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Disciplina

Disciplinade
deBubalinocultura
Bubalinocultura
Prof.
Prof.Dr.
Dr.André
AndréMendes
MendesJorge
Jorge
UNESP -FMVZ-DPEA-Botucatu
UNESP-FMVZ-DPEA-Botucatu

EXTERIOR
EXTERIOR EE JULGAMENTO
JULGAMENTO
DE
DE BUBALINOS
BUBALINOS

Prof. Dr. André Mendes Jorge – FMVZ-Unesp-Botucatu


I - Importância da Ezoognósia
1. Definições

É o ramo da Zootecnia que estuda a conformação externa


dos animais domésticos, apreciando as belezas e defeitos, para a
conseqüente avaliação do mérito de cada indivíduo.
Alguns autores preferem definir a Ezoognósia como o
estudo da morfologia externa dos animais em função de suas
atividades econômicas. De qualquer forma, a Ezoognósia está
intimamente relacionada à arte de julgar ou apreciar os animais.
Ela confere ao criador as bases indispensáveis para o julgamento.
Para o seu estudo se requerem noções gerais de
Anatomia, Fisiologia, Mecânica e Patologia, principalmente.
Todavia, pessoas desprovidas desse conhecimento são capazes
de bem julgar desde que dotadas de espírito observador e de
bastante treino. De fato, a apreciação não é uma ciência
matemática. O veredito dos jurados é, quase sempre, mais ou
menos aleatório, e depende da justiça e exatidão que presidem as
decisões tomadas.
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2. Forma e Função

O julgamento dos animais com base no exterior se


apoia principalmente na existência de uma associação entre
a forma do indivíduo e a função por ele desempenhada.
Esta correlação entre forma do indivíduo e função resulta em
última análise no tipo.
Em Zootecnia, quando se menciona apenas o tipo,
subentende-se a soma dos atributos morfológicos
externos que indicam a tendência do animal para uma
determinada produção.
A história relata que as observações dos primeiros
agricultores levaram à dedução de que certas características
morfológicas externas eram desejáveis nos animais
realizando funções específicas, como a de produzir leite,
carne e trabalho.

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O julgamento pelo exterior se baseia
principalmente no exame de conformação, e deve
incluir não somente as características raciais, mas
também àquelas que acusam o tipo. Justamente neste
particular, isto é, quando leva em consideração o tipo, é
que a apreciação pelo exterior adquire importância
como prática de melhoramento.

Em algumas categorias, a associação entre tipo


e produção é mais nítida, como por exemplo, no gado
de corte. Muitas características de importância
econômica para a produção de carne podem ser
observadas tanto no macho como na fêmea, e
algumas delas até muito antes dos animais atingirem a
maturidade sexual.
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Para outras características ainda, como a qualidade
da carcaça, por exemplo, a aparência externa do animal
oferece bons indícios de avaliação. Já, no gado leiteiro, a
associação é menos definida. Mas, a grande maioria das
investigações relatam que há tendência para que os animais
de tipo mais desejado produzam maiores quantidades
de leite.
Porém, os coeficientes de correlação, em regra geral
são baixos. Alguns estudos já demostraram que parece
haver correlação genética entre tipo e produção leiteira.
Isto significa que esses atributos são herdáveis juntamente,
muito embora possam ser encontrados num mesmo animal.
Para isso vem contribuindo o trabalho do homem, que
através de gerações, procedeu o acasalamento dos animais
mais bem conformados com os melhores produtores,
tornando assim maior a correlação entre a forma e
função do gado leiteiro.
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3. Importância Prática

No melhoramento do rebanho. A Ezoognósia nos ensina a


identificar a caracterização racial dos animais e reconhecer os
atributos morfológicos de importância econômica.

Nas transações comerciais. Toda vez que um animal é


comprado ou vendido, entra em cena o seu julgamento, ou a
apreciação dos seus méritos. Em nosso meio, a maioria dos
animais é ainda negociada com base em sua aparência externa,
de tal sorte que o indivíduo, tendo bom conhecimento sobre o
padrão racial ou as características de bom tipo, leva decisiva
vantagem sobre aquele que não os tem.

