O documento descreve quatro sistemas de produção de leite no Brasil: extensivo, semi-extensivo, intensivo a pasto e intensivo em confinamento. Cada sistema varia no nível de produtividade, alimentação, instalações, manejo e riscos de doenças. O sistema intensivo em confinamento envolve manter as vacas em estábulos com alimentação no cocho e produz mais de 4500 litros de leite por vaca por ano.
O documento descreve quatro sistemas de produção de leite no Brasil: extensivo, semi-extensivo, intensivo a pasto e intensivo em confinamento. Cada sistema varia no nível de produtividade, alimentação, instalações, manejo e riscos de doenças. O sistema intensivo em confinamento envolve manter as vacas em estábulos com alimentação no cocho e produz mais de 4500 litros de leite por vaca por ano.
O documento descreve quatro sistemas de produção de leite no Brasil: extensivo, semi-extensivo, intensivo a pasto e intensivo em confinamento. Cada sistema varia no nível de produtividade, alimentação, instalações, manejo e riscos de doenças. O sistema intensivo em confinamento envolve manter as vacas em estábulos com alimentação no cocho e produz mais de 4500 litros de leite por vaca por ano.
Tema 2- Sistema de produção de leites e manejo de ordenha
Sistemas de produção são as formas com que produzimos
leite no mundo e no Brasil, ou seja, os conjuntos de estratégias para produzir leite. De acordo com a EMBRAPA (2005) considerando que a produtividade animal é função de um conjunto de tecnologias, foram definidos quatro tipos de sistemas, conforme o grau de intensificação e o nível de produtividade, e caracterizados conforme a alimentação volumosa adotada, que são: sistema extensivo, sistema semi-extensivo, sistema intensivo a pasto e sistema intensivo em confinamento. O modelo extensivo de produção de leite apresenta uma produção média por vaca ordenhada inferior a 1200 litros de leite por ano e caracteriza-se pela alimentação exclusivamente a pasto, suplementado apenas com sal comum. Os rebanhos são constituídos de animais mestiços com alto grau de sangue de raças zebuínas (<1/2 HZ). As vacas são ordenhadas uma vez ao dia, com o bezerro ao pé. O sistema de aleitamento adotado é o natural (bezerro mamando na vaca durante toda lactação), com desaleitamento aos seis/oito meses de idade. Como o controle sanitário é precário e geralmente inexistente, o risco de disseminação de doenças contagiosas é elevado. As instalações limitam-se a um curral onde os animais são ordenhados. Já no sistema semi-extensivo, o aleitamento predominante é o natural com desaleitamento aos 8 a 10 meses de idade, mas alguns produtores adotam o sistema de aleitamento artificial, com desaleitamento aos 2 a 3 meses de idade. O controle sanitário é melhor, mas ainda pode ser considerado precário, com algum risco de disseminação de doenças. Os produtores são um pouco mais esclarecidos, mas ainda desprezam ou desconsideram sanidade como fator importante, podendo ser considerados grupo de risco por falta de assistência veterinária permanente. As instalações são geralmente simples, com maiores investimentos em salas de ordenha e resfriamento de leite. Outro sistema é o intensivo a pasto, onde a produção média por vaca ordenhada, no modelo intensivo de produção a pasto, é de 2000 a 4500 litros de leite, caracterizando-se pela alimentação à base de pasto, com gramíneas de alta capacidade de suporte, e suplementação com volumosos diversos durante o período de menor crescimento das forrageiras tropicais. Alguns produtores suplementam com volumoso no cocho o ano todo. Muitos produtores praticam a adubação e poucos irrigam as pastagens. O uso de concentrado varia de acordo com o nível de produção do rebanho, sendo comum o concentrado comercial ou misturado na fazenda com ingredientes de boa qualidade (milho, farelo de soja, caroço de algodão etc) para vacas durante toda a lactação, vacas secas e novilhas, durante o pré-parto, e bezerros. Os rebanhos são constituídos principalmente por animais mestiços, com grau de sangue variando entre ½ HZ e Holandês PC, mas existem rebanhos com animais puros de origem taurina, predominantemente o Holandês. As vacas são ordenhadas duas vezes ao dia. O sistema de aleitamento é artificial, com desaleitamento aos 2 a 3 meses de idade. Com melhores cuidados sanitários e assistência veterinária permanente, o risco de disseminação de enfermidades é