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BASES ANATÔMICAS DOS GÊNEROS

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FACULESTE

A história do Instituto FACULESTE, inicia com a realização do sonho de um


grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a FACULESTE, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A FACULESTE tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário

FACULESTE ............................................................................................................... 2

Introdução .................................................................................................................. 4

Bases anatômicas do corpo humano ...................................................................... 7

Anatomia humana .................................................................................................................. 8

Etimologia e conceitos ........................................................................................................ 8

Divisões da anatomia .......................................................................................................... 9

Níveis de organização do corpo humano ............................................................................. 10

Divisões do corpo humano ................................................................................................... 11

Plano de delimitação e seção do corpo ............................................................................ 13

Nomenclatura em anatomia ............................................................................................. 14

Os órgãos do corpo humano................................................................................................. 15

Os sistemas do corpo humano ............................................................................................. 19

Sistema Genital ....................................................................................................... 22

Sistema genital masculino .................................................................................................... 22

Sistema genital feminino ...................................................................................................... 23

Teorias sobre gênero, corpo e comportamento ................................................... 24

Referências ............................................................................................................... 27

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Introdução

Gênero no dicionário “Aurélio”:

Substantivo masculino.

1.Agrupamento de indivíduos, objetos, etc. que tenham características comuns.

2.Classe, ordem, qualidade.

3.Modo, estilo.

4.Antrop. A forma como se manifesta, social e culturalmente, a identidade sexual dos


indivíduos.

5.Biol. Reunião de espécies.

6.Gram. Categoria que classifica os nomes em masculino, feminino e neutro.

Gênero humano.

A espécie humana; a humanidade (FERREIRA, 1986).

Outros conceitos seriam:

“Uma categoria social imposta sobre um corpo sexuado” (Gates, s. d. apud SCOTT,
1995).

“Gênero é um elemento constitutivo das relações sociais baseado nas diferenças


percebidas entre os sexos… o gênero é uma forma primária de dar significado às
relações de poder” (SCOTT, 1995).

“Uma forma de entender, visualizar e referir-se à organização social da relação entre


os sexos” (GUEDES, 1995).

Enfim, de maneira geral encontramos gênero como um conjunto de seres ou objetos


que possuem a mesma origem ou que se acham ligados pela similitude de uma ou
mais particularidades.

O gênero, portanto, se refere a tudo aquilo que foi definido ao longo tempo e que a
nossa sociedade entende como o papel, função ou comportamento esperado de
alguém com base em seu sexo biológico (MEDEIROS; MORAES, 2015).

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Para alguns grupos ou segmentos da sociedade, gênero se reporta a homem e mulher,
feminino e masculino, entretanto, há também a incongruência de gênero que acontece
quando o indivíduo não se reconhece com o sexo identificado ao nascer. Homens
transexuais/transgênero são aqueles nascidos no sexo feminino, mas que se
identificam como sexo masculino. Já a mulher transexual/transgênero é aquela
nascida no sexo masculino, mas se identifica como do sexo feminino. Travesti é a
pessoa que se identifica e se apresenta com o gênero oposto, porém aceita sua
genitália.

Identidade de gênero, igualdade de gênero, ideologia de gênero são outros campos


de intenso debate e reflexões no momento presente.

Vale guardar de imediato:

O sexo diz respeito às características biológicas que diferenciam homens e mulheres.


O sexo é usualmente determinado pelas genitálias.

O gênero é a construção social atribuída ao sexo.

Como o próprio nome indica, identidade de gênero diz respeito ao gênero com o qual
uma pessoa se identifica. É independente do sexo (ou seja, das características
biológicas), está relacionada a identificação de uma pessoa com o gênero masculino
ou feminino.

Algumas pessoas se identificam com um gênero diferente do que é imposto a elas em


função de seu sexo biológico. Essa identificação é o que chama-se de identidade de
gênero.

A sexualidade diz respeito à orientação sexual de uma pessoa, ou seja, por quais
gêneros essa pessoa sente atração sexual ou romântica.

