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FUNDAMENTOS DA ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

APLICADA A ESTÉTICA

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Sumário
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3

2. ORGANIZAÇÃO GERAL DO CORPO HUMANO ................................... 5

2.1 TECIDOS DO CORPO HUMANO ................................................... 6


2.2 DIVISÃO DO CORPO HUMANO .................................................. 10
2.3 VARIAÇÃO ANATÔMICA ............................................................. 10
2.4 TERMINOLOGIA (TERMOS ANATÔMICOS) ............................... 10
2.5 PLANOS SECCIONAIS ANATÔMICOS ........................................ 12
3. SISTEMA ESQUELÉTICO ................................................................... 12

3.1 FUNÇÕES DO SISTEMA ESQUELÉTICO ................................... 12


3.2 DIVISÃO DO ESQUELETO ........................................................ 13
4. ANATOMIA FACIAL ............................................................................. 14

4.1 CABEÇA - CRÂNIO ...................................................................... 15


4.2 FACE............................................................................................. 16
4.3 PESCOÇO .................................................................................... 18
4.4 MÚSCULOS .................................................................................. 18
5. SISTEMA LINFÁTICO .......................................................................... 21

5.1 ÓRGÃOS LINFOIDES................................................................... 24


BAÇO .................................................................................................. 24

6. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE .................................................. 25

6.1 EPIDERME ................................................................................... 25


6.2 DERME ......................................................................................... 28
6.3 HIPODERME ................................................................................ 30
6.4 ANEXOS CUTÂNEOS .................................................................. 30
6.5 FISIOLOGIA DA PELE .................................................................. 32
7. CONCLUSÃO ....................................................................................... 34

8. REFERÊNCIAS .................................................................................... 35

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

Os seres multicelulares, em sua maioria, apresentam sistemas especializados


em executar funções especificas: nutrição e digestão, respiração, circulação e
excreção. Todos eles atuam em conjunto para que o organismo tenha um bom
funcionamento, permitindo com que ele permaneça vivo. A este damos o nome de
homeostase. O estudo da Anatomia e Fisiologia permite compreender este processo.
A primeira se atém ao estudo das estruturas que constituem os seres vivos, assim
como sua organização. Já o estudo dos processos relativos ao funcionamento dessas
estruturas fica por conta da Fisiologia. Ela, dentre outros aspectos, é responsável pela
compreensão dos papeis que o sistema nervoso, sensorial e endócrino executa,
sendo eles os responsáveis pela integração e controle corporal.

Como são ciências extremamente relacionadas, muitas vezes são abordadas


em conjunto. O corpo humano é constituído de cabeça, pescoço, tronco, membros
superiores e membros inferiores. Para descrevermos com precisão a posição espacial
dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano, é utilizada uma
convenção que é chamada: a “Posição Anatômica”. Um corpo na posição
anatômica deve estar de pé, com calcanhares unidos e olhos voltados para o
horizonte, os pés também devem estar voltados para frente e perpendiculares ao
restante do corpo, braços estendidos paralelamente ao tronco e com as palmas das
mãos voltadas para frente, com os dedos estendidos e unidos (D'angelo&Fattini,
2002). Quando o corpo humano está na posição anatômica ele pode ser dividido
conceitualmente em planos. O corpo humano é composto estruturalmente de átomos,
células, tecidos, órgãos e sistemas.

ANATOMIA – DEFINIÇÃO

A Anatomia é a ciência que trata da morfologia e da estrutura dos seres vivos


ou coisas (anatomia de um cão, anatomia de um cristal). A etiologia da palavra indica
uma origem grega – Ana, em partes e temnein, cortar. A combinação dos termos
significa dissecação. A anatomia funcional é a ciência que, em cada nível de
organização, relaciona a estrutura com suas funções. De acordo com a área de
aplicação de estudo da anatomia, ela recebe uma denominação específica. A
fitoanatomia é a anatomia das plantas, a antropotomia é a do homem. A Anatomia

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Humana compreende a dissecação dos seres humanos e o estudo e descrição do
corpo humano, sua morfologia, arquitetura, estrutura e, nos últimos tempos, a
ultraestrutura, ou mais propriamente, sua estrutura fina (ao nível molecular). Ou seja,
a anatomia funcional humana relaciona a estrutura do corpo com suas características
fisiológicas. O conhecimento das funções das estruturas anatômicas facilita a
compreensão dos seus significados e fornece a indicação de suas origens. O
interesse básico desta disciplina é a investigação da natureza de cada elemento
estrutural e a razão de sua existência. A importância da anatomia funcional humana
reside no fato de ela ser um conjunto de conhecimentos essenciais ao estudo da
medicina. Sendo a medicina uma ciência biológica, cabe ao biólogo conhecer a
anatomia e compreende-la profundamente. É óbvio que somente com um preciso
conhecimento da estrutura normal, o médico será capaz de identificar a estrutura
anormal; esse reconhecimento é o primeiro passo no caminho da recuperação da
saúde. O estudo da anatomia pode ser subdividido, como por exemplo: em
Embriologia, Nepiologia (estudo da primeira infância), Anatomia do adulto, Anatomia
geriátrica, Citologia (estudo das células), Histologia (estudo dos tecidos), Anatomia
aplicada e outras.

