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Reconstrução - APG 10

Tecido Ósseo
Segundo
Segundo Semestre
Semestre

1. Compreender a histofisiologia do tecido ósseo


1.1 Funçõs do tecido ósseo e sistema esquelético
Serve de suporte para os tecidos moles e protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas craniana e
torácica, bem como no canal raquidiano; Aloja e protege a medula óssea, formadora das células do sangue;
Proporciona apoio aos músculos esqueléticos, transformando suas contrações em movimentos úteis; e
constitui um sistema de alavancas que amplia as forças originadas na contração muscular; Os ossos
funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros íons, armazenando-os e liberando-os de maneira
controlada para manter constante a sua concentração nos líquidos corporais; São capazes ainda de
absorver toxinas e metais pesados, minimizando, assim, seus efeitos adversos em outros tecidos.
(JUNQUEIRA, 13a ed.)

As funções estruturais do sistema esquelético são:

Proteção: Os ossos e as articulações são fortes e resistentes. A caixa torácica fornece um espaço
interno protegido para seus órgãos mais delicados. A coluna vertebral encapsula parcialmente e
protege a medula espinhal, e o crânio encapsula completamente o cérebro.
Movimento: O sistema musculoesquelético é uma máquina do movimento: os ossos ancoram os músculos
e atuam como alavancas, as articulações atuam como alavancas e a contração muscular fornece a
força para o movimento.
Suporte: A coluna vertebral suporta a maior parte do peso de seu corpo. Já os arcos de seus pés
suportam o peso de seu corpo de uma maneira diferente. (Odya; Norris, 3ª Ed.)

1.2 Estrutura óssea e características do tecido ósseo


O esqueleto é composto principalmente por três tipos de tecido conjuntivo: tecido ósseo (ossos), cartilagem
e tecido conjuntivo denso. O tecido ósseo é fisiologicamente muito ativo, gerando e reparando a si mesmo
todo o tempo, e há um abundante suprimento de sangue através dele. Não só isso, os ossos produzem uma
enorme quantidade de “produto para exportação”, sobretudo as próprias células do sangue. (Odya; Norris,
3ª Ed.)
1.3 Células do tecido ósseo (histologia)
Os ossos contêm quatro tipos especializados de células: osteócitos, osteoblastos, osteoclastos e células
osteogênicas. As funções do sistema esquelético dependem do funcionamento dessas células especializadas
do tecido ósseo. (Odya; Norris, 3ª Ed.)

O tecido ósseo contém três tipos principais de células:

Os osteoblastos, localizados na superfície da matriz, sintetizam, transportam e depositam a matriz


óssea e regulam a sua mineralização. Eles são derivados de células-tronco mesenquimais que se
localizam abaixo do periósteo no osso em desenvolvimento e também na cavidade medular mais tarde
durante a vida.
Os osteócitos, localizados no interior do tecido ósseo, estão interligados por uma intrincada rede de
processos citoplasmáticos por meio de túneis conhecidos como canalículos. Os osteócitos auxiliam no
controle dos níveis de cálcio e fosfato, na detecção das forças mecânicas e na sua tradução em termos
de atividade biológica — um processo denominado mecanotransdução.
Os osteoclastos, localizados na superfície do osso, são macrófagos multinucleados especializados
derivados de monócitos circulantes, responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo. Por meio de
integrinas de superfície celular, os osteoclastos se aderem à matriz óssea e criam uma trincheira
extracelular selada (lacuna de reabsorção). As células secretam proteases ácidas e neutras
(predominantemente metaloproteinases da matriz [MMPs]) na lacuna e estas enzimas por sua vez
reabsorvem o osso. (Robbins, 10ª Ed.)

Um conjunto desses círculos se chama osteon, que são estruturas repetidas e coladas para formar um osso compacto. O
buraco no meio, o canal de Havers (ou central), dá espaço para os nervos e vasos sanguíneos que atravessam o osso.
O anel que circunda o canal central é a lamela, que é formada como um composto de cálcio (como fosfato e carbonato de
cálcio) depositado na matriz (o espaço entre as células). Diferente de outros tecidos, em que a matriz é preenchida por
fluido, as células ósseas, ou osteócitos, são estáticas. Elas são encontradas nas pequenas cavernas conhecidas como
lacunas. (Odya; Norris, 3ª Ed.)
Devido a essa matriz rígida, as células precisam obter seus nutrientes de outras células. Os osteócitos têm estruturas
semelhantes a braços que se comunicam por meio de pequenos túneis, através da matriz, chamados de canalículos. As células
no anel interno (lamela) têm acesso às substâncias presentes nos vasos sanguíneos, no canal central. Elas então passam
essas substâncias para as células do anel seguinte através dos canalículos (túneis). Esse processo continua, célula a célula,
como um jogo de telefone sem fio.

