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Universidade Metodista de Angola

Licenciatura em Cardiopneumologia

Unidade Curricular de “Patologia Geral”

PATOLOGIAS DOS OSSOS


E ARTICULAÇÕES

Tiago Rodrigues
2013
FUNÇÕES DOS OSSOS

 Os ossos dão suporte mecânico aos


músculos permitindo o movimento.
 Protegem órgãos internos (tórax, crânio,
coluna vertebral).
 Fornecem a base tecidular para a
hematopoiese.
 Reserva de cálcio e sais de fosfato.
OSSOS

 Assim como todos os tecidos e órgãos do corpo humano, o osso é um


tecido vivo.
 Remodelação óssea - processo no qual as par tes envelhecidas dos
ossos são removidas e substituídas por tecido ósseo novo, capaz de
resistir às agressões mecânicas e funcionais da nossa vida.
PATOLOGIAS DO OSSO

1. Doenças metabólicas que afectam o crescimento, formação


e remoção óssea:
a) Osteoporose
b) Raquitismo e Osteomalácia
c) Hiperparatiroidismo
d) Doença de Paget óssea
2. Fracturas
3. Deformidade
4. Infecções bacterianas
5. Tumores
A) OSTEOPOROSE

Diminuição da Aumento da Ocorre o enfraquecimento


Diminuição dos ossos, responsável por
actividade actividade
progressiva da
osteoblástica osteoclástica perda de altura, problemas
massa total e da
(formação de (degradação do posturais, fracturas da anca
densidade óssea
osso) osso)
e de outros ossos.

 Alteração metabólica óssea mais comum.


 Fracturas mais comuns na osteoporose: vértebras e punho
(ossos mais esponjosos ).
 Mais frequente nas mulheres após a menopausa, devido à
diminuição da produção de estrogénios.
A) OSTEOPOROSE
A) OSTEOPOROSE

FACTORES DE RISCO

 História familiar de osteoporose


 Menopausa precoce (antes dos 45 anos)
 Raça branca
 Constituição física magra e pequena
 Uso de cer tos medicamentos como os cor ticóides
 Tabaco, Álcool, refrigerantes, café e carnes em excesso
 Sedentarismo
 Dieta pobre em cálcio
A) OSTEOPOROSE

DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO
 Densitometria óssea
(densidade mineral óssea)
B) RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA

 Manifestações caracterizadas por mineralização óssea


inadequada do osso em crescimento.

•Defeito de mineralização da matriz


óssea.
Osteomalácia •Apresenta-se na vida adulta.
•É uma das causas de baixa densidade
mineral óssea.

•Defeito de mineralização das


cartilagens de crescimento na criança.
Raquitismo •Caracterizado pelo atraso de
crescimento e deformidades
esqueléticas.
B) RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA
B) RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA

 CAUSAS

 Défice de vitamina D - Na ausência de vitamina D, o cálcio da dieta não


é absorvido adequadamente, resultando em hipocalcémia, levando a
deformidades no esqueleto e dentes, além de
sintomas neuromusculares, como hiperexcitabilidade.
 Exposição insuficiente à luz solar (ultravioleta)
 Uma dieta insuficiente em vitamina D
 Hepatopatias crónicas
 Insuficiência renal crónica
 Acidose sistémica
 Uso de anticonvulsivantes
 Défice de Cálcio – Baixa ingestão; Síndromes de má absorção
 Défice de Fosfato
 Perda Renal: tubulopatias, S. Fanconi, Oncogénica, Síndromes de má
absorção
 Antiácidos (hidróxido de alumínio)
B) RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA

SINAIS E SINTOMAS
 Dor e sensibilidade óssea.
 N o s s ei s p r i m ei ro s m es e s : tet an i a o u c o nv ul s ão , s i n ai s d e C hvo s te k (p erc u s s ão d o
n e r vo f ac i al p r ó x i m o a o r el h a c o m c o nt r ac ç ão d o l áb i o s up er i or, a s a d o n ar i z , c a nto
d a b o c a e o l ho s ) e s i n al d e Tro us s e a u (c o nt r ac ç ão m us c ul ar ap ó s o b s t r uç ão d o fl uxo
a r te r i a l d o b r a ç o ) .
 C r a ni ot ab e s ( am o l ec im e nto e d i m i nui ç ão d a e s p e s s ur a d o s o s so s d o c r â ni o ), ro sár i o
r a quí t i c o (p r ot ub er â nc i a s n a c ai xa to r ác i c a) , fo n t a n el a am p l a (e s p aç o qu e s ep a r a
o s o s s o s d o c r â n i o d o s r e c é m - n a s c id o s ) .
 A t r a s o n o c r e s c i me n to .
 Atraso na erupção dentária.
 Fr a q u e z a m u s c ul a r e h i p o to ni a g e n e r a l i z a d a .
 Te n d ê n c i a a u m e n t a da p a r a f r a c t ur a s .
 D e f o r m a ç õ es e s q u e l é t i ca s :
 Braços e pernas arqueadas
 Deformações na coluna (escoliose e cifose)
 Crânio assimétrico
 Deformações pélvicas e torácicas
 I n f ec ç õ e s r e s p i ra t ó r i as d e r ep et i ç ão , c o m o b ro nq ui te s e p n eumo ni as , d ev i d o a m á
f o r m a ç ã o to r ác i c a .
B) RAQUITISMO E OSTEOMALÁCIA

DIAGNÓSTICO

 Exame físico
 Exames laboratoriais
 Gasometria Arterial
 Níveis de Cálcio, Fosfato e Fosfatase
alcalina no sangue
 Rx
 Biopsia do osso (pouco frequente)

TRATAMENTO
 Ingestão de alimentos que contenham Ca,
P e vitamina D.
 Exposição à luz solar.
 Suplementos vitamínicos.
C) HIPERPARATIREOIDISMO

 Doença caracterizada pelo excesso de funcionamento das glândulas


paratireóides, causando aumento da hormona da paratireóide (PTH)
e levando a sinais e sintomas decorrentes do aumento de cálcio no
sangue (hipercalcémia), na urina (hipercalciúria) e da extracção de
cálcio dos ossos (osteoporose e cistos ósseos).
 Causas:
 Primário - tumores benignos (adenomas), hiperplasia ou muito
raramente por tumores malignos das glândulas paratireóides.
 Secundário é causado por alguma doença sistémica
(geralmente renal) que activa essas glândulas.
C) HIPERPARATIREOIDISMO

SINAIS E SINTOMAS (associados aos níveis de Cálcio no sangue)

 Hipercalcemia Leve – assintomáticos


 Níveis mais elevados de Ca - fraqueza muscular, perda de apetite,
fadiga, emagrecimento, constipação, dor abdominal, náuseas,
vómitos, aumento do volume urinário, sonolência, dificuldade de
concentração, confusão mental, depressão e psicose, dores ósseas.
 Se persistir pode ocorrer:
 Úlcera duodenal
 Pancreatite
 Insuficiência Renal
 Atrofia muscular
 HTA
C) HIPERPARATIREOIDISMO

DIAGNÓSTICO
 Concentrações de cálcio no sangue elevadas associadas com
aumento dos níveis do PTH (hormona da paratireóide).
 Imagiologia (para avaliar paratiróide) - ultrassonografia,
cintilografia, tomografia e ressonância magnética.
 Rx – alterações ósseas.
 Ecografia abdominal (avaliação dos rins).

TRATAMENTO
 Hidratação associada a diuréticos, cortisona, calcitonina ou
bifosfonatos.
 Paratireoidectomia Farmacológica.
 Paratireoidectomia Cirúrgica.
D) DOENÇA DE PAGET ÓSSEA

 Manifestação de excessiva reabsorção óssea seguida de formação


óssea desorganizada.
 Esta per turbação pode afectar qualquer osso, embora ocorra com
mais frequência na pélvis, fémur, crânio, tíbia, coluna vertebral,
clavícula e osso da par te superior do braço (úmero).

