Você está na página 1de 130

DENSITOMETRIA ÓSSEA

Profa. Ivanesa Soares


Aula 1-Ementa
 Anatomia Óssea;
 Remodelação Óssea;
 Abordagem sobre osteoporose;
 Causas e consequências da doença;
 Avaliação da massa óssea por DXA;
 Proteção Radiológica e Controle de Qualidade;
 Aquisição da imagem densitométrica;
 Artefatos;
 Protocolos.
Introdução
 Osteoporose é um assunto incluído recentemente no
currículo médico.

 Até os anos 80 não havia parâmetros mensuráveis para avaliar


a evolução, ou involução, dessa doença.

 Com o advento e popularização do exame de Densitometria


óssea, o conhecimento dessa doença tem evoluído a passos
largos.
Aula 2 - Função do esqueleto
Anatomia
 Tecido conectivo especializado.
 Células e matriz extracelular.
 Constituída por fibras colágenas e
proteínas com capacidade única de
calcificar-se
 Função:
a) Mecânica, de sustentação e
locomoção.
b) Protetora, de órgãos vitais e
medula óssea.
c) Metabólica, como reserva de íons,
principalmente cálcio e fósforo.
Classificação Morfológica dos Ossos
OSSOS PLANOS

crânio

escápula
Tipos de Ossos
 Cortical:
 Trabecular ou esponjoso:
 Cortical: Parte externa dos
Cortical ossos formada por
revestimento grosso e denso
de tecido calcificado
Esponjoso

 Trabecular: Espaço interno


ocupado por trabéculas finas
calcificadas.
Imagem Transversal do Osso
Diferença Funcional
 O osso cortical e o trabecular são compostos pelas mesmas
células e elementos da matriz porém possuem diferenças
estruturais e funcionais.
 Fibras colágenas (Tipo 1, 90% do total de proteínas)
 Proteínas não colágenas.
 Cristais de hidroxiapatita

 Osso cortical: 80 a 90% do volume ósseo calcificado.


 Função principal: mecânica e protetora

 Osso trabecular: 15 a 25% do volume ósseo calcificado.


 Função principal: metabólica
Vamos relembrar...
 Introdução
 Osteoporose, saúde pública, densitometria ...

 Função do esqueleto:
 suporte, proteção, movimento;
 depósito de minerais;
 produção de células sanguíneas na medula.

 Anatomia óssea:
 composição
 classificação morfológica
 diferença estrutural e funcional dos ossos cortical e trabecular
Aula 3 - Células do Tecido Ósseo

Destruição de áreas lesadas ou


envelhecidas do osso, abrindo
caminho para a regeneração do
tecido pelos osteoblastos.
Remodelamento Ósseo

 A quantidade de massa óssea presente no esqueleto é o resultado da formação e da


reabsorção. Este turnover está diretamente relacionado à necessidade corporal de
manter uma concentração fisiológica de cálcio ionizado nos fluidos orgânicos
e, especialmente, à necessidade de manter a integridade estrutural do esqueleto.

 Os osteoclastos também estão envolvidos na reparação de fraturas. Após a quebra


do osso, ocorre uma intensa proliferação do periósteo. Isso leva a formação de uma
anel, o calo ósseo, que envolve os pedaços quebrados. Simultaneamente, os
osteoclastos iniciam a remoção de células ósseas mortas e do coágulo formado, já
que na fratura há uma hemorragia considerável.
Remodelamento Ósseo

O periósteo fornece novas


células iniciadoras de osso
imaturo, que une
provisoriamente os pedaços
separados. Com o passar do
tempo, ocorre uma
remodelação do calo ósseo e,
aos poucos, a estrutura óssea é
refeita com a participação de
osteoclastos e osteoblastos,
até que a fratura esteja
consolidada.
Osteoporose
É uma doença que ocasiona a perda de massa óssea e
deterioração da microarquitetura do osso.

Osso com osteoporose Osso normal


Osteoporose – Saúde Pública
 Enfraquece os ossos, tornando-os mais frágeis e propensos a
quebrar.
 Aumento de certos tipos de fraturas (quadril, colo do fêmur,
pulso e fraturas por compressão das vértebras da coluna).
 Afeta cerca de 30% das mulheres em fase de pós-menopausa.
Fatores precipitantes de fraturas
Perda de massa óssea por faixa etária
 O pico de massa óssea é atingido dos 30 – 35 anos.
 O decréscimo de massa óssea começa depois dos 50.
 Perda mais acentuada em mulheres pós-menopausa.
Fatores de Risco
 Não modificáveis:

 Envelhecimento, especialmente em mulheres.