FISIOLOGIA – DEFINIÇÃO

A Fisiologia consiste no estudo do funcionamento da matéria viva, procurando


explicar os fatores físicos e químicos responsáveis pela origem, desenvolvimento e
progressão da vida. Através da Fisiologia humana, explicamos as características e os
mecanismos específicos do corpo humano que fazem dele um ser vivo. O fato de
estarmos vivos está quase fora de nosso controle, pois a fome nos leva a procurar
alimento e o medo nos induz a buscar refúgio. As sensações de frio nos fazem
produzir calor e outras forças nos levam a procurar amizades e a nos reproduzir.
Portanto, o ser humano é, na verdade, um
autômato, e o fato de sermos dotados de
sensibilidade, sentimentos e conhecimentos, é
parte dessa sequência automática da vida; esses
atributos (qualidades) especiais nos possibilitam
existir sob uma ampla variedade de condições
que, de outra maneira, tornariam a vida
impossível.

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2.ORGANIZAÇÃO GERAL DO CORPO HUMANO

Para o estudo do funcionamento do corpo humano é necessário o


conhecimento da menor unidade viva do corpo humano, a CÉLULA. O ser humano é
composto por células tão pequenas que só são visualizadas pelo microscópio. Cada

órgão é um agregado de numerosas células. É muito variável as formas das células


que constituem o organismo humano, mas todas elas são formadas,
fundamentalmente, por 3 partes:

Membrana Celular: camada que envolve a célula. Através de seus poros a


membrana seleciona os nutrientes e outras substâncias a serem absorvidos.

Citoplasma: É a porção da célula situada por dentro da membrana. Formado por


substâncias proteínas, lipídios, glicídios, sais minerais e água. Local onde ocorrem as
transformações químicas (metabolismo).

Núcleo: É um corpúsculo imerso no citoplasma, responsável por regular todas as


funções da célula, principalmente sua reprodução. Apresenta os cromossomos
(formado pelos genes), responsáveis pela ativação e transmissão de caracteres.

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A membrana celular, o citoplasma e o núcleo atuam de maneira integrada nos
processos vitais da célula, como: absorção, metabolismo, eliminação das toxinas,
armazenamento das substâncias oferecidas em excesso, fagocitose e locomoção.

O corpo humano tem como unidade anátomo-funcional a CÉLULA. Um


agrupamento de células da mesma natureza constitui o TECIDO. A reunião de vários
tecidos constitui um ÓRGÃO. Diversos órgãos reunidos formam um SISTEMA. A
união de todos os sistemas forma o ORGANISMO.

2.1 TECIDOS DO CORPO HUMANO


Os tecidos humanos são o tecido epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso.

Tecido Epitelial: É o tecido de revestimento, que forma as membranas e recobre


toda a superfície corpórea, externa e internamente (cavidades, mucosas). Ele
apresenta as seguintes características: falta de espaço entre as células (células
justapostas), falta de vascularização e excelente capacidade de renovação celular.

Função: Proteger o corpo contra a entrada de microrganismo (vírus, bactérias,


protozoários), substancias químicas e agressões físicas (cortes pancadas,
arranhões).

De acordo com a sua função, existem dois tipos de tecido epitelial: de revestimento e
glandular. No entanto, pode haver células com função secretora no epitélio de
revestimento.

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Tecido Conjuntivo: conhecido como tecido conectivo. Tem como função a
sustentação, o preenchimento a defesa e a nutrição do corpo. Suas fibras podem ser
de três tipos: fibras colágenas, elastinas e reticulares.

O tecido conjuntivo divide-se em:

 Tecido Conjuntivo Frouxo: forma a estrutura dos órgãos (pele, mucosas,


glândulas).

 Tecido Conjuntivo Fibroso/ Denso: resistente à tensão e grande flexibilidade


(tendões dos músculos, e cápsulas envoltórias de órgãos).

 Tecido Adiposo: formado por células adiposas, preenchendo todos os espaços


vazios. Funciona como reserva alimentar, como sustentação para órgãos,
proteção contra o frio e ações mecânicas.

 Tecido Cartilaginoso: formado por substâncias que promovem a sustentação


do corpo com resistência elástica a pressão (ex. traqueia, brônquios e
articulações).

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 Tecido Ósseo: constitui os ossos do organismo. Tecido Hematopoético:
responsável pela produção dos elementos do sangue.

Tecido Muscular: formado por células alongadas, conhecidas como fibras


musculares. São responsáveis pela contração e relaxamento corporal. A musculatura
é responsável pelos movimentos do organismo. Essas células têm o formato
alongado e promovem a contração muscular, o que permite os diversos movimentos
do corpo. Dividem-se em 3 tipos:

 Tecido Muscular Liso: forma a parede dos órgãos.

 Tecido Muscular Esquelético: Musculatura superficial do corpo.

 Tecido Muscular Cardíaco: Forma do músculo do coração.

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Tecido Nervoso: É um dos tecidos mais especializados do organismo, e forma o
sistema Nervoso. É sensível a diferentes tipos de estímulos dentro ou fora do
organismo, sendo capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e
eficiente a todo o corpo. O tecido nervoso é um tecido de comunicação, capaz de
receber, interpretar e responder aos estímulos. As células do tecido nervoso são
altamente especializadas no processamento de informações. Os neurônios
transmitem os impulsos nervosos e as células da glia atuam junto com eles.

FUNÇÃO: A função do tecido nervoso é fazer as comunicações entre os órgãos do


corpo e o meio externo. Tudo acontece de forma muito rápida. Através dos neurônios,
o sistema nervoso recebe estímulos, decodifica as mensagens e elabora respostas.
Por exemplo: o frio (estímulo
externo) é recebido pelos
receptores da pele, transmitido por
neurônios sensitivos e interpretado
no sistema nervoso central.

As células do tecido nervoso


podem ser de dois tipos: neurônios
e células gliais.

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2.2 DIVISÃO DO CORPO HUMANO
Classicamente o corpo humano é dividido em cabeça, tronco e membros.

 A cabeça se divide em face e crânio.

