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SEXUALIDADE NORMAL E PATOLÓGICA

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino,
de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável


e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e
ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país
na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no
atendimento e valor do serviço oferecido

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Sumário

NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2

Introdução .................................................................................................................. 4

Sexo x sexualidade ................................................................................................... 6

Normalidade e patologicidade ................................................................................. 9

Comportamento sexual normal ........................................................................................ 13

Sexualidade patológica ..................................................................................................... 14

A psicopatia ...................................................................................................................... 16

Fases da resposta sexual humana ..................................................................................... 17

Direitos à saúde sexual e reprodutiva ................................................................... 20

Sexologia ................................................................................................................. 22

O profissional - Sexólogo .................................................................................................. 25

Ferramentas da sexologia ................................................................................................. 26

Referências .............................................................................................................. 27

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Introdução
Sexualidade normal e patológica são questões que pretendemos discutir ao
longo desse caderno.

Em apartada síntese, normal, por definição, seria algo habitual ou comum,


enquanto patológico seria entendido como um fenômeno que produz sofrimento para
um indivíduo e/ou para o seu grupo social.

A patologia, ramo da medicina é aquela que se ocupa da natureza e das


modificações produzidas no organismo por doença.

Figura 1 – Normal e patológico em sexualidade

Segundo Leite Junior e Nascimento (2012), conceitos de normalidade e de


patológico, ao longo da história receberam definições que tentaram taxonomizar a
práticas e vivências dos sujeitos. O discurso médico-científico e o estatístico em que
se estabeleceram as normas vigentes evidenciam o ajustamento do indivíduo na
sociedade com influência da cultura em que o sujeito está imerso. Tais conceitos
são vistos como uma relação binária que regem as vivências dos sujeitos, definindo
e muitas vezes rotulando indivíduos.
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Georges Canguilhem1 será um dos nossos guias ao longo do caderno, por
vários motivos, mas que simplificamos nesses excertos:

O problema das estruturas e dos comportamentos patológicos no homem é


imenso. O portador de um defeito físico congênito, um invertido sexual, um
diabético, um esquizofrênico, levantam inumeráveis problemas que remetem, em
última análise, ao conjunto das pesquisas anatômicas, embriológicas, fisiológicas,
psicológicas.

Figura 2 – O normal e o patológico em sexualidade

Para agir, é preciso ao menos localizar. Como agir sobre um terremoto ou um


furacão? É, sem dúvida, à necessidade terapêutica que se deve atribuir a iniciativa
de qualquer teoria ontológica da doença. Ver em qualquer doente um homem
aumentado ou diminuído em algo já é, em parte, tranquilizar-se. O que o homem
perdeu pode lhe ser restituído; o que nele entrou, pode sair. Mesmo se a doença é
sortilégio, encantamento, possessão demoníaca, pode-se ter a esperança de vencê-
la. Basta pensar que a doença atinge o homem para que nem toda esperança esteja
perdida (CANGUILHEM, 2010).

1 Georges Canguilhem (1904-1995) foi um filósofo e médico francês. Especialista em epistemologia e


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história da ciência, publicou obras importantes sobre a constituição da biologia como ciência, sobre
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medicina, psicologia, ideologias científicas e ética.

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Enfim, nosso caminho ao longo do caderno passa por reflexões e
discernimento acerca de sexo e sexualidade; ponderações sobre normalidade e o
comportamento sexual normal que envolve as fases da resposta sexual humana.

Falaremos também sobre os direitos à saúde sexual e reprodutiva, conquistas


bem recentes e com vasto material, principalmente vindos do Ministério da Saúde na
Atenção Básica de Saúde.

Deixamos para o final alguns comentários sobre a Sexologia, ciência que tem
por objeto o estudo da sexualidade e dos problemas fisiológicos ou psíquicos com
ela relacionados.

De todo modo salientamos que existem posicionamentos os mais variados,


sejam eles religioso, jurídico, político, social, discriminatório, preconceituoso, e não
temos intuito de desafiar ou agredir a nenhum deles, procurando respeitar cada
opção e opinião, fazendo uso da ciência para as exposições adiante.

Sexo x sexualidade
Muitas pessoas acham que ao falar de sexualidade estamos falando de sexo,
mas é importante entender que sexo se refere a definição dos órgãos genitais,
masculino ou feminino, ou também pode ser compreendido como uma relação
sexual, enquanto que o conceito de sexualidade está ligado a tudo aquilo que somos
capazes de sentir e expressar.

