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Inovação social e saberes:

ações de cooperação e
solidariedade na
aprendizagem territorial.
Proposta de extensão UFPR e cooperativa COPAVALE
Proponente: Profa. Marcia Regina e Prof. André
Curso Gestão Pública  2022/2027
Quando a pandemia de COVID-19 nos mostra que
vivemos em um mesmo planeta e fazemos parte de
uma mesmo sistema, o planetário – A TERRA.

Como a inovação
social e suas
contribuições no
campo de públicas
podem fortalecer o
território, qualidade
de vida e Trabalho
e renda?
O que mais que a pandemia nos
mostrou?
 Que precisamos construir
 Justiça Relacional
 Justiça Afetiva
 Justiça Cognitiva

 Para vivermos com:


 Justiça Ecológica e Justiça
econômica , pois todos nos
fazemos parte do mesmo planeta.
 Crise Humanitária, sanitária e
econômica em 2021.

Os elementos acerca das justiças estão no texto do Micélio saudável. Fonte: ANDREOTTI, Vanessa et al. Da casa construída pela
modernidade ao micélio saudável. Revista Sinergias – diálogos educativos para a transformação social. Fevereiro 2019
Marcos epistemológicos e metodológicos e o local.

 Inovação social
 Gestão Social
 Ecologia das práticas e dos saberes (conhecimento local);
 Critica do pós-desenvolvimento e ênfase no Desenvolvimento Local
 Sustentabilidade forte;
 Inteligência Territorial ou Aprendizagem territorial;
 Campo das públicas;
 Inovação social situada cooperação, solidariedade e aprendizagem
territorial;
 Extensão universitária participativa;
 Vale do Ribeira ( território de Cerro Azul e Dr. Ulysses)
Inovação social- e suas categorias e os ODS
•A condição e qualidade de vida relaciona-
se a melhoria de condições de emprego e •Papel dos atores e suas

Fonte: BIGNETTI, 2011 e


renda, saúde, educação, segurança e práticas inovadoras no
moradia. ambiente local

Guia para cidades


sustentáveis, 2020.

Condições
Territórios 
de vida

Trabalho e Politicas
emprego Públicas

•Se atentam para as •Levantar demandas, a


dimensões organizacionais e formação da agenda e
institucionais que se avaliação das Politicas
relacionam com regulação públicas – Índices do
e governança, o emprego e desenvolvimento social
a organização do trabalho.
Inovação social, ecologia das práticas e dos
saberes: critica do pos-desenvolvimento
 O lugar, o território, desenvolvimento Endógeno
 Interculturalidade; pluralismo; ontologias relacionais , cidadania expandida;
 Romper a exclusão de outros saberes;
 Convivencialidade;
 Gerar alternativas ao desenvolvimento significa criar outros marcos conceituais
para o quem sendo chamado de desenvolvimento (Gudynas, 2011)
 Critica a Modernidade (eurocentrismo e separação natureza e sociedade,
pensamento universal)e a ideologia do progresso.
 Ambientalismo radical biocentrico
 Economia do cuidado
 Cosmovisões distintas das eurocêntricas
 Decolonialidade
 Desenvolvimento sustentável forte;
 Critica feminista;
 Bem viver
Fonte: GUDYNAS, 2011 do texto “Debates sobre o desenvolvimento”.
Pesquisa e acontecimento: Ecologia das práticas
e dos saberes no território
 Experiências dos sistemas de práticas, de saberes e de diálogos compartilhados entre diferentes
atores do território.
 Um território inovador conta com as capacidades para a obtenção, organização e transformação
sistemática de dados e informações em um conhecimento diferenciado em uma inteligência
coletiva ((GUZMAN PENA, 2013).
 Ativos do conhecimento (tácito e explicito)
Agricultores
e lideranças
Incrementar Inteligência Territorial locais
significado e
valor Conhecimento

Ecologia das
Agentes Pesquisadores
Públicos práticas e –extensionistas
Informação dos saberes

DADOS ONGs e
SISTEMA S
Modelo conceitual de inteligência territorial

Geografia de
transformação
 Sujeitos e
saberes;
 Lugar e
território;
 Emancipação
e o diálogo;
 Estado,
mercado e
comunidade;
 Capital
cultural,capital
Conexões intra e extra
econômico;
territoriais de:
 O ambiente;
Rede de serviço;
 Tríade
Rede de desenvolvimento e
(Processo, lugar
soluções;
e atores)
Rede de integração
(Fonte; BOZZANO,2013
GUZMAN PENÃ,2013)
(institucional e
organizacional)
O quê envolve o campo de públicas?

