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Os Complexos Afetivos e suas Expressões Psicossomáticas

Prof.ª Luciana Antonioli

Este trabalho tem como proposta aproximar a teoria da psicossomática com


a Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung.
A psicossomática, é uma ciência interdisciplinar que integra diversas
especialidades da medicina e da psicologia para estudar os efeitos de fatores
sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das
pessoas. O termo também pode ser compreendido, tal como descreve Mello Filho 1,
como "uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas de saúde, é um
campo de pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo tempo, uma prática, a prática
de uma medicina integral.
A definição de saúde possui implicações legais, sociais e econômicas dos
estados de saúde e doença; sem dúvida, a definição mais difundida é a encontrada
no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde: saúde é um
estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de
doenças. Percebe-se nesta definição a necessidade do indivíduo estar em relação
com o ambiente, que pode ser ampliada nas palavras de Gilberto Freyre2 (1983), o
ser humano “é um todo, biológico, ecológica e socioculturalmente determinado. E
seu bem-estar, além de físico, psicossocial, está dependente e relacionado a
situações que o envolvem como membro de um grupo, em particular, e de uma
comunidade e, mais do que isso, de um sistema sociocultural em geral; e não
apenas de sua herança biológica ou fatores ecológicos”.
Podemos ampliar esta definição:

Saúde e bem-estar são aspirações humanas que geram muita discussão


em função da falta de entendimento entre as várias escolas que estudam o ser
humano. O avanço do conhecimento produziu uma visão fragmentada do homem.
Esse avanço científico separou e compartimentalizou a dimensão cerebral da
biologia e da fisiologia. Consequentemente, todo o conjunto biopsíquico e espiritual
também ficou separado das dimensões familiar, profissional, social, planetária e
cósmica. Este é o resultado de um pensamento dualista materialista que, além de
dividir tudo em opostos, valoriza só o que pode ser percebido fisicamente e,
logicamente, despreza todas as dimensões imateriais, colocando-as apenas como
epifenômenos dos aspectos matérias. Essa triste realidade acabou conceituando
por saudável o indivíduo que possui recursos financeiros para sustentar suas
patologias por meio da tecnologia física ou química. Ou seja, artifícios ou próteses
para manter a vida biológica e econômica dos seres humanos, sem o menor
cuidado com a vida anímica e espiritual. (MAGALDI, 2009, p. 67)

1
Mello Filho, Júlio (coordenador); Psicossomática hoje; Porto Alegre; Artes Médicas, 1992.
2
Freyre, Gilberto de Mello (Recife, 15 de março de 1900 — Recife, 18 de julho de 1987) foi um polímata brasileiro. Como escritor,
dedicou-se à ensaística da interpretação do Brasil sob ângulos da sociologia, antropologia e história. Foi também autor de
ficção, jornalista, poeta e pintor.

1
É importante ampliarmos a nossa capacidade de entendimento sobre o
comportamento dos indivíduos no que eles são influenciados socialmente. Esta
influência histórico-social se faz de acordo com o grupo social ao qual eles
pertencem, e que reforçará ou punirá os seus comportamentos. As emoções, ainda
que sejam respostas universais de um organismo, submetem-se às influências
sociais” (Lane, 1986). Assim, aquilo que nos entristece ou nos alegra decorre da
visão de mundo que se adquire através do contato social. Na verdade, todo
fenômeno humano é um fenômeno social, como também a ordem social existe
unicamente como produto da atividade humana.
Para Jung (2006, p.43) “não chegaremos a compreender a psicologia do ser
humano, enquanto a considerarmos apenas como assunto subjetivo do indivíduo,
pois o mais importante é seu caráter de relacionamento com os outros.”
Desenvolvimento orgânicos significativos se completam após o nascimento
do bebê. Por conseguinte, o organismo humano desenvolveu-se em interação com
o seu ambiente social (grupo no qual se insere) e assim muitas funções orgânicas
são fortemente influenciadas e serão determinadas socialmente. O ser humano está
em constante movimento e a todo momento surgem situações que exigem dele uma
solução. Este continuo movimentar-se é determinado, em parte, pelo conjunto das
necessidades inconscientes e pelas exigências da cultura. Um bom exemplo disso
é o trabalho, que pode ser fonte de satisfação e criador de condições para a
satisfação de necessidades (inclusive instintivas).
Este continuo movimentar-se, para buscar satisfação, é em geral movido por
emoções (muitas vezes inconscientes); disso decorre a criação de situações de
novo surge a necessidade de se obter soluções, o que gera a ação.
A linguagem surge como algo que medeia a ação. Por um lado, ela tem um
caráter instrumental, na medida em que expressa ao outro uma comunicação, e por
outro lado, um conteúdo ideológico cultural que está a ela vinculado.
A emoção busca a expressão (por meio da linguagem) para solucionar o
estado de necessidade e obter a satisfação.
No entanto, se esse processo for total ou parcialmente bloqueado, em geral,
este bloqueio é de origem ideológica e cultural, má solução não é adequada, a ação
mostra-se comprometida e a emoção fica contida, o que implica que a manifestação
da emoção, então, faz-se de forma indireta e/ou simbólica. Aproximando-se dos
conceitos de somatização e conversão.
É fundamental a insistência de se levar em consideração a totalidade do ser
humano e das circunstâncias que o rodeiam para termos uma compreensão mais
ampla dos processos de adoecer. A totalidade surge quando se leva em conta a
pessoa, o doente e não a doença. Daí a tendência atual da psicossomática de
compreender os processos de adoecer, não como um evento casual na vida de uma
pessoa, mas sim representando a resposta de um sistema, de uma pessoa que vive
em sociedade. De uma pessoa que nessa sociedade vive em relação recíproca com
outros sistemas, inclusive outras pessoas, e que é parte ativa de uma microestrutura
familiar inserida na macroestrutura social e cultural, situada em determinado
ambiente físico e que procura resolver, do melhor modo possível, os problemas da
sua existência no mundo (Pontes). O estudo e a compreensão da biografia do
indivíduo nos permite perceber que os fenômenos humanos têm sempre uma