A fragmentação e a
Aumento da actividade formação óssea
dos osteoblastos – aceleradas produzem
Osteoclasto hiperactivos –
aumento significativo da novos ossos de menor
degeneração óssea
velocidade de renovação densidade, mais frágeis
óssea do que o normal, tortos e
propensos a fracturas
D) DOENÇA DE PAGET ÓSSEA

INCIDÊNCIA
 É pouco frequente na população mais jovem (com menos de 40
anos).
 Os homens são 50% mais propensos a desenvolvê-la que as
mulheres.
 É mais frequente na Europa (excepto na Escandinávia), Austrália e
Nova Zelândia

SINTOMAS
 Habitualmente assintomática
 Rigidez das ar ticulações
 Cansaço
 Dor (compressão dos ner vos pelo osso)
 Deformação óssea
D) DOENÇA DE PAGET ÓSSEA

DIAGNÓSTICO
 Exame físico
 Imagiologia (Rx, Cintigrafia óssea)
 Exames laboratoriais (avaliação da
fosfatase alcalina)

TRATAMENTO
 Anti-inflamatórios não esteróides e
Analgésicos para alivio das dores.
 Bifosfonatos ou calcitonina para
atrasar a progressão da doença
(previnem a perda de massa óssea).
 Cirurgia.
2. FRACTURAS

 Interrupção da continuidade de um
osso, independentemente de ser
parcial ou completa.

 São provocadas por qualquer


traumatismo ou movimento brusco
que exerça sobre um osso uma força
superior à que o mesmo pode
supor tar.

 São classificadas segundo a causa


(fracturas traumáticas, fracturas de
sobrecarga ou de stress, fracturas
patológicas), ou segundo a lesão
envolvente (fracturas simples,
fracturas expostas, e fracturas
complicadas).
2. FRACTURAS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Dores
 Inchaço
 Incapacidade total ou parcial de movimentos
 Deformidades e posturas anormais
 Sinais de traumatismo como
hematomas, lesões cutâneas

DIAGNÓSTICO – Exame Imagiológico (Rx,


Ressonância magnética)

TRATAMENTO
 A escolha terapêutica é baseada na avaliação de
múltiplos factores.
 Na maioria dos casos a cirurgia surge como
última opção, estando reser vada para casos
par ticulares como fracturas expostas ou
complicadas, ou quando o tratamento
conser vador (gesso) não é eficaz na resolução de
uma fractura.
3. DEFORMIDADES ÓSSEAS

 As deformidades ósseas podem resultar de:


 Doenças hereditárias com alteração da maturação da cartilagem
metafisária (ex: acondroplasia - nanismo).
 Desenvolvimento anormal do colagénio tipo I (ex: osteogénese
imperfeita – ossos quebradiços).
 Actividade osteoclástica deficiente – aumento da densidade do osso
(ex: osteopetrose – “doença dos ossos de mármore”).
4. INFECÇÕES BACTERIANAS

 A infecção óssea designa-se por osteomielite e envolve


frequentemente o córtex, medula e periósteo (membrana
externa).
 Agentes etiológicos mais comuns:
 bactérias piogénicas que podem atingir os ossos por disseminação
hematogénea/tuberculose miliar (ex: Stafilococus aureus)
 extensão directa de infecção adjacente (ex: Echerichia coli)
 contaminação de fracturas óssea após procedimentos cirúrgicos
ortopédicos (ex: anaeróbios).
4. INFECÇÕES BACTERIANAS

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Febre.
 Dor no osso infectado, que piora à noite e com movimentação.
 Inchaço e inflamação dos tecidos que recobrem o osso.
 Podem formar-se abscessos nos tecidos moles adjacentes, causando
uma supuração (pus) constante ou intermitente através da pele.

DIAGNÓSTICO
 Exame físico e sintomas
 Exames imagiológicos (cintigrafia óssea, Rx, RM e TAC)
 Análises clínicas

TRATAMENTO
 Antibióticos
 Drenagem cirúrgica nos abcessos
 Amputação ou extirpação do osso (casos graves)
5. TUMORES ÓSSEOS

Tumores Ósseos Malignos

Primários Secundários

Tem origem no osso. São Metáteses - Tumores


provenientes de outro tumor,
São menos frequentes como por exemplo próstata,
(constituem menos de 1% das mama, pulmão, rim, tracto
causas de morte por cancro) gastrointestinal e tireóide

 O tumor de células gigantes e o osteoblastoma são tumores ósseos localmente


agressivos.
 O osteossarcoma é o cancro ósseo mais frequente, apresentando-se com metástases
hematogéneas nos pulmões em cerca de 20% dos casos.
 O condrossarcoma e o sarcoma de Ewing são outras neoplasias malignas ósseas
frequentes.
5. TUMORES ÓSSEOS

 Os tumores ósseos benignos mai s comuns são o osteocondroma e o


condroma/encondroma .

