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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2

1. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADA À


ASSISTÊNCIA À SAÚDE ..................................................................................................... 3

2. Medidas de Prevenção de Pneumonia Relacionada à Assistência à Saúde .... 4

2.1 Fatores de risco para pneumonia relacionada à assistência à saúde .............. 8

2.2 Medidas gerais para prevenção de IRAS ......................................................... 9

2.3 Medidas específicas recomendadas para prevenção de pneumonia ...........11

3. prevenção de infecção do trato urinário em pacientes com cateterismo vesical


de demora (CVD) no ambiente hospitalar ...........................................................................19

4.1. Principais medidas relacionadas à técnica do cateterismo vesical para


prevenção de ITU ............................................................................................................20

4.2 Cuidados de enfermagem na manutenção do cateter vesical .........................21

4. Medidas de Prevenção de Infecção da Corrente Sanguínea RELACIONADA AO


CATETER VENOSO CENTRAL ..........................................................................................22

5.1 Recomendações para cateter periférico ..........................................................25

5. Medidas de Prevenção de Infecção Cirúrgica..................................................30

6. Avaliação do sítio cirúrgico: condutas de enfermagem ....................................34

7.1 Avaliação do sítio cirúrgico ..............................................................................35

7.2 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase inflamatória ...................................36

6.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase proliferativa ................................37

7.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase de remodelação ...........................38

6.4 Cuidados com feridas ...................................................................................38

7.7 Técnica curativo oclusivo: acesso venoso central ...........................................44

7. Técnica para Antissepsia Cirúrgica das Mãos com Produto Alcoólico – OMS.46

8. REFERÊNCIAS ...............................................................................................49

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da


sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que
seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a
mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe
convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e
prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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1. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À
SAÚDE

Fonte: milliyet.com.tr

O Ministério da Saúde define as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde


(IRAS) como aquelas adquiridas após a admissão do paciente no hospital e que se manifeste
durante a internação ou após a alta, quando esta puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares. Essas infecções refletem uma problemática que atinge a saúde
em níveis mundiais, pois são relacionadas às altas taxas de morbimortalidade, aumento no
período de hospitalização e nos custos para o sistema de saúde. O desafio para a prevenção
de danos aos usuários dos serviços de saúde e prejuízos associados aos cuidados
decorrentes de processos ou estruturas da assistência é cada vez maior, fazendo-se
necessária a atualização de protocolos específicos de critérios diagnósticos e medidas de
prevenção para a redução das IRAS (DORESTE et al., 2019).
A identificação, prevenção e controle dessas infecções representam fundamentos
para a intervenção sobre o risco em serviços de saúde, antes que o dano alcance o paciente.
Salienta-se que as infecções são manifestações suscetíveis em Unidades de Terapia
Intensiva (UTI) devido à gravidade do paciente, maior diversidade microbiana e maior
exposição a procedimentos invasivos. Entre os pacientes que são hospitalizados,
mais de 10% são expostos temporariamente, ao Cateterismo Vesical de Demora (CVD), e a
utilização na UTI é indicada na maioria das vezes para avaliação do débito urinário e a
pacientes comatosos e sedados (DORESTE et al., 2019).

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2. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE PNEUMONIA RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À
SAÚDE

Fonte: enfermagemnovidade.wordpress.com

Os dados epidemiológicos sobre a pneumonia relacionada à assistência à saúde nos


hospitais brasileiros ainda são imprecisos. No Brasil existem alguns dados epidemiológicos
sobre as pneumonias associadas a ventilação mecânica (VM). Porém, não são dados
nacionais. A notificação de pneumonia associada a VM ocorridas nas UTIs brasileiras,
tornou-se obrigatória a partir deste ano de 2017, o que possibilitará a publicação dos dados
epidemiológicos nacionais sobre esse agravo a partir de 2018 (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Dados do Estado de São Paulo, de 2015, mostraram que a média da densidade de
incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica – PAV, foi de 9,87 casos por
1.000 dias de uso de ventilador em UTI adulto, sendo diferente para UTIs de hospital de
ensino, com 13,40 casos por 1.000 ventilador-dia e UTIs de hospitais privados com 6,56
casos de PAV sendo que 41,17% dos pacientes da UTI adulto utilizavam VM. As taxas de
pneumonia associadas à ventilação mecânica - PAV podem variar de acordo com a
população de pacientes e os métodos diagnósticos disponíveis (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Mas vários estudos demonstram que a incidência desta infecção aumenta com a
duração da VM e apontam taxas de ataque de aproximadamente 3% por dia durante os
primeiros cinco dias de ventilação e depois 2% para cada dia subsequente. A mortalidade
global nos episódios de pneumonia associada à VM varia de 20 a 60%, refletindo em grande

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parte a severidade da doença de base destes pacientes, a falência de órgãos e
especificidades da população estudada e do agente etiológico envolvido. Estimativas da
mortalidade atribuída a esta infecção variam nos diferentes estudos, mas aproximadamente
33% dos pacientes com PAV morrem em decorrência direta desta infecção. A patogênese
da pneumonia relacionada à assistência à saúde envolve a interação entre patógeno,
hospedeiro e variáveis epidemiológicas que facilitam esta dinâmica. Vários mecanismos
contribuem para a ocorrência destas infecções, porém o papel de cada um destes fatores
permanece controverso, podendo variar de acordo com a população envolvida e o agente
etiológico.

Fonte: Adaptado de: Craven DE et al.;2007

A pneumonia relacionada à assistência à saúde é principalmente de origem aspirativa.


A principal fonte são as secreções das vias aéreas superiores, seguida pela inoculação

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exógena de material contaminado ou pelo refluxo do trato gastrintestinal. Estas aspirações
são, mais comumente, microaspirações silenciosas, raramente há macro aspirações, que
quando acontecem trazem um quadro de insuficiência respiratória grave e rapidamente
progressiva. Raramente a pneumonia é ocasionada pela disseminação hematogênica a
partir de um foco infeccioso à distância. Os pacientes internados e, especialmente, os
pacientes em ventilação mecânica são um grupo de risco aumentado para pneumonia
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Este risco maior deve-se essencialmente a três fatores: 1 - diminuição das defesas
do paciente; 2 - risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com grande quantidade de
material contaminado; 3 - presença de microrganismos mais agressivos e resistentes aos
antimicrobianos no ambiente, superfícies próximas, materiais dessa forma colonizando o
próprio paciente. A diminuição da defesa pulmonar pode estar relacionada a várias causas
e estas podem ocorrer isoladamente ou em associação. Dentre estas causas destacam-se:
a presença de doença de base, tais como: neoplasias, doença pulmonares agudas ou
crônicas, doenças autoimunes, o uso de drogas imunossupressoras (corticosteroides,
quimioterapia) e o uso de próteses traqueais (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA, 2017).
O risco elevado de ter as vias aéreas inoculadas com grande quantidade de material
contaminado exerce um papel central na fisiopatologia da pneumonia relacionada à
assistência à saúde. Este risco aumentado pode também estar associado a inúmeros
motivos, que podem acontecer isoladamente ou, mais frequentemente, associados. Podem
ser citados como exemplos o rebaixamento do nível de consciência, causado por drogas ou
pela doença de base, que pode predispor a aspiração e a retenção de secreção das vias
aéreas superiores, na região acima do balonete do tubo traqueal (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Esta retenção de material oriundo das vias aéreas superiores e coletado acima do
balonete, penetra pela traqueia quando o balonete é desinflado ou atravessando o espaço
entre o balonete e a parede da traqueia. Pode também ocorrer a inoculação de material
contaminado pela traqueia por meio de nebulizações, inalações ou aspirações traqueais
realizadas com material contaminado. Em pacientes em ventilação mecânica e umidificação
com água aquecida pode haver acúmulo de água condensada no circuito do ventilador e
está água acumulada e contaminada pelo contato com o circuito do ventilador, pode, por
meio da manipulação descuidada, penetrar na traqueia do paciente (AGÊNCIA NACIONAL
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
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Cabe também ressaltar que em pacientes idosos, com doenças neurológicas ou
musculares, há alteração do padrão normal de deglutição, o que predispõe a aspiração.
Como a principal razão da pneumonia relacionada à assistência à saúde é a aspiração e
como estes pacientes, habitualmente encontram-se restritos ao leito, as pneumonias
hospitalares desenvolvem-se nos lobos inferiores e nos segmentos posteriores destes
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Após a aspiração, o material contaminado impacta em brônquios de pequeno calibre
e expande-se para o espaço alveolar ao redor, causando histopatologicamente uma
broncopneumonia. Como podem acontecer aspirações em momentos diferentes, um
paciente pode ter mais de um foco de pneumonia e até mesmo com microrganismos
diferentes. Nos locais onde há a coleta sistemática dos indicadores relacionados a esta
infecção, a incidência de PAV tem diminuído após a introdução de medidas preventivas, o
que indica que a PAV e provavelmente a pneumonia não associada à ventilação mecânica,
são complicações evitáveis (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

Fonte: /br.freepik.com

O presente manual da Anvisa” por Essa é uma revisão da publicação de 2010 –


Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Respiratório da Anvisa. Pautada em evidências
científicas publicadas na literatura e resultado de reuniões técnicas realizadas pelo um grupo
de trabalho formado por profissionais especialistas na área de prevenção e controle de
infecção, terapia intensiva e representantes da Associação de Medicina Intensiva Brasileira
– AMIB, Sociedade Brasileira de Infectologia - SBI, Associação Brasileira de Controle de
Infecção Hospitalar – ABIH e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia- SBPT. Após

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discussão das propostas formuladas pelo Grupo de Trabalho, as orientações aqui
apresentadas e revisadas foram submetidas pela Anvisa à consulta restrita de outros
profissionais de saúde com conhecimentos na área de prevenção e controle de infecção,
terapia intensiva, bem como sociedades/associações científicas relacionadas ao tema
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

2.1 Fatores de risco para pneumonia relacionada à assistência à saúde

Os fatores de risco para pneumonia relacionada à assistência à saúde podem ser


agrupados em quatro categorias:
1. Fatores que aumentam a colonização da orofaringe e estômago por
microrganismos (administração de agentes antimicrobianos, admissão em UTI ou presença
de doença pulmonar crônica de base);
2. Condições que favorecem aspiração do trato respiratório ou refluxo do trato
gastrintestinal (intubação endotraqueal ou intubações subsequentes; utilização de sonda
nasogástrica; posição supina; coma; procedimentos cirúrgicos envolvendo cabeça, pescoço,
tórax e abdome superior; imobilização devido a trauma ou outra doença);
3. Condições que requerem uso prolongado de ventilação mecânica com exposição
potencial a dispositivos respiratórios e contato com mãos contaminadas ou colonizadas,
principalmente de profissionais da área da saúde;
4. Fatores do hospedeiro como: extremos de idade, desnutrição, condições de base
graves, incluindo imunossupressão.
Estas categorias, especialmente as três primeiras, incluem os fatores de risco
considerados modificáveis, que constituem o alvo das medidas preventivas. Diversos
estudos foram conduzidos com base nesses fatores de risco para identificar as principais
medidas de prevenção das pneumonias relacionadas à assistência à saúde, principalmente
aquelas associadas a ventilação mecânica. A seguir serão apresentadas as medidas de
prevenção desse agravo, que estarão divididas em: 1 - As medidas gerais 2 - As medidas
específicas recomendadas para prevenção de pneumonia e 3 - Outras medidas de
prevenção (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

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2.2 Medidas gerais para prevenção de IRAS

Nas ações de prevenção e controle das IRAS estabelecer prioridades é fundamental.