O que determina o sexo de uma pessoa é a anatomia do seu corpo. Ou seja,


biologicamente, nascemos menino ou menina, em função de um órgão sexual. Esta
ideia reflete o que todos temos assimilado, que temos um sistema reprodutor,
características físicas secundárias (como seios ou barba) e sexualmente somos
definidos por esses elementos.
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Figura 3 – Sexo x Sexualidade

Mas o sexo é apenas uma parte da identidade sexual de uma pessoa. É


apenas a parte física desta identidade, que pode encontrar diferentes posturas
psicológicas (MUNDOPSICOLOGOS.COM, 2016).

Em biologia, o sexo é o conjunto de particularidades que caracterizam os


indivíduos de uma espécie dividindo em masculino e feminino, os órgãos do sexo
masculino produzem gametas chamados espermatozoides, enquanto no organismo
das fêmeas teremos a produção dos óvulos.

O sexo também representa uma taxa populacional, uma vez que separa a
espécie humana em duas, cada uma com diferentes tarefas e exercícios específicos.
Os homens têm uma estrutura ou musculatura maior, rugosidade, menos emocional,
enquanto a mulher tem características físicas e emocionais mais sutis que dão o
toque feminino característico. O sexo devidamente dito é desenvolvido a partir dos
órgãos sexuais, o aparelho genital como meio de reprodução de ambos os seres
vivos, o sexo reprodutivo de acordo com seu gênero ou raça para expandir
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naturalmente a espécie (PERDOMO, 2018).


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E a sexualidade?

A sexualidade, no ser humano, integra um conjunto de relações biológicas


psicológicas e emocionais que, embora sejam baseadas no instinto de reprodução,
na prática tem funções muito variadas. Possivelmente uma das funções mais
importantes da sexualidade na sociedade é permitir, de maneira especial, a
comunicação entre as pessoas, um tipo de comunicação na qual o afeto e o prazer
contribuem com o eixo central. Uma função indiscutível da sexualidade é dar um
impulso ou desejo sexual, que é experimentado como uma cessação urgente à qual
se deve dar vazão ou expressão.

No entanto, a sexualidade é um fenômeno tão complexo que, em qualquer


sociedade analisada, suas funções devem incluir também circunstâncias tão
variadas quanto a de cumprir uma exigência ou obrigação social (PERDOMO, 2018).

Eis o conceito da Organização Mundial de Saúde:

“A sexualidade faz parte da personalidade de cada um, é uma necessidade


básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado de outros aspectos
da vida. Sexualidade não é sinônimo de coito (relação sexual) e não se limita à
ocorrência ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso, é a energia que
motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir,
nos movimentos das pessoas, e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade
influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto, a saúde física
e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também
deveria ser considerada um direito humano básico” (GTPOS/OMS, 1975)

Devemos compreender também que tudo que sentimos e vivemos acontece


no nosso corpo, portanto, não é possível separar a sexualidade do corpo ou pensar
no corpo sem considerar a sexualidade. Por isso, ouvimos tantas mensagens de
controle do nosso corpo, “fecha a perna”, “não chora”, “tira a mão daÍ” etc, que tem
por objetivo controlar também a nossa sexualidade e como consequência acaba nos
afastando de conhecer e cuidar do nosso corpo e aumentando a nossa
vulnerabilidade.

Fechando esse tópico sexo x sexualidade, é importante responder ao


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questionamento “Todo mundo tem sexualidade?”

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Sim, afinal a sexualidade está presente deste quando nascemos até nossa
morte, o que irá acontecer é que a sexualidade humana pode se transformar ao
longo dos anos, dependendo das experiências que as pessoas se permitem
vivenciarem. Sendo assim, é possível entender a sexualidade como uma
característica dinâmica e não estática, imutável, ou seja, assim como os cabelos
mudam de cor e de textura ao longo dos anos, a sexualidade também muda
conforme o tempo passa. A maneira como nos sentimos atraídos pelas outras
pessoas também pode mudar em intensidade, em orientação e em identidade, ao
longo da vida e de acordo com as vivências que os indivíduos se permitem
(REPROLATINA, 2017).

Normalidade e patologicidade

Em medicina, o termo normal tem uma conotação estatística,


predominantemente, ou seja, normal é o mais frequente, mais usual, mais
encontradiço e, neste caso, não-normal nem sempre significa, obrigatoriamente,
doença. Vejamos o caso da gravidez de gêmeos; não é uma gravidez normal e
também não é doença. Ou ao contrário, podemos dizer que ter dentes cariados é
estatisticamente normal, no entanto, não se tratam de dentes sadios (BALLONE;
MOURA, 2008).

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Figura 4 – Normal e patológico

Os autores dizem que sexo sadio é aquele que satisfaz todos que dele
participam e, normal, é o sexo que não causa sofrimento. É uma colocação bastante
explicativa. Assim sendo, falar em problemas sexuais ou transtornos da sexualidade
implica, primeiramente, em algum acontecimento incomum, ou seja, estatisticamente
não-normal e, em segundo e principalmente, em algum acontecimento capaz de
causar sofrimento ou prejuízo na pessoa ou em outros.

