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Tecido Ósseo
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Segundo Semestre
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Proteção: Os ossos e as articulações são fortes e resistentes. A caixa torácica fornece um espaço
interno protegido para seus órgãos mais delicados. A coluna vertebral encapsula parcialmente e
protege a medula espinhal, e o crânio encapsula completamente o cérebro.
Movimento: O sistema musculoesquelético é uma máquina do movimento: os ossos ancoram os músculos
e atuam como alavancas, as articulações atuam como alavancas e a contração muscular fornece a
força para o movimento.
Suporte: A coluna vertebral suporta a maior parte do peso de seu corpo. Já os arcos de seus pés
suportam o peso de seu corpo de uma maneira diferente. (Odya; Norris, 3ª Ed.)
Um conjunto desses círculos se chama osteon, que são estruturas repetidas e coladas para formar um osso compacto. O
buraco no meio, o canal de Havers (ou central), dá espaço para os nervos e vasos sanguíneos que atravessam o osso.
O anel que circunda o canal central é a lamela, que é formada como um composto de cálcio (como fosfato e carbonato de
cálcio) depositado na matriz (o espaço entre as células). Diferente de outros tecidos, em que a matriz é preenchida por
fluido, as células ósseas, ou osteócitos, são estáticas. Elas são encontradas nas pequenas cavernas conhecidas como
lacunas. (Odya; Norris, 3ª Ed.)
Devido a essa matriz rígida, as células precisam obter seus nutrientes de outras células. Os osteócitos têm estruturas
semelhantes a braços que se comunicam por meio de pequenos túneis, através da matriz, chamados de canalículos. As células
no anel interno (lamela) têm acesso às substâncias presentes nos vasos sanguíneos, no canal central. Elas então passam
essas substâncias para as células do anel seguinte através dos canalículos (túneis). Esse processo continua, célula a célula,
como um jogo de telefone sem fio.
A cartilagem é um tecido firme, mas flexível, constituído principalmente por fibras proteicas. Se você colocar o dedo na
ponta do nariz e empurrar delicadamente, terá uma boa ideia da textura emborrachada e da flexibilidade da cartilagem. Ela
é o principal componente das articulações. (Odya; Norris, 3ª Ed.)
O tecido conjuntivo denso (TCD) parece uma fita fibrosa. Ele contém poucas células vivas e é composto principalmente por
fibras proteicas, carboidratos complexos e água. O TCD estrutura o periósteo, uma película protetora que recobre os ossos,
cujas fibras de colágeno se entrelaçam com as dos ligamentos e tendões. Essas estruturas semelhantes a cordas conectam
um osso a outro (ligamentos) ou a um músculo (tendão). Diz-se que o periósteo forma um contínuo com os ligamentos e os
tendões porque não há separação real entre a “película” e as “cordas”. Isso impede que eles se soltem dos ossos. (Odya;
Norris, 3ª Ed.)
Os ossos (o fêmur, as vértebras, os ossos dos dedos) são estruturas feitas de tecido ósseo. É importante lembrar que cada
osso tem formas específicas de tecido ósseo. (Odya; Norris, 3ª Ed.)
A estrutura de ossos longos: Na seção transversal, o osso é estruturado em camadas concêntricas, isto é, a camada externa
circunda a intermediária, que por sua vez circunda a interna. No corte longitudinal, um osso tem duas extremidades
similares e uma área intermediária longa, que tem células e tecidos majoritariamente diferentes daqueles das extremidades.
A lista a seguir relaciona e descreve brevemente a composição celular e material das áreas de um osso longo. (Odya; Norris,
3ª Ed.)
O osso compacto (cortical) é uma camada (a mais externa) densa de células em uma matriz dura de fibras proteicas, e
compostos de cálcio e outros minerais. É essa camada que confere aos ossos sua força incrível. O tecido ósseo compacto é
descrito em detalhes na seção “Considerando o tecido conjuntivo”, anteriormente neste capítulo.
O osso esponjoso (trabecular), a camada do meio, é, como no caso do osso compacto, composto por uma variedade de células
em uma matriz de fibras proteicas mineralizadas. Mas o osso esponjoso tem uma estrutura menos densa do que a do
compacto, uma troca fisiológica de força por leveza. A matriz do osso esponjoso não está disposta em círculos concêntricos;
em vez disso, ela é, bem... esponjosa. As trabéculas, que seguem linhas de tensão no osso, são estruturas que atuam como
suporte, além de deixar grandes bolsões de espaço. Nos adultos, esse espaço contém a medula vermelha, descrita a seguir.
