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INSTITUTO UNIEDUCACIONAL

PÓS-GRADUAÇÃO EM UNIDADE DE TERAPIA


INTENSIVA E URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

AMANDA LETÍCIA RIBEIRO CRUZ


REBECA COSTA DE SOUZA

INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA UNIDADE


DE TERAPIA INTENSIVA

TERESINA
2022
“Cuidar não é apenas uma emoção,
atitudeou simples desejo. Cuidar é o ideal
moral daenfermagem, porque seu objetivo
é
proteger,melhorarepreservaradignidadehu
mana”.
JeanWatson)
Infecções relacionadas à assistência à saúde na unidade de terapia intensiva

Resumo
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são complicações
relacionadas à assistência à saúde e vêm apresentando um elevado índice de
morbidade e mortalidade, constituindo um problema de saúde pública mundial
que traz afastamento do meio familiar e do convívio social devido ao tempo de
internação, gastos elevados e procedimentos hospitalares. O objetivo deste
trabalho foi fazer um levantamento de produções científicas sobre os principais
fatores causadores de IRAS em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). O presente
estudo trata-se de um estudo de natureza qualitativa desenvolvido por método de
revisão integrativa, sobre as principais evidências científicas publicadas acerca
das IRAS. Utilizou-se na procura dos artigos, as palavras Infecção Hospitalar,
UTI, Fatores de risco.

Palavras-Chave: Unidade de Terapia Intensiva. Fatores de risco.

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1.INTRODUÇÃO

A infecção hospitalar (IH) é definida como aquela que se adquire no


hospital ou que se manifesta durante o período de internação, ou após a alta, sendo
que, esta deve ser comprovada que está relacionada aos procedimentos realizados
no hospital (PADOVEZE; DANTAS; ALMEIDA, 2011).
Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são classificadas como
um importante problema, por apresentar riscos à segurança do paciente e, por ter
um alto índice de incidência, constitui-se como principal causa de morbidade e
mortalidade hospitalar. São adquiridas após a entrada do paciente em âmbito
hospitalar durante o processo de internação ou alta, consistindo em eventos
adversos que podem ocasionar aumento de tempo na unidade de internação
potencializando assim o risco de desenvolver infecções gerando, ainda, prejuízos
aos usuários e à comunidade afetando a qualidade dos serviços de saúde
(GUIMARÃES et al; 2018).
No que se refere à unidade de terapia intensiva (UTI), pode-se evidenciar que é uma
unidade direcionada a cuidados específicos e complexos que visa atender, de forma
criteriosa,a todos os pacientes gravemente enfermos, de forma segura e eficaz, a fim de obter
melhores condições e cuidados com finalidade de alcançar sua melhora clínica. As UTIS
surgiram através da necessidade de áreas hospitalares destinadas aos cuidados dos utentes, que
necessitam de uma atenção mais complexa, procedimentos fundamentados e uma
monitorização completa e criteriosa, suporte e tratamentos, além de cuidados altamente
específicos (MELO et al;2014).
Dessa forma, fazem-se necessárias medidas de controle e prevenção de
IRAS executadas através de um Programa de Controle e de Prevenção, nos
estabelecimentos de assistência à saúde. Porém, para uma maior eficácia é
importante que o programa seja atuante e organizado sendo fundamental para a
segurança dos pacientes e da equipe de saúde. Sendo assim, assistir um paciente
com segurança é dever de todo profissional e direito dos usuários da rede de saúde
das instituições de saúde pública e privadas. Todavia, uma prestação de cuidados
isenta de danos é um desafio, principalmente em Unidades de Terapia Intensiva
por ser considerada um setor com tecnologia avançada e com grande quantitativo de
equipamentos de suporte e monitorização do paciente instável, pelos quais
demandam diversas intervenções terapêuticas (PNPCIRAS,2021).
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Soma-se a isso, a presença de fatores de risco que auxiliam no