O estabelecimento de políticas e a padronização da implantação e manutenção de
dispositivos invasivos devem ser priorizados. O acompanhamento da execução de
procedimentos deve ser proposto, além da adoção de indicadores de resultado e avaliação
criteriosa da estrutura. Existindo boas condições de estrutura, é mais provável que se
obtenha um processo adequado e um resultado mais favorável. A vigilância epidemiológica
das IRAS, tem como um dos principais objetivos prover informações que possam ser
utilizadas pela instituição para promover melhoria contínua, direcionando estratégias de
prevenção e controle de infecções (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
2017).

Fonte: helioprint.com.br

O principal objetivo da vigilância epidemiológica das IRAS é fornecer, às instituições,


informações para o aprimoramento contínuo das estratégias de prevenção e controle das
infecções. Conhecer dados endêmicos de IRAS, identificar possíveis surtos epidemiológicos
e traçar ou propor estratégias de prevenção e controle de infecção, são os resultados
esperados. De acordo com diversos estudos, é fortemente recomendado realizar a vigilância
de PAV com definições padronizadas em UTI, assim como calcular taxas de PAV, dar retorno
destes índices para a equipe de saúde e, sobretudo, associar estas taxas com as medidas
de prevenção pertinentes (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

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Este indicador pode tornar-se um importante aliado na avaliação da qualidade da
assistência. Para tanto, a vigilância deve ser efetuada por equipe treinada com conceitos de
epidemiologia e critérios definidos de pneumonia. Os treinamentos devem ser planejados
em conjunto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH. A área de
treinamento ou educação continuada e a unidade de internação. Para atender as demandas
crescentes de prevenção e controle das IRAS, os profissionais que atuam no controle das
IRAS têm que desenvolver novas estratégias educacionais de acordo com práticas
baseadas em evidências e que se adaptem às necessidades de aprendizagem de seu
público e suas instituições (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
O treinamento da equipe multiprofissional que presta assistência aos pacientes em
ventilação mecânica é fundamental e tem impacto direto nas taxas de PAV. As estratégias
devem ser de preferência, multimodais, ou seja, envolvendo metodologias variadas:
treinamento por meio de aula presencial, e-learning, aula prática e com simulações,
discussão da prática à beira do leito, feedback de indicadores com discussão de medidas
preventivas e outros. Além de uma equipe bem treinada, é fundamental manter uma rotina
de visitas multidisciplinares com a participação dos profissionais envolvidos diretamente na
assistência aos pacientes internados na UTI, bem como dos profissionais da CCIH
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Estas visitas à beira do leito proporcionam a identificação de não conformidades dos
processos assistenciais, auxiliam o gerenciamento de medidas de prevenção e facilitam o
relacionamento entre os profissionais. A higiene das mãos (HM) deve fazer parte de todas
as campanhas educativas, tanto fortalecendo os conceitos da periodicidade como da
técnica. A utilização de preparação alcoólica para as mãos deve ser estimulada em todas as
áreas do serviço de saúde, principalmente no ponto de assistência/tratamento. Para realizar
a HM pode ser utilizado produto alcoólico rotineiramente ou água e sabonete líquido, caso
as mãos estiverem visivelmente sujas (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
2017).
Para uma eficaz HM, a técnica empregada e a duração do procedimento são
essenciais, além disto, antes de iniciar a técnica, é necessário retirar adornos como anéis,
pulseiras e relógios, pois estes podem dificultar a remoção dos microrganismos ou acumulá-
los nas mãos. Atualmente, todos os serviços de saúde do país devem se adequar à
RDC/ANVISA nº 42/ 2010, que determina a obrigatoriedade da disponibilização de
preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos nos pontos de assistência e
tratamento; em local visível e de fácil acesso. O objetivo é que os profissionais de saúde não
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precisem deixar o local de assistência e tratamento para higienizar as mãos (AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

2.3 Medidas específicas recomendadas para prevenção de pneumonia

Manter decúbito elevado (30- 45°)


A VM está associada a altas taxas de pneumonia, pois o tubo endotraqueal inibe
mecanismos de defesa importantes do trato respiratório superior, contribui com a
produção e acúmulo de secreções da orofaringe, inibe mecanismos de tosse efetivos e
pode ser uma fonte de infecção. A colonização da orofaringe e estômago com
microrganismos patogênicos parece preceder o desenvolvimento da pneumonia
associada à ventilação mecânica. A utilização de bloqueadores dos receptores de
histamina para prevenção de úlcera gástrica altera o pH do suco gástrico, o que facilita
a colonização por microrganismos patogênicos, além da presença da sonda
nasogástrica que facilita o refluxo das bactérias do estômago (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

Fonte: shutterstock.com.br

Por estas razões, parece lógico que o posicionamento inadequado do paciente possa
impactar no surgimento da pneumonia. Além disto, o posicionamento do paciente em
decúbito elevado pode favorecer também a ventilação espontânea. Não há dados
suficientes para afirmar que a recomendação de manter pacientes com a cabeceira
elevada em 30 a 45˚ tenha impacto significativo na redução da PAV ou mortalidade

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(qualidade de evidência II, segundo a publicação da Society for Healthcare Epidemiology
of América and Cambridge University – SHEA de 2014) (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Porém, em função de ser uma medida simples, de fácil aplicabilidade, com baixo risco
de complicação, nenhum custo e um benefício potencial, no último compêndio de
estratégias de prevenção de PAV, publicado pelo SHEA em 2014, esta medida,
classificada como uma medida básica foi recomendada. Ainda não está claro também,
se a elevação do decúbito apenas a 30° é suficiente, mas parece ser mais aceitável para
pacientes com menor grau de sedação e possibilita maior adesão ao posicionamento
adequado (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
A utilização do decúbito elevado diminui a incidência de PAV especialmente em
pacientes recebendo nutrição enteral. Outra razão para o acréscimo desta intervenção
é a melhoria dos parâmetros ventilatórios em comparação com a posição supina. Por
exemplo, os pacientes nesta posição apresentam um maior volume corrente quando
ventilados com pressão de suporte e redução no esforço muscular e na taxa de
atelectasia (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Segundo o IHI, inúmeras dicas podem ser seguidas para facilitar a implantação desta
intervenção, a exemplo destas, está a inclusão da intervenção na folha de controle da
enfermagem e o estimulo à notificação clínica caso a cama pareça não estar na posição
adequada. A eficácia de decúbito elevado na prevenção de PAV em crianças não foi
estabelecida. Foglia et al. (2007) replicou um estudo caso-controle de pneumonia em
adultos. Em crianças essa intervenção não encontrou diferença significativa decorrente
do posicionamento da cabeceira em relação a prevenção de pneumonia. Além disso,
demonstrou ser difícil manter bebês e crianças pequenas nesta posição (AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Adequar diariamente o nível de sedação e o teste de respiração espontânea
A utilização da menor dose possível de sedação e a avaliação da prontidão do
paciente para a desintubação tem sido correlacionada com a redução do tempo de
ventilação mecânica e, consequentemente, a uma redução na taxa de PAV. A escolha
dos tipos de fármacos, intensidade e duração da sedação estão associadas com o risco
aumentado das taxas de eventos, que incluem: delírio, imobilidade, infecção, eventos
associados à VM, tempo prolongado de ventilação mecânica, aumento do tempo de
internação e morte (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

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A diminuição do nível de sedação, que deve ser buscada diariamente, e do tempo de
sedação podem contribuir para um menor tempo de intubação e possivelmente com
menor mortalidade. Já a interrupção diária da sedação pode apresentar alguns riscos,
como por exemplo, a desintubação acidental. O aumento do nível de dor e ansiedade
levam a possibilidade de assincronia com a ventilação, o que pode gerar períodos de
dessaturação. Deve ser realizado diariamente o questionamento sobre a necessidade
do suporte respiratório com VM invasiva (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA, 2017).
A avaliação das causas que levaram ao uso da prótese mecânica e a situação do
paciente podem sinalizar se há condições para a submetê-lo ao teste de respiração
espontânea. A adequação do nível de sedação pode contribuir para a suspensão dos
sedativos, melhor avaliação da presença de dor e para a suspensão dos opióides
utilizados para analgesia, contribuindo assim, para aumentar as chances do colocar o
paciente em teste de respiração espontânea. Estas ações contribuem para o maior
sucesso na retirada de prótese ventilatória. É importante implantar um protocolo de
avaliação diária da sedação, avaliar a prontidão neurológica para desintubação, e ainda
incluir precauções para evitar a desintubação acidental, tais como maior monitorização
e vigilância, avaliação diária multidisciplinar e implementação de uma escala, a fim de
evitar o aumento da sedação (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
2017).

