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Técnico de Enfermagem

Módulo I
Anatomia e Fisiologia

Professora Cibeli Dias – email: cibelidias12@gmail.com

Formação: Graduada em Enfermagem pela Universidade Guarulhos;


Técnica de Radiologia pelo Instituto CIMAS;
Pós graduanda em cuidados paliativos, FAVENI.
Introdução

 A Anatomia pode ser considerada uma ciência que estuda


macroscopicamente a constituição do corpo humano pela
dissecação de peças de cadáveres já fixadas com soluções
apropriadas. A palavra é de origem grega, que significa ana = em
partes; tomein – cortar.

 Os sistemas que, em conjunto, compõem o organismo do


indivíduo são os seguintes: Sistema tegumentar, sistema
esquelético (ossos, músculos e articulações), o sistema digestivo,
sistema respiratório, circulatório, sanguíneo, urinário, genital
feminino e masculino, nervoso, sensorial e endócrino.
Composição do Organismo

 De acordo com Thibodeau; Patton (2002), o organismo humano


consiste em um complexo conjunto de órgãos agrupados em
aparelhos ou sistemas. Os órgãos são formados por pequenas
unidades vivas chamadas células.

 Todas as células do organismo humano necessitam de um


suprimento de oxigênio e outros nutrientes para obter energia,
para manter sua integridade estrutural e para sintetizar as
substâncias essenciais a sua função e a do organismo.
Introdução
Composição do Organismo

 A produção de energia, a regulação da atividade celular e a síntese de


substâncias são realizadas mediante reações químicas, e o conjunto
destas reações químicas que ocorrem no organismo é chamado de
metabolismo. As reações químicas intracelulares produzem
substâncias (resíduos ou catabólicos), entre as quais o dióxido de
carbono, que necessitam ser eliminados porque o seu acúmulo leva à
disfunção celular e finalmente à morte celular.

 Tanto o suprimento de oxigênio e nutrientes quanto à retirada dos


resíduos é feita pelo sangue. O sangue se abastece de oxigênio e se
desfaz do dióxido de carbono nos pulmões e se abastece de nutrientes
por meio da absorção de alimentos digeridos no tubo digestivo.
Composição do Organismo

 Certas células são mais dependentes de um suprimento contínuo de


oxigênio do que outras: as fibras musculares cardíacas toleram apenas
alguns segundos sem oxigênio, enquanto os neurônios cerebrais
podem suportar de 4 a 6 minutos.

 Algumas outras células podem passar períodos maiores sem oxigênio


e ainda assim sobreviverem como as células musculares e da pele, por
exemplo. A falta de oxigênio por um tempo acima do tolerável leva à
morte celular que, por conseguinte leva à morte de órgãos e
finalmente à morte do organismo.
Divisão do Corpo Humano

Esqueleto humano
Divisão do Corpo Humano

 Cabeça:

A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Como preconiza


Lacerda (2009), uma linha imaginária passando pelo topo das
orelhas e dos olhos é o limite aproximado entre estas duas regiões.
O crânio contém o encéfalo no seu interior, na cavidade craniana. A
face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e
paladar e abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e
digestivo.
Divisão do Corpo Humano

 Tronco:

O tronco é dividido em pescoço, tórax e abdome, conforme


descrito a seguir.

 Pescoço:

O pescoço contém várias estruturas importantes. É suportado pela


coluna cervical que abriga no seu interior a porção cervical da
medula espinal. As porções superiores do trato respiratório e
digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. O
pescoço contém, ainda, vasos sanguíneos calibrosos, que são
responsáveis pela irrigação da cabeça.
Divisão do Corpo Humano

 Tórax:

Quanto ao tórax, o seu interior, na chamada cavidade torácica,


contempla a parte inferior do trato respiratório (vias aéreas
inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos
sanguíneos, que chegam ou saem do coração. É sustentado por
uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral
torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula.
Divisão do Corpo Humano

 Abdome:

O abdome está separado internamente do tórax pelo músculo


diafragma e contém basicamente órgãos do aparelho digestivo e
urinário. Possui grandes vasos no seu interior, que irrigam as
vísceras abdominais e os membros inferiores.
Variação Anatômica e Normal

 Uma vez que anatomia utiliza como material de estudo o corpo do


animal e, no caso da anatomia humana, o homem, torna-se necessário
fazer alguns comentários sobre este material. A simples observação de
um grupamento humano evidencia, de imediato, diferenças
morfológicas entre os elementos que compõem o grupo.