 Raça branca ou asiática.
 Histórico Familiar.

 Modificáveis:

 Níveis baixos de hormônios.


 Tabagismo.
 Alcoolismo.
Fatores de Risco
 Sedentarismo.

 Dieta pobre em cálcio.

 Baixa exposição ao sol.

 Estrutura pequena e baixo peso.

 Uso de medicamentos, como corticóides.

 Doenças como insuficiência renal, hipertireoidismo, mieloma


múltiplo.
Classificação da Osteoporose
 Primária:
 Tipo I: pós-menopausa

 Secundária:
 Doenças crônicas, terapias medicamentosas ou estilo de vida
 Desordens nutricionais
 Osteogênese imperfeita
 Alcoolismo
Como diagnosticar?

 Diagnóstico precoce é fundamental.

 Doença assintomática.

 Não existem exames laboratoriais nem marcadores


específicos.

 Através da densitometria óssea.


Conceitos e aspectos epidemiológicos
 Antes da ocorrência de fraturas patológicas, o diagnóstico
torna-se difícil.

 Radiografias comuns não são sensíveis o suficiente para


detectar osteoporose, somente mostram alterações quando
há perda de mais de 30-40% da massa óssea.

 No diagnóstico considera-se a análise de fatores de risco, a


coexistência de outras doenças, a avaliação laboratorial e do
metabolismo ósseo complementados pela técnicas atuais de
mensuração da massa óssea.
Laboratório na osteoporose
 A osteoporose primária tem sido considerada um diagnóstico
de exclusão.

 As avaliações utilizadas são para excluir outras doenças e não


diagnosticar a osteoporose propriamente.

 A investigação laboratorial deve incluir vários exames como:


hemograma, eletroforese de proteínas, determinação de cálcio
e fósforo urinários;
Laboratório na osteoporose
 Os níveis de cálcio e fósforo não são conclusivos porque nem
sempre estão alterados em pacientes com osteoporose mas
servem como parâmetro para a avaliação da ingestão diária de
cálcio e da taxa de filtração renal.

 Existem marcadores usados para monitoração da formação


óssea baseados nos produtos dos osteoblastos.

 Porém até o momento não dispomos de um marcador capaz


de discriminar perfeitamente todos os aspectos do processo
de remodelação óssea.
Avaliação radiológica
 Radiologia simples de coluna – O diagnóstico de
osteoporose na coluna é realizado com base nas alterações de
transparência do padrão trabecular e da morfologia dos
corpos vertebrais.

 Fatores clínicos como a quantidade de tecido mole e a


presença de fraturas de compressão que levam ao
aumento da densidade óssea por compactação das trabéculas,
dificultam o diagnóstico precoce da perda óssea.
Interpretação diagnóstica
 Valores referenciais de densidade média do pico de massa
óssea (adulto jovem).

 Os resultados encontrados na densitometria óssea são


correlacionados com valores referenciais, estabelecendo-se o
desvio entre eles.

 Densidade maior ou igual a -1DP fazem parte do grupo


normal

 Entre -1 e -2,5DP osteopênicos


 Abaixo de -2,5DP osteoporose
Abordagem terapêutica
 O tratamento da osteoporose compreende um conjunto de
medidas que envolvem:

 Manutenção e melhora da mobilidade

 Conselhos nutricionais

 Tratamento de doenças associadas e modificação dos fatores


de risco

 Controle de morbidades associadas às fraturas

 Prescrição de fármacos
Abordagem terapêutica
 Mobilidade e atividade física

 Não há um consenso em relação a qual modalidade e


frequência de atividade física mais apropriadas para as
populações de risco para osteoporose.

 Para indivíduos sedentários o estímulo a mudanças no estilo


de vida, caminhadas habituais associadas a atividades que
melhorem a força, a flexibilidade e a coordenação, é altamente
recomendado para a manutenção da saúde dos ossos.
Abordagem terapêutica
 Conselhos nutricionais:
 Adotar uma dieta rica em cálcio e quando isso não for
possível, suplementar as necessidades diárias com preparados
comerciais

 800-1.000 mg/dia para adolescentes, adultos e mulheres ou


sob reposição hormonal;

 1.200 -1.500 mg/dia para mulheres menopausadas e idosos.

