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Instituto Técnico Lugenda de

Nampula

Sistema OsteoMioArticura (SOMA)


TMG 17
Dr. Abujate Sitomar
2023
Ossos e cartilagens: generalidades
O conjunto articulado de ossos e cartilagens forma o esqueleto ou sistema

esquelético, estrutura de suporte do corpo, composto por cerca de 206 a

208 ossos.

• com funções de:

• Manutenção da posição erecta,

• Protecção de órgãos vitais,

• Facilitação dos movimentos do corpo,

• Produção de células sanguíneas (na medula óssea), e

• Armazenamento de sais minerais (ajuda na homeostase do meio interno).


Membro Superior = 32
Cabeça = 22
            Cintura
            Crânio = 08
Escapular = 2
            Face = 14 
            Braço = 1
            Antebraço = 2
Pescoço = 8 
            Mão = 27
Tórax = 37  
            24 costelas Membro Inferior = 31
            12 vértebras          Cintura Pélvica = 1
            1 esterno              Coxa = 1
            Joelho = 1
Abdômen = 7             Perna = 2
            5 vértebras             Pé = 26 
lombares
            1 sacro Ossículos do Ouvido
            1 cóccix Médio = 3
          
Divisão do Esqueleto

• Esqueleto Axial - Composta pelos ossos da cabeça, pescoço e


do tronco. 
• Esqueleto Apendicular - Composta pelos membros superiores
e inferiores. 
A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio
das cinturas escapular e pélvica.
DIVISÃO DO ESQUELETO

APENDICULAR AXIAL

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• Osso é um tecido conjuntivo duro, altamente especializado e
vascularizado, com metabolismo muito activo, responsável
pela rigidez do sistema esquelético.
• Cartilagem é um tecido conjuntivo semi-rígido, sem vasos
sanguíneos (recebe nutrientes desde capilares dos tecidos
vizinhos), presente em certas partes do esqueleto, ao qual
dão flexibilidade e resistência à fricção.
Osso

• É um tecido altamente especializado, composto por:


• Matriz, que é o meio extracelular composto por:
• Ampla rede de fibras colágenas, que dão ao osso uma certa
flexibilidade frente à tensão mecânica.
• Sais minerais (principalmente cálcio e fosfatos) depositadas
sobre a rede fibrosa, que conferem a consistência dura típica
do osso
Células Ósseas

 
• Osteoblastos: atuam na síntese da matriz óssea

• Osteoclasto: atuam na reabsorção óssea

• Osteócito: são as células do osso maduro.


Osso
• Apresenta células especializadas, que incluem 3 tipos:

• Osteoblastos: células mais imaturas, capazes de formar a matriz óssea


(encontradas em ossos em crescimento e nas zonas de regeneração e
reparação).

• Osteoclastos: células fagocitárias que reabsorvem (eliminam) osso,


mediante a digestão enzimática das fibras e dos sais.

• Osteócitos: células maduras (osteoblastos já diferenciados), encontrados


em tecido ósseo do adulto (com baixa taxa de regeneração), incapazes
de formar osso, com função de manutenção do mesmo.
Constituição de Osso

• Os ossos apresentam de fora para dentro, as seguintes camadas:

• Periósteo (“pericóndrio” na cartilagem, com estrutura e função

semelhante), bainha externa de tecido conjuntivo vascularizado e inervado,

com funções de :

• Nutrir as faces externas do sistema esquelético,

• Regenerar os tecidos esqueléticos pois tem capacidade para produzir

osteoblastos (recâmbio normal e reparação de fracturas, lesões,…),

• Fixação de músculos, tendões e ligamentos.


Constituição de Osso

• Endósteo: tecido conjuntivo frouxo que reveste as cavidades


ósseas internas (como o canal medular da diáfise dos ossos
longos), com capacidade de regenerar osso, tal como o
periósteo.
• Tecido ósseo esponjoso: mas leve que o compacto, e que
preenche o interior dos ossos curtos e das epífises dos ossos
longos.
• Tecido ósseo compacto, muito denso e duro, que dá
resistência ao osso.
• Forma uma camada chamada “cortical”, que é mais espessa
na parte cumprida (diáfise) dos ossos longos das
extremidades, e mais fina nos extremos (epífise) e em ossos
curtos (como vértebras).
• Medula óssea: tecido que preenche as cavidades interna dos
ossos. Pode ser:

• Medula vermelha: associado às pequenas cavidades das


trabéculas do tecido ósseo esponjoso. Está formada por
células precursoras das células sanguíneas, com função de
produzir células sanguineas.

• Medula amarela: tecido areolar, principalmente adiposo (no


canal medular diafisário dos ossos longos e curtos).
Vascularização

• Artéria nutrícia: diafisária, que dá ramos pelo periósteo (para nutrir o osso mais

superficial) e que atravessa o osso compacto diafisário (por uns buracos

chamados “forames nutrícios”) para vascularizar a medula e a parte interna da

cortical.

• Artérias epifisárias: que se estendem e ramifica-se pelo osso esponjoso

epifisário.

