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UNIDADE 1

Introdução a Anatomia Sistêmica.

Quando falamos em Anatomia Sistêmica, estamos nos referindo ao estudo do


corpo humano através dos sistemas que existem em nosso organismo.
Antigamente, a anatomia aparecia nas instituições de ensino de forma separada
para ser ensinada aos alunos, porém, com o passar dos anos, entendeu-se a
necessidade de estudar a anatomia em seu contexto, ou seja, olhando de forma
sistêmica, em conjunto com a fisiologia das estruturas do corpo humano.
A anatomia e fisiologia humana são o início de todo o processo da vida do ser
humano, e por isso, não podem ser separadas. Isso porque, a função de um órgão ou de
um tecido está ligada à sua estrutura.
O termo anatomia tem origem grega “ana”, que significa “parte”, e depois, “tomnei”,
que significa “cortar”, indicando assim, que a anatomia estuda o corpo em partes, ou
seja, se preocupa com o isolamento de estruturas para promoção do estudo.

A divisão da anatomia
O estudo da anatomia em si também é divido da seguinte maneira:
• Descritiva ou sistêmica: estuda os sistemas do corpo humano separadamente;
• Topográfica ou regional: faz um estudo do corpo por regiões;
• Comparada ou comparativa: estuda comparativamente a anatomia do ser
humano com a dos outros animais;
• De superfície: trata das estruturas que estão abaixo da pele por meio da
palpação ou visualização do órgão a ser avaliado;
• Radiológica: é o estudo feito pela imagem do corpo humano por meio da
radiação;
• Patológica: relaciona-se às mudanças estruturais de um determinado órgão,
causadas por doenças específicas;
• Microscópica: é o estudo da estrutura do órgão com o auxílio do microscópio;
• Do desenvolvimento: é o estudo do crescimento e do desenvolvimento do corpo
humano, desde a fecundação até a fase da maturidade e, consequentemente, a morte;
e por fim,
• Do movimento: é a cinesiologia propriamente dita, ou seja, o estudo do
movimento do ser humano como um todo e de seus segmentos corporais.

Sendo assim, se estudaremos a anatomia de forma sistêmica e aliada à fisiologia,


para prosseguir com nossos estudos, devemos aprender sobre as estruturas básicas
constituintes dos sistemas do corpo humano, ou organismo:
• Célula: é a estrutura microscópica que representa a unidade anatômica e
fisiológica fundamental à vida.
• Tecido: é um conjunto de células agrupadas que possuem a mesma função,
como por exemplo, o tecido muscular.
• Órgão: é o conjunto de tecidos agrupados que formam uma determinada
estrutura, com uma função em comum. Por exemplo: o coração.
• Sistema: é o conjunto de órgãos que se relacionam entre si para uma
determinada função, como por exemplo, o sistema circulatório.

Os conceitos trazidos acima formam um ciclo, no qual cada ciclo dá origem a uma
estrutura funcional do corpo humano, e consequentemente, à organização do corpo.
Fisiologia
Já que falamos em estrutura funcional, passamos então para o entendimento da
Fisiologia, a qual define-se como a ciência que estuda as funções dos seres vivos. É o
ramo da Biologia que estuda o funcionamento do corpo humano, das células e dos
tecidos e órgãos, e deste aos seus respectivos sistemas.

A fisiologia também estuda os sistemas que controlam os processos da vida,


sendo o mais importante deles a homeostase, que é o equilíbrio dinâmico do organismo.
A homeostasia corresponde à uma tendência permanente do organismo em manter seu
equilíbrio, ou constância, do meio interno do corpo, mesmo em relação às interferências
e oscilações do meio externo (meio ambiente).
A fisiologia se preocupa em manter em perfeitas condições todos os sistemas do
corpo humano em comum acordo, com intensidade e frequência adequadas um ao
outro. A seguir, traz-se uma relação da estrutura funcional que a fisiologia exerce nos
diferentes sistemas do nosso organismo, para manutenção da homeostase:
• Sistema tegumentar: pele – envoltório de proteção que consegue separar o
meio corporal interno do externo, mantendo a temperatura do corpo estável;
• Sistemas muscular e esquelético: mantém a sustentação e equilíbrio do corpo
com o meio ambiente;
• Sistema respiratório: responsável pela troca gasosa entre o organismo e meio
externo;
• Sistema digestório: responsável pela absorção de água e nutrientes, auxiliando
na eliminação de resíduos;
• Sistema excretor: também conhecido como sistema urinário, é responsável pela
eliminação do excesso de água e outros resíduos;
• Sistema reprodutivo: auxilia na formação dos óvulos e espermatozoides para a
reprodução humana;
• Sistema imunológico: proteção do meio interno contra corpos estranhos; e
• Sistema circulatório: responsável pela distribuição e captura de substâncias
para todo o organismo.

Planos anatômicos
Os planos anatômicos são na verdade convenções adotadas para descrever a
localização de todos os componentes do nosso corpo com relação ao espaço, ou seja,
como nos posicionamos perante o espaço. Suas divisões acontecem da seguinte
maneira:
• Sagital: divide o corpo humano em duas partes, direito (D) e esquerdo (E).
• Horizontal: divide o corpo em duas partes, superior e inferior.
• Frontal: divide o corpo humano a partir da localização, anterior e posterior.
Detalhadamente, podemos dividir os planos anatômicos nas seguintes posições:
• Posição anatômica: é a identificação do corpo na posição vertical (olhar para
frente com palmas das mãos voltadas para frente).

• Direito e esquerdo: é a identificação de estar de frente para o outro, sendo a


esquerda do outro correspondente à sua direita.
• Anterior e posterior: anterior é tudo que está localizado na parte da frente do
corpo, e posterior na parte de trás. Tomamos como referência a localização da face
como anterior.

• Linha média: linha imaginária que divide o corpo em duas partes, denominando
lado direito e lado esquerdo. O que fica além da linha média denominamos parte lateral.

• Superior e inferior: toda parte do corpo pode ser identificada como superior ou
inferior, em relação ao órgão que estamos verificando. Por exemplo: a boca é superior
à região mentoniana (o queixo) e inferior ao nariz; já o nariz é superior a boca e inferior
aos olhos.
• Proximal e distal: proximal é tudo que localizamos próximo a um ponto de
referência e distal tudo que está afastado do ponto de referência. Esses dois planos são
mais utilizados quando nos referimos aos membros superiores (ombros) e inferiores
(quadril). Por exemplo: as mãos estão em situação distal dos ombros e em situação
proximal do antebraço, assim como os pés estão em posição distal do quadril e proximal
da região panturrilha.

Na tentativa de manter o equilíbrio (fisiologia), o corpo humano também adota


posições com relação aos planos anatômicos, são elas:
• Ereto: posição em pé, na vertical.
• Supino: posição em decúbito dorsal, ou seja, a região costal para baixo e face
para cima.

• Decúbito ventral: posição inversa ao supino, ou seja, região abdominal e face


para baixo.

• Decúbito lateral: posição deitado, lateralmente sobre o lado esquerdo ou direito.


Divisão do corpo humano
O corpo humano está dividido em partes, todas em comum igualdade, facilitando
a sustentação e locomoção do nosso corpo, bem como a proteção de nossos órgãos. A
seguir, vamos estudar cada etapa dessa divisão.
A primeira divisão do corpo humano é:
• Cabeça: extremidade superior do corpo, unida ao tronco pelo pescoço.
• Pescoço: parte de sustentação da cabeça ao restante do corpo.
• Tronco: parte central do corpo, que se divide em tórax (cavidade torácica) e
abdome (cavidade abdominal).
• Membros: são as extremidades do corpo, se dividem em dois membros
superiores e dois membros inferiores. Cada um dos membros possui uma raiz ligada ao
tronco e uma parte livre.

O esquema abaixo traz a divisão do corpo humano, para vias de estudo:


UNIDADE 2
O estudo das células e dos tecidos.

Diante de tudo o que foi visto na unidade anterior, para iniciar o aprofundamento
dos nossos estudos, olhemos à menor estrutura do nosso corpo, formadora de todas
as outras demais, chamada célula.

Células

A célula é a menor porção de matéria viva do corpo humano que possui unidades
estruturais e funcionais, e que pode ser vista apenas através do microscópio.

Nosso corpo é constituído por, aproximadamente, 10 trilhões de células, as quais


possuem informações genéticas essenciais às funções vitais do organismo.
Voltando à origem da palavra no latim, célula significa “quarto pequeno”, e sua
estrutura foi descoberta no ano de 1665 por Robert Hooke, apesar de apenas em 1838
ter sido desenvolvida a 1ª teoria celular, pelos pesquisadores Matthias Jakob Schleiden
e Theodor Schwann, que indicava que todos os organismos são compostos de uma ou
mais células.

Constituição celular
As células, em sua constituição, são divididas em 3 partes: núcleo, citoplasma e
membrana citoplasmática (ou membrana plasmática):
• Núcleo: corresponde à parte central da célula, na qual encontramos seu material
genético. Tem função relativa ao crescimento e à reprodução celular. O núcleo é dividido
em 4 partes:
o Carioteca  estrutura que envolve o conteúdo nuclear;
o Cariolinfa  massa incolor constituída de água e proteína;
o Cromatina  é o material genético propriamente dito, que resulta da associação
de proteína e DNA; e
o Nucléolo  que fica em contato direto com a cariolinfa.
• Citoplasma: é a parte da célula que preserva sua vida, e as estruturas presentes
são:
o Lisossomo é a parte rica em enzimas, responsável pela digestão que ocorre
na célula;
o Mitocôndrias  responsáveis pela geração de energia, e possuem DNA celular;
o Ribossomos  participam do processo de elaboração de proteínas; e
o Complexo de Golgi  realizam o transporte de partículas para dentro e para fora
do núcleo celular.
• Membrana citoplasmática: tem como função primordial a proteção e filtragem
das substâncias necessárias ao desenvolvimento celular.

Observe na figura abaixo a estrutura celular referida acima:

Composição química celular


As células também são estudas em termos de sua composição química,
apresentando nutrientes que são divididos em componentes inorgânicos e orgânicos:
• Componentes inorgânicos: correspondem à água e aos sais minerais:
o água  é o componente celular mais abundante, e constitui cerca de 78% das
células nervosas do ser humano, 40% das células ósseas e chega a ser até 94%
do feto humano no primeiro trimestre da gestação;
o sais minerais  já os sais minerais estão separados entre solúveis (cálcio, ferro
e fosfato) e insolúveis (fosfato de cálcio, também conhecido como “arcabouço”
do esqueleto).

• Componentes orgânicos:
o Carboidrato ou açúcares  é a associação do carbono, hidrogênio e oxigênio.
Como exemplo dessa associação, podemos citar a glicose;
o Lipídeos ou gorduras  é a associação de ácidos graxos e álcool, como por
exemplo, os glicerídeos, ou tecido adiposo, e os esteroides, chamados também
de colesterol;
o Proteínas  esses componentes orgânicos possuem função enzimática,
hormonal, e de defesa;
o Enzimas  com função catalisadora, permitem a ocorrência de reações
químicas, como a diferenciação das proteínas;
o Ácidos nucleicos  correspondem ao DNA (ácido desoxirribonucleico), que
possui função de duplicação, e ao RNA (ácido ribonucleico), que produz enzimas
e outras proteínas. O RNA é produzido pelo DNA; e
o Vitaminas  estão divididas em hidrossolúveis, que são apenas solúveis em
água, e as lipossolúveis, que podem ser diluídas em gorduras e lipídeos.

Tecidos
Como dito anteriormente, os tecidos são formados por células que possuem a
mesma função, ou seja, as células organizadas em grupos, e que trabalham de maneira
integrada, desempenhando uma determinada função, formam os tecidos do corpo
humano.
Os tecidos do corpo humano são classificados em quatro grupos principais:
• Tecido epitelial, que forma a epiderme na pele e glândulas;
• Tecido conjuntivo, que une e sustenta os órgãos do corpo. Por apresentar
diversos tipos de grupos celulares, cada qual com suas características próprias, ele é
subdividido em outros tecidos:
o Tecido adiposo  é o tecido que se encontra abaixo da pele, e também em volta
de alguns órgãos. Suas funções envolvem o fornecimento de energia para o
corpo, atuação como isolante térmico, diminuição da perda de calor do corpo
para o ambiente, e proteção contra choques mecânicos, como por exemplo as
pancadas.
o Tecido cartilaginoso  Forma as cartilagens do nariz, da orelha, da traqueia,
estando presente nas articulações da maioria dos ossos. Trata-se de um tecido
resistente, mas flexível.
o Tecido ósseo  São os que formam os ossos. Sua rigidez está relacionada à
impregnação de sais de cálcio na substância intercelular (entre suas células).
o Tecido sanguíneo  Constituinte do sangue, trata-se de um tecido líquido,
formado por diferentes tipos de células como os glóbulos vermelhos ou
hemácias, que transportam oxigênio; os glóbulos brancos ou leucócitos, que
atuam na defesa do corpo contra microrganismos invasores; e os fragmentos
(pedaços) de células, como as plaquetas, que atuam na coagulação do sangue.
A substância intercelular do tecido sanguíneo é chamada de plasma, que é
constituído principalmente por água, e que é responsável pelo transporte de
nutrientes e de outras substâncias para todas as células.
• Tecido muscular, composto por células denominadas fibras musculares, e que
possuem a capacidade de se contrair e alongar. O tecido muscular pode ser de três
tipos: tecido muscular esquelético, muscular liso e muscular cardíaco, conforme
imagem abaixo:
• Tecido nervoso, constituído por células denominadas neurônios, capazes de
receber estímulos e conduzir a informação para outras células em todo o nosso
organismo, através do impulso nervoso. Os neurônios têm forma estrelada e são células
especializadas.