 Estas diferenças morfológicas são denominadas variações anatômicas


e podem apresentar-se externamente ou em qualquer dos sistemas do
organismo, sem que isso traga prejuízo funcional para o indivíduo.
Variação Anatômica e Normal
Fatores Gerais de Variação Anatômica

 As variações anatômicas individuais são acrescentadas a alguns


fatores decorrentes da idade, do sexo, da raça, do biótipo, e da
evolução humana (PIRES, 2012).

• idade: notáveis modificações anatômicas ocorrem desde a


fase intrauterina até a fase senil. Exemplo: o timo, que
atinge seu máximo na vida fetal e com o progredir da idade
regride, até desaparecer na vida adulta;

• sexo: é o caráter do masculino ou feminino. Mesmo os


órgãos que são comuns a ambos os sexos podem apresentar
variações. Por exemplo, a disposição de tecido gorduroso
subcutâneo, habitualmente mais frequente no sexo
feminino;
Fatores Gerais de Variação Anatômica

• raça: cada agrupamento humano possui caracteres físicos


comuns, externa e internamente relacionados às raças
branca, negra e amarela. Um exemplo é a vascularização do
coração que é muito mais abundante no negro do que no
branco;

• biótipo: é o resultado da soma dos caracteres herdados e


dos caracteres adquiridos por influência do meio e da sua
inter-relação. Distinguem-se os grupos chamados de
longilíneos, mediolíneos e brevelíneos;

• evolução: sugere o aparecimento de diferenças


morfológicas, no decorrer dos tempos.
Anomalias e Monstruosidade

 Quando a modificação do padrão anatômico causa prejuízo


funcional, no entanto permite a continuidade da vida do
indivíduo, diz-se que se trata de uma anomalia.

 Se esta for acentuada, de modo a deformar profundamente a


construção do corpo do indivíduo, sendo, em geral, incompatível
com a vida, denomina-se monstruosidade.

 Como exemplo de monstruosidade tem-se a agenesia, que quer


dizer a não formação do encéfalo. O estudo deste assunto é
feito em Teratologia.
Anomalias e Monstruosidade
Posição Anatômica

 Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas,


considerando-se que a posição pode ser variável, optou-se por uma
posição padrão, denominada posição de descrição anatômica
Planos Anatômicos

 Para efeitos de estudo, utilizam-se vários planos de divisão do


corpo, os chamados planos anatômicos
Planos Anatômicos

 Plano sagital mediano:

É um plano imaginário que passa


longitudinalmente pelo corpo e o
divide em metades direita e
esquerda. O plano sagital mediano
atravessa as superfícies ventral e
dorsal do corpo nas chamadas
linhas medianas ou médias
anteriores e linhas medianas ou
médias posteriores,
respectivamente.
Planos Anatômicos

 Plano frontal ou coronal:

É todo plano que intercepta o


plano sagital mediano em um
ângulo reto e divide o corpo em
metades anterior e posterior.
Planos Anatômicos

 Plano transversal ou horizontal:

É todo plano que divide o corpo


em metades superior e inferior.
Planos Anatômicos

 Vários termos são utilizados para se descrever as posições dos


elementos anatômicos. O termo medial significa mais próximo à
linha mediana, e lateral o mais afastado dele.

 Como exemplos: na mão, o polegar é lateral ao dedo mínimo,


enquanto que no pé, o hálux (dedo grande) é medial ao dedo
mínimo. Na perna, a face correspondente à tíbia é a face medial
e a correspondente à fíbula a face lateral;
Planos Anatômicos

 O termo proximal significa mais próximo da raiz do membro ou


origem do órgão e distal o mais afastado. Assim, no membro
superior, onde o ombro é a raiz, tem-se como exemplo o
cotovelo e o punho, sendo o cotovelo mais proximal da raiz em
relação ao punho, e este seria mais distal.

 O termo superior significa o mais próximo da extremidade


superior e inferior o mais próximo da extremidade inferior.
Assim, tem-se o lábio superior e o inferior; a pálpebra superior e
a inferior.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo

 O termo osteologia significa o estudo dos ossos. Apesar de sua


aparência simples, o osso é um tecido vivo, complexo e
dinâmico, formado por um conjunto de tecidos distintos e
especializados que contribuem para seu arranjo final. Entre eles
destacam-se o tecido ósseo, cartilaginoso, epitelial, tecidos
formadores de sangue, nervoso e adiposo.