Fonte: cdn.multiscreensite.com

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Aspirar a secreção subglótica rotineiramente
A presença do tubo endotraqueal em pacientes sob ventilação mecânica contribui
para o desenvolvimento de pneumonia. O tubo endotraqueal facilita a colonização
bacteriana da árvore traqueobrônquica e predispõe aspiração da secreção contaminada
pela diminuição do reflexo de tosse, acúmulo de secreção acima do balonete (espaço
subglótico) e a própria contaminação do tubo. A utilização da cânula oro traqueal, com
um sistema de aspiração de secreção subglótica contínua ou intermitente, é
recomendada para pacientes que irão permanecer sob VM acima de 48h ou 72h. Essa
medida reduz a PAV, o tempo de ventilação mecânica, a internação em UTI e está
associada a menor utilização de antibióticos (qualidade da evidência II segundo a
publicação da SHEA de 2014). Não há indicação de troca de tubo para proceder a
aspiração contínua (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Fazer a higiene oral com antissépticos
A importância dos cuidados bucais em pacientes sob terapia intensiva tem sido alvo
de inúmeras investigações e os resultados alertam para a necessidade de se
implementar diretrizes adequadas e seguras. Na última publicação do SHEA de 2014, a
utilização de clorexidine 0,12% para higiene oral foi classificada como medida de efeito
moderado. Apesar disso, esta medida faz parte do “bundle” do IHI e quando aplicada em
conjunto com outras medidas, parece ter um efeito positivo para redução de PAV
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Fazer uso criterioso de bloqueadores neuromusculares
Diversos estudos descreveram a utilização de bloqueadores neuromusculares (BNM)
para facilitar a VM. A maioria é limitada a estudos de casos, pequenos estudos
prospectivos randomizados e estudos duplo-cegos, inclusos uma variedade de pacientes
criticamente doentes no qual o BNM, foram utilizados com objetivo de evitar dissincronia
ventilatória, parada de esforços respiratórios espontâneos e movimentos musculares,
além de melhorar a troca gasosa e facilitar a ventilação mecânica com relação inversa.
Os BNM estão indicados para a intubação endotraqueal e durante a VM a fim de eliminar
o assincronismo com o respirador em pacientes com insuficiência respiratória grave ou
para reduzir o risco de desintubação acidental devido à via aérea instável (AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Deve-se utilizar de BNM preferencialmente nas primeiras 48 h nos quadros de
Síndrome de Angústia Respiratória Aguda - SARA com relação PaO2/FiO2 < 120 para
manter a VM controlada. A utilização de bloqueio neuromuscular está condicionada a
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uma sedação profunda e a monitorização adequada do nível de consciência e do
bloqueio neuromuscular. Há apenas um estudo que demonstrou o benefício do uso de
BNM (cisatracúrio), por isso deve ser utilizado apenas este fármaco, sendo que os outros
ainda precisam ser testados (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
As estratégias otimizadas para administração e monitoramento dos BNM ainda
necessitam ser mais bem estudadas. Complicações associadas ao uso de BNM em UTI
podem ser: a perda da capacidade de despertar diário; risco de desconexão do ventilador
ou das vias aéreas; efeitos cardiovasculares ou autonômicos (ex.: vagolíticos); redução
do fluxo linfático; lesão de pele, nervos periféricos, córnea entre outros. Uso criterioso
de BNM está limitado às indicações clínicas específicas como asma grave e síndrome
compartimental abdominal (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).
Cuidados com o circuito do ventilador
A troca do circuito respiratório deve ser realizada apenas se o mesmo estiver
visivelmente sujo ou com mau funcionamento. Esta recomendação é classificada como
qualidade da evidência I, pela SHEA. Portanto, não é recomendada a troca rotineira
deste dispositivo. Não há recomendações específicas em relação ao tempo que o
circuito pode ficar montado, aguardando a internação do paciente. Na prática, as
instituições descrevem uma rotina preocupando em reduzir os riscos de contaminação
dos circuitos; por exemplo: no momento do preparo do leito/box, conectar o circuito
respiratório no ventilador e proceder o teste do equipamento; depois disto, embalar o
mesmo no próprio saco plástico que acondicionava o circuito, identificar com fita adesiva
(limpo e testado - datar e assinar). Para que este circuito esteja seguro para uso, é
fundamental que esteja acondicionado (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA, 2017).
Indicação e cuidados com os umidificadores
Umidificadores passivos ou filtros trocadores de calor e umidade - Heat and Moisture
Exchangers (HME) ganharam ampla aceitação nos cuidados da prática clínica. No
entanto, não existe nenhum consenso sobre sua superioridade em termos de prevenção
de PAV, tempo de internação e mortalidade, em comparação com umidificadores ativos
(umidificadores aquecidos). A preferência do sistema passivo de umidificação das vias
respiratórias em pacientes mecanicamente ventilados é devido à facilidade de manuseio
e pela ausência de condensados nos circuitos, além do relativo baixo custo (AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2017).

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Os umidificadores aquecidos podem ser a preferência em pacientes com grande
volume de secreções respiratórias, hemoptise abundante, ou naqueles com maior
suscetibilidade à atelectasias, porém, a água e condensados formados são possíveis
fontes de microrganismos. Deve-se utilizar fluido estéril para nebulização. Substituir o
sistema de umidificação quando em mau funcionamento ou visivelmente contaminado.
Recomenda-se a troca dos umidificadores passivos a partir de 48 horas, podendo ser
utilizado no máximo até 7 dias (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
2017).

Fonte: atualizarevista.com.br

Indicação e cuidados com o sistema de aspiração


Em relação ao sistema de aspiração de secreções das vias respiratórias de pacientes
mecanicamente ventilados, não existe diferença na incidência de pneumonia associada
à ventilação mecânica quando comparados aos sistemas de sucção aberto ou fechado.
Existe uma possível vantagem do sistema fechado em relação à manutenção da pressão
positiva das vias aéreas. Além disso, este tipo de sistema de aspiração pode ser útil em
pacientes infectados com patógenos multirresistentes ou Mycobacterium tuberculosis
reduzindo o contato do profissional com secreções ou aerossóis contaminados
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016).
O sistema de aspiração fechado reduz a possibilidade de contaminação ambiental,
diminuiu custos e podem permanecer por um período indefinido, sem impacto no risco
de PAV. Embora não previna a ocorrência de PAV, minimiza períodos de hipoxemia
ocasionados pela despressurização das vias aéreas quando o paciente é desconectado
do ventilador. Recomenda-se a troca do sistema fechado de aspiração a cada 72 horas

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ou quando houver sujidade ou mau funcionamento (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016).

Fonte: g1.globo.com/mg/centro-oest

Monitoramento da pressão de cuff


A manutenção da correta pressão de cuff (Pcuff) nos pacientes submetidos à
ventilação mecânica é essencial. Excessiva pressão pode comprometer a
microcirculação da mucosa traqueal e causar lesões isquêmicas, porém se a pressão for
insuficiente, pode haver dificuldade na ventilação com pressão positiva e passagem da
secreção subglótica por entre o tubo e a traqueia (microaspiração). Recomenda-se,
portanto, que a pressão do cuff permaneça entre 18 a 22 mmHg ou 25 a 30 cmH2O
(quando utilizado medidor de cuff). Evitar pressões do balonete maiores que 22 mmHg
ou 30 cmH2O AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016).
Cuidados com inaladores e nebulizadores
Cuidado com os inaladores e nebulizadores está diretamente relacionado à
manipulação dos dispositivos e da água utilizada, que são fatores que contribuem para
sua contaminação. Aparentemente, a utilização de água e medicamentos estéreis, a
cada inalação e nebulização, impede a contaminação do líquido pela Legionella spp, que
é uma das preocupações quanto à propagação de doenças. Não há uma recomendação
específica na literatura sobre a rotina para troca destes dispositivos, quando utilizados
pelo mesmo paciente (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016).
Baseado na experiência das instituições de saúde, recomenda-se a troca a cada 24
horas. Inaladores, nebulizadores, tendas e reservatórios devem ser submetidos a

17
limpeza e, no mínimo, desinfecção de nível intermediário. Recomenda-se que os
serviços de saúde estabeleçam rotinas/ critérios de troca, manipulação e processamento
desses produtos. Para inalação, sugere-se dar preferência às medicações em aerossol
em dose única (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016).
Sonda enteral na posição gástrica ou pós-pilórica
O refluxo gastroesofágico pode contribuir para a aspiração de conteúdo colonizado
para vias aéreas inferiores e consequente aumento no risco de pneumonia. Apesar
disso, não existem fortes evidências que justifiquem a utilização da sonda na posição
pós-pilórica, a não ser em pacientes que necessitem de posição prona para ventilação
mecânica, pacientes queimados, pacientes com lesão cerebral grave e pressão
intracraniana elevada. Estes pacientes se beneficiariam com o uso da sonda em posição
pós-pilórica (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016).
Processamento de produto de assistência respiratória
Um dos fatores que podem contribuir para a aquisição de pneumonia está associado
ao inadequado processamento dos produtos utilizados na terapia ventilatória. Por isso é
fundamental que esses produtos sejam processados em conformidade com as
evidências científicas disponíveis e a normatização sanitária sobre o tema. Os produtos
de assistência respiratória classificados como críticos, devem ser submetidos a
esterilização após adequada limpeza. Já os produtos de assistência respiratória
classificados como semicríticos, devem ser submetidos a limpeza e, no mínimo,
desinfecção de nível intermediário (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
2016).
Outros dispositivos
Respirômetros, sensores de oxigênio, manuvacuômetro, ventilômetros e outros
dispositivos devem ser limpos e desinfetados a cada paciente. A utilização de produtos
pronto uso facilitam o cumprimento às recomendações. Os inspirômetros podem ser
utilizados pelo mesmo paciente enquanto este possuir indicação de uso. Após isso, os
mesmos devem ser descartados (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA,
2016).

18
3. PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM PACIENTES COM
CATETERISMO VESICAL DE DEMORA (CVD) NO AMBIENTE HOSPITALAR

Fonte: drclaudiomurta.com.br

A infecção relacionada a assistência à saúde (IRAS) é qualquer processo infeccioso


adquirido pelo paciente após sua admissão nos serviços de saúde, podendo se manifestar
durante a internação ou após a alta, desde que esteja associada a internação ou
procedimentos. Também são consideradas IRAS aquelas infecções que se manifestam
antes de 72 horas de internação e podem ser relacionadas com a realização de
procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizado durante este período. Estudo
realizado nos Estados Unidos identificou as infecções mais frequentes em uma unidade de
terapia intensiva, a primeira foi a pneumonia, seguida por infecção do trato urinário (ITU) e
infecção de corrente sanguínea, estas últimas relacionadas diretamente a manipulação de
cateter vesical e de punção periférica respectivamente (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018).
A ITU é caracterizada por um quadro infeccioso que acomete qualquer parte do
sistema urinário como: rins, ureteres, uretra e bexiga. O cateterismo vesical é um
procedimento invasivo, no qual se introduz um cateter vesical pelo canal uretral até a bexiga
do paciente com a finalidade da drenagem da urina. Pode ser classificado como cateterismo
vesical de alívio, intermitente e de demora. No Brasil a ITU é responsável por cerca de 35 a
45% de todas as infecções adquiridas no ambiente hospitalar, sendo que 80% estão
associadas ao uso do CVD. E caracteriza-se como a segunda infecção mais frequente na
população geral, independente da faixa etária (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018).

