E-BOOK

ANTROPOLOGIA
FORENSE
 Seja bem-vindo!
Obrigado por fazer parte do nosso propósito de levar
conhecimento com qualidade para o maior número de pessoas
possíveis, por confiar e acreditar no nosso trabalho assim
como nós acreditamos e confiamos no seu potencial.
Acreditamos que você pode chegar onde quiser sempre com
mais conhecimento.

Você já é diferente por ter acesso a esse e-book e certificado.

Você poderá ter acesso aos nossos cursos e congressos pelo

nosso site: www.cessetembro.com.br

Quer ser um Aluno Premium?

Faça parte da A Nova Classe: www.anovaclasse.com.br

Vamos fazer história juntos!

@CESSETEMBRO

@ANOVACLASSE
 Impressão do Ebook
Hey, você percebeu que nosso ebook possui um design
exclusivo, certo? Por isso, caso queira imprimir, fizemos esse
tutorial para te ensinar como realizar a impressão de forma
econômica.

Clique no ícone da impressora.

Escolha a folha A4 e deixe em preto e branco

Coloque para ter 2 folhas por página

Selecione a escala "Ajustar à área de impressão"

Coloque a opção frente e verso (caso sua impressora

possua essa forma de impressão)

Espere e pronto, seu ebook está em suas mãos.

 CONTEÚDO EXTRA

1- ASPECTOS GERAIS NA DIFERENCIAÇÃO OSSO

HUMANO E OSSO NÃO HUMANO

2- RECUPERAÇÃO,PREPARAÇÃO E MONTAGEM DE
OSSADAS PARA INVENTÁRIO ÓSSEO

LEITURA RECOMENDADA
ANTROPOLOGIA FORENSE: CONCEITO,
OBJETIVOS E MÉTODOS
A antropologia forense é a aplicação do
conhecimento e das técnicas da antropologia
biológica para responder questões científicas de
interesse da justiça

DEFINIÇÕES
“A Antropologia Forense lida com a análise de restos
humanos esqueletizados, que são resultado de
mortes inexplicadas”. (BYERS, SN. Introduction to
forensic anthropology, 2nd Ed. Pearson Prentice
Hall, 2005)

“Disciplina que aplica os conhecimentos da

Antropologia Física e Arqueologia na coleta e análise
de vestígios”. (BURNS, KR. Forensic Anthropology
Training Manual.

New Jersey, Pearson Prentice Hall, 2007

“Campo da Medicina Legal que estuda a identidade e a
identificação médico-legal e judiciária.” França, 2015.

“É a aplicação prática ao Direito de um conjunto de

conhecimentos da Antropologia.

Geral visando principalmente às questões relativas à

identidade médico-legal e à identidade judiciária ou
policial.” Croce, 2012
 ANTROPOLOGIA FORENSE
É um dos métodos de identificação humana Método
Secundário INTERPOL

PROTOCOLO INTERPOL DVI - define procedimentos

para identificação de vítimas em situação de desastres

A Interpol define três metodologia como confiáveis

para que se entregue um corpo para a família: a
papiloscopia, a odontologia legal e a genética forense.

Apesar de a Interpol não identificar a antropologia

como método primário, ela foi utilizada no caso de
Brumadinho.
 DESAPARECIMENTO NO BRASIL
e acordo com o Relatório do Anuário Brasileiro de
Segurança Pública (2020)

62.857 pessoas desapareceram - ~172 pessoas/dia

Mais de 50 mil mortes violentas intencionais (taxa

23,6/100 mil hab)
ATUAÇÃO DA AF
Essencial na elucidação de diversos crimes
Identificação de pessoas desaparecidas
Esclarecimento de circunstâncias de violência
Violação de Direitos Humanos
DETERMINA-SE OU ESTIMA-SE A

INFORMAÇÃO?
O antropólogo forense pode estimar as principais
características biológicas:

Idade
Sexo
Estatura
Ancestralidade

Além dessas características, o antropólogo forense

analisa tatuagem, más formações congênitas e
modificações corporais (piercing). Leva em
consideração diferenças ósseas, fraturas, consolidação
de fraturas e próteses que foram colocadas
 MÉTODOS

São metodologias de análise da antropologia forense

Antroposcopia: metodologia de análise qualitativa

QUAL O MELHOR MÉTODO?