 O tronco em pescoço, tórax e abdome.

 Os membros em superiores e inferiores.


- O membro superior é dividido em ombro, braço, antebraço e mão
- O membro inferior é dividido em quadril, coxa, perna e pé.

2.3 VARIAÇÃO ANATÔMICA


São variações existentes entre os seres humanos, que não prejudicam suas
funções. Essas variações são consideradas fora do padrão “normal” encontrado na
maior parte dos organismos. Os fatores que podem levar a uma variação anatômica
são: sexo, idade, raça, biótipo, evolução, etc. Nomenclatura anatômica: são termos
utilizados para designar e descrever padronizado o organismo ou suas partes. É uma
linguagem específica, internacional (base no latim), que denomina a estrutura de
forma uniformizada.

2.4 TERMINOLOGIA (TERMOS ANATÔMICOS)


 Anterior/ Ventral/ Frontal = à frente.

 Posterior/ Dorsal = parte de trás.

 Inferior/ Caudal = embaixo

 Superior/ Cranial = acima

 Medial/ Interno = próximo do eixo sagital mediano

 Lateral/ Externo = afastado do plano sagital mediano

 Proximal e Distal = próximo ou afastado a raiz do membro.

 Próximo ou afastado a origem do vaso.

 Superficial/Profundo = mais perto ou afastado a superfície.

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 Homolateral/ Ipsilateral = mesmo lado

 Contralateral = lado oposto.

 Posição Anatômica (Posição de Estudo)

Posição de sentido com pés paralelos, membros inferiores paralelos e


estendidos, membros superiores unidos ao longo do corpo, palmas da mão voltadas
para frente e olhar no infinito. A posição anatômica é uma posição de referência, que
dá significado aos termos utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo. As
discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta; sua postura ou a relação
entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa posição
específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA.

Deste modo, os anatomistas, quando


escrevem seus textos, referem-se ao objeto de
descrição considerando o indivíduo como se
estivesse sempre na posição padronizada.
Posição Supina ou Decúbito Dorsal: o corpo
está deitado com a face voltada para cima.
Posição Prona ou Decúbito Ventral: o corpo
está deitado com a face voltada para baixo.
Decúbito Lateral: o corpo está deitado de lado.

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2.5 PLANOS SECCIONAIS ANATÔMICOS
Cortam o corpo em determinadas direções.

Plano Sagital: corta o corpo no sentido anteroposterior; divide o corpo em direita e


esquerda.

Plano Frontal/ Coronal: corta o corpo lateralmente, da direita para a esquerda e vice-
versa, determinando sempre uma estrutura anterior e posterior.

Plano Transversal: corta o corpo transversalmente determinando sempre uma


porção superior e inferior.

3. SISTEMA ESQUELÉTICO

O esqueleto humano é composto de 206 ossos. Os ossos estão unidos


formando uma estrutura que além de manter a forma corporal permite a sua
movimentação. Os ossos são estruturas vivas como qualquer órgão do corpo
humano, possuem vascularização e inervação e dependem também de oxigênio e de
nutrientes para sua sobrevivência. Todos os ossos possuem uma camada externa
chamada de córtex (camada cortical) e uma camada interna chamada de medula
(camada medular). O córtex é rígido devido ao depósito de cálcio.

A medula óssea é macia e é responsável pela produção das hemácias e das


plaquetas e por alguns tipos de leucócitos. E desta camada que se faz o transplante
de medula óssea. Os ossos crescem durante a infância e a adolescência. Na criança
os ossos são mais flexíveis e, portanto, com uma tendência menor às fraturas,
somente na idade adulta adquirem sua rigidez final. À medida que o indivíduo
envelhece os ossos tornam-se progressivamente mais frágeis, chegando a um estado
de enfraquecimento ósseo generalizado conhecido como osteoporose.

3.1 FUNÇÕES DO SISTEMA ESQUELÉTICO


O esqueleto fornece proteção aos órgãos internos do organismo:

 O encéfalo situa-se dentro do crânio;


 Os pulmões, o coração e grandes vasos dentro do tórax;

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 Parte dos órgãos abdominais, como o fígado e o baço, encontra-se sob o gradil

costal inferior;
 A medula espinhal aloja-se no interior da coluna vertebral;
 Sustentação do organismo (apoio para o corpo);
 Base mecânica para o movimento;
 Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo);
 Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas).

3.2 DIVISÃO DO ESQUELETO


O esqueleto pode ser dividido em duas porções: porção axial e porção
apendicular. Veja abaixo as características de cada uma dessas duas porções.

 Esqueleto axial: é formado por crânio, vértebras, costela e esterno. O crânio é


formado por uma série de ossos, os quais são classificados em dois grupos:
ossos da face e ossos do crânio. As vértebras formam a coluna vertebral e são

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divididas em sete vértebras cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco
sacrais e quatro coccígeas. É importante salientar que as vértebras sacrais e as
coccígeas encontram-se fundidas no adulto. As costelas são encontradas em
doze pares, sendo que dez deles ligam-se ao esterno e os dois últimos não se
conectam (costelas flutuantes). A conexão existente entre esterno e costelas é
feita por meio da cartilagem.
 Esqueleto apendicular: é formado pelos membros superiores e inferiores e
pelas cinturas escapular e pélvica. O membro superior é formado por úmero
(braço), ulna e rádio (antebraço), ossos do carpo (punho), ossos metacarpais
(palma da mão) e falanges (dedos). Os ossos que unem o membro superior ao
tórax é a clavícula e a escápula, que formam a chamada cintura escapular. No
que diz respeito ao membro inferior, temos fêmur (osso da coxa), tíbia e fíbula
(perna), patela (joelho), ossos do tarso, ossos metatarsais e falanges (dedos).
Os membros inferiores unem-se ao esqueleto axial por meio da cintura pélvica,
que é formada pelos ossos do quadril, também conhecidos como ossos pélvicos.

