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FATEGÍDIO
APOSTILA DE ANATOMIA E
FISIOLOGIA HUMANAS
MAIO/2009
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Organizador:
Prof. MSc. RODRIGO ANTONIO MONTEZANO VALINTIN LACERDA
Colaboradores:
Prof. Esp. ADRÉ LUIS VELANO
Prof. Esp. FABIANA PARO PEREIRA
Prof. Esp. FABRICIO BRITO MUNIZ
Prof. Esp. LEONARDO FIGUEIREDO SANTOS
Capa:
Prof. MSc. RODRIGO ANTONIO MONTEZANO VALINTIN LACERDA e
Secretário SERGIO TELES
Citações:
Esta Apostila foi baseada em texto da Professora MSc. Maria Luisa Miranda Vilela,
Licenciada em Ciências Biológicas pela PUC/MG, tem especialização nos cursos de Biologia
dos Vertebrados pela PUC/MG e Genética Humana pela UnB e mestrado em Microbiologia
pela UFMG (defesa de dissertação em genética molecular de Leishmania). Atualmente é
doutoranda no Curso de Pós-Graduação em Biologia Animal da UnB, pelo Dept° de Genética
e Morfologia, Laboratório de Genética.Lecionou Ciências no Ensino Fundamental, Biologia no
Ensino Médio e Citologia nas Faculdades Metodistas Isabela Hendrix, em Belo Horizonte/MG.
Em Brasília/DF, leciona biologia no ensino médio, desde 1994: em 1994 e 1995, nos Centros
Educacionais La Salle e Sagrada Família; de 1996 até agora, no Centro Educacional
Leonardo da Vinci. Cursos de atualização: Genética e Sociedade (UnB); Bioquímica, Nutrição
e Saúde (UnB); Ecologia e Gestão Ambiental (UFMG).
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Aos alunos:
SUMÁRIO
Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos
empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de
Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século
passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França,
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações
diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de
inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje
reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma
nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de
Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi
aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris
Nomina Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a
nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada,
desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em
Congressos Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser
“língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma
estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais para
a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura.
Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os
termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu
trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento
sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da
escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto, há
nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo
uso.
outros termos de posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da posição de
uma estrutura em relação a posição de outra
A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito indispensável
para o estudo da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende tanto a evolução do indivíduo
desde a fase de zigoto até a velhice (ontogenia), como o desenvolvimento de uma estrutura no
reino animal (filogenia).
A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas: (1) anatomia sistemática ou
descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e (2) anatomia topográfica ou cirúrgica,
que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações entre si.
ORIGEM EMBRIOLÓGICA
Quanto à origem, os órgãos podem ser classificados em homólogos ou análogos. Diz-se que
dois órgãos são homólogos quando possuem a mesma origem embriológica mas diferentes
funções, como, por exemplo, os membros superiores do homem e as asas dos pássaros. A
analogia, por sua vez, acontece quando dois órgãos tem funções semelhantes e diferentes
origens embriológicas, como ocorre com os pulmões humanos e as guelras dos peixes.
Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais e que devem
ser descritas:
1. idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa
escrotal e nela se localizando durante a vida adulta;
2. sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região tricipital,
enquanto na mulher o depósito se dá preferencialmente na região abdominal;
3. raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar,
enquanto que nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira
vértebra lombar;
4. tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças morfológicas. Os principais
tipos são:
4.a- longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e membros longos. Nessas pessoas
o estômago
geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas mais verticalmente;
4.b- brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros curtos. Aqui as vísceras
costumam estar
dispostas mais horizontalmente;
4.c- mediolíneo: características intermediárias.
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2 – SISTEMAS DE SUSTENTAÇÃO
1-Esqueleto axial
1.1-Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital,
esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar
superior e mandíbula (maxilar inferior).
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed.
Moderna, 1997.
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Observações:
Primeiro - no osso
esfenóide existe uma
depressão denominada de sela
turca onde se encontra uma
das menores e mais
importantes glândulas do corpo
humano - a hipófise, no centro
geométrico do crânio.
Segundo - Fontanela ou
moleira é o nome dado à
região alta e mediana, da
cabeça da criança, que facilita
a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por
osso.
1.2-Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se
sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é
dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna
torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix).
1.3-Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas,
que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se
inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao
esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao
esterno).
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2- Esqueleto apendicular
2-1- Membros e cinturas articulares
3 - Juntas e articulações
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as
do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras
juntas, denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto
realizar movimentos.
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4 - Ligamentos
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos,
cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão
firmemente unidos às membranas que revestem os ossos.
• Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já
mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada
basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A
matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os
corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno
tipo I).
Essa cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora dos ossos que
se desenvolverão a partir do processo de ossificação endocondral. Durante o
desenvolvimento ósseo endocondral, a cartilagem hialina funciona como placa de
crescimento epifisário e essa placa continua funcional enquanto o osso estiver
crescendo em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem hialina está
presente somente na superfície articular. No adulto, também está presente como
unidade esquelética na traquéia, nos brônquios, na laringe, no nariz e nas
extremidades das costelas (cartilagens costais).
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6.3 - Crescimento
A cartilagem possui dois tipos de crescimento: aposicional e intersticial.
Crescimento aposicional é a formação de cartilagem sobre a superfície de uma
cartilagem já existente. As células empenhadas nesse tipo de crescimento derivam
do pericôndrio. O crescimento intersticial ocorre no interior da massa cartilaginosa.
Isso é possível porque os condrócitos ainda são capazes de se dividir e porque a
matriz é distensível. Embora as células-filhas ocupem temporariamente a mesma
lacuna, separam-se quando secretam nova matriz extracelular. Quando parte desta
última matriz é secretada, forma-se uma divisão entre as células e, neste ponto,
cada célula ocupa sua própria lacuna. Com a continuidade da secreção da matriz,
as células ficam ainda mais separadas entre si.
Na cartilagem do adulto, os condrócitos freqüentemente estão situados em
grupos compactos ou podem estar alinhados em fileiras. Esses grupos de
condrócitos são formados como conseqüência de várias divisões sucessivas
durante a última fase de desenvolvimento. Há pouca produção de matriz adicional e
os condrócitos permanecem em íntima aposição. Tais grupos são chamados de
grupos isógenos.
a- Quanto a duração;
Miócitos alongados,
Miócitos longos, multinucleados Miócitos estriados com um ou dois mononucleados e sem estrias
(núcleos periféricos). núcleos centrais. transversais.
Miofilamentos organizam-se em Células alongadas, irregularmente Contração involuntária e lenta.
estrias longitudinais e transversais. ramificadas, que se unem por
Contração rápida e voluntária estruturas especiais: discos
intercalares.
Contração involuntária, vigorosa e
rítmica.