Algumas das categorias atribuídas à sexualidade são: heterossexualidade (pessoa


que sente atração por pessoa do gênero oposto); homossexualidade (pessoa que
sente atração por pessoa do mesmo gênero); bissexualidade (pessoa que sente
atração por pessoas dos dois gêneros).

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Pois bem, no momento atual que vivemos, numa sociedade recheada de
questionamentos e discussões, não podemos nos furtar a discutir a polêmica questão:
identidade de gênero! Tão polêmica quanto a ilustração abaixo:

Figura 1 – Tipos de gênero

Embora o título do caderno se reporte às bases anatômicas dos gêneros, nos


permitimos lançar ao final, algumas teorias sobre gênero, corpo e comportamento,
além de pontuar o sexo e o gênero à luz das Ciências Sociais, uma vez que na
atualidade não cabe apenas ficarmos nas bases anatômicas do ser humano.

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Bases anatômicas do corpo humano

Respeitar o corpo, desenvolver valores éticos, preparar-se emocionalmente para lidar


com procedimentos de saúde, identificar as estruturas do corpo humano, entender os
processos de estudo são algumas das justificativas para o estudo das bases
anatômicas dos gêneros.

O seu estudo é de fundamental importância para os profissionais das ciências da


saúde compreenderem como o corpo humano funciona! Especificamente para os
profissionais da Psicologia, os conhecimentos de anatomia e fisiologia são muito úteis
para esses profissionais, de qualquer abordagem teórica, seja para entender o
mecanismo de ação de algum medicamento ou para entender o processo de
desenvolvimento de algumas doenças e como mudanças físicas podem afetar as
emoções, como ocorre nas doenças chamadas de “psicossomáticas” (PASTORE;
ABDALLA, 2010).

Figura 2 – Anatomia Humana

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Anatomia humana

 Etimologia e conceitos
Etimologicamente a palavra anatomia se origina do grego “Anatome” de onde o termo
ana= através e tome= cortar. Em latim seria equivalente a palavra “dissecare” onde
“dis” significa separadamente e “secare” cortar. É a ciência que estuda a estrutura e
forma do corpo.

De maneira genérica, anatomia é entendida como a ciência que se ocupa do estudo


da estrutura ou da arquitetura dos seres organizados. Quando esse estudo é realizado
no homem, chama-se anatomia humana (antropoanatomia ou antropotomia). Pode
ser definida com mais rigor como a ciência que estuda macroscópica e
microscopicamente a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados.

Assim, a anatomia não se ocupa apenas do estudo macroscópico do corpo, mas


também da sua constituição histológica (histologia) e ultra-estrutural (biologia celular).
Além disso, envolve o estudo de embriologia ou anatomia do desenvolvimento.

A embriologia é a história do desenvolvimento do indivíduo (ontogênese) e


compreende o estudo da fertilização e da transformação do ovo (embriogênese), a
origem e o desenvolvimento dos tecidos (histogênese) e a origem e desenvolvimento
dos órgãos (organogênese).

O estudo da anatomia (forma) não pode ser desvinculado do estudo da fisiologia


(função). O ramo da anatomia que relaciona a estrutura com suas funções é chamado
de anatomia funcional ou anatomia dos sistemas construtivos.

Enfim, a anatomia é um conjunto de conhecimentos essenciais no estudo da medicina,


como afirma Andreas Vesalius, em seu tratado De humani corporis fabrica (1543): “A
anatomia deve ser considerada como o fundamento sólido de toda a arte da medicina
e é a sua preliminar essencial” (FREITAS, 2008).

O De humani corporis fabrica, o primeiro atlas de anatomia, foi produzido, em 1543,


por Vesalius, atualmente considerado o pai da anatomia moderna. Seu livro quebrou

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falsos conceitos e contribuiu para um aprofundamento maior na área, marcando,
assim, sua fase moderna.

A anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a


constituição e o desenvolvimento dos seres organizados compondo neste universo
uma disciplina autônoma e da maior importância para as ciências da vida e da saúde
(VAVRUK, 2012).

No caso mais específico da anatomia humana, ela diz respeito ao estudo das
estruturas biológicas dos seres humanos, seus sistemas, suas integrações e como
cada parte está diretamente relacionada com as demais. Também pode estudar
questões relacionadas com alterações gênicas, causadas pelo ambiente ou pelo
tempo, bem como auxiliar na análise evolutiva da espécie.

 Divisões da anatomia
Segundo o método de observação podemos dividir a anatomia em micro ou
macroscópica.

Microscópica: é o estudo da estrutura do órgão com o auxílio do microscópio.

Macroscópica: é estudada pela dissecação de peças previamente fixadas

Segundo o método de estudo:

a) Anatomia Sistêmica ou descritiva - estuda o corpo em uma série de sistemas


de órgãos, tais como, ósseo, articular, circulatório, etc. ou seja, estuda os
sistemas do corpo humano separadamente.

b) Anatomia Regional ou topográfica - estuda as regiões do corpo como tórax,


abdome, coxa, braço.

c) Anatomia Clínica - enfatiza aspectos da estrutura e da função do corpo que são


importantes no exercício das áreas relacionadas à saúde.

d) Comparada ou comparativa: estuda comparativamente a anatomia do ser


humano com a do ser animal.

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e) De superfície: trata das estruturas que estão abaixo da pele através da
palpação ou visualização do órgão a ser avaliado.

f) Radiológica: é o estudo feito pela imagem do corpo humano através da


radiação.

g) Patológica: relaciona-se às mudanças estruturais de um determinado órgão


causadas por doenças específicas.

h) Desenvolvimento: é o estudo do crescimento e do desenvolvimento do corpo


humano, desde a fecundação até a fase da maturidade e, consequentemente,
a morte.

i) Do movimento: é a cinesiologia propriamente dita, ou seja, o estudo do


movimento do ser humano como um todo e de seus segmentos corporais
(FREITAS, 2012).

A anatomia utiliza, principalmente, a técnica conhecida como dissecação, que se


baseia na execução de cortes que permitem uma melhor visualização das estruturas
do organismo. Essa prática é muito realizada nos cursos da área da saúde, tais como
medicina, odontologia e fisioterapia.

Níveis de organização do corpo humano


Todos os animais, incluindo os seres humanos, são pluricelulares, ou seja, possuem
mais de uma célula formando seu corpo. Essas células apresentam diferentes
formatos e funções e formam diferentes tecidos, órgãos e sistemas. Quando
consideramos as células como o primeiro nível a ser estudado, temos o seguinte nível
de organização:

célula → tecido → órgão → sistema → organismo

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Células: são as unidades funcionais e estruturais da maior parte dos seres vivos, com
exceção apenas dos vírus. No corpo humano são encontradas várias células, pois
somos seres pluricelulares. As células que formam nosso corpo possuem núcleo
delimitado por membrana e também organelas membranosas, sendo, portanto,
eucariontes.

Tecidos: são formados por células semelhantes e que desempenham a mesma função.
Nos seres humanos, observamos quatro tipos básicos de tecido: tecido epitelial,
conjuntivo, muscular e nervoso.

Órgãos: são formados por agrupamentos de tecidos que atuam juntos para realizar
uma determinada tarefa. O coração, estômago, pulmão, rins, esôfago, fígado e baço
são alguns exemplos de órgãos.

Sistemas: são formados por órgãos que atuam juntos para desempenhar uma função.
Como exemplo de sistemas, podemos citar o cardiovascular, o digestório, o endócrino,
o reprodutor, o urinário e o nervoso.

Divisões do corpo humano

Em sua organização macro, o corpo humano se divide em: cabeça, pescoço, tronco e
membros.

a) A cabeça está na extremidade superior do corpo, unida ao tronco pelo pescoço.

b) O tronco se subdivide em tórax e abdome.

c) Os membros são órgãos pares e se subdividem em superiores (torácicos) e


inferiores (pélvicos).