2
motivação nada acontecendo por acaso. Assim, o processo de adoecer deixa de
ser um evento casual e passa a ser integrado a biografia. Para Magaldi3:

A minha experiência pessoal, como psicoterapeuta clínico, professor e


supervisor de atendimento, que utiliza abordagem analítica de Carl Gustav Jung
(1875 a 1961), além da filosofia da medicina homeopática de Samuel Hahnemann
(1755-1843) e dos conhecimentos de psicossomática, permitem-me constatar que
grande parte dos sofrimentos que acometem o ser humano contemporâneo ocorre
em decorrência das neuroses individuais e coletivas, que se manifestam em vários
crescentes distúrbios biopsicossociais. Tais distúrbios são geradores de sintomas e
doenças que carregam em seu bojo temáticas que gravitam inevitavelmente entre
os relacionamentos afetivos, com o dinheiro e, de maneira “sombreada”, com o
sagrado, o que pode despontar como uma possibilidade de superação das crises
geradas pelas queixas de dinheiro, relacionamentos e doenças. (MAGALDI, 2009,
p. 23)

O indivíduo, no decorrer do seu desenvolvimento, constrói e estrutura formas


de ser e reagir aos diferentes estímulos aos quais pode ser submetido no sentido
de manter a homeostase do sistema humano. No saber contemporâneo, podemos
afirmar que o homem é capaz de responder às ameaças simbólicas4 recorrentes da
interação social e não apenas às ameaças concretas (biológicas, como os
microorganismos, e/ou físicas e químicas). Assim, situações como quebra de laços
familiares e da estrutura social, privação de necessidades básicas, obstáculos à
realização pessoal, separação, perda de emprego, viuvez, aposentadoria, entre
outros, são tão potencialmente danosos à pessoa, quanto os fatores concretos
acima citados.
É de fundamental importância abrir espaço para compreender que a situação
de conflito, mesma do indivíduo consigo mesmo, seja do indivíduo com a
circunstância à qual está submetido, geradora de emoção, é suficiente para “originar
transtornos funcionais, e estes se repetidos e persistentes, alteram a vida celular
acarretando a lesão orgânica e suas complicações” (Pontes). A emoção é um
fenômeno que ocorre simultaneamente no nível do subsistema do corpo e no nível
do subsistema processos mentais naquilo que no nível dos sentimentos é medo,
raiva, dor, tristeza, alegria, fome, no corpo concomitante se expressa através de
modificações no subsistema somático, através de modificações das funções
motoras, secretoras e de irrigação sanguínea. Este conjunto de alterações é
coordenado pelo conjunto hipotálamo-hipófise e sistema límpido que foram assim
explanados por Fernandes Pontes5: “A disfunção pode resultar da alteração de fibra
muscular lisa que existe em vários lugares ao mesmo tempo, em vários órgãos.
Assim, a pessoa pode apresentar disfunções motoras no nível do aparelho digestivo

3
Magaldi Filho, Waldemar. Psicólogo, especialista em Psicologia Junguiana, Psicossomática e Homeopatia,
Mestre e Doutor em Psicologia da Religião.
4 Símbolos, a palavra significa juntar; reunir; reencontro de forças contrárias; lançar juntos; revelando uma síntese, uma união ou ligação
de forças ou aspectos opostos de uma mesma coisa. (MAGALDI, 2009, p. 103)

5
Fernandes Pontes: Médico, gastroenterologista, participante a Associação Brasileira de Medicina
Psicossomática "somente" surgiria em 1964, tendo o Prof. Pontes como um de seus fundadores e, em
momento posterior, seu Presidente.