Célula animal e suas estruturas


A célula animal é a unidade básica da vida em organismos do reino Animalia.
São células eucarióticas, o que significa que eles têm um núcleo verdadeiro e
estruturas especializadas chamadas organelas que desempenham diferentes
funções. Plantas, fungos e protistas têm células eucarióticas, enquanto as
bactérias e arqueias possuem células procarióticas mais simples

Funções das células de animais


As células realizam todos os processos do corpo, incluindo produzir e
armazenar energia e produzir proteínas, que são moléculas que têm papéis no
metabolismo, replicação do DNA e transporte de outras moléculas.
As células animais são altamente especializadas para realizar tarefas
específicas. Por exemplo, o coração possui células musculares cardíacas que
batem todas ao mesmo tempo, e as células do trato digestório têm cílios,
projeções em forma de dedo que aumentam a área de superfície para a absorção
de nutrientes durante a digestão.
Existem mais de 200 tipos diferentes de células no corpo humano. Os
glóbulos vermelhos contêm hemoglobina, a molécula que transporta oxigênio e
não possuem núcleos; esta é uma especialização que permite que cada glóbulo
vermelho transporte tanto oxigênio quanto possível.
Múltiplas células formam tecidos, que são grupos organizados de células
que desempenham uma determinada função. Por sua vez, grupos de tecidos
semelhantes formam os órgãos do corpo, como o cérebro, os pulmões e o coração.
Os órgãos trabalham juntos em sistemas de órgãos, como o sistema
nervoso, sistema digestivo e sistema circulatório. Os sistemas de órgãos variam
dependendo da espécie de ser vivo em questão. Por exemplo, os insetos têm
sistemas circulatórios abertos, onde o sangue é bombeado diretamente nas
cavidades do corpo e envolve seus tecidos.
Vertebrados, como peixes, mamíferos e aves, por outro lado, têm sistemas
circulatórios fechados; seu sangue é fechado dentro de vasos sanguíneos onde
ele viaja para os tecidos alvo. As células são os “blocos de construção” dos
sistemas de órgãos.
Núcleo
O núcleo contém o ácido desoxirribonucleico de uma célula (DNA), seu
material genético. O DNA contém instruções para a produção de proteínas, que
controla todas as atividades do corpo.
No núcleo, o DNA é estreitamente enrolado em histonas, que são proteínas,
para formar estruturas chamadas cromossomos. O núcleo regula quais genes são
expressos na célula, que controla a atividade e o funcionamento da célula e será
diferente dependendo do tipo de célula.
O DNA está localizado na região do nucléolo no interior do núcleo, onde os
ribossomos são feitos. O núcleo é cercado por um envelope nuclear (também
chamado de membrana nuclear), que o separa do resto da célula.
Conceitos gerais de “normalidade e anormalidade”

Ao olharmos para as células e os tecidos do organismo, repare que além de sua


estrutura, suas funções vitais foram aprendidas em conjunto, reforçando a ideia de que
é necessário estudar a anatomia de forma sistêmica, ou seja, integrada à fisiologia.
No entanto, agora que sabemos sobre o funcionamento de cada célula, e sua
estruturação em tecidos, devemos considerar que nem tudo o que acontece no nosso
organismo é considerado normal dentro dos padrões determinados pela ciência
anatômica e fisiológica.
As variações que podem ocorrer são denominadas diferenças morfológicas ou
variações anatômicas, e podem apresentar-se externamente ou internamente em
qualquer parte do nosso corpo, sem prejuízo funcional para o nosso organismo.
Por exemplo, um indivíduo de estatura baixa e outro de estatura alta, ambos
possuem estruturas corporais bem diferenciadas, portanto, eles não apresentam
desequilíbrio do ponto de vista da variação anatômica. Fatores que interferem nas
condições gerais das variações anatômicas são: idade, idade embriológica, sexo e raça.

As diferenças são variações anatômicas apenas externas, não ocorre prejuízo


funcional.

Por outro lado, existem as anomalias, nas quais podem ocorrer alterações
morfológicas que determinam complicações funcionais de um determinado órgão.
O termo “monstruosidade” foi utilizado para retratar uma situação que se mostra
incompatível com a vida, e pode apresentar-se interna e externamente. Exemplo:
agenesia – ausência completa ou parcial de um órgão e seu primórdio embriológico,
como por exemplo, podemos citar o encéfalo.

A partir do próximo capítulo, estudaremos estruturas mais complexas, que são os


órgãos e os sistemas que forma nosso organismo.
UNIDADE 3
Sistema Esquelético – parte I.

Composição do Sistema Esquelético

O sistema esquelético é composto de ossos, cartilagens e articulações.

O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido


conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto e é o principal
tecido de apoio do corpo.

Funções do esqueleto
As principais funções do esqueleto humano são:
• Proteção das estruturas vitais: oferecer proteção aos órgãos vitais e vísceras,
tais como cérebro, medula, coração e pulmões;
• Sustentação do organismo: servir como uma espécie de armação para o corpo
humano, formando uma estrutura rígida, fixando os tecidos e as partes moles do corpo;
• Base mecânica do movimento: servir como alavanca para o início da
locomoção;
• Hematopoiética: fazer a hematopoiese, para a medula produzir glóbulos
vermelhos, brancos e plaquetas; e
• Armazenamento de sais: como armazenamento e reserva de minerais,
principalmente cálcio e fósforo, e em quantidade menor magnésio e sódio.

O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso,


conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.
O tecido ósseo participa de um contínuo processo de remodelamento dinâmico,
produzindo osso novo e degradando osso velho.
Quanto a irrigação do osso, temos os canais de Volkman (vasos sanguíneos
maiores) e os canais de Havers (vasos sanguíneos menores). O tecido ósseo não
apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem linfática.
No interior da matriz óssea existem espaços chamados lacunas que contêm
células ósseas chamadas osteófitos. Cada osteófito possui prolongamentos chamados
canalículos, que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalículos das
lacunas vizinhas, formando assim, uma rede de canalículos e lacunas em toda a massa
de tecido mineralizado.

Tecido conjuntivo de sustentação (Cartilagens)


Esqueleto
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e
fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças
ósseas e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas
movimentadas pelos músculos.

• Cabeça = 22 • Membro Superior = 32


o Crânio = 08 o Cintura Escapular = 2
o Face = 14 o Braço = 1
• Pescoço = 8 o Antebraço = 2
• Tórax = 37 o Mão = 27
o 24 costelas • Membro Inferior = 31
o 12 vértebras o Cintura Pélvica = 1
o 1 esterno o Coxa = 1
• Abdômen = 7 o Joelho = 1
o 5 vértebras lombares o Perna = 2
o 1 sacro o Pé = 26
o 1 cóccix • Ossículos do Ouvido Médio = 3
Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino
É possível observar algumas diferenças entre os esqueletos masculinos e
femininos, conforme mostra a imagem abaixo:
O esqueleto é dividido em:
• Axial: composto pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco.
• Apendicular: composto pelos ossos dos membros inferiores e superiores.

Esqueleto axial
Formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica.

Esqueleto apendicular
Compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas;
cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros
(superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores).

A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas
escapular e pélvica.
Esqueleto Axial
É composto por um total de 80 ossos que formam a principal estrutura de
sustentação do corpo humano. Está dividido em:
Crânio: 8 ossos – dispostos em números ímpares: frontal, occipital, etmoide
e esfenoide, e em números pares: temporal e parietal.
Face: 14 ossos – dispostos em números ímpares: mandíbula e vômer, e
números pares: conchas nasais inferiores, nasal, lacrimal, zigomático, maxilar e
palatino.
Hioide: 1 osso – localizado na parte anterior do pescoço, abaixo do maxilar
inferior, à frente da coluna cervical. É suportado e sustentado pelos músculos do
pescoço, e suporta a musculatura da base da língua.
Ossículos auditivos: 6 ossos – dispostos em números pares: martelo,
bigorna e estribo.
Coluna vertebral: 26 ossos divididos da seguinte forma: 7 vértebras na região
cervical, 12 vértebras na região torácica, 5 vértebras na região lombar e 2 ossos na
região sacrococcígea. Atenção: Os ossos da região sacrococcígea são fundidos –
não possuem disco vertebral entre si, são imóveis, constituem 5 ossos fundidos
na região sacra e mais 4 fundidos na região coccígea, considerando, dessa forma,
1 osso para cada região, por isso o total de 2 ossos nessa região.

Esterno: 1 osso – localizado na parte anterior da região torácica, serve de


sustentação das costelas e clavícula, formando a caixa torácica – protege os
pulmões, coração e grandes vasos – aorta, veia cava, e veias pulmonares.
Costelas: 24 ossos – considerados 12 pares de cada lado, estão divididas
entre verdadeiras, flutuantes e falsas. As costelas verdadeiras são 7 pares
superiores ligadas ao esterno por cartilagens próprias e individuais. As costelas
falsas são 3 pares ligadas ao esterno por uma única cartilagem. E as costelas
flutuantes são 2 pares que não se ligam ao esterno, as extremidades anteriores
são livres.
UNIDADE 4

Sistema Esquelético – parte II.

Dando continuidade aos estudos do Sistema Esquelético iniciado na unidade


anterior...

Esqueleto Apendicular
É composto por um total de 126 ossos, formando a estrutura que permite ao
esqueleto os movimentos. Está dividido em:

Membros superiores (MMSS) Membros inferiores (MMII)


Clavícula: 2 ossos Ossos do quadril: 2 ossos
Escápula: 2 ossos Fêmur: 2 ossos
Úmero: 2 ossos Fíbula: 2 ossos
Rádio: 2 ossos Tíbia: 2 ossos
Ulna: 2 ossos Patela: 2 ossos
Carpo: 16 ossos Tarso: 14 ossos
Metacarpo: 10 ossos Metatarso: 10 ossos
Falanges: 28 ossos Falanges: 28 ossos
Classificação dos Ossos

- Ossos Longos
Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas
extremidades. Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência.
O fator desse osso ser um pouco encurvado, faz com que seja capaz de absorver
o estresse mecânico do peso do corpo em vários pontos, de tal forma que há melhor
distribuição do mesmo.
Os ossos longos têm suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e
apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas epífises. Exemplo:
Fêmur.
Estrutura dos Ossos Longos:
A disposição dos tecidos ósseos compacto e esponjoso em um osso longo é
responsável por sua resistência. Os ossos longos contêm locais de crescimento e
remodelação, e estruturas associadas às articulações. As partes de um osso longo são
as seguintes:
Diáfise: é a haste longa do osso. Ela é constituída principalmente de tecido ósseo
compacto, proporcionando, considerável resistência ao osso longo.
Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um osso o
articula, ou une, a um segundo osso, em uma articulação. Cada epífise consiste de uma
fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso e recobertas por
cartilagem.
Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.

- Ossos curtos
São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais às
suas larguras. Eles são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há
fina camada de tecido ósseo compacto. Exemplo: Ossos do Carpo.

- Ossos laminares (Planos)

São ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo
compacto, com camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos garantem
considerável proteção e geram grandes áreas para inserção de músculos. Exemplos:
Frontal e Parietal.

- Ossos Pneumáticos
São osso ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios),
apresentando pequeno peso em relação ao seu volume. Exemplo: Esfenoide.

- Ossos Alongados

São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo:
Costelas.

- Ossos Irregulares
Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das
categorias prévias. Eles têm quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso
compacto. Exemplo: Vértebras.

- Ossos Sesamóides
Os Sesamóides se desenvolvem na substância de certos tendões ou da cápsula
fibrosa de certas articulações. Exemplo. Patela
Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção,
tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho e
número, de pessoa para pessoa, não são sempre completamente ossificados,
normalmente, medem apenas alguns milímetros de diâmetro. Exceções notáveis são as
duas patelas, que são grandes ossos sesamóides, presentes em quase todos os seres
humanos.

- Ossos Suturais
São pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas,
entre alguns ossos do crânio. Seu número varia muito de pessoa para pessoa.
UNIDADE 5
Sistema Circulatório

Nessa unidade, daremos início ao estudo do Sistema Circulatório, ou Sistema


Cardiovascular, como também é chamado, entendendo seus conceitos básicos, suas
funções, funcionamento, divisão e componentes.

Em primeiro lugar, reconhecemos o coração como o grande órgão responsável


por todo o funcionamento do sistema circulatório ou cardiovascular.

O Sistema Circulatório é o sistema responsável pelo transporte de substâncias


como nutrientes (aminoácidos, eletrólitos e linfa), de gases, hormônios, hemácias, para
todas as células do nosso organismo, como forma de defesa e sustentabilidade de
todos os demais sistemas do nosso corpo.
Entre as diversas funções do sistema circulatório, podemos citar:
• defesa;
• regulação da temperatura;
• estabilização do pH; e
• homeostase.

O Sistema Circulatório é considerado um sistema fechado formado pelo Sistema


Cardiovascular, composto pelos vasos sanguíneos, que são as nossas artérias, veias e
capilares, e pelo coração, que é o órgão central de funcionamento do sistema, que atua
como uma bomba propulsora de sangue; juntamente com o Sistema Linfático,
composto pelos linfonodos e vasos linfáticos.
Formam uma grande rede de distribuição de sangue.

Esses dois sistemas dão origem ao Sistema Circulatório.

A divisão do Sistema Circulatório

O Sistema Circulatório, portanto, é subdividido em: sistema cardiovascular


(sanguíneo), sistema linfático e órgãos hematopoiéticos.

Deixaremos o estudo do Sistema Cardiovascular por último, por fins didáticos:

Sistema Linfático

É um sistema formado por vasos e órgãos linfoides; nele circula linfa.


É considerado um anexo do sistema venoso, pois drena linfa dos espaços
intercelulares para a corrente venosa por meio de seus vasos linfáticos.
As funções do Sistema Linfático são:
- Ser uma via acessória para o líquido intersticial fluir para o sangue;
- Transportar substâncias dos espaços intercelulares que não podem ser
removidas pelos capilares sanguíneos, como as proteínas e partículas grandes; e
- Ser uma barreira à disseminação de bactérias, vírus e células cancerígenas.

➢ Vasos condutores de linfa


Drenam a linfa dos espaços intercelulares para a corrente venosa através dos
vasos linfáticos. São compostos por:
• Capilares linfáticos
• Vasos linfáticos
• Troncos linfáticos

➢ Órgãos linfoides
Localizados entre os vasos sanguíneos, dão origem às células brancas. Podem ser
encontrados também entre os vasos linfáticos, nos quais filtram a linfa e combatem
anticorpos. São eles:
• Linfonodos: também chamados de gânglios linfáticos, possuem estruturas
dilatadas por causa da junção dos vasos linfáticos, e apresentam aspecto de “caroços”,
que servem de barreira contra os processos infecciosos.
• Tonsilas

➢ Órgãos hematopoiéticos
São órgãos que produzem os elementos do sangue – leucócitos, hemácias e
plaquetas. São eles:
Medula óssea: é um tecido conjuntivo rico em fibras, capaz de originar diversos
tipos de células do sangue, tais como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e
plaquetas. Essas células são renovadas continuamente pela medula óssea. Está
localizada na cavidade interna dos ossos longos. A medula óssea se mantém em
atividade intensa e ininterrupta, originando uma quantidade grande de novas células a
cada segundo.
• Baço: é um órgão linfoide, localizado do lado esquerdo da cavidade abdominal,
junto ao diafragma, ao nível das 9a, 10a e 11a costelas. Apresentam duas faces
distintas, a face diafragmática voltada ao diafragma, e a face visceral, voltada as
vísceras abdominais. O baço é considerado um anexo do sistema circulatório, e tem
como função: destruir os glóbulos vermelhos velhos; armazenar o ferro liberado pela
distribuição da hemoglobina; armazenar eritrócitos; sintetizar substâncias de defesa; e
incorporar e destruir bactérias e resíduos de células.
• Timo: também considerado um órgão linfoide, formado por massa irregular.
Está localizado parte no tórax e parte na porção inferior do pescoço. O timo cresce
apenas após nosso nascimento, e atinge seu maior tamanho na puberdade, regredindo
depois dessa fase e sendo posteriormente substituído por tecido adiposo e fibroso.