aparecimento do quadro infeccioso como a pneumonia associada à ventilação
mecânica, infecção do trato urinário, infecção da corrente sanguínea e infecção do
sítio cirúrgico que são considerados eventos adversos em saúde e precisam de mais
estudos focados no tema, pois representam um sério problema dentro dos hospitais,
devido à sua alta prevalência e persistência, apesar de todos as medidas existentes
para a minimização desse problema. Temos, por exemplo, o tempo de permanência
do acesso venoso central utilizado para administração de drogas
vasoativas,ventilação mecânica,traqueostomia, sonda nasogástrica e o tempo de
permanência na UTI são fatores de risco que favorecem o crescimento de infecção
hospitalar demandando uma maior rede de cuidados dos profissionais de saúde.

2. DESENVOLVIMENTO

O processo de humanização e a Unidade de Terapia Intensiva

Analisar estudos sobre a infecção relacionada à saúde é de grande


importância pois gera reflexão e discussão sobre o problema e, nesse contexto,
estimula o aprimoramento das técnicas e protocolos na tentativa de se evitar ou
diminuir a incidência desse problema, auxiliando no cuidado dos pacientes
criticamente enfermos. É notório que, as IRAS são um grave problema público e
que, apesar de vários estudos, nota-se que, ainda existe uma falha no cuidado
preventivo, impedindo que se evite esse problema.
As IRAS estão ligadas, diretamente, ao aumento de procedimentos
que auxiliam no cuidado. A alta incidência dessas infecções ocorre devido a
determinados procedimentos que, aos quais, os pacientes são submetidos sem um
cuidado totalmente confiável e duração do período de internação. Ao conseguir a
adesão de todos os profissionais de saúde nas práticas preventivas, estar-se-á
contribuindo para o declínio dessas infecções e, o tempo de permanência dos
pacientes no hospital, além dos custos dessas internações (MELO et al; 2018).
Em UTIS, são vários os fatores predisponentes para as IRAS, dentre
eles, as infecções de sítio cirúrgico, trato urinário, infecções respiratórias
relacionadas à ventilação mecânica e infecções da corrente sanguínea (BRASIL,
2013).Infecção por sítio cirúrgico(AISC) é uma infecção que ocorre após a

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realização de procedimentos cirúrgicos, sendo uma complicação altamente grave.


Etiologicamente, é definida como aquela infecção que acontece após os primeiros
30 dias do pós-operatório e pode perdurar até um ano. Sua principal causa de
infecção se dá por microrganismos e sua complexidade depende de alguns fatores
como: tipo de microrganismo, sua virulência, resistência do patogênico e a
condição clínica do paciente. Pacientes, com extremo de idade, são um dos
principais grupos de risco para esse tipo de infecções. ISC são umas das mais
incidentes em morbidade e mortalidade, compondo um grave problema de saúde
pública (ANVISA, 2017).
Entretanto, medidas de controle podem ser adotadas pela equipe de saúde
como banho com clorexidina degermante a 2%, preferencialmente duas horas com
antecedência do procedimento cirúrgico, antes de situações de cirurgias de grande
porte, cirurgias com implantes ou em situações de surtos (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE INFECÇÃO HOSPITALAR,2017).Inclue-se, também, a
recomendação do uso de tricotomizadores elétricos para a remoção de pelos em
locais que precisam de incisões cirúrgicas.
As infecções, por corrente sanguínea, é uma das mais frequentes e principais
infecções ligadas às IRAS e, tem como principal causa, os procedimentos invasivos
realizados, principalmente, o uso do cateter venoso central. Cateteres venosos
centrais são fundamentais na assistência prestada ao paciente gravemente enfermo.
Esses dispositivos têm uma variedade de funções que são fundamentais na
assistência, dentre elas, estão a monitorização hemodinâmica, administração de
fluidos, os fármacos e a nutrição parenteral. Apesar de todas as vantagens adquiridas
por esse cateter, existem fatores que dificultam esse cuidado e facilitam a
contaminação e infecção desses dispositivos, trazendo grandes prejuízos para o
cuidado (BRACHINE; PETERLINI; PEDREIRA, 2018).
Para se evitar possíveis complicações associadas as infecções por corrente
sanguínea, o profissional de saúde deve ser vigilante quanto a higienização das
mãos e suas técnicas adequadas para cada procedimento médico, troca de sítio de
inserção do cateter bem como a manipulação e limpeza local (ANVISA, 2017).
A infecção do trato urinário (ITU) é uma complicação, frequentemente,
existente na prática clínica, em especial, aos pacientes graves que foram submetidos
a procedimentos, onde houve a necessidade da utilização da cateterização. Esse
procedimento é um dos principais fatores de risco existente para a disseminação
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dessa infecção. Os pacientes se apresentam imunossuprimidos e gravemente