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Figura 3 – Divisões do corpo humano

Os membros possuem uma raiz (cintura), que se une ao tronco, e uma parte livre:

Nos membros superiores a raiz (cintura escapular) é o ombro e a parte livre se


subdivide em braço, antebraço e mão. Entre o braço e o antebraço tem-se o cotovelo
e entre o antebraço e a mão, o punho.

Nos membros inferiores a raiz (cintura pélvica) é o quadril e a parte livre se subdivide
em coxa, perna e pé. Entre a coxa e a perna tem-se o joelho, e entre a perna e o pé,
o tornozelo. Na versão posterior da posição anatômica, temos na parte posterior do
corpo, o pescoço que recebe o nome de nuca, o tronco de dorso e as nádegas
correspondem à região glútea (ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015).

 Plano de delimitação e seção do corpo


Na Anatomia o corpo é dividido por meio de planos, de delimitações e secção. Com
relação aos planos de delimitação, temos que em posição anatômica, o corpo se

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delimita em planos tangentes à sua superfície, formando um paralelepípedo. As faces
da forma geométrica correspondem aos seguintes planos:

Existem dois planos verticais, um tangente ao ventre (plano ventral ou anterior) e outro
ao dorso (plano dorsal ou posterior). Estes e outros planos a eles paralelos são
designados como planos frontais. Os planos ventral e dorsal são atribuídos ao tronco.
Os planos anterior e posterior se referem aos membros. São dois os planos verticais
tangentes ao lado do corpo, chamados de planos laterais direito e esquerdo. Os dois
planos horizontais tangenciam a cabeça (plano superior ou cranial) e à planta dos pés
(plano inferior ou podálico).

Figura 4 – Planos de delimitação do corpo

O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal (plano caudal) que
tangencia o vértice do cóccix.

Com relação aos planos de secção (corte), temos que em posição anatômica, o plano
que divide o corpo humano verticalmente ao meio em metade direita e metade
esquerda é o plano sagital ou mediano. Qualquer corte feito paralelamente ao plano
mediano é chamado de secção sagital e aos planos resultantes de planos parasagitais.

O plano que divide o corpo humano verticalmente ao meio, em ventral e dorsal


(anterior e posterior), é o plano frontal. Qualquer corte feito paralelo a este é chamado
de secção frontal e aos planos dar-se a mesma denominação de frontal.

O corte que divide o corpo humano horizontalmente ao meio, em superior e inferior, é


denominado secção transversal, os planos formados por secções paralelas também

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são chamados de transversais ou axiais. São exemplos de planos gerados por
secções transversais os planos, cranial, podálico ou caudal.

Anote aí:

Quando descrevemos uma estrutura, é fundamental que indiquemos sua posição no


corpo. Considerando-se a posição anatômica, temos as seguintes direções:

 Superior ou cranial: parte superior do corpo.

 Inferior ou caudal: parte inferior do corpo.

 Anterior, ventral ou frontal: frente do corpo.

 Posterior ou dorsal: parte de trás do corpo.

 Medial: mais perto da linha mediana do corpo.

 Lateral: mais perto da lateral do corpo e mais afastada da linha mediana.

 Proximal: próxima da raiz do membro.

 Distal: longe da raiz do membro.

 Nomenclatura em anatomia
É o conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas
partes. Os termos indicam:

a) Forma: músculo trapézio (do formato de um trapézio);

b) Posição ou situação: nervo mediano (localizado no meio do membro superior);

c) Trajeto: artéria circunflexa da escápula (que faz uma curva em torno da


escápula);

d) Conexões ou inter-relações: ligamento sacro-ilíaco (que liga o osso sacro ao


osso ilíaco;

e) Relação com o esqueleto: artéria radial (artéria localizada sobre a porção distal
do osso rádio);

f) Função: músculo levantador da escápula (músculo que levanta a escápula);

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g) Critério misto: músculo flexor (função) superficial (situação) dos dedos
(ANDRADE FILHO; PEREIRA, 2015).