O uso de um ou de outro método depende da parte do

corpo e da quantidade de ossos disponíveis
O sexo é um dos primeiros parâmetros a serem
estimados em um perfil bioantropológico. Isso se dá
porque outros componentes dependem da estimativa
prévia de sexo e idade para serem calculados, a saber
a estatura.

ESTIMATIVA DE SEXO

ATENÇÃO!

Estimativa de sexo biológico!!

Não confundir com gênero e orientação sexual!

ANTROPOSCÓPICA - menos específica para cada

população.

ANTROPOMÉTRICOS - mais específicos para cada

população e mais fidedignos/ maior significância
estatística (menos intra e interobservadores).
 A estimativa depende:

Estado de preservação dos ossos

Grau de dimorfismo sexual

Métodos adotados

Ossos mais utilizados na estimativa de sexo:

pelve, crânio e ossos longos.

DIMORFISMO SEXUAL

Ossos mais robustos e relevos ósseos mais

pronunciados no sexo masculino (efeito anabólico dos
esteróides androgênicos nos ossos e músculos).

Ossos mais delicados porém flexíveis e maleaveis no

sexo feminino (ação ciclica dos esteróides
estrogênicos e progestágenos).
ANTROPOLOGIA FORENSE - ESTIMATIVA DE SEXO

Não é recomendável realizar estimativa de sexo em

indivíduos de 12 anos de idade. Existe a
possibilidade de estimar sexo de adolescentes acima
de 14 anos somente quando os ossos da pelve
estiverem fusionados.

Antes da puberdade, as características do esqueleto

não mostram diferenças sexuais definidas.
 PELVE - ESTIMATIVA DE SEXO

A pelve óssea no adulto é composta por 5 ossos

(sacro,cóccix,ilíaco,ísquio e púbis).

A ossificação dos ossos supracitados

começa desde a gestação pela

base cartilaginosa, a saber:

Ílio: 2-3 meses gestacionais

Ísquio: 3-5 meses gestacionais

Púbis: 4-6 meses gestacionais

 PELVE - ESTIMATIVA DE SEXO

Tempo de fusão dos ossos

Ísquio e púbis: 4-8 anos de idade
Ilíaco - formação complexa até os 23 anos

Até a puberdade (10-12 anos sexo feminino e

12-14 anos sexo masculino) o arcabouço
da pelve é cartilaginoso e sofrerá processo gradual de
ossificação.

Estimativa de sexo pela pelve

ÂNGULO SUBPÚBICO
FEMININO
FORMATO U

ÂNGULO SUBPÚBICO
MASCULINO
FORMATO V
ESTIMATIVA DE SEXO

CRÂNIO
 ESTIMATIVA DE SEXO POR ANTROPOMETRIA

Todos os ossos são passíveis de serem medidos e

utilizados para a estimativa de sexo.
Os ossos da pelve são os mais indicados para a análise
métrica para estimativa de sexo. O método
probabilístico mais utilizado é o

DSP2 - Diagnose sexual probabilística

Software de Acesso Livre

DSP2 - Diagnose sexual probabilística
 Estimativa de Idade

Etapa indispensável na identificação do perfil

bioantropológico

Processo complexo, multifatorial

Tendão de Aquiles na Antropologia Forense

Idade biológica: corresponde à idade aparente de um

corpo - reflete o estado fisiológico e é muito
influenciada por diversos fatores intrínsecos e
extrínsecos (ambientais,culturais, genéticos,etc)

Idade cronológica: medida objetiva do tempo

decorrido desde o nascimento até o dado momento
estudado
 Critérios importantes para métodos de
estimativa de idade confiáveis:

As características das mudanças morfológicas

estudadas devem seguir um avanço progressivo
e unidirecional em relação à idade;
Alta correlação com idade cronológica e baixo
erro intra/interobservadores
Em conjunto com parâmetros do sexo ou origem
biogeográfica, as características anatômicas
devem seguir um padrão consistente entre os
indivíduos.