4. ANATOMIA FACIAL

Os ossos que constituem o crânio são divididos em dois grupos: ossos faciais e
ossos cranianos. Estes destacam-se por serem ossos planos, protegerem o
encéfalo e estarem unidos, de maneira imóvel, por meio de suturas. Como
componentes do conjunto de ossos cranianos, temos:
 2 parietais

 2 temporais

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 1 occipital

 1 frontal

 1 esfenoide

 1 etmoide

 6 ossículos auditivos

 Ossos suturais

Os ossos que formam a face também são


imóveis, exceto a mandíbula, que é capaz de
movimentar-se durante uma conversa ou mastigação, por exemplo. São ossos da
face:
 2 maxilas

 2 zigomáticos

 2 nasais

 2 lacrimais

 2 conchas nasais

 2 palatinos

 1 mandíbula

 1 vômer

4.1 CABEÇA - CRÂNIO


O crânio é uma caixa óssea rígida que dá proteção ao encéfalo e possui
orifícios de saída para os nervos cranianos e para a medula espinhal e fornece abrigo
para órgãos dos sentidos como os olhos e as orelhas internas (órgãos da audição). É
composto de vários ossos que formam junturas imóveis. Sua parte superior é convexa
e recebe a denominação de calvária e sua parte inferior é denominada base do crânio.
Seus ossos são:

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Nessa região existem os ossos frontal, parietal, temporal e esfenoide. O osso
frontal localizado na parte superior do crânio, e forma a cavidade nasal e orbital, o
osso parietal está localizado na região lateral superior do crânio, os ossos temporais
formam a região lateral do crânio é onde se origina o processo zigomático, fossa
mandibular, processo estiloide entre outras estruturas. O occipital forma a base do
crânio e diversas estruturas como o forame magno e os côndilos occipitais. O osso
esfenoide está localizado na região lateral e inferior, próximo ao arco zigomático.

A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária


passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximada entre estas duas
regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na chamada cavidade craniana.
A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e paladar.

4.2 FACE

É composta basicamente de vários ossos fundidos e o único osso móvel da


cabeça, a mandíbula responsável pela mastigação. Localizam-se na face as
cavidades onde se abrigam os órgãos dos sentidos do paladar, do olfato e da visão
(está em conjunto com o crânio). As cavidades nas quais se abrigam os olhos são

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chamadas de órbitas e são formadas por partes de vários ossos do crânio e da face.
O nariz é formado pelos ossos nasais e na sua maior parte por tecido cartilaginoso.
Os dentes se implantam nas maxilas e na mandíbula.

Na face podemos encontrar o osso Zigomático, que forma as maças do rosto e


possui duas estruturas o processo orbital (que contribui na formação da orbita) e o
forame zigomático (que permite a passagem de nervos e vasos). O osso lacrimal
forma a parte anterior e medial da orbita, osso nasal que forma o dorso do nariz e a
concha nasal inferior que participa do procedo de umidificação, aquecimento e
filtração do ar, e o vômer que forma grande parte do septo nasal. A mandíbula é o
único osso com movimentação, já que é articulado com o osso occipital, a articulação
têmporo-mandibular (ATM), a mandíbula possui o corpo, ramos verticalmente,
ângulo, processo coronoide, incisura da mandíbula, forame mentual e a protuberância
mentual. O maxilar é a unção de dois ossos que se unem na linha média da face,
onde se encontram os dentes superiores. O palatino forma a parte superior do palato
duro, parte da orbita e da cavidade nasal. Os seios nasais são espaços localizados
na face, que tem função importante no aquecimento e umidificação do ar, além de
diminuir o peso do crânio.

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4.3 PESCOÇO
Contém várias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que
abriga no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do
trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome.
Contém também vasos sanguíneos calibrosos responsáveis pela irrigação da cabeça.
As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da coluna cervical com ou
sem lesão medular, as lesões do trato respiratório e as lesões de grandes vasos com
hemorragia severa. Nessa região temos o osso hioide, que não se articula
diretamente com nenhum osso, apenas ligação muscular, está abaixo da mandíbula.

4.4 MÚSCULOS
Os músculos são formados por um tecido especial que possui a capacidade de
contrair-se quando estimulado. Todos os movimentos do corpo resultam da atividade
dos músculos, quer seja o movimento voluntário de andar ou correr ou o movimento
invisível a olho nu da contração de um vaso sanguíneo. Existem três tipos de
músculos no corpo humano: músculos esqueléticos, músculos lisos e músculo
cardíaco. Cada tipo tem características próprias e desempenha funções distintas.

O corpo humano possui em média 600 músculos cada um com uma função
especifica.

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FUNÇÕES DOS MÚSCULOS

Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar


e correr, através da contração e extensão muscular.

Estabilização das Posições Corporais: A contração dos músculos esqueléticos


estabiliza as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como
a de ficar em pé ou sentar.

Regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada das faixas anelares


dos músculos lisos (esfíncteres) pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco.

Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das


paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também
podem mover alimentos, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos
esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
Produção de Calor: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande
parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura
corporal. Proteção: Juntamente com os ossos, ajuda na proteção de órgãos internos.