Os órgãos do corpo humano

Estômago - responsável pela produção do suco gástrico. É um órgão fundamentam


durante o processo de digestão. Localiza-se entre o esôfago e o intestino delgado.

Faringe - é um órgão que se comunica tanto com o sistema digestório quanto com o
sistema respiratório, sendo responsável pela passagem de alimentos e de ar.

Esôfago - é o órgão que leva o alimento até o estômago. Apresenta formado tubular.

Intestino delgado - divide-se em duodeno (porção inicial), jejuno (porção intermediária)


e íleo (porção final). No adulto mede cerca de 6 m de comprimento e 4 cm de diâmetro.
Tem como função a absorção de nutrientes.

Intestino grosso - divide-se em cólon transverso, cólon ascendente e cólon


descendente. Tem como função a absorção de água, armazenamento e eliminação
de resíduos sólidos.

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Figura 5 – Órgãos do corpo humano

Fígado - produz a bile, que não contém enzimas digestivas, mas substâncias que
emulsionam as gorduras, facilitando a ação das enzimas que vão atuar no alimento
no interior do duodeno. O fígado de uma pessoa adulta tem cerca de 1,5 kg de massa.
A bile fica armazenada na vesícula biliar, estrutura que em uma pessoa adulta mede
cerca de 10 cm de comprimento por 3,5 cm de diâmetro na parte mais larga. Além de
produzir a bile, o fígado desempenha várias funções, tais como armazenamento de
glicogênio, síntese de ureia a partir de amônia e gás carbônico, degradação de álcool
e de outras substâncias tóxicas e degradação de hemoglobina.

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Pâncreas - além de participar da digestão, o pâncreas é importante em outras funções
do organismo. Nele há produção de dois hormônios que participam do controle da
quantidade de glicose no sangue: a insulina, cuja ação reduz a quantidade de glicose
e o glucagon, cuja ação leva ao aumento da concentração de glicose no sangue. Em
relação ao processo de digestão, o pâncreas produz bicarbonato e várias enzimas
digestivas, comunicando-se com o duodeno por meio do ducto pancreático. O
pâncreas de um adulto tem cerca de 15 cm de comprimento, 4 cm de altura e 2 cm de
espessura.

Laringe - responsável pela produção do som (fala), recebendo também o ar oriundo


da faringe. Nela localiza-se a epiglote, que através de movimentos de abertura e
fechamento, impede a passagem de alimentos para a traqueia durante a deglutição.

Traqueia - filtra, umedece e aquece o ar para que o mesmo seja levado aos pulmões.

Pulmões - o ser humano possui um par de pulmões, que é responsável pela troca
gasosa, levando oxigênio ao sangue e eliminando gás carbônico.

Brônquios - levam o ar até os pulmões, através de uma comunicação entre a traqueia


e ambos os pulmões.

Hipófise - também chamada de glândula pituitária, localiza-se na base do crânio. Tem


tamanho aproximado de uma ervilha. Responsável pelo controle de glândulas, síntese
de hormônios e controle dos ciclos hormonais.

Tireoide - localizada na região anterior do pescoço, atua sobre o metabolismo.

Paratireoides - localizadas na face posterior da glândula tireóidea, controlam a


concentração de cálcio e a síntese de hormônios.

Suprarrenais - também chamadas de adrenais, são localizadas sobre cada um dos


rins. Possuem função de síntese e liberação hormonal, controle dos níveis de sódio e
potássio, atuam sobre os caracteres sexuais secundários masculinos, entre outros.

Coração - nosso órgão central da circulação sanguínea. O coração de uma pessoa


adulta tem 300 g em média e o volume aproximado da mão fechada de um indivíduo.
Esse órgão é capaz de impulsionar para o corpo cerca de 70 ml de sangue a cada
contração, através dos movimentos de sístole (contração) e diástole (relaxamento). O
coração humano tem quatro câmaras distintas, dois átrios e dois ventrículos e nele

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não há mistura de sangue arterial com o venoso. Os batimentos cardíacos na espécie
humana são originados por fenômenos miogênicos, que são provenientes do próprio
músculo cardíaco.

