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Anatomia e Fisiologia Humana

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Index
Anatomia e Fisiologia Humana.......................................................................................................1
1° Módulo: Introdução ao estudo da Anatomia....................................................................................3
2° Módulo: Sistema de sustentação....................................................................................................12
3° Módulo: Sistema nervoso..............................................................................................................47
4° Módulo: Sistema circulatório.........................................................................................................74
5° Módulo: Sistema respiratório.........................................................................................................85
6° Módulo: O Sistema digestório.......................................................................................................92
7° Módulo: Sistema urinário/Excretor..............................................................................................100
8° Módulo: Sistema reprodutor masculino.......................................................................................104
9° Módulo: Sistema reprodutor feminino.........................................................................................107
10° Módulo: Sistema endócrino.......................................................................................................116
11° Módulo: Sistema sensorial.........................................................................................................121
12° Módulo: Sistema tegumentar.....................................................................................................133
Referências bibliográficas.......................................................................................................136
Questionário de Avaliação................................................................................................................137

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1° Módulo: Introdução ao estudo da
Anatomia
CONCEITO DE ANATOMIA
No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda,
macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento
dos seres organizados.
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981
pela American Association of Anatomists: anatomia é a análise da
estrutura biológica, sua correlação com a função e com as
modulações de estrutura em resposta a fatores temporais,
genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão
dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a
descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e
a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no
desenvolvimento destas. A mplitude da anatomia compreende, em
termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da
estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de
duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e
envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com
fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do
tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema
biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as
organelas celulares e macromoléculas.
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através
de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar;
secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia.
Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é
um dos métodos desta ciência.
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os
primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao
observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se,
ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras.
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes
grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e
Anatomia do desenvolvimento.

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A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a
olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis
possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada
com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de
instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e
eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e
Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a
formação de órgãos).
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do
indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba
a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o
nascimento. Embora não sejam estanques, a complexidade destes
grupos torna necessária a existência de estudos específicos.
NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA
Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou
seja, o que é encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica
é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Assim, a artéria
braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o
padrão.
Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da
axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação.
Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não
de uma variação. Se a anomalia for tão acentuada que deforme
profundamente a construção do corpo, sendo, em geral,
incompatível com a vida, é uma monstruosidade.
NOMENCLATURA ANATÔMICA
Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao
conjunto de termos empregados para designar e descrever o
organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura
Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no
final do século passado, graças aos trabalhos de importantes
“escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e
Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam
denominações diferentes nestes centros de estudos e pesquisas.
Em razão desta falta de metodologia e de inevitáveis
arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser
consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira
tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica

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internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de
Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente
em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura
Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina
Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e
1970, visto que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico,
podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja razões
suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em
Congressos Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente
adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país pode
traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma estrutura do
organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam
apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma
informação ou descrição sobre a referida estrutura.
Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de
pessoas para designar coisas) e os termos indicam: a forma
(músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o
seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou
inter-relações (ligamento sacroilíaco); a sua relação com o
esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da escápula);
critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação).
Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram
conservados, porque estão consagrados pelo uso.
POSIÇÃO ANATÔMICA
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas,
considerando-se que a posição pode ser variável, optou-se por uma
posição padrão, denominada posição de descrição anatômica
(posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando
escrevem seus textos, referem-se ao objeto de descrição
considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição
padronizada. Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé,
posição ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, o
olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos,
aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros
inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
DIVISÃO DO CORPO HUMANO
O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros.
Cabeça

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A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha
imaginária passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite
aproximada entre estas duas regiões. O crânio contém o encéfalo
no seu interior, na chamada cavidade craniana. As lesões
crânioencefálicas são as causas mais freqüentes de óbito nas
vitimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos a visão,
audição, olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho
respiratório e digestivo. As lesões da face podem ameaçar a vida
devido ao sangramento e obstrução das vias aéreas.
Tronco
O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve.
Pescoço
Contém varias estruturas importantes. É suportado pela coluna
cervical que abriga no seu interior a porção cervical da medula
espinhal. As porções superiores do trato respiratório e digestivo
passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. Contém
também vasossangüíneos calibrosos responsáveis pela irrigação da
cabeça. As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da
coluna cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato
respiratório e as lesões de grandes vasos com hemorragia severa.
Tórax
Contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte
inferior do trato respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o
esôfago, o coração e os grandes vasos sangüíneos que chegam ou
saem do coração. É sustentado por uma estrutura óssea da qual
fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as
clavículas e a escápula. As lesões do tórax são a segunda causa
mais freqüente de morte nas vítimas de trauma.
PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por
planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas intersecções,
determinam a formação de um sólido geométrico, um
paralelepípedo.
Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos
correspondentes: dois planos verticais, um tangente ao ventre –
plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano dorsal ou
posterior. Estes e outros a eles paralelos são também designados

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como planos frontais, por serem paralelos à “fronte”; dois planos
verticais tangentes aos lados do corpo – planos laterais direito e
esquerdo e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente à
cabeça – plano cranial ou superior – e outro à planta dos pés – plano
podálico – (de podos = pé) ou inferior.
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que
tangencia o vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o
vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, este plano é
denominado caudal.
Os planos descritos são de delimitação. É possível traçar também
planos de secção: o plano que divide o corpo humano em metades
direita e esquerda é denominado mediano. Toda secção do corpo
feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte
sagital) e os planos de secção são também chamados sagitais; os
planos de secção que são paralelos aos planos ventral e dorsal são
ditos frontais e a secção é também denominada frontal (corte
frontal); os planos de secção que são paralelos aos planos cranial,
podálico e caudal são horizontais. A secção é denominada
transversal.
TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em
função dos planos de delimitação e secção.
Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão
chamadas de medial e lateral conforme estejam, respectivamente,
mais próxima ou mais distante do plano mediano do corpo.
Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas
de anterior (ou ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam,
respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano anterior.
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior
(ou cranial) para a mais próxima ao plano cranial e inferior (ou
caudal) para a mais distante deste plano.
Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros
emprega-se, comumente, os termos proximal e distal referindo-se
às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da raiz
do membro. Para o tubo digestivo emprega-se os termos oral e
aboral, referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e
mais distante da boca.

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Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é
chamada de intermédia.
Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e
outra posterior, ou entre uma superior e outra inferior, ou entre
uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) é
denominada de média.
Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de
medianas, sendo este um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura
mediana será sempre mediana, enquanto os outros termos de
posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da
posição de uma estrutura em relação a posição de outra
A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-
requisito indispensável para o estudo da fisiologia dos órgãos. Seu
estudo compreende tanto a evolução do indivíduo desde a fase de
zigoto até a velhice (ontogenia), como o desenvolvimento de uma
estrutura no reino animal (filogenia).
A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas: (1)
anatomia sistemática ou descritiva, que estuda os vários sistemas
separadamente e (2) anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda
todas as estruturas de uma região e suas relações entre si.
ORIGEM EMBRIOLÓGICA
Quanto à origem, os órgãos podem ser classificados em homólogos
ou análogos. Diz-se que dois órgãos são homólogos quando
possuem a mesma origem embriológica mas diferentes funções,
como, por exemplo, os membros superiores do homem e as asas
dos pássaros. A analogia, por sua vez, acontece quando dois órgãos
tem funções semelhantes e diferentes origens embriológicas, como
ocorre com os pulmões humanos e as guelras dos peixes.
MÉTODOS DE ESTUDO
1. inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de
órgãos externos (ectoscopia) ou internos (endoscopia);
2. palpação: analisando através do tato é possível verificar a
pulsação, os tendões musculares e as saliências ósseas, dentre
outras coisas;
3. percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal
podemos produzir sons audíveis, que ajudam a determinar a
composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou sólidos);
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4. ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.:
coração, pulmão, intestino);
5. mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de
eventuais megalias;
6. dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes
órgãos para uma melhor visualização;
7. métodos de estudo por imagem: inclui o raioX, ecografia,
ressonância nuclear magnética e tomografia computadorizada.
VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS
Existem algumas circunstâncias que determinam variações
anatômicas normais e que devem ser descritas:
1. idade: os testículos no feto estão situados na cavidade
abdominal, migrando para a bolsa escrotal e nela se localizando
durante a vida adulta;
2. sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita
principalmente na região tricipital, enquanto na mulher o depósito
se dá preferencialmente na região abdominal;
3. raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e
segunda vértebra lombar, enquanto que nos negros ela termina um
pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira vértebra lombar;
4. tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças
morfológicas. Os principais tipos são:
4.a- longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e
membros longos. Nessas pessoas o estômago geralmente é mais
alongado e as vísceras dispostas mais verticalmente;
4.b- brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros
curtos. Aqui as vísceras costumam estar dispostas mais
horizontalmente;
4.c- mediolíneo: características intermediárias.
A identificação do tipo morfológico é importante devido às
diferentes técnicas de abordagem semiológica, avaliação das
variações da normalidade e até mesmo maior incidência de
doenças, como por exemplo a hipertensão, que é sabidamente mais
comum em brevilíneos.
PLANOS ANATÔMICOS