 Por esta razão, cada osso individual é um órgão. Partindo-se do


princípio que um conjunto de órgãos que atuam com o mesmo
objetivo funcional constitui um sistema, conclui-se que o
conjunto formado por ossos e cartilagens dará origem ao
Sistema Ósseo.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo

 As funções do sistema ósseo são:

a) sustentação do organismo (apoio para o corpo);


b) proteção de estruturas vitais (coração, pulmões,
cérebro);
c) base mecânica para o movimento;
d) armazenamento de sais (cálcio, por exemplo);
e) hematopoiese (produção de novas células
sanguíneas).
Composição Ósseo
 Os ossos são estruturas rígidas, de formas variadas, que
apresentam mesma origem e funções. Em conjunto com a
cartilagem, eles formam o esqueleto dos animais vertebrados.

 Um indivíduo adulto da espécie humana apresenta 206 ossos,


mas, nos primeiros anos de vida, é encontrado um número maior
dessas estruturas. Isso se deve ao fato de que, com o passar dos
anos, alguns ossos fundem-se e, assim, o número de ossos tende
a ser menor no indivíduo adulto.
Composição Ósseo

 Os ossos são constituídos por


uma parte orgânica (35%) e
uma inorgânica (65%). A parte orgânica
é formada por 90% de colágeno e por
uma substância amorfa que
contém proteínas. A parte inorgânica,
presente em maior quantidade, é
composta por sais minerais como
cálcio e fósforo.
Células ósseas
Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo

 Os ossos podem ser classificados, de acordo com o formato,


em quatro tipos:

a) longos: comprimento maior que a largura e a espessura.


Possuem uma parte média longa, chamada de diáfise e
extremidades chamadas de epífise. Nas crianças existe uma
camada entre a epífise e a diáfise chamada de placa epifisária,
que é responsável pelo crescimento em comprimento do osso.
Exemplos: fêmur, rádio, ulna e falanges;
Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo
Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo

 Os ossos podem ser classificados, de acordo com o formato,


em quatro tipos:

b) curtos: comprimento, largura e espessura que são


aproximadamente iguais: Exemplo: ossos do carpo;
c) chatos: comprimento e largura, que se equivalem e
predominam sobre a espessura. Exemplos: escápula;
d) irregulares: são ossos que não equivalem nem em
comprimento, nem em largura e nem em espessura. Exemplos:
ossos da base do crânio.
Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo
Divisão do Esqueleto
 O esqueleto é dividido em axial e apendicular que são compostos
pelos ossos:

 Axial: ossos da cabeça, pescoço e tronco, constituindo um total de 80


ossos (22 ossos do crânio, 26 da coluna vertebral, 6 ossos dos
ossículos da orelha, 1 osso hioide, e 24 das costelas e 1 esterno);
 Apendicular: composto pelos membros superiores, inferiores e os
cíngulos, constituindo um total de 126 ossos (64 ossos dos membros
superiores + cintura escapular e 62 dos membros inferiores + cintura
pélvica).

 A união do esqueleto axial com o apendicular se faz mediante


cinturas escapular e pélvica. Diante do exposto, afirma-se que o corpo
humano é constituído por, aproximadamente, 206 ossos (BRASIL,
2003). A seguir apresenta-se a descrição da composição do esqueleto
axial.
Divisão do Esqueleto
Cabeça

 A cabeça é formada pela face e crânio. O crânio é uma caixa


óssea rígida que dá proteção ao encéfalo e possui orifícios de
saída para os nervos cranianos e para a medula espinhal, além
de fornecer abrigo para órgãos dos sentidos. É composto de
vários ossos que formam junturas imóveis.

 Sua parte superior é convexa e recebe a denominação de


calvária, enquanto que sua parte inferior é denominada base do
crânio.
Cabeça

 Seus ossos pares são: parietais e temporais e os ímpares são:


frontal, occipital, etmoide e esfenoide.

Ossos da cabeça
Cabeça

 A face é a parte anterior da cabeça, da fronte até ao mento, e de


uma orelha externa até à outra. O formato básico da face é
determinado pelos ossos subjacentes.

 Seus ossos estão basicamente fundidos e o único osso móvel da


cabeça é a mandíbula, que é responsável pela mastigação.
Localizam-se na face as cavidades onde se abrigam os órgãos
dos sentidos do paladar, do olfato e da visão.
Cabeça

Ossos da cabeça
Cabeça
Cabeça

 As cavidades nas quais se abrigam os olhos são chamadas de


órbitas e são formadas por partes de vários ossos do crânio e da
face. O nariz é formado pelos ossos nasais e na sua maior parte
por tecido cartilaginoso.

