; LUCCI,
1989).

6.1. Desmama precoce


As maiores vantagens da desmama ou do desaleitamento precoce são as
reduções no custo da alimentação, da mão-de-obra e a não ocorrência de distúrbios
gastrointestinais. Quando o bezerro estiver consumindo 600 a 800 g de concentrado
por dia, de maneira consistente (3 dias consecutivos), ele estará pronto para ser
desaleitado ou desmamado, independentemente de sua idade, tamanho ou peso
(ALVES e FONTES, 2008; CARVALHO et al., 2003).
Existem tendências de redução do período de aleitamento pra 45 dias, a retirada
do leite e introdução de misturas de concentrado e volumoso na dieta do animal
corresponde uma redução de 32% no custo diário com alimentação, podendo viabilizar
a recria na propriedade (NUSSIO, 2004).
O fornecimento de concentrado inicial a partir da segunda semana de idade é
importante para quem adota a desmama precoce. A quantidade reduzida de leite
ingerida e o fato de os bezerros ainda não terem a capacidade de obter do pasto os
nutrientes necessários para seu crescimento, justificam esta afirmação. O consumo de
pasto passa a ser importante a partir do terceiro mês de idade, quando começa a
declinar a produção de leite da vaca. A taxa de crescimento da bezerra dependerá, em
grande parte, da qualidade do pasto disponível. Poucos são os produtores que
oferecem concentrado inicial para os bezerros, levando à subnutrição dos animais, o
que resulta em maior ocorrência de doenças, menores ganhos de peso e idade mais
avançada à primeira parição (CAMPOS e FARJADO, 2011).
Independentemente do sistema de criação adotado, não há razão, do ponto de
vista do bezerro, do fornecimento da dieta líquida ser superior a oito semanas. No
desaleitamento abrupto, não é necessária a redução gradativa da quantidade de leite

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oferecida para os bezerros, que as vezes é uma prática trabalhosa, principalmente à


medida que aumenta o número de bezerros (SAVASTANO, 2011). No entanto o
desaleitamento abrupto não é recomendado pois, causa estresse aos bezerros,
aumentando a suscetibilidade a infecções.
Os bezerros desmamados devem permanecer na sua instalação por mais quatro
semanas após o corte da dieta líquida, recebendo água e alimentos sólidos. Assim,
eles perderão o hábito da dieta líquida com menor estresse, e será possível observar
como eles reagiram à desmama ou ao desaleitamento. Outro fator de importância é a
não-ocorrência de estresse por competição, se mudados imediatamente após a
desmama para instalações coletivas (baias ou pasto).

7. Sistemas de criação de bezerras

Na Argentina, Austrália e Nova Zelândia são adotadas técnicas de produção de


leite utilizando o máximo de pastagens, como conseqüência observam os custos de
produção mais baixos do mundo, entre US$ 0.12 e 0.17 por litro (SANTOS, 2011).
A escolha do sistema de criação deve ser feito de acordo com o padrão genético
do rebanho e ao nível de tecnificação da propriedade, para que o animal seja capaz de
expressar o máximo o potencial genético do animal. O sistema tradicional de criação é
aquele em que o animal permanece com a mãe até a desmama natural é utilizado
geralmente em rebanhos leiteiros com baixa tecnificação, ou ainda em rebanhos
compostos basicamente por vacas zebuínas, (OLIVEIRA, AZEVEDO e MELO, 2005).
No sistema convencional, os bezerros são criados até a idade de 2 meses em
baias individuais fixas, com área de 1,50 a 1,80 m2 por animal. As baias são
localizadas no interior de um galpão, cujas divisórias externas são de alvenaria com 15
cm de espessura, de placas pré-moldadas ou de madeira, com altura de 1,40 a 1,80 m;
as divisórias internas são de alvenaria, de perfis metálicos ou de placas pré-moldadas
com uma altura de 1,00 a 1,40 m. As baias têm piso elevado ao nível do solo,
pavimentado ou não. A estrutura do telhado do galpão é comumente apoiada em
pilares de concreto, alvenaria ou pré-moldados. A melhor cobertura é a feita com telhas
de barro (AZEVEDO, 2008).