MÚSCULOS DA FACE

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MÚSCULOS: Temporal, Masseter, Temporoparietal, Pterigoideo lateral e médial,
Auricular anterior, posterior e superior, Orbicular dos olhos, Corrugador dos
supercílios, Orbicular da boca, Bucinador, Levantador do lábio superior, Levantador
do ângulo da boca, Zigomático maior e menos, Risório, Mentual, Abaixador do lábio,
Abaixador do lábio inferior, Abaixador do ângulo da boca, Occipitofrontal.

Na região de cabeça encontramos a Gálea aponeurotica, que reveste a parte superior


do crânio, está localizado entre o musculo occipitofrontal.

MÚSCULOS: Esternocleidomastoideo, Semi-espinhal, Esplenio da cabeça, Trapezio,


Platisma, Supra-hioideo, Infra-hioideo, Longo do pescoço, Longo da cabeça, Reto
anterior da cabeça, Reto lateral da cabeça, Levantador da escapula, Escaleno
posterior, médio e anterior, Milo- hioideo, Genio-hióideo, Estilo- hioideo, Digastrico,
Esterno- hioideo, Omo-hióideo, Esternotireoideo, Tireo- hioideo.

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5. SISTEMA LINFÁTICO
O Sistema Linfático é responsável pelo retorno do liquido dos tecidos em
excesso, de volta para a corrente sanguínea. É uma via alternativa de drenagem, que
auxilia na drenagem do sistema venoso e no sistema imune através dos Linfonodos.
Os vasos linfáticos retiram o líquido extra das células e dos capilares, acumulados
durante o processo de nutrição celular. Por não ser um sistema fechado e não ter
uma bomba central, a linfa depende exclusivamente da ação de agentes externos
para poder circular.

COMPONENTES

 Capilar linfático
 Vasos linfáticos
 Linfa
 Linfonodos

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LINFA

O liquido aquoso derivado do plasma sanguíneo presente entre as células, ao


entrar no capilar linfático recebe o nome de Linfa. Apresenta coloração límpida e
cristalina e tem em sua composição 96% de água, e 4% de elementos como sódio,
potássio, CO2 glicose, linfócitos, macrófagos, Lipídios, bactérias e fragmentos
celulares. O volume de linfa drenado por dia é de 2L; enquanto que o sanguíneo é de
7 mil L/dia.

LINFONODOS

São pequenos órgãos perfurados por canais, presentes em diversos pontos da


rede linfática. Responsáveis pela filtração da linfa e eliminação de corpos estranhos
(vírus e bactérias) pela ativação e liberação linfócitos T (anticorpos). A linfa, em seu
caminho para o coração, circula pelo interior desses linfonodos para que partículas
sejam fagocitadas pelos linfócitos e macrófagos. Na região de cabeça e pescoço
possuímos os linfonodos:

 Cervicais superficiais e profundos;


 Supra claviculares;
 Mastoideos;
 Submandibulares;

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 Submentonianos;
 Retroauricular;

CAPILARES LINFÁTICOS

As células dos capilares estão unidas entre as células dos tecidos adjacentes.
Esse arranjo permite a formação de válvulas, que impedem o refluxo da linfa para os
espaços intersticiais. A elevação da pressão do líquido intersticial, com exceção da
obstrução no sistema linfático, faz com que aumente o fluxo de linfa. Dessa forma, o
sistema linfático é caracterizado como uma via unidirecional de drenagem. A linfa
move-se lentamente e sob baixa pressão devido à compressão pela contração dos
músculos, pela contração rítmica da parede dos vasos, pela respiração, atividade
intestinal e outras compressões externas, como a massagem.

Este fluido é transportado para vasos linfáticos que seguem em direção ao


linfonodo, acumulando-se nos ductos linfáticos (Ducto Torácico e Ducto Linfático
Direito), até desaguar no sistema venoso (veia subclávia e jugular). A linfa segue
desta forma em direção ao abdome, onde será filtrada e eliminará as toxinas com a
urina e fezes. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na zona afetada,
produzindo-se um inchaço denominado edema.

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5.1 ÓRGÃOS LINFOIDES

BAÇO
Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem
micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue em circulação
já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço “limpa”
o sangue, funcionando como um filtro. Além disso, participa da resposta imune,
reagindo a agentes infecciosos e funciona como reservatório de eritrócitos do sangue.

TIMO

O timo é uma glândula linfoide primária especializada do sistema imunológico. Dentro


do timo, os linfócitos T amadurecem. Órgão onde os linfócitos T completam sua
maturação.

TONSILAS

Formadas por agregados linfocitários, e fazem a proteção da cavidade oral e nasal.

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6. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

A pele é um órgão complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e


estruturas especializadas. Constitui a interface do corpo humano com o meio externo,
exercendo funções cruciais para a vida, como termorregulação, vigilância
imunológica, sensibilidade e proteção do indivíduo contra agressões exógenas, de
natureza química, física ou biológica, e contra a perda de água e de proteínas para o
exterior.

É o maior órgão do corpo humano e representa 15% do peso corpóreo, com


variações estruturais ao longo de sua extensão. É composta por três camadas
interdependentes: a epiderme, mais externa; a derme, intermediária; e a hipoderme
ou panículo adiposo, sobre a qual repousam as camadas já citadas, permitindo que
a pele se movimente livremente sobre as estruturas mais profundas do corpo.

6.1 EPIDERME
A epiderme consiste em um epitélio pavimentoso estratificado e queratinizado,
de origem ectodérmica. Sua espessura varia aproximadamente de 0,04 a 1,5 mm de
acordo com a topografia; 95% das células que compõem a epiderme são
queratinócitos organizados em 4 camadas que se renovam continuamente. São elas:
camada basal ou germinativa, camada espinhosa, camada granulosa e camada
córnea. A camada mais profunda, a basal, apresenta atividade mitótica, e os
queratinócitos resultantes da divisão celular sofrem diferenciação à medida que são
empurrados para as camadas mais superiores, sintetizando quantidade crescente de
queratina no seu citoplasma. O tempo de maturação de uma célula basal até atingir
a camada córnea é de aproximadamente 26 dias.