Sistema Cardiovascular (Sanguíneo)


➢ Vasos
São tubos fechados que transportam sangue para todos os órgãos e retornam
para o coração. A parede deles é formada por três camadas. A primeira é a íntima,
camada interna; depois a média, camada que fica entre uma e outra, e a adventícia,
camada externa.
Dividem-se em:
• Artérias: são vasos sanguíneos que partem do coração e se ramificam
progressivamente em vasos de calibre menor, dando origem às arteríolas. Possuem
parede com flexibilidade elástica. A artéria aorta, uma das principais do corpo humano,
sai do ventrículo esquerdo e suas ramificações, direta ou indiretamente, darão origem a
todas as artérias da circulação sistêmica.
Outras artérias importantes do corpo humano são: coronárias – irrigam o músculo
cardíaco; carótida – irrigam o pescoço e a cabeça; subclávias – irrigam os membros
superiores; aorta torácica – irriga a cavidade torácica; aorta abdominal – irriga a
cavidade abdominal; femoral – irriga a região da genitália, região inguinal e coxas.
• Arteríolas: são as ramificações das artérias, caracterizadas por uma dimensão
pequena. Através delas, o sangue é liberado para os capilares. Regulam principalmente
a resistência ao fluxo sanguíneo, e, portanto, a pressão sanguínea periférica.
• Capilares: são as ramificações mais finas das arteríolas. É nos capilares que
ocorrem as trocas gasosas e nutritivas entre o sangue e os tecidos.
Veia: é um vaso sanguíneo que transporta o sangue em direção ao coração. Esses
vasos possuem calibres que vão aumentando gradativamente na direção do coração.
Apresentam no seu interior válvulas para evitar o refluxo sanguíneo. Agrupam-se em
veias superficiais e veias profundas, dependendo de sua localização. Na junção de
vários capilares, formam-se as vênulas, que posteriormente darão origem às veias, que
levam o sangue para o coração.
As principais veias do nosso corpo são: cava superior – recebe sangue venoso dos
membros superiores, da cabeça e do pescoço e da parede dos órgãos do tórax; cava
inferior – recebe sangue dos membros inferiores, da região pélvica e região abdominal;
porta – recebe sangue do estômago, do esôfago, da vesícula biliar, do pâncreas, do
baço, e do intestino; cardíacas – levam sangue venoso da musculatura cardíaca para o
átrio direito.
• Vênulas: é um vaso sanguíneo de dimensão maior que os capilares, e menor do
que as veias. São as vênulas que fazem o sangue pobre em oxigênio retornar dos
capilares para as veias.

Principais veias e artérias


➢ Coração
Órgão muscular que funciona como uma bomba que realiza contrações e faz o
sangue circular.
Trata-se de um órgão muscular oco, formado pelo tecido muscular estriado
cardíaco (relembre sobre o tecido muscular estriado cardíaco na unidade 5), composto
por três camadas:
• endocárdio – camada interna;
• miocárdio – camada média; e
• epicárdio ou pericárdio – camada externa.

Além disso, em relação a sua morfologia interna, o coração está dividido em quatro
câmaras cardíacas, denominadas septos:
• átrio direito (AD): a ele chega a veia cava superior, veia cava inferior e a veia
coronária, transportando sangue venoso de todo o organismo, inclusive do músculo
cardíaco.
• ventrículo direito (VD): formado por uma musculatura mais espessa que o átrio,
dele sai a artéria pulmonar, que se divide em artéria pulmonar direita e esquerda, cada
qual indo para um pulmão respectivamente, transportando sangue venoso para os
pulmões.
• átrio esquerdo (AE): e é constituído por uma parede mais resistente que a do
átrio direito. Em sua cavidade desembocam duas veias pulmonares direitas e duas veias
pulmonares esquerdas, que recebem sangue arterial vindo dos pulmões.
• ventrículo esquerdo (VE): é a cavidade mais espessa de musculatura cardíaca,
recebe sangue do átrio esquerdo, de onde sai a artéria aorta.
Entre os átrios e ventrículos existem orifícios com dispositivos orientadores da
corrente sanguínea, denominados valvas cardíacas. Já as valvas estão divididas em:
o tricúspide ou atrioventricular direita: está localizada entre o átrio direito e o
ventrículo direito. Abrem-se permitindo a passagem do sangue do átrio para o
ventrículo e se fecham impedindo o refluxo do sangue do ventrículo para o átrio.
o bicúspide ou atrioventricular esquerda ou mitral: está localizada entre o átrio
esquerdo e o ventrículo esquerdo, tem a mesma função da valva tricúspide,
porém do lado esquerdo do coração.
o valva pulmonar: está localizada entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar.
Quando se abre permite a saída do sangue dos ventrículos para as artérias, e
quando se fecha impede o refluxo do sangue para dentro do ventrículo.
o valva aórtica: localizada entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta e tem a
mesma função da valva pulmonar.
Localização do Coração
Encontra-se na cavidade torácica, atrás do osso esterno, acima do músculo
diafragma, que, por sinal, podemos dizer que é onde o coração repousa, no espaço entre
dois sacos pleurais – o mediastino.
Sua maior porção está localizada à esquerda do plano mediano do nosso corpo, e
apresenta-se obliquamente à base medial e ao ápice lateral.

Circulação do coração
A circulação é a passagem do sangue através do coração e dos vasos permitida
por duas correntes sanguíneas, que partem ao mesmo tempo do coração.
Sistema de condução
Podemos também chamar de automatismo do coração, pois o coração trabalha de
maneira automática, sob o controle do sistema nervoso central.
Os nervos agem sobre uma formação situada na parede do átrio direito, chamada
nó ou nodo sinoatrial (NSA), considerado o marcapasso do coração.
O impulso se espalha desse ponto para o miocárdio, resultando em contração.
Esse mesmo impulso chega ao nó atrioventricular e propaga-se pelos ventrículos pelo
feixe atrioventricular. Este, no nível da porção superior do septo interventricular emite o
impulso aos ramos direito e esquerdo, chegando ao miocárdio.

Tipos de circulação

O Sistema Circulatório compreende dois tipos de circulação, conhecidas como


circulação pulmonar, ou pequena circulação, e circulação sistêmica, ou grande
circulação. Existem também outros dois tipos de circulação, a circulação colateral e
circulação portal. Veja a seguir:
• Circulação pulmonar ou pequena circulação: tem início no ventrículo direito, de
onde o sangue é bombeado para a rede capilar dos pulmões. Depois de sofrer hematose
(troca de gás carbônico por oxigênio) o sangue é oxigenado e retorna ao átrio esquerdo.
Em resumo, é a circulação coração-pulmão-coração.
Explicando essa circulação: o sangue venoso sai do ventrículo direito pela artéria
pulmonar, que se ramifica em direita e esquerda, cada uma indo para os respectivos
pulmões. Os capilares arteriais, que contêm sangue venoso, envolvem os alvéolos
pulmonares, onde ocorre a hematose. A união de vários capilares venosos com sangue
arterial forma as quatro veias pulmonares, duas de cada lado de cada pulmão,
desembocando no átrio esquerdo.
• Circulação sistêmica ou grande circulação: tem início no ventrículo esquerdo,
onde o sangue é bombeado para a rede capilar dos tecidos de todo o organismo. Após
as trocas, o sangue retorna pelas veias ao átrio direito. Em resumo, é a circulação
coração-tecidos-coração.
Explicando essa circulação: é a circulação que leva o sangue arterial do ventrículo
esquerdo para a aorta e da aorta para todo o organismo, abastecendo todas as células
com oxigênio e nutrientes. Depois de receber o gás carbônico e as excreções das
células, retorna ao átrio direito como sangue venoso pelas veias cavas superior e
inferior.
Outras circulações:

o Circulação colateral: normalmente existem anastomoses entre ramos de


artérias ou de veias, ou seja, comunicação entre ambas, dependendo da região
do corpo em maior ou menor número. Geralmente não há muita passagem de
sangue por essas comunicações, mas se houver uma obstrução parcial ou total
em algum vaso calibroso das circulações pulmonar ou sistêmica, o sangue
passa a circular ativamente por essas variantes, estabelecendo então a
circulação colateral. Resumindo, a circulação colateral é um mecanismo de
defesa do organismo para irrigar ou drenar determinado órgão onde ocorreu a
obstrução de artérias ou veias de relativo calibre.
o Circulação portal: ocorre quando uma veia se interpõe entre duas redes de
capilares, sem passar por um determinado órgão. Ocorre na circulação portal-
hepática, que possui uma rede de capilares no intestino, em que há absorção de
alimentos, e outra na rede de capilares no fígado, ficando a veia porta interposta
entre essas duas redes.

A vascularização do membro superior


Antes de introduzirmos o assunto é importante estar ciente que existem as
possibilidades de variações anatômicas, pois, são muito mais frequentes em
relação aos registros encontrados na literatura.
No estudo do sistema circulatório vimos que os vasos (artérias e veias)
saem e chegam respectivamente do coração.
Os vasos que chegam ao coração são ditos aferentes e são as veias. Os
vasos que saem do coração são ditos eferentes e são as artérias. Eles são
responsáveis pela irrigação (artérias) e drenagem (veias).
Para a irrigação do membro superior tudo começa pela artéria subclávia
(como o próprio nome fala encontra-se abaixo da clavícula) que é um ramo da
artéria principal que sai do coração, a artéria aorta/arco aórtico.
A direita do arco aórtico origina o tronco braquiocefálico, a esquerda a
artéria subclávia esquerda e no meio a artéria carótida comum. Depois que as
subclávias passam pela 1ª costela elas se tornam axilares, onde tudo começa para
a vascularização do membro.
As axilares irrigam a região anterior do tórax, escápula, deltóide e grande
dorsal. Seguindo a artéria axilar no braço temos a artéria braquial. Esta como o
próprio nome indica, encontra-se no braço e é medial ao nervo mediano.
A braquial é responsável por irrigam os músculos do braço (anterior e
posterior) e região do cotovelo, em associação com seus ramos. Seguindo a
artéria braquial observamos que na região do cotovelo (fossa cubital) esta se
divide em artéria radial e ulnar.
A artéria ulnar irriga toda a musculatura superficial e profunda da região
ulnar (medial) do antebraço e mão em associação com seus ramos. Já a artéria
radial irriga toda a musculatura superficial e profunda da região radial
(lateralmente) do antebraço e mão em associação com seus ramos.
A artéria radial é possível de ser palpada na região do punho lateralmente,
ou seja, conseguimos perceber os batimentos cardíacos através da palpação da
artéria radial nesta região.
O processo de retorno venoso/sanguíneo no membro superior, devido a
grande mobilidade, acontece com mais facilidade que no membro inferior, pelo
fato de ser contra a gravidade.
A drenagem do sangue no membro superior se faz através de uma veia
principal que chega ao coração, a veia cava superior, ou melhor, o retorno
sanguíneo dos membros superiores para o coração (terminando na formação da
veia cava superior) se dá por vias aferentes através de diversas veias. Estas podem
ser superficiais e profundas.
É importante você lembrar neste momento que o sentido de retorno venoso
é o contrário da drenagem. Então, a drenagem do membro superior começa da
seguinte maneira: as veias superficiais e profundas que drenam as musculaturas
da mão e do antebraço se unem para formar a veia axilar no braço.
Esta drena a musculatura do braço e ajuda a formar a veia subclávia que
ajuda a formar a veia braquiocefálica e por fim ajuda a formar a veia cava superior
que desemboca no coração.
As duas veias superficiais do membro superior são, a cefálica e a basílica.
A primeira nasce no lado radial e é ascendente na face anterior da mão, antebraço
e braço, desembocando na veia axilar. Drena toda a face lateral da mão, antebraço
e braço.
A segunda veia (basílica) nasce no lado medial e é ascendente na face
anterior da mão, antebraço e braço. Drena a face medial da mão, antebraço, braço.
Além disso, a veia basílica perfura a fáscia muscular na metade do braço
medialmente para acompanhar as artérias e veias braquiais (profundas). A veia
basílica se uni as veias braquiais para ajudar a formar a veia axilar.
Da mesma maneira que estudamos no membro inferior que as veias
profundas são duplas e acompanham as artérias com o mesmo nome e trajeto, no
membro superior ocorre da mesma maneira, com exceção da veia axilar, que é
profunda, mas não é dupla.
UNIDADE 6
Sistema Hematológico.

O Sistema Hematológico é o grande responsável pela formação do sangue. Nesta


unidade nos dedicaremos a compreender a estrutura sanguínea do nosso organismo,
bem como a fisiologia do sistema, os grupos sanguíneos e o fator Rh, responsáveis
pelas características do nosso sangue.

O Sistema Hematológico é compreendido pelo sangue e os locais onde ele é


formado. Como é de nosso conhecimento, o sangue possui uma coloração vermelha,
sendo variável de acordo com sua classificação:
- vermelho escuro: quando sangue venoso
- vermelho vivo: quando arterial
Essa coloração depende do grau de oxigenação que o sangue apresenta.

O sangue tem as seguintes funções:


• Transportar oxigênio captado pelos pulmões até as células;
• Transportar gás carbônico proveniente dos tecidos para os pulmões;
• Transportar nutrientes e hormônios;
• Transportar todas as excretas do metabolismo celular para os vários locais de
excreção;
• Defesa do organismo contra micro-organismos patogênicos ou substâncias
estranhas.

Além disso, o sangue é composto por duas partes:


• Plasma: é a parte líquida do sangue e corresponde a 55% do seu volume total.
Esta porção do sangue é formada por água, sais minerais, enzimas, pigmentos,
proteínas, albumina e globulina.
• Elementos figurados: é a porção sólida do sangue, formada por glóbulos
vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
o Hemácias ou Eritrócitos ou glóbulos vermelhos: compostas por moléculas de
hemoglobina, proteína responsável pela cor vermelha do sangue, as hemácias
têm a função de transportar gases, como o oxigênio, da hemoglobina, e são
formados na medula óssea. As hemácias correspondem a cerca de 42 a 47% do
volume do sangue.
o Leucócitos ou glóbulos brancos: são divididos em neutrófilos, basófilos,
eosinófilos, linfócitos e monócitos: têm função de defesa na fase aguda das
doenças e são formados na medula óssea.
- Os neutrófilos são os tipos de leucócitos são mais abundantes no sangue
periférico de adultos. Os neutrófilos maduros são células altamente
especializadas no exercício da fagocitose e destruição intracelular de bactérias.
- Os eosinófilos representam de 3% a 5% dos leucócitos em circulação, e têm
uma atividade pro inflamatória e citotóxica considerável, participando da reação
e patogênese de numerosas doenças alérgicas, parasitárias e neoplásicas.
Eosinófilos e neutrófilos têm origens e funções semelhantes. No entanto,
enquanto os neutrófilos acumulam-se rapidamente em focos de infecção
bacteriana, os eosinófilos são atraídos para tecidos onde há invasão por
parasitas ou sítios de reações alérgicas.
- Os basófilos são os grânulos mais escassos do sangue e caracterizam-se pela
presença de grandes grânulos metacromáticos, ricos em histamina, serotonina,
sulfato de condroitina e leucotrienos. Durante o combate a uma infecção em
nosso corpo, os basófilos liberam duas importantes substâncias. A heparina,
que é um importante anticoagulante. A outra é a histamina, que atua como
vasodilatadora nas alergias.
- Os linfócitos têm função de defesa contra as inflamações crônicas e proteínas
estranhas e são formados no baço. Existem 2 tipos principais de linfócitos no
organismo, os linfócitos B, que são células imaturas produzidas na medula
óssea e lançadas para a corrente sanguínea para produzir anticorpos contra
bactérias, vírus e fungos; e os linfócitos T, que são produzidos na medula óssea,
mas que depois são desenvolvidas no timo
- Os monócitos têm função de defesa contra as inflamações crônicas, causados
por bactérias ou vírus, e são formados na medula óssea. Também atuam na
remoção de partículas estranhas e destruem células tumorais. São células de
tamanho grande, com apenas um núcleo e ausência de grânulos em seu
citoplasma.
o Plaquetas ou trombócitos: têm função de coagulação e são formadas na
medula óssea. No caso de um ferimento as plaquetas são ativadas e aderem ao
local da lesão, liberando a enzima tromboplastina, que resulta no coagulo do
sangue.