2.3.2 - Contração
Filamentar ramificada
Forma Fusiforme Filamentar
(anastomosada)
Diâmetro: 7mm
Tamanho (valores médios) 30mm centímetros 15mm 100mm
Comprimento: 100mm
Origem (ponto fixo) é a extremidade do músculo que fica presa à peça óssea que não
se desloca. Inserção (ponto móvel) é a extremidade do músculo presa à peça óssea que se
desloca.
Nos membros, geralmente a origem de um músculo é proximal e a inserção distal. Porém
existem situações em que o músculo pode alterar seus pontos de origem e inserção. Exemplo:
quando um atleta eleva seu corpo numa barra, é o braço que se flete sobre o antebraço e a
peça óssea em deslocamento é o úmero. Considerando –se a ação do músculo braquial, agora
sua extremidade ulnar será a origem e a extremidade umeral será a inserção, quando
normalmente o músculo braquial prende-se na face anterior do úmero e da ulna atravessando
a articulação do cotovelo, ao contrair-se executa a flexão do antebraço e consideramos sua
extremidade umeral como origem e sua extremidade ulnar como inserção.
Origem: quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam
mais de uma cabeça de origem. São então classificados como músculos bíceps, tríceps ou
quadríceps, conforme apresentam 2, 3 ou 4 cabeças de origem. Exemplos clássicos
encontramos na musculatura dos membros e a nomenclatura acompanha a classificação.
Exemplo: músculo bíceps braquial, músculo tríceps da perna, músculo quadríceps da coxa.
Inserção: do mesmo modo os músculos podem inserir-se por mais de um tendão. Quando
há dois tendões são bicaudados, quando possuem três ou mais policaudados. Exemplo:
músculo flexor longo dos dedos do pé, músculos flexores e extensores dos dedos da mão.
Ação: dependendo da ação principal resultante da contração do músculo ele pode ser
classificado como flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral,
pronador, supinador, flexor plantar flexor dorsal etc.
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3 - SISTEMA NERVOSO
O impulso nervoso
Imagem: www.octopus.furg.br/ensino/anima/atpase/NaKATPase.html
Em repouso: canais
de sódio fechados.
Membrana é
praticamente
impermeável ao sódio,
impedindo sua difusão a
favor do gradiente de
concentração.
Sódio é bombeado
ativamente para fora
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Imagem: geocities.yahoo.com.br/jcc5001pt/museuelectrofisiologia.htm#impulsos
Imediatamente após a onda de despolarização ter-se propagado ao longo da fibra
nervosa, o interior da fibra torna-se carregado positivamente, porque um grande número de
íons sódio se difundiu para o interior. Essa positividade determina a parada do fluxo de íons
sódio para o interior da fibra, fazendo com que a membrana se torne novamente
impermeável a esses íons. Por outro lado, a membrana torna-se ainda mais permeável ao
potássio, que migra para o meio interno. Devido à alta concentração desse íon no interior,
muitos íons se difundem, então, para o lado de fora. Isso cria novamente eletronegatividade
no interior da membrana e positividade no exterior – processo chamado repolarização, pelo
qual se reestabelece a polaridade normal da membrana. A repolarização normalmente se
inicia no mesmo ponto onde se originou a despolarização, propagando-se ao longo da fibra.
Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os íons sódio para o exterior
da membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no interior da membrana, que se
torna temporariamente mais negativo do que o normal. A eletronegatividade excessiva no
interior atrai íons potássio de volta para o interior (por difusão e por transporte ativo). Assim,
o processo traz as diferenças iônicas de volta aos seus níveis originais.
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nervoso. Nas regiões dos nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente
de um nódulo para outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a
mielina é isolante). Fala-se em condução saltatória e com isso há um considerável aumento
da velocidade do impulso nervoso.
O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito corpo
celular axônio.
O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de
decisões e o envio de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o
sistema nervoso central e do sistema nervoso central para os órgãos efetores (músculos e
glândulas).
3.1.1.1 - O TELENCÉFALO
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa
aproximadamente 1,4 kg. O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais
bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e
motores. Entre os hemisférios, estão os VENTRÍCULOS CEREBRAIS (ventrículos laterais e
terceiro ventrículo); contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao
nível do tronco encefálico. São reservatórios do LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO,
(LÍQÜOR), participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.
Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro
esteja suficientemente compacto para caber na calota craniana, que não acompanha o seu
crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o
restante permanece por entre os sulcos.
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Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma atividade específica.
1. hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui
apenas três camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral.
2. córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo;
apresenta duas ou três camadas celulares.
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Imagem:McCRONE, JOHN.
Como o cérebro funciona.
Série Mais Ciência. São
Paulo, Publifolha, 2002.
A região
superficial do
telencéfalo, que
acomoda bilhões de corpos celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex
cerebral, formado a partir da fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O
córtex recobre um grande centro medular branco, formado por fibras axonais (substância
branca). Em meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos
de corpos celulares neuronais que formam os núcleos (gânglios) da base ou núcleos
(gânglios) basais - CAUDATO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO,
envolvidos em conjunto, no controle do movimento. Parece que os gânglios da base
participam também de um grande número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns
poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória
e da função cognitiva.
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Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto
Alegre 2ª ed, Artmed Editora, 2002.
Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos
movimentos são:
1. núcleo caudato: controla
movimentos intencionais grosseiros do
corpo (isso ocorre a nível sub-
consciente e consciente) e auxilia no
controle global dos movimentos do
corpo.
2. putamen: funciona em
conjunto com o núcleo caudato no
controle de movimentos intensionais
grosseiros. Ambos os núcleos
funcionam em associação com o córtex
motor, para controlar diversos padrões
de movimento.
3. globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes
do corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma
pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve primeiro
colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a musculatura do
braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas, principalmente, pelo globo
pálido.
4. núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os
movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo.
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de
movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com uma
conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas células estabelecem
sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua vez, faz conexões inibitórias
com células do tálamo (núcleo ventrolateral - VL). A conexão do tálamo com a área motora
do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células relacionadas a movimentos na área
motora do córtex. Portanto, a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a
excitação da área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo.
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Imagem: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências – Desvendando o Sistema Nervoso. Porto
Alegre 2ª ed, Artmed Editora, 2002.
O hipotálamo, também
constituído por substância cinzenta, é
o principal centro integrador das
atividades dos órgãos viscerais,
sendo um dos principais responsáveis
pela homeostase corporal. Ele faz
ligação entre o sistema nervoso e o
sistema endócrino, atuando na
ativação de diversas glândulas
endócrinas. É o hipotálamo que
controla a temperatura corporal,
regula o apetite e o balanço de água
no corpo, o sono e está envolvido na
emoção e no comportamento sexual.