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O corpo humano é dividido por três eixos imaginários:
1. o eixo vertical ou longitudinal, que une a cabeça aos pés,
classificado como heteropolar;
2. o eixo de profundidade ou ântero-posterior, que une o ventre ao
dorso, classificado como heteropolar;
3. o eixo de largura ou transversal, que une o lado direito ao lado
esquerdo, classificado como homopolar.
No momento em que projetamos um eixo sobre outro temos um
plano. Existem quatro planos principais:
1. o plano sagital, formado pelo deslocamento do eixo ântero-
posterior ao longo do eixo longitudinal;
2. o plano sagital mediano, formado pelo deslocamento do eixo
ântero-posterior ao longo do eixo longitudinal na linha mediana,
dividindo o corpo em duas metades aparentemente simétricas,
denominadas antímeros;
3. o plano transversal ou horizontal, formado pelo deslocamento do
eixo de largura ao longo do eixo ântero-posterior. Uma série
sucessiva de planos transversais divide o corpo em segmentos
denominados metâmeros;
4. o plano frontal ou coronal, formado pelo deslocamento do eixo de
largura ao longo do eixo longitudinal, dividindo o corpo em porções
chamadas de paquímeros.
TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA
Inferior ou caudal: mais próximo dos pés;
Superior ou cranial: mais próximo da cabeça;
Anterior ou ventral: mais próximo do ventre;
Posterior ou dorsal: mais próximo do dorso;
Proximal: mais próximo do ponto de origem;
Distal: mais afastado do ponto de origem;
Medial: mais próximo do plano sagital mediano;
Lateral: mais afastado do plano sagital mediano;
Superficial: mais próximo da pele;
Profundo: mais afastado da pele;
Homolateral ou ipsilateral: do mesmo lado do corpo;
Contra-lateral: do lado oposto do corpo;
Holotopia: localização geral de um órgão no organismo. Ex.: o
fígado está localizado no abdômen;
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Sintopia: relação de vizinhança. Ex.: o estômago está abaixo do
diafragma, a direita do baço e a esquerda do fígado;
Esqueletopia: relação com esqueleto. Ex.: coração atrás do esterno
e da terceira, quarta e quinta costelas;
Idiotopia: relação entre as partes de um mesmo órgão. Ex.:
ventrículo esquerdo adiante e abaixo do átrio esquerdo.

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2° Módulo: Sistema de sustentação

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Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos
internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele
constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo
adulto) e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de
alavancas movimentadas pelos músculos.
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral
caixa torácica.
2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular,
formada pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada
pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros
(superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores).
1-Esqueleto axial
1.1-Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais,
occipital, esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou
zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior).
Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão denominada de
sela turca onde se encontra uma das menores e mais importantes
glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do
crânio.

Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e


mediana, da cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma
no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso.
Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco,
que se sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula

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nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna
cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna
sacral, coluna cocciciana (coccix).

Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e
costelas, que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7
primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas
(se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com
extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno).

Esqueleto apendicular
Membros e cinturas articulares

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Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e
mão. O osso do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os
ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos
pequenos e maciços, os carpos.
A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas
falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O
osso da coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se
articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula.
A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso
circular: a rótula.
Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo.
A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés
(artelhos), pelas falanges.

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Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que
toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama
cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela
escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica,
popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso
volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de
ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras
rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele
todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.
Juntas e articulações
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas,
como as do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente
unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulações, os
ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos.
Ligamentos
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos
ligamentos, cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo
fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às membranas que
revestem os ossos.
Classificação dos ossos

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Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:
A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a
diáfise; entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é
formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a
metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero.
B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e
são encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido
ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.
C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido
ósseo compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo
esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio,
ossos da bacia, escápula.

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Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada
membrana – o periósteo - responsável pelo crescimento em
espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após
fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são revestidas por
cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou
placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado
de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo
crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é preenchido
pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como
depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa,
constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de
hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente conhecido
por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético
estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula
óssea vermelha é encontrada principalmente nas epífises.
Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e
feminino:

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TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO
O TECIDO ÓSSEO
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à
pressão. Por isso, suas principais funções estão relacionadas à
proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio
para os músculos, aumentando a coordenação e a força do
movimento proporcionado pela contração do tecido muscular.
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias,
sobretudo de íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o
tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos,
substituindo a medula vermelha que ali existia previamente.
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o
componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição
das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No
tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos:
Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas
dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que
se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de
nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os
osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da
integridade da matriz óssea.

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Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz
óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e
proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando
da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os
osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade
por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação
intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os
osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são
envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese
protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo.
Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção
e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e
multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos
que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o
citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente
diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma
finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos).
Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática,
escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como
lacunas de Howship.

Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já
mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja
composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando
cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se

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apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos do
colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I).
A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas
variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o
tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades
apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular,
diferindo entre si apenas na disposição de seus elementos e na
quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso
apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por
várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo
compacto praticamente não apresenta espaços medulares,
existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de canais
que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de
Volkmann e canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e
irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de
regeneração.
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou
externa), possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao
eixo maior do osso. Esses canais comunicam-se com os canais de
Havers, que percorrem o osso longitudinalmente e que podem
comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de cada canal de
Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de substância
intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo
canal central de Havers e por lamelas concêntricas é denominado
sistema de Havers ousistema haversiano. Os canais de Volkmann
não apresentam lamelas concêntricas.

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Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos
ossos (órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo
compacto e internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são
revestidos externa e internamente por membranas denominadas
periósteo e endósteo, respectivamente.
Ambas as membranas são vascularizadas e suas células
transformam-se em osteoblastos. Portanto, são importantes na
nutrição e oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de
osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das
fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as
cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os
ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de
regeneração.
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser:
vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido

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reticular ou hematopoiético): constituída por células reticulares
associadas a fibras reticulares.
amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do
sangue).

No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a


medula vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno,
costelas, ossos do crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do
úmero (ossos longos). Com o passar dos anos, a medula óssea
vermelha presente no fêmur e no úmero transforma-se em amarela.
O TECIDO CARTILAGINOSO
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido
conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a função de suporte
de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve
choques, facilita os deslizamentos e é essencial para a formação e
crescimento dos ossos longos. A cartilagem é um tipo de tecido
conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas
condrócitos e de uma matriz extracelular altamente especializada.