 Leite e seus derivados; Uma exposição solar adequada é


necessária para a produção de vitamina D na pele
Abordagem terapêutica
 Tratamento das doenças e fatores de risco associados

 Tratamento de doenças - reumatóide...previne a progressão da


perda de massa óssea.
 Evitar o consumo excessivo de álcool e tabagismo.
 Diminuição do risco de quedas tratando as deficiências visuais,
auditivas e as alterações neurológicas.

 Controle das morbidades após fraturas

 Mobilização precoce após fratura


Abordagem terapêutica
 Prescrição de fármacos
 Existe um grande número de fármacos disponíveis para a
prevenção e tratamento da osteoporose

 Alguns com eficiência comprovada na prevenção de fraturas


por meio de estudos científicos e outros a partir de
observações históricas e experiências particulares

 A escolha do esquema terapêutico ideal deve ser


individualizada, observando-se as características do paciente,
suas necessidades e ainda a experiência do médico com as
diversas opções de fármacos.
Abordagem terapêutica
 Prescrição de fármacos

Inibidores da Estimuladores Fármacos com efeitos


remodelação óssea da formação heterogênios
óssea
Terapia de reposição hormonal Flúor Esteróides anabolizantes
(Estrógeno com e sem
progestágeno)

Derivados do estrógeno e PTH Vitamina D e derivados


agonistas dos receptores
estrogênicos (SERM)
Calcitonina Diuréticos tiazídicos

Bisfosfonatos
Densitometria Óssea
 Técnica de medição do conteúdo mineral ósseo e densidade
dos sítios esqueléticos específicos ou do corpo inteiro.
 O exame é eficaz tanto para o diagnótico quanto para o
seguimento do tratamento da osteoporose.
História da Densitometria Óssea

A Densitometria Óssea foi desenvolvida no ano de


1963 pelos americanos John Cameron e James
Soreonson. Demorou vinte e seis anos para chegar ao
Brasil, o primeiro aparelho foi trazido em 1989. O primeiro
densitômetro comercial foi criado pela Universidade de
Wisconsin - EUA em 1972.
Equipamento
Métodos para o estudo quantitativo do esqueleto
em pacientes com osteoporose.

As principais técnicas desenvolvidas nos últimos


anos com essa finalidade foram:

1. SPA

2. OPA

3. DXA ou DEXA
SPA (Single Photon Absortiometry) - Densitometria de
Fóton Único

Equipamentos que utilizam o isótopo Iodeto de Sódio


125(I125). É emitido um único nível energético. Mede
a densidade mineral óssea de pequenas áreas como
pouca quantidade de tecidos moles, como o punho
por exemplo.

Decaimento da fonte radioativa, eram necessárias


complicadas correções e a fonte precisava ser trocada
anualmente, implicando em um custo considerável.
OPA (Dual Photon Absorptiometry) - Densitometria de
Fóton Duplo

Este equipamento utiliza o radiosótopo


Gadolíneo 153 (Gd153). Emite fótons com duas
energias diferentes, sendo possível analisar
regiões do corpo com espessuras diferentes.

O tempo de varredura para exames de alta precisão de


quadril e coluna, por exemplo, eram longos (20-
40minutos) e a resolução era limitada (4-8 mm).

Dificuldades de importação da fonte de Gd-153.


DEXA (Densitometria por Raios-X de energia
dupla)

Equipamento que utiliza como fonte de radiação os


Raios-X. Emite menor dose de radiação e melhor
resolução de imagens. A irradiação é mínima. Sendo
possível a realização do procedimento com frequência.

Permite tempos de varredura muito mais curtos (6 minutos)


Resumo:
Métodos de avaliação da massa óssea
 Fonte de raios x ou radioisótopos atenuados de acordo com a
espessura e densidade dos tecidos.

 O coeficiente de atenuação do tecido ósseo é tido como


constante e o grau de atenuação depende da quantidade de
osso presente incluindo a espessura.