Vasos sanguíneos - são órgãos tubulares que levam o sangue para todo o corpo,
sendo formados por veias e artérias.

Timo - é um órgão muito importante e bem desenvolvido nos recém-nascidos,


sofrendo uma involução após a puberdade. O timo produz hormônios que estimulam
os órgãos linfáticos. Suas principais células são os linfócitos T e os macrófagos.

Baço - é um órgão rico em macrófagos, que fagocitam microrganismos que penetram


no sangue. Rico em linfócitos B e T, é um órgão importante nos mecanismos de defesa
e atua também na degradação das hemácias.

Cérebro - também chamado de telencéfalo, é o órgão mais importante do sistema


nervoso. Está relacionado com a memória, inteligência e com o processamento da
visão, da audição, do olfato, do paladar e da fonação.

Cerebelo - é encarregado de coordenar funções motoras como a locomoção, o


equilíbrio corporal, o tônus e o vigor muscular.

Medula espinal - tem função de transportar informações do corpo para o encéfalo e


do encéfalo para o corpo e integrar respostas simples a certos tipos de estímulo, sem
que o cérebro tome parte.

Rins - o ser humano possui dois rins, que possuem função de filtração de substâncias,
síntese de hormônios, formação de urina e eliminação de substâncias tóxicas, como
a ureia, por exemplo.

Bexiga - é responsável pelo armazenamento de urina.

Ovários - órgão feminino responsável pela síntese de hormônios, como estrógeno e


progesterona. É responsável pela produção de gametas femininos, os óvulos.

Útero - é um órgão feminino muscular e oco, que tem por função abrigar o feto após
a fecundação.

Clitóris - órgão feminino localizado na vulva que confere prazer à mulher.

Pênis - órgão sexual masculino responsável pela eliminação de urina e sêmen.

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Próstata - secreta parte do fluido seminal que juntamente com os espermatozoides,
constituem o sêmen.

Testículos - produzem os espermatozoides e sintetizam o hormônio sexual masculino,


a testosterona.

Pele - é considerado o maior e mais pesado órgão do corpo humano. Atua na proteção
do organismo contra agentes externos e na manutenção da temperatura corporal
(DUQUE, 2018).

Os sistemas do corpo humano


Como já sabemos, o corpo humano é formado por vários sistemas, que atuam em
conjunto para garantir o funcionamento do organismo humano. Esses sistemas podem
ser definidos como conjuntos de órgãos, os mesmos que vimos anteriormente. Apesar
de estarem ligados, realizam atividades específicas.

Figura 6 – Sistemas do corpo humano

1) Cardiovascular: formado pelo coração e vasos sanguíneos, é responsável para


circulação do sangue para todo o organismo. Dessa forma, transporta oxigênio
e nutrientes para todas as células.

2) Digestório: é constituído pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestinos e


glândulas anexas. Tem como função garantir a quebra dos alimentos, assim
essas partículas menores podem ser reaproveitadas.

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3) Endócrino: glândulas endócrinas formam esse sistema, onde são produzidos
os hormônios, que atuam na regulação química do organismo.

4) Esquelético: constituído por ossos e cartilagens, tem como funções a


locomoção e sustentação do corpo humano, armazenamento de cálcio e
produção de células sanguíneas. Além disso, protege os órgãos internos.

5) Excretor: é formado pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, produzindo e


eliminando a urina.

6) Muscular: os músculos constituem esse sistema, que promove a contração de


órgão e a movimentação do corpo.

7) Nervoso: ramificado por todo o organismo, ele é responsável pela memória,


coordenação, aprendizagem e pelos cinco sentidos, pois percebe estímulos e
gera respostas para eles.