Mas sexualidade anormal trataremos em outro caderno.

O dilema de muitos profissionais da saúde mental é a fronteira entre o normal


e o patológico. Onde termina a saúde e começa a doença? O que é normalidade?

Segundo Canguilhem (2010), os critérios para classificar o que é normalidade


dependem de opções filosóficas, ideológicas e pragmáticas. Alguns dos principais
critérios utilizados em psicopatologia são:

a) Normalidade como ausência de doença. Neste a ausência de sintomas, sinais


ou de doenças é sinônimo de saúde.
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b) Normalidade ideal. Estabelece-se uma norma ideal do que, supostamente é


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um sujeito sadio.

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c) Normalidade estatística. O normal é aquilo que se observa com mais
frequência.

d) Normalidade como bem-estar. A Organização Mundial de Saúde (OMS)


definiu em 1946, a saúde como o complemento entre o bem-estar físico,
mental e social e não somente como ausência de doença.

e) Normalidade funcional. Baseados em aspectos funcionais o fenômeno é


considerado patológico quando produz sofrimento para o indivíduo e/ou para
o seu grupo social.

f) Normalidade como processo. Este conceito considera os aspectos dinâmicos


do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações
ao longo do tempo.

g) Normalidade subjetiva. Aqui o que vale é a percepção subjetiva do sujeito


sobre seu próprio estado de saúde.

h) Normalidade como liberdade. Alguns autores existencialistas tratam que


saúde está vinculado a possibilidade de transitar com graus de liberdade
sobre o mundo; a doença é a fossilização destas possibilidades existenciais.

i) Normalidade operacional. Aqui, a priori, define-se o que é normal e patológico


e opera-se de acordo com estas definições.

Como podemos observar há vários conceitos de normalidade, e


consequentemente vários de psicopatologia. Podemos pensar, é claro, que o que
não é normal é patológico. Esta é uma questão com várias respostas. O limite entre
o normal e o patológico é impreciso. O normal não é rígido, ele se adapta e se
transforma de acordo com as condições individuais. Dois corpos podem estar
submetidos as mesmas influências e reagirem a estas de maneira distinta (SANTOS,
2011).

Segundo Canguilhem (2010) é para além do corpo que se deve olhar para se
julgar o normal e o patológico para este mesmo corpo. O que adoece não são
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apenas partes do corpo ou a sua totalidade. Há um adoecimento, um mal-estar, que


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se estende para além dos limites do corpo, que está na sociedade.

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Dalgalarondo (2008) nos apresenta critérios que podem ser de ordem
quantitativa ou qualitativa. Ressalta, ainda, que nenhum destes critérios consegue
compreender a totalidade do sofrimento psíquico. Porém para a Psicanálise, a
anormalidade só pode ser diagnosticada ou conceituada levando-se em
consideração diferentes critérios de referência, baseados nos contextos culturais,
históricos, etários e sociais do sujeito que sofre. Freud, em vários momentos da sua
obra, comenta a respeito de um contínuo entre a normalidade da vida psíquica e
suas alterações, sem nenhuma linha divisória absoluta, ou seja, podemos transitar
por estes dois polos a qualquer momento de nossas vidas, sem necessariamente
estarmos enquadrados numa definição fixa e permanente de “normal” ou
“patológico” (LEITE JUNIOR; NASCIMENTO, 2012).

No entanto, Canguilheim (2010), nos possibilita compreendermos o normal a


partir do conceito de norma, que numa análise semântica demonstra sua
ambiguidade referindo tanto a “fato” como a “valor”. Dessa forma, o emprego do
termo “normal” enquanto fato está relacionado aos critérios quantitativos descritos
por Dalgalarrondo (2008), enquanto que o uso de “normal” enquanto valor faz parte
da definição qualitativa do mesmo autor. Ressalta, ainda, que em se tratando do ser
humano, média ou frequência apenas não serão suficientes para compreendermos a
dimensão da normalidade ou patologia na vida psíquica, sendo necessário adentrar
na dimensão subjetiva do homem.

Nesta perspectiva, o conceito de “normal” surge como sendo uma norma de


caráter flexível, que busca um estado de adaptabilidade do sujeito ao meio em que
está inserido, chamado de “norma superior”. Com isso, normal está ligado à fluidez
em lidar de diferentes formas diante de situações inusitadas, no intuito de se manter
em equilíbrio com o que a vida exige do sujeito. Já o patológico é compreendido
como “norma inferior”, que leva o indivíduo a funcionar de modo cristalizado,
estagnado frente às adversidades do meio, não permitindo movimento e a
possibilidade de novas normas superiores (LEITE JUNIOR; NASCIMENTO, 2012).
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Figura 5 – Sexualidade: normal ou anormal?

