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AULA 06
TECIDO ÓSSEO
Características gerais
É o tecido mais abundante.
Funções: sustentação e suporte para as partes moles, protege órgãos vitais, como
os contidos nas caixas cranianas e torácica, aloja e protege a medula óssea e
proporciona apoio aos músculos esqueléticos.
É formado por material intercelular (matriz), denominada matriz óssea e também
por células.
o Matriz óssea: composta por aproximadamente 65% de substâncias
inorgânicas (fosfato de cálcio + abundante, fosfato de magnésio e
carbonato de cálcio), confere rigidez ao osso; e 35% de substâncias
orgânicas (fibras colágenas, mucopolissacarídeos), dão certa flexibilidade.
o Células:
Osteoblastos: células que sintetizam a parte orgânica, jovens,
ramificadas, com intensa atividade metabólica. Capazes de
incorparar fosfato de cálcio, participam da mineralização da
matriz. Em ossos formados, ocorrem na periferia. Durante a
calcificação da matriz, os osteoblastos acabam ficando em lacunas
(osteoplastos), diminuem sua atividade metabólica e passam a
osteócitos, que são células adultas. A matriz óssea recém-formada
recebe o nome de osteóide. As regiões ocupadas pelas
ramificações dos osteoblastos formam-se os canalículos que
permitem a comunicação entre os osteócitos e os vasos
sanguíneos que os alimentam.
Osteócitos: Células do interior da matriz óssea que ocupam as
lacunas das quais partem canalículos. Cada lacuna contém apenas
um osteócito. São achatados, com pouco retículo endoplasmático
rugoso (RER), complexo de Golgi pequeno e núcleo. Sua morte é
seguida por reabsorção da matriz.
Osteoclastos: células móveis, gigantes com ramificações
irregulares, seu citoplasma é granuloso, originam-se de
precursores mononucleados provenientes da medula óssea
(monócitos). São relacionados com a reabsorção da matriz e com
os processos de regeneração do tecido ósseo após fraturas. Os
osteoclastos digerem a matriz óssea, e os osteoblastos
reconstroem os ossos, que estão constantemente em
remodelação.
Osteogênicas: São células precursoras de novos osteoblastos.
Periósteo e endósteo
As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células osteogênicas e
tecido conjuntivo denso não modelado, que constituem respectivamente o endósteo e o
periósteo.
A camada superficial do periósteo é composta de fibras colágenas e fibroblastos. As
fibras partem do periósteo penetrando no tecido ósseo prendendo-o ao osso firmemente,
estas fibras recebem o nome de fibras de Sharpey.
A porção mais profunda do periósteo é mais celular e apresenta células
osteoprogenitoras (osteogênicas), estas se multiplicam por mitose e se diferenciam em
osteoblastos, tendo papel importante no crescimento dos ossos e na recuperação das fraturas.
O endósteo é composto por uma camada de células osteogênicas achatadas,
revestindo as cavidades do osso esponjoso, o canal medular, os canais de Havers e os de
Volkmann.
As principais funções são de nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos
osteoblastos para o crescimento e a recuperação do osso.
Anatomia = 2 tipos:
Esponjoso ou reticulado
Compacto ou denso
Histologicamente = 2 tipos:
Imaturo ou primário
Maduro ou secundário
Sistema de Havers
Constituído por um cilindro longo que apresenta em seu interior um canal revestido de
endósteo, o canal de Havers, que contêm vasos e nervos que se comunicam entre si, com a
cavidade medular e com a superfície externa do osso, por meio de canais transversais ou
oblíquos, os canais de Volkmann.
Canal de Volkmann
Canal de Havers
OSSIFICAÇÃO
Mais comum, onde uma base de cartilaginosa é removida e substituída por osso. Não
ocorre transformação de cartilagem em osso, mas, sim substituição. Geralmente ocorre com a
cartilagem hialina com formato parecido com a do osso que vai se formar, porém de menor
tamanho. Forma os ossos curtos e longos. A ossificação ocorre em 2 processos:
1-) A cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos
(parando de fabricar fibras colágenas/cartilagem), redução da matriz cartilaginosa, sua
mineralização e a morte dos condrócitos.
2-) As cavidades ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e
células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente, estas células se diferenciam em
osteoblastos, que vão depositar matriz óssea sobre a matriz cartilaginosa restante. Surgindo
tecido ósseo, onde antes havia tecido cartilaginoso sem que ocorra a transformação deste
tecido naquele.
Formação dos ossos longos
Fratura
Nos locais de fratura óssea, ocorre hemorragia local, pela lesão dos vasos sanguíneos,
destruição de matriz e morte das células ósseas. O os macrófagos retiram os coágulos
sanguíneos e os restos celulares e os osteoclastos reabsorvem o tecido ósseo (matriz).
O periósteo e o endósteo nesta região se proliferam formando um tecido rico em
células osteoprogenitoras, formando um colar em torno da fratura, e penetra entre as
extremidades ósseas rompidas.
Ocorre 2 tipos de ossificação ao mesmo tempo, formando o calo ósseo, que
desaparece quando o paciente retorna as atividades normais.
Remodelação óssea
O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva desse
íon, cuja concentração no sangue (calcemia) deve ser mantida constante, para o
funcionamento normal do organismo.
Ocorre intercâmbio entre o cálcio do plasma sanguíneo e o dos ossos. O cálcio
absorvido na alimentação é depositado rapidamente no tecido ósseo e quando o sangue
precisa, o tecido ósseo manda para o sangue.
Obs: A carência alimentar deste mineral (cálcio), causa a descalcificação dos ossos, que
se tornam mais transparentes ao raio X e predispostos à fraturas. A descalcificação pode
ocorrer também por produção excessiva de paratormônio (hiperparatireoidismo), o que
provoca intensa reabsorção óssea, aumentando o cálcio no sangue e deposição anormal desse
mineral em vários órgãos, principalmente nos rins e na parede das artérias.
Osteoporose
Deficiência de cálcio nas crianças, onde a matriz óssea não se calcifica, os ossos se
deformam por não suportarem as pressões exercidas sobre eles. Os ossos não crescem
normalmente e as extremidades dos ossos longos tornam-se deformados. Pode ser provocada
pela carência de cálcio nos alimentos e também pela falta de vitamina D, que promove a
absorção intestinal do mesmo.
OBS: Outra vitamina que influência diretamente o tecido ósseo é o ácido ascórbico (vitamina
C), cuja sua deficiência dificulta a síntese de colágeno por todas as células produtoras dessa
proteína, inclusive os osteoblastos, e acarreta uma diminuição no crescimento dos ossos.