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Densitometria Óssea

Prof (a): Kethleen Andrade


História da Densitometria Óssea
A densitometria óssea é uma análise computadorizada da quantidade de
cálcio e outros materiais contidos nos ossos (densidade mineral óssea).
Utiliza-se uma fonte de raios X duoenergética para aquisição de imagens de,
por exemplo, coluna lombar, fêmur proximal ou corpo inteiro. O exame de
desintometria foi desenvolvida pelo físico John Cameron e James Sorenson
em 1963.
▪ O primeiro densitômetro comercial da história foi desenvolvido na
Universidade de Wisconsin – Madison USA em 1972, sob a tutela de Richard
B. Mazess, Ph. D. fundador da Lunar Corporation.
▪ O aparelho chegou ao Brasil em 1989. Single Photon Absorptiometry (SPA)
Anatomia óssea
Os ossos são órgãos passivos do movimento humano, são essenciais, sem
eles seria impossível a locomoção, e até a sustentação do corpo. No
esqueleto se encontram 206 ossos.
O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido
conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto e
é o principal tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um
contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e
degradando osso velho.
Substância compacta: são áreas dos ossos constituídas por uma série de
lamelas concêntricas que apresentam canais no seu interior. São
responsáveis pela resistência dos ossos
A diferença estrutural básica, portanto, entre osso lamelar e não-lamelar é:

-O osso lamelar: É constituído por pilhas de lamelas ósseas e os osteócitos se


dispõem no interior ou na superfície de cada lamela. As fibras colágenas de
cada lamela são paralelas entre si e formam um ângulo reto com as fibras das
lamelas vizinhas.

-. - O
osso não-lamelar : As fibras colágenas correm em todas direções, não
havendo formação de lamelas. Os osteócitos se distribuem pela matriz sem
organização precisa.
.

Substância esponjosa: são áreas dos ossos constituídas por traves ósseas
dispostas em forma de rede. São responsáveis por certa elasticidade dos
ossos
Periósteo: É o tecido conjuntivo que envolve o osso externamente, com exceção das
superfícies articulares.

Camada Fibrosa (Saco periósteo): é a camada mais externa, que forma um saco fibroso
que envolve o osso.

Camada Osteogênica: É a camada mais interna, que tem função osteogênica,


permitindo o crescimento ósseo em espessura. Sua responsabilidade é formar o calo ósseo
na recomposição das fraturas.

Endósteo: É a camada de tecido conjuntivo que reveste o canal medular dos ossos.
Funções do Sistema Esquelético

– Sustentação do organismo (apoio para o corpo)

– Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro)

– Base mecânica: Para o movimento

– Armazenamento de sais (cálcio, por exemplo)

– Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas)


.
Sustentação – Os ossos do corpo humano serve para suportar os tecidos moles do corpo,
fixar os músculos. Em outras palavras, ele é a nossa armação. Vamos voltar ao exemplo da
lesma: Sem a estrutura óssea, o nosso corpo não poderia se manter em pé.

Proteção – Uma das finalidades dos ossos do corpo humano é proteção contra lesões. A
nossa caixa torácica protege certos órgãos vitais, a exemplo, o coração, os pulmões,
fígado e os rins. O nosso cérebro é protegido pelo crânio. O esqueleto também protege a
bexiga urinária assim como os órgãos reprodutores internos, como o útero, no caso das
mulheres, a pelve protege o feto em desenvolvimento.
Locomoção – Sabe quando você corre o dia inteiro pra lá e pra cá subindo e descendo
escadas no trabalho ou quando você corre para pegar o ônibus porque está atrasado?
Tudo isso é possível, pois os ossos do corpo humano são formados por um material rígido
que sustenta os tecidos, permitindo os movimentos, como levantar, agachar, flexionar os
braços e pernas, etc.
Reserva de minerais – Os ossos do corpo humano estocam alguns minerais
importantes ao nosso organismo como o cálcio, sódio e fósforo. Estes minerais são
transportados para outras regiões do nosso organismo por meio do sistema vascular.
Quando ocorre diminuição do nível de cálcio no sangue, sais de cálcio são mobilizados dos
ossos para suprir a deficiência. É por isso, que os ossos do corpo humano podem
permanecer intactos por muitos anos mesmo depois que morremos.