Categorias de idade

1) Subadultos: desde a fase embrionária até

adolescência;
2) Adultos: adultos e idosos
 Estimativa de idade de subadultos

Baseia-se no crescimento e desenvolvimento de

ossos e dentes. Em geral, o desenvolvimento
dentário está mais correlacionado com a idade
cronológica que o desenvolvimento ósseo.

• Dentes: formação, mineralização e erupção da

dentição decídua e permanente.

• Ossos: crescimento dos ossos longos e união das

epífises
Fechamento das fontanelas e sutura metópica
 Estimativa de Idade de Adultos

O processo de envelhecimento ocorre como

consequência de nossa história evolutiva e como
resultado da manutenção da homeostase.

Após o crescimento e desenvolvimento estarem

completos, tem início o processo degenerativo
Sínfise púbica (Suchey-Brooks)
Extremidade esternal da 4ª costela
 Superfície auricular do ilíaco

Fechamento das suturas cranianas

Sinais de idade avançada: completo fechamento e

obliteração das suturas cranianas, alterações
patológicas associadas com o envelhecimento.

Margem de erro de 10 anos - método não confiável

 Estimativa de idade – qual técnica utilizar?

Em geral, depende do estado de conservação dos

restos humanos e se estes se encontram completos
ou incompletos.

O perito decide quais técnicas utilizar de acordo com

as condições do material em análise.

ESTIMATIVA DE ANCESTRALIDADE
A ancestralidade é um componente do perfil
biológico. Ela pode ajudar na aplicação da lei para
identificação de pessoas desaparecidas.

A ancestralidade biológica hoje é frequentemente

rotulada incorretamente como raça, e geralmente se
refere ao fenótipo do indivíduo (aparência externa).
 O termo raça não é mais usado em casos forenses
e ensino acadêmico. Em vez disso, empregar a
palavra ancestralidade é uma maneira mais
apropriada de descrever o fenótipo de um
indivíduo, porque somos amplamente moldados
pelos ambientes que cercam nossas origens
ancestrais recentes

A avaliação da ancestralidade é realizada por meio de

uma inspeção visual das variantes morfológicas do
crânio (morfoscópicas), focada principalmente em
elementos do esqueleto facial, incluindo nariz, olhos
e ossos da face .

Foto: Beth Shook, Katie Nelson, Kelsie Aguilera and Lara Braff (2019)
 Tipos étnicos fundamentais

Africano

Caucasiano

Asiático

Os crânios com ascendência europeia tendem a ter

órbitas oculares circulares com margens quadradas,
muitas vezes chamadas de "óculos de sol tipo
aviador".

A abertura nasal pode ser estreita e ficar no alto da

face. A ponte nasal tende a ser pronunciada e
angulada. Os dentes tendem a ser pequenos e são
colocados juntos.
Os crânios africanos podem ter órbitas mais
retangulares. A abertura nasal é geralmente larga e a
ponte nasal tende a ser muito plana. A mandíbula
geralmente se projeta significativamente do resto da
face, o que é conhecido como prognatismo. Os dentes
são geralmente grandes com espaçamento maior
entre eles do que em outras ascendências.
Os crânios com traços de ascendência asiática podem
ter órbitas circulares e uma abertura nasal em forma
de coração invertido. A ponte nasal é frequentemente
menos pronunciada do que nos crânios europeus. Os
crânios asiáticos tendem a ter incisivos superiores
distintos em forma de pá.
 Estimativa de estatura

A estatura deve ser sempre o último parâmetro do

perfil biológico a ser estimado pois depende de todos
os outros.

Cautela na estimativa da estatura de subadultos -

fase de crescimento variável e dependente de n
fatores + escassez de estudos sobre esse grupo.
 As medidas nunca podem ser feitas em ossos com
lesões, fraturas ou próteses.

A estatura pode diminuir com o avançar da idade.