A cartilagem é um tecido firme, mas flexível, constituído principalmente por fibras proteicas. Se você colocar o dedo na
ponta do nariz e empurrar delicadamente, terá uma boa ideia da textura emborrachada e da flexibilidade da cartilagem. Ela
é o principal componente das articulações. (Odya; Norris, 3ª Ed.)

O tecido conjuntivo denso (TCD) parece uma fita fibrosa. Ele contém poucas células vivas e é composto principalmente por
fibras proteicas, carboidratos complexos e água. O TCD estrutura o periósteo, uma película protetora que recobre os ossos,
cujas fibras de colágeno se entrelaçam com as dos ligamentos e tendões. Essas estruturas semelhantes a cordas conectam
um osso a outro (ligamentos) ou a um músculo (tendão). Diz-se que o periósteo forma um contínuo com os ligamentos e os
tendões porque não há separação real entre a “película” e as “cordas”. Isso impede que eles se soltem dos ossos. (Odya;
Norris, 3ª Ed.)

Os ossos (o fêmur, as vértebras, os ossos dos dedos) são estruturas feitas de tecido ósseo. É importante lembrar que cada
osso tem formas específicas de tecido ósseo. (Odya; Norris, 3ª Ed.)

A estrutura de ossos longos: Na seção transversal, o osso é estruturado em camadas concêntricas, isto é, a camada externa
circunda a intermediária, que por sua vez circunda a interna. No corte longitudinal, um osso tem duas extremidades
similares e uma área intermediária longa, que tem células e tecidos majoritariamente diferentes daqueles das extremidades.
A lista a seguir relaciona e descreve brevemente a composição celular e material das áreas de um osso longo. (Odya; Norris,
3ª Ed.)

O osso compacto (cortical) é uma camada (a mais externa) densa de células em uma matriz dura de fibras proteicas, e
compostos de cálcio e outros minerais. É essa camada que confere aos ossos sua força incrível. O tecido ósseo compacto é
descrito em detalhes na seção “Considerando o tecido conjuntivo”, anteriormente neste capítulo.

O osso esponjoso (trabecular), a camada do meio, é, como no caso do osso compacto, composto por uma variedade de células
em uma matriz de fibras proteicas mineralizadas. Mas o osso esponjoso tem uma estrutura menos densa do que a do
compacto, uma troca fisiológica de força por leveza. A matriz do osso esponjoso não está disposta em círculos concêntricos;
em vez disso, ela é, bem... esponjosa. As trabéculas, que seguem linhas de tensão no osso, são estruturas que atuam como
suporte, além de deixar grandes bolsões de espaço. Nos adultos, esse espaço contém a medula vermelha, descrita a seguir.
(Odya; Norris, 3ª Ed.)

A cavidade medular é a camada interna do eixo de um osso longo (a diáfise), e ela abriga a medula óssea, que tem duas
variedades: a medula amarela, composta principalmente por gordura (pense em manteiga), e a medula vermelha, onde ocorre
a hematopoiese, a produção de células sanguíneas. Nos adultos, a maior parte da medula na cavidade medular está
desativada e, portanto, é amarela. A medula vermelha ativa é encontrada no osso esponjoso do crânio, nas costelas, nas
vértebras, na pelve e no esterno. Nos bebês, as cavidades medulares dos ossos longos são preenchidas com medula vermelha
para atender à crescente demanda de células sanguíneas.

A epífise é a extremidade aumentada e nodosa de um osso longo. Consiste em uma camada externa de osso esponjoso
sobreposto ao compacto. Esse é o local do alongamento ósseo. Dentro da epífise, o tecido ósseo e cartilaginoso está
intimamente ligado: à medida que as células da cartilagem se dividem, ela se transforma em tecido ósseo. Esse processo
começa antes do nascimento e continua até os ossos atingirem o tamanho adulto. (Odya; Norris, 3ª Ed.)