 Usando procedimentos de calibração, os valores de atenuação


são convertidos à espessura mineral equivalente e comparados
com curvas normativas da população controle.
Métodos de avaliação da massa óssea
 Principais técnicas desenvolvidas na última década.
Densitometria de dupla emissão com fonte
de raios x (DXA ou DEXA)
 Padrão-ouro para medição da massa óssea.
 Realização do diagnóstico e acompanhamento.

 Mensura-se o conteúdo mineral ósseo ou a densidade mineral


areal que é a quantidade mineral dividida pela área estudada.
Densitometria de dupla emissão com fonte
de raios x (DXA ou DEXA)
 Características técnicas:

 Dose de radiação: 1 a 3 µSv

 Fonte de raios x com dois níveis diferentes de energia: 70 e


140 keV.

 O princípio de funcionamento da dupla emissão baseia-se nas


diferenças de atenuação entre o osso e o tecido mole em
função da energia.
Densitometria de dupla emissão com fonte
de raios x (DXA ou DEXA)
Densitometria de dupla emissão com fonte
de raios x (DXA ou DEXA)
 É uma técnica de subtração onde estruturas de tecido mole
são eliminadas.

 Atenuação do osso é medido pela transmissão de uma fonte


de raio x.

 A densidade mineral óssea é calculada.

 As imagens não são usadas para diagnóstico.

 Os resultados de densidade óssea são calculados e


disponibilizados pelo software.
Densitometria de dupla emissão com fonte
de raios x (DXA ou DEXA)
 Qualquer região do corpo pode ser avaliada por DXA.
Atualmente estão disponíveis:

 Coluna lombar em AP e lateral


 Fêmur proximal
 Antebraço
 Mão
 Corpo inteiro

 Pesquisa:
 Patela, tíbia, úmero, mandíbula...
Densitometria de dupla emissão com fonte
de raios x (DXA ou DEXA)
 Evolução da técnica
Densitometria de dupla emissão com fonte
de raios x (DXA ou DEXA)
 A primeira geração de equipamentos DXA utilizava um
colimador de feixe único (pencil beam) acoplado a um
detector localizado no braço do aparelho.

 Novos sistemas utilizam um colimador que gera um leque


de feixe (fan beam) acoplado a um conjunto de
detectores alinhados.

 Em consequência um único movimento de varredura


reduz significativamente o tempo de exame.
Pencil Beam

Nos sistema de feixe tipo lápis, o sistema fonte detector faz o


movimento de varredura no sentido lateral e longitudinal compondo,
assim, as linhas de varredura que irão formar a imagem.
Fan Beam

Nos sistema de feixe tipo leque o sistema fonte-detectores executa o


movimento em apenas um sentido (longitudinal), reduzindo
significativamente o tempo de aquisição em relação ao sistema de feixe
lápis.
MEDIDAS QUANTITATIVAS
 Uma vez que a força do osso é proporcional à massa
óssea, a medição da massa óssea ou, como é
normalmente chamada, a densidade óssea, fornece os
meios para o diagnóstico da osteoporose e para estimar
o risco de fraturas de um indivíduo.

 As medições quantitativas da densidade óssea da coluna


lombar, antebraço, quadril e calcanhar provaram ser tão
eficazes para prever o risco de fratura como a medida da
pressão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no
sangue estão em predizer o risco de acidente vascular
cerebral ou doença cardíaca
MEDIDAS QUANTITATIVAS
 As grandezas de Conteúdo Mineral Ósseo – BMC (do
inglês Bone Mineral Content),dado em g ou g/cm

 Densidade Mineral Óssea – BMD (do inglês Bone Mineral


Density), dado em g/cm2 - são os parâmetros medidos
para análise quantitativa da massa óssea presente.

Estes valores são importantes, pois são utilizados para


monitorar as mudanças da massa óssea com o tempo.
MEDIDAS QUANTITATIVAS
MEDIDAS QUANTITATIVAS

O índice T-score mede a diferença entre o BMD do


paciente e o BMD médio da população jovem normal e é
calculado pela equação:

Onde:

BMD paciente é o BMD medido no paciente; BMDjovem é o valor médio


de BMD da população jovem de mesmo sexo e SDjovem é o desvio
padrão.
 Os critérios de diagnóstico de osteoporose usando o resultado de T-score foram
propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1994 e são
presentados na Tabela :
índice Z-score
 Onde:
BMDpaciente é o BMD medido no paciente; BMDpares é o valor médio de
BMD da população de mesma idade e sexo e SDpares é o desvio padrão.