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É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido
pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através
do líquido sinovial das cavidades articulares. Em alguns casos,
vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir outros
tecidos. O tecido cartilaginoso também é desprovido de vasos
linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz extracelular serve de
trajeto para a difusão de substâncias entre os vasos sangüíneos do
tecido conjuntivo circundante e os condrócitos. As cavidades da
matriz, ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas; uma
lacuna pode conter um ou mais condrócitos. A matriz extracelular
da cartilagem é sólida e firme, embora com alguma flexibilidade,
sendo responsável pelas suas propriedades elásticas. As
propriedades do tecido cartilaginoso, relacionadas ao seu papel
fisiológico, dependem da estrutura da matriz, que é constituída por
colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com
macromoléculas de proteoglicanas (proteína +
glicosaminoglicanas). Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a
consistência firme das cartilagens se deve às ligações eletrostáticas
entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o colágeno, e à
grande quantidade de moléculas de água presas a estas
glicosaminoglicanas (água de solvatação) que conferem turgidez à
matriz.
As cartilagens (exceto as articulares e as peças de cartilagem
fibrosa) são envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o
nome de pericôndrio, o qual continua gradualmente com a

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cartilagem por uma face e com o conjuntivo adjacente pela outra.
As cartilagens basicamente se dividem em três tipos distintos:
1) cartilagem hialina;
2) fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa;
3) cartilagem elástica.
Cartilagem hialina

Distingue-se pela presença de uma matriz vítrea, homogênea e


amorfa (figura ao lado). Por toda cartilagem há espaços, chamados
lacunas, no interior das lacunas encontram-se condrócitos.
Essas lacunas são circundadas pela matriz, a qual tem dois
componentes: fibrilas de colágeno e matriz fundamental.
Essa cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora
dos ossos que se desenvolverão a partir do processo de ossificação
endocondral. Durante o desenvolvimento ósseo endocondral, a
cartilagem hialina funciona como placa de crescimento epifisário e
essa placa continua funcional enquanto o osso estiver crescendo
em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem hialina está
presente somente na superfície articular. No adulto, também está
presente como unidade esquelética na traquéia, nos brônquios, na
laringe, no nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens
costais).

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Pericôndrio: a cartilagem hialina geralmente é circundada por um
tecido conjuntivo firmemente aderido, chamado pericôndrio. O
pericôndrio não está presente nos locais em que a cartilagem forma
uma superfície livre, como nas cavidades articulares e nos locais
em que ela entra em contato direto com o osso.
Sua função não é apenas a de ser uma cápsula de cobertura; tem
também a função de nutrição, oxigenação, além de ser fonte de
novas células cartilaginosas. É rico em fibras de colágeno na parte
mais superficial, porém, à medida que se aproxima da cartilagem, é
mais rico em células.
Calcificação: a calcificação consiste na deposição de fosfato de
cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita, precedida por um
aumento de volume e morte das células. A matriz da cartilagem
hialina sofre calcificação regularmente em três situações bem
definidas: 1) a porção da cartilagem articular que está em contato
com o osso é calcificada; 2) a calcificação sempre ocorre nas
cartilagens que estão para ser substituídas por osso durante o
período de crescimento do indivíduo; 3) a cartilagem hialina de todo
o corpo se calcifica como parte do processo de envelhecimento.
Regeneração: a cartilagem que sofre lesão regenera-se com
dificuldade e, freqüentemente, de modo incompleto, salvo em
crianças de pouca idade. No adulto, a regeneração se dá pela
atividade do pericôndrio. Havendo fratura de uma peça
cartilaginosa, células derivadas do pericôndrio invadem a área da
fratura e dão origem a tecido cartilaginoso que repara a lesão.
Quando a área destruída é extensa, ou mesmo, algumas vezes, em

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lesões pequenas, o pericôndrio, em vez de formar novo tecido
cartilaginoso, forma uma cicatriz de tecido conjuntivo denso.
Cartilagem elástica

Esta é uma cartilagem na qual a matriz contém fibras elásticas e


lâminas de material elástico, além das fibrilas de colágeno e da
substância fundamental. O material elástico confere maior
elasticidade à cartilagem, como a que se pode ver no pavilhão da
orelha. A presença desse material elástico (elastina) confere a esse
tipo de cartilagem uma cor amarelada, quando examinado a fresco.
A cartilagem elástica pode estar presente isoladamente ou formar
uma peça cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. Como a
cartilagem hialina, a elástica possui pericôndrio e cresce
principalmente por aposição. A cartilagem elástica é menos sujeita
a processos degenerativos do que a hialina. Ela pode ser
encontrada no pavilhão da orelha, nas paredes do canal auditivo
externo, na tuba auditiva e na laringe. Em todos estes locais há
pericôndrio circundante. Diferentemente da cartilagem hialina, a
cartilagem elástica não se calcifica.
Fibrocartilagem ou Cartilagem fibrosa
A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com
características intermediárias entre o conjuntivo denso e a
cartilagem hialina. É uma forma de cartilagem na qual a matriz
contém feixes evidentes de espessas fibras colágenas.
Na cartilagem fibrosa, as numerosas fibras colágenas constituem
feixes, que seguem uma orientação aparentemente irregular entre
os condrócitos ou um arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em
fileiras. Essa orientação depende das forças que atuam sobre a
fibrocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se paralelamente às
trações exercidas sobre eles. Na fibrocartilagem não existe

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pericôndrio. A fibrocartilagem está caracteristicamente presente
nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares
das articulações dos joelhos e em certos locais onde os tendões se
ligam aos ossos. Geralmente, a presença de fibrocartilagem indica
que naquele local o tecido precisa resistir à compressão e ao
desgaste.
Crescimento
A cartilagem possui dois tipos de crescimento: aposicional e
intersticial. Crescimento aposicional é a formação de cartilagem
sobre a superfície de uma cartilagem já existente. As células
empenhadas nesse tipo de crescimento derivam do pericôndrio. O
crescimento intersticial ocorre no interior da massa cartilaginosa.
Isso é possível porque os condrócitos ainda são capazes de se
dividir e porque a matriz é distensível. Embora as células-filhas
ocupem temporariamente a mesma lacuna, separam-se quando
secretam nova matriz extracelular. Quando parte desta última
matriz é secretada, forma-se uma divisão entre as células e, neste
ponto, cada célula ocupa sua própria lacuna. Com a continuidade
da secreção da matriz, as células ficam ainda mais separadas entre
si.
Na cartilagem do adulto, os condrócitos freqüentemente estão
situados em grupos compactos ou podem estar alinhados em
fileiras. Esses grupos de condrócitos são formados como
conseqüência de várias divisões sucessivas durante a última fase
de desenvolvimento. Há pouca produção de matriz adicional e os
condrócitos permanecem em íntima aposição. Tais grupos são
chamados de grupos isógenos.
SISTEMA ARTICULAR

Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças


esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas uniões não só colocam as
peças do esqueleto em contato, como também permitem que o

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crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem
de forma durante o parto. Além disto, capacitam que partes do
corpo se movimentem em resposta a contração muscular.
Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as
articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em
comum que permitem classificá-las em três grandes grupos:
fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta divisão é o
da natureza do elemento que se interpõe às peças que se
articulam.
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
a- Quanto a duração;
b- Quanto a maneira de fixação aos ossos;
c- Quanto a natureza do tecido interposto;
d- Quanto ao número de eixos.
e- Quanto ao número de ossos.
QUANTO A DURAÇÃO
-Temporárias (Ex. Linha epifisiária)
-Permanentes (Ex. Articulação do ombro
QUANTO A MANEIRA DE FIXAÇÃO AOS OSSOS
-Continuidade (Ex. Disco intervertebral)
-Contigüidade (Ex. Articulação do cotovelo)
QUANTO A NATUREZA DO TECIDO INTERPOSTO
- Fibrosas (IMÓVEIS)
- Cartilaginosas ou cartilagíneas (SEMI-MÓVEIS)
- Sinoviais (MÓVEIS)
Articulações fibrosas (móveis)
As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que
se articulam é o tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou
sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre pequeno,
depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos
de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose.
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio,
são formadas por várias camadas fibrosas, sendo a união
suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os
movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao crânio.
A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em

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contato é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear
retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união
em bisel) e suturas serreadas (união em linha “denteada”).
No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana;
entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal,
escamosa.