Tem amplas conexões com as demais
áreas do prosencéfalo e com o
mesencéfalo. Aceita-se que o
hipotálamo desempenha, ainda, um
papel nas emoções. Especificamente,
as partes laterais parecem envolvidas
com o prazer e a raiva, enquanto que
a porção mediana parece mais ligada
à aversão, ao desprazer e à tendência
ao riso (gargalhada) incontrolável. De
um modo geral, contudo, a
participação do hipotálamo é menor
na gênese (“criação”) do que na
expressão (manifestações
sintomáticas) dos estados
emocionais.
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3.1.1.4 - O CEREBELO
Situado atrás do
cérebro está o cerebelo,
que é primariamente um
centro para o controle dos
movimentos iniciados pelo
córtex motor (possui
extensivas conexões com o
cérebro e a medula
espinhal). Como o cérebro,
também está dividido em
dois hemisférios. Porém, ao
contrário dos hemisférios
cerebrais, o lado esquerdo
do cerebelo está
relacionado com os
movimentos do lado
esquerdo do corpo,
enquanto o lado direito, com
os movimentos do lado
direito do corpo.
O cerebelo recebe
informações do córtex
motor e dos gânglios basais
de todos os estímulos
enviados aos músculos. A
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partir das informações do córtex motor sobre os movimentos musculares que pretende
executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações,
músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento
realmente executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista
realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o desempenho real
seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos
movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.
Córtex Cerebral
Funções:
• Pensamento
• Movimento voluntário
• Linguagem
• Julgamento
• Percepção
Cerebelo
Funções:
• Movimento
• Equilíbrio
• Postura
• Tônus muscular
O
Tronco
Tronco Encefálico Encefálico é
uma área do
Funções: encéfalo
que fica
entre o
• Respiração tálamo e a
• Ritmo dos batimentos cardíacos medula
• Pressão Arterial espinhal.
Possui
várias
Mesencéfalo estruturas
como o
Funções: bulbo, o
mesencéfal
• Visão o e a ponte.
Algumas
• Audição destas
• Movimento dos Olhos áreas são
• Movimento do corpo responsávei
s pelas
funções
básicas
para a
manutenção
da vida como a respiração, o batimento cardíaco e a pressão
arterial.
Bulbo: recebe informações de vários órgãos do corpo,
controlando as funções autônomas (a chamada vida vegetativa):
batimento cardíaco, respiração, pressão do sangue, reflexos de
salivação, tosse, espirro e o ato de engolir.
Ponte: Participa de algumas atividades do bulbo, interferindo
no controle da respiração, além de ser um centro de transmissão de
impulsos para o cerebelo. Serve ainda de passagem para as fibras
nervosas que ligam o cérebro à medula.
Sistema Límbico
Funções:
• Comportamento
Emocional
• Memória
• Aprendizado
• Emoções
• Vida vegetativa
(digestão,
circulação,
excreção etc.)
fibra nervosa é envolvida por uma camada conjuntiva denominada endoneuro. Cada feixe é
envolvido por uma bainha conjuntiva denominada perineuro. Vários feixes agrupados
paralelamente formam um nervo. O nervo também é envolvido por uma bainha de tecido
conjuntivo chamada epineuro. Em nosso corpo existe um número muito grande de nervos.
Seu conjunto forma a rede nervosa.
Os nervos que levam informações da periferia do corpo para o SNC são os nervos
sensoriais (nervos aferentes ou nervos sensitivos), que são formados por
prolongamentos de neurônios sensoriais (centrípetos). Aqueles que transmitem impulsos do
SNC para os músculos ou glândulas são nervos motores ou eferentes, feixe de axônios
de neurônios motores (centrífugos).
Existem ainda os nervos mistos, formados por axônios de neurônios sensoriais e por
neurônios motores.
Quando partem do
encéfalo, os nervos são
chamados de
cranianos; quando
partem da medula
espinhal denominam-se
raquidianos.
Do encéfalo
partem doze pares de
nervos cranianos. Três
deles são exclusivamente sensoriais, cinco são motores e os quatro restantes são mistos.
Os 31 pares de nervos raquidianos que saem da medula relacionam-se com os músculos esqueléticos.
Eles se formam a partir de duas
raízes que saem lateralmente da
medula: a raiz posterior ou dorsal,
que é sensitiva, e a raiz anterior ou
ventral, que é motora. Essas raízes
se unem logo após saírem da
medula. Desse modo, os nervos
raquidianos são todos mistos. Os
corpos dos neurônios que formam
as fibras sensitivas dos nervos
sensitivos situam-se próximo à
medula, porém fora dela,
reunindo-se em estruturas
especiais chamadas gânglios
espinhais. Os corpos celulares
dos neurônios que formam as fibras
motoras localizam-se na medula.
De acordo com as regiões da coluna
vertebral, os 31 pares de nervos
raquidianos distribuem-se da
seguinte forma:
• Dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral. Esses ramos são formados
por pequenas dilatações denominadas gânglios, num total de 23 pares.
• Um conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos de nutrição,
como o estômago, o coração e os pulmões.
• Um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos raquidianos,
fazendo com que os sistema autônomo não seja totalmente independente do sistema
nervoso cefalorraquidiano.
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O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam energia,
permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema
simpático é responsável pela aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da
pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo
geral do corpo.
3.1.2.2.2 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO
• Reflexos calóricos: o calor aplicado à pele determina um reflexo que passa através
da medula espinhal e volta a ela, dilatando os vasos sangüíneos cutâneos. Também o
aquecimento do sangue que passa através do centro de controle térmico do hipotálamo
aumenta o grau de vasodilatação superficial, sem alterar os vasos profundos.
• Exercícios: durante o exercício físico, o metabolismo aumentado nos músculos tem
um efeito local de dilatação dos vasos sangüíneos musculares; porém, ao mesmo
tempo, o sistema simpático tem efeito vasoconstritor para a maioria das outras regiões
do corpo. A vasodilatação muscular permite que o sangue flua facilmente através dos
músculos, enquanto a vasoconstrição diminui o fluxo sangüíneo em todas as regiões
do corpo, exceto no coração e no cérebro.
Nas junções neuro-musculares, tanto nos gânglios do SNPA simpático como nos do
parassimpático, ocorrem sinapses químicas entre os neurônios pré-ganglionares e pós-
ganglionares. Nos dois casos, a substância neurotransmissora é a acetilcolina. Esse
mediador químico atua nas dobras da membrana, aumentando a sua permeabilidade aos
íons sódio, que passa para o interior da fibra, despolarizando essa área da membrana do
músculo. Essa despolarização local promove um potencial de ação que é conduzido em
ambas as direções ao longo da fibra, determinando uma contração muscular. Quase
imediatamente após ter a acetilcolina estimulado a fibra muscular, ela é destruída, o que
permite a despolarização da membrana.