3
(vômitos, síndrome hipostênica, diarreia, prisão de ventre, discinesias); do aparelho
respiratório (asma, bronquite); do aparelho genitourinário (discursiva, cólica
pielouretral, dismenorreia, polaciúria, vaginismo, taquiespermia); do aparelho
circulatório (hipertensão arterial diastólica, enxaqueca, cefaleia de tensão); de pele
(neurodermites, eczemas, pruridos) e de outros órgãos e aparelhos. A disfunção,
quando secretora, manifesta-se não só na produção de muco, mas também na
produção de secreções enfocarias, na produção de hormônios do aparelho
digestivo, secreção gástrica, pancreática, biliar e entérica. A disfunção da irrigação
sanguínea nos órgãos, exerce importante papel na determinação de processos
agudos e crônicos e na, dependência da intensidade, da repetição e da duração
deles, pode ocasionar a diminuição da resistência da mucosa a outros agentes
agressivos, surgindo hemorragias e ulcerações de extensão e profundidade
variáveis. As alterações destas três funções parciais ocorrem em combinações
múltiplas, ao sabor das mais variadas situações de vida, ligadas a sentimentos de
raiva (hostilidade), medo, dor (mal-estar), fome, humilhação, depressão,
desesperança, desalento, tristeza e melancolia. E as suas expressões na clínica
são as mais variadas”.

Conjunto de reações que um organismo desenvolve ao ser submetido a uma


situação que exige esforço para a adaptação

Na verdade, a todo instante estamos fazendo movimentos de adaptação, ou


seja, tentativas de nos ajudarmos às mais diferentes exigências, seja do ambiente
externo, seja do mundo interno, este vasto mundo de ideias, sentimentos desejos,
expectativas, sonhos, imagens, etc., que casa um tem dentro de si. Assim, o
politraumatizado de um acidente de trânsito, a mãe que se preocupa com o filho, o
operário que trabalha em um ambiente barulhento ou perigoso para a sua
integridade, o executivo que luta para cumprir os prazos, o jogador de futebol, estão
em situação de estresse. Também nós já experimentamos situações de vida,
relacionadas ou não com o trabalho, que nos exigiram um esforço adicional,
experimentando esta situação de estresse, ou seja, aquele denominador comum de
todas as reações de adaptação de um organismo (Seyle 6 ). O referido autor
demonstrou, em vários trabalhos publicados a partir de 1936, que o organismo,
quando exposto a um esforço desencadeado por um estímulo percebido como
ameaçador à homeostase, seja ele físico, químico, biológico ou mesmo
psicossocial, apresenta a tendência de responder de forma uniforme e inespecífica,
anatômica e fisiologicamente, respostas estas que constituem uma síndrome. A
esse conjunto de reações inespecíficas na qual o organismo participa como um
todo, ele chamou de Síndrome Geral de Adaptação, não é necessário que a fase
se desenvolva até o final para que haja o estresse e é evidente só nas situações
mais graves que se atinge a exaustão:
Reação de alarme subdivide-se em dois tempos: o shock e o contra-shock,
está reação caracteriza-se:

6
Seyle, Hans. Húngaro (26 de janeiro de 1907 - 16 de outubro de 1982), era um austríaco-canadense pioneiro endocrinologista. Ele
realizou muitos trabalhos científicos importantes sobre a resposta não específica hipotético de um organismo para estressores. Selye era
consciente dos muitos aspectos dos glicocorticoides no seu papel da resposta ao estresse. Alguns comentaristas consideram-no o primeiro
a demonstrar a existência de estresse biológico .

