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Histologia Interativa
Universidade Federal de Alfenas
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Tecido Ósseo
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo. A mineralização da matriz
proporciona dureza ao tecido, sendo que, a matriz colágena concede certa flexibilidade.
Graças a essa flexibilidade, suas estruturas são demasiadamente dinâmicas, crescem,
remodelam e mantem sua atividade durante toda a vida do organismo.
Funções
Constituintes
O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células, e material
extracelular calcificado, a matriz óssea. A matriz apresenta 50% de parte orgânica e 50% de
material mineral.
Parte orgânica
Parte inorgânica
Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio que formam cristais de hidroxipatita. Os
íons da superfície deste cristal são hidratados existindo, portanto, uma camada de água à volta
onde estão dissolvidos alguns íons, quando é necessário cálcio, o primeiro a ser mobilizado é o
que está nesta camada à volta dos cristais. Só posteriormente é que se dá a dissolução dos
cristais através dos osteoblastos.
Células osteoprogênitoras
Osteoblastos
Os osteoblastos são células jovens com intensa atividade metabólica e responsáveis pela
produção da parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e
proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz.
São cúbicas ou cilíndricas e são encontradas na superfície do osso periósteo (membrana fina
que reveste o osso). Fazem a regeneração óssea após fraturas. Os osteoblastos existem
também no endósteo (membrana de tecido conjuntivo que reveste o canal medular da diáfise e
as cavidades menores do osso esponjoso e compacto). Durante a alta atividade sintética, os
osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos).
Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os
osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente
por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos
basófilo.
Osteócitos
Osteoclastos
Os osteoclastos são células muito grandes que resultam da fusão de várias células do sistema
fagocitário mononuclear, têm origem em células que se originam na medula óssea, e estas por
sua vez originam os monócitos e os macrófagos (varias células fundem-se e dão origem aos
osteoclastos). Participam dos processos de reabsorção e remodelação do tecido ósseo. Nos
osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente
diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo
(com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação
enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de
Howship.
Periósteo e endósteo
As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células osteogênicas e tecido
conjuntivo que, constituem o endósteo e o periósteo, respectivamente.
Esta classificação é macroscópica e não histológica, pois o tecido compacto e os tabiques que
separam as cavidades do osso esponjoso têm a mesma estrutura histológica básica.
Nos ossos longos, as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso com uma
delgada camada superficial compacta. A diáfise (parte cilíndrica) é quase totalmente compacta,
com pequena quantidade de osso esponjoso na sua parte profunda, delimitando o canal
medular. Principalmente nos ossos longos, o osso compacto é chamado também de osso
cortical. Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo recobertos em toda a sua periferia por
uma camada compacta. Nos ossos chatos, que constituem a abóbada craniana, existem duas
camadas de osso compacto, as tábuas interna e externa, separadas por osso esponjoso.
As cavidades do osso esponjoso e o canal medular da diáfise dos ossos longos são ocupados
pela medula óssea vermelha. No recém nascido, toda a medula óssea tem a cor vermelha,
devido ao alto teor de hemácias, e é ativa a produção de células do sangue (medula óssea
hematógena). Pouco a pouco com a idade, vai sendo infiltrada por todo o tecido adiposo, com
a diminuição da atividade hematógena (medula óssea amarela).
Classificação histológica:
Corte histológico de osso primário. Ob servar as fib ras colagenas tipo I sem uma orientação definida.
As lacunas são os locais onde ficam os osteócitos que têm prolongamentos que comunicam
uns com os outros através de complexos de união, que permitem a passagem de ions e
pequenas moléculas de um osteócito para o outro. Estes prolongamentos constituem os
canalículos ósseos.
O osso é irrigado, mas os metabólitos têm de atravessar a matriz óssea calcificada, quer
através das próprias células que comunicam umas com as outras, quer através dos espaços
que existem entre os prolongamentos dos osteócitos e as paredes dos canalículos ósseos (o
fluxo no último caso é reduzido).