4 - SISTEMA CIRCULATÓRIO
4.1 - CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso
esterno, ligeiramente deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho
aproximado de um punho fechado e pesa cerca de 400 gramas.
O coração humano, como o dos demais mamíferos, apresenta quatro cavidades: duas
superiores, denominadas átrios (ou aurículas) e duas inferiores, denominadas ventrículos. O
átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspide. O átrio
esquerdo, por sua vez, comunica-se com o ventrículo esquerdo através da válvula bicúspide
ou mitral.A função das válvulas cardíacas é garantir que o sangue siga uma única direção,
sempre dos átrios para os ventrículos.
Fatores que aumentam a freqüência cardíaca Fatores que diminuem a freqüência cardíaca
Imagem: www.saludhoy.com/htm/homb/articulo/infarca1.html
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Imagem: www.braile.com.br/saude/hospital1.pdf
Imagens: www.geocities.com/HotSprings/Villa/1298/heartmate.html
Cateterismo (angioplastia por stent):
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4.2.3 - Aterosclerose
Doença devida ao aparecimento, nas paredes das artérias, de depósitos contendo
principalmente LDL colesterol (“mau colesterol”), mas também pequenas quantidades de
fosfolipídios e gorduras neutras (placas de ateroma). Trabalhos recentes indicam que o LDL
se acumula no interior das paredes dos vasos, onde seus componentes se oxidam e sofrem
outras alterações. Os componentes alterados dão origem a uma resposta inflamatória que
altera progressiva e perigosamente os vasos. Gradualmente desenvolve-se fibrose dos
tecidos situados ao redor ou no interior dos depósitos gordurosos e, freqüentemente, a
combinação do cálcio dos líquidos orgânicos com gordura forma compostos sólidos de
cálcio que, eventualmente, se desenvolve em placas duras, semelhantes aos ossos. Dessa
forma, no estágio inicial da aterosclerose aparecem apenas depósitos gordurosos nas
paredes dos vasos, mas nos estágios terminais os vasos podem tornar-se extremamente
fibróticos e contraídos, ou mesmo de consistência óssea dura, caracterizando uma condição
chamada arteriosclerose ou endurecimento das artérias.
Imagem: www.unifesp.br/dmed/cardio/ch/cardio.htm
Descobertas recentes indicam que os efeitos protetores do HDL colesterol (“bom
colesterol”) derivam não só da remoção do LDL colesterol dos vasos, mas também por
interferirem na oxidação de LDL.
A aterosclerose muitas vezes cauda oclusão coronária aguda, provocando infarto do
miocárdio ou "ataque cardíaco".
Prevenção:Reduzir o peso e a ingestão de gorduras saturadas e colesterol (presente
apenas em alimentos de origem animal), parar de fumar, fazer exercícios físicos.
4.2.4 - Arritmia
4.2.6 - Hipertensão
O termo hipertensão significa pressão arterial alta. Caracteriza-se por uma pressão
sistólica superior a 14cm de mercúrio (14 cmHg = 140 mmHg) e uma pressão diastólica
superior a 9 cm de mercúrio (9 cmHg ou 90 mmHg). A hipertensão pode romper os vasos
sangüíneos cerebrais (causando acidente vascular cerebral ou derrame), renais (causando
insuficiência renal) ou de outros órgãos vitais, causando cegueira, surdez etc. Pode também
determinar uma sobrecarga excessiva sobre o coração, causando sua falência.
Causas da hipertensão: o conceito mais moderno e aceito de hipertensão defende
que a doença não tem uma origem única, mas é fruto da associação de vários fatores,
alguns deles incontroláveis: hereditariedade, raça, sexo e idade. As causas se combinam,
exercendo ação recíproca e sinérgica. Veja na tabela a seguir o “peso” de cada um desses
ingredientes:
Etnia ou raça:Por motivos também de ordem genética
Genética: fatores genéticos podem predispor à
talvez, a hipertensão incida mais e de forma mais severa
hipertensão.
sobre negros.
5 - SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários
órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses
órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os
bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões.
67
Pulmões: Os pulmões
humanos são órgãos
esponjosos, com
aproximadamente 25 cm de
comprimento, sendo
envolvidos por uma membrana
serosa denominada pleura.
Nos pulmões os brônquios
ramificam-se profusamente,
dando origem a tubos cada
vez mais finos, os
bronquíolos. O conjunto
altamente ramificado de
bronquíolos é a árvore
brônquica ou árvore
respiratória.
Ventilação pulmonar
A inspiração, que promove a entrada de
ar nos pulmões, dá-se pela contração da
musculatura do diafragma e dos músculos
intercostais. O diafragma abaixa e as costelas
elevam-se, promovendo o aumento da caixa
torácica, com conseqüente redução da
pressão interna (em relação à externa),
forçando o ar a entrar nos pulmões.
69
Inadequada 15 a 30
Péssima 30 a 40
Crítica Acima de 40
10 Nenhum
60 Dores de cabeça
270 Inconsciência
800 Morte
5. 2 - Controle da respiração
Em relativo repouso, a freqüência respiratória é da ordem de 10 a 15 movimentos por
minuto.
A respiração é controlada automaticamente por um centro nervoso localizado no bulbo.
Desse centro partem os nervos responsáveis pela contração dos músculos respiratórios
(diafragma e músculos intercostais). Os sinais nervosos são transmitidos desse centro
através da coluna espinhal para os músculos da respiração. O mais importante músculo da
respiração, o diafragma, recebe os sinais respiratórios através de um nervo especial, o
nervo frênico, que deixa a medula espinhal na metade superior do pescoço e dirige-se
para baixo, através do tórax até o diafragma. Os sinais para os músculos expiratórios,
especialmente os músculos abdominais, são transmitidos para a porção baixa da medula
71
espinhal, para os nervos espinhais que inervam os músculos. Impulsos iniciados pela
estimulação psíquica ou sensorial do córtex cerebral podem afetar a respiração. Em
condições normais, o centro respiratório (CR) produz, a cada 5 segundos, um impulso
nervoso que estimula a contração da musculatura torácica e do diafragma, fazendo-nos
inspirar. O CR é capaz de aumentar e de diminuir tanto a freqüência como a amplitude dos
movimentos respiratórios, pois possui quimiorreceptores que são bastante sensíveis ao pH
do plasma. Essa capacidade permite que os tecidos recebam a quantidade de oxigênio que
necessitam, além de remover adequadamente o gás carbônico. Quando o sangue torna-se
mais ácido devido ao aumento do gás carbônico, o centro respiratório induz a aceleração
dos movimentos respiratórios. Dessa forma, tanto a freqüência quanto a amplitude da
respiração tornam-se aumentadas devido à excitação do CR.
Em situação contrária, com a depressão do CR, ocorre diminuição da freqüência e
amplitude respiratórias.