Trazendo tal discussão para o universo da sexualidade humana, os autores


acima percebem que, apesar do aprofundamento teórico e a amplitude das
discussões ainda se tem uma carga moral fortemente arraigada nos preceitos que
regem a vida dos sujeitos. Talvez por ainda ser forte a ideia de um modelo de
sexualidade padrão, que contém elementos de julgamento, baseados em moldes
retrógrados, patriarcais, machistas e heteronormativos. Para tanto, compreende-se a
necessidade de um olhar para as rupturas que emergem e se manifestam nas
vivencias desses sujeitos, fazendo-nos repensar a sexualidade na
contemporaneidade.

Comportamento sexual normal

O comportamento sexual humano é diversificado e determinado por uma


combinação de vários fatores tais como os relacionamentos do indivíduo com os
outros, pelas próprias circunstâncias de vida e pela cultura na qual ele vive. Por isso
é muito difícil conceituar o que é “normal” em termos da sexualidade.

O que se pode afirmar em relação a isso é que a normalidade sexual está


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relacionada ao fato da sexualidade ser compartilhada de forma que o casal esteja de


acordo com o que é feito, sem caráter destrutivo para o indivíduo ou para o parceiro
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e não afronta regras comuns da sociedade em que se vive.

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A anormalidade, ao contrário, pode ser definida quando há uma fixação em
determinada forma de sexualidade ou em determinada pessoa, ou ainda quando a
pessoa não consegue desfrutar de outras formas de prazer (BALLONE; MOURA,
2008).

Sexualidade patológica

Um dos caminhos para falar de sexualidade patológica passa


necessariamente pelos sentimentos que se confundem, como o amor obsessivo, o
ciúme, ou melhor, o delírio do ciúme, a dependência sexual, etc. Outras
anormalidades deixaremos para o módulo das disfunções.

Para que o ciúme seja considerado patológico, têm que estar reunidas três
grandes estratégicas:

a) A vigilância estreita - o ciumento controla todos os passos da pessoa amada,


exigindo estar sempre informado do que acontece;

b) A restrição de contatos - o ciumento tem o cuidado de isolar a pessoa amada


de tudo e todos, para que neutralize qualquer ameaça à relação, partindo da
ideia “se não te relacionares com ninguém, não há hipótese de te perder”; e,

c) A desvalorização do outro - o ciumento recorre aos instrumentos mais


instintivos e agressivos, como ameaças ou insultos, para desvalorizar,
humilhar e desprezar o objeto amado, para que este se sinta incapaz e
impotente. Este funcionamento patológico tem um objetivo principal, promover
a dependência amorosa (LINO, 2009).
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A dependência amorosa, outra patologia, é um estado instável caracterizado
pela compulsão de negar tudo o que a pessoa é, ou foi, a favor de uma experiência
nova e extática (SCHAEFFER, 2008).

Autores que se dedicaram ao estudo da dependência amorosa, descobriram


que intervém três elementos no fenômeno da dependência amorosa:

a) Um comportamento continuado apesar das consequências físicas ou


psicológicas adversas;

b) Obsessão ou preocupação; e,

c) Sensação de que as coisas estão fugindo ao controle.

Existem dois outros elementos que poderão ou não intervir na dependência:

a) A tolerância - o aumento progressivo da necessidade do objeto da


dependência, no intuito de conseguir manter o mesmo efeito de prazer; e,

b) Os sintomas de privação do objeto da dependência.

A dependência por si só é um fenômeno que reúne três sensações


constantes: a excitação, a saciedade e a fantasia. Assim sendo a dependência
amorosa é o desenvolvimento maligno da nossa tendência para a excitação, para a
fantasia e para a saciedade.

As pessoas podem viver sem amor, mas terão dificuldade em desenvolver a


sua autoestima, a capacidade de amar os outros, ou mesmo de amar a vida. Estes
são os elementos básicos de uma relação sã. Parece que existe uma correlação
inversamente positiva entre estes elementos e a dependência, assim quando mais
baixa for a autoestima, a dificuldade em amar os outros e a própria vida, maior é a
vulnerabilidade para se tornar dependente amoroso. A dependência amorosa pode
tornar-se uma dependência doentia, tolerada pela sociedade, até à violência.