 Os dentes se implantam no maxilar e na mandíbula. Os ossos


pares da face são: nasais, lacrimais, cornetos (conchas nasais),
zigomáticos, palatinos, maxilas e os ímpares são: o vômer e a
mandíbula.
Tronco

 No tronco estão a coluna vertebral e a caixa torácica. A coluna


vertebral é constituída pela superposição de uma série de ossos
isolados denominados vértebras. Superiormente, se articula
com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o
osso do quadril (Ílio).

 A coluna vertebral é dividida em cinco regiões: Cervical, Torácica,


Lombar, Sacral e Coccígea. São 7 vértebras cervicais, sendo as
duas primeiras denominadas Atlas e Axis, respectivamente, 12
torácicas, 5 lombares, 5 sacrais (fundidas no adulto) e cerca de 3
a 4 coccígeas (fundidas na fase adulta).
Tronco

Coluna vertebral
Tronco
 Cada vértebra possui um espaço no centro, conhecido como
forâme vertebral, como ilustra a Figura abaixo.
O posicionamento das vértebras, umas sobre as outras, permite a
formação do canal vertebral, por onde passa a medula espinhal.

Forâmen vertebral
Vértebra
Tronco

 A Figura a seguir ilustra a caixa torácica, que é composta por


vinte e quatro costelas, além do osso esterno. As costelas têm
forma chata e alongada e o espaço entre elas é chamado de
intercostal.

 Na sua maioria, fixa-se posteriormente nas vértebras da região


torácica ou dorsal e anteriormente no osso esterno - osso
achatado composto pelo manúbrio (parte superior), corpo
(parte mediana) e apêndice xifoide (parte inferior).
Tronco

Caixa torácica
Tronco

 Aquelas diretamente articuladas ao osso esterno são


denominadas costelas verdadeiras (da 1ª a 7ª); as costelas falsas
(da 8ª a 10ª) são aquelas que se articulam com as cartilagens do
osso esterno, e não diretamente a ele. Já as costelas flutuantes
(11ª e 12ª) são aquelas que não têm contato com o osso
esterno, sendo fixadas nas vértebras da região dorsal.

 A caixa torácica óssea, além das costelas e esterno, inclui as


vértebras torácicas e seus discos intervertebrais, formando um
arcabouço ósteo -cartilaginoso que protege o coração, pulmões
e alguns órgãos abdominais, como o fígado, por exemplo.
Esqueleto Apendicular

 A seguir, apresentam-se os estudos acerca da composição do


esqueleto apendicular, os membros superiores e inferiores.

 O esqueleto dos membros superiores é composto pela cintura


escapular (cíngulo peitoral) e pelos ossos dos braços e mãos. A
cintura escapular une-se anteriormente ao manúbrio esternal e
é formada pelas clavículas e escápulas.

 Embora seja muito móvel, a cintura escapular é sustentada e


estabilizada por músculos inseridos nas costelas, esterno e
vértebras.
MMSS

 A região do braço inicia-se no ombro ou cintura escapular, de


onde parte a clavícula – osso longo e fino, situado na parte
anterior do corpo. A escápula, de forma achatada e triangular,
localiza-se na sua parte posterior.

 O úmero, que é osso do braço situado na porção proximal,


apresenta forma longa e tem uma das extremidades encaixada
na escápula – gerando a articulação que permite a realização de
movimentos diferenciados em várias direções.
MMSS

 O antebraço (porção distal), por sua vez, é composto por dois


ossos denominados rádio e ulna, que se articulam com o úmero
em uma de suas extremidades, formando o cotovelo. Para se
distinguir os ossos do antebraço, basta esticar o braço com a
palma da mão voltada para cima e observar que o osso do
mesmo lado do dedo polegar é o rádio; o outro, na direção do
dedo mínimo, é a ulna.

 Estes dois ossos possuem forma longa, porém são mais finos
quando comparados ao úmero, como se pode observar na figura
a seguir.
MMSS

Ossos dos membros superiores


MMSS

Ossos dos membros superiores


MMSS

 Nas mãos encontram-se três diferentes grupos de ossos. O


punho ou carpo é formado por oito pequenos ossos. Na palma
da mão ou metacarpo, somam-se cinco ossos pequeninos.

 Os dedos compõem-se de
três ossículos denominados
falange proximal, falange
média e falange distal
– exceto o polegar, formado
por apenas dois ossículos
(não há falange média).

Ossos da mão
MMSS
MMII

 O quadril ou cintura pélvica, como se observa na figura a seguir,


é considerado parte integrante do esqueleto dos membros
inferiores. É formado por três ossos - ílio, ísquio e púbis – que,
juntamente, com o sacro e o cóccix, constituem as bacias ou a
pelve.