• Sistema de Havers: é a estrutura microscópica básica do osso compacto, que

permite uma alimentação adequada das células, sem perder o tecido e as suas

características de dureza. Têm vários componentes:


• Canais de Havers: paralelos à superfície do osso, por onde
discorrem os capilares que distribuem o sangue pelo tecido ósseo.
Os canais estão formados por tubos concêntricos de matriz óssea
(“lamelas”) e se comunicam entre si por outros canais transversais
(“canais de Volkman”)

• Os canais se comunicam com o tecido ósseo por outros canais mais


finos transversais (“canalículos”), já sem vasos, onde circula líquido
extracelular que leva nutrientes às células ósseas
Inervação

• A inervação do osso (distribuição de terminais nervosas por


todo o tecido) é paralela à vascularização.
• É especialmente rica em terminais sensitivos (à dor) no
periósteo.
Fisiologia de ossos e cartilagens

• Crescimento ósseo. Ao longo da infância, os ossos vão

crescendo para se adaptarem ao crescimento geral do corpo.

• Entre o centro de ossificação primário (diáfise) e os centros

secundários (epífise), permanece uma placa de cartilagem

(“disco epifisário”) com células menos diferenciadas, capaz

de formar células ósseas e matriz, que se estenderão dos dois

lados da placa (epifisário e metafisário), conseguindo o

alongamento do osso.
• Só na idade adulta, esta cartilagem se ossifica (fechamento
das epífises na “linha epifisária”), terminando o crescimento
do osso.
• Em ossos curtos ou planos (só têm centros de ossificação
primários), o processo é igual, mas a partir de células não
diferenciadas da periferia do centro primário.
Remodelação óssea

• Existe uma contínua formação e destruição de osso, sendo um tecido


metabolicamente muito activo.

• É mais evidente durante a infância, pela necessidade do crescimento


do esqueleto.

• No adulto existem contínuos processos de destruição e regeneração


de osso.

• Permitem a remodelação de este adaptando-o às necessidades e a


reparação de possíveis lesões.
Principais estímulos para a formação de
osso

• Crescimento do organismo até a idade adulta, mediante

estímulos hormonais;

• Lesões estruturais: as fracturas estimulam a divisão e a

actividade dos osteoblastos, facilitando a formação de osso que

leva a reparação do defeito.

• Pressão mecânica: ossos com muito exercício a deposição será

maior, enquanto o repouso leva a descalcificação.


• Osteoclasto:, que são células fagocitárias gigantes,

responsaveis pela destruição do osso,

• A velocidade de remodelagem óssea e a consequência desta

(crescimento ou atrofia do osso) depende do balanço entre a

actividade de osteoblastos e de osteoclastos


Regulação do crescimento e remodelação
óssea
• É mediada por diferentes substâncias (vitaminas e hormónios. Incluem:

• Vitamina C (presente em alimentos como laranja, limão,...) facilita a

correcta formação do colágeno, dando maior densidade à matriz do osso.

• Vitamina D3, produzida na pele a partir de pró-vitaminas hepáticas que se

activam pela luz solar, têm o efeito de aumentar a absorção intestinal de


Ca++ e a sua deposição no osso como sais cálcicos.
• A falta de vitamina D nas crianças provoca “raquitismo”: ossos insuficientemente

calcificados, moles, que quando o bebe começa andar, dobram-se pela pressão .
Cont.

• Vitamina A (presente em alimentos como cenoura, abóbora, ovos,...) estimula

os osteoclastos a liberarem enzimas lisosómicos que reabsorvem o osso.

• Hormónio do crescimento (“somatotropina”), secretado pela hipófise (no

cérebro), têm efeito de estimular a divisão celular ao nível do disco epifisário e

por tanto estimula o crescimento do osso durante a infância (até o

encerramento dos discos).

• Tiroxina, secretada pela glândula tiróide, aumenta a velocidade de substituição

de cartilagem por osso ao nível do disco epifisário, evita um encerramento

precoce do disco.
Cont.

• Hormónios sexuais (androgénios e estrogénios), estimulam a deposição

de osso durante a fase adulta e inibem a acção da paratohormónio

(PTH) sobre o osso (diminuindo a sua reabsorção.

• A diminuição dos hormónios sexuais (especialmente em mulheres pós-

menopáusicas) pode levar a “osteoporose”, com perda de sais pelo osso

e enfraquecimento deste, que pode levar a fracturas patológicas

(perante traumas mínimos), deformações esqueléticas (vertebrais sobre

tudo)
Papel do osso na homeostase do cálcio

• O cálcio, que é encontrado em grandes quantidades no leite e


seus derivados, é responsável de funções celulares críticas
(estabilização da transmissão de impulsos pelas fibras
nervosas, controle da excitabilidade do músculo estriado e
cardíaco, facilitação do processo de coagulação sanguínea),
pelo que requer um estreito controle dos seus níveis no LEC e

no LIC.
• A grande maioria do cálcio corporal está nos ossos, que actuam de

armazém de cálcio.