 
No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é
incompleta, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é
muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma
maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos
(ou fontanelas). São elas que permitem, no momento do parto, uma
redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela
sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a
expulsão do feto para o meio exterior.
Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto
(sinostose), fazendo com que as suturas, pouco a pouco,
desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio.
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido
fibroso, relativamente longa, formando ou um ligamento interósseo
ou uma membrana interóssea, nos casos, respectivamente de
menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um
menor ou maior grau de movimentação. Exemplos típicos são a
sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea radio-ulnar.
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus
receptáculos, os alvéolos dentários. O tecido fibroso do ligamento
periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A presença
de movimentos nesta articulação significa uma condição patológica.

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CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS (semi-móveis)
SINCONDROSE
SÍNFISE
- Cartilagem Hialina
- Fribro-cartilagem
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a
cartilagem.
Quando se trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas
sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a mobilidade é reduzida.
As sincondroses são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose
esfeno-occipital que pode ser visualizada na base do crânio.
Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, entre as porções
púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. Também
as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem
ser consideradas como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles
um disco de fibrocartilagem – o disco intervertebral.
Articulações sinoviais
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
PLANA
GÍNGLIMO
TROCÓIDE
CONDILAR
SELAR
ESFERÓIDE
A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea
contra outra e isto é impossível quando entre elas interpõe-se um
meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau
desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que
se interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado
sinóvia, ou líquido sinovial.
Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem
três outras características básicas: cartilagem articular, cápsula
articular e cavidade articular. a cartilagem articular é a cartilagem
do tipo hialino que reveste as superfícies em contato numa
determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a
cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela
ossificação. Em virtude deste revestimento as superfícies
articulares se apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada. A

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cartilagem articular é avascular e não possui também inervação.
Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é
precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil
e lenta. a cápsula articular é uma membrana conjuntiva que
envolve a articulação sinovial como um manguito. Apresenta-se
com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a membrana
sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar
reforçada, em alguns pontos, por ligamentos , destinados a
aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia,
existem ligamentos independentes da cápsula articular e em
algumas, como na do joelho, aparecem também ligamentos intra-
articulares. cavidade articular é o espaço existente entre as
superfícies articulares, estando preenchido pelo líquido sinovial
Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união
entre os ossos, mas além disto, impedem o movimento em planos
indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados
normais.
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula
articular. É abundantemente vascularizada e inervada, sendo
encarregada da produção da sinóvia (líquido sinovial), o qual tem
consistência similar a clara do ovo e tem por funções lubrificar e
nutrir as cartilagens articulares. O volume de líquido sinovial
presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para
revestir delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na
cavidade articular.
Além destas características, que são comuns a todas articulações
sinoviais, em várias delas encontram-se formações
fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e
meniscos, de função discutida: serviriam à melhor adaptação das
superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou seriam
estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como
amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia
lua, são  encontrados na articulação do joelho. Discos são
encontrados nas articulações esternoclavicular e
temporomandibular. movimentos das articulações sinoviais
As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de
mobilidade.
Assim, a verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações
sinoviais. Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno

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de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção destes eixos
é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal.
Na análise do movimento realizado, a determinação do eixo de
movimento é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção
do eixo de movimento é sempre perpendicular ao plano no qual se
realiza o movimento em questão. Assim, todo movimento é
realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é
perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos
segmentos do corpo recebem nomes específicos e aqui serão
definidos, a seguir, apenas os mais comuns:
flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre
uma diminuição ou um aumento do ângulo existente entre o
segmento que se desloca e aquele que permanece fixo. Quando
ocorre a diminuição do ângulo diz-se que há flexão; quando ocorre o
aumento, realizou-se a extensão, exceto para o pé. Neste caso, não
se usa a expressão extensão do pé: os movimentos são definidos
como flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos
angulares de flexão e extensão ocorrem em plano sagital e,
seguindo a regra, o eixo desses movimentos é látero-lateral.
adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é
deslocado, respectivamente, em direção ao plano mediano ou em
direção oposta, isto é, afastando-se dele. Para os dedos prevalece o
plano mediano do membro. Os movimentos da adução e abdução
desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo de movimento é
ântero-posterior. rotação que é o movimento em que o segmento
gira em torno de um eixo longitudinal (vertical). Assim, nos
membros, pode-se reconhecer uma rotação medial, quando a face
anterior do membro gira em direção ao plano mediano do corpo, e
uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação é feita em
plano horizontal e o eixo de movimento, perpendicular a este plano
é vertical.
circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a
adução, extensão, abdução, flexão e rotação. Neste tipo de
movimento, a extremidade distal do segmento descreve um círculo
e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é representado pela
articulação que se movimenta.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE EIXOS
-NÃO AXIAL

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- Planas (deslizamento)
-UNI-AXIAL
- Gínglimo (flexão/extensão) (EIXO TRANSVERSAL)
- Trocóide (rotação medila/lateral) (EIXO LONGITUDINAL)
- BI-AXIAL
- Condilar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL
e SAGITAL).
- Selar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL e
SAGITAL).
-TRI-AXIAL
- Esferóide (Circundução) (TODOS OS EIXOS) (FLEXÃO/EXTENSÃO;
ADUÇÃO/ABDUÇÃO; ROTAÇÃO MEDILA/LATERAL)
O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma
das superfícies que entram em contato e dos meios de união que
podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações
podem realizar movimentos em torno de um, dois ou três eixos.
Este é o critério adotado para classificá-las funcionalmente. Quando
uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo,
diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade;
será biaxial a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de
liberdade); e tri-axial se eles forem realizados em torno de três
eixos (três graus de liberdade). Assim, as articulações que só
permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são uni- axiais;
aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a
radio- cárpica (articulação do punho), são bi-axiais; finalmente, as
que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem
também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos exemplos típicos são
as articulações do ombro e do quadril.
Classificação morfológica das articulações sinoviais
O critério de base para a classificação morfológica das articulações
sinoviais é a forma das superfícies articulares. Contudo, às vezes é
difícil fazer esta correlação. Além disto, existem divergências entre
anatomistas quanto não só a classificação de determinadas
articulações, mas também quanto à denominação dos tipos. De
acordo com a nomenclatura anatômica, os tipos morfológicos de
articulações sinoviais são:
plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente
curvas, permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra

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em qualquer direção. A articulação acromioclavicular (entre o
acrômio da escápula e a clavícula) é um exemplo. Deslizamento
existe em todas as articulações sinoviais mas nas articulações
planas ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento
seja bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos
deslizamentos entre vários ossos articulados permitem apreciável
variedade e amplitude de movimento.
É isto que ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos
curtos do carpo, do  tarso e entre os corpos das vértebras.
gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais
ao movimento (flexão e extensão) que elas realizam do que à forma
das superfícies articulares. A articulação do cotovelo é um bom
exemplo de gínglimo e a simples observação mostra como a
superfície articular do úmero, que entra em contato com a ulna,
apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações entre as
falanges também são do tipo gínglimo e nelas a forma das
superfícies articulares não se assemelha a um carretel. Este é um
caso concreto em que o critério morfológico não foi rigorosamente
obedecido. Realizando apenas flexão e extensão, as articulações
sinoviais do tipo gínglimo são mono-axiais. trocóide, na qual, as
superfícies articulares são segmentos de cilindro e, por esta razão,
cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-
las.
Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento,
único, é vertical: são mono-axiais. Um exemplo típico é a
articulação radio-ulnar proximal (entre o rádio e a ulna) responsável
pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na
pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação,
rotação lateral. Na posição de descrição anatômica o antebraço
está em supinação. condilar, cujas superfícies articulares são de
forma elíptica e elipsóide seria talvez um termo mais adequado.
Estas articulações permitem flexão, extensão, abdução e adução,
mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo
portanto bi-axiais. A articulação radio-cárpica (ou do punho) é um
exemplo. Outros são a articulação temporomandibular e as
articulações metacarpofalângicas. selar, na qual a superfície
articular de uma peça esquelética tem a forma de sela,
apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e
se encaixa numa segunda peça onde convexidade e concavidade

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apresentam-se no sentido inverso da primeira. A articulação carpo-
metacárpica do polegar é exemplo típico. É interessante notar que
esta articulação permite flexão, extensão, abdução, adução e
rotação (conseqüentemente, também circundução) mas é
classificada como biaxial. O fato é justificado porque a rotação
isolada não pode ser realizada ativamente pelo polegar sendo só
possível com a combinação dos outros movimentos.
esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos
de esferas e se encaixam em receptáculos ocos. O suporte de uma
caneta de mesa, que pode ser movimentado em qualquer direção, é
um exemplo não anatômico de uma articulação esferóide. Este tipo
de articulação permite movimentos em torno de três eixos, sendo
portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro (entre o úmero e a
escápula) e a do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur)
permitem movimentos de flexão, extensão, adução, abdução,
rotação e circundução.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE ELEMENTOS
ARTICULADOS (OSSOS)
- SIMPLES 2 ossos
- COMPOSTA (ou complexa) 3 ou mais ossosComplexidade de
organização
Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação
sinovial diz- se que ela é simples (por exemplo, a articulação do
ombro); quando três ou mais ossos participam da articulação ela é
denominada composta (a articulação do cotovelo envolve três
ossos: úmero, ulna e rádio).
Inervação
As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são
derivados dos que suprem a pele adjacente ou os músculos que
movem as articulações. As terminações nervosas sensíveis a dor
são numerosas na membrana fibrosa da cápsula e nos ligamentos e
são sensíveis ao estiramento e à torção destas estruturas. Contudo,
o principal tipo de sensibilidade é a propriocepção. Das terminações
proprioceptoras da cápsula – fusos neurotendinosos – partem
impulsos que interpretados no sistema nervoso central informam
sobre a posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção
de movimento. As vezes, essas informações são inconscientes, e

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atuam em nível de medula espinhal para controle dos músculos que
agem sobre a articulação.
SISTEMA MUSCULAR
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado
pela propriedade de contração e distensão de suas células, o que
determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há
basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado
esquelético e estriado cardíaco.

Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos


internos, aparelho reprodutor, grandes vasos sangüíneos e aparelho
excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é mediado
pelo sistema nervoso vegetativo.

Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema nervoso


central e, como este se encontra em parte sob controle consciente,
chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo
esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e
cartilagens do esqueleto.

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Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma a maior parte
do coração dos vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle
voluntário. É inervado pelo sistema nervoso vegetati

Musculatura Esquelética
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da
musculatura do corpo, formando o que se chama popularmente de
carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está
presa aos ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.

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Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada
de tecido conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior
do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre mais
delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários,
secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores
(primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo
membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras
musculares. A fibra muscular é uma célula cilíndrica ou prismática,
longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é infinitamente
menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro),
tendo um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se
muitos núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra
constituída por várias células que perderam os seus limites,
fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que
um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras,
que percorrem o músculo de ponta a ponta.
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas
contráteis, constituídas por filamentos compostos por dois tipos
principais de proteínas – a actina e a miosina. Filamentos de actina

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e miosina dispostos regularmente originam um padrão bem definido
de estrias (faixas) transversais alternadas, claras e escuras.
Essa estrutura existe somente nas fibras que constituem os
músculos esqueléticos, os quais são por isso chamados músculos
estriados.
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma fibra muscular
esquelética situa-se o retículo sarcoplasmático (retículo
endoplasmático liso), especializado no armazenamento de íons
cálcio.

As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao


longo de seu comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição
dos filamentos de actina e miosina varia ao longo do sarcômero. As
faixas mais extremas e mais claras do sarcômero, chamadas banda
I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da banda I existe
uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que
corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa
central, mais escura, é chamada banda A, cujas extremidades são
formadas por filamentos de actina e miosina sobrepostos. Dentro da
banda A existe uma região mediana mais clara – a banda H – que
contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o segmento
entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra
muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade
de contração e distensão.

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Contração
Ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de
miosina sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z,
e a zona H chega a desaparecer.

A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo


deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas
pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções,
capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de
actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de miosina
puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os
filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e
à contração muscular.
Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à
aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer.

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Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema
(membrana plasmática) da fibra muscular sofre invaginações,
formando túbulos anastomosados que envolvem cada conjunto de
miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, pois as
invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é
responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular
estriada esquelética, não ocorrendo nas fibras lisas e sendo
reduzido nas fibras cardíacas.
A química da contração muscular
O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso
nervoso, que chega à fibra muscular através de um nervo. O
impulso nervoso propaga-se pela membrana das fibras musculares
(sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, fazendo com que o
cálcio ali armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar em
contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação
da actina e permite que esta se ligue à miosina, iniciando a
contração muscular. Assim que cessa o estímulo, o cálcio é
imediatamente rebombeado para o interior do retículo
sarcoplasmático, o que faz cessar a contração.

A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de


ATP produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na
ligação da miosina à actina quanto em sua separação, que ocorre
durante o relaxamento muscular.
Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando
enrijecimento muscular. É o que acontece após a morte,
produzindo-se o estado de rigidez cadavérica (rigor mortis).

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A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para
suprir apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A
principal reserva de energia nas células musculares é uma
substância denominada fosfato de creatina (fosfocreatina ou
creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir que a energia é
inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como
fosfocreatina (principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra
muscular necessita de energia para manter a contração, grupos
fosfatos ricos em energia são transferidos da fosfocreatina para o
ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular é
intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de
fosfocreatina pela intensificação da respiração celular. Para isso
utilizam o glicogênio armazenado no citoplasma das fibras
musculares como combustível.

Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo


nervoso, a fibra muscular mostra, em seqüência, os seguintes
eventos:
1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e
Mg++ para o citoplasma.
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma
propriedade ATP ásica, isto é, desdobra o ATP, liberando a energia
de um radical fosfato:
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os
filamentos de miosina, caracterizando o encurtamento das
miofibrilas.
Musculatura Lisa
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam,
portanto, músculos lisos. Os músculos viscerais são também
constituídos de fibras fusiformes, mas muito mais curtas do que as
fibras musculares esqueléticas: têm, na verdade, um tamanho que
varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, um só núcleo e não são
comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária,
além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos
sensitivos e motores provenientes do sistema nervoso autônomo.