 O íleo é o maior osso do quadril e situa-se na parte superior


lateral da pelve, oferecendo suporte para as vísceras
abdominais. Forma a parte superior do acetábulo (depressão
côncava) na face lateral do osso do quadril, onde se articula com
a cabeça do fêmur.
MMII

 Sua parte superior é conhecida como crista ilíaca. O ísquio forma a


parte póstero-inferior da pelve e é o principal ponto de apoio
quando a pessoa está sentada.

 O púbis situa-se na parte


anterior da pelve e liga-se
ao ílio e ao ísquio,
originando o que se
denomina sínfise púbica.
 Art. Coxofemoral

Ossos da cintura pélvica


MMII
MMII

 Na coxa, encontra-se o fêmur, o mais longo osso do corpo


humano, que tem uma de suas extremidades articuladas com o
quadril e a outra, com o joelho. A patela (maior osso sesamóide
do corpo humano) fica localizada no joelho, o qual une a coxa
com a perna.

 A tíbia localiza-se na parte anterior da perna; a fíbula, na parte


posterior. Podem ser diferenciadas pela espessura: a primeira é
mais grossa que a segunda (também conhecida como osso da
canela). A extremidade distal da fíbula forma o maléolo externo,
chamado de osso do tornozelo.
MMII

Ossos dos membros inferiores


MMII

 Os pés, principais pontos de apoio de todo o esqueleto, são


compostos por três divisões distintas: tarso, metatarso e
falanges. Tarso (com sete ossos) é a parte articulada com a
perna, onde também se encontra o calcanhar; o metatarso (com
cinco ossos) é a região mediana do peito do pé; a falange (com
quatorze ossos) é a extremidade do corpo e divide-se em
proximal, média e distal. O hálux só possui a falange proximal e
distal. Em um pé, totalizam-se 26 ossos.
MMII

Ossos do pé
MMII
Anatomia e Fisiologia do Sistema Articular

 Articulação é a união entre duas peças (ossos ou cartilagens),


que agem como alavancas na movimentação óssea,
promovendo o crescimento de ossos longos, formando
elementos que amortecem o movimento, entre outras funções.

 Embora as articulações apresentem diferenças significativas


entre si, é possível classificá-las de diversas formas, como
quanto ao tipo de movimento que elas promovem, o tipo de
tecido que interpõe as peças articuláveis, a dependência dos
antímeros para a articulação e também de acordo com os
componentes da articulação.
Classificação das Articulações
 De acordo com o tecido que interpõe as peças articuláveis,
podem-se classificar as articulações em três grandes grupos:

• Fibrosas
Unidas por tecido fibroso, possui pequeno grau de mobilidade.
São do tipo:

a) suturas: são junturas fibrosas onde os ossos estão próximos.


São encontradas nos ossos do crânio. Podem ser do tipo plana,
quando as margens dos ossos são planas (ossos frontais);
denteada ou serrátil, quando as margens dos ossos são em
forma de dente de serra (a maioria das junturas dos ossos da
cabeça); e escamosa, quando as margens dos ossos são em
forma de escama (osso parietal e osso temporal);
Classificação das Articulações

b) sindesmoses: são articulações cuja união dos ossos ocorre


por uma longa faixa de tecido fibroso, formando, assim,
ligamentos ou membranas interósseas. Apresenta baixo grau
de movimentação. Um dos exemplos é a membrana interóssea
entre o osso rádio e a ulna;

c) gonfose: este tipo de articulação fibrosa é específico da


ligação entre os dentes e os alvéolos dentários, e tem a função
precípua de firmar o dente no seu receptáculo. É uma
articulação imóvel, e caso haja movimentos maiores que
0,5mm, consideram-se patológicos;
Classificação das Articulações
d) esquindilese: é uma articulação fibrosa na qual uma parte a se
articular forma uma calha e a outra parte uma crista, fazendo, assim, a
articulação. Ela é exemplificada pela articulação vômero-esfenoidal.
Classificação das Articulações

• Cartilagíneas:

As articulações cartilaginosas são caracterizadas pela


interposição de tecido cartilaginoso, seja fibrocartilagem,
cartilagem hialina ou ambas. A seguir, seguem exemplos deste
tipo de articulação.