Grupos sanguíneos
Existe uma combinação no sangue determinada pelos antígenos, que classifica os
grupos sanguíneos.

É isso que ocorre no grupo sanguíneo, as hemácias do sangue possuem antígenos


em sua superfície, diferenciando assim, os grupos sanguíneos. Veja a seguir:
• O grupo sanguíneo A possui antígeno do sistema ABO – A;
• O grupo sanguíneo B possui antígeno do sistema ABO – B;
• O grupo sanguíneo AB possui antígeno do sistema ABO – AB;
• O grupo sanguíneo O não possui nenhum antígeno.

Sabemos que quando um antígeno é estranho ao organismo, ele irá produzir


anticorpos para neutralizar esse corpo estranho. Para as hemácias, os anticorpos se
ligam a outras hemácias formando grumos.
Veja algumas combinações que os grupos sanguíneos podem apresentar:
- O grupo A recebe doação do grupo B: seu organismo irá produzir anticorpos anti–
B, e formar muitos grumos para eliminar os corpos estranhos.
- O grupo AB tem os dois antígenos, A e B, então pode receber sangue de todos os
tipos, inclusive o tipo O, portanto chamado de receptor universal.
- O grupo tipo O não possui nenhum antígeno, portanto ele pode doar para qualquer
tipo de sangue, é chamado de doador universal. Porém, não pode receber de nenhum
tipo a não ser do próprio grupo tipo O.

Fator Rh
O fator Rh recebe essa denominação em razão das iniciais do macaco Rhesus, que
serviu de cobaia para os estudos do sangue.
Possui em sua composição um antígeno denominado antígeno D, considerado Rh-
positivo, e na ausência desse antígeno D, o fator Rh se torna negativo.
Se um indivíduo Rh-negativo receber sangue Rh-positivo, irá provocar uma
aglutinação das hemácias. No entanto, o Rh-positivo pode receber sangue Rh-negativo.
UNIDADE 7
Sistema Articular.

Articulações ou Sistema Articular

Para que o esqueleto humano tenha movimentos, é necessário que outros


elementos entrem em ação. Esses elementos denominam-se articulações, que são
pontos de união entre dois ou mais ossos que formam o esqueleto, também podem ser
chamados de “juntas” ou “junturas”.
Classificação das articulações
As articulações se classificam em três principais grupos:

Grupo 1 - Sinartroses: denominadas articulações imóveis ou fibrosas.


São as articulações desprovidas de movimento, imóveis e subdivididas em dois
subgrupos: suturas e sindesmoses.
Suturas: são articulações fibrosas, que se caracterizam por apresentarem discreto
movimento, ou nenhum movimento, por exemplo, os ossos do crânio.
Sindesmoses: são articulações fibrosas que contêm feixes longos, que podem
permitir movimentos mais discretos que os das suturas. As faces ósseas se unem por
uma membrana ligamentosa, chamada de membrana interóssea, que possibilita esse
discreto movimento. Por exemplo, temos as articulações radioulnar intermediária e
tibiofibular distal.

Grupo 2 – Anfiartroses ou articulações cartilaginosas: denominadas articulações


semimóveis ou cartilaginosas. Estão em dois subgrupos: sincondroses e sínfises.
Sincondroses: nessas articulações os ossos aparecem unidos por uma cartilagem
do tipo hialina, como as articulações condrocostais.
Sínfises: os ossos aparecem unidos por um disco fibrocartilaginoso, variável,
formando um ligamento intraósseo, como o disco intervertebral que une as vértebras
entre si, e a sínfise pubiana que une os ossos do quadril.

Grupo 3 - Diartroses: articulações de grandes movimentos ou sinoviais, também


conhecidas por articulações móveis. São providas de grandes movimentos - a maioria
das articulações do corpo humano são sinoviais. Possuem alguns elementos de
constituição, como cartilagem articular, cápsula articular, membrana sinovial, líquido
sinovial, ligamentos e elementos acessórios, como a orla ou lábio e os discos e
meniscos.
Abaixo, seguem as características de cada elemento:
 Cartilagem articular: do tipo hialina, constituída de colágeno e fibras elásticas,
desprovida de nervos ou vasos sanguíneos, nutrida pelo líquido sinovial, confere
flexibilidade e sustentação. Estão moldadas aos ossos, porém sofrem variação
de espessura. A cartilagem articular é a responsável pelo amortecimento das
pressões de impacto que o corpo sofre, redistribuindo as forças para os órgãos
e demais articulações, reduzindo e absorvendo o choque entre as articulações
adjacentes.
 Cápsula articular: é uma membrana que envolve a articulação, promovendo
maior fixação, dando segurança e proteção às extremidades ósseas. É na
cápsula articular que o líquido sinovial é produzido.
 Membrana sinovial: é uma membrana de tecido vascularizado que reveste
internamente a cavidade articular.
 Líquido sinovial: viscoso, pode ser comparado a uma “clara de ovo”, produzido
pela ultrafiltração da membrana sinovial. Suas funções são nutrir a cartilagem
articular, diminuir a força de atrito entre as cartilagens, em razão da sua
viscosidade e elasticidade, e lubrificar as superfícies articulares.
 Ligamentos: são fibras que permitem reforçar o conjunto articular, perfazendo
a trajetória de um osso a outro.
 Elementos acessórios – orla ou lábio: consiste em um anel de fibrocartilagem,
que aprofunda a superfície articular para um dos ossos, estabelecendo maior
estabilidade óssea; discos e meniscos – compreendem as fibrocartilagens
interpostas entre ossos de uma determinada articulação. Possuem quatro
diferentes funções: absorção e distribuição da carga corporal, proteção da
articulação periférica, aumento da área de contato entre as superfícies
articulares e limite do deslizamento entre os ossos.
Movimentos articulares
Estão relacionados com os principais eixos do corpo humano, como estudamos
anteriormente. Lembre-se de que eixos são linhas reais ou imaginárias ao redor do
corpo, que realizam o seu movimento. Todo eixo é perpendicular ao plano de que
estamos tratando.
Três eixos básicos servem de referência para os movimentos do corpo: o eixo
transverso, o anteroposterior e o longitudinal.
Os movimentos articulares são produzidos juntamente com a ação dos músculos,
podendo ser classificados da seguinte forma:

 Flexão: diminuição do ângulo que se forma entre os segmentos que estão sendo
articulados.
 Extensão: aumento do ângulo que se forma entre os segmentos que estão
sendo articulados.
 Hiperextensão: é o aumento da amplitude de extensão, partindo da posição
anatômica.
 Abdução: é realizada de forma que o segmento corporal afasta-se da linha
média do corpo.
 Adução: ocorre quando aproximamos o segmento em direção à linha média do
corpo, ou seja, o inverso da abdução.
 Pronação e supinação: movimentos específicos do antebraço. A pronação é o
movimento interno e a rotação, o movimento externo, ou seja, a supinação.
 Flexão: movimento específico da coluna, ocorre no plano frontal, ao redor do
eixo anteroposterior. O movimento pode ser para direita ou para esquerda, ou
seja, lateral, ou ainda para baixo e para trás.
 Rotação: consiste no movimento em torno do eixo longitudinal, ocorrendo o
afastamento do segmento da linha média do corpo. Pode ser também
denominada rotação externa ou rotação lateral. O movimento contrário a este
se denomina rotação interna, em que o segmento é aproximado da linha média
do corpo.
 Flexão plantar: movimento específico da articulação do tornozelo, no qual
elevamos a perna, tirando os calcâneos do chão, e ficamos apoiados nas pontas
dos pés.
 Dorsiflexão: movimento também específico da articulação do tornozelo, em que
aproximamos a face anterior da perna, apoiando os calcâneos, e
permanecemos com as pontas dos pés elevadas.
 Inversão: movimento articular específico dos pés, no qual ocorre elevação da
borda medial do pé. Esse tipo de movimento permite associar outros
movimentos, ou seja, um conjunto de movimentos é utilizado para que a
inversão ocorra, podendo se juntar a eles a supinação, a adução e a flexão
plantar.
 Eversão: movimento articular específico dos pés, no qual ocorre elevação da
borda lateral do pé. Também permite associar outros movimentos opostos,
entre eles, a pronação,a abdução e a dorsiflexão.
 Elevação e depressão: movimentos específicos da cintura escapular e pélvica,
que ocorrem no plano frontal.
 Circundação: é um movimento circular de um determinado segmento do corpo,
permitindo associar outros movimentos, como a flexão, a extensão, a abdução
e a adução. Pode ser definido como um movimento circular de um segmento
em torno de um eixo fixo.

Os movimentos articulares também dependem do grau de liberdade que a


articulação pode exercer, de acordo com os planos e eixos que movem seus segmentos.
Podem aparecer de quatro formas: monoaxial ou uniaxial, biaxial, triaxial ou multiaxial,
e não axiais ou anaxiais.
Monoaxial ou uniaxial: o movimento articular só é permitido em um único plano,
em torno de um eixo, apresentando um grau de liberdade no espaço envolvido.
Biaxial: o movimento articular é permitido envolvendo dois planos e dois eixos,
apresentando dois graus de liberdade.
Triaxial ou multiaxial: permite todos os movimentos no espaço envolvido,
apresentando três planos e três eixos, portanto possui três graus de liberdade.
Não axiais ou anaxiais: permitem apenas o movimento de deslizamento ou torção
do espaço envolvido. Não possuem grau de liberdade.

Glossário
- Abdômen: a parte do tronco abaixo das costelas.
- Ácido láctico: substância química residual formada nos músculos. Taxas muito
altas de ácido láctico causam o cansaço (fadiga) muscular.
- ADP: adenosina difosfato; uma substância química presente em todos os
tecidos.
- ATP: adenosina trifosfato; a substância química que dá força ao corpo. E
conhecida como a "molécula de energia universal" porque é encontrada em todas as
coisas vivas. O ATP se transforma em ADP (veja acima) liberando energia, o ADP é então
reciclado em ATP uma vez mais.
- Bíceps: os grandes músculos superiores do braço que provocam o levantamento
do antebraço.
- Cartilagem: material semelhante à borracha, escorregadio, que liga as juntas,
reduzindo o atrito e almofadando os ossos.
- Célula: a menor unidade viva do corpo.
- Clavícula: osso longo e fino situado na parte da frente do ombro.
- Cóccix: uma "cauda" fina no final da espinha. Constitui-se de várias vértebras
fundidas juntas.
- Colágeno: um material coriácio, elástico que fortalece as juntas e outras partes
do corpo.
- Crânio: a parte arredondada da cabeça que protege o cérebro.
- Cúbito: um dos ossos do antebraço, está do lado oposto ao polegar.
- Diafragma: uma lâmina de músculos e outro tecido que se estende através do
abdômen logo abaixo das costelas. E importante para a respiração.
- Dióxido de carbono: gás carbônico; gás sem cor produzido pelo corpo como um
produto residual inútil e expelido pelos pulmões.
- Elastina: material elástico encontrado sob a forma de flexíveis filamentos ou
fibras. Ela é encontrada nos tendões e em outras partes fortes e flexíveis do corpo
humano.
- Espinha: é a coluna vertebral constituída de 33 ossos, interligados de modo a
sustentar o corpo e permitir que ele se dobre.
- Esqueleto: são os 206 05505 que formam a armação do corpo humano.
- Esterno: o osso chato do peito, com forma de uma espada, que liga as costelas
na frente do tórax.
- Fêmur: o osso da coxa. É o maior e mais pesado osso do corpo humano.
- Fígado: um grande órgão da parte superior do abdômen. Ele tem várias funções
importantes, incluindo auxiliar a digestão, estocar energia e tornar determinados
materiais do sangue inofensivos ao corpo humano.
- Intestinos: um comprido tubo muscular no qual a alimentação é digerida. Os
intestinos são constituídos pelo intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) e intestino
grosso.
- Junta: é a conexão entre os ossos. Algumas juntas são fixas e rígidas outras
permitem movimentos livres dos ossos.
- Laringe: o órgão da voz. Uma pequena caixa de cartilagem posicionada no
pescoço, que contém as cordas vocais. Ela produz o som enquanto o ar é forçado pelos
pulmões entre as cordas vocais.
- Ligamento: um material viscoso e flexível que mantém ligados os ossos em uma
junta.
- Medula dos ossos: tecido macio que corre dentro da parte oca dos grandes ossos
do corpo humano. As hemácias (glóbulos vermelhos) são produzidas na medula.
- Medula Espinhal: um feixe de células nervosas muito longo, que começa no
cérebro e percorre todo o interior da coluna vertebral.
- Membrana: um material fino semelhante a pele, que cobre a maioria dos órgãos
do corpo humano por dentro e por fora.
- Miofibrilas: são os filamentos dentro das fibras musculares que provocam os
movimentos de esticar e contrair.
- Músculo: feixe de fibras que se contrai quando instruído pelo sistema nervoso. E
o músculo que provoca o movimento dos ossos e de outras partes do corpo.
- Músculo estriado ou esquelético: um tipo de músculo que movimenta os ossos
do esqueleto.
- Omoplata: osso grande com a forma de pá, que fica na parte de trás do ombro.
- Pelve: cinturão de ossos formado pelo par de ossos do quadril unidos à espinha
e ao sacro.
- Peristalse: movimento de contração do tubo digestivo durante a digestão, que
movimenta o alimento ao longo do intestino.
- Perônio: o mais fino dos dois ossos que compõem a perna.
- Rádio: um dos ossos que compõem o antebraço. O rádio está do mesmo lado do
polegar.
- Sacro: o osso que liga a espinha ao quadril ou pelve. O sacro constitui-se de
cinco vértebras ligadas permanentemente.
- Tendão: a conexão flexível e viscosa entre um músculo e um osso.
- Tíbia: o osso da canela.
- Tórax: o peito, a parte superior do tronco.
- Tríceps: o músculo do braço que permite a extensão do antebraço.
- Úmero: o único osso do braço. Sua extremidade forma o cotovelo.
- Vértebras: pequenos ossos das costas que, ligados, formam a espinha.
UNIDADE 8
Sistema Muscular.

Os músculos são órgãos ativos do movimento do corpo humano, agem de forma


elástica por causa das fibras presentes em sua composição e de forma contrátil, ou
seja, pela contração exercida por eles sobre as articulações e ossos, os quais estão
presos aos tendões, resultando na movimentação do esqueleto.
Os músculos não asseguram somente a movimentação do corpo, mas também
toda a sua dinâmica e estática, interligando ossos, articulações e tendões,
determinando a posição e postura do corpo humano.

