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Problema 2 – Fratura da bacia

2-4. Osteoporose
Moore Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª edição
Keith L. Moore, Arthur F. Dalley, Anne M. R. Agur

Durante o processo de envelhecimento, há diminuição dos componentes


orgânicos e inorgânicos do osso, frequentemente resultando em osteoporose, uma
redução da densidade óssea, ou atrofia do tecido ósseo. Assim, os ossos tornam-se
frágeis, perdem a elasticidade e sofrem fraturas com facilidade.

Embora a osteoporose afete todo o esqueleto, as áreas mais afetadas são o


colo do fêmur, os corpos das vértebras, os metacarpais e o rádio. Esses ossos tornam-
se enfraquecidos e frágeis, e estão sujeitos a fratura.
A osteoporose afeta principalmente as trabéculas horizontais do osso trabecular
do corpo vertebral. As trabéculas verticais não sustentadas, remanescentes, resistem
menos à compressão e sofrem fraturas por compressão, resultando em vértebras
torácicas curtas e cuneiformes. A erosão progressiva e o colapso das vértebras
também resultam em perda da altura.

Radiografias feitas na osteoporose inicial a moderada mostram


desmineralização, que é observada na forma de diminuição da radiodensidade do osso
trabecular (esponjoso) dos corpos vertebrais, fazendo com que o osso cortical
adelgaçado pareça relativamente proeminente.
Consequentemente, pode haver listras verticais aparentes, refletindo a perda
das trabéculas de sustentação horizontais e o espessamento das hastes verticais.

As radiografias em fases posteriores podem mostrar colapso vertebral (fraturas


por compressão) e aumento da cifose torácica. A osteoporose do corpo vertebral
ocorre em qualquer vértebra; porém, é mais frequente nas vértebras torácicas,
sobretudo em mulheres após a menopausa.

Radiografia a um paciente com osteoporose (Foco na coluna)


A hipercifose torácica (na clínica é denominada pela forma abreviada cifose,
embora esse termo, na verdade, designe a curvatura normal, e coloquialmente é
conhecida como corcova ou corcunda) é caracterizada por acentuação anormal da
curvatura torácica; a coluna vertebral curva-se posteriormente. Essa anormalidade
pode resultar da erosão (causada por osteoporose) da parte anterior de uma ou mais
vértebras. Corcova de viúva é um nome coloquial para a hipercifose torácica em
mulheres idosas resultante da osteoporose. No entanto, esse tipo de cifose também
ocorre em homens idosos.

Prevalência na população:

Estudo VIGITEL
Osteoporose e Expectativa de Vida Saudável: estimativas para o Brasil em 2008
Mirela Castro Santos Camargos, Wanderson Costa Bomfim

Osteoporose em Mulheres na Pós-Menopausa


Radominski SC, Pinto-Neto AM, Marinho RM, Costa-Paiva LHS, Pereira P AS, Urbanetz AA,
Ferrari AEM, Baracat EC
Após a menopausa existe aumento da remodelação óssea com consequente
diminuição da massa óssea. A diminuição dos níveis de estrogênios circulantes leva a
uma ativação nos ciclos de remodelação óssea, com predomínio nas fases de
reabsorção em relação à formação, devido ao aumento do número de osteoclastos na
superfície dos ossos trabeculares. Também tem sido sugerido que os osteoclastos se
tornam mais ativos, possivelmente pela diminuição nas taxas de apoptose ao final da
fase de reabsorção, resultando em grandes cavidades que são parcialmente reparadas
pela atividade dos osteoblastos.
Os estrogênios atuam direta e indiretamente no osso. A maneira direta de
atuação é via recetores, e a indireta é mediada por citocinas e fatores locais de
crescimento. Existem diferenças fundamentais entre os padrões da perda óssea que
ocorre com o envelhecimento e a consequente deficiência hormonal pós-menopausa. A
perda óssea decorrente da menopausa é caracteristicamente associada à excessiva
atividade dos osteoclastos, enquanto a perda óssea associada ao envelhecimento é
mais relacionada à diminuição no número de osteoblastos.

Possíveis tratamentos:

 Reposição Hormonal (mulheres)

A terapia de reposição hormonal, apesar dos benefícios que propicia para a


manutenção da saúde e consequentemente da qualidade de vida das mulheres, deve
ser utilizada com cuidado, pois em algumas pode acarretar riscos, um dos mais
importantes é o aumento na incidência de casos de câncer de mama e
tromboembolismo (coágulo na veia).

 Ingestão de cálcio;
 Calcitonina;

A calcitonina é um hormônio produzido na glândula tireoide efetiva na diminuição


da atividade dos osteoclastos, inibindo a reabsorção óssea.