19
Dados epidemiológicos destacam que em média 10% dos pacientes que foram
cateterizados apresentaram bacteriúria no momento do procedimento e dos pacientes que
não apresentaram o problema cerca de 10% a 20% desenvolverão bacteriúria durante a
permanência com o cateter. Através de estudos científicos, muitas modificações se fizeram
necessárias na prática da assistência aos pacientes com cateter urinário, para diminuir as
taxas de ITU. Medidas especialmente dirigida a técnica de inserção, ao sistema coletor, ao
tipo de cateter, aos cuidados diários (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018).
O CVD é considerado um procedimento complexo e que necessita da aplicação de
conhecimentos científicos ao executar. Conforme a Resolução n° 450/2013, publicada em
dezembro pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), a inserção do cateter vesical é
função privativa do enfermeiro. A prevenção diminui as taxas de morbidade, mortalidade e
custos no tratamento da ITU associada ao uso de CVD. Em face do contexto apresentado o
presente estudo tem como objetivo identificar os cuidados de enfermagem para prevenção
de ITU em pacientes submetidos ao cateterismo vesical no ambiente hospitalar (DE JESUS,
COELHO, LUZ, 2018).

4.1. Principais medidas relacionadas à técnica do cateterismo vesical para prevenção


de ITU

Embora o CVD seja realizado pelos enfermeiros verifica-se na prática que esta técnica
apresenta condutas não padronizadas, sendo realizadas de maneiras distintas entre as
instituições de saúde. A realização do CVD em um ambiente tranquilo e que garanta a não
exposição do paciente, durante o procedimento, evitando exposição desnecessária e
zelando pelo conforto é uma atribuição do enfermeiro. No que se refere a higienização das
mãos esta etapa, muito importante para a prevenção de ITU, não foi considerada em todos
os trabalhos. A higienização das mãos deve ser realizada antes e após a inserção do cateter
ou manipulação do períneo para remoção dos microrganismos transitórios que residem na
camada mais superficial da epiderme (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018).
No presente estudo a higiene íntima antes do cateterismo urinário foi citada por dois
autores como medidas importantes para diminuição da ITU associada a cateterização
vesical. Quanto à realização da antissepsia, tal procedimento foi descrito como importante
para a prevenção da ITU relacionada a inserção do cateter em apenas um artigo. Quanto a
utilização de campo fenestrado estéril durante o procedimento, foi considerado relevante em
dois trabalhos. A utilização de gel lubrificante foi citada em menos da metade dos trabalhos.

20
Outros aspectos que previnem a lesão da mucosa uretral e ITU associada ao procedimento
são a escolha adequada do calibre do cateter e a garantia da insuflação do balonete com
segurança após a visualização da drenagem de urina logo após a inserção do dispositivo
(DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018).

Fonte: pebmed.com.br

4.2 Cuidados de enfermagem na manutenção do cateter vesical

A medida mais eficaz que a equipe de saúde pode adotar após a inserção do cateter
é reavaliar constantemente a necessidade da permanência do cateter e mantê-lo apenas o
tempo necessário e com a definição clara do motivo pelo qual foi solicitada. O enfermeiro
tem uma participação ativa na avaliação para a retirada do CVD. Neste trabalho, apenas um
autor referiu a importância da reavaliação diária da necessidade do cateter e identificar sinais
e sintomas indicativos de ITU. A equipe de enfermagem deve estar atenta quanto ao
posicionamento da bolsa coletora, isto foi identificado na maioria dos trabalhos deste estudo
que ressaltaram a necessidade de se manter a bolsa coletora de urina posicionada abaixo
do nível da bexiga do paciente e sem encostar-se a outros objetos ou no chão (DE JESUS,
COELHO, LUZ, 2018).
Esta informação corresponde a resultado de outro estudo que avaliou os fatores
predisponentes para ocorrência de ITU em pacientes críticos no qual um dos critérios para
a boa manutenção do CVD foi a observação do posicionamento da bolsa coletora abaixo do
nível da bexiga. A higiene íntima durante a permanência do indivíduo com o CVD é uma
medida efetiva na prevenção da ITU, nos trabalhos que citaram este aspecto relacionado ao

21
cuidado com o dispositivo a recomendação foi de uma vez ao dia. Em relação ao
detalhamento desta técnica, apenas um dos autores indica o uso de sabão e água para
realização da higiene íntima (DE JESUS, COELHO, LUZ, 2018).
Segundo Mazzo (2014) a higienização do meato uretral deve ser realizada com água
e sabão pelo menos uma vez ao dia, durante a realização do banho. Segundo estudo a
higiene do períneo tem se mostrado como medida eficaz para a diminuição da incidência de
ITU. Após a inserção de um cateter vesical de demora, deve-se manter um sistema de
drenagem urinária fechado para minimizar os riscos de infecção. Uma possível interrupção
do sistema leva à introdução de microrganismo. É recomendado que a bolsa de drenagem
seja esvaziada pelo menos a cada 8 horas e caso perceba grandes eliminações esse
intervalo deve ser reduzido, assim como deve ser assegurado que cada paciente tenha um
recipiente separado para a medição de urina, prevenindo a contaminação cruzada (DE
JESUS, COELHO, LUZ, 2018).

4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA


RELACIONADA AO CATETER VENOSO CENTRAL

Fonte: portalqualis.com.br

As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são definidas como uma


condição local ou sistêmica resultante de uma reação adversa à presença de um agente
infeccioso ou sua toxina, podendo se manifestar a partir de 48 horas após a internação. Entre
as IRAS mais frequentes está a infecção da corrente sanguínea e constitui umas das
complicações relacionadas ao cateter venoso central (CVC) mais frequentes, dispendiosas,

22
potencialmente letais, associando-se à elevada morbidade, com prolongamento do tempo
de aumento dos custos de internação (SILVA, OLIVEIRA, 2017).
No Brasil, dados referentes a 2015 reportam uma taxa de infecção da corrente
sanguínea relacionada ao CVC em UTI de 5,1 para 1000 cateteres dia; na Europa, 13,3
infecções para 1.000 cateteres dia e, nos Estados Unidos, estima-se em torno de 30.000
novos casos dessa infecção por ano. A taxa de mortalidade por infecção relacionada ao CVC
pode atingir até 69%. A redução das taxas de infecção requer uma abordagem global e
multidisciplinar, incluindo intervenções comportamentais e educacionais de toda equipe
envolvida na inserção e manutenção do CVC. O cumprimento das diretrizes é um passo
essencial para melhoria das práticas de cuidado ao paciente em uso do CVC (SILVA,
OLIVEIRA, 2017).
Nesse contexto, monitorar a adesão às medidas para prevenção das infecções da
corrente sanguínea relacionadas ao CVC dos profissionais pode ser uma estratégia que
aponte lacunas e subsidie investimentos na melhoria das práticas assistenciais
fundamentadas em treinamentos, educação continuada e feedback às equipes. A
observação direta dos profissionais apontou para uma baixa adesão à higiene das mãos
antes e após a administração de medicamentos, manipulação e troca do curativo, bem como
no uso de luvas e desinfecção do hub, independente das fases do estudo (SILVA, OLIVEIRA,
2017).
A higienização das mãos é reconhecida como a prática mais efetiva na prevenção
das IRAS. No entanto, apesar da sua importância, a adesão a essa prática permanece baixa
nos serviços de saúde, com taxas mundiais de adesão de aproximadamente 38,7%. Alguns
estudos também confirmam esse resultado: uma revisão sistemática que incluiu 65 estudos
realizados em UTI, a taxa média de adesão foi de 40%. Em 446 oportunidades para
higienização das mãos, a adesão dos profissionais em uma UTI no Brasil foi de 43,7%
(SILVA, OLIVEIRA, 2017).
Com o objetivo de avaliar a adesão à higienização das mãos na prevenção de
infecção da corrente sanguínea relacionada ao CVC, foi observado que a maioria dos
profissionais não realizou a higienização das mãos antes e após as seguintes práticas
avaliadas: troca do sistema de infusão (89,7%), administração de medicamentos (72,9%),
troca e realização de curativo (73,1%). Quando a prática de higiene das mãos não acontece
adequadamente favorece a transmissão cruzada de microrganismos, principalmente em
pacientes críticos que apresentam maior possibilidade de serem colonizados ou infectados
(SILVA, OLIVEIRA, 2017).
23
O uso de luvas entre os profissionais, para a realização dos procedimentos, foi maior
que a higiene das mãos. Em estudo que avaliou a relação do uso de luvas com a adesão à
higiene de mãos, foi observada menor higiene das mãos quando os profissionais faziam uso
de luvas. De forma semelhante em outro estudo, foi observado que de 1.067 oportunidades
de higienização das mãos, essa ocorreu em apenas 14,8% antes de usar luvas e, após a
retirada das luvas, houve um aumento para 56,6%. Desse modo, percebe-se que a
higienização das mãos pode ser menos frequente quando o profissional faz uso (SILVA,
OLIVEIRA, 2017).
A adesão à desinfecção do hub antes de administrar medicamentos pelo CVC
também foi baixa. Em um estudo que avaliou as práticas de prevenção e controle de infecção
da corrente sanguínea, foi constatado que, de todas as medidas observadas durante a
manipulação do cateter, a desinfecção do hub apresentou menor adesão (40%). Nos
Estados Unidos, foi implementado um bundle de cuidados para o hub do cateter, sendo
obtida, após sete meses de treinamento, uma adesão de 99% à desinfecção do hub antes
da realização de medicamentos. Além disso, verificaram uma redução significativa em casos
de sepse por Gram-negativo (SILVA, OLIVEIRA, 2017).