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O sistema tradicional de criação de bezerras possui a vantagem de ser mais


econômico por exigir menor mão-de-obra, além da bezerra apresentar bom
desenvolvimento, consumir quantidades suficientes de leite, sendo ideal fornecer
concentrado a partir do declínio da produção de leite da mãe, que, associado a uma
pastagem de boa qualidade. O sistema tradicional é utilizado em rebanhos, cujas vacas
tem produção média inferior a 10 kg diários ou onde o uso de duas ordenhas seria
antieconômico (LUCCI, 1989).
Em sistemas mais intensificados e especializados, é comum o confinamento das
bezerras em abrigos coletivos ou individuais. Os abrigos individuais estão sendo
utilizados pelas criações de melhor padrão técnico e de produtividade elevada e
apresentam diversas versões, a exemplo da casinha individual (Figura 28) (OLIVEIRA,
AZEVEDO e MELO, 2005).
O sistema adotado ultimamente consiste em utilização de abrigos individuais
móveis para criação de bezerros com idade entre 1 e 90 dias, sendo que, após essa
idade eles passam para baias coletivas. Os abrigos são locados em piquetes próximos
ao estábulo, onde os bezerros são contidos por meio de correntes e coleiras, ou por
meio de um cercado (solário), geralmente feito de tela de arame. A área deve ser bem
drenada, protegida dos ventos e exposta ao sol no inverno. Além disso, o local deve ter
um ligeiro desnível para permitir o escoamento dos dejetos e restos alimentares, que
normalmente ficam acumulados tornando o ambiente desagradável (AZEVEDO, 2008).

Figura 28 – Abrigo individual. fonte: WWW.rehagro.com.br

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O uso de abrigos individuais com a separação física dos bezerros provoca a


redução da disseminação de doenças pela redução do contato dos bezerros com
patógenos. A individualização aumenta o poder de observação sobre o animal
facilitando a identificação imediata dos primeiros sinais de doenças (COELHO, 2005).
Dentre as suas vantagens dos abrigos individuais são: proteção do animal
contra a chuva e o excesso de sol e a facilidade para limpeza, desinfecção e
deslocamento que evitam o acúmulo de umidade no solo e quebram o ciclo de vida dos
organismos causadores de doenças. Além disso, os animais são mais observados e o
manejo fica racionalizado. As bezerras são levadas para esses abrigos entre 12 e 24
horas após o nascimento e ingestão do colostro (SAVASTANO, 2011).
Esses abrigos devem ser localizados em terrenos bem drenados dispostos de
forma que permitam a incidência dos raios de sol da manhã e devem ser mantidos com
uma cama de capim seco ou palha, esta devendo ser substituída periodicamente,
devido ao risco de contaminação (SAVASTANO, 2011).
Os abrigos individuais devem ter uma distancia de no mínimo 2,00 m um do
outro e a 15,00 m de qualquer outro abrigo de animais domésticos, para evitar contágio
em caso de doença (AZEVEDO, 2008).
Em regiões quentes, as instalações devem ser abertas, com o eixo longitudinal
do pavilhão (eixo maior) orientado no sentido leste-oeste (nascente-poente) (Figura
29), para minimizar a penetração de raios solares, particularmente quando se cria em
confinamento total, além de serem fechadas ao sul, para evitar as correntes de ventos
mais frios. Já em clima temperado, o eixo maior deve fica na direção norte-sul, para
aumentar a radiação no interior do galpão no inverno (período chuvoso), auxiliando no
aquecimento da instalação e mantendo-a mais seca e “esterilizada” pelos raios solares
(CAVALCANTI, 2009).
O pé direito da instalação é outro elemento importante para favorecer a
ventilação e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da cobertura sobre os
animais. Estando os animais mais distantes da superfície inferior do material de
cobertura, receberão menor quantidade de energia radiante. Desta forma, quanto maior
o pé direito, menor a carga térmica recebida pelos animais. Recomenda-se pé direito

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de, pelo menos, 3,00 a 3,60 m, o que pode variar com o tipo de instalação, o ambiente
e o material que se vai utilizar (CAVALCANTI, 2009).