(Odya; Norris, 3ª Ed.)
A cavidade medular é a camada interna do eixo de um osso longo (a diáfise), e ela abriga a medula óssea, que tem duas
variedades: a medula amarela, composta principalmente por gordura (pense em manteiga), e a medula vermelha, onde ocorre
a hematopoiese, a produção de células sanguíneas. Nos adultos, a maior parte da medula na cavidade medular está
desativada e, portanto, é amarela. A medula vermelha ativa é encontrada no osso esponjoso do crânio, nas costelas, nas
vértebras, na pelve e no esterno. Nos bebês, as cavidades medulares dos ossos longos são preenchidas com medula vermelha
para atender à crescente demanda de células sanguíneas.
A epífise é a extremidade aumentada e nodosa de um osso longo. Consiste em uma camada externa de osso esponjoso
sobreposto ao compacto. Esse é o local do alongamento ósseo. Dentro da epífise, o tecido ósseo e cartilaginoso está
intimamente ligado: à medida que as células da cartilagem se dividem, ela se transforma em tecido ósseo. Esse processo
começa antes do nascimento e continua até os ossos atingirem o tamanho adulto. (Odya; Norris, 3ª Ed.)
Toda a superfície interna dos ossos apresenta tecido conjuntivo denso modelado composto de fibras
colágenas organizadas paralelamente e células do tecido conjuntivo, principalmente fibroblastos,que em
conjunto constituem uma camada denominada endósteo (ressaltada em azul claro).
O endósteo é geralmente uma camada muito delgada, frequentemente formada por uma camada de células
disposta sobre a matriz óssea.
o endósteo reveste não somente as grandes cavidades ósseas (p. ex. os canais medulares), mas todas
pequenas cavidades situadas entre trabéculas do osso esponjoso e até mesmo a parede interna dos canais
de Havers.
O teócitos aparecem ressaltados em verde. (MOL – Microscopia online, 3ª Ed.)pa
ra o conteúd
O tecido ósseo não lamelar é sempre o primeiro tecido ósseo a ser formado: no desenvolvimento dos ossos
durante a vida intrauterina, durante o crescimento dos ossos na vida pós-natal, durante os processos de
remodelação óssea e durante a formação de um novo tecido ósseo após uma fratura. É um tecido
temporário que é gradativamente substituído por tecido ósseo do tipo lamelar. Persiste no adulto apenas
em poucos locais, por exemplo, nos alvéolos dentários e nas inserções de tendões e ligamentos em ossos. O
número de osteócitos por volume de osso é maior que no osso lamelar, e esse tipo é menos mineralizado que o
osso lamelar. Em cortes histológicos, pode ser reconhecido pela disposição irregular e desorganizada dos
osteócitos e pela coloração irregular de sua matriz. Uma característica importante, que não pode ser
observada nos cortes, é o arranjo das fibrilas colágenas da matriz, dispostas em muitas direções.
É a variedade que predomina amplamente em adultos, após a fase de crescimento do corpo. Seus
osteócitos, assim como as fibras colágenas da matriz, dispõem-se de maneira muito organizada e têm menos
osteócitos por volume. Sua matriz se cora de modo homogêneo e é mais mineralizada que o osso não lamelar.
A principal característica desse tipo de osso é a sua estruturação em lamelas ósseas. As fibrilas colágenas
do osso lamelar, em vez de estarem dispostas de maneira desorganizada na matriz, estão organizadas
paralelamente entre si formando conjuntos denominados lamelas ósseas, que medem de 4 a 12 μm de
espessura e têm comprimento variável. Os osteócitos estão situados, em sua maioria, entre as lamelas
ósseas. Por esse motivo, em cortes histológicos de osso lamelar, os osteócitos são vistos organizados em
fileiras. (Junqueira & Carneiro, 14ª Ed.)
1.7 Histogênese
O osso, primariamente, desenvolve em dois tipos de tecido conjuntivo, o mesênquima e a cartilagem, mas
também pode se desenvolver em outros tecidos conjuntivos (p. ex., a patela se desenvolve em um tendão).
Como a cartilagem, o osso consiste em células e uma substância intercelular orgânica (matriz óssea)
composta de fibrilas de colágeno integradas a um componente amorfo. Estudos dos eventos celulares e
moleculares durante a formação óssea embrionária sugerem que a osteogênese e a condrogênese são
programadas no início do desenvolvimento e são eventos independentes, sob a influência das alterações
vasculares. (Moore, 11ª Ed.)