Estatura sempre estimada dentro de um intervalo

e nunca determinada com exatidão.

Tipos de métodos que podem ser empregados:

2. Método anatômico: Proposto inicialmente por

Fully (1956) - aprimorado por Raxter et al. (2006):
consiste em medir todos os ossos que contribuem
para a altura de um indivíduo e adicionar um fator
que leve em conta o tecido mole. Menos utilizada
porque depende do esqueleto completo.
Tipos de métodos que podem ser empregados:

3. Métodos de regressão linear:

Método Mendonça (2000) - fêmur e úmero

Albanese et al. (2016) - fêmur, tíbia, úmero e

agrupados - conjunto de equações independentes da
origem geográfica, sexo, idade.
Fórmulas para estimativa de estatura (genérica) do
Método de Albanese et al. (2016)
 Lesões ósseas e Antropologia Forense

Quando se vê um osso e ele tem característica de ter

sido lesionado, busca-se entender se aquela alteração
ocorreu antes da morte, depois da morte ou próximo
da morte.

Nem toda morte deixa marcas de violência no

esqueleto.
 Composição Óssea

Componente orgânico
Colageno tipo I + proteoglicanas e glicoproteínas de
adesão

Componente inorgânico
Cálcio, fósforo, bicarbonato, magnésio,sódio,
potássio, citrato, hidroxiapatita.
 Lesões ósseas e Antropologia Forense

As lesões são fruto de fatores externos (instrumento,

direção, magnitude, duração e velocidade da força) e
de fatores relacionados ao osso (anatomia,espessura,
densidade, presença de processo patológico)
 Lesões ósseas e Antropologia Forense

Ante mortem: lesões que ocorreram em vida. Neste

tipo de lesão temos sinais de reparo ósseo (calo
ósseo).

Lesões ósseas Ante Mortem

Presença de remodelação
Coloração variável
Fratura variável com rebordos lisos, borda
espessa, arredondada, polida; calo ósseo;
presença de osteófitos
(protuberâncias ósseas) e eburnação
Fratura femural patológica secundária a carcinoma
metastático. Observe as lesões de tamanhos variados
que destruíram o córtex. A deposição de tecido ósseo
é evidente ao redor do local da fratura. As bordas
quebradas densas e arredondadas na parte distal do
osso afetado (seta) indicam a não consolidação da
fratura.
Lesões ósseas e Antropologia Forense

Peri mortem: lesões que ocorreram no momento do

óbito e estão estão relacionados ao que levou a
pessoa à morte. Neste tipo de lesão temos infiltrado
hemorrágico porém sem sinais de reparo tecidual.
Ausência de remodelação
Coloração igual do osso ao redor
Fratura oblíqua, espiral,cominutiva,longitudinal,
compressiva, borboleta, com borda afiada,
cortante
Post mortem: lesões que ocorreram após o óbito.
Neste tipo de lesão não há reação vital, ou seja, não há
sinais de reparo ósseo (calo ósseo) nem infiltrado
hemorrágico.

Ausência de remodelação
Coloração mais clara que do osso ao redor *
Fratura transversal,longitudinal,irregular, bordas
irregulares, marcas de ação tafonômica
(animais,plantas,etc)
Sinal de Bonnet: face externa do crânio - indica o
sentido do projetil de arma de fogo no osso, no caso,
entrada.
Sinal de Benassi: sugere que o disparo foi encostado.
Sinal de Bonnet: face interna do crânio - indica o
sentido do projetil de arma de fogo no osso, no caso,
entrada.
Sinal de Benassi: sugere que o disparo foi encostado
 Lei de Puppe

A Regra de Puppe, estabelecida pelo patologista

forense alemão Puppe em 1903, afirma que quando
duas ou mais linhas de fratura do crânio produzidas
por diferentes forças contundentes se cruzam, é
possível reconstruir a sequência de lesões.
 @csinursebr
E-mail: sabrina.vilaa@alumni.usp.br
 E-book oferecido pelo
Centro Educacional Sete de Setembro
"Antropologia Forense".