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Kátia Cristina da Cruz

SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE BOVINOS DE LEITE

Londrina
2020
Kátia Cristina da Cruz

SISTEMAS DE CRIAÇÃO DE BOVINOS DE LEITE

Professora: Amanda de Freitas Pena

Londrina
2020
Introdução

Os sistemas de confinamento para bovinos leiteiros se diferenciam


daqueles que os animais tem acesso as pastagens. As vacas são alimentadas
diretamente no cocho, em instalações confortáveis com intuito da diminuição
do estresse e aumento da capacidade produtiva.

Esse tipo de sistema tem um elevado custo de produção,


necessidade de mão de obra especializada, porém, resultam em altas
produções de leite.

Tipos de confinamentos

Tie-stall

Nesse sistema as vacas ficam lado a lado contidas pelo pescoço (o


material utilizado pode ser canzis de madeira ou tubos metálicos) em baias
individuais, ficam soltas apenas na hora da ordenha e a alimentação é apenas
no cocho, onde é fornecido concentrado separado da forragem.

Esse modelo de confinamento é recomendado para rebanho


menores (de até 60 animais em lactação), são utilizadas vacas de alta
produtividade e necessita de mão de obra qualificada, pois possui um alto
custo de investimento e infraestrutura.

A água deve ser disponibilizada em bebedouros que possam servir


até dois animais e a alimentação, duas vezes ao dia, onde parte dela pode ser
fornecida na área de ordenha.

A cama desses animais deve ser trocada diariamente, afim de


realizar um controle de higiene sobre os dejetos que caem nas canaletas. As
baias devem ser adequadas para a movimentação dos animais e construídas
de acordo com o seu tamanho, o desejável é que esses animais fiquem com a
parte superior voltada para o corredor, denominada área de serviço.

Free-stall
O sistema Free-stall permite que as vacas fiquem soltas dentro de
uma área cercada, também são divididas em baias individuais onde os animais
permanecem lado a lado. Essas baias são destinadas ao descanso dos
animais e outra parte destinada aos exercícios e alimentação.

Nesse sistema, as camas podem ser de areia ou borracha triturada.


Ao deitar-se, é desejável que o animal permaneça com o úbere e as pernas
dentro do cubículo, pois assim permanecem secas e limpas, gerando economia
em material e mão de obra das camas.

A instalação desse sistema é dividida em quatro partes: área de


repouso, alimentação, ordenha e exercícios, onde no repouso, os animais
disponham de cama com material seco e macio e na área de exercícios, que
seria na parte externa do confinamento, possua piso de concreto para facilitar a
limpeza e higiene dos animais. Deve-se levar em conta alguns fatores no
momento da construção, como por exemplo o espaço para os animais, tipo de
piso, largura dos corredores, entre outros.

Os animais podem andar livremente, tendo fácil acesso a


alimentação, que pode ser silagem ou feno e na hora da ordenha, disponham
de alimentos concentrados.

Um dos benefícios desse sistema é que reduz a carga térmica do


animal, mantendo o conforto e maximizando o consumo de alimentos, obtendo
animais saudáveis com o mínimo de estresse.

Compost barn

O sistema de confinamento Compost barn permite que as vacas


fiquem soltas, caminhando livremente dentro do local, sempre visando
melhorar o conforto e bem-estar dos animais, e consecutivamente, a
produtividade do rebanho, podendo resultar em diminuição de células
somáticas (CCS) do leite, aumentando sua produção e redução da
claudicação.

Esse método é indicado para produtores que não possuem grandes


áreas para a atividade leiteira e também onde a agricultura familiar é
dominante.

As instalações devem conter: bebedouros fora da área da cama,


ventilação natural, muretas laterais, corredor para alimentação com piso de
concreto, dentre outros. É importante que ocorra a troca de ar na instalação
para conter o calor e a umidade que o material da cama gera pelos dejetos.

O manejo das camas deve ser adequado, proporcionando uma


superfície confortável para os animais, os materiais usados geralmente são
serragem e aparas de madeira, podendo ser também subprodutos de palha de
milho ou palha de trigo.

Vantagens e desvantagens

No sistema Tie-stall podem ser encontradas as seguintes vantagens:


vacas mais limpas, fácil mecanização, manejo prático, principalmente para
rebanhos menores. Por outro lado, como desvantagens temos maior mão de
obra no manejo dos animais, alto custo de construção de instalações e maior
possibilidade de estresse animal.

No caso do sistema Free-stall são vantagens a fácil mecanização,


custo operacional melhor, os animais se exercitam regularmente, maior
organização em manejo de animais e de grupos. Como desvantagens, o custo
de construção é alto e animais mais sujos por falha de manejo na limpeza.

No sistema Compost barn as vantagens são: os animais possuem


maior liberdade para se movimentar ou deitar, menores problemas nos cascos
devido a menor área de piso de concreto, aumento da detecção de cio e
melhores condições de trabalho aos produtores. Como desvantagens, temos a
grande densidade por animal necessária e a dificuldade em encontrar material
para a cama.

Conclusão

Há tendência a aumentar o número de confinamento devido a falta


de grandes áreas de terras disponíveis e a exigência dos consumidores.

O conforto do animal deve ser levado em conta no planejamento de


instalações destinadas aos bovinos leiteiros, o efeito do estresse térmico no
desempenho, no comportamento animal e o trabalho em equipe entre a mão de
obra.

A eficiência dessas instalações vai depender do projeto elaborado,


em cada região e situação, da escolha do tipo dessa instalação até a
construção e a manutenção, principalmente o custo, a durabilidade e a
funcionalidade do sistema.

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