 Resultados de Z-score iguais ou abaixo de -2,0 podem sugerir causas


secundárias de osteoporose. Em crianças, o Z-score é usado para
avaliação da massa óssea.
Vantagens da DXA

 Baixa dose de radiação


 Disponibilidade
 Fácil de usar
 Tempo de escaneamento curto
 Imagens de alta resolução
 Precisão
 Calibração estável
Software Computacional DXA
Software Computacional DXA
Aplicações clínicas
 A densitometria óssea é o método não-invasivo mais preciso para a
avaliação do risco de fratura.

 Melhor meio de triagem de indivíduos com risco de desenvolver


osteoporose.

 Útil para diagnóstico e acompanhamento de doenças que afetam a


mineralização óssea.

 Útil para identificar redução da densidade óssea em pacientes que já


sofreram fratura.

 Acompanhamento do tratamento de doenças acompanhando ganho


e perda de massa óssea.
Interpretação diagnóstica da medida de
massa óssea
 O diagnóstico geralmente é feito diante da ocorrência de fraturas.

 Os resultados são relatados utilizando-se escores T e Z.


 O escore T baseia-se nos desvios padrão encontrados acima e abaixo da
média de DMO de uma população de indivíduos jovens (entre 20 E 45
anos). OMS – MULHERES CAUCASÓIDES

 Densidade maior ou igual a -1DP fazem parte do grupo normal


 Entre -1 e -2,5DP osteopênicos - precursora da OSTEOPOROSE
 massa óssea é de 10% a 25% menor que a considerada normal.

 Abaixo de -2,5DP OSTEOPOROSE

 Fratura sem trauma


Interpretação diagnóstica da medida de
massa óssea
 O esqueleto humano é formado de 80% de osso cortical e 20% de
osso trabecular ou esponjoso.

 O último apresenta taxa de metabolismo 8 vezes maior tornado- o


mais sensível a ações hormonais e efeitos de medicamentos.

 Por isso as medidas realizadas na coluna vertebral em ântero-


posterior geralmente detectam alterações mais precoces do que as
realizadas no esqueleto apendicular.

 Durante o envelhecimento DMO da coluna tende a elevar-se


artificialmente, dificultando a interpretação em indivíduos com mais
de 65 anos, tornando o fêmur a região de maior interesse.
Interpretação diagnóstica da medida de
massa óssea

 Os demais locais periféricos, tais como antebraço e


calcâneo, não devem ser utilizados rotineiramente para o
diagnóstico pois as alterações de massa óssea ocorrem
em fase tardia.

 No hiperparatireoidismo o osso cortical pode apresentar-


se mais alterado que o trabecular então a avaliação do
antebraço distal pode apresentar variações significativas.
Interpretação diagnóstica da medida de
massa óssea
 Esses fatos explicam a frequente discordância dos escores
T entre os locais de interesse de um mesmo indivíduo.

 Atualmente, há consenso de que as regiões de interesse


que devem ser estudadas para diagnóstico de
osteoporose sejam a coluna vertebral em ântero-
posterior e o quadril (colo do fêmur, trocanter e fêmur
total).

 Em situações em que os escores sejam discordantes


prevalece o local de menor densidade mineral.
Interpretação diagnóstica da medida de
massa óssea
 O escore Z utiliza os DP encontrados acima e abaixo da
média de DMO de uma população cuja faixa etária seja
comparável à do paciente.

 Sua aplicabilidade clínica se limita a pacientes infanto-


juvenis e naqueles com idade superior a 20 anos, pode
ser utilizado como um ajuste fino do escore T.

 Um valor de escore abaixo de -2 pode ser indício de


osteoporose secundária.
Indicações da densitometria óssea
 Mulheres:

 Todas as mulheres com idade superior a 65 anos.


 Presença de um ou mais fatores de risco em mulheres com
idade inferior a 65.
 História prévia de fratura em mulheres pós-menopausadas
com idade superior a 45.
 Tomada de decisão terapêutica.
 Mulheres com deficiência hormonal.
Indicações da densitometria óssea
 Decisão recente da ISCD
 Homens:

 Todos os homens com idade superior a 70.