Sistema Muscular é um conjunto de órgãos que nos permite o movimento.


Nada mais é do que a estrutura muscular do ser humano, que resulta numa série
de movimentos para que o esqueleto humano tome vida e realize suas funções vitais. O
movimento dos músculos é controlado pelo Sistema Nervoso.

Tipos de músculos
Os músculos estão divididos em três grupos, ou denominados também segundo
três tipos, diferenciando em estruturas, funções e situações.
Vejamos a seguir as características de cada tipo de músculo:
• Músculo liso: é o primeiro tipo de músculo do organismo, também conhecido
como músculo involuntário. É formado por um alongamento de células fusiformes, ou
seja, não possuem estrias transversais, como visto na figura abaixo. São encontrados
na parede das vísceras de diversos órgãos. São considerados importantes elementos
funcionais dos vasos sanguíneos, dos intestinos, do estômago e de outros órgãos, pois
realizam o processo de contração lento e involuntário. Exemplos: músculos da bexiga,
do intestino delgado, do útero e a pele.

• Músculo estriado cardíaco: é o segundo tipo de músculo do organismo. É


específico do coração, recebe o nome de miocárdio. Constitui um tipo especial de tecido
muscular, com fibras estriadas, como pode ser visto abaixo. Realiza processo de
contrações rápidas e involuntárias.

• Músculo estriado esquelético: é o terceiro tipo de músculo. É formado por feixes


de células cilíndricas, longas, com vários núcleos, e apresentam estrias transversais.
Dotado de contrações rápidas, voluntárias e vigorosas. Possui em sua constituição um
tecido conjuntivo que envolve as fibras, chamado de endomísio, outro grupo de fibras
que envolvem os feixes, chamado de perimísio, e um terceiro grupo que envolve todo o
músculo, denominado epimísio. Observe as características nas imagens a seguir. Os
músculos estriados esqueléticos possuem uma porção média e uma extremidade, a
porção média recebe o nome de ventre muscular e a extremidade de aponeurose.
Veremos mais detalhes adiante.
Propriedades dos músculos
Determinado o conceito da capacidade do músculo de ter movimento, existe outro
importante aspecto que determina as propriedades musculares. Podemos afirmar que
os músculos mantêm e facilitam as posições do corpo humano, permitem movimentos
e produzem calor pela sua contração, liberando energia em forma de calor.
Todas as atividades do músculo estão diretamente ligadas a três propriedades:

• Contratilidade: é a propriedade responsável pela contração muscular, quando


ele exerce uma determinada função. Na contração muscular, o músculo envolvido
torna-se mais curto e aumenta seu volume. Isso ocorre em razão do impulso nervoso
que ele sofre durante a excitação.
• Elasticidade: é a propriedade que garante ao músculo envolvido retornar à sua
forma e dimensão anteriores à excitação. O repouso do músculo só ocorre por causa
do seu potencial de elasticidade.
• Tonicidade: é a propriedade que garante ao músculo sustentação de um
determinado peso. O tônus muscular é a capacidade que o músculo tem de adquirir
determinada forma e posição, o tônus muscular faz com que o músculo suporte a carga
de excitação sofrida.

Envolvendo as três propriedades, o músculo sofre contração muscular, produzindo


aproximação de ossos e articulações entre si, e automaticamente sofre o relaxamento
muscular, permitindo o afastamento dos ossos e articulações.
Essas contrações dividem-se em dois tipos:
Contração isotônica: quando a aproximação ocorre causando encurtamento das
fibras musculares.
Contração isométrica: quando ocorre o aumento da tensão ou a força é realizada
pela contração isométrica, isto é, o comprimento do músculo não varia de tamanho.

Contratilidade é uma propriedade do músculo e contração é a ação que o


músculo exerce.

Classificação dos músculos


Os músculos são classificados de acordo com alguns critérios adotados, dentre
eles:
• Classificação morfológica: possuem relação com a forma e com o arranjo de
suas fibras, extremidades e ventre muscular. As fibras estão dispostas paralela ou
obliquamente à direção da tração exercida pelo músculo.
• Classificação funcional: são classificados segundo a ação que realizam. Veja
adiante mais detalhes sobre as funções musculares.

Funções musculares
A análise de um determinado movimento que o músculo realiza é complexa para
qualquer tipo de movimento, pois envolve a ação não só de um músculo, mas de vários
músculos que auxiliam esse movimento. A esse conjunto de ação, denominamos
coordenação motora.
Todo esse conjunto de movimentos assegura o equilíbrio e possibilita a perfeita
execução do movimento desejado.
As funções exercidas pelos músculos são:
• Agonista: quando o músculo ou grupo de músculos é responsável pelo
movimento desejado. Exemplo: flexão do cotovelo que envolve o grupo de músculos
bíceps braquial, braquial e braquiorradial, e só ocorre por vontade própria.
• Antagonista: quando o músculo executa a ação contrária à do agonista. Sua
função é coordenar e moderar o movimento. Exemplo: flexão do tronco contra
resistência externa - agonista: músculos do abdome e o antagonista: músculos eretores
da coluna.
• Sinergista: músculo que tem a função de auxiliar o movimento dos demais
músculos envolvidos no movimento. Exemplo: a flexão dos dedos é dificultada se a
articulação do punho também estiver em posição de flexão.
• Estabilizador: também denominado fixador, estabiliza um segmento do corpo
para que outra musculatura ativa tenha firmeza na sua função. Exemplo: exercícios de
apoio no solo, em que os músculos do abdome se contraem, impedindo que a coluna
sofra uma hiperextensão.

Tendões e ligamentos
Os tendões e ligamentos fazem parte da musculatura, auxiliando no
desenvolvimento estrutural dos músculos.
Os tendões são constituídos de fibras de colágeno onduladas, dispostas
paralelamente, juntamente com fibras de elastina e reticulina, que tendem a aumentar
o volume da musculatura. São a parte ativa do músculo, parte contrátil. Ligam os
músculos aos ossos e suportam cargas tensionais unidirecionais.

Os ligamentos acompanham a formação dos tendões e estão interligados a eles.


Ligam duas estruturas ósseas, possuem fibras paralelas e entrelaçadas, suportam
cargas tensionais em uma direção principal e em direções secundárias.
A estrutura reduz a fricção entre as fibras.

Os tendões submetidos a tensão fazem com que as fibras se alonguem na direção


da força de tensão. Quando o movimento é interrompido, as fibras elásticas reorientam
as fibras onduladas de colágeno, voltando à situação de repouso, sem sofrer lesões.
Os tendões e ligamentos são estruturas adaptadas para exercer transmissão da
carga em movimento, do músculo para os ossos - tendão - e de osso para osso -
ligamento. Juntos, são responsáveis pelo controle da carga, evitando sobrecarga de um
ou de outro músculo em ação.

Bolsas sinoviais
Nos tendões, encontramos bolsas que estão em contato com os ossos nos
ligamentos. São denominados “sacos de tecido conjuntivo”, estão revestidos por
membranas lisas e possuem em seu interior líquido sinovial. Possuem a função de:
• Diminuir o atrito entre as partes envolvidas;
• Agilizar o deslizamento dos tendões;
• Amortecer forças bruscas sobre os tendões e ligamentos;
• Lubrificar os tendões e ligamentos.

Fáscias e aponeuroses
São tecidos conjuntivos que envolvem todo o Sistema Muscular. Apresentam-se
como lâminas achatadas, revestindo e separando os músculos entre si, como podemos
ver na imagem abaixo. Recebem denominações de acordo com o músculo que está
envolvido, ou de acordo com a região em que o músculo está localizado, como, por
exemplo, fáscia toracolombar.
Exercem algumas funções básicas, entre elas:
• Servem de origem e inserção aos músculos;
• Constituem bainhas fibrosas para os tendões;
• Servem de vias de orientação para os vasos sanguíneos e nervos;
• Permitem o deslizamento de uma estrutura sobre a outra, evitando ou
diminuindo o atrito; e
• Durante a contração muscular, proporcionam um meio elástico, evitando a
estase sanguínea.
UNIDADE 9
Sistema Nervoso: parte I.

O Sistema Nervoso é a grande rede de comunicações do nosso organismo. É ele


o produtor e receptor de estímulos do e no nosso corpo, promovendo a coordenação
entre todos os nossos sistemas e uma perfeita adaptação às situações do nosso dia a
dia.
É formado por um conjunto de órgãos que possuem a função de captar
mensagens, entendidas como estímulos do ambiente, interpretar essas mensagens e
armazená-las, elaborando respostas, que poderão ser dadas na forma de movimentos,
sensações e/ou constatações.
O Sistema Nervoso é capaz de perceber milhares de estímulos, transmiti-los a
diferentes partes do corpo e efetuar a resposta, agindo sobre o sistema muscular e
sobre as glândulas, realizando movimentos e controlando o funcionamento de outras
funções vitais, como a produção ou inibição de secreções no organismo.

Estímulos são entendidos como qualquer alteração física ou química que possa
excitar um organismo ou parte dele.

Dentre as funções do Sistema Nervoso, podemos destacar três principais:


- A regulação e coordenação de múltiplas atividades do organismo;
- Detectar alterações do meio interno com o meio externo pelas propriedades de
percepção das células; e
- Manter o estado de consciência dos indivíduos em alerta.
Neurônios

Os neurônios são entendidos como a unidade básica do Sistema Nervoso.


São células responsáveis pela condução do impulso nervoso, podendo ser
consideradas como o prolongamento das células nervosas.

Os neurônios são a unidade básica da estrutura do cérebro e do sistema nervoso.

Figura 1: Estrutura do neurônio.

Os neurônios possuem quatro regiões morfológicas bem definidas: dendritos,


corpo celular, axônio e terminais pré-sinápticos.
O corpo celular contém núcleo, retículo endoplasmático, aparelho de Golgi e
mitocôndrias. É nele que ocorre a síntese de moléculas essenciais para manutenção do
neurônio.
Os dendritos são uma extensão do citoplasma ou ramificações do corpo celular. É
o principal mecanismo receptivo do neurônio e de emissão de impulsos para os
neurônios vizinhos.
O axônio é um processo tubular longo, chegando a mais de um metro em grandes
mamíferos. Ele é que transmite o impulso elétrico do corpo celular até as terminações
do axônio - terminais pré-sinápticos. Os axônios da maioria dos neurônios, são envoltos
por uma camada lipídica isolante chamada Bainha de Mielina, formada por Células de
Schwann, que se enrolam no axônio. Essa bainha é interrompida em intervalos regulares
pelos Nodos de Ranvier. Estas estruturas conferem uma maior velocidade de condução
de impulsos nervosos.
Os terminais pré-sinápticos ou telodentritos, são o ponto de contato com a célula
adjacente, ou seguinte, que pode ser outro neurônio ou uma célula muscular. Este ponto
de contato denomina o processo chamado de sinapse, e o espaço entre os terminais
pré-sinápticos e a célula subjacente (pós-sináptica), é denominado fenda sináptica.

Figura 2: Sinapse – Impulso Nervoso.


Figura 3: Rede de Sinapses entre os Neurônios.

Figura 4: Rede de Sinapses entre os Neurônios.

Os neurônios são classificados segundo suas diferentes funções, que são:


• Função motora: controlam as células glandulares musculares;
• Função sensorial: recebem estímulos do meio interno e externo; e
• Função associativa: estabelece ligações entre diversos neurônios.

Quanto ao tipo, os neurônios se dividem em:


• Receptores ou sensitivos: também chamados de aferentes, reagem a
estímulos externos, possuem sensores que captam os estímulos.
• Associativos ou conectores: também chamados de interneurônios,
transmitem o sinal desde os neurônios sensitivos ao Sistema Nervoso Central.
Também ligam os neurônios motores entre si.
• Motores ou efetuadores: também chamados de eferentes, transmitem o
sinal desde o Sistema Nervoso Central ao órgão do movimento.

Figura 5: Tipos de Neurônios: aferentes, interneurônios e eferentes.


Figura 6: Tipos de Neurônios: bipolar, multipolar e pseudo-unipolar.

A divisão do Sistema Nervoso

O Sistema Nervoso está dividido em Sistema Nervoso Central, Sistema Nervoso


Periférico e Sistema Nervoso Autônomo, da seguinte forma:
• Sistema Nervoso Central: encéfalo – cérebro, cerebelo e tronco cerebral, e
medula espinhal.
• Sistema Nervoso Periférico: nervos cranianos e nervos raquidianos ou
espinhais.
• Sistema Nervoso Autônomo: simpático e parassimpático.

❖ Sistema Nervoso Central

É formado pelas estruturas do encéfalo e pela medula espinhal. São


estruturas delicadas e vitais, protegidas por superfícies ósseas e membranas,
onde o encéfalo está protegido pelos ossos do crânio e a medula pela coluna
vertebral.
As meninges, camada interna membranosa do cérebro, também protegem o
sistema nervoso central. Conhecida como dura-máter, reveste a face interna da
caixa óssea; a camada mais fina é chamada de pia-máter e entre elas localizamos
a aracnoide, separadas pelo líquido cefalorraquidiano (LCR).

Encéfalo
O encéfalo é constituído por:
 cérebro – dividido no sentido anteroposterior e subdividido em hemisférios
direito e esquerdo, interligados por feixes nervosos;
 cerebelo – responsável pelo equilíbrio emocional e controla as atividades
musculares; e
 tronco encefálico – une o encéfalo à medula espinhal.
O cérebro tem três funções específicas: sensitiva – olfativa, auditiva, visual,
gustativa e tátil; motora – controle dos movimentos; e funções de integração – ligadas
a atividades mentais.
O cerebelo está localizado atrás e abaixo do cérebro, formado por hemisférios
cerebelosos. Sua principal função é a coordenação dos movimentos voluntários.
O tronco cerebral é a parte inferior do encéfalo, constitui uma passagem das vias
nervosas para a medula. O cruzamento dessas vias faz com que o hemisfério esquerdo
controle o lado direito do corpo e o hemisfério direito controle o lado esquerdo do corpo.
O tronco encefálico também tem três divisões: mesencéfalo, ponte e bulbo. O bulbo tem
uma região denominada nó vital que responde pelos movimentos respiratórios, os
batimentos cardíacos, o sistema digestório e o sistema excretor
Medula espinhal
Está localizada no interior do canal raquidiano e estabelece ligações com os
nervos periféricos.
A Medula Espinhal é o único meio de comunicação entre o cérebro e o restante do
corpo.

Medula significa “miolo” e indica o que está dentro. Assim temos a medula
espinhal dentro dos ossos, mais precisamente dentro do canal vertebral.
A medula espinhal é uma massa cilindroide de tecido nervoso situada dentro do
canal vertebral, mas sem ocupá-lo/preenche-lo completamente. No homem adulto ela
mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher.
No crânio, a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame
magno do osso occipital. A medula termina afinando-se para formar um cone, chamado
de cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento
terminal.
UNIDADE 10
Sistema Nervoso: parte II.