A respiração é ainda o principal mecanismo de controle do pH do sangue.
6 - O SISTEMA DIGESTÓRIO
O sistema digestório humano é
formado por um longo tubo musculoso, ao
qual estão associados órgãos e glândulas
que participam da digestão. Apresenta as
seguintes regiões; boca, faringe, esôfago,
estômago, intestino delgado, intestino
grosso e ânus.
6.1 - BOCA
A abertura pela qual o alimento entra
no tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se
os dentes e a língua, que preparam o
alimento para a digestão, por meio da
mastigação. Os dentes reduzem os
alimentos em pequenos pedaços,
misturando-os à saliva, o que irá facilitar a
futura ação das enzimas.
73
6.2 - A língua
www.webciencia.com/11_11glandula.htm
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão
do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada
de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação
do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa
superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre
desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa
(gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).
A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da
vitamina B12.
O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se
misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal,
transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo.
Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos,
liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão.
m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e
compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este
esvazia seu conteúdo no intestino.
A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções
do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que
contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile,
produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os
sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras
(fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas).
6.8.1 - Pâncreas
6.8.2 - Fígado
• Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando,
assim, a ação da lipase;
• Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
• Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
• Metabolizar lipídeos;
• Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
• Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do
organismo;
• Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
7 - SISTEMA URINÁRIO/EXCRETOR
O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue,
produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído
por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do
abdome, logo abaixo do diafragma, um de
cada lado da coluna vertebral, nessa
posição estão protegidos pelas últimas
costelas e também por uma camada de
gordura. Têm a forma de um grão de feijão
enorme e possuem uma cápsula fibrosa,
que protege o córtex - mais externo, e a
medula - mais interna.
Cada rim é formado de tecido
conjuntivo, que sustenta e dá forma ao
órgão, e por milhares ou milhões de
unidades filtradoras, os néfrons,
localizados na região renal.
O néfron é uma longa estrutura
tubular microscópica que possui, em uma
das extremidades, uma expansão em
forma de taça, denominada cápsula de
Bowman, que se conecta com o túbulo
contorcido proximal, que continua pela
alça de Henle e pelo túbulo contorcido
distal; este desemboca em um tubo Imagem:
80
Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.
A ELIMINAÇÃO DE URINA
Ureter
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem
para formar canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos
origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim em
direção à bexiga urinária.
Bexiga urinária
Uretra
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher,
na região vulvar e, no homem, na extremidade do pênis. Sua
comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis
musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses
anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se,
urinamos.
83
SISTEMAS REPRODUTORES
• Estimulam os
folículos pilosos para
que façam crescer a
barba masculina e o
pêlo pubiano.
• Estimulam o
crescimento das
glândulas sebáceas e
a elaboração do
sebo.
• Produzem o aumento
de massa muscular
nas crianças durante
a puberdade, pelo
aumento do tamanho
das fibras
musculares.
• Ampliam a laringe e
tornam mais grave a
voz.
• Fazem com que o
desenvolvimento da massa óssea seja maior, protegendo contra a osteoporose.
84
Epidídimos: são dois tubos enovelados que partem dos testículos, onde os
espermatozóides são armazenados.
Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga
urinária e unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.
Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no
ducto ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na
composição do sêmen. O líquido das vesículas seminais age como fonte de energia para os
espermatozóides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfatos,
nitrogênio não protéico, cloretos, colina (álcool de cadeia aberta considerado como
integrante do complexo vitamínico B) e prostaglandinas (hormônios produzidos em
numerosos tecidos do corpo. Algumas prostaglandinas atuam na contração da musculatura
lisa do útero na dismenorréia – cólica menstrual, e no orgasmo; outras atuam promovendo
vasodilatação em artérias do cérebro, o que talvez justifique as cefaléias – dores de cabeça
– da enxaqueca. São formados a partir de ácidos graxos insaturados e podem ter a sua
síntese interrompida por analgésicos e antiinflamatórios).
Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substâncias alcalinas
que neutralizam a acidez da urina e ativa os espermatozóides.
Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada
dentro da uretra para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozóides. Também tem
função na lubrificação do pênis durante o ato sexual.
Pênis: é considerado o principal
órgão do aparelho sexual masculino,
sendo formado por dois tipos de tecidos
cilíndricos: dois corpos cavernosos e um
corpo esponjoso (envolve e protege a
uretra). Na extremidade do pênis
encontra-se a glande - cabeça do
pênis, onde podemos visualizar a
abertura da uretra. Com a manipulação
da pele que a envolve - o prepúcio -
acompanhado de estímulo erótico,
ocorre a inundação dos corpos
cavernosos e esponjoso, com sangue,
tornando-se rijo, com considerável
aumento do tamanho (ereção). O
prepúcio deve ser puxado e higienizado a fim de se retirar dele o esmegma (uma secreção
sebácea espessa e esbranquiçada, com forte odor, que consiste principalmente em células
epiteliais descamadas que se acumulam debaixo do prepúcio). Quando a glande não
consegue ser exposta devido ao estreitamento do prepúcio, diz-se que a pessoa tem
fimose.
A uretra é comumente um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada
da bexiga se contraem durante a ereção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum
sêmen entre na bexiga. Todos os espermatozóides não ejaculados são reabsorvidos pelo
corpo dentro de algum tempo.
Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca de 70
dias para ser produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura
normal do corpo (36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo,
dentro da bolsa escrotal, que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os
testículos do corpo), mantendo-os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C
abaixo da corporal.
TESTOSTERONA
Efeito na Espermatogênese. A testosterona faz com que os testículos cresçam. Ela
deve estar presente, também, junto com o folículo estimulante, antes que a
espermatogênese se complete.
Efeito nos caracteres sexuais masculinos. Depois que um feto começa a se
desenvolver no útero materno, seus testículos começam a secretar testosterona, quando
tem poucas semanas de vida apenas. Essa testosterona, então, auxilia o feto a desenvolver
órgãos sexuais masculinos e características secundárias masculinas. Isto é, acelera a
formação do pênis, da bolsa escrotal, da próstata, das vesículas seminais, dos ductos
deferentes e dos outros órgãos sexuais masculinos. Além disso, a testosterona faz com que
os testículos desçam da cavidade abdominal para a bolsa escrotal; se a produção de
testosterona pelo feto é insuficiente, os testículos não conseguem descer; permanecem na
cavidade abdominal. A secreção da testosterona pelos testículos fetais é estimulada por um
hormônio chamado gonadotrofina coriônica, formado na placenta durante a gravidez.
Imediatamente após o nascimento da criança, a perda de conexão com a placenta remove
esse feito estimulador, de modo que os testículos deixam de secretar testosterona. Em
conseqüência, as características sexuais interrompem seu desenvolvimento desde o
nascimento até à puberdade. Na puberdade, o reaparecimento da secreção de testosterona
induz os órgãos sexuais masculinos a retomar o crescimento. Os testículos, a bolsa escrotal
e o pênis crescem, então, aproximadamente mais 10 vezes.