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As camadas da epiderme estão dispostas de modo que sua superfície é
relativamente plana, com exceção das áreas das pregas cutâneas, submetidas a
extensões e contrações. A base da epiderme é sinuosa, formada por cones
epidérmicos que se projetam na derme e encontram-se intercalados com projeções
digitiformes da derme denominadas papilas. Essa disposição confere grande adesão
da epiderme com a derme e maior superfície de contato entre elas, permitindo uma
área eficaz de troca entre esses dois componentes, já que a epiderme é avascular e
sua nutrição deriva dos capilares dérmicos.

Intercalados entre os queratinócitos, há outros tipos celulares, como os


melanócitos, as células de Langerhans e as células de Merkel.

População Queratocítica
Camada Basal
É a camada mais profunda da epiderme, delimitando-se com a derme. É
constituída habitualmente por única camada de queratinócitos que possuem
citoplasma basófilo e núcleos grandes, alongados, ovais e hipercromáticos, em
contínua divisão mitótica.

Camada Espinhosa ou Malpighiana


Situa-se logo acima da camada basal e é formada por 5 a 10 camadas de
queratinócitos com configuração poliédrica, achatando-se progressivamente em
direção à superfície, com seus maiores eixos paralelos a esta.

As células espinhosas estão unidas mecanicamente entre si e às células basais


subjacentes por meio de pontes intercelulares denominadas desmossomos,
estruturas complexas que conferem à pele resistência a traumas mecânicos. Na
camada basal, há apenas uma placa de aderência ligando a membrana plasmática
das células basais à membrana basal; essas estruturas de adesão são chamadas
hemidesmossomos. Anormalidades dos desmossomos causam separação das
células (acantólise), com formação de bolhas ou vesículas na epiderme. É o que
ocorre em doenças autoimunes como pênfigo foliáceo e pênfigo vulgar, onde há
produção de anticorpos contra as desmogleínas 1 e 3 (constituintes dos
desmossomos), respectivamente.

26
Camada Granulosa
É composta por 1 a 3 camadas achatadas de queratinócitos com formato
losangulare citoplasma repleto de grânulos de querato-hialina, que dá origem à
filagrina, importante componente do envelope das células corneificadas. Nesta
camada, já se observam, além da filagrina, os outros componentes necessários para
a morte programada das células e a formação da barreira superficial impermeável à
água, como involucrina, queratolinina, pancornulinas e loricrina.

Na pele da região palmoplantar, há uma camada adicional entre as camadas


granulosa e córnea denominada estrato lúcido. Suas células são anucleadas e
formam uma faixa clara e homogênea, fortemente coradas pela eosina à microscopia
óptica.

Camada Córnea
É a camada mais superficial da pele. Sua espessura é variável de acordo com
a topografia anatômica, sendo maior nas palmas e plantas. O processo de maturação
dos queratinócitos está completo no estrato córneo, apresentando células anucleadas
com um sistema de filamentos de queratina imerso em uma matriz contínua
circundada por membrana celular espessada.

População Não-queratocítica
Melanócitos
São células dendríticas de origem ectodérmica que sintetizam pigmento
melânico. Localizam-se na camada basal e seus dendritos estendem-se por longas
distâncias na epiderme, estando em contato com muitos queratinócitos para os quais
transfere melanina. O melanócito e os queratinócitos com os quais se relaciona
constituem as unidades epidermomelânicas da pele, numa proporção de 1 para 36,
respectivamente.

Células de Langerhans
São células dendríticas originadas na medula óssea que constituem 2 a 8% das
células da epiderme e localizam-se na camada espinhosa. Na microscopia eletrônica,
são caracterizadas por estruturas citoplasmáticas denominadas grânulos de Birbeck,
que se assemelham a uma raquete de tênis. Têm função imunológica, como células
apresentadoras de antígenos aos linfócitos T.

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Células de Merkel
São células de origem controversa encontradas nas extremidades distais dos
dedos, lábios, gengivas e bainha externa dos folículos pilosos. Alguns acreditam que
sejam de origem neuroendócrina, pois apresentam grânulos intracitoplasmáticos com
substâncias neurotransmissoras e estão em contato íntimo com fibras nervosas da
derme, constituindo os discos de Merkel, que provavelmente são mecanorreceptores.

Junção Dermoepidérmica
As células da camada basal da epiderme repousam sobre uma estrutura
chamada membrana basal. À microscopia óptica, essa zona limítrofe corada pelo
ácido periódico de Schiff (PAS) revela uma delgada zona uniforme de reação intensa.
Os estudos de microscopia eletrônica esclareceram a complexidade dessa região, o
que vem facilitando a compreensão de várias doenças cutâneas. A zona da
membrana basal é constituída por 4 áreas distintas: a membrana celular da célula
basal; a lâmina lúcida, sob a membrana plasmática dos queratinócitos basais, com
seus hemidesmossomos; a lâmina densa, formada por colágeno tipo IV; e a lâmina
fibrorreticular, que se continua com a derme subjacente.

A função da zona da membrana basal é fornecer a ancoragem e a adesão da


epiderme com a derme, mantendo a permeabilidade nas trocas entre estes dois
componentes e atuando como filtro para a transferência de materiais e células
inflamatórias ou neoplásicas.