1.4 Matriz óssea


A matriz óssea é composta por um componente orgânico conhecido como osteoide (35%) e por um
componente mineral (65%). Uma variedade de células ósseas está presente dentro da matriz óssea, como os
osteócitos que sintetizam o tecido ósseo e os osteoclastos que por sua vez reabsorvem o tecido ósseo. Esses
dois tipos de células mantêm a homeostase óssea. O osteoide é constituído predominantemente por colágeno
tipo I com quantidades menores de glicosaminoglicanas e outras proteínas. A característica singular da
matriz óssea, sua dureza, é conferida pela fração inorgânica denominada hidroxiapatita
(Ca10[PO4]6[OH]2).
A matriz óssea é sintetizada em uma das duas formas histológicas, reticular ou lamelar. O tecido ósseo
reticular é produzido rapidamente, como por exemplo, durante o desenvolvimento fetal ou no reparo de
fraturas, porém a disposição aleatória das fibras de colágeno confere uma integridade estrutural menor
que a verificada quando estas fibras estão dispostas de modo paralelo, como no tecido ósseo lamelar
produzido lentamente. Em um adulto, a presença de tecido ósseo reticular é sempre anormal, mas não é
específico de qualquer doença óssea descrita. A secção transversal de um osso longo típico mostra um córtex
externo denso e uma medula central composta por trabéculas ósseas separadas pela medula. (Robbins, 10ª
Ed.)

1.5 Perióteso e Endósteo


A superfície externa dos ossos é revestida por células e externamente às células por uma camada de
tecido conjuntivo denso modelado. Este conjunto é denominado periósteo. Com exceção das superfícies
articulares, toda a superfície externa dos ossos é envolvida por periósteo. Este é constituído por tecido
conjuntivo denso modelado que possui fibroblastos e fibras colágenas dispostas paralelamente entre si e
paralelamente à superfície do osso.
O periósteo é a região do osso que contém vasos sanguíneos e nervos que penetram nos ossos por
pequenos orifícios. Os orifícios maiores são constantes nos vários indivíduos e possuem nomes
anatômicos.

Toda a superfície interna dos ossos apresenta tecido conjuntivo denso modelado composto de fibras
colágenas organizadas paralelamente e células do tecido conjuntivo, principalmente fibroblastos,que em
conjunto constituem uma camada denominada endósteo (ressaltada em azul claro).
O endósteo é geralmente uma camada muito delgada, frequentemente formada por uma camada de células
disposta sobre a matriz óssea.
o endósteo reveste não somente as grandes cavidades ósseas (p. ex. os canais medulares), mas todas
pequenas cavidades situadas entre trabéculas do osso esponjoso e até mesmo a parede interna dos canais
de Havers.
O teócitos aparecem ressaltados em verde. (MOL – Microscopia online, 3ª Ed.)pa
ra o conteúd

1.6 Tipos de ossos: Tecido ósseo lamelar e não lamelar


O tecido ósseo não lamelar, também chamado imaturo ou primário, e o tecido ósseo lamelar, também
denominado maduro ou secundário. Sua principal diferença reside na organização de suas células e fibrilas
colágenas.

O tecido ósseo não lamelar é sempre o primeiro tecido ósseo a ser formado: no desenvolvimento dos ossos
durante a vida intrauterina, durante o crescimento dos ossos na vida pós-natal, durante os processos de
remodelação óssea e durante a formação de um novo tecido ósseo após uma fratura. É um tecido
temporário que é gradativamente substituído por tecido ósseo do tipo lamelar. Persiste no adulto apenas
em poucos locais, por exemplo, nos alvéolos dentários e nas inserções de tendões e ligamentos em ossos. O
número de osteócitos por volume de osso é maior que no osso lamelar, e esse tipo é menos mineralizado que o
osso lamelar. Em cortes histológicos, pode ser reconhecido pela disposição irregular e desorganizada dos
osteócitos e pela coloração irregular de sua matriz. Uma característica importante, que não pode ser
observada nos cortes, é o arranjo das fibrilas colágenas da matriz, dispostas em muitas direções.

É a variedade que predomina amplamente em adultos, após a fase de crescimento do corpo. Seus
osteócitos, assim como as fibras colágenas da matriz, dispõem-se de maneira muito organizada e têm menos
osteócitos por volume. Sua matriz se cora de modo homogêneo e é mais mineralizada que o osso não lamelar.
A principal característica desse tipo de osso é a sua estruturação em lamelas ósseas. As fibrilas colágenas
do osso lamelar, em vez de estarem dispostas de maneira desorganizada na matriz, estão organizadas
paralelamente entre si formando conjuntos denominados lamelas ósseas, que medem de 4 a 12 μm de
espessura e têm comprimento variável. Os osteócitos estão situados, em sua maioria, entre as lamelas
ósseas. Por esse motivo, em cortes histológicos de osso lamelar, os osteócitos são vistos organizados em
fileiras. (Junqueira & Carneiro, 14ª Ed.)