Tal como existem diferentes formas de amar, também existem diferentes


formas de dependência nesses amores. Para Schaeffer (2008), se considerarmos o
amor romântico, esta dependência romântica aplica-se às situações em que o objeto
da dependência amorosa é também o objeto romântico. Esta pessoa-objeto pode
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ser um parceiro romântico ou apenas algo que existe apenas nas fantasias do
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dependente do amor. A acumulação de sentimentos inebriantes vividos durante o

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período de atração de um romance, um estado de paixão obsessiva e de constante
perturbação, é a droga que pode converter-se num substituto de uma intimidade
real. A procura deste êxtase pode transformar-se, em si própria, numa dependência.
Converte-se frequentemente numa obsessão dramática que resulta na perseguição,
por parte da pessoa obcecada, do objeto do amor romântico (LINO, 2009).

Assim, o dependente do amor procura a imersão absoluta na relação


romântica, seja ela real ou imaginária. Como o clímax romântico depende da
novidade da relação, ou da presença de uma pessoa, a dependência romântica
aparece frequentemente sob a forma de um melodrama vítima/perseguidor e de
sadomasoquismo. Os comportamentos bizarros são muitas vezes um subproduto da
dependência romântica.

No tipo de amor físico, caracterizado pela atração sexual, a dependência


surge quando o sexo se torna a única experiência onde os três planos do prazer - a
excitação, a saciedade e a fantasia - estão satisfeitos.

Enfim, a dependência sexual é uma doença que envolve qualquer tipo de


atividade sexual incontrolável e que tem consequências negativas na conduta do
indivíduo, ou seja, quando o comportamento sexual obsessivo-compulsivo não é
satisfeito, produz angústia e desespero, quer ao indivíduo, quer à família, quer à
pessoa com quem mantém uma relação (SCHAEFFER, 2008).

A psicopatia
Segundo Fernandes da Fonseca (1997), entende-se por psicopatia uma
situação psicológica de desarmonia constitucional, por imaturidade ou deterioração
da personalidade, com tendência para a impulsividade, ou ainda para um
comportamento amoral ou antissocial. O psicopata é aquele que sofre e faz sofrer.

A psicopatia é um funcionamento típico da personalidade do agressor, pois


receia todo o tipo de afetos positivos dele e dos outros. E maioritariamente um
indivíduo do sexo masculino, no caso da violência doméstica ou sexual. A sua
sobrevivência psíquica parece estar intimamente ligada ao exercício da depreciação
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dos outros. Na sua interação com os outros, tende a mudar de comportamentos, de


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atitudes, de discursos, de opiniões e até de decisões conforme se encontre na
presença de diferentes pessoas.

Uma característica bastante forte no funcionamento psicopata é o seu


elevado índice de egocentrismo o que o torna incapaz de ser empático com os
outros, isto é, de conseguir colocar-se no lugar dos outros e de compreendê-los
(LINO, 2009).

Outra característica do psicopata é a perversidade, definida como o carácter


ou a ação perversa com comportamentos sádicos e de depravação. A perversidade
está ligada à perversão sexual pura, característica de algumas parafilias tais como o
exibicionismo, o sadomasoquismo sexual, a pedofilia, a zoofília, o fetichismo, etc. O
pervertido sexual alimenta a sua perversão através de pulsões orientadas para
objetos de desvio que se tornaram a única fonte de prazer sexual.

A psicopatia, sendo considerada como a psicopatologia que está na base de


todo o comportamento amoroso passional, caracteriza o funcionamento do agressor.
O amor passional surge de uma disfuncionalidade entre o bebé e a mãe. A atitude
complacente da mãe reforçará os comportamentos dependentes e simbióticos, bem
como a insegurança, a falta de proteção e a ausência de carinho partilhado. Este
quadro pode determinar uma falta de confiança no outro.

O psicopata é aquele que não acredita em ninguém, nem se sente seguro


com ele próprio. Reage da forma mais instintiva e depressa passa ao ato quando as
suas necessidades não são satisfeitas ou se sente ameaçado.

Segundo Rhodes e Rhodes (2000), o psicopata quando rejeitado tende a


tornar-se muito agressivo. Se isso acontece, vivencia um conflito, pode chegar a
matar ou a morrer. Os comportamentos de autodestruição são característicos dos
psicopatas consoante o grau de deterioração mental. Assim, a consequência última
de todo este funcionamento será a morte.

Fases da resposta sexual humana


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A relação sexual bem-sucedida depende de uma sequência complexa de
ocorrências hormonais e fisiológicas altamente vulneráveis aos efeitos de excitações
emocionais, tanto intensas quanto crônicas. Masters; Johnson (1970 apud
MARQUES; CHEDID; ELZERIK, 2008), descreveram o “ciclo de resposta sexual
completo”, subdividindo-o em quatro fases:

1) Excitação: duração de minutos a horas:

 É a estimulação psicológica e/ou fisiológica para o ato.

 Corresponde à lubrificação vaginal na mulher e à ereção peniana no homem.