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Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela
concentração intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é
diferente da dos músculos estriados. Quando há uma excitação da
membrana, os íons cálcio armazenados no retículo sarcoplasmático
são então liberados para o citoplasma e se ligam a uma proteína, a
calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a
miosina e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina
interagem então praticamente da mesma forma que nos músculos
estriados, resultando então na contração muscular.
Musculatura Cardíaca
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração
(miocárdio). Apesar de apresentar estrias transversais, suas fibras
contraem-se independentemente da nossa vontade, de forma
rápida e rítmica, características estas, intermediárias entre os dois
outros tipos de tecido muscular
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-
se em feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio
óptico comum, de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao
microscópio eletrônico podemos notar que suas fibras são
alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da
musculatura cardíaca.

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A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da
contração no músculo estriado esquelético , com algumas
diferenças : os túbulos T são mais largos que os do músculo
esquelético;
• retículo sarcoplasmático menor;
• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares
de íons cálcio mais limitada;
• tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos
na contração cardíaca: o influxo de cálcio externo age como
desencadeador da liberação do cálcio armazenado na luz do
retículo sarcoplasmático, provocando a contração ao atingir as
miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem bombeados de volta
para o retículo.

Musculatura Cardíaca
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração
(miocárdio). Apesar de apresentar estrias transversais, suas fibras
contraem-se independentemente da nossa vontade, de forma

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rápida e rítmica, características estas, intermediárias entre os dois
outros tipos de tecido muscular
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-
se em feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio
óptico comum, de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao
microscópio eletrônico podemos notar que suas fibras são
alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da
musculatura cardíaca.

A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da


contração no músculo estriado esquelético , com algumas
diferenças :
• os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético;
• retículo sarcoplasmático menor;
• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares
de íons cálcio mais limitada;
etc

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3° Módulo: Sistema nervoso
O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o
organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as
modificações que essas variações produzem e a executar as respostas
adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase).
São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais.
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as
células da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela
recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo),
possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a
manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas
propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada
excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a
capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles
internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a
propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente
aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas
pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta
emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica transmitida ao
longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios
transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a
sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse
fenômeno deve-se à propriedade de condutibilidade.
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação
exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura
básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida.
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo,
o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares
denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios.

Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam


como receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o
neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores
dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações
são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de

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implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal
ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em contato
com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso
nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio
para a célula adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas
ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse
com outros dendritos ou corpos celulares.
Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal.
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas
restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou
nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral.
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios,
formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso
Periférico (SNP).
O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de
Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas
no SNC) Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da
bainha de mielina – invólucro principalmente lipídico (também possui como
constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante
térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios mielinizados
existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a
existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de
Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de
Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o
núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema.

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O impulso nervoso

A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do


líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao
líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia
ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente
para dentro.Porém esse bombeamento não é eqüitativo: para cada três íons
sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são
bombeados para o líquido intracelular.
Somando-se a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é
praticamente impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor
de seu gradiente de concentração (de fora para dentro); porém, é muito
permeável ao potássio, que, favorecido pelo gradiente de concentração e pela
permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o meio extracelular.

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Em repouso: canais de sódio fechados. Membrana é praticamente impermeável
ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente de concentração. Sódio é
bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio.
Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na
mesma proporção, estabelece-se uma diferença de cargas elétricas entre os
meios intra e extracelular: há déficit de cargas positivas dentro da célula e as
faces da membrana mantêm-se eletricamente carregadas.
O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba
de sódio e potássio é chamado potencial de repouso da membrana, ficando o
exterior da membrana positivo e o interior negativo. Dizemos, então, que a
membrana está polarizada. Ao ser estimulada, uma pequena região da
membrana torna-se permeável ao sódio (abertura dos canais de sódio). Como a
concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio atravessa
a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é
acompanhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo
transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado onda de
despolarização. Os impulsos nervosos ou potenciais de  ação são causados
pela despolarização da membrana além de um limiar (nível crítico de
despolarização que deve ser alcançado para disparar o potencial de ação). Os
potenciais de ação assemelham-se em tamanho e duração e não diminuem à
medida em que são conduzidos ao longo do axônio, ou seja, são de tamanho e
duração fixos. A aplicação de uma despolarização crescente a um neurônio não
tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, então, surja o potencial de
ação. Por esta razão, diz-se que os potenciais de ação obedecem à "lei do tudo
ou nada".

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Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da
fibra nervosa, o interior da fibra torna-se carregado positivamente, porque um
grande número de íons sódio se difundiu para o interior. Essa positividade
determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da fibra, fazendo com
que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons. Por outro
lado, a membrana torna-se ainda mais permeável ao potássio, que migra para
o meio interno. Devido à alta concentração desse íon no interior, muitos íons se
difundem, então, para o lado de fora. Isso cria novamente eletronegatividade
no interior da membrana e positividade no exterior – processo chamado
repolarização, pelo qual se reestabelece a polaridade normal da membrana. A
repolarização normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a
despolarização, propagando-se ao longo da fibra.
Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os íons sódio para
o exterior da membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no
interior da membrana, que se torna temporariamente mais negativo do que o
normal. A eletronegatividade excessiva no interior atrai íons potássio de volta
para o interior (por difusão e por transporte ativo). Assim, o processo traz as
diferenças iônicas de volta aos seus níveis originais.

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Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é
necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo
do axônio. Um potencial de ação iniciado em uma extremidade de um axônio
apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo caminho já
percorrido.
Conseqüentemente, os potenciais de ação são unidirecionais - ao que
chamamos condução ortodrômica.
Uma vez que a membrana axonal é excitável ao longo de toda sua extensão, o
potencial de ação se propagará sem decaimento. A velocidade com a qual o
potencial de ação se propaga ao longo do axônio depende de quão longe a
despolarização é projetada à frente do potencial de ação, o que, por sua vez,
depende de certas características físicas do axônio: a velocidade de condução
do potencial de ação aumenta com o diâmetro axonal. Axônios com menor
diâmetro necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do
potencial de ação. Nesses de axônios, presença de bainha de mielina acelera a
velocidade da condução do impulso nervoso. Nas regiões dos nódulos de
Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo para
outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é
isolante). Fala-se em condução saltatória e com isso há um considerável
aumento da velocidade do impulso nervoso.

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O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito corpo
celular axônio.
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada
de decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos
sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os
órgãos efetores (músculos e glândulas).

DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO:


O Sistema Nervoso Central
O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo corresponde ao telencéfalo
(hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco
cefálico, que se divide em: BULBO, situado caudalmente; MESENCÉFALO,
situado cranialmente; e PONTE, situada entre ambos.

No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância


cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus
prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta

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ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente. Os
órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana,
protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também
denominada raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a
proteção esquelética: dura-máter (a externa), aracnóide (a do meio) e pia-
máter (a interna). Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um espaço
preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor.

O TELENCÉFALO
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa
aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois
hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da
memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os
VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos
ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do tronco
encefálico. São reservatórios do LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO, (LÍQÜOR),
participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o
cérebro esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que
não acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de
sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos.

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O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente
distintas, sendo a maioria pertencente ao chamado neocórtex.

Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica.

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1. hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três
camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral.
2. córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta
duas ou três camadas celulares.
3. neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um
sulco chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas
sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente envolvidas com o
controle do movimento voluntário.

A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de


neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da
fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre
um grande centro medular branco, formado por fibras axonais (substância
branca). Em meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há
agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os núcleos (gânglios)
da base ou núcleos (gânglios) basais - CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e
NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do movimento.
Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de
circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros
circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função
cognitiva.