Efeito nos caracteres sexuais secundários. Além dos efeitos sobre os órgãos
genitais, a testosterona exerce outros efeitos gerais por todo o organismo para dar ao
homem adulto suas características distintivas. Faz com que os pêlos cresçam na face, ao
longo da linha média do abdome, no púbis e no tórax. Origina, porém, a calvície nos
homens que tenham predisposição hereditária para ela. Estimula o crescimento da laringe,
de maneira que o homem, após a puberdade fica com a voz mais grave. Estimula um
aumento na deposição de proteína nos músculos, pele, ossos e em outras partes do corpo,
de maneira que o adolescente do sexo masculino se torna geralmente maior e mais
musculoso do que a mulher, nessa fase. Algumas vezes, a testosterona também promove
uma secreção anormal das glândulas sebáceas da pele, fazendo com que se desenvolva a
acne pós-puberdade na face.
Na ausência de testosterona, as características sexuais secundárias não se
desenvolvem e o indivíduo mantém um aspecto sexualmente infantil.
O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas
(trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da
cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora.
86
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de
comprimento, de paredes elásticas, que liga o
colo do útero aos genitais externos. Contém
de cada lado de sua abertura, porém
internamente, duas glândulas denominadas
glândulas de Bartholin, que secretam um
muco lubrificante.
A entrada da vagina é protegida por uma
membrana circular - o hímen - que fecha
parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase
sempre perfurado no centro, podendo ter
formas diversas. Geralmente, essa membrana
se rompe nas primeiras relações sexuais.
A vagina é o local onde o pênis deposita
os espermatozóides na relação sexual. Além
de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do
parto, a saída do bebê.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-
mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher
reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais
internamente, outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos
lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris,
formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem.
Ovários: são as gônadas femininas.
Produzem estrógeno e progesterona,
hormônios sexuais femininos que serão
vistos mais adiante.
No final do desenvolvimento
embrionário de uma menina, ela já tem
todas as células que irão transformar-se
em gametas nos seus dois ovários. Estas
células - os ovócitos primários -
encontram-se dentro de estruturas
denominadas folículos de Graaf ou
folículos ovarianos. A partir da
adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a
desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno.
Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação,
rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gaemta feminino): fenômeno conhecido
como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo
lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o
tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma
pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.
87
CICLO MENSTRUAL
O ciclo menstrual na mulher é causado pela secreção alternada dos hormônios
folículo-estimulante e luteinizante, pela pituitária (hipófise) anterior (adenohipófise), e dos
estrogênios e progesterona, pelos ovários. O ciclo de fenômenos que induzem essa
alternância tem a seguinte explicação:
1. No começo do ciclo menstrual, isto é, quando a menstruação se inicia, a pituitária
anterior secreta maiores quantidades de hormônio folículo-estimulante juntamente com
pequenas quantidades de hormônio luteinizante. Juntos, esses hormônios promovem o
crescimento de diversos folículos nos ovários e acarretam uma secreção considerável de
estrogênio (estrógeno).
2. Acredita-se que o estrogênio tenha, então, dois efeitos seqüenciais sobre a
secreção da pituitária anterior. Primeiro, inibiria a secreção dos hormônios folículo-
estimulante e luteinizante, fazendo com que suas taxas declinassem a um mínimo por volta
do décimo dia do ciclo. Depois, subitamente a pituitária anterior começaria a secretar
quantidades muito elevadas de ambos os hormônios mas principalmente do hormônio
luteinizante. É essa fase de aumento súbito da secreção que provoca o rápido
desenvolvimento final de um dos folículos ovarianos e a sua ruptura dentro de cerca de dois
dias.
3. O processo de ovulação, que ocorre por volta do décimo quarto dia de um ciclo
normal de 28 dias, conduz ao desenvolvimento do corpo lúteo ou corpo amarelo, que
secreta quantidades elevadas de progesterona e quantidades consideráveis de estrogênio.
4. O estrogênio e a progesterona secretados pelo corpo lúteo inibem novamente a
pituitária anterior, diminuindo a taxa de secreção dos hormônios folículo-estimulante e
luteinizante. Sem esses hormônios para estimulá-lo, o corpo lúteo involui, de modo que a
secreção de estrogênio e progesterona cai para níveis muito baixos. É nesse momento que
a menstruação se inicia, provocada por esse súbito declínio na secreção de ambos os
hormônios.
5. Nessa ocasião, a pituitária anterior, que estava inibida pelo estrogênio e pela
progesterona, começa a secretar outra vez grandes quantidades de hormônio folículo-
estimulante, iniciando um novo ciclo. Esse processo continua durante toda a vida
reprodutiva da mulher.
89
Resposta: Considerando o primeiro dia do ciclo como 22 e que seu ciclo é de 28 dias,
temos:
22 23 24 25 26 27 28 29 30
[01 02 03 04 05 06 07 08 09]
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Menstruará novamente no dia 19/10 (n). Ocorrendo a ovulação 14 dias ANTES da
menstruação, esta se dará no dia 05/10 (considerando a fórmula n - 14, teremos: 19 - 14 =
5, ou seja, dia 05 será seu provável dia de ovulação). Como seu período fértil aproximado
localiza-se 4 dias antes e 4 dias após a ovulação, então o início dos dias férteis será 01/10 e
o término, 09/10. Resposta: 45.
Como é comum em algumas mulheres uma pequena variação no tamanho do ciclo
menstrual, o cálculo para o período fértil deverá compreender o ciclo mais curto e o mais
longo. Neste caso, primeiramente a mulher deverá anotar o 1° dia da menstruação durante
vários meses e calcular a duração de seus ciclos (cada um deles contado do primeiro dia da
menstruação). A partir daí, deverá proceder da seguinte forma para calcular o período fértil:
1. subtrair 14 dias do ciclo mais curto (dia da ovulação);
2. subtrair 14 dias do ciclo mais longo (dia da ovulação);
3. subtrair pelo menos 3 dias do dia da ovulação do ciclo mais curto e
somar 3 dias ao dia da ovulação do ciclo mais longo.
Exemplo: suponha que o ciclo mais curto da mulher exemplificada anteriormente
tenha sido de 26 dias e o mais longo, de 30 dias. O cálculo do período fértil será feito assim:
1. subtraindo 14 dias do ciclo mais curto: 26 a ovulação deverá
ter ocorrido no 12° dia do ciclo mais curto;
2. subtraindo 14 dias do ciclo mais longo: 30 a ovulação deverá
ter ocorrido no 16° dia do ciclo mais longo;
3. subtraindo 3 dias do dia da ovulação do ciclo mais curto (12 e
somando 3 dias ao dia da ovulação do ciclo mais longo (16 + 3 = 19), o período fértil
ficará entre o 9° e o 19° dia de qualquer ciclo menstrual desta mulher. Os dias
restantes serão os dias não-férteis.