4
A) aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, para permitir que o sangue
circule mais rapidamente e portanto, cheguem aos tecidos mais oxigênio e
nutrientes;
B) contração do baço, levando mais glóbulos vermelhos à corrente sanguínea,
acarretando mais oxigênio para o organismo;
C) o fígado libera açúcar armazenado na corrente sanguínea para que seja utilizado
como alimento e, consequentemente, mais energia para os músculos e cérebro;
D) redistribuição sanguínea, diminuindo o fluxo para a pele e vísceras, aumentando
para músculo e cérebro;
E) aumento da frequência respiratória e dilatação dos brônquios, para que o
organismo possa captar e receber mais oxigênio;
F) dilatação pupilar com exoftalmia, para aumentar a eficiência visual;
G) aumento do número de linfócitos na corrente sanguínea, reparar possíveis danos
aos tecidos.
Tais reações são desencadeadas por descargas adrenérgicas da medula da
supera-renal e de noradrenalina em fibras pós-ganglionares. Paralelamente, é
acionado o eixo hipotálamo-hipófise-supera renal que desencadeia respostas mais
lentas e prolongadas e que desempenha um papel crucial na adaptação do
organismo ao estresse a que está sendo submetido. O estímulo agudo provoca a
secreção no hipotálamo do hormônio corticotrophin releasing hormônio, que por sua
vez determina a liberação de ACTH da adeno-hipófise, além de outros neuro
hormônios e peptídeos cerebrais, como as beta-endorfinas (que atuam sobre o
componente doloroso do estresse), STH, protactínio, etc. O ACTH desencadeia a
síntese e a secreção de glicorticoides pelo córtex da supera-renal. Estabelece-se
então um mecanismo de feedback negativo com os glicorticoides atuando sobre o
eixo hipotálamo- hipofisário. Essas reações são mediadas pelo sistema diencéfalo-
hipofisário, visto que não surgem em animais de experimentação que tiveram a
hipófise ou parte do diencéfalo destruídos. Se os agentes estressantes
desaparecem, tais reações tenderá regredir no entanto, se o organismo é obrigado
a manter seu esforço de adaptação, entra em uma nova fase, que é chamada Fase
de Resistência, que se caracteriza basicamente pela reação de hiperatividade
cortico-supra-renal, sob mediação diencéfalo-hipofisário, com aumento do córtex da
supra-renal, atrofia do baço e de estruturas linfáticas, leucocitose, diminuição de
eosinófilos e ulcerações.
Se os estímulos estressores continuarem a agir, ou se tornarem crônicos e
repetitivos, a resposta basicamente se mantém, mas com duas características:
diminuição da amplitude e antecipação das respostas. Poderá ainda haver falha nos
mecanismos de defesa, mas com desencadeamento da terceira fase, que é a de
Exaustão, com retorno à Fase de Alarme, dificuldade na manutenção de
mecanismos de adaptação, perda de reservas e morte (Seyle, 1965 e 1947;
Rodrigues, 1989a; Melo Filho,1983; Pontes, 1987; Granboulan, 1988).
As reações de estresse resultam, pois, dos esforços de adaptação. No
entanto, se a reação ao agressor for muito intensa ou se o agente do estresse for
muito potente e/ou prolongado, poderá haver, como consequência, doença ou maior
predisposição ao desenvolvimento de doença. Pois a reação protetora sistêmica
desencadeada pelo estresse pode ir além da sua finalidade e dar lugar a efeitos
indesejáveis. É oportuno lembrarmos mais uma vez Levi (2010, p. 118): “o ser
5
humano é capaz de adaptar-se ao meio ambiente desfavorável, mas esta adaptação
não ocorre impunemente. O perigo parece ser maio nas situações em que a energia
mobilizada pelo estresse psicoemocional não pode ser consumida. Aliás, Seyle
(2010, p. 118)) nos lembra que as doenças de adaptação são consequências do
excesso de hostilidade ou de excesso de reações de submissão. Além disso, a
possibilidade de que o organismo contenha memória afetiva (sistema límbico,
hipotálamo conectados com o córtex) de situações de estresse anteriores, perpetua
o potencial nocivo (Granboulan, 1988).
Podemos comprovar nas doenças em que aparece um componente de
esforço de adaptação, como, por exemplo, nas úlceras digestivas, nas úlceras
digestivas, nas alterações dispépticas, crises hemorroidárias, alterações da pressão
arterial (ditas acidentais), alterações na parede dos vasos sanguíneos, alguns tipos
de doenças renais, alterações inflamatórias do aparelho gastrintestinal, diversas
afecções dermatológicas, alterações metabólicas várias, manifestações alérgicas,
artrites reumáticas e reumatoides, perturbações sexuais, comprometimento do
sistema imunológico e algumas alterações tiroidianas.

Os complexos Afetivos e suas Expressões Psicossomáticas

“Nos distúrbios psicossomáticas a carne parece não estar sendo dirigida


por suas leis fisiológicas específicas, mas por algo ainda mais sutil,
mas acessível à consciência através da compreensão
psicológica interna do que pela observação externa”.
(Hillman, 1984, p.130)

A partir do conteúdo teórico apresentado até o momento podemos notar que


as emoções podem ser a base dos sintomas. Quando o processo de expressar as
emoções for bloqueado, a solução fica prejudicada e a emoção se torna contida,
podendo manifestar-se indiretamente e/ou simbolicamente, como o sintoma.
Na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, temos que o sintoma (2005, p.
17) “estes só aparecem quando não se consegue ver o outro lado do próprio ser,
nem a premência dos seus problemas. O sintoma parece produzir-se unicamente
nessas condições, e ajuda o lado não reconhecido da alma a exprimir-se.” Os
“problemas” não resolvidos são guardados no inconsciente pessoal. Este é o
receptáculo que contém todas as atividades psíquicas e os conteúdos que não se
harmonizam com a individuação ou função consciente. Ou então foram experiências
outrora conscientes que passaram a ser reprimidas ou desconsideradas por
diversos motivos, como por exemplo, um pensamento entristecedor, um problema
moral. Ficam muitas vezes esquecidos, simplesmente porque não eram importantes
ou porque assim pareceram na época em que foram experimentados. Todas as
experiências fracas demais para atingir a consciência, ou para nela permanecer,
ficam armazenadas também no inconsciente pessoal. O Inconsciente pessoal é a
parte formada por conteúdos oriundos da vivência pessoal do indivíduo e que foram
esquecidos ou reprimidos. Para Jung (2006, p. 55) o inconsciente é visto como
elemento inicial, do qual brota a condição consciente e não é só formado de