1.7 Histogênese
O osso, primariamente, desenvolve em dois tipos de tecido conjuntivo, o mesênquima e a cartilagem, mas
também pode se desenvolver em outros tecidos conjuntivos (p. ex., a patela se desenvolve em um tendão).
Como a cartilagem, o osso consiste em células e uma substância intercelular orgânica (matriz óssea)
composta de fibrilas de colágeno integradas a um componente amorfo. Estudos dos eventos celulares e
moleculares durante a formação óssea embrionária sugerem que a osteogênese e a condrogênese são
programadas no início do desenvolvimento e são eventos independentes, sob a influência das alterações
vasculares. (Moore, 11ª Ed.)

1.8 Regulação bioquímica do tecido ósseo: equilíbrio do cácio e paratireóde (regulação do Ca+), Calcitriol e Calcitonina

Para a homeostase do Ca, três hormônios estão envolvidos com grande importância nocontrole do seu metabolismo: a vitamina D ativa, o paratormônio (PTH) e a
calcitonina.

1.9 Remodelação óssea


Mesmo que seu crescimento já tenha se fechado, o desenvolvimento de seus ossos não terminou; ele
continua por meio da remodelação. Como os ossos absorvem constantemente o impacto que o corpo sofre,
a matriz fica danificada, e a remodelação lhes permite manter a integridade estrutural, substituindo o
tecido enfraquecido por um forte e saudável, como a construção de estradas. As estradas se desgastam
com o uso contínuo e precisam ser reformadas, mas você não pode aprimorar todas de uma só vez, ou
ninguém passaria por elas. Então você trabalha por seções, o tempo todo. Felizmente, a remodelação óssea
não causa os mesmos transtornos que a de rodovias! (Odya; Norris, 3ª Ed.)

Antes de ativar os osteoblastos para construir novos tecidos, precisamos limpar a área. Os osteoclastos
são as células ósseas responsáveis por isso. Eles secretam ácido para quebrar a matriz enfraquecida. Isso
libera os íons de cálcio de seus compostos, permitindo que sejam absorvidos pelo fluxo sanguíneo. Então os
osteoblastos reciclam o cálcio, formando novos compostos para depositar e reformar ainda mais a matriz.
(Odya; Norris, 3ª Ed.)

1.10 Reabsorção óssea


Uma função negligenciada dos ossos é armazenar cálcio, um íon essencial para contração muscular e
comunicação nervosa. Ocorre quando os níveis de cálcio no sangue caem, o hormônio da paratireoide
(PTH) é liberado e encaminhado para os ossos a fim de fazê-los reabsorvê-lo. Odya; Norris, 3ª Ed.)

1.11 Controle do remodelamento ósseo


O remodelamento ósseo – a formação de um novo tecido ósseo e a ruptura do tecido ósseo antigo. Quando
os astronautas retornaram do espaço pela primeira vez, notou-se que eles sofreram perda de massa óssea.
Aprendeu-se que a microgravidade (ausência virtual de gravidade) dos voos espaciais exerce apenas mínima
tensão nos ossos. Isso pode resultar na perda de 1 a 2% de massa óssea por mês, principalmente ossos da
pelve, coluna vertebral e membros inferiores. Para minimizar a perda de massa óssea, os astronautas
praticam exercícios físicos utilizando esteiras espaciais, bicicletas ergométricas e dispositivos que simulam o
levantamento de peso por duas horas e meia por dia, 6 dias por semana. Em contraste, os atletas
submetem seus ossos a grandes forças, que colocam uma tensão significativa no tecido ósseo. Atletas bem-
sucedidos mostram um aumento na densidade óssea geral. (tortora, 16ª Ed.)

2. Descrever a anatomofisiologia óssea e artitcular da pelve


2.1 Descrever a anatomia da pelve (ísquio, ílio e púbis)
A pelve e o períneo são regiões inter-relacionadas e associadas aos ossos pélvicos e aos segmentos
terminais da coluna vertebral. A pelve é dividida em duas regiões:

A região superior, relacionada com as partes superiores dos ossos pélvicos e com as vértebras lombares
inferiores, constitui a pelve maior (“falsa pelve”) e é, muitas vezes, considerada parte do abdome;
A pelve menor (“pelve verdadeira”) está relacionada com as partes inferiores dos ossos do quadril, o
sacro e o cóccix, apresentando uma abertura superior e outra inferior.
A cavidade pélvica, em forma de bacia, é delimitada pela pelve menor e apresenta uma abertura superior,
paredes e soalho. Esta cavidade continua-se, superiormente, com a cavidade abdominal, e em seu interior
estão presentes estruturas dos sistemas urinário, digestório e genital.