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 Dor
 Massa Tumoral
 Parestesias
 Linfonodos (gânglios linfáticos)
 Fractura Patológica
 Febre

 O di agnósti co de uma neoplasia óssea deverá incluir, para além de


elementos clínico-laboratoriai s, caracterização imagiológica adequada.

TRATAM ENTO
 Cirurgia de remoção
 Amputação
 Quimioterapia
 Radioterapia
DOENÇAS ARTICULARES INFLAMATÓRIAS

1. Artrites e Sinovites
A. Osteoartrite
B. Artrite Reumatóide
C. Lupus Eritematoso
D. Gota
E. Artrite tuberculosa
A) OSTEOARTRITE

 Destruição da cartilagem,
inflamação e estreitamento da
cápsula articular e da membrana
sinovial
 Activação de enzimas catalíticas dos
condrócitos (células presentes no
tecido cartilaginoso).
 Constante fricção dos ossos que ajuda
à destruição.
 Formação de osteófitos (“bicos de
papagaio”) e de quistos ósseos
subarticulares.
 Atrofia muscular devido a menor
utilização da articulação inflamada.
A) OSTEOARTRITE

 Atinge principalmente as articulações


interfalangicas das mãos, dos joelhos e das
vértebras.

FACTORES DE PREDISPOSIÇÃO:
 Idade avançada
 Carga sobre as articulações
 Inflamação das articulações

CAUSAS
 Osteoartrite primária: Idade.
 Osteoartrite secundária: malformações
congénitas, obesidade, gota, diabetes e outras
alterações hormonais.
A) OSTEOARTRITE

SINTOMAS
 Dor, que aumenta em geral com a prática de exercício.
 Rigidez e diminuição da mobilidade articular.

TRATAMENTO
 Não existe tratamento que retarde a evolução ou reverta o
processo patológico que conduz à osteoartrite, mas o
condicionamento físico através de exercícios aeróbicos é uma
medida importante para controle dos sintomas.
 Analgésicos para alivio dos sintomas.
 Cirurgia:
 Artroplastia (substituição parcial ou total da parte destruída por uma
prótese).
 Artrodese (fusão cirúrgica de dois ossos, usada principalmente na
coluna).
 Osteoplastia (retirada e limpeza cirúrgica da parte óssea deteriorada).
 Osteotomia (mudança do alinhamento ósseo através da secção de partes
ósseas).
B) ARTRITE REUMATÓIDE

 A Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crónica das


articulações, causando alterações das estruturas ósseas e da
cartilagem, bem como manifestações extra–articulares.

A resposta inflamatória na AR é caracterizada por marcado edema e inflamação.


Destruição da cartilagem e osso – panus.
B) ARTRITE REUMATÓIDE

Destruição da
Cartilagem.
Produção de Alteração da
Liquido Função Articular.
inflamatório Dor.
1. M. Sinovial
mais espessa
Inflamação 2. Aumento de
Crónica da Volume
membrana 3. Não produz
sinovial Líquido Sinovial

FACTORES DE RISCO
 Atinge mais o sexo feminino do que o
masculino (4 Mulheres/1 Homem).
 Inicia-se, frequentemente, entre os 30 e
os 40 anos, mas pode ocorrer na terceira
idade.
 Factores Genéticos.
B) ARTRITE REUMATÓIDE

ETIOLOGIA
 É de causa desconhecida, podendo surgir em qualquer idade.
 No entanto, na base da doença está uma Alteração do Sistema
Imunitário que determina a auto-agressão dos tecidos.
 Um determinado nº de CÉLULAS T do Sistema Imunitário vai
provocar estimulação de outras células a produzir Citoquinas e a
agressão da car tilagem das ar ticulações.
B) ARTRITE REUMATÓIDE

