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SALVADOR
2014
JAMILLE FARIAS DE SOUZA GUIMARÃES
SALVADOR
2014
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CONTROLE DA
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) NA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA (UTI)
RESUMO
Este estudo aborda sobre o desempenho do enfermeiro como fator primordial na prevenção
e recuperação da infecção urinária durante o período de permanência do paciente na UTI.
Tem como objetivo, evidenciar a atuação do enfermeiro intensivista no controle da ITU.
Caracteriza-se em revisão bibliográfica, aborda sobre a relevância dos índices de infecção
hospitalar na UTI tendo como foco principal a infecção do trato urinário e a assistência de
enfermagem na prevenção deste agravo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa,
caracterizada conceitos sociais e quanto objetivo exploratória, fundamentada em material já
elaborado, constituído de publicações cientificas. Os resultados deste estudo mostram que
diante do cuidado altamente especializado e complexo que o enfermeiro intensivista
desenvolve, a sistematização e a organização do seu trabalho e consequentemente da
equipe de enfermagem, mostram-se imprescindíveis para uma assistência de qualidade.
O trato urinário é considerado um dos sítios mais comuns no que diz respeito a
infecções nosocomiais. (BRUNNER & SUDDARTH, 2005) É considerada infecção
hospitalar aquela adquirida no período em que o paciente esteve internado e não
possuía antes de dar entrada no hospital. Segundo Machado (2003), a Unidades de
Terapia Intensiva é destacada dentre os setores existentes nos hospitais em que
esses processos infecciosos se encontram cada vez mais freqüentes. Leiser,
Tognim & Bedendo (2008), acreditam que as taxas elevadas estão relacionadas ao
longo período de internação, doenças de base, imunidade diminuída e aos
procedimentos invasivos realizados característicos do setor, o que tornam os
pacientes ainda mais vulneráveis às infecções.
Justificativa
Após vivenciar nos estágios durante o período de graduação que a infecção do trato
urinário acomete grande parte dos pacientes internados na Unidade de Terapia
Intensiva e é uma das enfermidades com maior prevalência, pude observar que
mesmo já existindo literaturas que visem medidas de controle durante os
procedimentos e condutas de enfermagem, visando à diminuição dessas afecções, o
índice de pacientes afetados por infecção nosocomial se encontra bastante
significativo.
Problema
Metodologia
2 REFERENCIAL TEORICO
Machado (2003), destacada a UTI dentre os setores existentes nos hospitais, onde
processos infecciosos se encontram cada vez mais freqüentes. (NEVES, 1983) Diz
que infecção hospitalar se aplica a todo e qualquer processo infeccioso que se
manifeste durante o período de internação ou mesmo após a alta do paciente
quando puder ser correlacionado com prévia hospitalização. Moura et al (2007),
aborda que pacientes internados em instituições de saúde estão expostos a uma
ampla variedade de microorganismos patogênicos, principalmente em UTI, onde o
uso de antimicrobianos potentes e de largo espectro é a regra e os procedimentos
invasivos é rotina.
Diante dessa problemática Martins (2006), acredita que esses índices se dão devido
os centros de terapia intensiva serem unidades que são desenvolvidos para prover
dois serviços principais aos pacientes criticamente enfermos: suporte de vida para
pacientes com falências orgânicas graves, monitoração intensiva que permita a
identificação precoce e o tratamento apropriado das intercorrências clínicas graves.
Alem de constituir níveis de atendimento à saúde de alta complexidade, atuando de
forma decisiva quando há instabilidade de órgãos e sistemas funcionais com risco
de morte.
Lucchetti (2005), traz que dentre as infecções hospitalares a ITU foi considerada
uma das mais freqüentes. Vieira (2009), confirma em seu estudo tal informação e
conceitua a ITU em invasão de microorganismos patogênicos em qualquer região
referente ao trato urinário. No âmbito geral, as ITU são classificadas de acordo a
localização, podendo ser ITU superior quando há um acometimento da bexiga
urinária (cistite), próstata (prostatite) e uretra (uretrite) e ITU inferior quando incluem
pelve renal (pielonefrite), rim (nefrite intersticial) e abscessos renais.(BRUNNER &
SUDDARTH, 2005)
Almeida (2007), relata em sua pesquisa que dentre 271 amostras de urina coletadas
de pacientes internados no Hospital Universitário, 51 (18,8%) apresentam
crescimento de colônias com contagens significativas, dentre os pacientes com
urocultura positiva 22 (44,9%) foi considerada de origem hospitalar. Esses episódios
de ITU na sua maioria ocorreram em pacientes com sonda vesical de demora
(70,8%), sendo na UTI o setor de maior prevalência dos casos (29,2%).