Fonte: pinterest.com

Os resultados reafirmam a importância do treinamento e educação continuada da


equipe responsável pela manipulação do cateter, principalmente em relação a desinfecção
do hub, visto que muitos profissionais desconhecem a técnica e sua finalidade. Ressalta-se
que, para inserção do CVC, a adesão ao preparo cirúrgico das mãos, uso da barreira máxima
de precaução e assepsia da pele do paciente foram de 100% nos períodos pré e pós-

24
intervenção. Tais resultados demonstram que a equipe médica seguiu corretamente o uso
das medidas recomendadas para prevenção das infecções da corrente sanguínea durante
a inserção do CVC (SILVA, OLIVEIRA, 2017).
No presente estudo, a intervenção educativa foi por meio de uma atividade lúdica com
um jogo de dados, sendo uma proposta de treinamento lúdico, justificado pelo fato de que
os treinamentos devem ser dinâmicos e voltados, principalmente, para a sensibilização do
profissional, com foco em normas e atitudes e não apenas na transmissão de informações.
A educação aumenta o conhecimento, mas não necessariamente melhora a prática
assistencial, não existindo uma associação direta de que a falta de conhecimento da equipe
afeta o cumprimento das diretrizes (SILVA, OLIVEIRA, 2017).
Assim, o conhecimento é diferente da prática real do cotidiano, pois as pessoas agem
de acordo com suas intenções e percepções, inspiradas por atitudes em relação ao
comportamento e normas subjetivas. Quanto às limitações, pode-se apontar o seguimento
prospectivo, devido às perdas, por férias e licenças saúde, durante as etapas da coleta de
dados. O curto período para realização do estudo foi impeditivo para executar a etapa de
educação continuada e analisar o seu impacto em longo prazo (SILVA, OLIVEIRA, 2017).
Reserva-se a importância das infecções primárias da corrente sanguínea (IPCS) para
os indicadores nacionais de saúde, e a ANVISA tornou obrigatória a notificação dessas
infecções em UTI. Pode-se, assim, a partir da compreensão da fisiopatogenia predominante,
inferir que o evento ocorre, oportunamente, por falhas nas práticas e de medidas básicas de
controle de infecções, uma que vez é perpetuada pelos profissionais a partir da manipulação
inadequada. Verifica-se que, embora as medidas de prevenção da IPCS estejam
estabelecidas, muito ainda precisa ser feito, uma vez que as evidências continuam
apontando níveis insatisfatórios de desempenho por parte dos profissionais de saúde
envolvidos no processo (ARAÚJO, CAVALCANTE, 2019).
Deve-se priorizar, assim, o cuidado seguro ao paciente internado em uma UTI voltado
para a implantação de medidas relacionadas à prevenção de infecções, ao controle de danos
e complicações mais graves para a redução do tempo de internação e melhoria na qualidade
da assistência prestada (ARAÚJO, CAVALCANTE, 2019).

5.1 Recomendações para cateter periférico

Higienização das mãos:

25
 Higienização das mãos com água e sabonete líquido quando estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais
(AII).
 Usar preparação alcoólica para as mãos (60 a 80%) quando não estiverem
visivelmente sujas (AI).
 O uso de luvas não substitui a necessidade de higienização das mãos. No
cuidado específico com cateteres intravasculares, a higienização das mãos
deverá ser realizada antes e após tocar o sítio de inserção do cateter, bem
como antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de curativo (AI)
(AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010).

Fonte: rima.org.com

Seleção do cateter e sítio de inserção:


 Selecionar o cateter periférico com base no objetivo pretendido, na duração da
terapia, na viscosidade do fluido, nos componentes do fluido e nas condições
de acesso venoso (AII).
 Para atender à necessidade da terapia intravenosa devem ser selecionados
cateteres de menor calibre e comprimento de cânula. Cateteres com menor
calibre causam menos flebite mecânica (irritação da parede da veia pela
cânula) e menos obstrução do fluxo sanguíneo dentro da veia. Um bom fluxo
sanguíneo, por sua vez, ajuda na distribuição dos medicamentos
administrados e reduz o risco de flebite química (irritação da parede da veia
por produtos químicos). Essa complicação ocorre com administração de

26
medicamentos irritantes ou vesicantes. É considerado um fármaco irritante
aquele que possui pH extremo (<5 ou >9) e/ou extrema osmolaridade (>600
mOsmol/litro) e aquele que causa necrose dos tecidos se houver
extravasamento para fora do vaso.
 Evitar agulha de aço para a administração de fluidos ou medicamentos que
possam causar necrose tecidual se ocorrer extravasamento (AI). Restringir o
uso de agulhas de aço para situações como, coleta de amostra sanguínea,
administração de dose única ou bolus de medicamentos.
 Em adultos, as veias de escolha para canulação periférica são as das
superfícies dorsal e ventral dos membros superiores. As veias de membros
inferiores não devem ser utilizadas rotineiramente devido ao risco de embolias
e tromboflebites. Trocar o cateter inserido nos membros inferiores para um sítio
nos membros superiores assim que possível (AI).
 O sítio de inserção do cateter intravascular não deverá ser tocado após a
aplicação do antisséptico, salvo quando a técnica asséptica for mantida (AI).
 Em pacientes neonatais e pediátricos, havendo dificuldade no acesso dos
vasos das superfícies dorsal e ventral dos membros superiores, também
podem ser incluídas as veias da cabeça, do pescoço e de membros inferiores
(BIII) (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010).
Preparo da pele:
 Realizar fricção da pele com solução a base de álcool: gluconato de clorexidina
0,5 a 2%, PVPI alcoólico 10% ou álcool 70% (AI);
 Para o álcool e o gluconato de clorexidina aguarde a secagem (espontânea)
antes da punção;
 Para PVPI aguarde pelo menos 1,5 a 2,0 minutos antes da punção.
 Somente uma aplicação por meio de fricção é necessária;
 A degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada quando
houver necessidade de reduzir sujidade (CIII);
 Utilizar o mesmo princípio ativo para degermação e antissepsia (CIII);
 Utilizar luvas não estéreis para a inserção do cateter venoso periférico (AI);
 A remoção dos pêlos, quando necessária, deverá ser realizada com
tricotomizador elétrico ou tesouras (AI) (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010).

27
Estabilização:
 Estabilizar o cateter significa preservar a integridade do acesso, prevenir o
deslocamento do dispositivo e sua perda.
 A cânula do cateter deverá ser estabilizada antes de se realizar o
curativo/cobertura.
 O sítio de inserção do cateter prevê o acesso direto à circulação e o
produto/material que entra em contato com o sítio de inserção deverá ser
estéril.
 A estabilização do cateter deverá ser realizada utilizando técnica asséptica
(AI).
 Os produtos/materiais utilizados para a estabilização dos cateteres devem
incluir dispositivos próprios para estabilização ou fita adesiva estéril.
 A estabilização dos cateteres não deverá interferir no seu acesso, na
monitorização do sítio de inserção ou impedir a infusão da terapia (AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010).

Fonte: ufjf.br/fundamentosen.com

Coberturas:
 O propósito da cobertura é: 1) proteger o sítio de punção e minimizar a
possibilidade de infecção por meio da interface entre a superfície do cateter e
a pele e 2) fixar o dispositivo no local e prevenir a movimentação do dispositivo
com dano ao vaso.

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 A cobertura deve ser estéril podendo ser semi oclusiva (gaze ou fixador) ou
membrana transparente semipermeável - MTS.
 A cobertura não deve ser trocada em intervalos pré-estabelecidos.
 A cobertura deve ser trocada imediatamente, se houver suspeita de
contaminação, e sempre quando úmida, solta, suja ou com a integridade
comprometida.
 Proteger o sítio de inserção com plástico durante o banho quando utilizada
cobertura não impermeável (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA, 2010).
Manutenção:
Acessos vasculares devem ter sua permeabilidade mantida com cloreto de sódio 0,9% antes
e após o uso para promover e manter o fluxo, além de prevenir a mistura de medicamentos
e soluções, como as que seguem abaixo:
 Sangue e seus componentes;
 Amostra de sangue;
 Administração de medicamentos ou soluções incompatíveis;
 Administração de medicamentos;
 Terapia intermitente;
 Quando há conversão de terapia contínua para intermitente.
 Examinar o sítio de inserção do cateter no mínimo diariamente. Por palpação
através da cobertura para avaliar a sensibilidade e por inspeção por meio da
cobertura de MTS em uso (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA, 2010).
Remoção do cateter:
 O cateter periférico instalado em situação de emergência com
comprometimento da técnica asséptica deve ser trocado tão logo quanto
possível.
 O cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações, mau
funcionamento ou descontinuidade da terapia deve ser retirado.
 Recomenda-se a troca do cateter periférico em adultos em 72 horas quando
confeccionado com teflon e 96 horas quando confeccionado com poliuretano.
Nas situações em que o acesso periférico é limitado, a decisão de manter o
cateter além das 72-96 horas depende da avaliação do cateter, da integridade

29
da pele, da duração e do tipo da terapia prescrita e deve ser documentado nos
registros do paciente.
 Em pacientes neonatais e pediátricos não devem ser trocados rotineiramente
e devem permanecer até completar a terapia intravenosa, a menos que
indicado clinicamente (flebite ou infiltração) (AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010).

5. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÃO CIRÚRGICA

Fonte: setorsaude.com.br

As infecções do sítio cirúrgico (ISC) são complicações frequentes que acometem os


pacientes que são submetidos a cirurgias correspondendo a 38% das infecções nessa
população. No Brasil, elas têm ocupado o terceiro lugar entre o conjunto das infecções
relacionadas à assistência à saúde (IRAS), sendo encontradas em aproximadamente 14%
a 16% dos pacientes hospitalizados. Nos Estados Unidos, a ISC tem se mostrado em geral
como o segundo grande grupo de IRAS que mais atingem os pacientes, podendo alcançar
500 mil casos, ocasionando uma média de 3,7 milhões de dias extras de internação
hospitalar, mais de 1,6 bilhão de dólares de custos extras às contas hospitalares além de
prejuízos físicos, emocionais e financeiros para os pacientes acometidos (OLIVEIRA, GAMA,
2015).
A ocorrência da ISC depende dos fatores relacionados ao paciente, à equipe, mas
fundamentalmente, da possibilidade de contaminação da ferida cirúrgica durante o
procedimento, sendo nestes casos reconhecido que, no transoperatório, quanto mais