menor do que nos sistemas anteriores. As instalações são geralmente, simples, com maiores investimentos em salas de ordenha e resfriamento de leite. E por fim, o sistema intensivo em confinamento, onde apresentam no Brasil, uma produção média por vaca ordenhada superior a 4500 litros de leite. É um sistema de produção que caracterizam-se pela alimentação exclusivamente no cocho; baseada em alimentos conservados, geralmente silagem de milho e fenos de alfafa ou gramíneas de alta qualidade. O uso de concentrados é comum em todas as categorias de animais, com predominância das rações comerciais, mas em muitas propriedades a mistura é feita na fazenda. A utilização de subprodutos de boa qualidade na formulação das rações é prática adotada, particularmente, nas fazendas próximas de agroindústrias processadoras de grão. Os rebanhos são constituídos principalmente por animais puros de raças taurinas, mas há também produtores com animais mestiços de alto grau de sangue Holandês. As vacas em lactação são geralmente manejadas em regime de confinamento parcial ou total e algumas dependendo do nível de produção são ordenhadas três vezes ao dia. O sistema de aleitamento é artificial, com desaleitamento aos 2 a 3 meses de idade. O uso de sucedâneos do leite é pequeno, mas tende a crescer. Os machos são descartados o mais cedo possível, sendo a maioria vendida para abate e alguns para recria como futuros reprodutores. Há comércio de novilhas e vacas, sendo este uma fonte significativa de renda para o produtor. As novilhas e vacas descartes são vendidas para corte, mas há também comércio entre produtores de animais para reprodução. O sistema intensivo em confinamento é aquele em que as vacas leiteiras são mantidas confinadas em estábulos de ordenha galpões (depende do tipo de instalação adotada) e alimentadas no cocho com forragens conservadas, como silagens e fenos. Este sistema é viável somente a animais especializados à produção de leite, exigindo uma tecnologia especial no seu manejo, com uma mão de obra mais especializada. É mais recomendado para gado de alto padrão genético, já que possui um elevado custo. Há quatro tipos de confinamentos geralmente utilizados no Brasil: Compost Barn, Loose Housing, Free Stall, e Tie Stall. O sistema Compost Barn é um tipo de instalação que foi desenvolvido por produtores do estado de Minnesota, EUA, no ano de 2001. Nesse sistema as vacas ficam livres no galpão, o ambiente é dividido em área de descanso com 10-15 m2/cama/vaca e em regiões muito úmidas, recomenda-se 20m²/vaca, pista de alimentação central ou lateral, sendo esta pista de alimentação separada por uma parede de 1,2m de altura com aberturas para permitir o acesso dos animais a pista de alimentação (BRITO, 2016). A maioria das propriedades utiliza-se como material para a cama a maravalha, serragem ou palha de arroz. Esse material recebe diretamente os dejetos produzidos pelos animais e após ser revolvido permite a fermentação aeróbica, gerando calor consequentemente produção de vapor, que além de manter a cama sempre seca, não propicia ambiente favorável para agentes patogênicos. (GARDA, 2016). A cama necessita ser revirada de 2-3 vezes por dia, para que a compostagem seja eficiente, a uma profundidade mínima de 30 cm, garantindo a mistura do material rico em carbono (cama), com material rico em nitrogênio (fezes e urina) (RADAVELLI, 2018). Quando esse revolvimento da cama é realizado a profundidades menores que 30 cm a compostagem ativa ocorre muito próximo a superfície, a cama não conseguirá manter temperaturas elevadas por estar tão aparente, acarretando em vacas mais sujas, maior contagem de células somáticas e maior risco de mastite clínica (BRITO, 2016). Como todo sistema de produção existe prós e contras no seu uso, no caso do sistema Compost Barn as vantagens de utiliza-lo são: As vacas têm maior liberdade de escolha, redução dos problemas com casco, condições sanitárias mais saudáveis, melhores condições de trabalho para os funcionários e maior conforto térmico. E os prós são: dificuldade para encontrar material para cama e exige maior cuidados com o manejo da cama. Outro sistema em confinamento é o sistema Loose Housing, onde o confinamento dos animais ocorre em estábulos com área de repouso coletivo para gado leiteiro. A área de repouso, chamada de área com cama, é um espaço onde as vacas podem descansar ou deitar em uma