a) sincondroses: os ossos de uma articulação do tipo


sincondrose estão unidos por uma cartilagem hialina. Muitas
sincondroses são articulações temporárias, com a cartilagem
sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre
em ossos longos e entre alguns ossos do crânio). As
articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens
costais são sincondroses permanentes;
Classificação das Articulações

b) sínfises: as superfícies articulares dos ossos unidos por


sínfises estão cobertas por uma camada de fibrocartilagem.
Entre os ossos da articulação há um disco fibrocartilaginoso (é
característica distintiva da sínfise). Esses discos, por serem
compressíveis, permitem que a sínfise absorva impactos. A
articulação entre os ossos púbicos e a articulação entre os
corpos vertebrais são exemplos de sínfises. Outros exemplos:
manúbrio-esternal; intervertebrais; sacrais; púbica; do mento.
Articulação cartilagíneas (sincondrose e Sínfise)
Classificação das Articulações

• Sinoviais:

Na composição dessas articulações encontra-se a cartilagem


articular que reveste as superfícies articulares dos ossos. A
união dos ossos ocorre por meio da cápsula articular e dos
ligamentos.

Na cápsula articular é encontrado o líquido sinovial (sinóvia),


que ocupa a cavidade articular e lubrifica a juntura. Este tipo de
articulação também apresenta componentes chamados de
acessórios, ou seja, não estão presentes em todas as
articulações sinoviais.
Classificação das Articulações

• Sinoviais:

Um deles são os discos e meniscos, que tem como função


reduzir os impactos mecânicos na articulação. Os lábios ou
orlas aumentam a profundidade da cavidade articular,
permitindo melhor contato entre as superfícies que irão se
articular.

Bolsas sinoviais são estruturas saculares que contêm líquido


similar ao sinovial, e estão situadas entre a pele e os ossos,
tendão e osso, músculo e osso e ligamento e osso, cuja função
é aliviar o atrito em algumas articulações como joelho e ombro.
As bainhas dos tendões são estruturas tubulares que envolvem
os tendões nas regiões onde o atrito é maior
Classificação das Articulações

Componentes da articulação sinovial


Movimentos Articulares

 Flexão

Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo


(proximal e distal) aproximam-se um do outro.

 Extensão

Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo


(proximal e distal) afastam-se um do outro. Quando este
movimento ultrapassa a posição anatômica é chamada de
Hiperextensão
Movimentos Articulares

 Abdução

Movimento no plano frontal, quando um segmento move-se para


longe da linha central (média) do corpo.

 Adução

Movimento no plano frontal, a partir de uma posição de abdução


de volta à posição anatômica, podendo até ultrapassá-la – Adução
além da linha média.
Movimentos Articulares
 Circundução

Movimento circular de um membro que descreve um cone,


combinando os movimentos de flexão, extensão, abdução e
adução.

 Rotação externa

Movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se


para o plano lateral do corpo.

 Rotação interna

Movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se


para o plano mediano do corpo.
Movimentos Articulares

Movimentos articulares
Movimentos Articulares

 Para classificar as articulações quanto à funcionalidade, leva-se


em consideração se a movimentação é feita em um, dois ou três
eixos, chamados de articulação monoaxial, biaxial ou triaxial.

• Articulação monoaxial:

Considera-se monoaxial quando uma articulação realiza


movimentos apenas em torno de um eixo (1 grau de
liberdade). As articulações que só permitem a flexão e
extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais.
Movimentos Articulares

As principais variações monoaxiais são:

a) gínglimo ou articulação em dobradiça, quando as superfícies


articulares permitem movimento em um só plano. As
articulações são mantidas por fortes ligamentos colaterais.
Por exemplo: articulações interfalangeanas e úmero-ulnar;

b) trocoide ou articulação em pivô, quando o movimento é


exclusivamente de rotação. A articulação é formada por um
processo em forma de pivô, rodando dentro de um anel ou um
anel sobre um pivô. Por exemplo: articulação rádio-ulnar
proximal e atlanto-axial
Movimentos Articulares
Movimentos Articulares

• Articulação biaxial:

Diz-se biaxial, quando uma articulação realiza movimentos em


torno de dois eixos (2 graus de liberdade). As articulações que
realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-
cárpica (articulação do punho) são biaxiais. Algumas variações
das articulações biaxiais são:

a) condilar, quando uma superfície articular ovoide ou condilar


é recebida em uma cavidade elíptica, de modo a permitir os
movimentos de flexão e extensão, adução e abdução e
circundação, ou seja, todos os movimentos articulares, menos
a rotação axial. Por exemplo: articulação do pulso;
Movimentos Articulares

• Articulação biaxial:

b) selar, quando as faces ósseas são reciprocamente côncavo-


convexas. Permitem os mesmos movimentos das articulações
condilares. Por exemplo: carpo-metacárpicas do polegar.;

• Articulação triaxial:

Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três


eixos (3 graus de liberdade). As articulações, que além de
flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a
rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as
articulações do ombro e do quadril.
Movimentos Articulares

• Articulação triaxial:

Há uma variedade onde o movimento é poliaxial, chamada


articulação esferoide ou enartrose, que é uma forma de
articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-se em
torno de vários eixos, que tem um centro comum.