 Exercício físico

Hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios, são de grande importância


para a manutenção da densidade mineral óssea e para o tratamento da osteoporose.
Além dos efeitos benéficos sobre o tecido ósseo, a prática regular de exercícios
melhora o equilíbrio, a elasticidade e força muscular, que em conjunto diminuem os
riscos de quedas e consequentemente de fraturas.

5. Vitamina D
A vitamina D estimula a absorção intestinal de cálcio, no rim aumenta a
sua reabsorção e no osso promove a formação de osteoclastos, aumentando o Ca2+
disponível para os osteoblastos (efeito mineralizador indireto) e aumenta a sua síntese
de proteínas da matriz.

5. Equilíbrio de cálcio
O corpo controla com exatidão a quantidade de cálcio existente nas células e
no sangue. O organismo move o cálcio dos ossos para o sangue quando necessário
para manter um nível estável de cálcio no sangue. Se a pessoa não consumir uma
quantidade suficiente de cálcio, o cálcio em excesso é movido dos ossos, o que causa
seu enfraquecimento (osteoporose).
Este equilíbrio é de bastante importância pois o cálcio é essencial para a
formação dos ossos e dos dentes, a contração muscular, o funcionamento normal
enzimático, a coagulação sanguínea e o ritmo cardíaco normal.

8-9. Graus de fraturas e reparação microscópica:

Tipo A – Fratura Simples


Tipo B – Pouca fragmentação
Tipo C – Complexa

A reparação de uma fratura começa com a formação de um coágulo


(hematoma).
O coágulo é substituído por uma rede de fibras e cartilagem que se denomina
calo (interno fibrocartilagíneo e externo osteocartilagíneo)
O calo fibrocartilagíneo é ossificado para formar um calo ósseo (osso esponjoso
reticular, i.e., não lamelar) que depois é remodelado e é tbm restaurado o canal
medular.
A remodelação converte osso reticular (não lamelar) em osso lamelar e
possibilita ao osso: o seu crescimento, a alteração da sua forma, ajuste à tensão
mecânica, a reparação (ex. de fraturas) e a regulação dos níveis de cálcio. O osso
ajusta-se à tensão por remoção do osso “velho” (osteoclastos) e adição de tecido
ósseo novo (osteoblastos).
A remodelação óssea é um processo demorado podendo durar até 2 meses
dependendo do osso, exceto o fémur que por norma demora cerca de 3meses para
recuperar totalmente.

6-7. “Bicos de papagaio” e “osteófitos”1

Os osteófitos, também chamados de bicos de papagaio, são uma resposta do


corpo ao processo de sobrecarga e desgaste da coluna vertebral.
A osteofitose (bico de papagaio) se refere à hipertrofia óssea perante a um
desgaste ou sobrecarga. Apesar de serem muito comuns na coluna, podem surgir em
qualquer osso do nosso corpo.
Quando nossa coluna está sobrecarregada ou com atrito em excesso, as
vértebras promovem o crescimento ósseo com o intuito de estabilizar o esqueleto e
solucionar o problema. Como resultado, essas proeminências ósseas podem assumir
um formato similar ao de um “bico de papagaio”, daí o nome popular dos osteófitos.
A artrose vertebral (desgaste dos discos intervertebrais) pode ser causada pela idade
avançada (primária) ou por outras causas como obesidade, artrite reumatoide (inchaço
de articulações-rigidez das articulações-impossibilidade de movimento-desgaste 2) e
história genética do indivíduo.
Tratamento adequado.3
Os pacientes com dor, porém sem déficits neurológicos (perda de força e
sensibilidade), podem começar o tratamento clínico. A princípio, este tratamento
consiste em medicações como anti-inflamatórios e relaxantes musculares, fisioterapia
específica, controle do peso, educação postural e evitar esforços excessivos.
Os casos com falha do tratamento clínico e aqueles com lesão das estruturas
neurológicas (nervos e medula) devem ser submetidos a procedimentos cirúrgicos de
descompressão (retirada do bico de papagaio ou osteófito). As técnicas modernas
atuais possibilitam cirurgias mais rápidas e menos invasivas.
1 https://drricardoteixeira.com.br/osteofitos-da-coluna-vertebral/
2 https://www.itcvertebral.com.br/artrose-vertebral-coluna/
3 https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-
articulares-e-musculares/dist%C3%BArbios-articulares/artrite-reumatoide-ar

Informações extra:

Espondilose= Espôndilo-ose

Alterações degenerativas – Lesão contínua e irreversível nas células do corpo


1. Anatomia da bacia

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