cama coberta com material seco. Ela deve fornecer abrigo contra os ventos e chuva, que são as instalações cobertas que ficam nessa área. O chão de terra pode ser satisfatório para áreas de repouso, desde que tenham de 0,20 a 0,25 metros de inclinação para proporcionar uma boa drenagem, e com uma faixa pavimentada, ao longo de toda a frente aberta, na qual os dejetos são removidos por lavagem, possuindo também região de acesso para o banho de sol (solário). E as vacas são levadas para áreas ou galpões separados para a ordenha e alimentação. O pé-direito deve ter de 2,50 a 4,00m, possuir o piso de concreto armado ou concreto rústico (areia grossa), com espessura de 12 cm e declive de 4%, na direção contrária à construção coberta. O ponto-chave desse tipo de confinamento é o manejo da cama, pois se bem manejada pode auxiliar no tratamento de problemas de casco e mastite; caso contrário, estes podem ser agravados. O ideal é que a cama esteja sempre limpa e seca para evitar o crescimento bacteriano, que pode ser elevado nesse tipo de instalação pois geralmente se utiliza palhas e outros materiais vegetais. Para maior conforto e higiene na instalação, o material da cama deve ser acrescentado duas vezes ao dia, porém este manejo se torna pouco prático. As vantagens de adotar o loose housing são: Animais livres para apresentarem seu comportamento natural, menos custo de construção da instalação e Reconhecimento de cio facilitado. E os prós são: manutenção da estrutura de instalação, problemas com o escoamento de dejetos da cama e infestação de moscas no espaço. Já no sistema Free Stall , as vacas ficam soltas dentro de uma área cercada, sendo parte dividida em baias individuais, onde os animais permanecem lado a lado, e são forradas com cama que pode ser areia ou borracha triturada. O complexo de construção de uma instalação do tipo free-stall é constituída de quatro áreas, interligadas e independentes, que são: área de repouso, alimentação, ordenha e exercício. Na área de repouso que são construídas as baias individuais, com cama de material seco e macio de espessura de 10 cm e é na área de exercício que os animais devem dispor de uma área externa, com 10 m2 por vaca, construída de piso de concreto para facilitar a limpeza e melhorar a higiene dos animais. O comprimento das baias deve ser de tamanho suficiente para que ao se deitar o úbere e as pernas fiquem alojadas na parte interna do cubículo e os dejetos caíam no corredor de serviço. Isto auxilia não só na limpeza das vacas, como também na economia de material para a cama. As dimensões das baias variam conforme a raça e o peso dos animais, apresentando médias de 1,30m de largura, 2,69 m de comprimento e 1,22 m de altura. O sistema free-stall foi recomendado e se tornou muito popular entre os produtores, devido ao seu manejo, ou seja, quando as vacas não estão sendo ordenhadas, elas podem ficar vagando livremente em um grande espaço aberto com chão de terra ou concreto e acesso fácil para a alimentação que pode ser de feno ou silagem. Na hora da ordenha, as vacas podem ser treinadas para andar em uma sala de ordenha separada, onde terão acesso aos alimentos concentrados, enquanto estavam sendo ordenhadas. As vantagens de adotar o sistema Free-stall são: possui espaço para exercício dos animais; As vacas nesse tipo de sistema permanecem limpas mas para isso deve-se ter vários cuidados com as camas, favorecendo os manejos higiênicos com os animais; Economia no custo operacional; Mecanização facilitada; Grande flexibilidade de manejo e melhora na qualidade do leite. E as desvantagens são: Alto custo de construção e maior exigência de manejo de limpeza E por fim o sistema Tie Stall, onde este tipo de instalação é mais utilizado no Brasil para animais destinados a exposição que possuam elevado valor genético. No Tie Stall o animal fica em uma área restrita, sobre a cama e preso pelo pescoço, tendo livre acesso ao cocho e bebedouro. A grande vantagem desta instalação é o maior controle da dieta, pois o consumo pode ser individualizado, proporcionando melhor manejo nutricional e também eliminando o problema de competição por espaço entre os animais. É um sistema de alto investimento por animal alojado e de pouca eficiência de trabalho como limpeza, distribuição de alimentos e ordenha. O sistema de alimentação mais utilizado é o do fornecimento de alimentos concentrados separados