6
conteúdos reprimidos. Para tentar entender o inconsciente, Jung elaborou a técnica
de associações de palavras, a técnica sugere uma palavra estímulo que toca um
tópico inconsciente e evidencia um complexo. Uma característica do inconsciente
pessoal é a possibilidade de reunião de conteúdos para formar um aglomerado ou
constelação. Jung deu-lhe o nome de complexos. Estes são autônomos, possuem
a força propulsora própria, e podem atuar de modo intenso no controle de nossos
pensamentos e comportamentos. Quando uma pessoa tem um complexo vive tão
intensamente preocupada com um fato que dificilmente consegue pensar em outro,
um forte complexo é facilmente percebido por outras pessoas, embora quem o
vivencia não o perceba. O complexo não tem que ser necessariamente um
obstáculo ao ajustamento de uma pessoa, ele também pode ser fonte de inspiração
e de impulso, essencial para uma realização digna de nota. É usual considerar que
os complexos são pessoais, a maioria dos complexos é gerada na própria história
específica da vida de uma pessoa e pertence estritamente ao indivíduo. Para Jung
ao lado do inconsciente pessoal há outros conteúdos que provem, não só de
aquisições pessoais, mas das possibilidade herdadas do funcionamento psíquico
em geral da estrutura central herdada. São essas as conexões mitológicas, os
motivos e imagens, que e em todo lugar podem nascer sem tradição histórica ou
migração, chamado de inconsciente coletivo.
O Inconsciente coletivo é de origem anterior ao pessoal e engloba todos os
conteúdos da experiência psíquica humana. Jung (in HALL, 2005, p.32) diz que do
mesmo modo que o corpo humano apresenta uma anatomia comum, sempre a
mesma, apesar de todas as diferenças raciais, assim também a psique possui um
substrato comum. O inconsciente coletivo é um reservatório de imagens latentes
em geral denominadas imagens primordiais por Jung. O homem herda tais imagens
do passado ancestral, passado que inclui antepassados humanos, bem como os
antecessores humanos, bem como os antecessores pré-humanos ou animais.
Estas imagens étnicas não são herdadas no sentido de uma pessoa lembrar-se
delas conscientemente, ou de ter visões com os antepassados. São antes
predisposições ou potencialidades no experimentar e no responder ao mundo tal
como os antepassados. Os conteúdos do inconsciente coletivo estimulam um
padrão pré-formado de comportamento pessoal que o indivíduo seguirá desde o dia
do nascimento. Esta imagem virtual transforma-se em realidade consciente ao
identificar-se com os objetos que lhe são correspondentes. Por exemplo: quando
existe no inconsciente coletivo uma imagem virtual da mãe, tal imagem expressar-
se-á logo que a criancinha perceber e reagir à mãe verdadeira ou ao cuidador desta
criança. De modo que os conteúdos do inconsciente coletivo são responsáveis pela
seletividade da percepção e da ação. Quanto maior o número de experiências, mais
numerosas as probabilidades de as imagens latentes tornarem-se manifestas. Eis
porque um ambiente rico e muitas oportunidades de experimentação, criatividade e
aprendizado fazem-se necessários para a individuação.
Os conteúdos do inconsciente coletivo denominam-se arquétipos. A palavra
arquétipo significa um modelo original que conforma um protótipo. Constituem
sedimentos de experiência constantemente revividos pela humanidade.
Os Arquétipos são as formas típicas de conceber, vivenciar e reagir, da maneira de
se comportar e de sofrer, retratos da própria vida. Os arquétipos são universais, isto

7
é, todos herdam as mesmas imagens arquetípicas básicas. O arquétipo constitui o
núcleo de um complexo, ele atrai para si experiências significativas a fim de formar
um complexo. Tendo-se tornado suficientemente forte através da adição de
experiências, o complexo pode chegar à consciência. Somente na medida em que
se constitui centro de um complexo bem desenvolvido é que o arquétipo pode ter
uma expressão na consciência e no comportamento. Alguns arquétipos têm uma
importância tão grande na formação da personalidade e do comportamento do ser
humano que Jung dedicou-lhes uma especial atenção. São os arquétipos de
persona, anima e animus, sombra e o self.