enfermos, o que facilita que esses patógenos tornem-se mais resistentes. A ITU está
ligada, principalmente, à presença de microrganismos, do tipo bacteriano e à
resistência a terapia medicamentosa . E ,pode ser impedida através da definição de
protocolos de manutenção de troca de cateter vesical para não promover a infecção
urinária,pois em hospitais tem uma alta prevalência e acometepacientes de todas as
idades,raça ou sexo (MATTEDE-SILVA; 2019)

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Alves et al (2021) cita em seu estudo que são diversos os fatores de risco que estão
ligados de forma direta à pneumonia. Dentre eles estão os pacientes submetidos à
intubação orotraqueal ou ventilação mecânica, pacientes com um baixo nível de
consciência, pacientes que são diariamente aspirados, portadores de doenças
obstrutivas crônicas e traumas graves. O uso do suporte ventilatório foi um avanço no
tratamento das infecções, porém, o mesmo causa efeitos adversos, pela grande
quantidade de tempo de uso, causando um acúmulo de secreções nas vias aéreas,
tornando um fator favorável às IRAS . Essa infecção pulmonar ocorre entre 48 a 72
horas após a inserçaõ da ventilação mecânica. Há alguns fatores de riscos que
específicos que predispõem da PAVM, como o uso prévio de antimicrobianos,
necessidade de reintubação, posição supina, presença de traqueostomia e transporte
dentro do hospital.

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de Estudo

O presente estudo é de natureza qualitativa e quantitativa descritiva,


desenvolvido por meio do método de revisão integrativa, sobre as principais
evidências científicas publicadas acerca das infecções relacionadas à assistência à
saúde.
O método qualitativo é aquele que se aplica ao estudo das relações, percepções e
opiniões do sujeito, produzindo interpretações a respeito da situação, propiciando a
construção de novas abordagens, possibilitando o entendimento do estudo, de forma que
possa analisar, estudar e interpretar os dados,a fim de se obter um resultado que venha a
constituir a compreensão lógica interna do grupo ou do objeto estudado. O uso de
métodos quantitativos tem, como principal objetivo, analisar dados, indicadores
estatísticos ou modelos teóricos, com aplicabilidade prática. No entanto, ambos os
métodos possuem resultados importantes, não havendo a necessidade de atribuir
prioridade de um sobre o outro (MINAYO, 2014).
A revisão integrativa é uma abordagem metodológica referente a revisões de
estudo experimentais ou não experimentais, que envolvem dados fundamentados

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teóricos e empíricos, com a finalidade de facilitar a compreensão completa dos assuntos


analisados. A revisão incorpora vários propósitos como: definição de conceitos,
informações baseadas em evidências científicas e revisão teórica e tem, como objetivo,
determinar conhecimentos atuais sobre os assuntos específicos (SOUZA; SILVA;
CARVALHO, 2010).
Pontua-se, então, que esses métodos de pesquisa objetivam traçar uma análise
sobre o conhecimento já construído em pesquisas anteriores sobre um determinado tema
e auxiliar na criação do pensamento crítico.