SINTOMAS
 Edema Ar ticular circundante .
 Rubor.
 Dor (Ar tralgia) :
 principalmente nas articulações das mãos, punhos,
cotovelos, joelhos e pés, mas pode afectar qualquer
articulação.
 Mais intensa de Noite e nas 1ªs horas do despertar,
quando de execução de trabalhos que exijam carga e
habilidade.
 Limitação do Movimento.
 Pode afectar outros órgãos: Pele (Nódulos
Reumatóides), Olhos, Coração, Pulmões, rins,
sistema ner voso periférico .
 A anemia é também um sintoma muito
frequente.
 Pode associar-se a outra doença, o síndrome de
Sjörgen, que afecta as glândulas salivares e
lacrimais, originando uma secura nas mucosas.
B) ARTRITE REUMATÓIDE

DIAGNÓSTICO

 O Diagnóstico precoce é feito com base na verificação de:


 Tumefacção de três ou mais articulações
 Envolvimento das articulações
 Rigidez matinal superior a trinta minutos ou 1 hora
 Simetria do envolvimento articular
 Exames Laboratoriais de Diagnóstico
 Hemograma completo
 Velocidade de sedimentação e/ou proteína C reativa
 Função renal
 Enzimas hepáticas
 Exame qualitativo de urina
 Factor reumatóide
 Análise do líquido sinovial
 Radiografias Simples
 Cintigrafia ; Ultrassonografia e a Ressonância Magnética Nuclear [estes
são os únicos que revelam sinovite (inflamação da membrana sinovial)
ao fim de apenas algumas semanas] .
B) ARTRITE REUMATÓIDE

TRATAMENTO
 Objectivos:
 Aliviar os Sintomas.
 Prevenir e/ou Retardar a Destruição Articular,
mantendo a sua função.
 Promover a Independência e a Qualidade de Vida.

 Anti-Inflamatórios não esteróides (AINEs).


 Anti-Reumatismais.
 Anti-Neoplásicos.
 Analgésicos.
 Uso de Dispositivos Auxiliares (ORTÓTESES ).
 Em casos extremos, recur so pode ser a Cirurgia
para correcção de deformidades, alivio da dor e
restabelecimento da capacidade funcional.
C) LUPUS ERITEMATOSO

 Doença inflamatória crónica de origem auto-imune, que em cerca


de 50% dos casos se manifesta inicialmente por poliar trite ou
poliartralgias (5 ou mais ar ticulações) e 90% dos doentes têm,
durante a evolução da doença, manifestações músculo-
esqueléticas.

 O sistema imunitário ataca as próprias células e tecidos do corpo,


resultando em inflamação e dano tecidual.
C) LUPUS ERITEMATOSO

SINTOMAS GERAIS

 Mal-estar
 Febre
 Fadiga
 Emagrecimento e falta de apetite
 Dor ar ticular ou muscular leve

 Manifestações dermatológicas - Manchas eritematosas, ulceras na boca e nariz.


 Manifestações no aparelho locomotor - artrite, tendinite.
 Manifestações renais - glomerulonefrite lúpica.
 Manifestações do SNC - dor de cabeça tipo enxaqueca.
 Manifestações cardíacas - inflamação do pericárdio.
 Manifestações pulmonares - inflamação da pleura.
 Manifestações vasculares - mãos frias, pálidas e cianóticas; vasculites.
 Manifestações oculares – conjuntivites.
 Manifestações hematológicas - anemia, diminuição de plaquetas.
C) LUPUS ERITEMATOSO

DIAGNÓSTICO
 O diagnóstico de LES é estabelecido quando 4 ou mais critérios dos
abaixo relacionados estiverem presentes:
 Eritema malar (vermelhidão característica no nariz e face), geralmente em
forma de “asa de borboleta“.
 Lesões discóides cutâneas (rash discóide).
 Fotossensibilidade.
 Úlceras orais e/ou nasofaríngeas, observadas pelo médico.
 Artrite não-erosiva de duas ou mais articulações periféricas, com dor,
edema.
 Alterações hematológicas (anemia hemolítica ou leucopenia, linfocitopenia
ou plaquetopenia) na ausência de uma droga que possa produzir achados
semelhantes.
 Anormalidades imunológicas (anticorpo anti-DNA de dupla hélice, antiSm,
antifosfolipídio e/ou teste sorológico falso-positivo para sífilis).
 Factor antinuclear (FAN) positivo.
 Serosite (pleurite ou pericardite).
 Alterações neurológicas: convulsões ou psicose sem outra causa aparente.
 Anormalidades em exames de função renal: proteinúria (eliminação de
proteínas através da urina) maior do que 0,5 g por dia ou presença de
cilindros celulares no exame microscópico de urina.
C) LUPUS ERITEMATOSO

TRATAMENTO

 Tratamento dos sintomas (Aspirina e Anti-inflamatórios).