30
precoce ocorrer a contaminação microbiana, maior a chance de o paciente desenvolver uma
ISC devido à introdução de microrganismos na cavidade aberta e manipulada. Assim,
múltiplos fatores de risco podem contribuir para o desencadeamento da ISC, considerando
o patógeno, o paciente e o procedimento cirúrgico (SANTANA, OLIVEIRA, 2015).
Os aspectos associados ao patógeno incluem a carga microbiana envolvida, sua
patogenicidade e infectividade. Aqueles relacionados ao paciente podem ser expressos
pelos extremos de idade, doenças preexistentes, período de internação pré-operatória,
situação nutricional, dentre outros. E, quanto ao procedimento cirúrgico, na fase
transoperatória, podem ser descritos a remoção de pelos, preparo da área operatória,
antissepsia das mãos do cirurgião, profilaxia antimicrobiana, técnica cirúrgica, problemas na
oxigenação e normotermia do paciente, dentre outros (OLIVEIRA, GAMA, 2015).
Embora a ISC seja concebida como multifatorial, a equipe cirúrgica tem papel
fundamental na prevenção dos fatores relacionados ao procedimento cirúrgico durante o pré
e intraoperatórios, seja no tocante ao número de pessoas na sala de cirurgia, ao trânsito e
à conversa excessiva de profissionais dentro da sala de operação no momento do
procedimento cirúrgico, a movimentação das portas, ao sistema de ventilação, à decisão
pelo momento e tipo da profilaxia antimicrobiana, a paramentação e preparo adequado da
pele do paciente (área operatória) e das mãos da equipe cirúrgica (degermação). Assim a
implementação adequada dessas medidas durante o pré e intraoperatórios podem interferir
diretamente na patogênese da ISC, uma vez que contribuem para a redução/eliminação da
transferência de microrganismos para a incisão cirúrgica, sendo este fator sine qua non para
o desenvolvimento da infecção (OLIVEIRA, GAMA, 2015).
Infecções em Sítio Cirúrgico (ISC) podem ser definidas como processo infeccioso que
acomete tecido, órgãos e cavidade abordados em procedimentos cirúrgicos. São
consideradas uma complicação intrínseca ao ato cirúrgico, sendo necessário um amplo
empenho para mantê-las sob controle, caracterizando-se como um dos parâmetros de
controle da qualidade do serviço prestado por uma instituição hospitalar. Consideradas uma
das maiores fontes de morbidade e mortalidade entre os pacientes submetidos a cirurgias
(BRASIL, 1998), Santana e Brandão (2011) descrevem-nas como um sério problema não só
de retardo da cicatrização da ferida, como também na demora do internamento do paciente.
A segunda infecção é mais frequente após cinco a sete dias da cirurgia, podendo ser
limitada ao sítio cirúrgico ou afetar o paciente a nível sistêmico. Fatores distintos, com
etiologias diversas, contribuem para o aumento da incidência de ISC: tipos de cirurgias;
paciente queimado; cirurgias realizadas em grandes hospitais, pacientes adultos em
31
comparação com pediátricos; quantidade de inóculo bacteriano presente no ato cirúrgico;
idade; doenças pré-existentes (diabetes mellitus, obesidade), período longo de
hospitalização pré-operatória, desnutrição, assistência prestada relacionada ao
procedimento cirúrgico como, por exemplo, a tricotomia, a presença de drenos e a técnica
cirúrgica (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2005).

Fonte: tecnicageracao.com.br

As feridas cirúrgicas são classificadas segundo seu potencial de contaminação:


feridas limpas têm reduzido potencial de infecção, ocorrem em tecidos estéreis;
feridas potencialmente contaminadas afetam tecidos colonizados por flora
microbiana controlada ou tecidos de difícil descontaminação, havendo penetração
nos tratos digestivo ou urinário sem contaminação significativa; feridas contaminadas
são aquelas realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos,
colonizados por flora bacteriana abundante; feridas infectadas são todas as
intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de
processo infeccioso e/ou tecido necrótico (BRASIL, 1998. Apud (SANTANA,
OLIVEIRA, 2015).

“Clinicamente, a ferida cirúrgica é considerada infectada quando existe presença de


drenagem purulenta pela cicatriz, esta pode estar associada à presença de eritema, edema,
calor, rubor, deiscência e abscesso. Nos casos de infecções superficiais da pele, o exame
da ferida é a principal fonte de informação”. (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2005). O Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA
recomenda que o termo “infecção do sítio cirúrgico” deve ser utilizado em substituição a
“infecção da ferida cirúrgica”, já que nem toda infecção relacionada à manipulação cirúrgica
ocorre na ferida propriamente dita, mas também em órgãos ou espaços abordados durante
a operação, e pode desenvolver-se até 30 dias após a realização do procedimento cirúrgico
e até um ano após, em caso de implante de prótese ou a retirada da mesma (ZILIOTTO,
2007).

32
A ISC pode ser dividida em infecção incisional superficial, quando acomete apenas
pele, tecido subcutâneo do local da incisão; em infecção incisional profunda, ao envolver
estruturas profundas; e infecção do órgão/espaço manipulado durante o procedimento
cirúrgico (POVEDA, GALVÃO, HAYASHIDA, 2003). Dentre as infecções hospitalares no
Brasil, a infecção de sítio cirúrgico (ISC) ocupa a terceira posição entre os pacientes
hospitalizados, cerca de 14% a 16%, consumindo uma parcela considerável de recursos
designados à assistência à saúde, os quais estariam destinados ao atendimento de novos
pacientes no serviço hospitalar (BRASIL, 2008).

A ISC, especialmente aquela relacionada a órgãos ou cavidades profundas, é


importante causa de morbi-letalidade e da variação do custo do tratamento
relacionado à necessidade da terapia antimicrobiana, ocasionais reintervenções
cirúrgicas com aumento do tempo de permanência e ainda a possibilidade de
exposição a patógenos multirresistentes (OLIVEIRA, CIOSAK, 2004. Apud
SANTANA, OLIVEIRA, 2015).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) elenca algumas medidas


preventivas a serem desenvolvidas na ISC: tempo de internação pré-operatório menor que
24 horas em cirurgias eletivas; cirurgias com antibioticoprofilaxia por tempo menor que 24
horas; tricotomia com o uso de aparador ou tesoura no intervalo inferior a 2 horas da cirurgia;
antibioticoprofilaxia realizada até 1 hora antes da incisão; cirurgias eletivas com preparo
adequado do campo operatório; cirurgias cardíacas com glicemia horária abaixo de 200
mg/dl nas primeiras 6 h do pós-operatório; normotermia durante toda a cirurgia (BRASIL,
2009).

Fonte: enacrs.com.br

33
Quando a equipe envolvida no atendimento primário ao paciente que irá submeter-se
ao procedimento e também aquela que irá prestar assistência durante e após o ato cirúrgico
identificam tais medidas como possíveis fatores preventivos, além da peculiaridade de cada
cirurgia e fatores predisponentes destas, a ocorrência da ISC como uma complicação pós-
cirúrgica diminui drasticamente. Vale ressaltar que as informações transmitidas ao paciente
sobre os cuidados necessários após a cirurgia contribuirão para a redução da mesma
(SANTANA, OLIVEIRA, 2015).
Diante do exposto, com o intuito de aprimorar o conhecimento acerca da temática,
buscando evidências na literatura que possam instrumentalizar o leitor na identificação das
ações que competem aos enfermeiros na prevenção das ISC, propôs-se o presente trabalho.
Seu objetivo é analisar as evidências disponíveis na literatura sobre as intervenções
prestadas por enfermeiros na prevenção de ISC em paciente cirúrgico no período pré, trans
e pós-operatório. Serão apontados os principais fatores de risco para o desenvolvimento das
infecções de sítio cirúrgico, com descrição das principais medidas preventivas, a fim de evitar
o aparecimento dessas infecções, determinando as ações que competem ao enfermeiro na
prevenção das mesmas (SANTANA, OLIVEIRA, 2015).

A prevenção da Infecção do Sítio Cirúrgico constitui um desafio para toda a equipe


de saúde envolvida na assistência a pacientes. Avaliar os fatores predisponentes e
de riscos e adotar medidas preventivas e educacionais para todos os sujeitos
envolvidos, por meio de um processo de sensibilização coletiva, contribuem, de igual
maneira, para a diminuição da ocorrência dessa complicação pós cirúrgicos
(FERRAZ et al., 2001. Apud (SANTANA, OLIVEIRA, 2015).

6. AVALIAÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO: CONDUTAS DE ENFERMAGEM

Fonte: apcd.org.br

34
Feridas agudas são aquelas que surgem subitamente e têm curta duração, sendo
que sua cicatrização se conclui em determinado tempo de maneira controlada (Bates-
Jensen e Wethe, 1998). Desta forma, o sítio cirúrgico, outrora denominado ferida
operatória, pode ser classificada como ferida aguda. A cicatrização do sítio cirúrgico
pode ocorrer por três formas, quais sejam: cicatrização por primeira intenção que se
dá através da aproximação das margens e fechamento da ferida; cicatrização por
segunda intenção que ocorre quando o sítio cirúrgico é deixado aberto e a ferida
cicatrizará por formação de tecido de granulação e epitelização; já a cicatrização por
terceira intenção ocorre quando a ferida é deixada aberta por um curto período de
tempo e transcorrido este tempo as margens são aproximadas e suturadas (BATES-
JENSEN E WETHE, 1998. Apud DEALEY, 2001).

Existem diversos fatores relacionados ao ambiente físico, aos procedimentos ao


paciente e aos microrganismos que podem afetar a cicatrização do sítio cirúrgico decorrente
da infecção. Contudo, controlar todos os fatores parece ser impossível e considerando que
a detecção precoce de alterações do sítio cirúrgico no pós-operatório torna-se uma tarefa
intrínseca do enfermeiro, por ser o profissional que maior tempo se dedica ao cuidar do
paciente, cabe a ele avaliar rotineiramente o sítio cirúrgico de forma sistematizada. Portanto,
o foco deste trabalho será pautado na cicatrização do sítio cirúrgico que ocorre por primeira
intenção, bem como a necessidade de coberturas após 24 horas e a maneira de coletar
material microbiológico do sítio cirúrgico infectado (RABHAE et al., 2000).

7.1 Avaliação do sítio cirúrgico

A avaliação do sítio cirúrgico envolve o exame físico da ferida e da pele adjacente a


ela, relacionando os achados com o processo de cicatrização. O exame da ferida e da pele
adjacente inclui a mensuração da incisão, observação do tecido da ferida com atenção a
reepitelização, a integridade da linha de sutura, o exsudato e pele adjacente e palpação da
incisão atentando para a deposição de colágeno. Assim, a observação e palpação da linha
de sutura darão subsídios de como está ocorrendo o processo de cicatrização nos tecidos
subjacentes. Bates-Jensen e Wethe (1998) colocam que no sítio cirúrgico nem sempre é
possível observar o processo de cicatrização pelo fato da ferida estar com as bordas unidas.
Assim, a avaliação deste processo deve ser baseada no tempo.
É importante que o enfermeiro rastreie o tempo transcorrido desde a cirurgia, pois
desta forma, poderá comparar os achados com o que é esperado para cicatrização de uma
ferida cirúrgica. Desta forma, conhecer os eventos esperados para cada fase do processo
de cicatrização fundamentará o enfermeiro para avaliar o sítio cirúrgico e detectar
precocemente as complicações (DEALEY, 2001).