Entre os três componentes do osso do quadril, o ílio é o elemento mais superior.


O ílio é separado em partes superior e inferior por uma crista na superfície medial . Posteriormente, a
crista é bem aguda e situa-se imediatamente acima da superfície do osso que se articula com o sacro. Esta
superfície sacral (parte lateral) apresenta uma face auricular, em “forma de L”, para se articular com o
sacro e uma área posterior e rugosa, mais extensa, para a fixação de fortes ligamentos que sustentam a
articulação sacroilíaca. Anteriormente, a crista que separa as partes superior e inferior do ílio é
arredondada e denominada linha arqueada.
A parte anterior e inferior do osso do quadril é o púbis. Ele possui um corpo e dois ramos. O corpo é
achatado posterior anteriormente, articulando-se com o osso púbis do lado oposto, na sínfise púbica. O
corpo apresenta uma crista púbica arredondada, na sua superfície superior, que termina lateralmente como
um proeminente tubérculo púbico. O ramo superior do púbis projeta-se posterior lateralmente, a partir do
corpo, e se une com o ílio e o ísquio em sua base, que está posicionada em direção ao acetábulo. A margem
superior aguda desta superfície triangular é denominada linha pectínea do púbis (pécten), que forma a
parte da linha terminal do osso do quadril, abertura superior da cavidade pélvica. Anteriormente, esta
linha é contínua com a crista púbica, que também faz parte da linha terminal e da abertura superior da
cavidade pélvica. O ramo superior do púbis é marcado, em sua superfície inferior, pelo sulco obturatório, que
forma a margem superior do canal obturatório. O ramo inferior do púbis projeta-se lateral e inferiormente
para se unir ao ramo do ísquio.
O ísquio é a parte posterior e inferior do osso do quadril. Apresenta: um grande corpo que se projeta
superiormente para se unir ao ílio e ao ramo superior do púbis, e um ramo que se projeta anteriormente
para se unir com o ramo inferior do púbis. A margem posterior do osso é marcada por uma proeminente
espinha isquiática que separa a incisura isquiática menor (abaixo) da incisura isquiática maior (acima). A
característica mais proeminente do ísquio é a presença de uma grande tuberosidade (o túber isquiático), na
superfície posteroinferior do osso. Este túber é um importante local de fixação dos músculos dos membros
inferiores e de apoio do corpo, quando estamos sentados. (Gray’s, 1ª Ed.)

2.1 Fisiologia da pelve


A pelve dá sustentabilidade ao corpo, preservando órgãos encontrados na sua cavidade interior, além de
ser a região onde os músculos do assoalho pélvico e membros inferiores se estabilizam.

2.2 Diferenças entre a pelve masculina e feminina


As mulheres são parecidas com uma ampulheta — seus quadris tendem a ser mais largos do que os
masculinos. Em uma mulher, os ossos ilíacos se alargam mais do que em um homem. O arco púbico forma
um ângulo obtuso (maior que 90º), que nos homens é agudo (menor que 90º). E a pelve menor (ou
verdadeira) de uma mulher — o anel formado pelos ossos púbicos, ísquio, parte inferior do ílio e o sacro — é
mais larga e arredondada. A pelve menor dos homens tem a forma de funil.
Essas diferenças na anatomia têm um propósito fisiológico: as mulheres têm bebês, e, quando eles estão
prontos para nascer, precisam passar pela pelve verdadeira da mulher sem ficarem presos. Outras
diferenças se relacionam ao parto: o sacro nas mulheres é mais largo e inclinado para trás, e seu cóccix se
move mais facilmente do que o dos homens. Essas duas características permitem um maior ”conforto” para
o bebê passar pela pelve. Quando uma mulher está grávida, produz relaxina, um hormônio que permite aos
ligamentos que se conectam os ossos pélvicos se relaxarem um pouco. Assim, os ossos se afastam e ganham
certa flexibilidade durante o parto.
Todas essas características femininas são maravilhosas para dar à luz, mas os ossos nem sempre
retornam prontamente às posições originais. Os quadris tendem a ficar um pouco mais largos após o parto.
Talvez os ossos se soltem e expandam como uma ”recompensa” fisiológica, facilitando ainda mais a vinda de
outro bebê. Pena que os corpos femininos não saibam quando geraram o último bebê, para que os quadris
voltem ao tamanho que tinham antes da gestação! (Odya; Norris, 3ª Ed.)