 Caracteriza-se basicamente por dois fenômenos: vasocongestão e miotonia,


culminando na formação da plataforma orgástica.

2) Platô:

 Excitação contínua; prolonga-se de 30 segundos a vários minutos;

3) Orgasmo (orge, do Latim, significa agitação, irritação).

 É uma descarga de imenso prazer, representada no homem pela ejaculação


peniana.

 Tensão que aumenta, atinge o auge, e é descarregada, gerando relaxamento


corporal.

 É a fase de excitação máxima, com grande vasocongestão e miotonia rítmica


da região pélvica, acompanhada de grande sensação de prazer, seguida de
relaxamento e involução da resposta (resolução).

 É o clímax da resposta sexual e constitui uma série de contrações rítmicas (3


a 15) da plataforma orgástica, com intervalo de 0,8 segundos.

4) Resolução: Também chamada fase de detumescência.


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É um estado subjetivo de bem-estar que se segue ao orgasmo, no qual
predomina o relaxamento muscular, a lassidão e certo torpor.

Tem duração de minutos a horas. Nos homens, caracteriza-se por um período


refratário no qual o organismo necessita estar em repouso, não aceitando mais
estimulação.

Figura 6 – Ciclo de Resposta Sexual Humana

Anote aí:

Hoje em dia, o Ciclo da Resposta Sexual Humana se compõe de três fases:


Desejo, Excitação e Orgasmo.

1º Desejo:

Consiste numa fase em que fantasias, pensamentos eróticos, ou visualização


da pessoa desejada despertam vontade de ter atividade sexual.

O desejo, ou a sensualidade, é uma experiência subjetiva que incita a pessoa


a buscar atividade sexual. Em termos cerebrais, há mensagens neurofisiológicas
que motivam a busca por sexo. Esses sinais neurológicos ainda não foram bem
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explicados, mas já se fala em uma espécie de Centro de Desejo Sexual no Cérebro,


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que seria constituído principalmente por uma pequena região cerebral denominada

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Claustro. Nas mulheres, o olfato e principalmente o tato, são bastante responsáveis
pelo aumento do desejo sexual.

2º Excitação:

Fase de preparação para o ato sexual, desencadeada pelo desejo. Junto com
sensações de prazer, surgem alterações corporais que são representadas
basicamente no homem pela ereção (endurecimento do pênis) e na mulher pela
lubrificação vaginal (sensação de estar intimamente molhada).

3º Orgasmo:

É o clímax de prazer sexual, sensação de prazer máximo, que ocorre após


uma fase de crescente excitação.

O orgasmo, o êxtase, o gozo ou ápice de prazer ocorre quando há liberação


de toda a tensão sexual acumulada.

No homem, junto com o prazer, ocorre a sensação de não conseguir mais


segurar a ejaculação, e então ela ocorre; e na mulher, ocorrem contrações da
musculatura genital.

Direitos à saúde sexual e reprodutiva

Os direitos à saúde sexual e reprodutiva (DSR) foram reconhecidos


recentemente e são considerados uma conquista histórica, advinda da luta pela
cidadania e pelos Direitos Humanos (BRASIL, 2013). Abrangem o exercício da
vivência da sexualidade sem constrangimento, da maternidade voluntária e da
anticoncepção autodecidida (LEMOS, 2014). Estes direitos devem ser percebidos
para que sejam pensadas estratégias governamentais eficazes, uma vez que o
atendimento das demandas por cuidado à saúde sexual e reprodutiva (SSR)
relacionadas às vivencias de homens e mulheres deve ser um compromisso das
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políticas públicas na perspectiva da integralidade (SOUZA; TYRRELL, 2007).


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As ações em saúde sexual e reprodutiva tem como marco legal a Conferência
Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), que as definiu como
primordiais à saúde, aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos, abandonando a
ênfase na necessidade de limitar o crescimento populacional e a IV Conferência
Mundial sobre a Mulher, que apresenta avanço na definição dos direitos sexuais e
direitos reprodutivos como Direitos Humanos (BRASIL, 2013; 2011).

No Brasil, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher e,


principalmente, a Política Nacional dos Direitos Sexuais e dos Direitos Reprodutivos
orientam as ações em saúde sexual e reprodutiva (BRASIL, 2013).

O conceito de direito reprodutivo passa a ser classificado como um ato


político, ponderando conversas e negociações (LEMOS, 2014), porém, essa
mudança de enfoque, é complexa e demanda tempo, uma vez que implica em
transformações culturais da sociedade e necessita estar focada na educação em
saúde e no protagonismo dos atores envolvidos com o cuidado, através do diálogo,
co-responsabilização e reflexão acerca dos mesmos (RAMOS, 2008).