❖ Sistema Nervoso Periférico

O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é o sistema de comunicação do corpo formado


por nervos que levam e trazem informações da periferia para o Sistema Nervoso Central.
Os nervos são estruturas formadas por feixes compactos de axônios, e são
distribuídos por todo o corpo. Os que saem do encéfalo são denominados nervos
cranianos e os que partem da medula são denominados nervos raquidianos ou
espinhais.
• Nervos cranianos: são 12 pares de nervos, saem do encéfalo, e se classificam
segundo as suas funções em nervos sensitivos, condutores de impressão sensitiva ao
cérebro; nervos motores, condutores da ordem do movimento, comandado pelo cérebro
à periferia do corpo; e nervos mistos, compostos por fibras sensitivas e motoras.
Os nervos motores (puros) são os que movimentam o olho, a língua e
acessoriamente os músculos látero-posteriores do pescoço. São eles (vide marcação
na imagem abaixo):
III – Nervo Oculomotor
IV – Nervo Troclear
VI – Nervo Abducente
XI – Nervo Acessório
XII – Nervo Hipoglosso
Os sensitivos (puros) destinam-se aos órgãos dos sentidos e por isso são
chamados sensoriais e não apenas sensitivos, que não se referem à sensibilidade geral,
ou seja, dor, temperatura e tato. Os sensoriais são (vide marcação na imagem abaixo):
I – Nervo Olfatório
II – Nervo Óptico
VIII – Nervo Vestibulococlear
Por último, os nervos mistos (motores e sensitivos) são quatro (vide marcação na
imagem abaixo):
V – Trigêmeo
VII – Nervo Facial
IX – Nervo Glossofaríngeo
X – Nervo Vago
Cinco deles ainda possuem fibras vegetativas, constituindo a parte periférica do
crânio do sistema autônomo. São os seguintes:
III – Nervo Oculomotor
VII – Nervo Facial
IX – Nervo Glossofaríngeo
X – Nervo Vago
XI – Nervo Acessório

• Nervos espinhais ou raquidianos: são 31 pares de nervos, divididos conforme a


região ou segmento da coluna, sendo 8 na região cervical, 5 na região lombar, 12 na
região dorsal e 6 na região sacra. Todos estes saem da medula e são nervos do tipo
mistos.
RESUMO DOS NERVOS ESPINHAIS

❖ Sistema Nervoso Autônomo

O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é assim chamado porque sua ação independe
de nossa intenção, ou seja, ele está no comando de funções vitais que não controlamos,
como por exemplo, os batimentos cardíacos, a contração ou o relaxamento do
estômago, a secreção das glândulas da mucosa estomacal, e etc.
O SNA está dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso
parassimpático.

Sistema Nervoso Simpático


É responsável pela inervação dos órgãos da nutrição e é formado por três
elementos básicos: os gânglios, localizados na região dorsal do tronco, dispostos nos
dois lados da coluna vertebral; ramos comunicantes, que fazem a ligação dos nervos
espinhais aos gânglios; e plexos, nervos que ligam os gânglios aos órgãos da nutrição.
Sistema Nervoso Parassimpático
Tem origem nas fibras brancas existentes na cadeia simpática. Algumas têm
origem no encéfalo, formando o parassimpático craniano, e outras têm origem na última
porção da coluna vertebral, formando a região sacra.
Falando de um modo geral, tanto o Sistema Nervoso Simpático como o
Parassimpático possuem funções antagônicas, o que quer dizer que um corrige o
excesso do outro. Para entender melhor sobre o antagonismo citado, observe a imagem
abaixo:

Observe ainda no quadro a seguir algumas funções do Sistema Nervoso Simpático


e Parassimpático com relação a alguns órgãos do corpo humano.
Sistema sensorial
O sistema sensorial é uma parte do Sistema Nervoso responsável pelo
processamento das informações sensoriais do nosso organismo. Abaixo, veja na
imagem as funções de cada parte do cérebro, de acordo com sua localização de
comando:

É formado por receptores sensoriais nos neurônios aferentes e pela partes do


cérebro envolvidas no processamento de informações.

Os sentidos são as respostas a essas informações.


Conhecemos atualmente cinco sentidos do nosso corpo humano, que são: a visão,
a audição, o tato, o paladar e o olfato.
O sistema sensorial são formas anatômicas especializadas em recolher
impressões do meio ambiente externo para o meio interno. Esses órgãos estão divididos
em quatro grupos:
• Quimiorreceptores: sensíveis a modificações do ambiente químico, envolvem
dois sentidos, o paladar e o olfato;
• Mecanorreceptores: sensíveis a estímulos mecânicos, consideramos os
sentidos da audição e tato, mas a percepção da dor e o equilíbrio também se encaixam
nesse grupo;
• Fotorreceptores: sensíveis a ondas luminosas; e
• Termorreceptores: sensíveis a temperatura.

Características dos órgãos dos sentidos


Paladar: a percepção do gosto é realizada por meio de estruturas denominadas
papilas, que se localizam na língua e estão ligadas aos nervos sensitivos. A essa
percepção damos o nome de gustação, que é o processo de definição e identificação
das diferenciações entre doces e salgados, ácidos e amargos, entre outros.
Olfato: depende dos neurônios que se localizam na mucosa da parte superior da
cavidade nasal. Essas terminações nervosas são mais sensíveis que as papilas. O
paladar e o olfato desempenham funções relacionadas à proteção da vida, como a
recusa por substâncias de sabor ou odor desagradáveis.
Tato: se apresenta como terminações nervosas livres ou se associam aos pelos,
se distribuem por todo o corpo, estando mais concentrados nas mãos (ponta dos dedos
e palma das mãos), nos pés e órgãos genitais. Sofrem variações térmicas e de pressão.
Audição: formado pelo pavilhão auditivo externo, pelas glândulas, membrana
timpânica e pelos ossículos auditivos. O som é reconhecido pelo encéfalo por sua
frequência e intensidade.
Visão: a captação dos estímulos luminosos é feita por células localizadas nos
olhos. O olho é formado por: córnea (membrana transparente localizada na parte
anterior do olho), humor aquoso (líquido transparente), cristalino (aspecto de uma lente
fina), íris (membrana que recobre o cristalino), humor vítreo (líquido que preenche todo
o globo ocular), e retina (parte do olho responsável pela formação da imagem, e que
possui células especializadas que se conectam ao nervo óptico).
UNIDADE 11

Sistema Tegumentar.

Este capítulo tem como objetivo principal reconhecer o Sistema Tegumentar como
um sistema de proteção e regulação térmica do corpo humano.

Chamamos de sistema tegumentar ou tegumento tudo aquilo que reveste


externamente o corpo humano.

O Sistema Tegumentar é constituído pela pele e seus órgãos acessórios, que são
os pelos, unhas, glândulas e receptores especializados.
A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo humano e substâncias
vitais, formando o maior órgão do corpo humano.
As principais funções da pele são:
• Proteção do corpo: a pela envolve e protege os tecidos e órgãos do corpo contra
lesões e agentes abrasivos, além de proteger contra a entrada de agentes infecciosos
(micro-organismos). Também protege o organismo ao evitar que o organismo
desidrate, e armazenar água e gordura nas suas células;
• Regulação do calor: controla a temperatura corporal, através das glândulas
sudoríparas e vasos sanguíneos;
• Sensibilidade: pelos nervos superficiais e suas terminações sensitivas, atua na
relação do corpo com o meio externo através dos sentidos, trabalhando em conjunto
com o sistema nervoso; e
• Excreção: participa da eliminação de resíduos, agindo também como sistema
excretor.

A pele é composta por camadas, e é dividida em epiderme, derme e hipoderme:


Epiderme: ou cutícula, é camada mais superficial, não vascularizada, constituída
por tecido epitelial estratificado, que se amolda sobre a camada papilar da derme, e
possui espessura variada em diferentes partes do corpo. Em alguns lugares como a
palma da mão e planta dos pés, por exemplo, ela é espessa, dura e de textura córnea,
protegida por queratina nesses locais mais propensos a ações mecânicas.
O epitélio estratificado da epiderme compõe-se de várias camadas denominadas
de acordo com diversas categorias, tais como o aspecto das células, textura,
composição e posição. Essas camadas são, de superficial para profundo: estrato
córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal.
O estrato córneo é proveniente de células que contém uma proteína fibrosa, a
queratina.
Além disso, a melanina é a substância responsável pela coloração da pele na
epiderme, e se deve aos pigmentos existentes nas células dessa região. Este pigmento
é mais distinto nas células da camada basal. O pigmento (melanina) consiste em
grânulos muito pequenos, marrom-escuro ou pretos, intimamente agrupados, dentro
das células.
Derme: está situada logo abaixo da epiderme, e é formada por tecidos conjuntivos
que possuem vasos sanguíneos que realizam a nutrição entre os tecidos. Essa camada
é responsável por manter a pele sob constante tensão elástica e é onde se formam as
impressões digitais.
A derme, também chamada de cório, cútis verdadeira ou pele verdadeira é rija,
flexível e elástica, e é mais espessa na superfície dorsal do corpo que na ventral, e na
parte lateral mais do que na medial dos membros. Nas regiões das pálpebras, escroto
e pênis, a derme é excessivamente fina e delicada.
A pele consiste em um tecido conjuntivo com quantidade variável de fibras
elásticas e numerosos nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. O tecido conjuntivo se
dispõe em duas camadas: uma profunda ou reticular e a outra superficial ou papilar.
A camada reticular consiste de tecido conjuntivo fibroelástico, composto
sobretudo de feixes colágenos. As células desta camada são principalmente
fibroblastos e histiócitos. Nas camadas mais profundas da camada reticular
encontram-se glândulas sudoríparas, sebáceas, folículos do pêlo e pequenos acúmulos
de células.
Hipoderme: também conhecida como tecido subcutâneo, tem em sua constituição
tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, além de vasos sanguíneos e linfáticos e
nervos. Tem a função de armazenar lipídeos, isolar e proteger o corpo e regular a
temperatura do organismo, além de fixar a pele às estruturas subjacentes. Poucas áreas
do corpo não possuem esse tecido, e nestes locais, a pele está fixada diretamente no
osso. Como exemplo, citamos a pele das articulações e dos dedos, que por essa razão,
apresentam dobras e é enrugada, por estarem com a pele aderida diretamente no osso.
Fisiologia da pele
A pele protege o organismo contra substâncias nocivas líquidas, gasosas e
sólidas, contra agentes externos, micro-organismos, parasitas e insetos. É um órgão
provido de grande sensibilidade, pois é através do tato que percebemos a forma,
dimensão e temperatura de tudo que tocamos.
Além disso, a pele possui função excretora, eliminando suor e secreções sebáceas,
e mantendo a temperatura do corpo constante.

Anexos da pele
Os anexos da pele estão divididos em pelos, glândulas sebáceas, glândulas
sudoríparas e unhas.

Pelos
Estruturas que possuem uma raiz imersa na hipoderme e uma haste que atravessa
toda a derme, a epiderme e sai na pele sob forma de filamento. A parte imersa constitui
o folículo piloso, uma bolsa epitelial que aloja o início do pelo. Aparecem na pele de
forma oblíqua e simultânea. Existem dois tipos de pelos:
o Lanugem: se desenvolve inicialmente, são pequenos, delicados, e cobrem todo
o corpo;
o Terminal: são pelos longos, grossos, em abundância, que recobrem o couro
cabeludo, axilas e região púbica. Facilmente de ser visualizado.

Glândulas sebáceas
São glândulas piriformes, em formato de pera.
Quanto à secreção são consideradas holócrinas, ou seja, a célula inteira morre e
se destaca, participando do processo de sua própria secreção, e secretam o que
produzem.
Quanto à natureza química são consideradas lipídicas, por possuírem lipídeos em
sua composição.
As glândulas sebáceas estão distribuídas por toda a pele, com exceção da palma
das mãos e da planta dos pés. Elas possuem um duto excretor que se abre no folículo
piloso. A secreção das glândulas sebáceas lubrifica a pele evitando seu ressecamento,
além de possui poder bactericida e dificultar a evaporação, e consequente,
desidratação.

Glândulas sudoríparas
Localizam-se da superfície até a hipoderme, e são responsáveis por secretarem
suor. Possuem duas funções, uma secretora e outra excretora, e são consideradas
termorreguladoras.

Unhas
São placas curvas queratinizadas dispostas na superfície dorsal das falanges
distais, e possuem função protetora. Seu crescimento é contínuo por causa do processo
de proliferação e diferenciação das células epiteliais da raiz da unha, que gradualmente
se queratiniza formando essa placa.
A coloração da unha é um ponto importante a ser observado do ponto de vista
médico, pois ele indica a oxigenação do corpo: por exemplo, a cianose provoca uma
coloração azulada na base da unha; a anemia determina uma coloração pálida e
transparente; deficiência nutricional pode ser detectada em unhas fracas e quebradiças;
quando apresentam formatos irregulares podem determinar alguma doença sistêmica;
as unhas com bases rosadas e avermelhadas indicam presença circulatória normal,
enquanto a ausência deste tom indica insuficiência circulatória.
Principais lesões da pele
O aparecimento de vários tipos de lesões altera o aspecto da pele, podendo ser
vistas a olho nu ou com a ajuda de uma lupa. As lesões são distintas, podendo ser
causadas por vários fatores externos ou internos, podendo afetar uma ou várias
camadas da pele. Também podem variar de acordo com tamanho, extensão e forma.
No quadro abaixo, selecionamos os diferentes tipos de lesões com maior
ocorrência na pele:
Receptores Sensitivos Encontrados na Pele
Quanto à sua distribuição, as terminações nervosas são classificadas em:
Especiais: quando os receptores estão restritos a uma determinada área. São mais
complexos. Ex.: visão (retina), audição e equilíbrio (orelha interna), gustação (língua e
epiglote) e olfação (cavidade nasal).
Gerais: ocorrem em várias partes do corpo, principalmente na pele. São
classificadas em:
-Terminações nervosas livres (mais frequentes);
-Encapsuladas (mais complexas): corpúsculo de Meissener, corpúsculo de Water-
Paccini, corpúsculo de Krause, corpúsculo de Ruffini, discos ou meniscos de Merckel;
-Fusos neuromusculares (contração);
-Órgãos neurotendíneos (tensão);
-Órgãos da base dos folículos pilosos.

Já quanto à localização, as terminações nervosas são classificadas em:


Exteroceptores: receptores na periferia (na derme);
Proprioceptores: receptores na parte própria do corpo (ossos, músculos,
articulações); e
Interoceptores: receptores na parte interna (vísceras e vasos).

E quanto à ação, as terminações nervosas são classificadas em:


Mecanoceptores;
Termoceptores;
Fotoceptores;
Quimioceptores;
Nociceptores.
A atividade de fibras nervosas sensitivas isoladas é ativada somente por certos
tipos de estímulos aplicados à área da pele que ela inerva, o que mostra o seu alto grau
de especificidade, tornando difícil uma correlação estreita entre morfologia e função.

Esquema resumido dos receptores sensitivos encontrados na Pele:


UNIDADE 12
Sistema Respiratório.

Nessa unidade, conheceremos sobre o Sistema Respiratório, passando por sua


composição, função e divisões.

O Sistema Respiratório, também chamado de Aparelho Respiratório, é o


responsável por processar a respiração, permitindo a entrada e saída do ar no nosso
organismo, promovendo assim a hematose.