1.8 Regulação bioquímica do tecido ósseo: equilíbrio do cácio e paratireóde (regulação do Ca+), Calcitriol e Calcitonina
Para a homeostase do Ca, três hormônios estão envolvidos com grande importância nocontrole do seu metabolismo: a vitamina D ativa, o paratormônio (PTH) e a
calcitonina.
Antes de ativar os osteoblastos para construir novos tecidos, precisamos limpar a área. Os osteoclastos
são as células ósseas responsáveis por isso. Eles secretam ácido para quebrar a matriz enfraquecida. Isso
libera os íons de cálcio de seus compostos, permitindo que sejam absorvidos pelo fluxo sanguíneo. Então os
osteoblastos reciclam o cálcio, formando novos compostos para depositar e reformar ainda mais a matriz.
(Odya; Norris, 3ª Ed.)
A região superior, relacionada com as partes superiores dos ossos pélvicos e com as vértebras lombares
inferiores, constitui a pelve maior (“falsa pelve”) e é, muitas vezes, considerada parte do abdome;
A pelve menor (“pelve verdadeira”) está relacionada com as partes inferiores dos ossos do quadril, o
sacro e o cóccix, apresentando uma abertura superior e outra inferior.
A cavidade pélvica, em forma de bacia, é delimitada pela pelve menor e apresenta uma abertura superior,
paredes e soalho. Esta cavidade continua-se, superiormente, com a cavidade abdominal, e em seu interior
estão presentes estruturas dos sistemas urinário, digestório e genital.
O raquitismo é causado pela absorção inadequada de cálcio pelo trato gastrointestinal. O raquitismo está
associado ao hiperparatireoidismo secundário e ao aumento do PTH como compensação para a quantidade
inadequada de cálcio na dieta ou para a incapacidade de formar quantidades adequadas de 1,25(OH)2D3.
Se os rins estiverem lesionados ou ausentes, não pode haver formação de 1,25(OH)2D3. Devido à absorção
inadequada de cálcio e à diminuição das concentrações de cálcio no LEC, os níveis de PTH tornam-se
elevados, o que estimula a reabsorção osteoclástica do osso e a liberação de cálcio no LEC. Além disso, os
níveis elevados de PTH exercem efeitos renais, causando a retenção de cálcio e a excreção de fósforo. O
resultado desses efeitos consiste em osteomalacia (mineralização inadequada e enfraquecimento dos ossos),
concentração de fósforo abaixo do normal e, no decorrer do período de meses, uma concentração de cálcio
que está apenas discretamente abaixo do normal, como resultado da transferência de cálcio do osso para o
LEC.
A osteoporose é causada pela diminuição da atividade dos osteoblastos e pela deposição reduzida de novo
osso. Em consequência da atividade reduzida dos osteoblastos, a taxa de reabsorção osteoclástica do osso
ultrapassa a taxa de deposição de tecido ósseo novo. As causas mais comuns da osteoporose consistem em:
(1) ausência de estresse físico sobre os ossos, devido à atividade física insuficiente; (2) ausência de
estrogênio na pós-menopausa, visto que ele normalmente diminui o número e a atividade dos osteoclastos; e
(3) idade avançada, em que ocorre acentuada diminuição do hormônio de crescimento e de outros fatores
que contribuem para a formação óssea. Todavia, em certas ocasiões, conforme observado no
hiperparatireoidismo, a causa da diminuição do osso consiste em atividade osteoclástica excessiva.
Nos homens, os níveis de testosterona diminuem de modo gradual, porém continuam exercendo um efeito
anabólico significativo na sétima e oitava décadas de vida. Nas mulheres, a formação de estrogênio
diminui para quase zero na menopausa, com frequência em torno dos 50 anos. O declínio da concentração
de estrogênio desloca o equilíbrio entre a deposição e a reabsorção ósseas, embora nenhum sintoma se
torne aparente durante muitos anos. Após anos de perda gradual de cálcio, os ossos enfraquecem a ponto
de causar o aparecimento de sintomas, como compressão vertebral e fragilidade dos ossos longos e da
pelve. É possível prevenir essa condição por meio de terapia de reposição de estrogênio no início da
menopausa. Os suplementos de cálcio após a menopausa não são efetivos, visto que a condição não se
caracteriza pela quantidade inadequada de cálcio no LEC.