3.2 Fonte de Dados

O levantamento de dados foi realizado pela internet, nos meses de agosto e setembro
de 2022, através de consultas em trabalhos cinetificos publicados nos bancos de dados
da Biblioteca Virtual em Saú- BVS, LILACS e MEDLINE. Os descritores utilizados
foram: unidade de terapia intensiva, infecção hospitalar e fatores de risco.

3.3 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram utilizados como critérios de inclusão para a seleção da amostra, os artigos


indexados de 2017 à 2022, em periódicos nacionais e internacionais, disponibilizados na
íntegra (texto completo) em língua portuguesa, inglesa e espanhola e que respondiam à
temática do estudo.
Foram excluídas da amostra pesquisada, publicações, cujos títulos e/ou
objetivos, não possuam ligação direta com os descritores supracitados, não respondam à
temática ou fujam ao objeto de estudo, apresentem resultados ambíguos ou
inconclusivos.

3.4 Coleta de Analise de Dados

A seleção das publicações foi realizada após a leitura minuciosa dos resumos, a
saber se a publicação trata infecções relacionadas à assistência em saúde como objeto de
estudo, procedendo, em seguida, para a análise e interpretação dos resultados. Os artigos
foram lidos e analisados de forma sistematizada, depois da leitura foram agrupados em

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categorias temáticas, mediante as diferentes abordagens dos estudos quanto às


evidências científicas acerca das IRAS.
Durante toda a coleta, análise e discussão dos dados, os artigos foram detalhado
e subdividido em duas partes (Eixo I - Perfil das produções e Eixo II - Resultados em
Evidência), para facilitar o entendimento, organização e condensação dos dados, com
perguntas abertas e fechadas, obedecendo aos objetivos propostos na pesquisa e
observando-se as referidas contribuições das produções científicas sobre a temática em
estudo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir da busca com os descritores: unidade de terapia intensiva, infecção


hospitalar e fatores de riscos, foram encontrados 5403 artigos na temática iniciada.
Seguiu-se uma nova busca refinada, onde obtiveram-se 134 artigos. Dessas
publicações, 50 não possuíam título referente ao tema principal do trabalho, 22 artigos
possuíam o objetivo que não condizia com o foco principal da temática e 24, por não
estarem no período de recorte temporal. Referente à questão norteadora do presente
estudo, encontrou-se um total de 38 artigos, os quais compuseram o trabalho. Os
métodos dos estudos variam entre artigos de revisão, estudos retrospectivos, estudos
qualitativos e quantitativos.

4.1 Perfil das publicações identificadas no estudo

Para a compreensão dos dados, relativos à caracterização dos pesquisadores


identificados nos estudos, organizou-se os dados na tabela 1, que contemplam algumas
variáveis desse estudo.

Periódicos Nº de publicações (%)

Revista de Doenças Infecciosas 16


Doenças Infecciosas 3
J Pediatra 5
CLINICS 1

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Rev Assoc Med Brasil 1


Revista Medicina 3
Outros 7
Fonte: Dados da pesquisa 2022.

Grafico 1

Abordagem dos Artigos

qualitativa
quantitativa
quanti/ quali

Fonte: Dados da pesquisa

Nos trabalhos, verificam-se os diferentes tipos de abordagem metodológica,


como a qualitativa, que se destacou com (80%), quantitativa, com (19%) e a quali-
quantitativa, com menor porcentagem de apenas (1%). A pesquisa qualitativa tem, como
principal objetivo, interpretar o fenômeno que observa e está mais relacionada no
levantamento de dados sobre as motivações de um grupo, em compreender e interpretar
determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma
população. É exploratória, portanto, não tem o intuito de obter números como
resultados, mas com percepções, muitas vezes imprevisíveis, que possam indicar o
caminho para tomada de decisão correta sobre uma questão-problema.