 História prévia de fratura por fragilidade.
 Condições de risco: uso de corticosteróides, hipogonadismo,
hiperparatireoidismo, gastrectomia prévia e uso de
anticonvulsionante.
Proteção radiológica
 Importância
 Pencil beam - exposição mínima
 Fan beam – exposição maior
 Proteção radiológica = Garantir condições de segurança adequadas.
 Exposição R (Roentgen) = 2,58x10*-4 C/Kg
 Qtdade de carga liberada por volume de ar.
 Dose absorvida – Rad/Gray (Gy)
 Qtdade de energia absorvida por unidade de massa de tecido.
 Dose Equivalente – Sievert (Sv)
 Dose absorvida x fator de qualidade da radiação.
 Dose Efetiva – Sievert (Sv)
 Dose equivalente x fator de sensibilidade do órgão.
Proteção radiológica
 Fatores de ponderação da radiação e de tecidos.
Proteção radiológica
 Efeitos biológicos da radiação

 Efeito determinístico
 Limiar de dose.
 Gravidade do efeito aumenta com o aumento da dose.
 Efeito estocástico
 Probabilidade de efeito em função da dose.
 Não há limiar.
 Câncer e efeitos hereditários
 Câncer tem diversas causas
Proteção radiológica

 Exposição média à radiação natural por 4 horas.


 Fumar um décimo de cigarro.
 Viajar o equivalente a 5 km de carro.
 Viajar o equivalente a 24 Km de avião.
 Trabalhar em uma fábrica meio período.
Proteção radiológica
 Doses em pacientes.

 Em equipamentos pencil beam é excepcionalmente baixa.

 Aumenta significativamente em equipamentos fan beam.

 Tabela 4.2 – as doses pouco diferem de adultos para crianças


no equipamento Lunar DPX-L.

 Cuidado ao utilizar protocolos para adultos em crianças.


Proteção radiológica

 Relembrando...

 Como vimos anteriormente muitos pacientes são submetidos


a avaliações de DMO.

 Essas doses apesar de baixas vem aumentando com sistemas


fan beam.

 A maioria dos pacientes não faz o exame uma única vez

 Levar em conta a exposição do trabalhador.


 Múltiplos e submúltiplos
Proteção radiológica
Proteção radiológica
 Hologic QDR-1000 e QDR-4500
 Pencil bean - < 1 mSv / Fan bean – Doses 10x maiores com
tempos bem menores.
Proteção radiológica
 Lunar DPX-L e Expert-XL
 Pencil bean - < 1 mSv / Fan bean – Doses 100x maiores com
tempos bem menores.
Proteção radiológica
 Estudos pediátricos - Cuidados
 Campo menor + profundidade menor = maior dose
 Maior risco de efeitos tardios.
Proteção radiológica
 Doses ocupacionais
 Norma CNEN-3.01 – Diretrizes básicas de radioproteção.
 Limite anual de dose para indivíduos do público = 1mSv/ano.
 Estudos tem mostrado que a 1 m do equipamento
 Em 1 ano de trabalho (250 dias)
 Trabalhando 8 h/dia
 Para uma carga de trabalho de 2 pacientes/h para
equipamentos pencil beam e 4 pacientes/h para o fan beam
(AP e fêmur).
 PB - 24µSv/ano DPX e 0,24mSv/ano para o QDR-1000
 FB - 4,8mSv/ano QDR-4500 e 8mSv/ano Expert-XL
Proteção radiológica
 Mas observe que...

 Esses cálculos levam em conta uma distância mínima e


uma carga máxima.

 Ou seja...

 Medidas de proteção radiológica ainda podem ser


utilizadas, como aumento da distância e utilização de
barreiras plumbíferas se necessário.
Novas Tecnologias
 Lunar Prodigy e iDXA
 Tecnologia fan beam de ângulo estreito (4,5 graus) - Menor
dose que os fan beans tradicionais
 DR com Reconstrução de imagem multi-view que corrige
erros de magnificação.
Novas tecnologias
 Lunar iDXA
Novas tecnologias
 A precisão com iDXA Lunar permite detectar alterações
metabólicas a partir de 5,8 meses, em comparação com 10,8
meses para os equipamentos concorrentes (95% confiança).
% mudança DMO