A teoria junguiana enxerga os arquétipos, como fontes primordiais de


constituição da psique. No entanto, sendo derivados de toda a experiência humana
referente a um determinado tema, torna-se humanamente impossível ter deles uma
compreensão plena. A experimentação do arquétipo se dá de forma limitada, a partir
de imagens arquetípicas, elas detêm força o suficiente para ordenar todas as
experiências do indivíduo acerca do tema em questão; servem como núcleo, em
torno do qual orbitam as imagens associadas a essas experiências, amalgamadas
pelos afetos que as mesmas despertaram. Jung chamou cada um desses conjuntos
temáticos de complexos, e é a partir deles que se determina o dinamismo psíquico
e que se processam as vivências. Os inúmeros complexos compartilham, entre si,
a energia psíquica, num sistema entrópico. Integram-se na totalidade psíquica, a
identidade genuína e plena de cada indivíduo, chamada Si-mesmo ou Self.

O mais autorreferenciado dos complexos na psique é o complexo do eu, ou


ego, a quem Jung atribui o posto central da consciência, sendo responsável por
absorver dela as experiências, assimila-las e denotar-lhe uma estrutura de
personalidade. Sendo o mais estável, responde pelos atos conscientes do sujeito e
a ele dá a noção dos limites aos quais está submetido. Funciona como um eixo
estruturante da psique, restrito em sua natureza, sendo incapaz de conseguir
abarcar todo o conteúdo consciente e se autodefinir de forma completa. No entanto,
é nele que o sujeito encontra os referenciais de base para viver a existência. As
fronteiras da consciência estariam no território que separa o eu e o desconhecido:
seja no mundo exterior, ainda não experimentado, ou no mundo interior,
denominado inconsciente.
Jung propõe uma divisão entre dois fatores que constituem o ego: a base
somática e a base psíquica. O campo somático corresponde à “totalidade das
sensações de natureza endossomáticas, as quais, por sua vez, são de caráter
psíquico e ligadas ao eu e, consequentemente, também conscientes”, (2008, p.14)
capazes de transpor, em partes, os limites da consciência, encaminhando-se aos
limites do inconsciente. Nesse intercâmbio, de lá também podem irromper
conteúdos, capazes de se transformar em sensações físicas, perceptíveis pela
consciência. A atuação do ego se dá entre os conteúdos tangíveis pela consciência
global da realidade, e a totalidade dos conteúdos inconscientes – variando, entre
estes, a capacidade de se tornarem conscientes ou não. A consciência, inclusive, é
o resultado da capacidade de experimentação do eu, do “entrechoque do fator
somático com o mundo exterior” (ibid., p. 15).

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No entanto, Jung ressalta que a divisão entre fatores físicos e psíquicos se
aplicam mais numa compreensão teórica dos acontecimentos. O olhar empírico
sinaliza que, de tão intima que se configura essa relação, podemos entender a
psique e o soma como um fator uniforme, correspondente à totalidade do indivíduo
(2008, p.170).

O inconsciente é a psique que alcança, a partir da luz diurna de uma


consciência espiritual, e moralmente lúcida, o sistema nervoso designado há muito
tempo por simpático. Este não controla como o sistema cerebroespinal a percepção
e a atividade muscular e através delas o meio ambiente; mantem no entanto o
equilíbrio da vida sem os órgãos dos sentidos, através das vias misteriosas de
excitação, que não só anunciam a natureza mais profunda de outra vida, mas
também irradia sobre ela um efeito interno. Neste sentido, trata-se de um sistema
extremamente coletivo: a base operativa de toda participation mystique, ao passo
que a função cérebro-espinal culmina na distinção diferenciada do eu, e só apreende
o superficial e exterior sempre por meio do espaço. Esta função capta tudo como
“fora” ao passo que o sistema simpático tudo vivência como “dentro”. (JUNG, 2006,
p. 30)

Quando a consciência não é suficiente para estruturar uma determinada


experiência que se apresenta, o conteúdo inesperado com o qual se depara irá
mobilizar outros complexos, alheios ao ego, para assimilar o novo. O complexo
afetado vai se constelar, ou seja, ganhará uma estrutura de disponibilidade,
expectativa e prontidão à reação, que se dará a partir dos parâmetros definidos por
experiências anteriores. Quando isso se dá, o complexo se revitaliza e se atualiza,
aglutinando o resultado desta nova experiência em torno de si. A partir deste
mecanismo, o complexo assume uma espécie de magnetismo para vivências
semelhantes, que envolvam a mesma temática. A cada repetição, ele se cronifica:
ganha mais vigor e, mais robusto, é capaz de atrair novas experiências que o
confirmem e o atualizem. Essa autodeterminação e coerência interior conferirão ao
complexo um grau de autonomia, como uma nova personalidade fragmentada e
alheia às vontades do ego, que atuará a depender da carga de energia psíquica que
conseguem deter no determinado momento.

O termo “Ego” é o resultado de um complexo, que por sua vez, é formado


por um conjunto de arquétipos, representando o centro organizador da consciência.
O ego é uma diferenciação do si mesmo que, ao longo da vida, precisa se confrontar
com ele para permitir a realização da alma. Um ego saudável é flexível e lida
simbolicamente com os conteúdos desconhecidos que surgem no transcorrer da
vida. Um ego patológico fica inflexível e nega, neuroticamente, os conteúdos do
inconsciente. (MAGALDI, 2009, p. 50)

Quando um complexo ativado entra em conflito com o ego, gerará um estado


de perturbação da consciência, na qual ela perderá sua autonomia: quando
parcialmente, pela identificação da consciência com o complexo ativo, ocasionando
quadros neuróticos; quando plenamente, com a suspensão das faculdades
egoístas, nos quadros psicóticos.