4.2 Caracterização dos artigos, conforme evidências


Após a análise minuciosa,38 artigos foram selecionados.Dessas publicações,

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traçou-se o perfil e definiu-se as seguinte categorias : fatores de risco inerentes ao


paciente e aos procedimentos e medidas de prevenção.

4.2.1 Fatores de riscos inerentes ao paciente e aos procedimentos

A categoria dispõe de evidências científicas que afirmam a existência de fatores


que estão ligados, diretamente, ao paciente, facilitando, assim, a incidência dessas
infecções e aumentando as chances de evolução e disseminação da mesma, assim como,
também,aponta informações sobre a existência e necessidade de procedimentos
invasivos, facilitadores que propiciam o aumento no número de infecções,
principalmente na área de cuidados intensivos.
Foram utilizadas 25 ( REVER DEPOIS NO QUADRO A QUANTIDADE
CORRETA E APLICAR AQUI) produções cientificas para elucidar a importância das
seguintes temáticas.

Tabela 1. Caracterização dos artigos, quanto ao núcleo temático acerca de fatores de


riscos inerentes ao paciente e aos procedimentos.
Fonte: Dados da Pesquisa 2022
AUTOR-ANO NÚCLEO TEMÁTICO
LOPES; OLIVEIRA; Infecção relacionada ao cateter venoso central em UTI.
SARAT 2012 Prevalência de microorganismos e sensibilidade antimicrobiana de
BARROS et al. 2012 infecções hospitalares em UTI de hospital público no Brasil.
BRACHINE; .Métodobundle na redução de infecção de corrente sanguínea
PETERLINE; relacionada a cateteres centrais: uma revisão integrativa.

PEDREIRA 2012

JÚNIOR-TOUFENet Infecção como fator de risco independente para a mortalidade na


al.2013 unidade de terapia intensiva cirúrgica.

OLIVEIRAet al.2013 Utilização de cateter venoso central em pacientes internados em uma


unidade de terapia intensiva.

HENRIQUEet al.2013 Fatores de riscos e recomendações atuais para a prevenção de


infecção associada a cateteres venosos centrais: uma revisão de
literatura.

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MELO et al.2014 Cuidados de enfermagem ao utente sob ventilação mecânica


internado em unidade de terapia intensiva .

PASCHOAL; BOMFIM Infecção do trato urinário por cateter vesical de demora.


2014
BATISTA; Vigilância de infecção de sítio cirúrgico pós-alta hospitalar em
RODRIGUES 2012 hospital de ensino do Distrito Federal, Brasil: estudo descritivo
retrospectivo no período de 2005- 2010.

MATTEDEet al.2015 Infecções urinárias causadas por Trichoscoporon spp. em pacientes


MAIA et al 2015 graves internados em unidade de terapia intensiva.
Fatores de risco relacionados a infecção do trato urinário na
assistência à saúde.
SANTO et al 2015 Incidência e fatores de risco de infecção de sítio cirúrgico: Revisão
Integrativa.

AMARAL; IVO 2016 Prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica.


COSTA et al 2016 Os principais fatores de riscos da pneumonia associada a ventilação
mecânica em UTI adulta

Lopes; Oliveira e Sarat (2012), demonstram que o local de inserção dos cateteres
é um importante fator de risco para a colonização de infecções e que, de acordo com
suas pesquisas, os cateteres inseridos na veia jugular são mais propensos à colonização
do que os cateteres inseridos na veia subclávia. Em consonância com o autor já citado,
Oliveira et al., (2013) evidencia que o uso do acesso vascular tem função terapêutica e,
portanto, deve ser utilizado com adequada indicação, seguindo rotinas, procedimentos e
protocolos assistenciais, definidos por apresentarem riscos ao paciente. Neste estudo,
64% das punções realizadas para implante do cateter central, utilizam-se a veia
subclávia e 36% a veia jugular, tendo em vista que, a subclávia tem o menor risco de
infecção.
Os cateteres intravenosos centrais são dispositivos indispensáveis na assistência.
Esse tipo de dispositivo é utilizado para uma variedade de aplicações terapêuticas,como
monitorização hemodinâmica, administração de fluidos e fármacos, hemoderivados e
nutrição parenteral. Entretanto, apesar de suas vantagens, há riscos associados, dentre
eles, a colonização e infecção sanguínea. A maioria das infecções sanguíneas
relacionadas ao cateter é ocasionada por microrganismos da microbiota cutânea e pela