Campo de Públicas é uma expressão utilizada por professores,


pesquisadores, estudantes, egressos-profissionais e dirigentes de cursos de
Administração Pública, Gestão de Políticas Públicas, Gestão Pública, Gestão
Social e Políticas Públicas;
Busca, designar, essencialmente, um campo multidisciplinar de ensino,
pesquisa e fazeres tecnopolíticos, no âmbito das Ciências Sociais Aplicadas
e das Ciências Humanas;
Este campo, volta-se para assuntos, temas, problemas e questões de
interesse público, de bem-estar coletivo e de políticas públicas inclusivas,
em uma renovada perspectiva republicana ao encarar as ações
governamentais, dos movimentos da sociedade civil organizada e das
interações entre governo e sociedade, na busca do desenvolvimento
socioeconômico
Campo de públicas

Antropologia

Economia
politica

Ciência
Politica

Sociologia

Economia Social
Campo das públicas

Enquanto [as DCNs de Administração] estão orientadas pelos


referenciais para cursos de administração em negócios
(business), destacando as áreas funcionais (marketing,
finanças, produção e recursos humanos) aplicadas às
empresas;

 [o Campo de Públicas] busca estabelecer referenciais (...)


com foco na articulação multi e interdisciplinar das quatro
áreas do conhecimento – Administração, Ciências Sociais
(Ciência Política, Sociologia e Antropologia), Direito e
Economia – que constituem os alicerces conceituais e
teóricos dos cursos (grifos nossos).
Campo de Públicas e Gestão Pública

Campo de Públicas  multi e interdisiciplinar busca construir uma identidade


capaz de compatibilizar as diferentes visões de mundo e de ciência, diferentes
que permeiam
epistemologias e perspectivas acerca de métodos científicos,
cursos tão distintos como Administração Pública, Gestão de
Políticas Públicas, Gestão Pública, Gestão Social e Políticas
Públicas.

Gestão pública é o termo que designa um campo de


conhecimento (ou que integra um campo de conhecimento) e de
trabalho relacionados às organizações cuja missão seja de
interesse público ou afete este. Abrange áreas como Recursos
Humanos, Finanças Públicas e Políticas Públicas, entre outras.
Gestão social
Schommer e França Filho (2008)
Esse novo modelo de gerir, acreditam que a Gestão Social se
alcunhado de Gestão Social, manifesta através de duas formas, por
começou a ser discutido no meio da resolução de uma demanda
Brasil na década de 90, sendo
desenvolvido através de grupos
não atendida pelo Estado, nem pelo
de pesquisadores na mercado e como uma modalidade
academia, com a criação de específica de gestão, orientada para
programas de pesquisas, uma ação organizacional, só que do
revistas especializadas e ponto de vista de sua racionalidade,
encontros sobre o tema essa subordina a lógica instrumental à
(Fonte :MAIA 2005; CANÇADO; uma lógica substantiva, mais social,
TENÓRIO; PEREIRA, 2011). ambiental, política e cultural.
Gestão Social: conceitos chave
 Cidadania deliberativa
 “[...] legitimidade das decisões deve ter origem em processos de discussão, orientados pelos
princípios da inclusão, do pluralismo, da igualdade participativa, da autonomia e do bem comum”
(TENÓRIO, 2008a).

 Dicotomia: Gestão Social x Gestão Estratégica


 “Enquanto a gestão estratégica procura objetivar o “adversário” através da esfera privada,
a gestão social deve atender, por meio da esfera pública, o bem comum da sociedade.”
 Dialogicidade e a intersubjetividade – ambos promovem a ampliação da esfera pública,
 Emancipação – autonomia e liberdade “livrar-se da tutela de alguém”
 Esfera pública: público em que a GS se desenvolve por meio da emancipação do
individuo.
 Interesse Bem compreendido – Bem comum
 Sustentabilidade
Inovação social e desenvolvimento
Inovação social e desenvolvimento
 Homo situs
 Teoria dos sítios de pertencimento (enraizamento) e economias enraizadas;
 Pluralidade, diversidade cultural, interculturalidade e singularidades;
 Desenvolvimento endógeno;
 O Saber e o território são intimamente conectados;
 O Paradigma do Homo situs  sitio de pertencimento
 A critica ao modelo de desenvolvimento do homo econômicos e a globalização

A Inovação social pode ser compreendida como um processo que considera a diversidade
das práticas dos atores e da inteligência dos homens nas situações de criatividade dos
atores em um território. O Enraizamento do processo de inovação social é a garantia de sua
aplicação territorial e de um desenvolvimento situado que respeite a natureza e o homem.
Nesta perspectiva “na prática, essas economias enraizadas logram constituir
espontaneamente universos locais de coordenação favorecendo as inovações técnicas e
organizacionais sem qualquer ajuda conceitual, técnica ou financeira e por causa e
consequência, essas dinâmicas refletem auto organização espontânea. Pg. 55