Figura 29 – Orientação para construção das instalações para bezerros

Qualquer tipo de alojamento para bezerra deve possuir local para água,
concentrado, leite e feno. Nesse sistema, são fornecidos cerca de 10% do PV de leite
divididos em duas vezes até os 15 dias de idade, quando os animais passam a recebê-
lo em uma só porção (ALVES e FONTES, 2008).
O animal em amamentação não deve tomar água pela menos uma hora antes
da mamada para que possa tomar todo o leite imediatamente. Como se trata de um
produto bastante perecível, o animal não deve tomar resto de leite, sendo o balde
retirado logo após o aleitamento para ser lavado. A higiene e a desinfecção de baldes e
instalações são fundamentais para o sucesso no desenvolvimento das bezerras
(SAVASTANO, 2011).
No sistema Argentino de criação de bezerras os animais são presos a arames
esticados em frente aos cochos de água e concentrado (Figura 30). Neste modelo,
permite-se maior movimentação da bezerra e maior dispersão dos dejetos (urina e
fezes), que não se amontoam em um mesmo lugar. Portanto, não é necessário mudar
o animal de lugar devido ao acúmulo de matéria orgânica. Tal sistema pode ser a
opção mais indicada, quando não se dispõe de área suficiente para mudar os animais
de lugar periodicamente (VIEIRA, 2008).

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Figura 30 – Sistema argentino. Fonte: Vieira, 2008

8. Recria de Bezerras

O manejo de novilhas leiteiras após a desmama (60 dias após o parto) constitui
um desafio na maioria das fazendas leiteiras do Brasil, pois elas são tratadas como
uma categoria de menor prioridade, quando comparada com animais já em produção
(MARCONDES et al.,2009)
A fase de recria, que vai da desmama até a primeira cobertura, é menos
complexa que a fase de cria, mas nem por isso exige menor atenção dos produtores de
leite. A alimentação das novilhas dependerá da idade estabelecida para a primeira
cobertura. A idade à primeira cobertura ao redor de 15 meses exige melhores
condições de manejo e nutrição (GONÇALVES, 2007).
O objetivo na criação de novilhas leiteiras deve ser o de obter um animal capaz
de expressar seu potencial genético, através da produção de leite, a um menor custo
possível. Deve-se considerar a novilha como um investimento na atividade de produzir
leite. Então, o sucesso do programa de criação das novilhas é medido pelo
desempenho das mesmas durante a primeira lactação. (CAMPOS & LIZIEIRE, 2005).
A fase da desmama até o parto de novilhas leiteiras não contribuem com a
renda da atividade leiteira, é uma fase de investimentos no futuro do empreendimento,
buscando-se sempre melhor eficiência e maior rentabilidade nos sistemas de produção
de leite. Para que o produtor obtenha sucesso nesta fase da criação de bovinos

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leiteiros é fundamental antecipar a idade ao primeiro parto e o monitoramento deve ser


realizado para atingir as metas desejadas.
Depois da desmama os bezerros podem ser agrupados, inicialmente em grupos
pequenos de animais que se encontram com os mesmos requerimentos nutricionais. O
tamanho e o número de grupos dependem do tamanho do rebanho e disponibilidade de
alojamento (WATTIAUX, 2011).
A maturidade sexual em novilhas depende mais do peso corporal que da idade.
Neste sentido, a taxa de crescimento tem considerável influência sobre a idade à
puberdade e, conseqüentemente, ao primeiro parto (HOPKINS, 1989; FERREIRA,
1991). Portanto, tem sido observado que a idade a puberdade é influenciada pelo nível
nutricional recebido pelas bezerras durante o período pré puberal (Tabela 10), em que
baixo nível de energia retarda a puberdade (HOPKINS, 1989).