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contaminação do local de inserção do cateter (BRACHINE; PETERLINI; PEDREIRA,


2012). Henrique et al.,(2013) destacam em seus estudos que, o principal fator de risco
para infecções de corrente sanguínea é a permanência do cateter e o sitio de inserção.
Barros et al.,(2012) afirma que essas infecções ocorrem, principalmente,pelo
estado em que os pacientes se encontram, estando eles,altamente debilitados e
suscetíveis. Isso ocorredevido a algum trauma, ou pela necessidade do clientede ser
internado, tornando-os assim, pacientes gravemente enfermos que, possivelmente, serão
submetidos a cirurgias e, futuramente, a procedimentos invasivos. Entretanto, Júnior-
Toufen et al., (2013) aponta, em seus estudos, que pacientes não infectados admitidos,
principalmente nasUTIs, têm maiores chances de adquirir infecções. O mesmo, também
afirma que, esse aumento tem uma forte relação com o tempo de internação, além de
outros fatores como: escores de prognósticos, idade, cirurgias de emergências, dentre
outras variáveis.
Oliveira et al., (2013) evidencia que o uso do acesso vascular tem função
terapêutica e, portanto, deve ser utilizado com adequada indicação, seguindo rotinas,
procedimentos e protocolos assistenciais, definidos por apresentarem riscos ao paciente.
Neste estudo, 64% das punções realizadas para implante do cateter central, utilizam-se a
veia subclávia e 36% a veia jugular, tendo em vista que, a subclávia tem o menor risco
de infecção.
Henrique et al., (2013) citam em seu estudo que, dispositivos inseridos
percutaneamente são mais utilizados e que cateteres, quando inseridos por médicos
experientes, com estreita técnica estéril e equipe treinada na manipulação, faz com que o
sitio de inserção não se configure como um fator de risco para infecção. No entanto,
dentro do mesmo estudo, é apontado que, em ambientes menos controlados, o local de
inserção é um fator de risco para infecção, onde o sítio femoral está associado a um
maior risco a infecção, assim como a veia subclávia está associada a um menos risco de
infecção comparando a veia jugular externa.
No que se refere aos fatores de riscos relacionados aos procedimentos invasivos,
Melo et al.,(2014) define ventilação mecânica (MV), como um recurso de suporte à
vida, utilizado em UTI, que se consiste em um método que assiste ou substitui a
respiração espontânea, através de um equipamento denominado respirador que é
acoplado ao utente por uma via artificial. Ele aponta a importância da monitorização do
suporte ventilatório pois, a partir da integração de dados colhidos, e a observação
contínua, pode-se agir em consonância, prevenindo complicações letais.

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Diante disso, Costa et al., (2015) definem pneumonia associada à ventilação