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A neurose é caracterizada por uma dissociação moderada da personalidade
devido a um estado de desunião consigo mesmo. É sintoma de desajustamento e
de conflito, gerando, simultaneamente, crises, ativação de complexos autônomos e
possibilidade de crescimento evolucionai, por meio da integração consciente dos
conteúdos que se tornaram dissociados. (MAGALDI, 2009, p. 23)

Rompe-se a unidade da consciência e se dificultam mais ou menos as


intenções da vontade, quando não se tornam de todo impossíveis. A própria
memória é muitas vezes profundamente afetada. Daí se deduz que o complexo é
um fator psíquico que, em termos de energia, possui um valor que supera, às vezes,
o de nossas intenções conscientes; do contrário, tais rupturas da ordem consciente
não seriam de todo possíveis. De fato, um complexo ativo nos coloca por algum
tempo num estado de não-liberdade, de pensamentos obsessivos e ações
compulsivas, para os quais, sob certas circunstâncias, o conceito jurídico de
imputabilidade limitada seria o único válido (ibid., p. 200, grifo do autor).
A tentativa consciente de inibição de um complexo ativo pode conferir-lhe
ainda mais vigor, ou seja, uma capacidade maior de interferência nas questões da
consciência. E, sendo o ego formado pelos fatores somáticos e psíquicos em torno
da consciência, os complexos têm plena capacidade de intervir na dimensão
corpórea. “Estes estados afetivos nos conduzem à gênese dos sintomas físicos,
graças à sua ligação normal com as manifestações somáticas” (Jung, 2007, p. 20).
Fomentam sensações, sintomas, lesões disfuncionais e a morte – de órgãos,
sistemas ou do organismo pleno. A graduação, entre esses fatores se dará a partir
da energia mobilizada pelo conflito, associada ao movimento de resistência do ego
frente a conteúdos inconscientes que requisitam espaço na consciência. Quanto
mais resistentes, maior a disponibilidade do corpo para dar forma a questões
sombrias. Ou seja, ele assume partes reprimidas pelo ego, por este não ser capaz
de admitir ou de reconhecer em si a capacidade de incorporação de tais potências.
Podemos comparar o endurecimento do ego diante do inconsciente com uma
armadura: ela serve para proteger; porém, na medida em que se enrijece e não
respeita a necessidade de expansão do corpo, começa a feri-lo.
A doença surge aí como indício de uma movimentação psíquica alheia à
consciência. Jung (2008, p.40) sinaliza que o sintoma psicossomático surge
especialmente para comprometer a hegemonia do ego inflacionado, resumindo-lhe
a presunção de controle, derivada de hipervalorizarão da consciência. Está se pauta
na ilusão da autonomia frente às forças advindas do inconsciente. Por esse motivo,
a atuação de forças diferentes às do ego é percebida imediatamente com
estranhamento. O sujeito adoecido assume uma óptica distorcida de sua realidade
e tende a uma postura reativa frente aos acontecimentos – mesmo inviabilizada de
sua plenitude, a consciência tenta deter o controle da situação, que em sua crença,
não é alcançado em virtude de fatores exógenos e alheios à sua participação. Ao
assumir essa postura, busca um distanciamento das questões de origem de conflito.
Afastando-se da oportunidade de enfrentamento psíquico à qual foi conclamado. A
doença tem por finalidade amplificar conteúdos subjacentes, que se relacionam e
se referem à sua temática individual do Self. Ou seja, adoecer é assumir um
caminho sofrido que leva ao desenvolvimento.

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A humanidade experimentou, inúmeras vezes, tanto individualmente quanto
coletivamente, que a consciência individual significa separação e inimizade. No
indivíduo, o tempo de dissociação é tempo de doença, o mesmo acontecendo na
vida dos povos. Não podemos negar que a nossa época é um tempo de dissociação
de doença. As condições políticas e sociais, a fragmentação religiosa e filosófica, a
arte e psicologia modernas tudo dá a entender a mesma coisa. Será que existe
alguém, mesmo tendo só um pouquinho de sentimento de responsabilidade, que se
sinta bem com este estado de coisas? Se formos honestos temos que reconhecer
que ninguém mais se sente totalmente bem no mundo atual; aliás, o mal estar vai
aumentando. A palavra crise também é expressão médica que sempre designa
clímax perigoso de doença. (JUNG, 2012, p.151)