da forragem, em função da dificuldade de mecanização. Normalmente são utilizados em rebanhos menores, onde a mão de obra é familiar. A água deve ser fornecida em bebedouros, que pode servir até dois animais, e a alimentação pode ser manualmente ou mecanicamente, até duas vezes ao dia, sendo que parte do concentrado pode ser fornecida na sala de ordenha. O autor ainda acrescenta que neste sistema a cama não precisa ser trocada diariamente, mas que as dejeções que caem em canaletas localizadas atrás dos animais devem ser limpas todos os dias para controle da higiene. O sistema tie-stall é muito utilizado para rebanhos pequenos de até 60 animais em lactação, e para o sucesso deste tipo de instalação as baias devem possuir dimensões adequadas para a movimentação dos animais, sendo construídas de acordo com o tamanho dos animais, e o arranjo mais desejável é o de duas fileiras de baias, de modo que as vacas fiquem com a parte superior voltada para o corredor, chamada de área de serviço (Mattos, 1977). O tie-stall é um sistema que exige mão de obra qualificada, e possui um elevado custo de investimento e infraestrutura, sendo utilizado com vacas de altíssima produtividade (Araújo, 2001). As vacas leiteiras permanecem limpas, mas como é reduzida a sua oportunidade de se exercitarem, aumenta a possibilidade de estresse dos animais. Dentro de todo o sistema de produção de leite o manejo de ordenha das vacas é uma das atividades mais importantes de um sistema de produção de leite. O manejo correto de ordenha é de extrema importância para o controle de mastite independentemente do tamanho do rebanho ou do tipo de equipamento de ordenha existente. Entre os seus principais objetivos estão: reduzir o risco de novas infecções intramamárias, promover adequado estímulo de ejeção do leite e obter uma ordenha completa, rápida e com baixo risco de lesões aos tetos das vacas. Além disso, o manejo de ordenha é uma das estratégias mais importantes para garantir adequadas condições de higiene de produção do leite. Há dois tipos de ordenhas: manual e mecânica. Na ordenha manual o leite é tirado pelas mãos do ordenhador em um balde. Os utensílios principais utilizados nesta modalidade de ordenha são: balde, coador/filtro para transferir o leite do balde para o tanque de refrigeração, a peia para conter as pernas das vacas e um banquinho para o ordenhador se sentar e realizar o procedimento (EMBRAPA, 2008).Geralmente, a escolha pela ordenha manual se dá em propriedades cujo número de vacas em lactação é pequeno e/ou a produção de leite diária é baixa. A ordenha mecânica é realizada através de um equipamento de vácuo chamado ordenhadeira. Este equipamento simula a mamada de um bezerro, que através da pressão e sucção faz a ejeção do leite (EMBRAPA, 2008). A experiência e competência do profissional de ordenha são de extrema importância para o sucesso dos procedimentos. É essencial que o manejo da fazenda apresente um esquema regular com intervalos iguais entre ordenhas: esquema de duas ordenhas ao dia com intervalos de 12h e/ou três ordenhas diárias com intervalos de 8h. Qualquer alteração na rotina pode provocar estresse aos animais. A vaca ao ser encaminhada para a ordenha não deve sofrer estresse, deve ser conduzida com calma e sem agressividade, para permitir a ação completa da ocitocina, que é o hormônio liberado na corrente sanguínea do animal no momento da ordenha o que propicia uma maior descida do leite. Deve ser seguida uma fila de ordenha que segue de acordo com a situação e o histórico de cada animal, com o intuito de manter a sanidade de todo o rebanho. A ordem de ordenha deve ser seguida da seguinte forma: - Vacas primíparas e que nunca tiveram problemas de mastite; - Vacas pluríparas que nunca tiveram problema de mastite; -Vacas que já tiveram mastite, mas que já foram tratadas e curadas; -Vacas com Mastite subclínica (leite descartado); - Vacas com mastite clínica (leite descartado); - Vacas com tratamento com antibiótico (leite descartado). Antes mesmo de iniciar o processo de ordenha devem ser lavados todos os equipamentos que serão utilizados, pois a contaminação por microrganismos ocorre principalmente por causa da sujeira e da falta de cuidado na pré-ordenha. Após todos os utensílios serem limpos, os animais são conduzidos para a ordenha. Sendo que, o modo de conduzir os animais para a ordenha faz parte do manejo da