mecânica (PAVM), a uma infecção adquirida dentro das unidades hospitalares de alta
complexidade, sendo desenvolvida na região pulmonar e se desenvolve entre 48 e 72
horas, após endotraqueal, e ventilação mecânica invasiva, e pode surgir, também, até 48
após a extubação. De acordo com o autor, é uma das infecções hospitalares com maior
incidência nas UTIs, com taxas que variam de 9 a 40%. Consequentemente,é
considerada como um dos efeitos adversos mais temíveis em UTI. Em concordância
com o autor Amaral e Ivo., (2016) afirma o que já foi descrito e soma, afirmando que, a
utilização desses dispositivos auxiliam na colonização de microrganismos, tendo eles,
também, como uma fator predisponente.
Maia; Evangelista; Vieira (2015) relaciona infecção do trato urinário como a
invasão de microrganismos no trato urinário superior ou inferior, em decorrência de
procedimentos invasivos, enfatizando a sonda vesical. Os sintomas associados à essa
infecção urinária incluem polaciúria, urgência miccional, disúria, alteração na coloração
e no aspecto da urina com surgimento de urina turva acompanhada de alterações no
sedimento urinário, hematúria e piúria.
Paschoal e Bomfim., (2014)apontam que, os episódios de infecção do trato
urinário são de origem hospitalar, principalmente, de pacientes que necessitam de sonda
vesical. Nesse estudo, o agente causador mais encontrado foi Encherichia Coli. Porém,
em seus estudos mais recentes, Mattede et al., (2015) evidenciam, em sua pesquisa, a
presença de um componente importante para o aumento das ITU, diferente do autor já
citado, a presença do microrganismo Trichosporonspp predominado, principalmente, no
sexo masculino e com idade acima de 70 anos. Percebe-se, entretanto, que pacientes
acima de 70 anos estão imunossuprimidos, o que facilita a disseminação. O autor
também cita o período de internação como um fator, pois o mesmo aumenta os riscos de
infecções inoportunas e possíveis complicações.
Segundo Batista e Rodrigues (2012),de 12 a 84% das ISC são diagnosticadas
durante a vigilância pós-alta hospitalar, por isso, visando reduzir a subnotificação, são
necessários indicadores fidedignos das ISC. De acordo com as taxas, levanta-se, porém,
a hipótese de subnotificação desses índices, havendo a necessidade de mais estudo e
observações.Os mesmos,definem infecções de sítio cirúrgico como uma complicação
potencialmente grave em clientes submetidos a cirúrgicas e, é definida como aquela que
ocorre até 30 dias após o procedimento cirúrgico, ou até um ano.
No que se refere aos microrganismos mais prevalentes, o estudo de Santos et al.,

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(2015) revela que os patógenos responsáveis pelas ISC variam, de acordo com o tipo de
cirurgia, como órgão e a localização, e o patógeno mais frequente é Staphylococcus
aureus. Tendo em vista que a microbiota exógena é composta primariamente por
microrganismos aeróbicos. Infere-se, então, que a contaminação da ferida operatória por
Staphylococcus aureus, pode se dar pelos instrumentos cirúrgicos, aparelhagem e
móveis e do contato da equipe.
Ainda sobre os fatores de risco, pode-se relacionar os fatores existentes no
próprio cliente. Batista e Rodrigues., (2012) explanam, em seus estudos, que o extremo
de idade é fator importante para o risco dessas infecções. Pacientes com mais de 50 anos
estão mais propícios a desenvolverem complicações pós-operatórias. Os mesmos
abordam, também, em seus resultados que, cerca de 10 (8,3%), dessas infecções
ocorrem em feridas potencialmente limpas e que 11 (13,2%) em contaminadas, sendo
essas nos casos notificados e cerca de 17 (80,9%) detectados no seguimento pós-alta. O
diagnóstico dessas infecções é realizado através de uma avaliação clínica e laboratorial.
Clinicamente, os sinais e sintomas sugestivos das ISC são dor, hiperemia, febre e a
presença de secreção purulenta.

4.1.2 Medidas de prevenção


A prevenção eficiente das infecções relacionadas à assistência em saúde é uma
das tarefas fundamentais dos profissionais de saúde nas UTIs, visando, assim, o
atendimento com qualidade. Entretanto, nos últimos anos, o número de infecções vem
crescendo de forma desordenada; os microrganismos estão cada vez mais resistentes e
as práticas de prevenção cada vez mais utilizadas de forma inapropriada. Portanto, nessa
categoria dispõe de práticas preventivas, evidenciadas através de estudos atuais,
buscando mostrar as práticas já existentes e a importância da mesma para a minimização
dessas infecções.