Tabela 10 – Idade e peso ao primeiro cio em novilhas Holandesas alimentadas com


três níveis de energia.

Idade ao 1º cio Peso ao 1º cio


Consumo de NDT¹
meses média Peso (kg) Média (kg)
Baixo (60%) 13,6- 18,5 16,6 195,5 – 261 245,5
Normal (100%) 8,5 - 12,7 11,3 200 – 295,5 263,5
Alto (140%) 6,7 - 9,9 8,5 209 - 291 263,5
1: Nutrientes digestíveis totais (NDT). Fonte: Adaptado de HOPKINS (1989).

Os animais submetidos a baixo nível nutricional tiveram atraso na idade à


puberdade e não apresentaram cio até que o seu peso corporal fosse similar ao peso
dos animais que receberam nível nutricional normal e alto, reforçando, assim, a
influência do peso no desenvolvimento reprodutivo dos animais (Tabela 10). A taxa de
crescimento das bezerras e novilhas é um excelente indicador do nível de manejo
adotado na propriedade. Tem sido relatado que ganhos de peso abaixo de 0,35 kg/dia
e acima de 0,95 kg/dia compromete a idade a maturidade sexual e podem prejudicar a
futura produção de leite, por acúmulo de gordura no úbere, respectivamente
(HOPKINS, 1989 e FERREIRA, 1991).

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O sistema de criação de bezerras deve fazer com que a novilha leiteira alcance
a puberdade com 14 a 16 meses de idade com peso médio de 350 kg (raças grandes)
e 250 kg (raças pequenas), idade ao parto de 24 a 27 meses com peso médio de 500 a
550 kg (raças grandes) e 400 a 450 kg (raças pequenas), pois com essas proporções
as novilhas de primeira cria mostrarão menos propensão a partos distócicos e terão
condições de enfrentar a lactação sem desgaste físico acentuado, além de maior vida
útil produtiva. Para isso, fazem-se necessário ganho variando de 700 a 800 g/dia, em
que os animais atingem peso médio a maturidade em torno de 650 kg, raças grandes e
550 kg, raças pequenas (FARIA, 1991).
Como as exigências nutricionais variam consideravelmente com o aumento de
tamanho dos animais, um aspecto importante é o agrupamento dos animais para
otimizar a alimentação. Este agrupamento irá depender do tamanho do rebanho e das
instalações disponíveis. O objetivo é minimizar a variação das exigências nutricionais
dentro do grupo para manter a eficiência (OLIVEIRA, 2011).
Na grande maioria das propriedades o manejo de novilhas, após o desmame,
torna-se o principal desafio para os técnicos e produtores, porque elas são tratadas
como animais de menor prioridade no rebanho já que têm menor impacto sobre a
receita da propriedade, quando comparadas com as vacas em lactação. Para que o
programa de criação de novilhas leiteira obtenha sucesso será necessário alcançar os
seguintes índices zootécnicos (Tabela 11).

Tabela 11 – Índices desejáveis na criação de novilhas leiteiras

Índices Raça Mestiças H x Z*


Holandesa

Mortalidade até três meses 5 5


GMD do nascimento a puberdade (kg) 0,8 0,5
Idade ao acasalamento (meses) 14 a 16 16 a 18
Peso ao acasalamento (kg) 350 a 380 300 a 320
Idade ao primeiro parto (meses) 23 a 25 25 a 27
Peso ao primeiro parto (kg) 540 a 580 410 a 430
Condição corporal ao parto (Escala de 1 a 5) 3,5 3,5
* Mestiças Holandês x Zebu. Fonte: CAMPOS e LIZIEIRE (2005)

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