OBSERVAÇÃO: os cálculos acima só funcionam para mulheres com ciclos regulares
(ou que sofrem apenas pequenas variações nos ciclos).
HORMÔNIOS DA GRAVIDEZ
HORMÔNIOS DO PARTO
A ocitocina é um hormônio que potencializa as contrações uterinas tornando-as fortes
e coordenadas, até completar-se o parto.
Quando inicia a gravidez, não existem receptores no útero para a ocitocina. Estes
receptores vão aparecendo gradativamente no decorrer da gravidez. Quando a ocitocina se
liga a eles, causa a contração do músculo liso uterino e também, estimulação da produção
de prostaglandinas, pelo útero, que ativará o músculo liso uterino.
92
Imagens: www.embarazada.com
estimula o desenvolvimento
FSH ovário do folículo, a secreção de
estrógeno e a ovulação
estimula a ovulação e o
LH ovário desenvolvimento do corpo
amarelo.
estimula a produção de
leite (após a estimulação
Prolactina mamas prévia das glândulas
Hipófise mamárias por estrógeno e
progesterona).
- secretado em quantidades
moderadas durante a última
fase da gravidez e em
grande quantidade durante
Ocitocina Útero e mamas o parto. Promove a
contração do útero para a
expulsão da criança.
- promove a ejeção do leite
durante a amamentação
Estrógeno
inibe a produção de FSH e
hipófise
estimula a produção de LH
completa a regeneração da
mucosa uterina, estimula a
secreção das glândulas
útero
Progesterona endometriais e mantém o
útero preparado para a
gravidez.
estimula o desenvolvimento
mamas das glândulas mamárias
para secreção láctea.
estimula a produção de
progesterona e estrógeno;
Placenta HGC corpo lúteo
inibe a menstruação e nova
ovulação.
95
10 - SISTEMA ENDÓCRINO
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como
atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são
lançados na corrente sangüínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou
auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou
regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo.
Constituição dos órgãos do sistema endócrino
Situa-se na base do
encéfalo, em uma cavidade
do osso esfenóide chamada
tela túrcica. Nos seres
humanos tem o tamanho
aproximado de um grão de
ervilha e possui duas partes:
o lobo anterior (ou adeno-
hipófise) e o lobo posterior
(ou neuro-hipófise).
96
10.2 - Hipotálamo
10.3 - Tireóide
Localiza-se no pescoço, estando apoiada sobre as cartilagens da laringe e da traquéia.
Seus dois hormônios, triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), aumentam a velocidade dos
processos de oxidação e de liberação de energia nas células do corpo, elevando a taxa
metabólica e a geração de calor. Estimulam ainda a produção de RNA e a síntese de
proteínas, estando relacionados ao crescimento, maturação e desenvolvimento. A
calcitonina, outro hormônio secretado pela tireóide, participa do controle da concentração
sangüínea de cálcio, inibindo a remoção do cálcio dos ossos e a saída dele para o plasma
sangüíneo, estimulando sua incorporação pelos ossos.
98
10.4 - Paratireóides
São pequenas glândulas, geralmente em número de quatro, localizadas na região
posterior da tireóide. Secretam o paratormônio, que estimula a remoção de cálcio da matriz
óssea (o qual passa para o plasma sangüíneo), a absorção de cálcio dos alimentos pelo
intestino e a reabsorção de cálcio pelos túbulos renais, aumentando a concentração de
cálcio no sangue. Neste contexto, o cálcio é importante na contração muscular, na
coagulação sangüínea e na excitabilidade das células nervosas.
10.6 - Pâncreas
É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e
determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as
secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de
Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois
hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.
11 – SISTEMA SENSORIAL
Em geral, os receptores sensitivos podem ser simples, como uma ramificação nervosa;
mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos complexos,
providos de sofisticados sistemas funcionais.
Dessa maneira:
è pelo tato -
sentimos o frio, o
calor, a pressão
atmosférica, etc;
è pela
gustação -
identificamos os
sabores;
è pelo olfato -
sentimos o odor ou
cheiro;
è pela audição
- captamos os sons;
è pela visão -
observamos as
cores, as formas, os
contornos, etc.
Portanto, em
nosso corpo os
órgãos dos sentidos
estão encarregados
de receber
estímulos externos.
Esses órgãos são:
è a pele - para o tato;
è a língua - para a gustação;
è as fossas nasais - para o olfato;
è os ouvidos - para a audição;
è os olhos - para a visão.
Imagem: AMABIS & MARTHO. Conceitos de Biologia Volume 2. São Paulo, Editora Moderna, 2001.
11.1 - VISÃO
ANATOMIA DO OLHO
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Acuidade visual
Meios transparentes:
- Córnea: porção transparente da túnica externa (esclerótica); é circular no seu
contorno e de espessura uniforme. Sua superfície é lubrificada pela lágrima, secretada
pelas glândulas lacrimais e drenada para a cavidade nasal através de um orifício existente
no canto interno do olho.
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- humor aquoso: fluido aquoso que se situa entre a córnea e o cristalino, preenchendo
a câmara anterior do olho.
- cristalino: lente biconvexa coberta por uma membrana transparente. Situa-se atrás
da pupila e e orienta a passagem da luz até a retina. Também divide o interior do olho em
dois compartimentos contendo fluidos ligeiramente diferentes: (1) a câmara anterior,
preenchida pelo humor aquoso e (2) a câmara posterior, preenchida pelo humor vítreo.
Pode ficar mais delgado ou mais espesso, porque é preso ao músculo ciliar, que pode
torna-lo mais delgado ou mais curvo. Essas mudanças de forma ocorrem para desviar os
raios luminosos na direção da mancha amarela. O cristalino fica mais espesso para a visão
de objetos próximos e, mais delgado para a visão de objetos mais distantes, permitindo que
nossos olhos ajustem o foco para diferentes distâncias visuais. A essa propriedade do
cristalino dá-se o nome de acomodação visual. Com o envelhecimento, o cristalino pode
perder a transparência normal, tornando-se opaco, ao que chamamos catarata.
- humor vítreo: fluido mais viscoso e gelatinoso que se situa entre o cristalino e a
retina, preenchendo a câmara posterior do olho. Sua pressão mantém o globo ocular
esférico.
Como já mencionado anteriormente, o globo ocular apresenta, ainda, anexos: as
pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou supercílios, as glândulas lacrimais e os
músculos oculares.
As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma membrana
chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o líquido que
conhecemos como lágrima. Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de
excesso de luz nos olhos, e as sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles. As
glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado pelos
movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso de líquido
desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao exterior do nariz.