A respiração é um processo básico para a vida dos seres vivos.

O principal órgão do Sistema Respiratório é o pulmão.

Divisão do Sistema Respiratório


Este sistema está dividido em duas partes: uma porção condutora e outra
respiratória.
• Parte ou porção condutora: pertence os órgãos tubulares, com função de levar ar
inspirado até a outra porção, a respiratória, representada pelos pulmões, onde expiram
o ar eliminando o gás carbônico. O ar expirado é conduzido pelos brônquios e traqueia,
esses órgãos funcionam como tubos que transportam ar. Além de transportar o ar, essa
porção é responsável por filtrar, purificar, aquecer e torná-lo úmido. É constituído pelo
nariz, laringe, traqueia e brônquios.
• Parte ou porção respiratória: é a parte responsável pela troca de dióxido de
carbono presente no sangue por oxigênio. É constituída pelos bronquíolos – porção
terminal da árvore brônquica, dutos alveolares e alvéolos.
Anatomia do Sistema Respiratório
O Sistema Respiratório é constituído por:
• Fossas nasais: são duas cavidades, direita e esquerda, separadas por um septo.
Os orifícios anteriores são denominados narinas e os posteriores, coanas. As coanas
ligam as fossas nasais à faringe. O ar é aquecido e umedecido pela mucosa de
revestimento das fossas nasais, que é ricamente vascularizada, e filtrado por meio dos
pelos existentes nessa área.
• Faringe: está localizada na continuação da boca com as fossas nasais. Possui
duas aberturas na extremidade inferior: a parte anterior liga a faringe à laringe, sendo
conduzida aos pulmões, e a parte posterior se comunica com o esôfago. É na faringe
que encontramos a epiglote, válvula que permite durante a deglutição evitar que os
alimentos entrem na traqueia. Esta também é considerada um órgão do Sistema
Respiratório, pois tem a função de levar o ar para a laringe, além de filtrar, aquecer e
umidificar esse ar.
• Laringe: Constitui uma estrutura sustentada por cartilagens, entre elas a
cartilagem tireoide, também conhecida como “pomo de adão”, e a epiglote, que se
abaixa no momento da deglutição fechando a laringe e se levanta durante a respiração.
É na laringe que se situam as pregas vocais.
• Traqueia: É uma estrutura formada por semianéis de cartilagem, e possui
glândulas secretoras de muco e células epiteliais ciliadas. Conduz ar para os pulmões
pela bifurcação em dois brônquios principais que levam ar aos pulmões direito e
esquerdo. A traqueia tem seu início ao nível da 4a vértebra cervical, ocupando uma
posição central à frente do esôfago, e tem seu término entre a 4ª e a 5ª vértebra dorsal
ou torácica.
• Brônquios: Os brônquios resultam da bifurcação da traqueia, são dois, direito e
esquerdo, e dirigem-se respectivamente aos pulmões. Os brônquios penetram nos
pulmões, e em seu interior propagam-se em ramos cada vez mais finos, denominados
bronquíolos, e no final dos bronquíolos encontramos os alvéolos envolvidos por vasos
finíssimos, onde ocorre a hematose.
• Pulmões: São dois órgãos volumosos e esponjosos que contêm ar em sua
cavidade. Encontram-se na cavidade torácica e estão dispostos bilateralmente ao
coração. Possuem um ápice (parte superior) e uma base (parte inferior), que se apoiam
no músculo diafragma. Estão separados um do outro por um espaço denominado
mediastino, onde se localizam o coração e os grandes vasos.
O pulmão direito é dividido em três lobos e o esquerdo em dois. São revestidos por
duas membranas, denominadas de pleura, sendo que a que envolve os pulmões é
chamada de pleura visceral, e a que envolve a cavidade torácica é chamada de pleura
parietal. Entre as duas pleuras existem um espaço virtual denominado espaço pleural,
que possui uma pequena quantidade de líquido, facilitando a expansão suave dos
pulmões ao se encherem de ar na inspiração.
Além das estruturas citadas acima, consideramos também os chamados
músculos ventilatórios, o diafragma, que é músculo que separa a cavidade torácica da
abdominal, e o centro de controle da respiração no encéfalo (SNC), como integrantes do
Sistema Respiratório.

Abaixo, analise a imagem que traz de forma geral, a estrutura do Sistema


Respiratório:
Fisiologia da respiração
Chamamos de respiração a retirada de oxigênio do ar atmosférico, seu transporte
à célula, e o processo inverso, ou seja, a retirada de dióxido de carbono dessa mesma
célula e seu transporte para a atmosfera.
A respiração está dividida em três partes:
• Ventilação pulmonar: o ar que chega aos pulmões já foi filtrado, as partículas
menores ficam presas no muco, a rede vascular aquece esse ar, e as glândulas serosas
umedecem o ar.
• Trocas gasosas: transferência de oxigênio e gás carbônico pela membrana
alveolar.

• Transporte de gases: o gás difunde-se do sangue para as células e das células


para o sangue. Na inspiração ocorre a expansão do tórax com diminuição da pressão
dentro cavidade torácica, onde o ar penetra nos pulmões. Na expiração, a cavidade
torácica diminui de volume, a pressão interior aumenta e o ar vai para o exterior.
UNIDADE 13
Sistema Digestório.

Nessa unidade, daremos continuidade a nossos estudos sobre anatomia


sistêmica, conhecendo os órgãos do Sistema Digestório ou Digestivo, que participam
do processo da digestão em nosso organismo.

Os órgãos desse sistema são especialmente adaptados para que desenvolvam


suas funções vitais de forma dinâmica.

Os alimentos, ao serem ingeridos, são modificados na composição química e no


estado físico, para que possam ser absorvidos e utilizados pelas células, a esse
processo chamamos de digestão.

A eliminação de resíduos resultantes do processo de digestão, chama-se


excreção, e ocorre pelo intestino grosso.

O Sistema Digestório é formado por um tubo musculoso, longo, onde se associam


órgãos e glândulas que participam da digestão.
Veja a seguir na imagem, os órgãos do Sistema Digestório:
Divisão do Sistema Digestório
O alimento percorre um trajeto ao longo do tubo digestivo, desde sua ingestão até
sua eliminação. O Sistema Digestório é dividido em um canal alimentar e órgãos anexos.
No canal alimentar participam os órgãos da cabeça, pescoço, tórax, abdome e pelve. Já
os órgãos anexos que participam da digestão são glândulas salivares, fígado e
pâncreas. O canal alimentar tem início na cavidade bucal, passando por faringe,
esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso, terminando no reto, com abertura no
ânus.

Cavidade bucal ou boca


É na boca que o alimento sofre a primeira transformação com a ação de estruturas
como a língua, dentes e glândulas salivares. Sendo assim temos:
• Palato: teto da cavidade bucal, dividido em palato mole e palato duro. O palato
separa a cavidade nasal da cavidade bucal.

• Língua: órgão muscular revestido por mucosa. Divide-se em duas porções:


corpo e raiz. Auxilia no processo de articulação das palavras e no processo da
mastigação, mistura e deglutição dos alimentos. Na língua localizam-se as papilas
gustativas, que são responsáveis pela percepção dos sabores.
• Dentes: estruturas rijas, brancas ou esbranquiçadas, que desempenham a função
de cortar, rasgar, moer e triturar o alimento, facilitando a lise realizada pelo estômago.
Temos um total de 32 dentes (8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares).
• Glândulas salivares: são formadas por três pares: parótidas, submandibulares e
sublinguais. Têm a função de produzir saliva para umedecer e transformar o alimento
em uma “pasta”, facilitando o processo de deglutição. Possui uma enzima, ptialina ou
amilase salivar, responsável pela degradação dos carboidratos.
Faringe
Já mencionada anteriormente, no estudo do Sistema Respiratório, a Faringe
funciona como um canal para a deglutição e a respiração. É constituída por musculatura
estriada. É na faringe que se localiza a epiglote, uma cartilagem que fecha a laringe para
a passagem do alimento, impedindo que ele vá para a traqueia.

Esôfago
O esôfago é um órgão oco, constituído por tecido muscular liso. O alimento chega
ao esôfago após ter passado pela faringe. O esôfago conduz o alimento, ou bolo
alimentar, até o estômago por meio de contrações, e a essas contrações damos o nome
de peristaltismo.

Peristaltismo
Órgãos da cavidade abdominal
Agora, vamos aos órgãos do Sistema Digestório localizados na porção abdominal,
ou cavidade abdominal, do nosso organismo.

Diafragma
Também já estudado junto ao Sistema Respiratório, o Diafragma trata-se de um
músculo que separa o abdome do tórax, com uma de suas porções presas às últimas
costelas. Por ele atravessa a artéria aorta, a veia cava inferior e o esôfago. O músculo
diafragma tem importante participação na dinâmica respiratória.

Peritônio
Membrana serosa que reveste os órgãos abdominais. Apresenta duas lâminas,
denominadas parietal, que reveste as paredes da cavidade abdominal, e visceral, que
reveste as vísceras. Entre as lâminas está a cavidade peritoneal com pequena
quantidade de líquido. Os órgãos situados na parede posterior do abdome são
chamados de retroperitoneais, tendo como exemplo os rins e o pâncreas.

Estômago
O estômago é uma dilatação do canal alimentar, que tem início no esôfago
seguindo até o intestino. Compreende uma bolsa de parede muscular, localizada ao lado
esquerdo do abdome, logo abaixo das últimas costelas.
Apresenta dois orifícios denominados válvulas, uma que liga o esôfago ao
estômago chamada de cárdia, e outra que liga o estômago ao duodeno, chamada de
piloro.
A principal função do estômago é a digestão de proteínas pelo suco gástrico, que
possui a enzima pepsina. A mistura do bolo alimentar com o suco gástrico é chamada
de quimo. O estômago está dividido nas seguintes partes:
• Parte cardíaca ou cárdia: corresponde à junção com o esôfago.
• Fundo: parte superiormente situada a um plano horizontal que tangencia a
junção esofagogástrica.
• Corpo: é a maior parte do órgão.
• Parte pilórica: porção terminal continuada pelo duodeno.

Intestino delgado
Localiza-se entre o estômago e o intestino grosso. Mede entre 6 a 8 m de
comprimento por 4 cm de diâmetro. Devemos levar em consideração que o tamanho
pode variar de indivíduo para indivíduo. O intestino delgado divide-se em:
• Duodeno: é a porção inicial do intestino ou 1ª porção, localizada próximo ao
estômago. Mede 25 cm de comprimento, onde é depositado o suco pancreático
(produzido pelo pâncreas), que tem ação na degradação dos alimentos pela ação das
enzimas digestivas.
• Jejuno: é a parte central do intestino. Mede aproximadamente 2,5 m, atua junto
com o íleo na absorção de alimentos por meio de estruturas chamadas de
microvilosidades.
• Íleo: porção final do intestino delgado e mede aproximadamente 3,5 m.
Intestino grosso
É um tubo grosso e mais curto que o intestino delgado, medindo aproximadamente
1,5 m. Também está dividido em partes:
• Ceco: é a 1ª porção do intestino grosso. Está localizado no lado inferior direito
da cavidade abdominal e tem a forma de um “saco”. É essa região que recebe os
alimentos do intestino delgado e possui o apêndice vermiforme.
• Cólon: é a porção média do intestino grosso e divide-se em três partes:
ascendente, transverso e descendente. Todas as porções têm a função de dissolver os
restos alimentares não assimiláveis, reforçar os movimentos intestinais e proteger o
organismo contra bactérias.
• Reto: é a porção final do intestino grosso e a continuidade do sigmoide. A
finalização do intestino é denominada ânus.
É no intestino grosso que acontece a absorção de água e dos alimentos que não
foram digeridos ou absorvidos. Acumulam-se sob a forma de fezes e são eliminados
pelo ânus por meio de movimentos realizados pelo intestino.

Intestino Delgado e Grosso


Órgãos anexos
Consideramos órgãos anexos as glândulas salivares o fígado e o pâncreas. As
glândulas salivares já foram abordadas anteriormente, junto à cavidade bucal e os
órgãos superiores, e agora veremos a seguir as características do fígado e do pâncreas.

Fígado
É considerada a maior glândula do corpo humano. Está situado na cavidade
abdominal e em sua maior parte posicionado do lado direito.
O fígado produz a bile, que é armazenada pela vesícula biliar, sendo lançado no
intestino delgado na altura do duodeno por meio de um canal chamado duto colédoco.
A bile, quando em contato com os alimentos ricos em gordura, tem a função de quebrar
as moléculas de gordura em moléculas menores, auxiliando na ação da lipase
pancreática.

Pâncreas
Também é considerada uma glândula volumosa, ligada ao duodeno, em posição
posteroinferior ao estômago. Produz suco pancreático, um tipo de líquido digestivo que
é levado ao duodeno pelo duto pancreático.
UNIDADE 14
Sistema Urinário.

Vamos dar início ao estudo do Sistema Urinário, que também é chamado de


Sistema Excretor, responsável pela eliminação de resíduos metabólicos do nosso
organismo.

O Sistema Urinário tem como função principal participar do processo de eliminação


dos produtos finais do metabolismo celular, assim como realizar controle hídrico,
salino e acidobásico do organismo.

Esses resíduos são nitrogenados e não podem permanecer na circulação


sanguínea, pois são considerados tóxicos para o organismo. Consideramos
substâncias tóxicas a amônia, a ureia e o ácido úrico.

Os néfrons são as unidades filtradoras dos rins, e são eles que realizam a
excreção dessas substâncias. Em nosso organismo existem cerca de 1 milhão de
néfrons em cada rim.

Nosso rim é considerado metanefro, ou seja, retira todos os metabólitos diretos do


sangue.
Consideramos que 99% da água é reabsorvida, e é no duto coletor que a urina é
formada, posteriormente armazenada na bexiga e liberada pela uretra.
As funções do Sistema Urinário são:
- Formar e excretar a urina;
- Manter o nível de água corporal;
- Regular a composição química do meio interno; e
- Eliminar substâncias nocivas ao organismo, filtrando e purificando o sangue.

Órgãos que compõem o Sistema Urinário


O Sistema Urinário é formado pelos seguintes órgãos:
• Rim: órgão par com o formato de um grão de feijão, de coloração vermelho-
escura e responsável pela filtração do sangue, dando origem à urina.

Cada rim apresenta uma borda convexa e outra côncava. Na borda côncava, está
localizado o hilo renal, região por onde entra a artéria renal e saem à veia renal e o ureter.
Dentro do hilo renal encontram-se reservatórios, denominados bacinetes, que se
formam pela reunião de pequenas bolsas chamadas de cálices.
• Ureter: conduto excretor que se estende do bacinete à bexiga. É responsável
pelo transporte da urina dos rins até a bexiga.
• Bexiga: bolsa formada por musculatura membranosa, com grande capacidade
de distensão, localizada na parte interior da pelve. Em razão da diferença existente na
anatomia dos órgãos masculino e feminino, a bexiga nos homens está localizada à
frente do reto e na mulher à frente do útero, próximo a vagina. A urina é transportada
pelo ureter, armazenada na bexiga, e eliminada para o meio externo por um canal
denominado de uretra.