ordenha. Recomenda-se que as vacas sejam conduzidas de forma tranquila, sem atropelos e agressões. A situação de estresse desencadeia a liberação de adrenalina e prejudica a ejeção do leite. A condição do ambiente da sala de espera também é um aspecto importante, sendo que a disponibilidade de sombra, a instalação de bebedouros, ventiladores e aspersores melhoram o conforto pré-ordenha. Recomenda-se planejar o manejo dos lotes, de forma que os animais permaneçam no máximo 1 hora no curral de espera. Recomenda-se, antes da ordenha, a lavagem completa das mãos com água e sabão, seguida preferencialmente pela desinfecção em solução desinfetante à base de cloro, iodo ou clorexidina. Além disso, uma prática recomendável é a utilização de luvas de látex ou vinil durante a ordenha, o que apresenta não só o benefício da diminuição da transmissão de bactérias causadoras de mastite, como também a manutenção da integridade da pele das mãos. Quando os tetos dos animais se apresentam sujo de esterco, de terra, de barro ou de lama, por exemplo, deve-se realizar a lavagem dos tetos com água limpa e corrente, sem molhar a região do úbere, para que não ocorra a decida de água contaminada para o interior das teteiras. E em seguida deve ser realizado a retirada dos primeiros jatos (três a quatro) de leite, antes do pré-dipping, com a finalidade de diagnosticar a mastite clínica, estimular a “descida” do leite e desprezar os primeiros jatos que contêm maior contaminação microbiana. Essa prática também pode ser realizada no piso da sala de ordenha para otimizar o tempo de operação e evitar a ocorrência de spray de retorno de leite quando este bate na caneca de fundo preto e espirra no teto. Além da mastite clínica, uma vez por semana deve-se realizar em todos os animais do rebanho um teste de CMT (California mastitis test) que é utilizado para diagnosticar mastite subclínica. Quando diagnosticado este tipo de mastite, o leite também deve ser descartado e o animal deve ser encaminhado para tratamento com antibióticos. Após a lavagem dos tetos quando apresentarem sujidades e a realização dos testes de mastite em todos os tetos e ambos apresentarem resultado negativo deve-se realizar o pré-dipping nos animais. O pré-dipping é um processo de assepsia dos tetos que consiste em mergulhar todos os tetos em uma solução a base de iodo, clorexidina ou cloro. As concentrações do produtos devem ser da seguinte forma: 2% quando for a base de hipoclorito de sódio, 0,3% para iodo e 0,3% para clorexidina. A assepsia quando bem realizada tem a capacidade de reduzir em até 50% a taxa de novas infecções causadas por patógenos ambientais e diminui a contaminação dos tetos antes da ordenha. A desinfecção dos tetos antes da ordenha seguida da secagem com toalhas descartáveis diminui a contaminação bacteriana do teto, o que resulta na redução da contagem bacteriana total no leite. A secagem dos tetos deve ser feita depois de decorridos cerca de 30 segundos da aplicação do desinfetante, pois esse é o tempo de ação exigido pela maior parte dos produtos. Após a desinfecção e secagem dos tetos é realizada a ordenha do leite. Quando a ordenha é realizada na forma manual, é recomendado o ordenhador utilizar um banco e a vaca deverá ter o pescoço preso a um canzil, através de correntes, cordas ou sistema de guilhotina, e amarrando as pernas da vaca junto a cauda utilizando a peia com isto o mesmo ficará numa postura mais confortável. Após se posicionar, inicie a ordenha. Primeiro coloque o balde entre os joelhos, sendo que este balde deverá ter abertura frontal. A vaca ao chegar no local de ordenha,. A peia deverá ser colocada pelo lado direito, para que seja evitado acidente. A ordenha deverá ser efetuada em dois tetos ao mesmo tempo. Os tetos não devem ser puxados de forma brusca para baixo, para não provocar lesões. Os tetos devem ser pressionados, de cima para baixo, dois de cada vez. Ao fazer isso, alivia a pressão, permitindo a descida do leite. Esta operação deve ser realizada também nos outros dois tetos, até que não haja mais leite a ser retirado. Atenção: quando a alimentação do bezerro depender do leite que irá mamar diretamente na mãe, não esgote completamente o úbere da vaca, deixe leite sufi ciente para que ele se alimente adequadamente. Depois de a vaca ter sido ordenhada deve-se coar o leite, para que o leite não tenha sujeiras, como pelos de animais