8) Reprodutor: como o próprio nome já diz, está ligado à reprodução humana. No


entanto, existem diferenciações desse sistema do homem para o da mulher. O
sistema reprodutor feminino forma os gametas femininos e guarda o bebê
durante a gestação. Já o sistema reprodutor masculino é responsável pela
produção e transferência do gameta masculino para a mulher.

9) Respiratório: É responsável pela respiração, ou seja, trocas gasosas do corpo


humano. Esse sistema é constituído pelo nariz, faringe, laringe, traqueia,
brônquios, bronquíolos e alvéolos.

10) Tegumentar: age como barreira contra perda de água e entrada de


microrganismos, bem como regula a temperatura corporal. É formado pela pele,
pelos, unhas e glândulas.

11) Sistema imunológico: também chamado de sistema imune ou imunitário, é


formado por uma grande quantidade de células e moléculas responsáveis por
reconhecer um antígeno e desencadear uma resposta efetora diante desse
estímulo. Essas células e moléculas destroem ou inativam o antígeno e,
portanto, são fundamentais para garantir a defesa do corpo contra infecções e
tumores. Além das células livres, o sistema imunológico possui estruturas
individualizadas, tais como linfonodos e baço.

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Sistema Genital

Encontramos na espécie humana diferenças anatômicas sexuais entre homem e


mulher que são muito relevantes para a procriação da espécie.

A célula reprodutora masculina recebe o nome de espermatozoide e a célula feminina


é conhecida como óvulo.

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Tanto o espermatozoide como o óvulo caracterizam-se por apresentar somente a
metade do número de cromossomos encontrados normalmente nas células que
constituem o corpo humano. O ovo resulta da fusão do espermatozoide com o óvulo.

Sistema genital masculino


Os órgãos do sistema genital masculino ou sistema reprodutor são os testículos
(gônadas masculinas), um sistema de ductos (ducto deferente, ducto ejaculatório e
uretra), as glândulas sexuais acessórias (próstata, glândula bulbouretral e vesículas
seminais) e diversas estruturas de suporte, incluindo o escroto e o pênis. Os testículos
(gônadas masculinas) produzem esperma e secretam hormônios (testosterona). O
sistema de ductos transporta e armazena esperma, auxiliando na maturação e o
conduz para o exterior. O sêmen contém esperma mais as secreções das glândulas
sexuais acessórias.

Figura 7 – Sistema genital masculino

Sistema genital feminino


Os órgãos genitais femininos são incumbidos da produção dos óvulos, e depois da
fecundação destes pelos espermatozoides, oferecem condições para o
desenvolvimento até o nascimento do novo ser. Os órgãos genitais femininos
consistem de um grupo de órgãos internos e outro de órgãos externos.

Os órgãos internos estão no interior da pelve e consistem dos ovários, tubas uterinas,
útero e vagina.

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Os órgãos externos são superficiais ao diafragma urogenital e acham-se abaixo do
arco púbico. Compreendem o monte do púbis, os lábios maiores e menores do
pudendo, o clitóris, o bulbo do vestíbulo e as glândulas vestibulares maiores. Estas
estruturas formam a vulva ou pudendo feminino. As glândulas mamárias também são
consideradas parte do sistema genital feminino.

Figura 8 – Sistema genital feminino

Teorias sobre gênero, corpo e comportamento

As ciências sociais têm feito nos últimos anos uma distinção entre os conceitos de
sexo e gênero. Pode-se dizer que sexo está relacionado às distinções anatômicas e
biológicas entre homens e mulheres. O sexo é referente a alguns elementos do corpo
como genitálias, aparelhos reprodutivos, seios, etc. Assim, temos algumas pessoas
do sexo feminino (com vagina/vulva), algumas pessoas do sexo masculino (com pênis)
e pessoas intersexuais (casos raros em que existem genitais ambíguos ou ausentes).