Para Pavanello (2009), além do uso de sonda vesical de demora, da doença crônica,
longo período de internação e uso de antibióticos prévios, a idade acima de 61 anos
e o sexo feminino são também considerados fatores de risco.
2.2 Atuação do enfermeiro intensivista no ontrole de ITU
Truppel (2009), ressalta que a SAE é caracterizada como uma metodologia que
organiza e sistematiza o cuidado baseado em princípios científicos, identificando o
processo saúde-doença e as necessidades do cuidado de enfermagem, contribuindo
para intervenções de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do
individuo. Enfatiza que a implementação da SAE proporciona cuidados
individualizados,assim como direcionam os enfermeiro perante as decisões
relacionadas ao gerenciamento da equipe de enfermagem, além de permitir o uso de
uma linguagem padronizada, favorecendo assim a comunicação e o levantamento
dos dados para um efetivo planejamento da assistência. Nesse sentido Lopes
(2000), aborda que os benefícios oriundos da SAE contemplam não só os
profissionais e clientes como também a instituição, visto que o objetivo da
enfermagem é promover assistência de acordo as necessidades do paciente e da
instituição oferecer serviço efetivo e eficiente.
Veronesi e Forcaccia (1996), adimitem que não existe taxas de infecção hospitalar
ideal, devido cada UTI ter características diversas e que os profissionais de saúde
devem buscar reduzir ao máximo através das medidas de controle os elevados
índices de infecção. Veronesi (1987), afirma que a principal via de transmissão de
infecções hospitalares é a cruzada, tendo no homem o reservatório, vetor e
hospedeiro. Estudos como o de Souza (2007), evidenciam que grande parte dos
profissionais de enfermagem são dotados de fundamentação teórica, mas quando
observados durante a realização dos procedimentos a grande maioria não atrelam a
teoria com a pratica. Mesmo constatando que a não higienização das mãos é
considerado um fator responsável pelas infecções cruzadas, os profissionais
continuam ignorando esse gesto tão simples.
Segundo Vieira (2009), para que o enfermeiro intensivista atue de maneira eficaz no
combate e prevenção à infecção hospitalar é necessário desenvolver treinamentos
com sua equipe, promover educação continuada enfatizando a necessidade das
técnicas assépticas e interagir com os profissionais que trabalhem no setor e com a
comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH) debatendo critérios para
indicação da sondagem vesical sua necessidade e tempo de duração.
De acordo com Veronesi (1987), Lucchetti, (2005), Almeida (2007), Lima (2007),
Lisboa (2007), Pavanello (2009), Vieira (2009), abordam que um dos procedimentos
que mais favorece o surgimento de ITU, é a sondagem vesical. Diante dos fatores
que predispõe a aquisição de ITU na UTI, Vieira (2009), enfatiza o importante papel
do enfermeiro no controle dessas infecções, principalmente por se tratar de um
procedimento que compete a equipe de enfermagem.
É possível afirmar após este estudo, que diante do cuidado altamente especializado
e complexo que o enfermeiro intensivista desenvolve, a sistematização e a
organização do seu trabalho e consequentemente da equipe de enfermagem,
mostram-se imprescindíveis para uma assistência de qualidade. Não podemos
deixar de dar ênfase ao papel gerencial que o enfermeiro exerce e os benefícios que
sua atuação eficaz proporciona ao paciente. Sendo assim a aplicação da SAE
possibilitará ao enfermeiro gerenciar e desenvolver uma assistência de enfermagem
organizada, segura, dinâmica e competente, executando o cuidado respaldado e
fundamentado num conhecimento cientifico.
4 REFERÊNCIAS
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envolvidas na prática profissional de enfermeiros da comissão de controle de
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Infecções do trato urinário: análise da freqüência e do perfil de sensibilidade
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