Existe ainda outro tipo de articulação chamada articulação


plana, que permite apenas movimentos deslizantes. Exemplos:
articulações dos corpos vertebrais e em algumas articulações
do carpo e do tarso.
Movimentos Articulares
Movimentos Articulares
Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
 As células musculares, chamadas de fibras musculares, são
especializadas em realizar a contração e o relaxamento. Estas
fibras se unem em feixes para formar músculos, os quais se
encontram fixados por suas extremidades.

 Assim, músculos são estruturas que movem os segmentos do


corpo por encurtamento da distância que existe entre suas
extremidades fixadas, ou seja, por contração. Dentro do
aparelho locomotor, os músculos são elementos ativos do
movimento.
Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
 Porém, a musculatura não assegura só a dinâmica, mas também
a estática do corpo humano, pois mantém unida as peças ósseas
determinando a posição e a postura do esqueleto.

 O músculo, constituído por fibras, possui forma alongada. A


parte central é alargada, conhecida como ventre (porção
carnosa contrátil) e as extremidades são afuniladas e se fixam
aos ossos ou órgãos por meio de tendões (cordões fibrosos) ou
aponeuroses (lâminas fibrosas).
Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
 Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçados e
brilhantes, muito resistentes, e praticamente inextensíveis,
constituídos por tecido conjuntivo denso, rico em fibras colágenas.

 Ainda existe a fáscia muscular, que é uma lâmina de tecido


conjuntivo que envolve cada músculo. Sua espessura pode variar de
acordo com a função desempenhada.
Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
 A função da fáscia é promover proteção e contenção durante os
movimentos de tração, além de facilitar o deslizamento dos
músculos entre si.

 Cada fibra muscular é uma célula longa e fina, com vários


núcleos e filamentos microscópicos a preencher seu citoplasma.
O conjunto de fibras constitui o feixe muscular e cada músculo
possui numerosos feixes.

 Existem três tipos de músculos no corpo humano: músculos


esqueléticos, músculos lisos e músculo cardíaco. Cada tipo tem
características próprias e desempenha funções distintas.
Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
Músculos esqueléticos

 São chamados de esqueléticos porque estão ligados aos ossos


do esqueleto, como ilustra a figura abaixo. Podem ser
denominados de músculos voluntários por serem responsáveis
pelos movimentos voluntários e de estriados, porque
apresentam estriações quando vistos ao microscópio.

Músculo esquelético
Músculos esqueléticos

 Estão sob o controle do sistema nervoso central. Áreas


específicas do cérebro enviam suas ordens por meio de
estímulos nervosos que seguem pela medula espinhal e pelos
nervos periféricos até chegarem ao músculo, que se contrai ou
relaxa dependendo do tipo de movimento desejado.

 Todos os movimentos corporais resultam da contração ou


relaxamento dos músculos esqueléticos. Certos movimentos
mais complexos envolvem a ação de vários músculos
simultaneamente.
Músculos lisos

 São chamados de lisos por não apresentarem estriações à


microscopia. Estão sob o controle do sistema nervoso
autônomo, o que os caracteriza por músculos involuntários,
visto que sua atividade independe de comando central
consciente.

Músculo liso
Músculos lisos

 Os músculos lisos são encontrados na parede da maioria dos


órgãos tubulares do organismo, como os do tubo digestivo,
aparelho urinário, vasos sanguíneos e brônquios. A contração e
o relaxamento destes músculos alteram o calibre dos órgãos
tubulares influindo, assim, no fluxo de substâncias por meio da
sua luz (parte oca do órgão).

 São responsáveis, por exemplo, pela vasoconstrição e


vasodilatação dos vasos sanguíneos, como também da
motilidade gastrointestinal que promove a progressão do bolo
alimentar a partir do tubo digestivo (movimento peristáltico).
Músculo cardíaco

 Tipo de músculo especial que possui estriações à microscopia,


como ilustra a Figura 19, mas que é involuntário. Está presente
apenas no coração. A massa muscular cardíaca recebe o nome
de miocárdio e é responsável pela função de bombeamento do
coração.

