Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ALIMENTAÇÃO E
AUTISMO:
COMER PARA
CRESCER
Costa, Juliana Dias.
ALIMENTAÇÃO E AUTISMO [recurso eletrônico] :
Comer para crescer – Rio de Janeiro, RJ : Ed. Do Autor,
2020.
36 p.
Orientadora: Prof.ª Dra Amanda da Silva Franco.
conhecendo
autismo
6
Conhecendo o autismo
DESAFIOS DA
ALIMENTAÇÃO NO
AUTISMO
8
SENSIBILIDADE SENSORIAL
As alterações sensoriais no autismo apresentam
sensibilidade excessiva ou insuficiente aos sentidos
como, visão, paladar, olfato, audição e tato. Assim,
pode afetar seu comportamento nas atividades diárias,
com interesse exagerado por algo específico, ficar
agressivo e ansioso afetando de forma negativa a
qualidade de vida da criança (POSAR; VISCONTI, 2018).
Este transtorno no processamento sensorial ao ser
manifestado na alimentação traz obstáculos aos seus
cuidadores, como estresse no momento das refeições
(MATTOS, 2019).
9
COMPULSÃO ALIMENTAR
No autismo os indivíduos costumam ter dificuldade
em aceitar situações novas, apresentando
pensamentos e comportamentos repetitivos, que
podem se estender aos hábitos alimentares
dificultando a aceitação de alimentos novos (CASTRO
et al., 2019).
Dessa forma, inicia um processo semelhante ao
de compulsão alimentar onde ocorre o desejo
repetitivo de se alimentar acompanhado de um efeito
compensador, como a diminuição da ansiedade. Por
isso, muitos autistas demonstram agressividade ao
serem interrompidos no momento da refeição (GRAY,
et al., 2018).
Quando esta alimentação repetitiva é rica em
gordura e açúcar, o consumo exagerado irá causar
ganho de peso e carência de nutrientes (MAGAGNIN,
2019).
10
SELETIVIDADE ALIMENTAR
Quando falamos de seletividade alimentar no
autismo precisamos recordar sobre as alterações
sensoriais que já abordamos aqui. A seletividade está
especificamente relacionada a sensibilidade sensorial
oral, sendo atribuída a um sentimento repugnante ou
negativo ao sabor e textura do alimento (CASTRO et al.,
2019).
Isto pode levar a preferência de alimentos com
texturas e sabores mais toleráveis restringindo o
consumo alimentar (SIU et al., 2019).
Este consumo restrito favorece uma alimentação
repetitiva com baixa variedade de alimentos, o que
pode colocar os indivíduos autistas em risco nutricional,
ou seja, com deficiência de nutrientes (MAGAGNIN,
2019).
11
ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
O sistema gastrointestinal de cada indivíduo é composto
por mais de 1.000 bactérias diferentes. Sendo influenciado
inicialmente pelo parto, seguido da influência do ambiente e
da amamentação. As principais bactérias presentes no
intestino são as benéficas e patogênicas (as que causam
doenças). Um sistema gastrointestinal adequado tem um
equilíbrio na quantidade de bactérias benéficas e
patogênicas na sua composição, mas autistas apresentam
um desequilíbrio na quantidade dessas bactérias. Estudos
revelam que a composição intestinal dos autistas
apresentam maior quantidade de bactérias patogênicas e
menor quantidade de bactérias benéficas (VÁZQUEZ et al.,
2020).
ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Um sistema gastrointestinal adequado é considerado
uma berreira física contra doenças, e tem grande função
na absorção de nutrientes como as vitaminas e os
minerais, ou seja, em uma alteração gastrointestinal
ocorre a diminuição da absorção desses nutrientes,
sendo possível o indivíduo apresentar carências
nutricionais gerando diversas complicações, como a
baixa imunidade (ALVES et al., 2019).
Assim, podemos observar que o autismo não está
apenas no cérebro, mas tratar o intestino consumindo
alimentos que não favorecem o crescimento de
bactérias patogênicas ou não aumentam os sintomas
gastrointestinais é essencial (MAGAGNIN, 2019).
13
ALERGIA E INTOLERÂNCIA
ALIMENTAR
SUPLEMENTAÇÃO NO AUTISMO
Devido a todos os fatores e sintomas que envolvem o
autismo, como a seletividade alimentar ou recusa, alergias
alimentares e questões fisiológicas. A criança autista pode
apresentar deficiências de nutrientes como cálcio, ferro,
vitamina A, vitamina E, vitamina C, zinco, vitamina B6 e fibras
alimentares. No entanto, as prescrições devem ser feitas
conforme a necessidade individual de cada criança a partir de
um acompanhamento nutricional e médico (MAGAGNIN, 2019).
Além desses nutrientes alguns estudos indicam que os
autistas apresentam baixa produção de ômega 3 (ácido graxo
com ação anti-inflamatória) no organismo e alta quantidade
de ômega 6 (ácido graxo com ação inflamatória) sendo
correlacionados a piora dos sintomas no autismo (ALVES,
2017).
Neste contexto, a suplementação de ômega 3 para auxiliar
na melhoria dos sintomas se tornou uma possibilidade e assim,
tem sido realizados diversos estudos a fim de determinar se há
benefícios concretos nesta suplementação (ALVES, 2017).
Ainda que o ômega 3 tenha extrema importância no
sistema nervoso central e seu papel anti-inflamatório no
organismo os estudos que relacionam esta suplementação e
os sintomas característicos do autismo ainda são
inconclusivos (ALVES, 2017).