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Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos
movimentos são:

1. núcleo caudato: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso


ocorre a nível sub-consciente e consciente) e auxilia no controle global dos
movimentos do corpo.
2. putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudato no controle de
movimentos intensionais grosseiros. Ambos os núcleos funcionam em
associação com o córtex motor, para controlar diversos padrões de movimento.
3. globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do
corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma
pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve
primeiro colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a
musculatura do braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas,
principalmente, pelo globo pálido.
4. núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os
movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo.
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação

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de movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se
com uma conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas
células estabelecem sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por
sua vez, faz conexões inibitórias com células do tálamo (núcleo ventrolateral -
VL). A conexão do tálamo com a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita
o disparo de células relacionadas a movimentos na área motora do córtex.
Portanto, a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a
excitação da área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo.

O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo) Todas as mensagens sensoriais, com


exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes
de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta
localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação
retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável
pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles
devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no
comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas
também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as
emoções).

O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro


integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais

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responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema
nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas
endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o
apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está envolvido na emoção e no
comportamento sexual.
Tem amplas conexões com as demais áreas do prosencéfalo e com o
mesencéfalo. Aceita-se que o hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas
emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer
e a raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao
desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um modo geral,
contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese (“criação”) do que
na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.

O TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações
sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; (2)
contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até
outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula
espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do

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corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do
corpo); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação
reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos
diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte
central do tronco encefálico). Além destas 3 funções gerais, as várias divisões
do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas.

Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se


agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em
feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da
estrutura interna do tronco encefálico podem estar relacionados com relevos
ou depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico
recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos
cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco
encefálico.

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O CEREBELO
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para
o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas
conexões com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está
dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o
lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado
esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito
do corpo.

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O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos
os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor
sobre os movimentos musculares que pretende executar e de informações
proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos,
áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento
realmente executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se
teve em vista realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex
para que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo
relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus
muscular.

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A Medula Espinhal
Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40
cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas -
primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona
como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor
de impulsos nervosos. Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que
se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as
várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as
para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as
várias partes do corpo. A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema
descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como
pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu
destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades
do corpo até a medula e de lá para o cérebro.

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Os corpos celulares dos neurônios se concentram no cerne da medula – na
massa cinzenta. Os axônios ascendentes e descendentes, na área adjacente –
a massa branca. As duas regiões também abrigam células da Glia. Dessa
forma, na medula espinhal a massa cinzenta localiza-se internamente e a
massa branca, externamente (o contrário do que se observa no encéfalo).

Durante uma fratura ou deslocamento da coluna, as vértebras que


normalmente protegem a medula podem matar ou danificar as células.
Teoricamente, se o dano for confinado à massa cinzenta, os distúrbios
musculares e sensoriais poderão estar apenas nos tecidos que recebem e
mandam sinais aos neurônios “residentes” no nível da fratura. Por exemplo, se
a massa cinzenta do segmento da medula onde os nervos rotulados C8 for
lesada, o paciente só sofrerá paralisia das mãos, sem perder a capacidade de
andar ou o controle sobre as funções intestinais e urinárias. Nesse caso, os
axônios levando sinais para “cima e para baixo” através da área branca
adjacente continuariam trabalhando. Em comparação, se a área branca for
lesada, o trânsito dos sinais será interrompido até o ponto da fratura.
Infelizmente, a lesão original é só o começo. Os danos mecânicos promovem
rompimento de pequenos vasos sangüíneos, impedindo a entrega de oxigênio
e nutrientes para as células não afetadas diretamente, que acabam morrendo;

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as células lesadas extravasam componentes citoplasmáticos e tóxicos, que
afetam células vizinhas, antes intactas; células do sistema imunológico iniciam
um quadro inflamatório no local da lesão; células da Glia proliferam criando
grumos e uma espécie de cicatriz, que impedem os axônios lesados de
crescerem e reconectarem.
O vírus da poliomielite causa lesões na raiz ventral dos nervos espinhais, o que
leva à paralisia e atrofia dos músculos.
O Sistema Nervoso Periférico
O sistema nervoso periférico é formado por nervos encarregados de fazer as
ligações entre o sistema nervoso central e o corpo. NERVO é a reunião de
várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos.

As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos


ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. Cada feixe forma um
nervo. Cada fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada
endoneuro. Cada feixe é envolvido por uma bainha conjuntiva denominada
perineuro. Vários feixes agrupados paralelamente formam um nervo. O nervo
também é envolvido por uma bainha de tecido conjuntivo chamada epineuro.
Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos. Seu conjunto
forma a rede nervosa.
Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os
nervos sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados
por prolongamentos de neurônios sensoriais (centrípetos). Aqueles que
transmitem impulsos do SNC para os músculos ou glândulas são nervos
motores ou eferentes, feixe de axônios de neurônios motores (centrífugos).
Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios sensoriais
e por neurônios motores.

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Quando partem do encéfalo, os nervos são chamados de cranianos; quando
partem da medula espinhal denominam-se raquidianos.
Do encéfalo partem doze pares de nervos cranianos. Três deles são
exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos.

Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os


músculos esqueléticos.

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Eles se formam a partir de duas raízes que saem lateralmente da medula: a
raiz posterior ou dorsal, que é sensitiva, e a raiz anterior ou ventral, que é
motora. Essas raízes se unem logo após saírem da medula. Desse modo, os
nervos raquidianos são todos mistos. Os corpos dos neurônios que formam as
fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se próximo à medula, porém fora
dela, reunindo-se em estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os
corpos celulares dos neurônios que formam as fibras motoras localizam-se na
medula.
De acordo com as regiões da coluna vertebral, os 31 pares de nervos
raquidianos distribuem-se da seguinte forma:
• oito pares de nervos cervicais;
• doze pares de nervos dorsais;
• cinco pares de nervos lombares;
• seis pares de nervos sagrados ou sacrais.

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O conjunto de nervos cranianos e raquidianos forma o sistema nervoso
periférico. Com base na sua estrutura e função, o sistema nervoso periférico
pode ainda subdividir-se em duas partes: o sistema nervoso somático e o
sistema nervoso autônomo ou de vida vegetativa.
As ações voluntárias resultam da contração de músculos estriados
esqueléticos, que estão sob o controle do sistema nervoso periférico voluntário
ou somático. Já as ações involuntárias resultam da contração das musculaturas
lisa e cardíaca, controladas pelo sistema nervoso periférico autônomo, também
chamado involuntário ou visceral.
SNP Voluntário ou Somático
O SNP Voluntário ou Somático tem por função reagir a estímulos provenientes
do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem
impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos. O corpo
celular de uma fibra motora do SNP voluntário fica localizado dentro do SNC e o
axônio vai diretamente do encéfalo ou da medula até o órgão que inerva.
SNP Autônomo ou Visceral
O SNP Autônomo ou Visceral, como o próprio nome diz, funciona
independentemente de nossa vontade e tem por função regular o ambiente
interno do corpo, controlando a atividade dos sistemas digestório,
cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que
conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras
e à musculatura do coração. Um nervo motor do SNP autônomo difere de um
nervo motor do SNP voluntário pelo fato de conter dois tipos de neurônios, um
neurônio pré-ganglionar e outro  pós-ganglionar. O corpo celular do neurônio
pré-ganglionar fica localizado dentro do SNC e seu axônio vai até um gânglio,
onde o impulso nervoso é transmitido sinapticamente ao neurônio pós-

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ganglionar. O corpo celular do neurônio pós-ganglionar fica no interior do
gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo nervoso até o órgão efetuador,
que pode ser um músculo liso ou cardíaco.
O sistema nervoso autônomo compõe-se de três partes:
• Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são
formados por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23
pares.
• Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de
nutrição, como o estômago, o coração e os pulmões.
• Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos
raquidianos, fazendo com que os sistema autônomo não seja totalmente
independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.