Hematopoiese – É o processo pelo qual as células do sangue formam, desenvolvem e


maturam alguns elementos do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas), a partir de
célulastronco (encontradas na medula óssea), estas são responsáveis pela formação de
todas as células e derivados celulares que circulam no nosso sangue
O tecido ósseo é formado por duas
partes: orgânica e mineral
.
• Porção orgânica – apresenta
colágeno (95%) e substância
fundamental, responsáveis pela
resistência e elasticidade do osso.

• Porção mineral – é a que confere a


dureza dos ossos, inclui o fosfato de cálcio
(85%), carbonato de cálcio (10%) e
fluoreto de cálcio e magnésio.
Matriz extracelular óssea

A matriz extracelular é composta por colágeno em sua maior parte e pela substância
fundamental. O osso é constituído aproximadamente por 70% de minerais, 20% de
matriz orgânica e cerca de 10% de água, o que o diferencia de outros tecidos conjuntivos
menos rígidos
Matriz inorgânica: é constituída, principalmente, por íons cálcio e fosfato, além de
outras substâncias em menores quantidades, como potássio, magnésio e bicarbonato.
O cálcio e o fósforo formam cristais, que, juntamente às fibras colágenas, são
responsáveis pela rigidez e resistência dos ossos.
Matriz orgânica: é constituída principalmente por fibras colágenas, as quais
apresentam em sua constituição colágeno tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas.
.
O tecido ósseo: É um tipo especializado de tecido conjuntivo e é formado pela
matriz óssea e células denominadas osteócitos, osteoblastos e osteoclastos.
Células ósseas

• OSTEOBLASTOS –Estão relacionados com a deposição do osso. Essas células atuam


secretando as substâncias que formarão a matriz extracelular. Elas apresentam
prolongamentos citoplasmáticos que se conectam com outros osteoblastos.

• OSTEOCLASTOS – Células grandes com vários núcleos, são as células originadas a partir
dos monócitos, que atuam reabsorvendo o osso. Essas células são relacionadas com a
remodelagem.

• OSTEÓCITOS – são achatados e se localizam no interior da matriz óssea, em lacunas.


São via de transporte de nutrientes e metabólitos entre os vasos sanguíneos e a morte
destes confere a reabsorção da matriz.
O CÁLCIO NA CONSTRUÇÃO ÓSSEA
O tecido ósseo, continuamente, passa por processo de remodelação, que
passa pela ação das células osteoclastos e osteoblastos, envolvidas,
respectivamente, na reabsorção e formação de novas células ósseas. A
remodelação óssea é um mecanismo fisiológico que consiste na
reconstrução de áreas do tecido ósseo por meio do acoplamento de
funções dos osteoblastos e osteoclastos. A remodelação se faz necessária à
manutenção do esqueleto e à homeostase do cálcio e fósforo.
A biodisponibilidade de cálcio oriundo da alimentação influencia no
controle de sua homeostase. E o paratormônio (PTH) e a forma ativa da
vitamina D [1,25 (OH)2D3], também denominada calcitriol, são os
responsáveis pela sua homeostase.
O CÁLCIO NA CONSTRUÇÃO ÓSSEA