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11.2 - AUDIÇÃO
11.2.1 - ANATOMIA DA ORELHA
O órgão responsável pela audição é
a orelha (antigamente denominado
ouvido), também chamada órgão
vestíbulo-coclear ou estato-acústico.
A maior parte da orelha fica no
osso temporal, que se localiza na caixa
craniana. Além da função de ouvir, o
ouvido também é responsável pelo
equilíbrio.
A orelha está dividida em três
partes: orelhas externa, média e interna
(antigamente denominadas ouvido
externo, ouvido médio e ouvido interno).
a) ORELHA EXTERNA
A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo
(antigamente denominado orelha) e pelo canal auditivo externo
ou meato auditivo.
b) ORELHA MÉDIA
A orelha média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um
espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três ossículos
articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo, bigorna e estribo. Esses
ossículos encontram-se suspensos na orelha média, através de ligamentos.
O cabo do martelo está encostado no tímpano; o estribo apóia-se na janela oval, um
dos orifícios dotados de membrana da orelha interna que estabelecem comunicação com a
orelha média. O outro orifício é a janela redonda. A orelha média comunica-se também
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c) ORELHA INTERNA
A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal,
revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a orelha média pelas
janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou caracol -
relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e
constituída pelo vestíbulo e pelos canais semicirculares.
ainda mais distante, e esse processo repete-se continuamente até que a onda finalmente
alcança a orelha.
A orelha humana é um órgão altamente sensível que nos capacita a perceber e
interpretar ondas sonoras em uma gama muito ampla de freqüências (16 a 20.000 Hz - Hertz
ou ondas por segundo).
Até os
últimos anos
acreditava-se
que existiam
quatro tipos
inteiramente
diferentes de
papila gustativa,
cada qual
detectando uma
das sensações
gustativas
primárias
particular. Sabe-
se agora que
todas as papilas
gustativas
possuem alguns graus de sensibilidade para cada uma
1.Papilas circunvaladas das sensações gustativas primárias. Entretanto, cada
2.Papilas fungiformes papila normalmente tem maior grau de sensibilidade
3. Papilas filiformes para uma ou duas das sensações gustativas. O cérebro
detecta o tipo de gosto pela relação (razão) de
Imagem:
estimulação entre as diferentes papilas gustativas. Isto
www.nib.unicamp.br/svol/sentidos.html é, se uma papila que detecta principalmente salinidade
/sentidos.html é estimulada com maior intensidade que as papilas que
respondem mais a outros gostos, o cérebro interpreta a
sensação como de salinidade, embora outras papilas
tenham sido estimuladas, em menor extensão, ao
mesmo tempo.
11.4 - O OLFATO
O olfato humano é pouco desenvolvido se comparado ao de outros mamíferos. O
epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual com
seis pêlos sensoriais (um cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, cada qual
com pelo menos 100 pêlos sensoriais). Os receptores olfativos são neurônios genuínos, com
receptores próprios que penetram no sistema nervoso central.
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A cavidade nasal,
que começa a partir
das janelas do nariz,
está situada em cima
da boca e debaixo da
caixa craniana.
Contém os órgãos do
sentido do olfato, e é
forrada por um epitélio
secretor de muco. Ao
circular pela cavidade
nasal, o ar se purifica,
umedece e esquenta. O
órgão olfativo é a
mucosa que forra a
parte superior das
fossas nasais -
chamada mucosa
olfativa ou amarela, para distingui-la da vermelha - que cobre a parte inferior.
A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos, e contém
glândulas que secretam muco, que mantém úmida a região. Se os capilares se dilatam e o
muco é secretado em excesso, o nariz fica obstruído, sintoma característico do resfriado.
A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. Os
dendritos das células olfativas possuem prolongamentos sensíveis (pêlos olfativos), que
ficam mergulhados na camada de muco que recobre as cavidades nasais. Os produtos
voláteis ou de gases perfumados ou ainda de substâncias lipossolúveis que se desprendem
das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas fossas nasais e se dissolvem no
muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os prolongamentos sensoriais.
Dessa forma, geram impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo celular das
células olfativas, de onde atingem os axônios, que se comunicam com o bulbo olfativo. Os
axônios se agrupam de 10-100 e penetram no osso etmóide para chegar ao bulbo olfatório,
onde convergem para formar estruturas sinápticas chamadas glomérulos. Estas se conectam
em grupos que convergem para as células mitrais. Fisiologicamente essa convergência
aumenta a sensibilidade olfatória que é enviada ao Sistema Nervoso Central (SNC), onde o
processo de sinalização é interpretado e decodificado.
A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para estimula-la,
produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais intensa quanto maior for a
quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da substância
odorífera no ar.
O olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto mastigamos,
sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro. Do ponto de vista adaptativo, o olfato tem
uma nítida vantagem em relação ao paladar: não necessita do contato direto com o objeto
percebido para que haja a excitação, conferindo maior segurança e menor exposição a
estímulos lesivos.
O olfato, como a visão, possui uma enorme capacidade adaptativa. No início da
exposição a um odor muito forte, a sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas,
após um minuto, aproximadamente, o odor será quase imperceptível.
Porém, ao contrário da visão, capaz de perceber um grande número de cores ao mesmo
tempo, o sistema olfativo detecta a sensação de um único odor de cada vez. Contudo, um
odor percebido pode ser a combinação de vários outros diferentes. Se tanto um odor pútrido
quanto um aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso,
ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre doce e pútrida.
12 - SISTEMA TEGUMENTAR
12.1 - Epiderme
A epiderme é um epitélio
multiestratificado, formado por várias
camadas (estratos) de células
achatadas (epitélio pavimentoso)
justapostas. A camada de células mais
interna, denominada epitélio
germinativo, é constituída por células
que se multiplicam continuamente;
dessa maneira, as novas células
geradas empurram as mais velhas para
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12.2 - Derme
A derme, localizada imediatamente
sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que
contém fibras protéicas, vasos sangüíneos,
terminações nervosas, órgãos sensoriais e
glândulas. As principais células da derme
são os fibroblastos, responsáveis pela
produção de fibras e de uma substância
gelatinosa, a substância amorfa, na qual
os elementos dérmicos estão mergulhados.
A epiderme penetra na derme e origina
os folículos pilosos, glândulas sebáceas e
glândulas sudoríparas. Na derme
encontramos ainda: músculo eretor de pêlo,
fibras elásticas (elasticidade), fibras
colágenas (resistência), vasos sangúíneos e
nervos.
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16- CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia.
17- ATLAS INTERATIVO DE ANATOMIA HUMANA. Artmed Editora.
18- ENCICLOPÉDIA MULTIMÍDIA DO CORPO HUMANO - Planeta DeAgostini - Ed.
Planeta do Brasil Ltda.