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Introdução
O osso, ou tecido ósseo, é um dos tecidos conectivos de sustentação. Os
ossos são estruturas irrigadas, inervadas e com características próprias
teciduais, de desenvolvimento e de respostas a injúrias. O tecido ósseo
encontra-se continuamente em crescimento, remodelagem e autorre-
paração. Ainda, contribui para a homeostasia do organismo por meio
do fornecimento de suporte, proteção, produção de células sanguíneas
e armazenamento.
As funções dos ossos do corpo vão além de suporte físico para ór-
gãos e músculos, eles sustentam o peso do corpo e trabalham com os
músculos para produzir movimentos controlados e precisos.
Neste capítulo, descreveremos a organização histológica, os aspectos
do desenvolvimento, do crescimento e das funções dos ossos.
2 Tecido ósseo e estrutura do esqueleto
Os ossos não são completamente sólidos, uma vez que têm espaços entre as
células e a matriz extracelular. Adicionalmente, têm espaços que são canais para
a passagem dos vasos sanguíneos ou para o armazenamento da medula óssea
vermelha. Com base no tamanho e na distribuição dos espaços, as regiões de
um osso podem ser classificadas como compactas ou esponjosas. Em geral, 80%
do esqueleto é osso compacto e 20% é osso esponjoso (Figura 3) (TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
O tecido ósseo esponjoso compõe a maior parte do tecido ósseo dos ossos
curtos, planos e irregulares. Além disso, forma a maioria das epífises dos
ossos longos e a margem em torno da cavidade medular da diáfise dos ossos
longos. No entanto, o tecido ósseo esponjoso, ao contrário do tecido ósseo
compacto, não contém ósteons, sendo composto por unidades chamadas de
trabéculas. Os espaços macroscópicos entre as trabéculas de alguns ossos são
preenchidos com medula óssea vermelha. O tecido ósseo esponjoso, nos ossos
do quadril, nas costelas, no esterno, na coluna vertebral e nas extremidades
dos ossos longos, se constitui no único local onde a medula óssea vermelha
é encontrada, sendo, portanto, o local de produção de células sanguíneas nos
adultos (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
8 Tecido ósseo e estrutura do esqueleto
Tipos de ossos
Os ossos podem ter muitos tamanhos e formas. Por exemplo, o fêmur, osso da
coxa, pode ter até 60 cm de comprimento em algumas pessoas e há uma cabeça
grande em forma de bola. O formato único de cada osso está relacionado com
alguma necessidade especial. O fêmur, por exemplo, resiste a grande peso e
pressão, e seu desenho de cilindro oco fornece força máxima com peso mínimo.
Na maioria dos casos, os ossos são classificados pela sua forma como longos,
curtos, planos e irregulares (Figura 5).
Acidentes ósseos
A superfície externa dos ossos raramente é lisa e sem características especiais.
Ao invés disso, são observadas projeções, depressões e aberturas que servem
como locais de ligação para músculos, ligamentos e tendões, como superfícies
articulares ou como condutos para vasos sanguíneos e nervos. As projeções
(protuberâncias) a partir da superfície óssea apresentam características e
funções distintas e geralmente estão relacionados com o estresse criado pela
tração exercida pelos músculos fixados nos ossos, ou são superfícies modifi-
cadas em que os ossos se encontram e formam articulações. As depressões e
as aberturas geralmente servem para a passagem de nervos e vasos sanguíneos
(MARIEB; HOEHN, 2009).
10 Tecido ósseo e estrutura do esqueleto
Os tipos mais importantes de acidentes ósseos estão descritos a seguir. Você deve se
familiarizar com estes termos, uma vez que serão frequentemente mencionados em
seus estudos sobre anatomia humana:
Projeções que são locais para fixação de músculos e ligamentos: tuberosidade
(grande projeção arredondada); crista (saliência estreita do osso); trocanter (pro-
cesso com formato irregular, muito grande e sem ponta); linha (saliência estreita
do osso, menos proeminente que uma crista); tubérculo (pequena projeção ou
processo arredondada); epicôndilo (área aumentada sobre ou acima de um côn-
dilo); espinha (projeção afilada, delgada e frequentemente pontiaguda); processo
(qualquer proeminência óssea).
Projeções que ajudam a formar articulações: cabeça (expansão óssea sobre um colo
estreito); faceta (superfície articular lisa e quase plana); côndilo (projeção articular
arredondada); ramo (barra de osso semelhante a um braço).
Depressões e aberturas que permitem a passagem de vasos sanguíneos e nervos:
meato (passagem semelhante a um canal); seio (cavidade dentro de um osso, preen-
chida com ar e revestida por uma membrana mucosa); fossa (depressão rasa em um
osso, semelhante a uma bacia e que frequentemente atua como superfície articular);
sulco (pequena depressão); fissura (abertura estreita e semelhante a uma fenda);
forame (abertura redonda ou oval através de um osso) (MARIEB; HOEHN, 2009).
Remodelação óssea
Fraturas
Envelhecimento
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2009. (Coleção Martini).
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia.
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
VANPUTTE, C.; REGAN, J.; RUSSO, A. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2016.
Leituras recomendadas
TANK, P. W.; GEST, T. R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009.
TOY, E. C. et al. Casos clínicos em anatomia. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. (Lange).