O mecanismo de regulação óssea se inicia com o declínio das


concentrações plasmáticas de cálcio, que provoca a secreção do PTH.
Este, por sua vez, atua estimulando a reabsorção óssea, liberando cálcio
para a circulação e aumentando a reabsorção tubular desse íon nos rins.
O PTH, também, estimula a síntese de calcitriol, que age estimulando o
transporte transepitelial de cálcio no intestino e mobilizando-o do osso
para a circulação, além de regular a síntese e secreção do PTH.
METABOLISMO DO CÁLCIO
Os efeitos do cálcio e da vitamina D sobre a saúde óssea vêm sendo
estudados há muito tempo. E, dessa forma, a adequação da ingestão
desses nutrientes faz-se extremante necessária, principalmente no que diz
respeito à prevenção de doenças, como a osteoporose. A maior parte do
cálcio encontra-se depositada no esqueleto e o restante está distribuído
nos dentes, tecidos moles, plasma e fluido extracelular. Estudos indicam
que o aumento de sua ingestão reduz a perda óssea e o risco de fraturas.
Isso porque ele participa do cristal de hidroxiapatita que dá resistência
mecânica ao osso. As maiores fontes são o leite e derivados, repolho e
vegetais verde-escuros, como brócolis, couve e espinafre.
Já a. vitamina D atua na absorção intestinal do cálcio dietético e na
reabsorção tubular renal do íon nos rins. Reduz os níveis de PTH e estimula
a osteogênese pelos osteoblastos. E sabe-se que sua associação com o
cálcio é de extrema eficiência na diminuição da incidência de fraturas. Sua
principal fonte em humanos é a exposição à luz solar, entretanto,
atualmente, essa exposição é insuficiente e os componentes alimentares
tornaram-se as principais opções. Entre eles estão o óleo de peixe, a
manteiga, a gema de ovo e o fígado. A calcitonina é um hormônio que inibe
a produção de osteoclastos quando a produção de cálcio no sangue está
alta.
OSTEOPENIA

A osteopenia consiste na perda precoce de densidade óssea que torna os


ossos mais fracos. Por isso, se não for tratada de forma adequada, a
osteopenia pode virar osteoporose, que é um problema mais grave no qual
os ossos estão muito fracos e podem partir com pequenas pancadas .
Osteopenia não é uma doença. É uma condição pré-clínica que sugere a perda gradual
de massa óssea que pode levar à osteoporose, esta, sim, uma doença, que
compromete a resistência dos ossos e aumenta o risco de fraturas no fêmur, pulsos e
coluna vertebral. O pico de densidade mineral óssea (DMO) ocorre na terceira década
de vida. Depois de alguns anos de estabilidade, o equilíbrio entre produção e
reabsorção de células ósseas começa a ficar comprometido e os ossos se tornam mais
fracos e porosos.
A osteopenia pode afetar mulheres e homens. No entanto, são mais vulneráveis as
mulheres com menopausa precoce ou na pós-menopausa, especialmente as brancas e
as asiáticas, de baixo peso e estatura, que se ressentem da queda na produção do
estrogênio, hormônio feminino que contribui para a absorção de cálcio e estabiliza o
metabolismo ósseo.
Entre as causas da osteopenia, é importante destacar o envelhecimento, que torna os ossos
mais porosos e dificulta a absorção do cálcio. Fazem parte dessa lista também fatores
genéticos e hereditários, desnutrição, exposição insuficiente ao sol. Nos homens, o
problema se agrava depois dos 60, 70 anos, quando cai a produção de testosterona, o
hormônio masculino.
OSTEOPOROSE

Osteoporose é uma doença metabólica, sistêmica, que acomete os ossos.