ENTENDENDO
16
A NUTRIÇÃO NO AUTISMO
ALIMENTAÇÃO INADEQUADA
ALIMENTAÇÃO E INTESTINO
17
UmA
ALIMENTAÇÃO
INADEQUADA
18
ALIMENTAÇÃO INADEQUADA
COMO ALIMENTAR
MEU FILHO?
20
COMO ALIMENTAR MEU FILHO?
Para uma ter uma alimentação que não
comprometa com a qualidade de vida das crianças
autistas é importante evitar o consumo de:
Raquitismo ou
Importante para os Ovo, leite, peixe.
VITAMINA D ossos
alterações no
desenvolvimento ósseo
Mantém a saúde da
VITAMINAS Cansaço e falta de Verduras, ovo, arroz
pele, ossos, unhas,
apetite integral, trigo.
COMPLEXO B cabelos, auxilia o
sistema nervoso
aLIMENTAÇÃO
E
INTESTINO
23
ALIMENTAÇÃO E INTESTINO
SUPERANDO
OS
OBSTÁCULOS
25
VOCÊ SABE LER OS RÓTULOS DOS
PRODUTOS?
Os Rótulos servem para trazer informações importantes
ao consumidor.
Abacaxi: folha da
Frutas cítricas: casca
coroa sai facilmente
lisa e brilhante.
Exemplo:
"A turminha gostosa vem ensinar
como ter mais saúde para brincar
No almoço e no jantar verduras e
legumes vocês vão adorar
Para o lanche da escola também
vamos levar e assim muitas doenças
vamos evitar..."
Ingredientes:
2 xícaras (chá) de polvilho doce
1xícara (chá) de polvilho azedo
1/3 xícara (chá) de óleo de coco
2 xícaras de batata baroa amassada (tipo purê)
1 xícara de água quente
sal a gosto
Tempero a gosto (salsinha desidratada, gergelim, sementes de
linhaça, entre outros de sua preferência)
Modo de preparo:
1 - Cozinhar em água fervente, a batata baroa já descascada
2- Reservar a água utilizada para cozinhar a batata
3 - Amassar as batatas, até obter a consistência de purê
4 - Adicionar o polvilho doce, azedo, o óleo, sal, a água quente da
fervura das batatas, em uma travessa
5 - Misturar bem, podendo utilizar as próprias mãos até virar uma
massa uniforme
6 - Separar a massa em pedaços e acrescentar os temperos em
cada pedaço
7 - Fazer bolinhas uniformes, de preferência pequenas, e coloque
em uma assadeira antiaderente com espaço entre uma bolinha e
outra
8 - Colocar seus pães de queijo veganos por aproximadamente 20
minutos em um forno preaquecido a 180°C
30
RECEITAS PRÁTICAS
Bolo de chocolate
Rendimento: 10 porções
Ingredientes:
1 e 1/4 copos americanos de farinha integral
1 copo americano de açúcar demerara
1/3 copo americano de cacau em pó
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/2 colher de chá de sal
1 copo de água morna
1 colher de chá de baunilha (opcional)
2 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem
1 colher de chá de vinagre de maçã
Modo de preparo:
1 - Aquecer o forno, em uma temperatura um pouco abaixo de
180°C
2- Untar a forma
3 - Colocar todos os ingredientes em um recipiente e misturar bem
4 - Despeje na forma untada e assar no forno por
aproximadamente 40 minutos
31
ESTIMULANDO UMA
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Independente dos obstáculos presentes na alimentação
da criança autista, é de extrema importância que seus
pais, cuidadores e responsáveis interfiram na sua
alimentação com escolhas mais saudáveis, uma vez que
estes desempenham grande influência nos hábitos
alimentares da criança e também no incentivo a uma
alimentação saudável (GRAY et al., 2018).
Neste contexto, podemos observar fatores que podem
desestimular a educação nutricional, como a exposição
excessiva da criança a publicidades de alimentos, que
influência as escolhas alimentares em produtos
ultraprocessados e com baixa qualidade nutricional, assim
como o costume de assistir televisão, jogar, usar
smartphone, brincar, entre outras atividades, enquanto se
alimenta, isso faz com que o indivíduo se distraia e ignore
sensações como a da saciedade. Desse modo, é
recomendável que as refeições sejam realizadas em
lugares calmos, confortáveis e longe de distrações e que
também o consumo de comerciais e propagandas seja
reduzido (MAGAGNIN, 2019).
32
considerações finais
33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a apresentação desta cartilha
educativa espera-se que os pais e familiares
de crianças com autismo possam sanar suas
dúvidas sobre uma alimentação saudável e
nutritiva, reconhecendo seu papel
fundamental na educação nutricional do seu
filho (a), a partir de mudanças nos hábitos
alimentares da família com o maior consumo
de alimentos in natura e minimamente
processados, identificando que esse padrão
alimentar influencia diretamente nos hábitos
alimentares das crianças com autismo.
34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, T. P. C. Dieta sem glúten e sem caseína e suplementação de
ômega-3 como terapêutica nutricional no autismo. Porto Alegre. 2017
SIU, Q. K.; YI, H.; CHAN, R. C.; CHIO, F. N.; CHAN, D. F.; MAK, W. W. The
role of Child Problem Behaviors in Autism Spectrum Symptoms and
Parenting Stress: A primary School – Based Study. Journal of autism
and developmental disorders. 2019.