A utilização do termo planejamento reprodutivo em substituição a


planejamento familiar tem embasado a política de SSR no Brasil, havendo a defesa
de que se trata de uma concepção mais abrangente, tendo em vista que o conceito
de planejamento familiar, assim como o de controle de natalidade, tem também um
enfoque econômico-demográfico.

A consolidação dos direitos sexuais se deu apenas na década de 1990 e, na


atualidade, uma parcela dos movimentos feministas utiliza esta terminologia na luta
das desigualdades de gênero (CORRÊA; ÁVILA, 2003). A dimensão da sexualidade
surge como um tema polêmico e como grande dificuldade para progresso, devido
aos tabus e preconceitos que permeiam a discussão (RIOS, 2006).

O modo como as instituições e as práticas de saúde se organizam,


reproduzem este contexto, oferecendo uma atenção fragmentada e de baixa
resolutividade, com o cuidado dirigido a queixas clínicas e ainda muito direcionadas
ao público feminino (RAMOS, 2008), cujos serviços ainda apresentam
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características predominantes curativas, com poucas ações de prevenção e


promoção na Saúde Sexual e Reprodutiva (POLI, 2006).
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O concreto exercício dos direitos sexuais e reprodutivos demanda políticas
públicas que garantam a saúde sexual e reprodutiva e que tem na APS uma das
suas grandes áreas de atuação. Portanto, a exigência de que o Estado assegure
esses direitos está diretamente proferida aos processos de trabalho dos
profissionais de saúde, de forma que, dependendo de sua postura no atendimento
aos usuários (as), tal garantia pode ser comprometida.

Neste sentido, torna-se importante para propiciar o diálogo, entre os sujeitos


envolvidos com o cuidado, de uma proposta educativa que não considere apenas o
modelo biomédico, mas que pondere questões relativas ao gênero, à sexualidade, à
autonomia e à liberdade para a construção de práticas não discriminatórias que
garantam a promoção, a proteção e o exercício da sexualidade e da reprodução
como um direito, pautadas na integralidade da atenção, como norteadoras das
práticas assistenciais no âmbito da atenção à saúde (LEMOS, 2014).

No caderno de Endocrinologia – masturbação e homossexualismo iremos


adiante nas questões da atenção à saúde baseadas na ciência para além do modelo
biomético.

Sexologia

Sexologia é o estudo da psicologia humana e suas manifestações sexuais. A


sexologia estuda todas as facetas da sexualidade. Desde o desenvolvimento sexual,
até mecanismos de situações eróticas, comportamento sexual e apego emocional.
Inclui-se aspectos fisiológicos, psicológicos, médicos, sociais e culturais. A sexologia
também abrange assuntos específicos como abortos, controle de natalidade, abuso
sexual, novas técnicas de reprodução ou saúde sexual (PIMENTA, 2018).

É uma área do conhecimento que trata do comportamento sexual, da


sexualidade e dos problemas psicofisiológicos e sociológicos que lhe correspondem.
Trata-se de uma área de atuação interdisciplinar, que abrange algumas áreas da:
22

a) Medicina (andrologia, ginecologia e a anatomia dos órgãos sexuais).


Página

b) Psicologia, sociologia e antropologia do comportamento sexual.

22
c) Neurociências (o estudo da base da resposta sexual e a complexidade do
comportamento sexual).

d) Psiquiatria (parafilias, assim como desordens que levam a inadequações).

e) Epidemiologia das doenças sexualmente transmissíveis (DSTS).

No campo psicológico, se destacam Sigmund Freud e sua concepção


psicanalítica da sexualidade e Helen Singer Kaplan, médica e psicanalista, pioneira
no campo da terapia sexual e fundadora da primeira clínica americana para
desordens sexuais em uma escola médica.

A sexologia também toca questões mais amplas, como o conceito de saúde


sexual, aborto, saúde pública, controle de natalidade, abuso sexual, entre outros.

O estudo científico do sexo e da sexualidade pode ser rastreado até o período


grego clássico no mundo ocidental. Ainda mais cedo no mundo oriental.

Em sua origem histórica, a Sexologia remonta aos gregos antigos quando


médicos conduziram extensas observações e ofereceram as primeiras teorias
elaboradas sobre respostas sexuais, disfunções, práticas e ética.

A sexologia nasceu no fim do século XIX quando três estudiosos alemães


lançaram livros sobre o tema sexualidade.

Os livros que marcam o início dos estudos sobre a sexualidade foram:

 Psychopatia sexualis de Richard von Krafft-Ebing, lançado em 1886;

 Libido sexualis de Albert Moll, lançado em 1897;

 Estudos de psicologia sexual de Havelock Ellis, também lançado em 1897.