Como qualquer outro tecido do nosso corpo, o osso é uma estrutura viva
que precisa se manter saudável, e isso acontece mediante a remodelação do
osso velho em osso novo. A osteoporose ocorre quando o corpo deixa de
formar material ósseo novo suficiente, ou quando muito material dos ossos
antigos é reabsorvido pelo corpo - em alguns casos, pode ocorrer as duas
coisas. Se os ossos não estão se renovando como deveriam, ficam cada vez
mais fracos e finos, sujeitos a fraturas
Nos estágios iniciais da osteoporose, a perda de massa óssea é
assintomática. Quando a perda óssea é mais significativa e já acarreta
alterações clínicas, observa-se uma diminuição da estatura e aumento da
cifose dorsal, devido a deformidades por compressão, ou fratura das
vértebras. Como consequência de quedas, macro traumas ou mesmo
traumas de baixo impacto, podem ocorrer também fraturas dos ossos
longos (fêmur e radio).
Fatores de risco para o surgimento da Osteoporose

– Histórico familiar de osteoporose;


– Tabagismo e consumo de álcool;
– Ausência de períodos menstruais por muito tempo;
– Pouca ou nenhuma prática de atividade física (sedentarismo);
– Baixo peso corporal;
– Pouca exposição à luz solar;
– Repousos prolongados ou imobilização;
– Deficiência de cálcio e vitamina D.
Sintomas da Osteoporose
Normalmente é expressa quando está numa fase mais avançada através da
fratura espontânea de um osso que não suporta mais nenhum trauma ou
esforço por menor que sejam. Outros sintomas que também podem ser
destacados são
: – Dor ou sensibilidade no local onde ocorreu a fratura ou o desgaste ósseo;
– Maior incidência de quedas;
– Desenvolvimento de outras doenças, como a pneumonia;
– As fraturas dos ossos da coluna vertebral levam a dor no pescoço ou na
região lombar;
-Redução da estatura, em virtude de uma postura encurvada ou cifótica.
Os locais mais afetados pela Osteoporose são a coluna, o pulso e o colo do
fêmur.
OSTEPOROSE DA COLUNA VERTEBRAL
FRATURAS OSTEOPORÓTICAS DO RÁDIO
FRATURA DO COLO DO FÊMUR
DENSITÔMETRO

O aparelho emite doses baixas de radiação ionizante. Essa dose baixa de radiação
interage com o tecido mole (músculo, tecido, gordura) e com o tecido ósseo. Através
de cálculos por mecanismos eletrônicos é obtido o valor da densidade mineral óssea e
o valor do conteúdo mineral ósseo.
COMPOSIÇÃO DOS EQUIPAMENTO
MESA ESCANEADORA – contém circuitos eletrônicos, mecanismos motorizados e a fonte de
raios X.

BRAÇO ESCANEADOR – suporte que possui um detector e serve de cabo condutor entre
este detector e a mesa, possui um painel com dois interruptores: BACK/FRONT que
movimenta a mesa para trás e para frente, e o interruptor LEFT/RIGHT permite movimentar
a mesa para a esquerda e para a direita.

COMPUTADOR – armazena e analisa os dados e permite a comunicação entre ele e a mesa


e entre o monitor e a impressora.

MONITOR – para visualização do software utilizado, das imagens escaneadas e dos dados
escaneados.
TECLADO – usado para digitar os comandos e realizar as funções do computador.

IMPRESSORA – cria uma cópia da imagem escaneada e dos dados obtidos.


OBJETIVO DO EXAME

• Avaliar o grau de osteoporose

• Indicar a probabilidade de fratura

• Possibilitar a obtenção da curva de perda óssea através do tempo


(quando a avaliação é feita periodicamente)