3. Discutir sobre a prevenção de acidentes domésticos em idosos


O hipoparatireoidismo diminui a concentração extracelular de cálcio. Quando há formação inadequada de
PTH, os osteoclasto tornam-se inativos, e a formação de 1,25(OH)2D3 diminui para níveis baixos. A
transferência de cálcio do osso para o LEC diminui, a absorção de cálcio pelo intestino é reduzida a níveis
baixos, e a excreção de cálcio pelos rins torna-se maior do que a taxa de absorção pelo intestino. Em
consequência, a concentração de cálcio no LEC cai abaixo dos níveis normais, e a concentração de fósforo
permanece normal ou torna-se elevada. A condição pode ser tratada com doses muito grandes de vitamina
D, que tem o efeito de estimular a absorção gastrointestinal de cálcio, ou com a administração de
1,25(OH)2D3 (calcitriol).

O hiperparatireoidismo primário provoca perda de cálcio do osso e aumento da concentração extracelular


de cálcio. Os níveis excessivos de PTH causados pela hiperatividade primária das glândulas paratireoides
estimulam a atividade osteoclástica, a retenção renal de cálcio, a excreção de fósforo e o aumento na
formação de 1,25(OH)2D3. A concentração de cálcio no LEC é maior do que o normal, ao passo que os
níveis de fósforo estão abaixo do normal. As consequências mais graves estão relacionadas com o dano
causado pela reabsorção osteoclástica excessiva dos ossos, que causa o seu enfraquecimento.

O raquitismo é causado pela absorção inadequada de cálcio pelo trato gastrointestinal. O raquitismo está
associado ao hiperparatireoidismo secundário e ao aumento do PTH como compensação para a quantidade
inadequada de cálcio na dieta ou para a incapacidade de formar quantidades adequadas de 1,25(OH)2D3.
Se os rins estiverem lesionados ou ausentes, não pode haver formação de 1,25(OH)2D3. Devido à absorção
inadequada de cálcio e à diminuição das concentrações de cálcio no LEC, os níveis de PTH tornam-se
elevados, o que estimula a reabsorção osteoclástica do osso e a liberação de cálcio no LEC. Além disso, os
níveis elevados de PTH exercem efeitos renais, causando a retenção de cálcio e a excreção de fósforo. O
resultado desses efeitos consiste em osteomalacia (mineralização inadequada e enfraquecimento dos ossos),
concentração de fósforo abaixo do normal e, no decorrer do período de meses, uma concentração de cálcio
que está apenas discretamente abaixo do normal, como resultado da transferência de cálcio do osso para o
LEC.

A osteoporose é causada pela diminuição da atividade dos osteoblastos e pela deposição reduzida de novo
osso. Em consequência da atividade reduzida dos osteoblastos, a taxa de reabsorção osteoclástica do osso
ultrapassa a taxa de deposição de tecido ósseo novo. As causas mais comuns da osteoporose consistem em:
(1) ausência de estresse físico sobre os ossos, devido à atividade física insuficiente; (2) ausência de
estrogênio na pós-menopausa, visto que ele normalmente diminui o número e a atividade dos osteoclastos; e
(3) idade avançada, em que ocorre acentuada diminuição do hormônio de crescimento e de outros fatores
que contribuem para a formação óssea. Todavia, em certas ocasiões, conforme observado no
hiperparatireoidismo, a causa da diminuição do osso consiste em atividade osteoclástica excessiva.

Nos homens, os níveis de testosterona diminuem de modo gradual, porém continuam exercendo um efeito
anabólico significativo na sétima e oitava décadas de vida. Nas mulheres, a formação de estrogênio
diminui para quase zero na menopausa, com frequência em torno dos 50 anos. O declínio da concentração
de estrogênio desloca o equilíbrio entre a deposição e a reabsorção ósseas, embora nenhum sintoma se
torne aparente durante muitos anos. Após anos de perda gradual de cálcio, os ossos enfraquecem a ponto
de causar o aparecimento de sintomas, como compressão vertebral e fragilidade dos ossos longos e da
pelve. É possível prevenir essa condição por meio de terapia de reposição de estrogênio no início da
menopausa. Os suplementos de cálcio após a menopausa não são efetivos, visto que a condição não se
caracteriza pela quantidade inadequada de cálcio no LEC.

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