23

A curiosidade sobre a sexualidade e os sentimentos que ela desperta sempre esteve


Página

presente ao longo da história da humanidade. Várias obras de arte da antiguidade,

23
ou mesmo desenhos pré-históricos retratam o corpo humano com ênfase nos órgãos
genitais (masculinos principalmente).

Figura 7 – Deus Hermes

O pênis já foi idolatrado como o símbolo de fertilidade, de poder e de


liderança pelas mais diversas culturas do globo terrestre e ainda tem vital
importância na atualidade.

Referências sobre o estudo do amor e do apetite sexual podem ser


encontradas desde a Idade Antiga, nos escritos do filósofo Platão. Ele identificava o
deus Eros como o deus do amor e dos apetites sexuais, deus do instinto básico da
vida, responsável pela atração entre os corpos. Era a força vital que impulsionava a
vida.

Freud referiu-se a esse mesmo deus Eros de Platão como a Libido, força vital
24

de amor.
Página

24
Ainda no fim do século XIX foi usada no campo de criminologia como uma
forma de prevenir os comportamentos sexuais diferentes. Esses colocavam em risco
o que era correto para a burguesia dominante da época. Assim, tratava o que eles
consideravam “loucura sexual”, fosse ela criminosa ou apenas um comportamento
sexual considerado diferente. Ao longo da história, a ênfase no estudo sexológico
tendeu a se concentrar nos resultados do sexo, em vez da experiência da
sexualidade.

Figura 8 - Sexologia

Áreas focais específicas para o estudo da sexologia priorizaram


principalmente a reprodução humana e a saúde sexual como tópicos de aprendizado
e pesquisa. O estudo do amor, das emoções sexuais, das relações humanas, da
resposta sexual humana, do comportamento sexual criminoso, da função sexual, do
prazer sexual e da satisfação têm sido esforços relativamente recentes no estudo
científico da sexualidade (PIMENTA, 2018).

O profissional - Sexólogo
25

Um sexólogo trabalha em encontrar uma solução para uma dificuldade sexual


Página

responsável por um distúrbio ou sofrimento. O objetivo da terapia sexual é fomentar

25
o desenvolvimento de uma sexualidade e relacionamento mais satisfatórios. Assim,
ajuda os clientes a entender melhor a natureza de seus problemas e a encontrar
ferramentas para garantir seu bem-estar.

Um sexólogo clínico se concentra no tratamento de disfunções sexuais,


distúrbios e variações. Isso inclui principalmente 6 problemas sexuais comuns,
como:

1) Pré-orgasmo ou dificuldade em atingir o orgasmo;

2) Sexo doloroso ou inibido, incluindo vaginismo;

3) Baixo desejo sexual;

4) Disfunção erétil;

5) Ejaculação precoce;

6) Ejaculação atrasada ou inibida.

Por vezes, as causas desses problemas são apenas de origem psicológica.


Outras vezes, há causas orgânicas, que por sua vez podem originar problemas
psicológicos. Recomenda-se por isso consulta médica para exclusão, ou não, de
causas orgânicas.

Os órgãos genitais e os órgãos dos sentidos são fundamentais, necessitam


estar minimamente funcionais e de aprendizagem e treino. Entretanto, os nossos
pensamentos, crenças e emoções influenciam o nosso bem-estar, inclusive o bem-
estar sexual. Por isso as sessões de terapia sexual e tratamento decorrem através
de conversas sobre as mais variadas questões relacionadas com a queixa, a sua
história e o impacto na vida da pessoa e da relação. Estas questões permitem
avaliar e simultaneamente intervir, esclarecendo, desafiando e sugerindo tarefas que
serão feitas posteriormente num espaço e tempo preferenciais (CUNHA, 2016).

Ferramentas da sexologia
Um sexólogo clínico usará métodos de aconselhamento psicológico como
26

técnicas cognitivas comportamentais para identificar mitos e crenças disfuncionais


Página

em torno da sexualidade. A educação sexual e aconselhamento de casais para

26
capacitar os clientes a experimentarem a sexualidade de uma maneira diferente são
exemplos disso.

A sexologia pode usar ferramentas de uma variedade de campos


acadêmicos, incluindo biologia, psicologia, educação, sociologia, antropologia,
criminologia, medicina, epidemiologia e neurologia.

Os sexólogos estudam e trabalham dentro de áreas especializadas no campo,


incluindo desenvolvimento sexual ao longo da vida (sexualidade infantil, adolescente
e envelhecida), relações sexuais, comportamento e atividade sexual, identidade e
orientação sexual e também com grupos (culturas, pessoas com deficiência,
adolescentes). O estudo da função sexual também faz parte do amplo termo
sexológico, e pode incluir disfunções sexuais como anorgasmia, disfunção erétil,
vaginismo e dor sexual, entre outras (PIMENTAL 2018).

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