• Para manter o equilíbrio da sua concentração no sangue necessita de:

• Paratohormónio (PTH): secretada pelas glândulas paratiróides.

Perante o estímulo da diminuição da [Ca++] provoca a reabsorção de

osso com libertação de cálcio no sangue.

• Calcitonina, secretada pela tiróide. Perante o estímulo da aumento

da [Ca++] no sangue, inibe a reabsorção de osso (efeito contrário à

PTH, com a que deve estar em equilíbrio homeostático).


Inibe a reabsorção de
Alta concentração de cálcio pelo osso
cálcio no sangue
Calcitonina
Glândula
tiróide

Paratohormónio Iões de
Glândula
paratiróide cálcio
Provoca a liberação de
Baixa concentração de cálcio pelo osso
cálcio no sangue

Fonte: http://www.cobach-elr.com/academias/quimicas/biologia/biologia/curtis/libro/c46f.htm
 
• Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: 

• Ossos Longos:

• Maior comprimento que largura

• Apresentam canal medular

• São constituídos por um corpo e duas extremidades.

• Eles são um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência.

• Tem suas diáfises formadas por tecido ósseo compacto e


apresentam grande quantidade de tecido ósseo esponjoso em suas
epífises. 
Exemplo: Fêmur e úmero.
Partes do osso longo

As partes de um osso longo são as seguintes: 


• Diáfise: é a haste longa do osso. Ele é constituída principalmente de
tecido ósseo compacto, proporcionando, considerável resistência ao
osso longo.
• Epífise: as extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um
osso o articula, ou une, a um segundo osso, em uma articulação.
• Metáfise: parte dilatada da diáfise mais próxima da epífise.
 
Estrutura dos Ossos Longos: 
Ossos Curtos
São parecidos com um cubo, tendo
seus comprimentos praticamente
iguais às suas larguras. Eles são
compostos por osso esponjoso,
exceto na superfície, onde há fina
camada de tecido ósseo compacto. 

Exemplo:
Ossos do Carpo.
Ossos Laminares (Planos) ou Chatos

São ossos finos e compostos por duas


lâminas paralelas de tecido ósseo
compacto, com camada de osso
esponjoso entre elas. Os ossos planos
garantem considerável proteção e geram
grandes áreas para inserção de músculos. 

Exemplos:
Frontal e Parietal, omoplata
Outros

• Ossos Alongados: São ossos longos, porém achatados e não


apresentam canal central.
Exemplo: Costelas.

• Ossos Pneumáticos: São osso ocos, com cavidades cheias


de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando
pequeno peso em relação ao seu volume. 
Exemplo: Esfenóide
Ossos Sesamóides

• Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável

fricção, tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem

variar de tamanho e número, de pessoa para pessoa, não são sempre

completamente ossificados, normalmente, medem apenas alguns

milímetros de diâmetro. Exceções notáveis são as duas patelas, que são

grandes ossos sesamóides, presentes em quase todos os seres humanos.


Ossos Irregulares

• Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados


em nenhuma das categorias prévias. Eles tem quantidades
variáveis de osso esponjoso e de osso compacto. 

Exemplo: Vértebras.
Cartilagem

• É um tecido firme, mas elástico, que se encontra em


pequenas quantidades em diferentes lugares do corpo.
• Funções ligeiramente diferentes:
• Dar estrutura e forma a certas partes anatómicas moles,
como é o caso das cartilagens das orelhas ou o nariz.
Cont.

• Aliviar o atrito entre os ossos na movimentação do esqueleto,


recobrindo as superfícies ósseas que estão em contacto entre
si (as articulações).

• Dar certa elasticidade ao esqueleto rígido para amortecer as


tensões que recebe, como entre as costelas e o esterno, no
púbis entre os ossos pélvicos, ou entre as vértebras da coluna.
• Têm uma estrutura microscópica parecida ao osso, as suas células
são conhecidas de ”condrócitos”.
• Características que a diferencia do osso:

• Não têm vasos sanguíneos, pelo que precisa receber o aporte de


oxigénio e nutrientes desde os tecidos vizinhos
• Não deposita sais minerais, pelo que mantêm a elasticidade. Em
pessoas de idade avançada vai depositando minerais (calcificando-

se), diminuindo as suas capacidades elásticas.


Funções da cartilagem
• Suporte esquelético nas fases embrionárias pré-ósseas: O primeiro esqueleto que

se forma (primeiras semanas embrionárias) é inteiramente de cartilagem hialino.

• Molde ao desenvolvimento dos ossos: (pelo mecanismo de “ossificação

endocondral”) durante o crescimento (desde a fase fetal até a puberdade).

• Suporte flexível em partes móveis do esqueleto: como entre costelas e esterno,

pela mobilidade respiratória do tórax.

• Suporte estrutural flexível: em partes anatómicas não esqueléticas (orelhas,

conduto auditivo, traqueia e brônquios).

• Facilitação do movimento articular: por diminuição do atrito entre as superfícies

articulares dos ossos.

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