Músculo cardíaco
Anatomia e Fisiologia do
Sistema Muscular
Músculos da face e pescoço

 Os músculos da face contraem-se e relaxam-se inúmeras vezes,


o que os permite expressar sensações como sorrir, chorar,
espantar-se, sentir dor, raiva, etc. Cada uma dessas expressões
envolve movimentos de diversos músculos faciais, também
conhecidos como mímicos.

 Os principais músculos da face e do pescoço são: frontal,


músculo do supercilio, orbicular dos olhos, músculo do nariz,
bucinador, masseter, orbicular dos lábios, músculo depressor do
lábio inferior e músculos platisma e esternocleidomastoides.
Músculos da face e pescoço

Músculos da face e do pescoço


Músculos da face e pescoço

 Principais músculos:

a) frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado;


b) músculo do supercílio: realiza os movimentos de elevação e
aproximação das sobrancelhas;
c) orbicular dos olhos: localiza-se em torno das pálpebras e
realiza os movimentos de abrir e fechar os olhos;
d) músculo do nariz: responsável pelo movimento de franzir o
nariz;
e) bucinador: situa-se na bochecha e atua nos movimentos de
inflar e contrair;
Músculos da face e pescoço

 Principais músculos:

f) masseter: localiza-se nos lados da face, movimentando-se


durante a mastigação.
g) orbicular dos lábios: situa-se em volta dos lábios e é
responsável pelo sopro, sucção, beijo estalado e assobio;
h) músculo depressor do lábio inferior: atua na projeção do
lábio inferior e na contração do queixo;
i) músculos platisma e esternocleidomastoide: encontrados no
pescoço, são responsáveis pela rotação da cabeça;.
Músculos dos membros superiores
Músculos dos membros superiores
 Na região do braço localizam-se os músculos com grandes
massas, responsáveis pela força.

a) deltoide: encontra-se na articulação do ombro e produz a


elevação do braço - é nele que se aplica a injeção intramuscular;
b) bíceps: localiza-se na parte anterior do braço, sendo
responsável pela flexão do antebraço sobre si mesmo – é bem
delineado em pessoas que exercem práticas esportivas;
c) tríceps: situa-se na parte posterior do braço e afasta o
antebraço do bíceps;
d) flexor dos dedos: situa-se na parte anterior do antebraço e
promove a flexão dos dedos;
e) extensor dos dedos: localiza-se na parte posterior do
antebraço, sendo responsável pelo afastamento dos dedos.
Músculos do tórax

 Os principais são músculos do tórax encontram-se descritos a


seguir.

a) trapézio: localiza-se na região superior das costas, sendo


responsável pela elevação dos ombros - é nele que se realiza a
massagem de conforto;
b) grande dorsal ou latíssimo: situa-se na região inferior das
costas, tendo como função principal levar o braço para trás;
c) peitoral maior: como o nome indica, localiza-se no peito,
permitindo o movimento do braço para a frente;
d) grande denteado: situa-se na parte lateral do tórax,
promovendo a elevação das costelas, ajudando, dessa forma, o
processo de respiração.
Músculos do abdome

 A seguir descrevem-se os principais são músculos do tórax.

a) reto abdominal: localiza-se na frente do abdome ou barriga,


sendo responsável por dobrar o tórax sobre o abdome,
ajudando na inspiração (entrada de ar no organismo) forçada;
b) oblíquo externo: situa-se nos lados do abdome. Atua
comprimindo as vísceras e inclinando o tórax para frente;
c) diafragma: separa o tórax do abdome e ajuda na inspiração.
A musculatura abdominal é também responsável pela
sustentação do peso e pressão dos órgãos viscerais.
Músculos dos membros inferiores

 Por fim, apresentam-se os músculos dos membros inferiores.

a) grande glúteo ou glúteo superior: localiza-se nas nádegas e


permite a extensão da coxa;
b) Quadríceps (M. Vasto medial, M. Vasto lateral, M. Vasto
intermédio e M. Reto femoral): situa-se na parte anterior da
coxa, sendo responsável pela extensão da perna;
c) Costureiro ou Sartório: é o músculo mais longo do corpo.
Inicia-se no quadril, cruza a coxa e termina na lateral interna do
joelho. Sua função é aproximar a coxa do abdome;
d) bíceps crural ou femoral: localiza-se na face posterior da
coxa, permitindo o movimento de flexão das pernas;
Músculos dos membros inferiores
e) gêmeos ou gastrocnêmicos: situam-se na face posterior da
perna (“batata” da perna) e são responsáveis pela extensão dos
pés. Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão,
flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos músculos
extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões.

Músculos do pé
Músculos do Corpo Humano

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