Tabela 2: Caracterização dos artigos quanto ao núcleo temático acerca das medidas de
prevenção.

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Fonte: Dados da Pesquisa 2022


AUTOR- ANO NÚCLEO TEMÁTICO
BRACHINE; PERTELINI; Método bundle na redução de infecção de corrente sanguínea relacionada a
PEDREIRA 2012 cateteres centrais: uma revisão integrativa.
SILVA; BARBOSA 2012 Fatores de risco para infecção de sítio cirúrgico em cirurgia cardíaca.
LORENZINI; COSTA; Prevenção e controle de infecção em unidade de terapia neonatal.
SILVA2013
JORGEetal2013 Infecção do trato urinário relacionada com o uso do cateter: Revisão
Integrativa.
MICHELISetal2013 Auditoria em unidade de terapia intensiva: vigilância de procedimentos
invasivos.
MELO et al 2014 Cuidados de enfermagem ao utente sob ventilação mecânica internado em
unidade de terapia intensiva.
JORGE; VIDAL2014 Infecção do trato urinário hospitalar e suas implicações para a gestão do
cuidar: Revisão Integrativa.
SANTOS et al 2014 Ações de enfermagem na prevenção de infecções relacionadas ao cateter
venoso central: um revisão integrativa.

SANTANA; OLIVEIRA Assistência de enfermagem na prevenção de infecções de sítio cirúrgico:


2015 uma revisão integrativa da literatura.
ALMEIDA et al 2015 Adesão as medidas de prevenção para pneumonia associada à ventilação
mecânica.
ROCHA; LAGES 2016 O enfermeiro e a prevenção das infecções do sítio cirúrgico
AMARAL; IVO 2016 Prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O presente estudo demonstrou a problemática envolvendo a Infecção


relacionada à assistência à saúde na Unidade Terapia Intensiva - UTI, onde possui
prevalência elevada e requer compreensão e envolvimento global da saúde. Quanto
mais se ampliar a divulgação do tema, outros espaços de discussão se abrirão, de forma
considerável ao envolvimento da população e dos profissionais com a causa. Os
achados apresentados pelos estudos evidenciaram a necessidade da realização de mais
trabalhos nessa temática, além das práticas do estudo.
Atualmente, mesmo com todo avanço tecnológico, as infecções continuam
sendo uma das causas de altas taxas de morbidade e mortalidade, maiores custos
ligados à internação e crescimento de bactérias multirresistentes. Tendo como fatores,
a gravidade da doença de base, condições nutricionais, natureza dos procedimentos
terapêuticos, tempo de internação, idade, ambiente hospitalar em si, presença de
objetos, onde microrganismos se adaptam e proliferam, procedimentos invasivos
realizados e antibióticoterapia de modo incorreto e abusivo tendo, como consequência,
o aumento da infecção e aparecimento de patógenos resistentes.
Portanto, o estudo é relevante para o aperfeiçoamento da formação acadêmica e
profissional, por meio das reflexões despertadas sobre a temática, fazendo com que, os
alunos e profissionais tenham um olhar crítico em relação ao problema, buscando um
melhor atendimento de qualidade, tentando minimizar essa alta incidência de infecções
que prevalecem nas UTI, além de conhecer o evento e determinantes das doenças e
agravos para estimulação de ações para a prevenção.

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REFERÊNCIAS

ALVES, F.D.; OLIVEIRA, M.G.R.; MAIA, L.F.S. Prevenção da Pneumonia Associada à


Ventilação Mecânica. São Paulo: Ver Recien. 2022; 12 (37): 396-405.

BRACHINE, J.D.P.; PETERLINE, M.A.S.; PEDREIRA, M.L.G. Método Bundle na


Redução de Infecção de Corrente Sanguíneo Relacionada a Cateteres Centrais: Revisão
Integrativa. Rev Gaucha Enferm. v.33, n.4,p. 210-220, 2018.

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