• Uretra: a uretra é um canal com dois esfíncteres, um interno e outro externo, que
garantem a continência urinária, ou seja, o controle voluntário da micção. No homem a
uretra possui um longo trajeto no interior do pênis, e na mulher esse trajeto é mais curto,
o que contribui para uma maior facilidade de infecções no trato urinário. A urina é um
subproduto da atividade renal, constituída de ureia, creatinina, ácido úrico e
urubilinogênio.
Fisiologia da filtração do sangue
O sangue penetra nos rins pelas artérias renais e é distribuído pelos néfrons, que
retiram os resíduos tóxicos do sangue para eliminação. Após o sangue ser filtrado, ele
sai dos rins pelas veias renais.
UNIDADE 15
Sistema Reprodutor.

O estudo do Sistema Reprodutor precisa ser dividido pedagogicamente em


Sistema Reprodutor Masculino e Sistema Reprodutor Feminino.
Mas antes de aprendermos sobre o Sistema Reprodutor, devemos entender e
definir a reprodução humana.

No caso da espécie humana, para que o processo de reprodução ocorra, é


necessário que um macho e uma fêmea realize a junção dos elementos existentes em
cada sistema reprodutor masculino e feminino, permitindo a possível fecundação do
óvulo por um espermatozoide, e criando assim um novo ser.

Sistema Reprodutor masculino

Órgãos genitais masculinos


O Sistema Reprodutor masculino está constituído pelos seguintes órgãos:
• Testículos: são glândulas genitais, também chamadas de gônadas, que se
localizam logo atrás do pênis, dentro de uma bolsa músculo-cutânea (pele e músculo),
chamada de bolsa ou saco escrotal. Os homens possuem dois testículos e são eles os
responsáveis pela produção de espermatozoides, além de secretarem a testosterona, o
principal hormônio masculino, que determina o surgimento das características sexuais
masculinas secundárias, como a distribuição de pelos no corpo, o engrossamento da
voz, entre outras.
São estruturas ovais, ligeiramente achatadas, que medem aproximadamente 3,5
cm de comprimento, e juntamente com o pênis, formam o órgão reprodutor masculino
externo.
Os testículos são formados dentro do abdome durante o desenvolvimento fetal.
À medida que a gravidez evolui, os testículos começam a descer para a bolsa
escrotal, levando consigo veias e artérias, estruturas que lhes garantem a irrigação.
Isso acontece, porque o controle da temperatura é crucial para a formação e
amadurecimento dos espermatozoides. Se permanecessem dentro da cavidade
abdominal, onde a temperatura é um grau mais alta do que no interior da bolsa, a
produção dos espermatozoides estaria seriamente comprometida.
Na imagem abaixo, estão representadas em azul as veias e artérias que
acompanham os testículos quando descem para a bolsa escrotal e, em vermelho, o
músculo cremáster. A função desse músculo é contrair para puxá-los para perto do
corpo ou relaxar para afastá-los, mantendo, assim, o mecanismo ideal para controle da
temperatura. Por isso, nos dias muito frios, os testículos diminuem de tamanho e,
quando faz muito calor, a bolsa escrotal dilata.
• Epidídimo: estruturas situadas contra a margem posterior de cada testículo que
pode ser sentida na palpação. Atua como um depósito temporário para o esperma, até
o momento da ejaculação.
• Canal deferente: é a continuação do epidídimo, tem a função de conduzir o
esperma até o ducto ejaculatório.
• Vesículas seminais: responsáveis pela produção do líquido que será liberado no
ducto ejaculatório, que, juntamente com o líquido prostático, produzido pela próstata, e
os espermatozoides, formarão o sêmen.
• Próstata: localizada abaixo da bexiga, é responsável por secretar substâncias
alcalinas que neutralizam a acidez da urina e ativam os espermatozoides, auxiliando-
os na condução para o meio externo.
• Glândulas bulbouretrais: produzem secreção transparente, com a função de
preparar a uretra para receber o espermatozoide.
• Uretra: estudada anteriormente junto ao Sistema Urinário, este canal atua tanto
na micção como na ejaculação.

• Pênis: órgão cilíndrico, formado por raiz, corpo e glande; tem em sua formação
corpos cavernosos e corpos esponjosos. Juntamente com os testículos, formam o
órgão reprodutor masculino exteno.
Sistema Reprodutor feminino

Denominamos Sistema Reprodutor feminino o conjunto de órgãos cujas funções


são produzir a ovulação, receber o gameta masculino por meio da cópula e alojar o
embrião até o seu nascimento.
O Sistema Reprodutor Feminino também está condicionado a um processo
chamado ciclo menstrual e à fecundação. Ele é composto por órgãos genitais externos
e internos e está localizado na parte inferior do abdome, entre a bexiga e o reto.
É constituído pelos seguintes órgãos internos: ovários, trompas (tubas uterinas),
útero, vagina; e externos: grandes e pequenos lábios, clitóris, orifício urinário e orifício
vaginal. Veremos a seguir as características de cada órgão.

Órgãos genitais femininos

• Vagina: tubo músculo-membranáceo mediano que comunica a cavidade uterina


com o meio externo, que superiormente insere-se no contorno da parte média da cérvix
do útero e para baixo atravessa o diafragma urogenital para se abrir no pudendo
feminino, cujo orifício chama-se óstio da vagina. Sua função é eliminar a menstruação,
receber o espermatozoide presente no sêmen, depositado pelo pênis no ato reprodutivo
ou coito, e permitir a passagem do feto durante o parto normal.
• Ovários: são duas glândulas situadas na cavidade pélvica, de ambos os lados
do útero, logo abaixo das tubas uterinas. Sua forma se assemelha a uma amêndoa. Em
geral, medem 3 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e 1 cm de espessura. Suas duas
funções principais são: produzir os hormônios sexuais femininos, progesterona e
estrogênio, e produzir e armazenar os óvulos, que são liberados um a cada mês e
recolhidos pelas tubas uterinas, enquanto durar a vida reprodutiva da mulher. São os
hormônios produzidos pelos ovários que controlam as características sexuais
secundárias femininas, e atuam sobre o útero no mecanismo de implantação do óvulo
fecundado, e também no início da formação do embrião.

• Trompas ou tuba uterinas: são tubos alongados que vão da cavidade abdominal
ao útero, transportam os óvulos dos ovários à cavidade uterina. Os espermatozoides
passam pelas trompas na direção oposta ao trajeto do óvulo para fecundá-lo. A
fecundação acontece nas trompas uterinas.
• Útero: tem a forma de uma pera invertida, localizado na cavidade pélvica, entre
o reto e a bexiga. Tem a função de alojar o embrião durante seu desenvolvimento até o
nascimento. O útero está dividido em três porções: fundo do útero, corpo do útero istmo
e cérvix (colo do útero). É composto por três camadas: endométrio, camada mais
interna que sofre modificações no ciclo menstrual; miométrio, camada média, provida
de fibras musculares lisas, que constitui a maior parte da parede interna do útero; e
perimétrio, camada externa, representada pelo peritônio.
Ciclo menstrual
Também chamado de ciclo reprodutivo na mulher, é medido em dias. Inicia-se no
1o dia da menstruação e estende-se até o 1º dia do próximo ciclo menstrual.
Na maior parte das mulheres esse ciclo possui duração em torno de 28 dias,
podendo variar de mulher para mulher, entre 21 e 35 dias, e de mês para mês,
distribuídos da seguinte forma:
• Do 1º ao 5º dia: correspondem aos dias de menstruação;
• Do 6º ao 13º dia: corresponde ao período pré-ovulatório, que antecede a
ovulação;
• No 14º: ocorre a ovulação;
• Do 15º ao 28º: ocorre o período denominado pós-ovulatório, que precede a
ovulação.

Ovulação
A cada 28 em média, um dos ovários produz um ovócito, que se fecundado por um
espermatozoide, dará origem a um embrião humano.
A hipófise, glândula localizada na base do cérebro, produz dois hormônios, o LH e
o FSH, que estimulam o crescimento e a liberação de um ovócito.
O ovócito é a célula germinativa feminina do ovário.
O folículo contendo o ovócito amadurece em cerca de 12 a 14 dias, quando se
rompe e libera o ovócito, caracterizando a ovulação, que acontece próximo às franjas
da tuba uterina.
O folículo maduro que restou é chamado de corpo lúteo e produz hormônio no
ovário durante 14 dias, até começar a se degenerar, se não ocorrer a gravidez. Caso ela
ocorra, o corpo lúteo será fundamental para produzir hormônios responsáveis pela
manutenção do endométrio propício à gestação.
Fecundação
A fecundação é a união entre o espermatozoide e o óvulo. A fecundação ocorre
dentro de uma das trompas. A gestação inicia-se com a implantação do ovo fecundado
dentro do útero, processo que chamamos de nidação.
UNIDADE 16
Sistema Endócrino

Estudaremos nesta unidade, o Sistema Endócrino, que é o grande responsável pela


regulação e coordenação de múltiplas atividades do nosso organismo.

Os hormônios secretados pelas glândulas endócrinas são substâncias orgânicas,


lançadas na corrente sanguínea, com características de modificar determinadas
células.
As glândulas endócrinas são reguladas pelo sistema nervoso ou por outras
glândulas endócrinas, que formam um mecanismo de inter-relação neuroendócrina.
As principais glândulas endócrinas são: hipófise, tireoide, paratireoides,
suprarrenais e pâncreas.

Hipófise
A hipófise é uma pequena glândula localizada na base do encéfalo. É
considerada a glândula mestra do organismo por produzir hormônios que regulam
o funcionamento de outras glândulas endócrinas.
A hipófise tem aproximadamente 1 cm de diâmetro, o tamanho de uma
ervilha e pesa entre 0,5 a 1,0 g.
Anteriormente, a hipófise era denominada de glândula pituitária. A hipófise
possui importantes funções, além do controle de outras glândulas, também
contribui para o bom funcionamento do metabolismo e produção de hormônios.
A hipófise é dividida em duas partes: a anterior ou adeno-hipófise e
a posterior ou neuro-hipófise. A adeno-hipófise se origina de tecido epitelial e a
neuro-hipófise tem origem de um prolongamento do hipotálamo, sendo
constituída por tecido nervoso.
A hipófise e o hipotálamo são relacionados e representam locais de
interação entre o Sistema Endócrino e o Sistema Nervoso.
O hipotálamo regula a atividade secretora da hipófise. Um exemplo é que
alguns hormônios do hipotálamo são encaminhados à adeno-hipófise, via um
sistema circulatório chamado de sistema porta, que se estende da base do
hipotálamo até a adeno-hipófise.

Adeno-hipófise
A secreção de hormônios da adeno-hipófise é influenciada pela liberação e
secreção de hormônios que passam pelo hipotálamo no sistema porta. Em
resposta aos fatores que chegam do hipotálamo, a adeno-hipófise secreta seus
próprios hormônios.
Os hormônios secretados pela adeno-hipófise são proteinas,
glicopreoteínas ou polipeptídeos. Veja quais são:
• Hormônio do Crescimento: É uma proteína que estimula o crescimento
dos tecidos e contribui na determinação da altura de uma pessoa.
Também atua na regulação do metabolismo. Em casos de tumores no
hipotálamo ou na hipófise, esse hormônio pode ser produzido em
excesso ou em poucas quantidades.
• Prolactina: É uma proteína que atua na produção de leite pelas
glândulas mamárias. Possui função incerta nos homens.
• Adrenocorticotropina: Polipeptídeo que atua em células adiposas,
musculares e pancreáticas.
• Hormônio estimulador da tireoide (Tireotrofina): Glicoproteína que a
estimula a síntese e a secreção de hormônios da tireoide.
• Gonadotrofinas (Folículo-estimulante e Luteinizante): As
gonadotrofinas são glicoproteínas que promovem o crescimento e a
função das gônadas (ovários e testículos).

Neuro-hipófise
A neuro-hipófise é assim chamada por ser uma extensão do encéfalo. Ela
armazena e secreta dois neuro-hormônios:
• Antidiurético (Vasopressina): Responsável pela reabsorção de água nos
rins, reduzindo o volume da urina e perda excessiva de água.
• Ocitocina: Atua no estímulo da musculatura do útero. Possui um
importante papel na expulsão do feto no momento do parto.

Prolactina
A prolactina é um hormônio polipeptídico de cadeia única, com 198
aminoácidos e peso molecular de 23.000 Da, sintetizado e secretado pelas células
lactotróficas da glândula hipófise. Sua função é estimular a produção de leite no
período da amamentação.
Curiosamente, a prolactina é produzida no sexo masculino e feminino,
elevando-se neste último na gravidez e no pós-parto. Além de estimular a
lactação, a prolactina inibe a produção dos hormônios estrogênio e progesterona
pelos ovários. Isso explica por que a mulher que está amamentando demora para
menstruar e reduz o seu interesse sexual.

Tireoide
Trata-se de uma glândula que produz hormônio, como a tiroxina, que estimula o
metabolismo das células. Está localizada na região cervical, anterior à traqueia, e é
irrigada por um grande número de vasos sanguíneos e linfáticos.
A regulação da secreção da tireoide é realizada pelo hormônio tireotrófico ou
tireoideestimulante (TSH), que é produzido na hipófise.
Para que a tireoide produza tiroxina é necessário que haja produção adequada de
iodo, a falta dessa produção compromete a tireoide em aumento de tamanho da
glândula.

Paratireoides
Estão localizadas na parte posterior da tireoide, são em número de quatro, em
tamanhos muito pequenos, têm a função de secretar o paratormônio que regula o
metabolismo de cálcio no nosso organismo.

Suprarrenais
Conhecidas também por adrenais, são glândulas localizadas na parte superior dos
rins. São constituídas por duas porções: o córtex, uma parte mais externa, e a medula,
a parte mais interna.
O córtex é responsável por secretar os seguintes hormônios:
o Glicocorticoides: agem diretamente no metabolismo proteico, lipídico e de
carboidratos. São responsáveis pelo aumento do glicogênio.
o Mineralocorticoides: agem estimulando a reabsorção de sódio nos túbulos
renais, na mucosa gástrica, nas glândulas salivares e sudoríparas.
A medula suprarrenal é responsável por secretar os hormônios adrenalina e
noradrenalina. Esses hormônios são liberados após desencadear fortes emoções,
causando vasoconstrição, hipertensão, bradicardia ou taquicardia, e aumento da
glicose na circulação sanguínea. Consideramos esse evento como uma defesa do
nosso organismo em situações de alerta ou emergência.
Pâncreas
O pâncreas é considerado uma glândula mista, pois tem função endócrina e
exócrina. A porção exócrina produz suco pancreático, que participa da digestão, e a
endócrina produz hormônio, que participa do metabolismo de glicose.
O pâncreas possui em sua constituição as ilhotas de Langerhans, formadas por
células que secretam a insulina. Essas têm a função de regular e manter o nível de
insulina no organismo normal, e quando esse índice aumenta, a insulina é secretada
pelo pâncreas, e quando ocorre o contrário, o índice de insulina cai, é secretado o
glucagon, que tem ação direta sob o fígado, onde é promovida a liberação de glicose
armazenada em forma de glicogênio.

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