Fonte: BARTHOLO, Roberto; BURSZTYN, Ivan; CIPOLLA, Carla. Africa, Brasil, diálogos: Uma plataforma colaborativa para
inovação social.1 ed. Rio de Janeiro: E-papers, 2014
Inovação social  ator e território
 Sitio e antropologia
 Origens do paradigma dos Sítios
Natureza não está submetida a ciência; Paradigmas do sitio reabilitam o senso
comum;
A dimensão simbólica não se submete as leis da
economia; A valorização do papel do ator e do seu sitio;
O aspecto cultural não é abordado em termos de
estruturas formalizáveis, ele é um lugar onde as
interações do atores produzem sentido; O individuo, seu meio, suas relações e as
escolhas dos indivíduos;
Rejeita o culturalismo e critica o reducionismo da
economia;
O sitio é definido como uma entidade imaterial, Individualismo e o Holismo (interacionismo
multidimensional e dinâmica; simbólico entre o homo situs e seu sitio) ;
Prudência e relatividade;
A dimensão epistemológica da teoria dos sítios conduz Teoria do sitio propõe um posicionamento
ao fato de que nossas crenças cientificas e os metodológico sincrético “individualista-
conceitos delas derivam são puras construções holista”  permite que se considere a ação
intelectuais situadas no tempo e espaço. do individuo, suas representações, suas
normas, seus valores, suas crenças, que são
resultados das convenções sociais.
Fonte: BARTHOLO, Roberto; BURSZTYN, Ivan; CIPOLLA, Carla. Africa, Brasil, diálogos: Uma plataforma colaborativa para
inovação social.1 ed. Rio de Janeiro: E-papers, 2014
Inovação social situada cooperação,
solidariedade e aprendizagem territorial
 Indeterminação;
 Interdisciplinaridade;
 Toda inovação, só poderá ser inovação social, se  Interculturalidade;
surgir da implicação dos atores do sitio;  Interacionismo;
 É preciso um paradigma plural;  Intangível;
 O sítio propõe outros conceitos como a gestão  Imaterial;
situada;
 Inovação social dos atores do
 Foca no desenvolvimento local sítio é a ação organizada dos
 Considera as questões micro, meso e macro; atores do sitio. Ela é o fruto da
engenhosidade e da imaginação
 Todo processo de desenvolvimento deve estar dos atores em resposta a situações
situado e enraizado socialmente; concretas.
 A teoria do Sítio, pode ser apreendida pelos setes  A Inovação social é, portanto, um
“Is” enraizamento da engenhosidade
dos atores no seu sítio.

Fonte: BARTHOLO, Roberto; BURSZTYN, Ivan; CIPOLLA, Carla. Africa, Brasil, diálogos: Uma plataforma colaborativa para
inovação social.1 ed. Rio de Janeiro: E-papers, 2014
Extensão universitária participativa

 A extensão precisa desenvolver um compromisso de, juntamente com as comunidades


empobrecidas, transformar o lugar (o território) pela busca da cidadania, a fim de contrapô-la à
tirania do dinheiro que movimenta, também, o território.
 Segundo Thiollent (1998), um espaço para extensão envolve a comunicação e a participação.
Ou seja, faz-se necessário refletir sobre as potencialidades da metodologia participativa,
desenvolvendo a pesquisa-ação para interagir com as comunidades, promovendo a atuação
acadêmica de maneira que esta seja repleta de reflexão e ação direta sobre a situação vivida de
forma respeitosa e, ainda, compreendendo o homem em sua universalidade e em suas
singularidades locais.
 Por ter esses elementos, a extensão participativa gera um ambiente participativo e democrático.

(FONTE: DA DIALOGICIDADE ENTRE UNIVERSIDADE E COMUNIDADE: UM ESTUDO DE CASO DA


EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA A PARTIR DO EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA DIALÓGICA NA PESQUISA-AÇÃO
de FERREIRA ET AL, 2012.)
O território do Vale do Ribeira é constituído pelos municípios de
Adrianópolis, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulysses, Itaperuçu,
Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná, e apresenta uma população
de 101.608 habitantes (IPARDES, 2018), representando 0,97% da
população estadual .

Fte: SIT, 2019.


População do Vale do Ribeira

IDH-M

LOCAL
COOPERATIVA DE PROCESSAMENTO
ALIMENTAR E AGRICULTURA FAMILIAR
SOLIDÁRIA DO VALE DO RIBEIRA
PARANAENSE – COPAVALE
Situações levantadas no Diagnostico com
Debora- presidente da Copavale

 Desafios na Gestão Social  Desafios na Inovação Social


 Participação dos cooperados da
COPAVALE
 Inovação social dos atores do sítio é a
 Desenvolvimento da articulação ação organizada dos atores do sitio. Ela
dos produtores e a é o fruto da engenhosidade e da
multifuncionalidade da imaginação dos atores em resposta a
agricultura familiar; situações concretas.
 Formação e fortalecimento do  A Inovação social é, portanto, um
jovem rural enraizamento da engenhosidade dos
atores no seu território.
 Como melhorar a educação, a
saúde, a moradia, o trabalho e a
renda?