Interessa muito de perto ao Zootecnista, Agrônomo ou


Veterinário, pois além de lhe conferir a maior soma de
conhecimentos sobre sua especialidade, lhe dá maior
proficiência na profissão, consolidando-lhe a reputação como
técnico junto aos criadores.
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4. Arte do Julgamento

Poder-se-ia definir mais precisamente o julgamento


como sendo “a arte de determinar as qualidades de um
animal, comparando-as ao tipo ideal ou a um padrão
reconhecido” (Isidore, 1934).
Os seus rudimentos podem ser adquiridos pelo
estudo e treino. Apesar disso, a observação cuidadosa e
metódica, a prática constante por vários anos podem
conduzir a formação de bons juizes. O jurado eficiente é um
constante estudioso da forma e função dos animais.
A eficiência do julgamento tende a aumentar com a
prática constante adquirida ao se observar os animais. Por
essa razão, para aqueles que desejam se aperfeiçoar nessa
arte o contato freqüente com animais bem caracterizados
quanto à raça, e bem definidos quanto ao tipo, é um meio
seguro de alcançar maior proficiência.
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Qualidades de um bom jurado
Conhecimento profundo da raça em julgamento:
- Conhecer profundamente a raça em julgamento.
- Uma clara visão do tipo padrão e uma habilidade para
reconhecer pontos desejáveis e indesejáveis de conformação.
Observação acurada: treinamento e observação
sistemático com prática orientada.
- Assim o jurado precisa ser portador de poderes rápidos e
precisos de observação.
- Ter habilidade para formar uma imagem mental de vários
animais individualmente e classificá-los fazendo comparações.
- Possuir poder de raciocínio para relatar as considerações
práticas.
- Habilidade para alcançar uma decisão definitiva baseada
num julgamento seguro e confiável.
- Avaliar e classificar o animal individualmente de acordo
com a sua aparência no dia do julgamento, independente de sua
classificação em exposições anteriores.

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Bom senso: elemento essencial a um juiz, embora de difícil
aprendizado.
- equilíbrio nervoso (emocional) e confiança em sua
habilidade para ter decisões cuidadosas e independentes
baseadas integralmente nos méritos dos animais.
- A segurança e conhecimento são adquiridos através de
práticas e experiências, em justificativas eficazes sobre as
decisões.
- Um temperamento agradável e equilibrado. Bons jurados,
contudo, não se confraternizam com expositores ou amigos ao
longo da exposição.
- Firmeza para apoiar e defender uma posição sem ofender
ou sugerir que determinadas decisões são infalíveis.

Coragem e honestidade: indispensáveis aos bons jurados.


Estes devem concluir suas decisões, revelando as suas
convicções com coragem não se deixando influenciar por
opiniões alheias.
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IMPORTANTE
Conhecimento dos padrões raciais do Murrah,
Mediterrâneo, Jafarabadi e do Carabao;
Conhecimento das diversas regiões do corpo;
Os padrões raciais são evolutivos (estar atualizado!!!)

EZOOGNÓZIA OU ESTUDO DAS REGIÕES DO CORPO


A divisão e nomenclatura das diversas regiões do corpo;
A sua função e pp, o que cada uma delas representa em
quantidade e qualidade de carne dentro da carcaça;
A característica de cada região em relação a sua forma
típica e a análise de eventuais deformações, distinguindo-
se as viciosas ou acidentais daquelas de ordem genética
ou hereditária.
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Métodos de Julgamento Tradicionalmente Usados

Método Individual
Método Comparativo
Método do Desempenho ou da Eficiência Funcional

Basicamente, temos 4 tipos de Julgamento:

Registro Genealógico

Exposições e Feiras Agropecuárias

Concurso de Búfalos Gordos e Leiteiro

Escolha de Reprodutores
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Tabela de Classificação do Animal
Após a soma de pontos

de 95 a 100 pontos Ótim o


de 90 a 94 pontos M uito Bom
de 80 a 89 pontos Bom
de 70 a 79 pontos Sofrível
de 60 a 69 pontos M edíocre
de 51 a 59 pontos M au
Abaixo de 50 pontos Péssim o

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Escala de Pontos para Julgamento de Bubalinos
(aprovada pelo C.D.T. da A.B.C.B.)

Desenvolvimento e Harmonia do Corpo ........ 25 pts

Aparência Geral (Saúde e Harmonia do Corpo)


Ossatura (Constituição Óssea)
Altura
Cabeça e Pescoço (tamanho e implantação)
Cernelha ou Cruz (forma e implantação)
Tórax, costelas e ventre (abertura e peito, amplitude,
profundidade e arqueamento.
Linha Dorso-Lombar (comprimento, nivelamento e
osso sacro)
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Escala de Pontos para Julgamento de Bubalinos
(aprovada pelo C.D.T. da A.B.C.B.)

Características Econômicas .......................... 25 pts

Distribuição Muscular (Musculatura e Acúmulo de Gordura)


Cobertura Muscular do Dianteiro (Paleta e Peito)
Cobertura Muscular da região dorso-lombar
Cobertura da Garupa (alcatra)
Cobertura da Coxa Interna e externa
Úbere e tetas (Constituição, volume e disposição)

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Escala de Pontos para Julgamento de Bubalinos
(aprovada pelo C.D.T. da A.B.C.B.)