• Auxiliar no tratamento médico


CUIDADOS COM DENSITÔMETRO
• Controle de temperatura igual a 18 a 25 graus para o equipamento (sem oscilação
maior que 2 graus durante as 24 hs).
• Umidade com 20 a 80 %, sem variação nas 24 hs.
• Poeiras, fumo, névoas podem ser prejudiciais ao aparelho
• Corpos estranhos (eventualmente poderão cair dentro do aparelho)
• Solventes (devem ser evitados) na limpeza
• Disposições dos cabos com proteção
• Corrente elétricas estáveis
• Armazenamento de dados –backup
• Controle de qualidade (importante para detectar alterações precoces)
• Não deixar cair líquido no computador
• Não usar força para manusear o braço escaneador
• Não comer na sala de exame
CONTROLE DE QUALIDADE DO DENSITÔMETRO
Para garantir maior acurácia (exatidão) no momento da realização do exame, existe um
protocolo de controle de qualidade que deve ser realizado diariamente e semanalmente
(obrigatório). Sem o controle, pode haver muitos erros na leitura e diagnóstico, esse
procedimento também garante a qualidade do exame e também do aparelho de D.O.
A validade para determinar a quantidade da massa óssea depende da precisão de
algumas medidas.
Os dois fatores básicos que afetam a precisão são: a) desempenho dos instrumentos usados
para fazer as medidas. b) desempenho dos operadores que adquirem e analisam o exame.
No entanto, o desempenho dos operadores e equipamentos precisa ser cuidadosamente
monitorada e controlada para que se consigam informações confiáveis. Consequentemente
o (CQ) controle de qualidade que são sempre implantados pelo fabricante para monitorar o
processo e manter uma excelente similaridade de modo que todo esse conjunto consiste
em um papel importante para a densitometria Óssea. Por isso que a precisão é importante,
pois o sistema possui a capacidade de obter os mesmos resultados de medidas repetidas.
FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO EXAME:
Relativo ao Equipamento:
- Exatidão e Precisão;
Fatores que afetam a exatidão:
- Espessura do tecido mole;
- Distância do objeto da mesa.
- Calibração do aparelho;
-Posicionamento inadequado do paciente;
- Área de análise inadequadamente
selecionada;
- Calibração inicial do equipamento feita pelo
fabricante.
COMO É FEITO O EXAME
Após realização do(s) teste(s) iniciamos a rotina. Verificamos se a sala de
exame está preparada para receber os pacientes. Com o paciente em sala
identificar o mesmo, conferindo com um documento; nome e data de
nascimento. Atentar-se ao fato de não digitar como sobrenomes; Júnior,
Filho, Neto etc. Não identificar o paciente antes de ele estar posicionado.
Importante perguntar à paciente se já fez esse exame. Caso tenha feito,
solicitar exames anteriores, que por sua vez ficará conosco para
comparação (caso seja solicitado pelo médico) e entregue junto com o
resultado. Caso seja a primeira vez, tranquilizar a mesma em relação ao
exame, explicando a sua realização.
COMO É FEITO O EXAME
O paciente é deitado em uma mesa de exame e um braço emissor/detector, em
movimentação linear e através da utilização de Raios-X, capta as imagens de forma
semelhante ao exame de Raio-X, analisando sua densidade mineral óssea. Em todos os
pacientes são examinados a coluna lombar e o quadril ou conforme prescrição médica.
Devemos lembrar dos pré-requisitos exigidos para realização do mesmo, tais como; a
paciente não deve estar grávida, não ter recebido contraste nos últimos 3 a 6 dias.
Questionar o paciente sobre a ingestão de cálcio, principalmente se essa ingestão anteceder
em até 2 horas o exame de densitometria, comprometendo a imagem. Pedir à paciente que
tire os sapatos e ou qualquer tipo de metal que possa interferir no exame, tais como;
fivelas, botões, sutiãs com aro metálico roupas com zíperes, colchetes e se necessário fazer
uso do avental.
A avaliação é feita anualmente e as partes de interesse na obtenção das imagens para
diagnóstico são o fêmur e a coluna vertebral. O exame está indicado em mulheres em
fase de pré-menopausa, menopausa, pósmenopausa, em regime de reposição com
hormônios estrógenos, e também nos indivíduos em uso de hormônios tireoidianos,
corticosteroides, e medicamentos anticonvulsivantes. A paciente deve notificar seu
médico caso estiver grávida. E nas crianças, é indicado quando há necessidade de
acompanhamento do desenvolvimento ósseo, em doenças osteometabólicas, e em
regimes dietéticos para emagrecimento.
Coluna lombar Verificamos, então, peso e altura e damos início ao exame da coluna.
Posicionamos a paciente à mesa de modo que a paciente fique em decúbito dorsal
(barriga para cima), observando que a linha central da mesa deve estar no centro da
paciente. A cabeça abaixo da linha horizontal na cabeceira da mesa, ou seja, do
mesmo lado em que se encontra o braço escaneador.
Fêmur