Várias doenças mecanobolhosas hereditárias e auto-imunes envolvem a


separação e a formação de bolhas em vários níveis da junção dermoepidérmica,
como epidermólise bolhosa, penfigoide bolhoso, penfigoide gestacional e lúpus
eritematoso bolhoso.

6.2 DERME
A derme é a camada situada logo abaixo da epiderme, formada por denso
estroma fibroelástico de tecido conectivo em meio a uma substância fundamental, que
serve de suporte para extensas redes vasculares e nervosas, e anexos cutâneos que
derivam da epiderme. Os principais componentes da derme incluem o colágeno (70
a 80%) para resistência, a elastina (1 a 3%) para elasticidade e os proteoglicanos,
que constituem a substância amorfa em torno das fibras colágenas e elásticas.

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A derme divide-se em papilar (mais externa), reticular (mais interna) e derme
perianexial. A derme papilar é mais delgada, altamente vascularizada e preenche as
concavidades entre as cristas epidérmicas, dando origem às papilas ou cristas
dérmicas. É formada por feixes delicados de fibras colágenas (principalmente do tipo
III) e elásticas, dispostas em uma rede frouxa, circundada por abundante gel de
mucopolissacarídeos. A derme reticular compõe a maior parte da espessura da
derme, está abaixo do nível das cristas epidérmicas e é constituída de fibras
colágenas (principalmente do tipo I) entrelaçadas, além de fibras elásticas que estão
dispostas paralelamente à superfície da pele. A derme perianexial tem a mesma
estrutura da derme papilar, mas localiza-se em torno dos anexos cutâneos.

O sistema elástico, que permeia as fibras colágenas das dermes papilar e


reticular, é responsável pela elasticidade cutânea, ou seja, capacidade da pele de
retornar à posição original quando submetida ao estiramento. A derme contém
população mista de células, incluindo fibroblastos, fibrócitos, macrófagos teciduais,
melanófagos, mastócitos e leucócitos sanguíneos (como neutrófilos, eosinófilos,
linfócitos, monócitos e plasmócitos).

Vascularização
O suprimento vascular da pele é limitado à derme e constitui-se de um plexo
profundo em conexão com um plexo superficial. Estes plexos correm paralelos à
superfície cutânea e estão ligados por vasos comunicantes dispostos
perpendicularmente. O plexo superficial situa-se na porção superficial da derme
reticular, com arteríolas pequenas das quais partem alças capilares que ascendem
até o topo de cada papila dérmica e retornam como capilares venosos.

O plexo profundo situa-se na base da derme reticular e é composto por arteríolas


e vênulas de paredes mais espessas. Há ligação íntima entre os plexos por meio dos
vasos comunicantes, e o controle do fluxo sanguíneo dérmico por esses vasos
contribui para o controle da temperatura corpórea.

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6.3 HIPODERME
A hipoderme ou panículo adiposo é a camada mais profunda da pele e está
organizada em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de
colágeno, por onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Une a derme à
fáscia profunda subjacente, absorve choques e funciona como isolante térmico.

Inervação
A inervação da pele é abundante e constituída por nervos motores autonômicos
e por nervos sensoriais somáticos. O sistema autonômico é composto por fibras
simpáticas e é responsável pela piloereção, constrição da vasculatura cutânea e
secreção do suor. As fibras que inervam as glândulas écrinas são simpáticas, mas
têm como neurotransmissor a acetilcolina.

O sistema somático é responsável pelas sensações de dor, prurido, tato suave,


tato discriminativo, pressão, vibração, propriocepção e térmica. Os nervos sensitivos
têm receptores especializados divididos funcionalmente em mecanorreceptores,
termorreceptores e nociceptores. Morfologicamente, estes receptores podem
constituir estruturas especializadas, como:

 Corpúsculos de Vater-Pacini, nas regiões palmoplantares, específicos para


pressão e vibração;
 Corpúsculos de Meissner, nas polpas dos dedos, específicos para o tato;
 Corpúsculos de Krause, nas áreas de transição entre pele e mucosas,
sensíveis ao frio;
 Corpúsculos de Ruffini, sensíveis ao calor.

Podem também ser desprovidos de características estruturais específicas, que


são as terminações nervosas livres responsáveis pela sensibilidade da dor, prurido e
parte da térmica.

6.4 ANEXOS CUTÂNEOS


Unidade Pilossebácea
As unidades pilossebáceas são encontradas sobre toda a superfície da pele,
exceto nas regiões palmoplantares, nos lábios e na glande. Compõem-se de uma
haste pilosa circundada por bainha epitelial contínua com a epiderme, uma glândula

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sebácea, musculatura lisa piloeretora e, em certas regiões corpóreas, ducto excretor
de uma glândula apócrina que desemboca acima da glândula sebácea.

A haste pilosa é a parte do pelo que se projeta para fora da pele, e sua raiz é a
região que fica dentro da pele. A haste é composta por cutícula externa, córtex
intermediário e medula. A bainha epitelial da raiz divide-se em bainhas radiculares
externa e interna. A externa dá continuidade às células da camada espinhosa da
epiderme superficial, e a interna é formada por três camadas celulares distintas:
camada de Henle, camada de Huxley e cutícula, formada por escamas que se
entrelaçam com as escamas da cutícula do pelo. Na porção mais inferior do folículo
piloso, há uma expansão chamada de bulbo piloso, que contém a matriz do pelo. Nela
ocorre a atividade mitótica do pelo e encontram-se os melanócitos, sendo, portanto,
responsável pelo crescimento e pigmentação do pelo.