Os sistemas circunferenciais interno e externo são constituídos por lamelas ósseas paralelas
entre si, formando duas faixas: uma situada na parte interna do osso, em volta do canal
medular, e a outra na parte mais externa, próximo ao periósteo. O sistema circunferencial
externo é mais desenvolvido que o interno. Entre os dois sistemas encontram-se inúmeros
sistemas de Havers e grupos irregulares de lamelas, as lamelas intersticiais, que provém de
restos de sistemas de Havers que foram destruídos durante o crescimento do osso.
Corte histológico de osso lamelar ob tido pela técnica de desgaste.Ob servar as lamelas ao redor dos canais de Havers e
Endocondral: ocorre nos ossos longos. Aparece o molde de cartilagem hialina onde
surgem o centro de ossificação primário, que são invadidos por vasos sanguíneos que
trazem células osteoprogenitoras consigo. Estas começam a formar matriz óssea, e os
condrócitos da cartilagem hialina vão sofrendo modificações morfológicas até morrerem
por apoptose, diminuindo a cartilagem. Á medida que se forma a matriz óssea, que
inicialmente é na diáfise do osso através do colar periostal e do centro de ossificação
primário, ele vai progredindo para a extremidade do osso. Posteriormente, centro de
ossificação secundários são formados nas epifises do osso, permitindo a substituição da
cartilagem hialina por tecido ósseo. Toda a cartilagem hialina é substituída por tecido
ósseo, exceto a superfície articular e a placa epifisária.
Portanto o osso vai se formar a partir de 1 centro de ossificação primário e 1 colar periostal
(na diáfise) e de 1 centro de ossificação secundário nas epífises e cresce a partir do disco
epifisário. A placa epifisária é a estrutura responsável pelo crescimento do indivíduo em
extensão, com o passar dos meses ela vai sendo substituída por tecido ósseo. Até o seu
fechamento completo, quando cessa o crescimento do indivíduo.
O disco epifisário/cartigem de conjugação é formado por cartilagem hialina, que tem vária
zonas:
Os discos epifisários estão ativos no crescimento e termina a sua atividade entre os 18-20
anos. Se houver 1 puberdade precoce, há 1 aumento das hormônios sexuais precocemente,
os discos epifisários encerrem precocemente e dão origem a nanismos, indivíduos de baixa
estatura.
Reparo de fraturas
Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia, pela lesão dos vasos sanguíneos, destruição
da matriz e morte das células ósseas. Para que o reparo se inicie, o coágulo sanguíneo deve
ser removidos pelos macrófagos. Dá-se a proliferação do periósteo (que está por fora do osso)
e do endósteo (que reveste a cavidade óssea), formando-se o osso primário, surge tecido
imaturo tanto por ossificação intramembranosa como por ossificação endocondral.
Seguidamente o osso primário forma um calo ósseo, que poderá ou não ser substituído por
cartilagem hialina, depois forma-se o osso secundário e há reabsorção de todo resto para o
osso ficar com a forma habitual.
Processo de consolidação óssea
O osso é um reservatório de cálcio, cujos níveis têm de estar num limite mais ou menos fixo,
para poder haver deposição ou reabsorção de cálcio conforme necessário. Quando o osso é
sujeito a carga induz a reabsorção e quando é sujeito a tração induz a deposição (exemplo dos
aparelhos dentários).
De acordo com a conformação microscópica da Matriz extracelular, dois tipos de tecido ósseo
são identificados, o tecido ósseo lamelar ou secundário, sendo típico do tecido ósseo
compacto maduro (Fig. 1); e tecido ósseo não-lamelar ou primário, observado no tecido
ósseo imaturo (Fig. 2).
Aumento de 40x
Fig. 2 – OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL
Aumento de 10x
Coloração picrosirius
REFERÊNCIAS
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa. Histologia básica I L.C.Junqueira e José Carneiro.12 .ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.