Para realização do exame do fêmur, ainda com o paciente deitado, ajustar o suporte
triangular do seguinte modo: Com as mãos deve-se fazer um movimento de rotação
interna, observando com uma das mãos do lado externo da coxa, o grande trocânter, e
prender o pé, cuja perna será analisada, na parte inclinada do suporte imobilizando o
membro. O outro pé deve ficar reto, alinhado com o suporte do lado contralateral,
ficando à perna reta longitudinalmente paralela a linha central da mesa. Posicionar a
luz do laser aproximadamente 7 ,5 cm abaixo do grande trocânter e no centro da
perna. Esse posicionamento propicia um espaço suficiente entre os ossos
ísquiofemoral para uma análise correta. Observar a imagem na tela do computador se
está sendo feita uma boa aquisição e proceder do mesmo modo conforme citado ao
exame de coluna. Terminado o exame, retira-se o apoio dos pés e aguarda-se o
retorno do braço escaneador.
Antebraço
Coloca-se a paciente sentada ao lado da mesa de exame, certificando que as costas da
paciente estejam eretas e que o ombro esteja alinhado com o centro vertical do
posicionados, mede-se o comprimento do antebraço, essa medida deve ser feita desde
o processo estiloide da ulna (osso localizado no pulso na parte externa) até o olécrano
(osso do cotovelo). O antebraço escolhido é o não dominante, isto é, braço contrário à
mão que se escreve. A peça de apoio (posicionado) para tal deve ser colocada sobre a
mesa e deve-se posicionar o antebraço sobre o mesmo conforme figura abaixo, sendo
importante recomendar ao paciente que deixe o pulso relaxado e que feche às mãos de
modo que com este movimento haja uma retificação do mesmo, o que colabora com o
exame. Posiciona-se o feixe do laser no centro do pulso, alinhado com o processo do
cúbito estiloide, a 1 cm abaixo do processo estiloide da ulna, prende-se o mesmo com
velcro, mantendo a posição e finalmente inicia-se o exame.
Corpo inteiro
Colocar a paciente sobre a mesa em decúbito dorsal (deitada de barriga para cima),
posicionando a de modo que ela fique no centro da mesa, isto é, deve-se verificar se a
linha central da mesma divide o paciente ao meio. A cabeça deve estar do mesmo lado
em que se localiza o braço escaneador, logo abaixo da linha horizontal marcada no
colchão da mesa de exame (distância de mais ou menos 1,5 cm da cabeça linha). Os
braços devem ficar ao longo do corpo, estendidos com as mãos voltadas para baixo
repousando sobre a mesa. Prendemse os pés e pernas com auxílio dos velcros, de modo
que o velcro menor fique na altura dos pés e o maior na altura dos joelhos, a fim de se
evitar movimentos durante o exame. IMPORTANTE: lembrar que se o paciente tiver
dimensões maiores que o habitual, ultrapassando o limite pode-se usar como recurso,
colocar as mãos sob os quadris (debaixo).
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
Todos os procedimentos para redução da exposição podem ser sintetizados a redução
do tempo, distância e blindagem. No que diz respeito a densitometria óssea as
medidas envolvidas são: Controle de qualidade: aferição dos equipamentos dentro do
preconizado para cada equipamento é de fundamental importância não só para o
aceite de aparelhos novos na sua instalação como diariamente Distância: o operador
deverá observar uma distância adequada entre o equipamento e o computador de
aquisição das imagens, o adequado posicionamento do paciente antes de iniciar o
procedimento implica na redução da exposição à radiação pelo desnecessário
reposicionamento posterior após várias tentativas de aquisição de imagens e
abortamentos destas.
• Corpo inteiro → 0,005 mSv
• Extremidade → 0,001 mSv
Taxa de exposição para Técnicos de Densitometria
Variação de 0,01 µSv a 5,60 µSv para 1 metro e 0,0 µSv a 2,30 µSv para 3 metros.
Taxa de exposição para o paciente ao ser submetido à Densitometria Óssea, variação de
0,03 mSv a 0,30 mSv.
O principal objetivo é proteger o homem contra os detrimentos das Radiações
Ionizantes feitas pelo homem e de fontes naturais modificadas tecnologicamente. Os
fabricantes dos aparelhos de densitometria óssea ressaltam a inexistência de riscos de
exposição radiológica para o operador.
Operadoras de densitômetro em período de gravidez A Norma CNEN-NE-3.01 “Diretrizes
Básicas de Radioproteção” estabelece que a dose acumulada no feto durante o período
de gestação não deve exceder a 1 mSv. Isso implica que, conforme o item anterior,
operadoras grávidas de sistemas pencil-beam e fan-beam dentro das condições
adequadas citadas (distância superior a 3 metros do paciente, carga de trabalho
adequada) estariam abaixo desse valor limite .
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UM DENSITÔMETRO
A fonte de raios X emite a radiação que interage com o segmento do corpo que está
sendo examinado, então, a radiação que atravessa o corpo sensibiliza o detector
existente no braço escaneador. A densitometria óssea mede a quantidade de radiação
absorvida pelo corpo calculando a diferença entre a radiação emitida e a que atravessou
o corpo.
Índices de DMO
T-score Compara a DMO do indivíduo com a DMO da população jovem normal.
Z-score Compara a DMO do indivíduo com a DMO média da população de mesma
idade, sexo e etnia.
O índice T-score mede a diferença entre o BMD do paciente e o BMD médio da
população jovem normal e é calculado pela equação:

T- SCORE = DMO PACIENTE - DMO JOVEM


---------------------------------------
DP JOVEM

Onde: DMO paciente é o DMO medido no paciente; DMO jovem é o valor médio de DMO
da população jovem de mesmo sexo e DP jovem é o desvio padrão .
Critérios de diagnóstico propostos pela OMS

Valor de T-score Diagnóstico: T-SCORE DIAGNÓSTICO Até -1

Entre -1,1 e -2,5 Osteopenia

Abaixo de -2,5 Osteoporose

Abaixo de -2,5 na presença de fratura Osteoporose estabelecida


O índice Z-score mede a diferença entre o BMD do paciente e o BMD médio da
população de mesma idade, sexo e etnia e é calculado pela equação:

Z- SCORE=
DMO PACIENTE – DMO PARES
------------------------------------------
DMO PARES

Onde: DMO paciente é o DMO medido no paciente; DMO pares é o valor médio de DMO
da população de mesma idade e sexo e DP pares é o desvio padrão.

Resultados de Z-score iguais ou abaixo de -2,0 podem sugerir causas secundárias de


osteoporose. Em crianças, o Z-score é usado para avaliação da massa óssea
A obesidade ginóide ocorre predominantemente no sexo feminino. É também chamada
de obesidade baixa, periférica ou glúteo femoral. Este tipo de obesidade se associa à figura
de uma pêra, e acarreta num menor risco de complicações metabólicas.
A obesidade androide é predominante no sexo masculino. Esta variação também é
conhecida como obesidade alta, central ou troncular. A obesidade androide se
assemelha à figura de uma maçã. Estudos apontam que a obesidade androide oferece
maior risco de complicação metabólica. Esta variação é considerada de alto risco pois
possui um acúmulo predominante de células gordurosas na região abdominal, o que
leva a um aumento de risco de doenças cardiovasculares e morte prematura .

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