Tempo de detecção de alterações metabólicas


verdadeiras (meses)
Novas tecnologias
 Aplicações clínicas

Avaliação do Distribuição de Crescimento e


entorno de próteses gordura desenvolvimento pediátrico
Posicionamento do paciente
 Realização do exame
 1- Anamnese sobre os fatores de risco que possam interferir
no exame.
 2- Remover qualquer objeto que possa gerar artefatos, como:
jóias, relógios, zíperes, colchetes...
 3- Verificar peso e altura.
 4- Verificar se o paciente foi submetido a algum tipo de exame
contrastado.
 5- Evitar a ingestão de cálcio, pelo menos 2 horas antes do
exame.
 6- Paciente deve ficar deitado sobre a maca com as pernas
retas ou flexionadas.
Aquisição coluna lombar
 Posicionar o paciente corretamente, mantendo-o alinhado no
centro da mesa de exame.

 Área analisada: metade da T12 ate o início da L5.

 Selecionar o ícone de análise .

 Assegurar-se de que as vértebras estejam corretamente


identificadas e que os marcadores intervertebrais estejam
entre os corpos vertebrais.

 Selecionar resultados.
Aquisição coluna lombar
Aquisição coluna lombar
 Relembrando interpretação de resultados...

 O resultado pode ser expresso em:

 1- Valor de densidade mineral óssea


 2- Desvio-padrão em relação ao adulto jovem (T-score)
 3- Porcentagem da densidade mineral óssea para adulto jovem
(%T).
 4- Desvio-padrão em relação a pessoas da mesma faixa etária
(Z-score).
 5- Porcentagem da densidade mineral óssea para pessoas da
mesma faixa etária (%Z).
Aquisição coluna lombar

 O resultado pode ser expresso em:


Aquisição coluna lombar
Caso 1- Mau posicionamento
Caso 2 - Mau posicionamento
Caso 3 - Certo ou errado?
Caso 4 - Área de interesse incompleta
Caso 5 - Área de interesse incompleta
Caso 6 – Movimento durante o exame
Caso 6 – Movimento durante o exame
Caso 7 – Movimento durante o exame
Caso 7 – Movimento durante o exame
Caso 8 – Movimento durante o exame
Caso 8 – Movimento durante o exame
Caso 9 – Movimento durante o exame
Caso 9 – Movimento durante o exame
Caso 10 – Movimento durante o exame
Caso 10 – Movimento durante o exame
Caso 11 – Aquisição em modos diferentes
Caso 12 – Aquisição errada
Aquisição fêmur proximal
 Posicionar o paciente alinhado no centro da mesa de exames.

 A diáfise proximal deve aparecer de forma vertical.

 Efetuar rotação interna de cerca de 15º do membro inferior


examinado, fixando o pé no posicionador próprio, a fim de
ocultar o pequeno trocânter e expor maior porção do colo
femoral.

 Orientar o paciente para não movimentar as pernas.


Aquisição fêmur proximal
 Relembrando anatomia do quadril...

ílio

ísquio
Aquisição fêmur proximal
Aquisição fêmur proximal

1- Diáfise proximal
vertical
Aquisição fêmur proximal

2- 5 a 6 cm antes do ísquio e depois


do trocânter maior
Aquisição fêmur proximal

O colo femoral bem exposto pela rotação externa


da coxa com ocultação do pequeno trocânter
Aquisição fêmur proximal
Aquisição fêmur proximal
 Realizar a aquisição de modo a não conter “ar” lateralmente à
coxa. Nos pacientes magros, utilizar sacos de arroz simulando
partes moles.

 O modo de aquisição tem de ser usado de acordo com a


espessura da coxa do paciente.

 Exames subsequentes devem obedecer à mesma norma de


aquisição.
Caso 1 – Mau posicionamento
Caso 1 – Mau posicionamento
Caso 2 – Mau posicionamento
Caso 2 – Mau posicionamento

Fêmur abduzido
Caso 3 – Mau posicionamento
Caso 3 – Mau posicionamento

Não houve boa


rotação interna

Fêmur torto
Caso 4 – Área de interesse incompleta
Caso 4 – Erro do equipamento
Caso 4 – Erro do equipamento

Trocânter
maior cortado
Caso 5 – Ar durante a aquisição
Caso 5 – Ar durante a aquisição

Colocação de
saco de arroz
Caso 6 – Movimento durante o exame
Caso 6 – Movimento durante o exame

Aparência
tremida
Caso 7 – Aquisição em modos diferentes

Você também pode gostar