Características Raciais .................................. 20 pts

Perfil
Fronte (vista de frente)
Chanfro e focinho (Posição e comprimento)
Olhos (Forma)
Orelhas (Forma, tamanho e posicionamento)
Chifres (Saída, posição, forma e tamanho)
Cauda e Vassoura (Inserção, comprimento e
coloração da Vassoura)
Pigmentação da Pele (Coloração)
Pelagem (Cor dos pelos)
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Escala de Pontos para Julgamento de Bubalinos
(aprovada pelo C.D.T. da A.B.C.B.)

Aprumos e Membros ....................................... 10 pts

Anteriores (Proporções, direção, articulações,


espáduas, jarrete, quartelas e cascos).

Posteriores (Proporções, direção, articulações,


jarretes, quartelas e cascos).

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Escala de Pontos para Julgamento de Bubalinos
(aprovada pelo C.D.T. da A.B.C.B.)

Características Morfológicas da Rerpodução ....... 20 pts

Masculinidade e Feminilidade (aparência do animal).

Umbigo e/ou Prepúcio.

Bolsa Escrotal e testículos ou Vulva (Volume,


comprimento, posição e flexibilidade da pele).

T O T A L G E R A L .......................... 100 pts

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Julgamento em Exposições e Feiras Agropecuárias
(da Classificação dos Animais)
Campeonato Bezerro
1 - Categoria - Machos de 08 a 10 meses
2 - Categoria - Machos de 10 a 12 meses
Campeonato Júnior Menor
3 - Categoria - Machos de 12 a 16 meses
4 - Categoria - Machos de 16 a 20 meses
Campeonato Júnior Maior
5 - Categoria - Machos de 20 a 25 meses
6 - Categoria - Machos de 25 a 30 meses
Campeonato Touro Jovem
7 - Categoria - Machos de 30 a 36 meses
8 - Categoria - Machos de 36 a 42 meses
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Julgamento em Exposições e Feiras Agropecuárias
(da Classificação dos Animais)
Campeonato Senior
9 - Categoria - Machos de 42 a 72 meses
Campeonato Senior Maior
10 - Categoria - Machos de 72 a 120 meses
Campeonato Bezerra
11 - Categoria - Fêmeas de 08 a 10 meses
12 - Categoria - Fêmeas de 10 a 12 meses
Campeonato Novilha Menor
13 - Categoria - Fêmeas de 12 a 16 meses
14 - Categoria - Fêmeas de 16 a 20 meses
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Julgamento em Exposições e Feiras Agropecuárias
(da Classificação dos Animais)
Campeonato Novilha Maior
15 - Categoria - Fêmeas de 20 a 25 meses
16 - Categoria - Fêmeas de 25 a 30 meses
Campeonato Vaca Jovem
17 - Categoria - Fêmeas de 30 a 36 meses
18 - Categoria - Fêmeas de 36 a 42 meses
Campeonato Vaca Adulta
19 - Categoria - Fêmeas de 42 a 72 meses
Campeonato Vaca Adulta Maior
20 - Categoria - Fêmeas de 72 a 120 meses

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Julgamento em Exposições e Feiras Agropecuárias
(aprovado pelo C.D.T. da A.B.C.B.)

Artigo 3o

§ 1º - A critério da comissão poderá ser


instituído prêmio "Longevidade Produtiva" a
fêmeas com idade superior a 120 meses.

§ 2º - As fêmeas inscritas no campeonato Vaca


Jovem, Vaca Adulta,Vaca Adulta Maior e
Longevidade Produtiva, deverão estar com cria
ao pé ou Atestado de prenhéz positiva.

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Julgamento em Exposições e Feiras Agropecuárias
(da Premiação para as diversas raças)

Para Machos
Campeão e Reservado Campeão Bezerro
Campeão e Reservado Campeão Júnior Menor
Campeão e Reservado Campeão Júnior Maior
Campeão e Reservado Campeão Touro Jovem
Campeão e Reservado Campeão Senior
Campeão e Reservado Campeão Senior Maior
Grande Campeão e Reservado de Grande Campeão
Campeão Tipo Frigorífico entre 16 e 25 meses

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Julgamento em Exposições e Feiras Agropecuárias
(da Premiação para as diversas raças)
Para Fêmeas
Campeã e Reservada Campeã Bezerra
Campeã e Reservada Campeã Novilha Menor
Campeã e Reservada Campeã Novilha Maior
Campeã e Reservada Campeã Vaca Jovem
Campeã e Reservada Campeã Vaca Adulta
Campeã e Reservada Campeã Vaca Adulta Maior
Grande Campeã e Reservada de Grande Campeã

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