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Osteoporose

Tecido ósseo: matriz orgânica e óssea


Células ósseas:
Osteoclastos: responsáveis pela reabsorção do osso (reabsorvem matriz óssea, destroem áreas
lesadas ou envelhecidas, liberam cálcio, ativados por citocinas e hormônios, secretam citocinas
que ativam os blastos)

Osteoblastos: responsáveis pela formação do osso (produzem e secretam a matriz óssea,


ativados por citocina e hormônios, secretam citocinas que ativas os clastos)

Osteócitos: osteoblastos maduros que param de secretar matriz orgânica, nutrem e oxigenam
os tecidos, responsáveis pelo controle do processo de renovação do esqueleto

Modelagem e remodelagem: ossos continuam reabsorvidos pela ação dos osteoclastos e


formados pela ação dos osteoblastos
Modelagem óssea: processo pelo qual os ossos crescem, ocorre durante o crescimento,
formação óssea > reabsorção
Remodelagem óssea: osso é renovado, ocorre após cessar o crescimento
Funções: renovação óssea, reparo de micro lesões, suprimento de cálcio para manter
(homeostase de cálcio)
Fases da remodelagem: 1- ativação 2- reabsorção 3- reversão 4- formação 5- mineralização

Homeostase de cálcio: processo de manutenção níveis séricos de cálcio adequados


Tecido ósseo é um reservatório de cálcio
Concentração de cálcio no sangue e outros fluidos extracelulares regulados por: forma ativa
da vit D e paratormônio (PTH)
Efeitos da forma ativa da vit D:
 Absorção de cálcio na luz intestinal
 Reabsorção renal de cálcio
Efeitos do paratormônio (PTH):
 Síntese da forma ativa da vit D pelos rins
 Absorção de cálcio na luz intestinal
 Reabsorção renal de cálcio
 Reabsorção renal de cálcio
 Reabsorção óssea

Conceitos:
 Massa óssea – termo genérico que se refere a quantidade de osso
 Conteúdo mineral ósseo (CMO) – quantidade de osso em g/cm
 Densidade mineral óssea (DMO) – quantidade de osso em g/cm2 ou concentração do
tecido ósseo em uma determinada área de osso (g/cm2)
Acúmulo de massa óssea:
Infância e puberdade: Formação óssea > reabsorção (ganho)
Adultos jovens Formação óssea = reabsorção (manutenção)
Adulto: Reabsorção óssea > formação (perda de massa óssea aumenta com a idade)
Osteomalácea:
 Distúrbio da calcificação do esqueleto, falha na mineralização da matriz orgânica do
osso
 Mineral não é depositado na matriz óssea normalmente formada
Causas:
 Deficiência de vit D, Ca (hipocalcemia) e/ou P (hipofosfatemia), acidose sistêmica,
atuação de inibidores da mineralização

Osteopenia ou baixa densidade mineral óssea:


 Termo geral que descreve redução da massa óssea, baixa massa óssea
 Redução paralela do mineral e matriz orgânica

OMS: condição em que DMO encontra-se entre 1 e 2,5 DP abaixo do pico de massa óssea
encontrada no adulto jovem (escore T entre -1 e -2,5)

Osteoporose: desequilíbrio entre formação e reabsorção


Resulta da: perda óssea a idade + fatores intrínsecos e extrínsecos que aceleram a perda, que
podem sobreporem-se a: baixo pico de massa óssea na puberdade
Fatores de risco:
 Pico de massa óssea
 Velocidade da perda óssea
 Inevitáveis, genéticos ou não-modificáveis: sexo feminino
 Apresentam tanto massa óssea quanto densidade + baixos
 Atingem pico de massa óssea 8 a 10% menor
 Perdem massa óssea 10 anos antes + rápido
 Etnia branca ou oriental (densidade óssea é maior em negros)
 Idade avançada (acima 65 anos)
 História familiar de osteoporose
 Histórias prévia e familiar de fratura
 Baixa estatura/Apresentar ossos curtos
 Baixo IMC ou peso corporal e perda de peso
 Baixa DMO (do colo do fêmur)
 Menopausa natural ou cirúrgica
Aceleradores ou nutricionais:
 Baixa ingestão dietética de cálcio
 Deficiência de vitamina D
 Ingestão excessiva de “Roubadores de osso”:
 Sódio, cafeína, fibras, bebidas alcoólicas – reduz a absorção de cálcio;
 Gordura (fezes), ácido oxálico (fezes), sódio (urina), proteínas (urina) –
aumenta a excreção de cálcio;
 Ácido fosfórico e fosfato – prejudicam a formação óssea e aumentam a
reabsorção
Tabagismo: efeito toxico nos blastos ou modificação do metabolismo do estrogênio