O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e


sistema nervoso parassimpático. De modo geral, esses dois sistemas têm
funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por
exemplo, se o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do
coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo o ritmo cardíaco.
Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o
parassimpático entra em ação para diminuir as contrações desses órgãos.
Sistema Nervoso Autônomo Simpático
O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam
energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por
exemplo, o sistema simpático é responsável pela aceleração dos batimentos
cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no
sangue e pela ativação do metabolismo geral do corpo.

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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO
Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades
relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre
outras. Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e
parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos dois sistemas
normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos
neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina,
razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos.
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam
principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada
neurônios adrenérgicos. As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central
à glândula suprarenal, promovendo aumento da secreção de adrenalina,
hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress.
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e
inibir outros, de maneira antagônica.

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Em geral, quando os centros simpáticos cerebrais se tornam excitados,
estimulam, simultaneamente, quase todos os nervos simpáticos, preparando o
corpo para a atividade.
Além do mecanismo da descarga em massa do sistema simpático, algumas
condições fisiológicas podem estimular partes localizadas desse sistema. Duas
das condições são as seguintes:
• Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa
através da medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sangüíneos
cutâneos. Também o aquecimento do sangue que passa através do centro de
controle térmico do hipotálamo aumenta o grau de vasodilatação superficial,
sem alterar os vasos profundos.
• Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos
músculos tem um efeito local de dilatação dos vasos sangüíneos musculares;
porém, ao mesmo tempo, o sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a
maioria das outras regiões do corpo. A vasodilatação muscular permite que o
sangue flua facilmente através dos músculos, enquanto a vasoconstrição
diminui o fluxo sangüíneo em todas as regiões do corpo, exceto no coração e
no cérebro.
Nas junções neuro-musculares, tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos
do parassimpático, ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-
ganglionares e pós- ganglionares. Nos dois casos, a substância
neurotransmissora é a acetilcolina. Esse mediador químico atua nas dobras da
membrana, aumentando a sua permeabilidade aos íons sódio, que passa para
o interior da fibra, despolarizando essa área da membrana do músculo. Essa
despolarização local promove um potencial de ação que é conduzido em
ambas as direções ao longo da fibra, determinando uma contração muscular.
Quase imediatamente após ter a acetilcolina estimulado a fibra muscular, ela é
destruída, o que permite a despolarização da membrana.

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4° Módulo: Sistema circulatório
Componentes do Sistema Cardiovascular
Os principais componentes do sistema circulatório são: coração,
vasos sangüíneos, sangue, vasos linfáticos e linfa.
CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do
peito, sob o osso esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda.
Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado de um punho
fechado e pesa cerca de 400 gramas.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta
quatro cavidades: duas superiores, denominadas átrios (ou
aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O átrio direito
comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide.
O átrio esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo
esquerdo através da válvula bicúspide ou mitral.A função das
válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção,
sempre dos átrios para os ventrículos.

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Sistema De Purkinje ou fascículo átrio-ventricular: embora o
impulso cardíaco possa percorrer perfeitamente todas as fibras
musculares cardíacas, o coração possui um sistema especial de
condução denominado sistema de Purkinje ou fascículo
átrioventricular, composto de fibras musculares cardíacas

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especializadas, ou fibras de Purkinje Feixe de Hiss ou miócitos átrio-
ventriculares), que transmitem os impulsos com uma velocidade
aproximadamente 6 vezes maior do que o músculo cardíaco normal,
cerca de 2m por segundo, em contraste com 0,3 m por segundo no
músculo cardíaco.
b- Controle Nervoso do Coração
Embora o coração possua seus próprios sistemas intrínsecos de
controle e possa continuar a operar, sem quaisquer influências
nervosas, a eficácia da ação cardíaca pode ser muito modificada
pelos impulsos reguladores do sistema nervoso central. O sistema
nervoso é conectado com o coração através de dois grupos
diferentes de nervos, os sistemas parassimpático e simpático. A
estimulação dos nervos parassimpáticos causa os seguintes efeitos
sobre o coração: (1) diminuição da freqüência dos batimentos
cardíacos; 2) diminuição da força de contração do músculo atrial;
(3) diminuição na velocidade de condução dos impulsos através do
nódulo AV (átrio-ventricular) , aumentando o período de retardo
entre a contração atrial e a ventricular; e (4) diminuição do fluxo
sangüíneo através dos vasos coronários que mantêm a nutrição do
próprio músculo cardíaco.
Todos esses efeitos podem ser resumidos, dizendo-se que a
estimulação parassimpática diminui todas as atividades do coração.
Usualmente, a função cardíaca é reduzida pelo parassimpático
durante o período de repouso, juntamente com o restante do corpo.
Isso talvez ajude a preservar os recursos do coração; pois, durante
os períodos de repouso, indubitavelmente há um menor desgaste
do órgão.
A estimulação dos nervos simpáticos apresenta efeitos exatamente
opostos sobre o coração: (1) aumento da freqüência cardíaca, (2)
aumento da força de contração, e (3) aumento do fluxo sangüíneo
através dos vasos coronários visando a suprir o aumento da
nutrição do músculo cardíaco. Esses efeitos podem ser resumidos,
dizendo-se que a estimulação simpática aumenta a atividade
cardíaca como bomba, algumas vezes aumentando a capacidade de
bombear sangue em até 100 por cento. Esse efeito é necessário
quando um indivíduo é submetido a situações de estresse, tais
como exercício, doença, calor excessivo, ou outras condições que
exigem um rápido fluxo sangüíneo através do sistema circulatório.
Por conseguinte, os efeitos simpáticos sobre o coração constituem o

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mecanismo de auxílio utilizado numa emergência, tornando mais
forte o batimento cardíaco quando necessário.
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático
secretam principalmente noradrenalina, razão pela qual são
denominados neurônios adrenérgicos. A estimulação simpática do
cérebro também promove a secreção de adrenalina pelas glândulas
adrenais ou supra-renais. A adrenalina é responsável pela
taquicardia (batimento cardíaco acelerado), aumento da pressão
arterial e da freqüência respiratória, aumento da secreção do suor,
da glicose sangüínea e da atividade mental, além da constrição dos
vasos sangüíneos da pele.
O neurotransmissor secretado pelos neurônios pós-ganglionares do
sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual
são denominados colinérgicos, geralmente com efeitos antagônicos
aos neurônios adrenérgicos. Dessa forma, a estimulação
parassimpática do cérebro promove bradicardia (redução dos
batimentos cardíacos), diminuição da pressão arterial e da
freqüência respiratória, relaxamento muscular e outros efeitos
antagônicos aos da adrenalina.
Em geral, a estimulação do hipotálamo posterior aumenta a pressão
arterial e a freqüência cardíaca, enquanto que a estimulação da
área pré-óptica, na porção anterior do hipotálamo, acarreta efeitos
opostos, determinando notável diminuição da freqüência cardíaca e
da pressão arterial. Esses efeitos são transmitidos através dos
centros de controle cardiovascular da porção inferior do tronco
cerebral, e daí passam a ser transmitidos através do sistema
nervoso autônomo.

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5° Módulo: Sistema respiratório
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões
e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das
cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a
faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os
alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.

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6° Módulo: O Sistema digestório

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7° Módulo: Sistema
urinário/Excretor

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8° Módulo: Sistema reprodutor
masculino

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9° Módulo: Sistema reprodutor
feminino
 O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas
tubas uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma
vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve
constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora.

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10° Módulo: Sistema endócrino

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11° Módulo: Sistema sensorial

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12° Módulo: Sistema tegumentar

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Questionário de Avaliação
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início deste curso está registrada em 16-04-2022, ou seja, hoje.
Se você fazer essa avaliação agora e for aprovado a data de conclusão será registrada
também hoje, dia 16-04-2022.
Se você precisar de um período maior entre a data de início e a data de conclusão no
certificado deste curso nós recomendamos fazer esta avaliação nos próximos dias.

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abaixo com calma e atenção.

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