Há dois tipos de pelo: o lanugo ou pelo fetal, que são curtos, delicados e claros,
idênticos aos pelos velus do adulto; e o terminal, mais grosso, escuro e grande,
encontrado nas axilas, cabelos, barba e região púbica. Os pelos não crescem
continuamente, e sim de maneira cíclica, podendo-se identificar 3 fases distintas:

 anágena: fase de crescimento ativo, com duração de 2 a 3 anos; corresponde


a 85% dos cabelos;
 catágena: fase de involução, com duração de 3 semanas; corresponde a 1%
dos cabelos;
 telógena: fase de queda, com duração de 3 a 4 meses; corresponde a 14% dos
cabelos.

As glândulas sebáceas são glândulas holócrinas cuja função é produzir o sebo,


que é uma combinação de ésteres de cera, esqualeno, ésteres de colesterol e
triglicérides. É secretado através do ducto sebáceo na luz do folículo piloso e recobre
a superfície cutânea, atuando como lubrificante natural do pelo, além de evitar a perda
de água pela camada córnea, proteger contra excesso de água na superfície e ter
ação bactericida e antifúngica. Ocorrem por toda a pele, exceto na região
palmoplantar, e seu controle é hormonal, especialmente andrógeno.

Glândulas Sudoríparas Écrinas


As glândulas sudoríparas écrinas derivam da epiderme e não pertencem à
unidade pilossebácea. Cada glândula é um túbulo simples com um segmento secretor

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enovelado situado na derme e um ducto reto que se estende até a superfície da pele.
São inervadas por fibras simpáticas, mas têm a acetilcolina como mediador.

Estão localizadas em toda a superfície cutânea, exceto nas áreas de pele


modificada, como os lábios, os leitos ungueais e a glande. Participam da
termorregulação, produzindo suor hipotônico que evapora durante o calor ou estresse
emocional.

Glândulas Sudoríparas Apócrinas


As glândulas sudoríparas apócrinas derivam da epiderme e fazem parte da
unidade pilossebácea, desembocando, em geral, nos folículos pilosos. Localizam-se
nas axilas, escroto, prepúcio, pequenos lábios, mamilos e região perineal, além de,
modificadamente, nas pálpebras (glândulas de Moll), mamas (glândulas mamárias) e
conduto auditivo externo (glândulas ceruminosas). Produzem secreção viscosa e
leitosa constituída de proteínas, açúcares, amônio e ácidos graxos; é inodora quando
atinge a superfície, mas as bactérias a decompõem, causando odor desagradável.
São inervadas por fibras nervosas simpáticas e estão sob controle dos hormônios
sexuais. Sua função provavelmente representa vestígios de espécies inferiores, cuja
comunicação sexual se dá por meio de substâncias químicas.

Unhas
São placas córneas localizadas no dorso das falanges distais dos quirodáctilos
e pododáctilos. São compostas por 4 partes: a raiz, parte proximal recoberta por uma
prega de pele chamada de prega ungueal proximal; a lâmina, que está aderida sobre
o leito ungueal; as dobras laterais, que cobrem as bordas laterais da lâmina ungueal;
e a borda livre.

No leito ungueal, a epiderme apresenta somente a camada basal, que se torna


opaca na sua parte proximal, formando a lúnula. Aí encontra-se a matriz, que tem
intensa atividade proliferativa e é responsável pelo crescimento da unha.

6.5 FISIOLOGIA DA PELE


As várias estruturas da pele exercem funções primordiais para a sobrevivência
do organismo. São elas:

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 O estrato córneo atua como barreira para a perda de água das camadas
epidérmicas internas e para lesão proveniente do ambiente externo, como a
entrada de agentes tóxicos e micro-organismos.
 Os melanócitos exercem proteção contra os efeitos indesejáveis da radiação
solar ultravioleta por meio da melanina, que a absorve amplamente.
 Os nervos dérmicos têm a importante função de percepção do meio.
 As fibras colágenas e elásticas da derme e sua substância fundamental
conferem à pele propriedades viscoelásticas e de resistência que a protegem
contra as forças de cisalhamento.
 A termorregulação se dá pela extensa rede vascular cutânea, através do
controle do fluxo sanguíneo, e pelas glândulas sudoríparas écrinas, cuja
secreção proporciona o resfriamento por evaporação a partir da superfície da
pele.
 O papel da pele na proteção imunológica do organismo se deve principalmente
à célula de Langerhans, que participa de várias reações imunológicas,
inclusive na interação macrófago-célula T e nas interações entre linfócitos T e
B.
 A pele desempenha uma função endócrina, pois a ação da radiação ultravioleta
sobre o 7-deidrocolesterol nos ceratinócitos forma a vitamina D3, que estimula
a absorção de cálcio e fosfato no intestino.

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7. CONCLUSÃO

Acredita-se que a correlação entre a educação em saúde e a exploração do


corpo humano trouxe benefícios para os sujeitos que realizam pesquisas e trabalham
com o corpo humano, uma vez que, conhecendo melhor seu próprio corpo, ações de
prevenção às doenças e promoção à saúde podem ser mais rotineiras e eficazes. Da
mesma forma, o ensino teórico facilita o entendimento para futuramente colocar em
prática esses conhecimentos abordados, dos sistemas expostos. Ademais, a
exposição de toda parte do corpo e membros facilita o trabalho de profissionais da
área da saúde. É necessário e importante se familiarizar com diversos termos
anatômicos, suas descrições e funções, pelo menos de forma básica, para identificar
e trabalhar no processo de tratamentos e cuidados, de forma a solucionar o problema
encontrado.

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8. REFERÊNCIAS
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Análise das Técnicas Corporais / Blandine Calais - Germain; [tradução Sophie
Guernet]. São paulo: Manole, 1991.

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Segmentar. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2001.

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Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

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11ed. São Paulo: Manole, 2002.

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