 Aprendizagem territorial
 Mapeamento dos atores e trocas de
saberes e de praticas
A partir da Gestão Social, Inovação
social, aprendizagem territorial
busca-se fomentar o
desenvolvimento local
Profª Drª Márcia Regina Ferreira
A globalização e o desenvolvimento
local – alguns aportes teóricos
 Arturo Escobar  Milton Santos
Globalização, transição em marcha e desenvolvimento a
escala humana (singularidade e diferença)
A obra de Milton
Santos
 Como romper o
pensamento único e
gerar uma
globalização solidária
a partir do
entendimento do
território da diferença
e a construção de
um desenvolvimento
elaborado por nós
mesmo...a
decolonialidade
Território – Lugar - Espaço - Tempo
OBJETIVO: “É examinar a medida em que nossos marcos de referência nos permitem ou não
visualizar maneiras presentes ou potenciais de preconceber e reconstruir o mundo, plasmado
em práticas múltiplas, baseadas no lugar”

 Lugar e Cultura

A diferença nos territórios esta assimetria é mais evidente nos discursos


sobre a globalização nos quais o global é igualado ao espaço, ao
capital, à historia e a sua agência, e o local, com o lugar, o trabalho e
as tradições. O lugar, em outras palavras, desapareceu no “frenesi da
globalização” dos últimos anos, e este enfraquecimento do lugar tem
conseqüências profundas em nossa compreensão da cultura, do
conhecimento, da natureza, e da economia.” (p.69)
 dialogar e refletir sobre o conceito de modernidade –colonialidade - decolonialidade (fonte: Arturo
Escobar do texto “O lugar da natureza e a natureza do Lugar: Globalização e pós-desenvolvimento)
O Lugar da natureza: conhecimento local
(saberes locais ou ecologia das praticas )
 “Isto nos submerge no tema do conhecimento local. Parece haver uma certa convergência
nas colocações antropológicas mais recentes relacionadas com o conhecimento local ao
tratar o conhecimento como “uma atividade prática, situada, constituída por uma história de
práticas passadas e em mudança”, ou seja, ao assumir que o conhecimento local funciona
mais através de um conjunto de práticas que dependendo de um sistema formal de
conhecimentos compartilhados”(p.73)
 Podemos tratar a importância do conhecimento local/saberes locais, evidenciando
a importância da ação, experiência prática, ou seja, a prática e os modelos
baseados na prática (Gudeman e Rivera) p.73
 São modelos do ponto de vista do lugar, os quais se constituem um conjunto de
significado-uso.

 dialogar e refletir sobre o conceito de modernidade –colonialidade - decolonialidade (fonte: Arturo


Escobar do texto “O lugar da natureza e a natureza do Lugar: Globalização e pós-desenvolvimento
Para ver o local é
preciso ampliar o
espaço epistêmico
e social, ou seja, ver
os que estão
abaixo, aqueles
que estão
sintonizados com a
Terra.
Terra e todos seres
vivos.
Romper o
colonialismo e
imperialismo do
pensamento único.
A nossa tentativa de inversão de tendência de abordagem, práxis e gestão cotidiana.
Elaboração de Marcos Saquet e digitalização de Raquel Meira, 2017.
Fonte: palestra do Saquet na UEL-Londrina-PR, maio de 2018
A natureza do lugar : resistência e defesa do lugar
(ESCOBAR, 2005) Cerro Azul tem uma história

Jovens agricultores de Cerro Azul em 1995 protestando


contra a construção da Barragem do Tijuco Alto e
mostrando que essa obra iria enterrar toda a agricultura
familiar do território. Ato de protesto durante a audiência
Cooperativas de agricultura familiar e Solidaria e
Universidade: interações dialógicas em 2019
Equipe em construção

 Profa Dra. Marcia Regina


 Prof. Dr. André
SETOR DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGICA – SEPT/UFPR .

Debora Nascimento – Presidente da COPAVALE


Msc. Jeferson Damasceno - Consultor do SEBRAE
Muito obrigada!
marciareginaufpr@hotmail.com

“A gestação do novo, na história, dá-


se, frequentemente, de modo quase
imperceptível aos contemporâneos,
já que suas sementes começam a se
impor quando ainda o velho é
quantitativamente dominante(…) Essa
ideia de movimento e mudança é
inerente á evolução humana .”
Milton Santos

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