 Corticóides e imunossupressores (especialmente
aciclofosfamida) são indicados nos casos mais graves.
 Belimumad (anticorpo monoclonal).
D) GOTA

 Doença reumatológica, inflamatória e metabólica, que cursa


com hiperuricemia (elevação dos níveis de ácido úrico no
sangue) e é resultante da deposição de cristais do ácido nos
tecidos e articulações.

 Incidência
 30-50 anos
 Predomínio no género masculino
 Mulheres na menopausa
D) GOTA

CAUSAS

 Gota Primária (hereditária) – defeito enzimático (ausência de


excreção do ácido úrico, ou produção excessiva do mesmo).
 Gota Secundária (consequência de outra patologia ou fármaco):
 Doenças hemolíticas - anemia falciforme, talassemia (anemia)
 Doenças mieloproliferativas (leucemia)
 Psoríase (doença inflamatória crónica da pele)
 Insuficiência renal
 Obesidade
 Hipertensão arterial
 Hipotireoidismo
 Diuréticos
 Aspirina
 Varfarina
 Álcool
 Dieta rica em proteínas
D) GOTA

SINAIS E SINTOMAS
 Ar trite iniciada durante a madrugada,
caracterizada por uma inflamação ar ticular
evidenciado com calor, rubor, edema (inchaço) e
extrema dor.
 Febre baixa.
 A acumulação dos cristais monourato de sódio
pode provocar deformações graves nas
ar ticulações.

DIAGNÓSTICO
 História clínica.
 Exames laboratoriais - elevação dos níveis de
ácido úrico no sangue – hiperuricemia (> 7 mg/dl
para homem / > 6 mg/dl para mulheres).
 Visualização do cristal de ácido úrico por um
microscópio de luz polarizada no líquido sinovial.
D) GOTA

TRATAMENTO
 Dieta - diminuir a ingestão de alimentos ricos em proteínas.
 Alivio dos sintomas – analgésicos, anti-inflamatórios e compressa
de gelo local.
 Redução dos níveis de ácido úrico – alopurinol, benzobromarona .
E) ARTRITE TUBERCULOSA

 Inflamação das ar ticulações resultante de


infecção por tuberculose (bacilo
Mycobacterium tuberculosis ).

 É um processo localizado e destrutivo,


geralmente hematogénico , que se origina de
um foco tuberculoso primário pulmonar ou
intestinal.

 Aproximadamente 1% das pessoas afectadas


por tuberculose desenvolve ar trite.

 Ar ticulações afectadas - a coluna ver tebral ,


anca, joelhos, punhos e tornozelos.

 O corcunda de Notre Dame tinha uma


protuberância nas costas que se atribuía à
tuberculose, uma causa comum de
deformidade gibosa.
E) ARTRITE TUBERCULOSA

SINTOMAS
 Cansaço fácil
 Perda de peso
 Rigidez articular
 Espasmos e atrofia muscular
 Edema da articulação
 Dor exacerbada pela deambulação (caminhar) ou actividade
física
 A cifose (corcunda) típica aparece conforme evolui com a
destruição óssea devido ao colapso dos corpos vertebrais.

DIAGNÓSTICO
 Exames Imagiológicos
 Exames Laboratoriais (hemograma, VS, teste cutâneo de
Mantoux)
 Exame Bacteriológico
E) ARTRITE TUBERCULOSA

TRATAMENTO

 Antibióticos contra o Mycobacterium tuberculosis.

 Intervenção cirúrgica é necessária quando o paciente não


responde à quimioterapia após quatro a cinco meses de
tratamento (sinovectomia e desbridamento).

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