1. Osteoporose primaria:
Quando perda óssea se associa a efeitos da menopausa ou do envelhecimento
Forma mais comum
Diagnosticada na ausência de doenças

1.1) Osteoporose pôs menopausa:


Atinge mulheres pós-menopausa e homens com deficiência de andrógenos (rara)
Causas:
 Baixos níveis de estrogênio no período pós menopausa - leva a aumento da perda
óssea
Estrogênio e seu efeito:
 Estimula a formação óssea
 Microbiota intestinal:
 Hipoestrogenismo: altera composição e reduz diversidade da microbiota
intestinal e aumenta permeabilidade intestinal
 Estado pró-inflamatório: resposta imunológica local e sistêmica - contribui para
osteoporose

1.2) Osteoporose senil:


Causas:
 Declínio da função osteoblástica devido: redução gradual dos esteroides sexuais
 Aumento da reabsorção óssea devido:  PTH devido à hipocalcemia devido:
 ingestão deficiente de cálcio,  perdas urinárias de cálcio, deficiência de vit D
( Absorção intestinal e  reabsorção renal de cálcio)

1.3) Osteoporose idiopática:


Patogenia incerta
 Anormalidades na função de osteoblastos
 Deficiência estrogênica subclínica

2. Osteoporose secundaria:
Diminuição de massa óssea é atribuída: outra doença ou uso de medicamentos
Causas:
 Doenças endócrinas: hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, hipogonadismo,
hipercortisolismo, hiperprolactinemia
 Doenças GI: doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, cirrose biliar primária,
cirurgias de bypass gástrico, gastrectomias
 Outras doenças crônicas
 Desordens nutricionais:
 Deficiência ou insuficiência de vitamina D
 Resulta em hiperpartireoidismo secundário compensatório
 Deficiência de cálcio: hipocalcemia leva a  secreção de PTH
  Reabsorção óssea
 Pode afetar pico de massa óssea
 Ingestão excessiva de álcool (≥ 3 doses por dia)
 Anorexia nervosa
 Nutrição parenteral
Manifestações clínicas: assintomática, deformidades, redução de estatura e da mobilidade,
dores ósseas e nas articulações (crônicas), piora da qualidade de vida, fraturas, perda de
independência, depressão, aumento da mortalidade

Diagnostico:
Densitométrico:
DMO com T-escore ≤ 2,5 DP (g/cm2) da coluna lombar, fêmur total, colo do fêmur, quadril
total ou terço médio do rádio, mesmo na ausência de fratura prevalente

DMO com T-escore entre -1,0 e -2,49 DP (osteopenia) associada a um aumento de risco de
fratura usando Fracture Risk Assesment Tool (FRAX®) - Modelo de predição de fraturas -
algoritmo que calcula probabilidade de em 10 anos ter fratura osteoporótica maior (quadril,
vertebral, úmero ou punho)

Objetivo:
 Otimizar pico de massa óssea na juventude
 Evitar identificar e intervir fatores de risco modificáveis
 DMO crescente ou estável ou sem evidência de novas fraturas
 Reduzir ou eliminar dores
 Restaurar função física  Prevenir fraturas
Tratamento:
Osteoporose primária: tratamento não medicamentoso e medicamentoso
Osteoporose secundária: tratamento do problema primário

Não medicamentoso:
 Exercício físico
 Abolir tabagismo e ingestão excessiva de álcool
 Exposição solar
 Prevenção de quedas
Dietoterapia:
 Dieta equilibrada e adequada (DRIS)
 Ênfase para:
 Cálcio
 Vitamina D
 Magnésio
 Vitamina K
 Potássio, boro, vitamina C e fito estrógenos
 Evitar:
 Sódio e proteínas
 Gorduras
 Ácido oxálico
 Ácido fosfórico
 Fosfatos
Cuidados:
 Absorção de sais de cálcio necessita de ácido gástrico para dissolução (junto com
desjejum)

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