e do ordenhador, moscas, partículas de esterco, e de outras sujeiras, que podem comprometer sua capacidade higiênica e consequentemente a qualidade do leite. Esse procedimento deverá ser no momento de transferir o leite, despejando-o no latão ou diretamente no tanque de expansão. Quando o procedimento é realizado com ordenhadeira mecânica, para a colocação das teteiras, o ordenhador deve-se posicionar dentro do fosso, de frente para a vaca e na sala de ordenha sem fosso é recomendada a utilização do banco para o ordenhador se sentar. Para o ordenhador colocar as teteiras nas vacas, deve-se manter o vácuo fechado até o momento do encaixe das teteiras, pois com o vácuo aberto pode ocorrer a sucção de sujeira do ambiente para dentro do sistema. Quando as teteiras começarem a ser acopladas deve-se abrir o vácuo para que ocorra o encaixe correto e se inicie a sucção. Após o término por completo da descida do leite o vácuo deve ser deligado e as teteiras devem ser desacopladas imediatamente dos tetos. Manter a sucção com o úbere vazio pode ocasionar lesões no esfíncter mamário, causando danos irreversíveis no canal de descida do leite. Estes danos favorecem o aparecimento de mastites e também deixam uma porta aberta para microrganismos adentrarem no úbere. Após a ordenha (tanto a manual quanto a mecânica), realiza-se o pós-dipping, que é o procedimento que deve ser realizado após a retirada das teteiras a partir da imersão dos tetos em solução antisséptica iodada e glicerinada logo após a ordenha. O iodo tem uma função bactericida, enquanto a glicerina tem a função de hidratar e de selar o esfíncter da vaca, barrando a entrada de microrganismos para dentro do úbere. Ao soltar a vaca, o esfincter (extremidade) do teto permanece aberto em média 60 minutos. Nesse período pode ocorrer entrada de microrganismos e sujeiras que causam mastites, por isso, é recomendado que se forneça ração às vacas logo após a ordenha, para mantê-las de pé, ou que sejam levadas o mais rápido possível para um ambiente limpo sem acúmulo de barro e esterco, como, por exemplo uma área de pastagem. Após a saída dos animais deve-se realizar a limpeza de toda a sala e do sistema de ordenha. A sala de ordenha deve ser lavada com água corrente e todos os equipamentos utilizados devem ser lavados com água e detergente. Os sistemas de ordenha mecânica deve passar por um sistema específico de limpeza, com a associação de produtos químicos tanto para retira os resíduos orgânicos como os inorgânicos. O primeiro passo é realizar um pré-enxágue no sistema com água morna na temperatura de 40ºC. a intenção desta lavagem é conseguir arrastar até 97% dos resíduos de leite que se encontram no equipamento (EMBRAPA, 2010). Após o pré-enxague deve-se realizar a lavagem do sistema com um detergente alcalino clorado diluído em água conforme a indicação do fabricante, com uma temperatura de 77ºC. Esta fase deve ter uma duração de 10 minutos de circulação, o intuito é uma assepsia do equipamento e a remoção total de componentes orgânicos do leite no sistema (EMBRAPA, 2010). Após o uso do detergente alcalino vem a terceira e última fase, que é a limpeza do sistema com um detergente ácido. O detergente ácido deve ser utilizado uma vez por semana com circulação de 10 minutos, com o intuito de retirar os minerais do leite que depositam-se na ordenhadeira. Logo após a passagem deste produto deve-se realizar a circulação de água limpa para retirar totalmente o detergente do sistema (EMBRAPA, 2010). Sempre deve ser lembrado que mesmo com os procedimentos de limpeza e a sanitização realizados após cada ordenha do dia, no próximo dia mesmo com o sistema limpo deve-se realizar a sanitização do sistema com produtos a base de hipoclorito de sódio diluído em água a temperatura ambiente e após esse procedimento o enxágue com água morna. Este manejo tem a finalidade de retira por completo qualquer tipo de material que tenha restado no sistema da limpeza anterior (EMBRAPA, 2010). Podendo concluir que, em diversos sistemas de produção de leite e manejo de ordenha, podem ser competitivos e viáveis respectivamente, existindo apenas particularidades quanto ao manejo de cada um. A escolha deve ser realizada de acordo com o potencial de investimento do produtor, grau de intensificação, o nível de produtividade região em que se encontra a propriedade e disponibilidade de mão de obra qualificada.