Jung correlaciona os sintomas com a autonomia de conteúdos psíquicos. À


consciência, parecem nós tomar com intensidade, criando uma unilateralidade,
como quem cobra as envidas honras, para que lhe prestemos as devidas honras.
Por exemplo com a dessacralização de nossa época como cita Jung, ao dizer (2011,
p. 42) “que a nossa verdadeira religião é o monoteísmo da consciência, uma
possessão da consciência que ocasiona uma negação fanática da existência de
sistemas parciais autônomos.” E continuando ele diz:

Ainda estamos tão possuídos pelos conteúdos psíquicos autônomos, como


se fossem deuses. Atualmente eles são chamados: fobia, compulsões, e assim por
diante; numa palavra, sintomas neuróticos. Os deuses tornaram-se doenças. Zeus
não governa mais o Olimpo, mas o plexo solar e produz espécimes curiosos que
visitam consultório médico; também perturba os miolos dos políticos e jornalistas,
que desencadeiam pelo mundo verdadeiras epidemias psíquicas. (JUNG, 2011, p.
43)

O sintoma derivado de um complexo ativo, manifesto no corpo e na psique,


tem função simbólica, distribuída em um paradoxo de atribuições: simultaneamente,
é aquele que denuncia o conflito e o proporciona capacidade de remissão, a partir
do enfrentamento. Assume a forma de símbolo, que irrompe do inconsciente dotado
de uma pluralidade de significados e um caráter numinoso. Na doença,
experimentamos a sensação de falência iminente, que nos aproxima dos mistérios
dá existência. Por si, esse movimento nos conduz a uma reelaboração de
significados, uma nova determinação de sentidos para os eventos da vida.
Para Jung a doença acaba por auxiliar a contar a história do sujeito,
geralmente por aspectos de difícil compreensão da consciência. O olhar
psicossomático nos sugere uma correlação direta entre o órgão-sistema lesionado
e a dinâmica do complexo ativo, que seria reproduzido fielmente não só na doença
em si, mas também no doente – na forma como o sujeito lida que com o mal que o
acomete. O mesmo complexo pode afetar diferentes órgãos ou sistemas, mas trará
predileção por aqueles que sinalizam, com mais intimidade, o conteúdo simbólico
que o traduz. Tendem a perder sua intensidade, e consequente capacidade de
atuação, na medida em que seu conteúdo se concilia com a consciência.
Uma forte tonalidade (afetiva) sempre acompanha os complexos de grande
envergadura e você-versam os afetos fortes sempre escondem um complexo de
grande envergadura. Isso é facilmente explicável pelo fato de que, por um lado, os

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complexos de grande envergadura compreendem em si inúmeras enervações
corporais e, por outro lado, os afetos fortes constelam um grande número de
associações, graças ao estímulo poderoso e persistente que provocam no corpo.
Normalmente, os afetos podem durar por tempo indeterminado (distúrbios gástricos
e cardíacos, insônias, tremedeiras, etc.). Mas vão morrendo aos poucos,
desaparecendo da consciência as ideias do complexo, que passarão a se
manifestar de vez em quando, nos sonhos através de alusões disfarçadas. ( 1986,
p.35).

Quando pensamos na cura sabemos que ela, como diz Magaldi (2009, p. 137)
“representa, simbolicamente, a conquista da integralidade humana, a consistência
do ego com o Self rumo ao caminho da individuação. Psicologicamente podemos
afirmar que a cura é diretamente proporcional a um estado de consistência no qual
o ego pode lidar de forma flexível, estruturante e integral com toda potencialidade
simbólica e diversidade da vida.

Referências

1. HALL, Calvin Springer. Introdução à psicologia junguiana. São Paulo. Ed.


Cultrix, 2005.
2. HILLMAN, James. Uma busca interior em psicologia e religião. São Paulo.
Ed. Paulus, 1984.
3. JUNG, Carl Gustav. Obras Completas de C. G. Jung. Petrópolis. Ed. Vozes.
Vol. III – Psicogênese das doenças mentais, 2011.
Vol. IV – Freud e a psicanálise, 2007.
Vol. VII / 1 – Psicologia do inconsciente, 2005.
Vol. VII / 2 – O eu e o inconsciente, 2006.
Vol.VIII / 2 – A natureza da psique, 2006.
Vol. XIII – Estudos alquímicos, 2011.
Vol. IX / 1- Os arquétipos e o inconsciente coletivo, 2000.
Vol. X / 3 – Civilização em transição, 2012
Vol. XVI/1 – A prática da psicoterapia, 2007.
Vol. XVII - O desenvolvimento da personalidade, 1986.
Vol. XVIII / 1 – Fundamentos da psicologia analítica, 2004.

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4. MAGALDI FILHO, Waldemar. Dinheiro, saúde e sagrado: interfaces culturais,
econômicas e religiosas à luz da psicologia analítica. São Paulo. Ed. Eleva
Cultural, 2009.
5. MELLO-FILHO, Julio de. Psicossomática hoje. Porto Alegre, Ed. Artmed,
2010.

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