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Gênero é o termo utilizado para designar a construção social do sexo biológico. Este
conceito faz uma distinção entre a dimensão biológica e associada à natureza (sexo)
da dimensão social e associada à cultura (gênero). Apesar das sociedades ocidentais
definirem as pessoas como homens ou mulheres desde seu nascimento, com base
em suas características físicas do corpo (genitálias), as ciências sociais argumentam
que gênero se refere à organização social da relação entre os sexos e expressa que
homens e mulheres são produtos do contexto social e histórico e não resultado da
anatomia de seus corpos.

Se a expressão social de comportamentos de homens e mulheres é puramente


baseada na natureza dos órgãos genitais, nas quais uma mulher é quem tem um
aparelho reprodutor feminino, por que existem expressões como “isso não é coisa de
mulher”? No mesmo sentido, se ser homem é ter um pênis, por que existem tantas
coisas que “não são de homem”? Esses questionamentos apontam que ser homem
ou mulher é muito mais complexo do que nascer com um pênis ou uma vagina,
extrapola os atributos físicos, envolvendo diversas regras sociais de comportamento
que são expressas através de feminilidades, masculinidades e dos padrões de gênero.

As maneiras como homens e mulheres se comportam correspondem a aprendizados


socioculturais que nos ensinam a agir de acordo com prescrições de cada gênero.
Exemplo disso é que existem diferenças de comportamento entre mulheres de
diferentes países, do mesmo modo, os homens de séculos atrás não se expressavam
do mesmo jeito que atualmente. As representações de gênero são distintas de uma
cultura para outra, sendo um dos objetivos dos estudos de gênero e das ciências
sociais analisar a diversidade de expressões em diferentes grupos e locais,
identificando e desnaturalizando tais padrões.

Há uma grande expectativa social em relação às ações, atitudes e expressões de


mulheres e homens. Existem também modos e locais específicos de trabalho, cuidado
com a família, circulação, vestimenta, atração física, além de expectativas sobre quais
atividades devem ser desempenhadas por cada um dos grupos.

Anote aí:

Gênero

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Gênero é um conceito das ciências sociais, produzido na década de 1970, que se
refere à construção social do sexo. O conceito de gênero faz uma distinção entre o
dimorfismo sexual da espécie humana e a caracterização de masculino e feminino
que acompanham, nas culturas, a presença de dois sexos na natureza, ou seja, há
machos e fêmeas na espécie humana, mas a qualidade de ser homem e ser mulher
é condição realizada pela cultura. A palavra sexo passa a designar especificamente a
caracterização anátomo-fisiológica dos seres humanos. O sexo é dado pelas
características biológicas: nasce-se macho ou fêmea da espécie humana. O gênero é
o modo como as sociedades olham e pensam as pessoas do sexo masculino e as
pessoas do sexo feminino; é a consequência do sexo numa organização social. Ou
seja: não nascemos mulheres ou homens: tornamo-nos mulheres ou homens. É o
trabalho de elaboração simbólica que a cultura realiza sobre a diferença anátomo-
fisiológica (MELLO, 2010).

Identidade de gênero

Identidade de gênero é a experiência subjetiva de uma pessoa a respeito de si mesma


e das suas relações com outros gêneros. Não depende do sexo biológico da pessoa,
mas de como ela se percebe. Essa identidade pode ser binária (homem ou mulher),
mas também pode ir além dessas representações e rechaçar ambas as possibilidades
de reconhecimento, sendo assim pessoas não-binárias (todos os outros gêneros).

Um tema em evidência hoje nos meios de comunicação são as identidades das


pessoas transgênero, transexuais e travestis. Estas pessoas são aquelas cuja
identidade de gênero é diferente do gênero assignado no nascimento (gênero
imposto).

Já as pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi determinado no momento
do seu nascimento são chamadas de cisgêneras. Ou seja, da perspectiva social,
política, científica e jurídica, uma pessoa cisgênera é vista como “alinhada” dentro de
seu corpo e de seu gênero. Este termo foi criado para destacar politicamente quem é
trans e quem não é, e para jogar luz na estrutura social que invisibiliza as pessoas
trans. A maior parte das pessoas são cisgêneras.

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