35
7.2 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase inflamatória

O processo de restauração da ferida inicia-se nas primeiras fases do processo de


inflamação, resultando em reparo e substituição de células mortas e danificadas por células
saudáveis, constituindo assim o tecido conjuntivo denominada cicatriz. O achado mais
importante nos primeiros 4 dias pós-operatório é a identificação de inflamação. A incisão
cirúrgica pode apresentar-se quente ao toque e com eritema e edema ao seu redor. Nesta
fase é normal observar sinais inflamatórios tais como calor, eritema ou descoloração, dor e
edema no sítio cirúrgico durante os primeiros 4 dias. No entanto pacientes com
comprometimento do sistema imune devido à idade, a doença de base ou terapias, tais como
uso de corticoides podem não demonstrar resposta inflamatória efetiva, não sendo
distinguíveis os sinais inflamatórios esperados nesta fase, o que caracteriza um sinal não
desejado (DEALEY, 2001).

Fonte: segurancadopaciente.com.br

Nesta fase ocorre, também, o processo de reepitelização. Neste tipo de ferida a nova
epiderme é produzida rapidamente devido à presença de folículos pilosos, glândulas
sebáceas e sudoríparas intactas, além da curta distância que as células epiteliais têm que
percorrer para reepitalizar a ferida. O sítio cirúrgico é reepitelizado dentro de 72 horas e a
nova epiderme promove uma barreira a microrganismos e em pequeno grau ao trauma
externo. A força tensil da incisão é relativamente pequena não resistindo à tensão. O
enfermeiro deve observar mudanças na incisão cirúrgica, indicando a presença do novo
tecido epitelial. Desta forma a incisão é avaliada quanto a aproximação das bordas e cor da

36
linha de sutura que pode mudar de vermelho claro para rosa demonstrando a maturação do
tecido epitelial. As margens devem apresentar-se bem alinhadas e nenhuma tensão deve
ser observada (DEALEY, 2001).
Outro ponto a ser avaliado pelo enfermeiro são as reações ocasionadas pelo material
de sutura que cria pequenas lesões ao lado da incisão cirúrgica prolongando a fase
inflamatória do sítio cirúrgico. A presença contínua de sutura promove força tensil adicional
à ferida, mas pode também causar aumento do risco de infecção. Assim recomenda-se que
a remoção da sutura seja feita entre o sétimo ao décimo dia levando em consideração a
situação clínica do paciente e o local do sítio cirúrgico (DEALEY, 2001).

6.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase proliferativa

Nesta fase, através da palpação da incisão cirúrgica, percebe-se o processo de


deposição de colágeno subjacente a incisão. Este novo tecido pode ser palpado e
percebido como um halo rígido ao longo da incisão, estendendo-se aproximadamente
um centímetro de cada lado. Este halo cicatricial deve ser palpado ao longo da incisão
cirúrgica entre o 5º aos 9º dias pós-operatório e caso não o seja a ferida está em
risco de desenvolver deiscência ou infecção. Outro ponto importante a ser observado
é quanto ao exsudato, que varia, em características e quantidades, de acordo com o
processo de cicatrização. O exsudato imediatamente após a cirurgia é sanguinolento.
Dentro de 48 horas a drenagem do sítio cirúrgico se torna serossanguinolenta e
posteriormente serosa (BATES-JENSEN E WETHE, 1998. Apud DEALEY, 2001).

Durante este curso o exsudato tende a diminuir gradualmente e caso aumente há


indicação de retardo da cicatrização que pode ser causado por infecção. Caso ocorra
extravasamento de exsudato após a cicatrização do sítio cirúrgico o enfermeiro deve
suspeitar de deiscência, infecção ou formação de fístula. O enfermeiro deve observar e
palpar o tecido subjacente a incisão a procura de edema, enduração e mudanças na cor.
Lembrando que a presença de edema retarda o processo de cicatrização, uma vez que
o excesso de fluidos nos tecidos age como obstáculo a angiogenese e aumentando o
risco de isquemia. As mudanças na cor da pele podem indicar trauma ou formação de
hematomas causados durante a cirurgia. A cor da pele poderá ser vermelha escura ou
roxa, lembrando que a mudança da cor da pele pode indicar infecção iminente, bem
como sinais de eritema, calor, edema e dor (DEALEY, 2001).

37
7.3 Avaliação do sítio cirúrgico durante a fase de remodelação

Nesta fase a cicatrização da ferida é melhor avaliada pela cor da incisão, uma vez
que, o tecido cicatricial é remodelado e organizado estruturalmente, a cor da cicatriz muda.
Esta fase pode levar de 1 a 2 anos. A cor da incisão muda, gradualmente, ao longo do
primeiro ano de vermelho claro ou rosa para uma cor acinzentada ou branca. A força tensil
do tecido aumenta gradualmente no primeiro ano, mas somente alcança 80% da força do
tecido original. O foco de atenção nesta fase é limitar forças no sítio cirúrgico que pode ser
alcançado através de ensinamento do paciente quanto evitar elevar peso, curvar-se ou
tracionar o sítio cirúrgico (DEALEY, 2001).

Fonte: eltonfernandes.com.br

6.4 Cuidados com feridas

Objetivo:
 Proporcionar o ambiente ideal para a reparação tecidual;
 Prevenir ou tratar infecção em local com lesão tecidual;
 Remover corpos estranhos e tecido necrótico do leito da ferida;
 Identificar e eliminar processos infecciosos, obliterar espaços mortos;
 Absorver o excesso de exsudato;
 Manter úmido o leito da ferida de cicatrização por segunda intenção
melhorando o processo cicatricial;
 Manter o curativo de drenos e de ferida cirúrgico com ambiente limpo e seco;

38
 Promover o isolamento térmico e proteger a ferida de trauma e invasão
bacteriana (POP FACENF, 2019).
Curativo de ferida cirúrgica (ferida de primeira intenção)
Material
 Bandeja;
 Mesa de Mayo;
 Kit de curativo (pinça, espátula e/ou tesoura) ou luva estéril;
 Gaze estéril;
 2 Ampolas de S.F.0,9% 10ml caso a ferida seja pequena e S.F.100ml feridas
maiores (no caso de frasco de soro, levar agulha 25/8, algodão e álcool);
 Esparadrapo hipoalergênico ou atadura dependendo do local da ferida;
 Saco para lixo;
 Luva de procedimento;
 Máscara (POP FACENF, 2019).
Técnica:
1. Lave as mãos conforme técnica estabelecida na instituição;
2. Reúna o material em uma bandeja previamente higienizada (lavar com água e sabão,
secar, limpar com algodão e álcool) e leve para o quarto do paciente;
3. Explique o procedimento ao paciente;
4. Colocar biombo para manter a privacidade do paciente;
5. Posicione o paciente confortavelmente de acordo com o local da ferida;
6. Abra o pacote de curativo de maneira a não contaminar sob a mesa de mayo, caso
não esteja usando kit de curativo abrir gazes com cuidado para não contaminar ou usar
o pacote da luva estéril como campo;
7. Abra o pacote de gaze e coloque no campo do pacote de curativo;
8. Faça antissepsia da ampola de S.F.0,9% com auxílio de algodão e álcool 70%;
9. Calce as luvas de procedimento e remova o curativo antigo umedecendo-o com o
auxílio de
S.F.0,9%;
10. Descarte as luvas;
11. Se em uso de kit de curativo, higienize as mãos com álcool gel e calce novas luvas
de procedimento, ou calce luvas estéreis;
12. Limpe o leito da ferida com gaze embebida em S.F.0,9%;

39
13. Descarte a gaze sempre que com presença de sujidade;
14. Limpe a borda da ferida;
15. Seque toda a região e cubra a ferida com gaze estéril seca;
16. Retire as luvas;
17. Corte o esparadrapo hipoalergênico e cole metade na gaze e na pele do paciente,
ocluindo toda a região;
18. Descarte o lixo;
19. Encaminhe as pinças e instrumentais para expurgo para posterior encaminhamento
à CME;
20. Lave a bandeja e seque;
21. Lave as mãos;
22. Cheque na prescrição;
23. Registre no prontuário do paciente aspecto da ferida, presença de exsudato ou
sangramento, sinais flogísticos (POP FACENF, 2019).

Fonte: jusimed.com.br

Observações:
 Limpe a ferida numa direção a partir da área menos contaminada – da incisão
para a pele em torno.
 Ao irrigar, permita que a solução tenha um fluxo a partir da área menos
contaminada para a mais contaminada.
 A ferida operatória só deve entrar em contato com água de banho após 24h. Caso
necessário, realizar a proteção da ferida e do curativo com saco plástico.

40
 A troca do curativo da ferida operatória deve ser realizada diariamente (POP
FACENF, 2019).
Retirada de pontos
Material:
 Pacote de curativo estéril (ou de retirada de pontos - além das pinças inclui
tesoura);
 Tesoura curva, ponta fina ou lâmina de bisturi;
 Solução fisiológica a 0,9% (e solução antisséptica conforme a rotina da
instituição);
 Luvas de procedimento;
 Esparadrapo s/n (POP FACENF, 2019).
Técnica:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar material;
3. Explicar o procedimento ao paciente, poderá sentir leve desconforto;
4. Calçar as luvas;
5. Fazer a antissepsia do local com soro fisiológico e álcool 70%, conforme rotina da
instituição, iniciando de uma das extremidades da incisão, sem retornar;
6. Realizar a limpeza da pele adjacente, no sentido proximal distal, em movimento
contínuo, sem retorno e trocando de gaze;
7. Colocar 1 gaze IV, próxima ao local onde vai retirar os pontos;
8. Remover cada ponto da sutura de forma alternada;
9. Segurar e levantar suavemente o fio do ponto com o auxílio da pinça;
10. Cortar a extremidade distante do nó;
11. Puxar uma das pontas do nó, evitando puxar o ponto contaminado através dos
tecidos;
12. Colocar o fio do ponto sobre a gaze IV;
13. Verificar o local da retirada dos pontos, fazendo expressão manual com auxílio de
gaze IV, observar se existe secreção (caracteriza-la);
14. Limpar a cicatriz e pele ao redor com solução fisiológica;
15. Deixar o local descoberto ou ocluí-lo se for necessário, seguir protocolo institucional;
16. Encaminhar material utilizado para o expurgo (POP FACENF, 2019).
Observações:

41
 Utilizar técnica asséptica;
 A retirada de pontos está intimamente ligada à localização da ferida no corpo;
 Face é feita em torno de 5 dias;
 Couro cabeludo após 7 dias;
 Tronco e nas extremidades de 6 a 10 dias;
 Articulações de 8 a 12 dias.
 Na sutura contínua, cortar uma das extremidades e puxar pelo lado oposto;
 Os pontos devem ser retirados alternados, começando pelo 2º ponto (POP
FACENF, 2019).
Curativo de drenos

Fonte: secad.artmed.com.br

Material
 Bandeja;
 Mesa de Mayo;
 Saco de lixo branco;
 Kit de curativo (pinça, espátula e/ou tesoura);
 Gaze estéril;
 Frasco de S.F.0,9% 10mL e solução antisséptica (conforme protocolo da
instituição);
 Esparadrapo hipoalergênico;
 Saco para lixo;

42
 Luva estéril;
 Luva de procedimento;
 Máscara (POP FACENF, 2019).
Técnica:
1. Lave as mãos conforme técnica estabelecida na instituição;
2. Reúna o material em uma bandeja previamente higienizada (lavar com água e sabão,
secar, limpar com algodão e álcool) e leve para o quarto do paciente;
3. Explique o procedimento ao paciente;
4. Colocar biombo para manter a privacidade do paciente;
5. Posicione o paciente confortavelmente de acordo com o local da ferida;
6. Abra o pacote de curativo de maneira a não contaminar sob a mesa de mayo;
7. Abra o pacote de gaze e coloque no campo do pacote de curativo;
8. Faça antissepsia da ampola de S.F.0,9% com auxílio de algodão e álcool 70%;
9. Calce as luvas de procedimento e remova o curativo antigo umedecendo-o com o
auxílio de S.F.0,9%;
10. Descarte as luvas.
11. Higienize as mãos com álcool gel e calce novas luvas estéreis,
12. Limpe a região redor do dreno com gaze embebida em S.F.0,9%, segurando com
uma das mãos o dreno;
13. Descarte a gaze sempre que com presença de sujidade;
14. Seque toda a região e cubra a ferida com gaze estéril seca, protegendo a pele do
plástico do dreno, colocando uma gaze acima e outra abaixo do dreno;
15. Retire as luvas
16. Corte o esparadrapo hipoalergênico, ocluindo toda a região;
17. Descarte o lixo;
18. Encaminhe as pinças e instrumentais para expurgo para posterior encaminhamento
à CME;
19. Lave a bandeja e seque;
20. Lave as mãos;
21. Cheque na prescrição;
22. Registre no prontuário do paciente aspecto da secreção drenada, assim como
volume, odor (POP FACENF, 2019).

43
7.7 Técnica curativo oclusivo: acesso venoso central

Fonte: cointer.com.br

Obs.: O curativo deverá ser realizado diariamente caso seja usada gaze estéril e
esparadrapo hipoalergênico para cobertura. E entre 05 a 07 dias quando em uso de filme
transparente, ou deverá ser realizado quando as bordas estiverem soltas ou em
presença de sujidade. Primeiro curativo (Seguido da colocação do cateter) (POP
FACENF, 2019):
Material
 Mesa de Mayo;
 Bandeja;
 Gaze IV estéril para limpeza e se necessário para cobertura;
 Ampolas de Solução fisiológica 0,9% - 10mL e solução antisséptica (conforme
protocolo da instituição);
 Algodão e álcool para limpar as ampolas;
 Luva estéril e Máscara;
 Saco de lixo para descarte do material usado;
 Almotolia com Clorohexidina alcoólica, ou o antisséptico conforme rotina do
serviço;
 Esparadrapo no caso de curativo com gaze, ou curativo de filme transparente
estéril (POP FACENF, 2019).
Técnica:

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1. Higienizar as mãos antes do procedimento, com sabão degermante conforme a
técnica estabelecida;
2. O curativo deverá ser realizado com técnica asséptica (utilização de luvas estéreis,
gaze estéril para limpeza e máscara);
3. Abrir o pacote de gaze e deixar reservado;
4. Embeber algodão com álcool e realizar a desinfecção das ampolas de S.F;
5. Calçar as luvas estéreis;
6. Com a mão dominante segurar a gaze e com a outra mão (não estéril) embeber a
gaze com Solução fisiológica;
7. Limpar a pele peri cateter com gaze estéril e solução salina 0,9% para retirar
possível sangue ou sujidade da pele, quantas vezes forem necessárias;
8. Não tocar o sítio de inserção mais de uma vez com a mesma gaze;
9. Realizar toque com antisséptico (limpeza de toda região próximo ao sítio de
inserção) conforme rotina (álcool 70%, PVPI ou Clorohexidina alcoólica);
10. Realizar o toque com antisséptico em sentido único, não repetindo a área com a
mesma gaze; 11. Esperar secar naturalmente;
12. Cobrir com gaze estéril;
13. Fixar com esparadrapo hipoalergênico, de forma compressiva;
14. Registrar data, nome e horário da realização do curativo (POP FACENF, 2019).

45
7. TÉCNICA PARA ANTISSEPSIA CIRÚRGICA DAS MÃOS COM PRODUTO
ALCOÓLICO – OMS

Fonte: diferenca.com

As infecções do sítio cirúrgico (ISC) são a maior causa de morbimortalidade pós-


operatória e representam grandes gastos para os hospitais. Apesar da causa multifatorial,
estudos têm correlacionado as ISC, por meio de biologia molecular, às falhas na antissepsia
cirúrgica das mãos da equipe cirúrgica, causando inclusive surtos. A paramentação cirúrgica,
medida bem estabelecida para prevenção das infecções do sítio cirúrgico, consiste em
antissepsia cirúrgica das mãos, utilização de aventais e luvas esterilizadas, além de gorro e
máscara. Apesar do uso de luvas cirúrgicas, a transmissão de micro-organismos das mãos
da equipe cirúrgica para o paciente pode ocorrer, considerando que ao final da cirurgia cerca
de 18% (5 a 82%) das luvas cirúrgicas apresentam micro perfurações, sendo que em mais
de 80% dos casos essas perfurações não são percebidas pelos cirurgiões, e podem dobrar
o risco de infecções do sítio cirúrgico, tornando esse preparo prévio das mãos essencial
(GONÇALVES, GRAZIANO, KAWAGOE, 2012).
O antisséptico cirúrgico deve ser capaz de eliminar totalmente a microbiota transitória
das mãos e reduzir significativamente a residente no começo do procedimento, e inibir o seu
crescimento em mãos enluvadas até o final da cirurgia. Os antissépticos mais utilizados
atualmente são a clorexidina (CHG) e o polivinilpirrolidona iodo (PVPI) aplicados com
esponja e/ou escova, apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendar o
uso de escovas para essa finalidade pelo seu efeito abrasivo (GONÇALVES, GRAZIANO,
KAWAGOE, 2012).

46
As preparações alcoólicas (PA) têm sido recomendadas pela OMS, nas
concentrações entre 60 e 80%, e pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
dos Estados Unidos, nas concentrações entre 60 e 95%, como produto de escolha na
higienização das mãos e como alternativa aos produtos tradicionais (PT) para antissepsia
cirúrgica das mãos, justificada pela eficácia antimicrobiana, facilidade de aplicação, menor
dano à pele e economia de tempo. O diferencial do álcool em relação aos outros
antissépticos é sua rápida velocidade de ação, além de excelente atividade antimicrobiana
contra bactérias Gram-positivas, Gram-negativas, fungos, mico bactérias e vírus
(GONÇALVES, GRAZIANO, KAWAGOE, 2012).
Há cerca de 30 anos as preparações alcoólicas (PA) são usadas na Europa para
antissepsia cirúrgica das mãos. Nos países deste continente, vigora a EN 12791 da Comité
Européen de Normalisation (CEN) como método de avaliação da eficácia de antissépticos
destinados à antissepsia cirúrgica das mãos. Nele, a eficácia antimicrobiana dos produtos é
testada em 20 voluntários sadios e adota-se como produto referência (PR) o n-propanol 60%
v/v, aplicado por 3 minutos. As amostras microbianas são colhidas após lavagem das mãos
com sabonete sem atividade antimicrobiana (valor basal), imediatamente após a antissepsia
(efeito imediato) e após 3hs com mãos enluvadas (efeito residual) (GONÇALVES,
GRAZIANO, KAWAGOE, 2012).
As amostras são colhidas por fricção das pontas dos dedos em placas com meio de
cultura e neutralizantes, uma para cada mão. Os valores são expressos em unidades
formadoras de colônias (UFC) /mL e transformados em logaritmos decimais e não podem
ser significativamente inferiores aos obtidos com o produto referência (PR). Para o produto
ser classificado com efeito residual, os resultados obtidos após 3 horas devem ser
significativamente maiores que os obtidos pelo produto referência. Também existem, na
Europa, outras normas para determinação do espectro antimicrobiano dos antissépticos em
testes in-vitro, que precedem os in-vivo (GONÇALVES, GRAZIANO, KAWAGOE, 2012).
Nos Estados Unidos, vigora o método da American Society for Testing and Methods
(ASTM E1115), com testes in-vitro que medem o espectro antimicrobiano contra uma
quantidade específica de diferentes micro-organismos e testes in-vivo. Nos testes in-vivo os
produtos são utilizados por 5 dias consecutivos, sendo aplicados uma vez nos dias 1º e 5º,
e 3 vezes nos dias 2º, 3º e 4º. O número de participantes é definido a partir de uma fórmula,
e antes do início do estudo são colhidas amostras dos valores basais. As amostras
microbianas são colhidas imediatamente após a antissepsia (efeito imediato) e após 3 e 6
47
horas com mãos enluvadas (efeito residual), nos dias 1º, 2º e 5º (efeito cumulativo)
(GONÇALVES, GRAZIANO, KAWAGOE, 2012).
Utiliza-se o método glove juice para coleta das amostras onde as mãos são
aleatoriamente divididas nos tempos 1 minuto, 3 horas e 6 horas após a aplicação. Os
valores obtidos expressos em UFC/mão são transformados em log10. O produto testado
deve atingir os seguintes resultados: no dia 1º deve haver uma redução bacteriana de 1 log
após 1 minuto de aplicação, e após 6 horas não deve exceder o valor basal; ao final do dia
2º deve haver uma redução de 2 log após 1 minuto de aplicação; e ao final do dia 5º uma
redução de 3 log após 1 minuto de aplicação (GONÇALVES, GRAZIANO, KAWAGOE,
2012).
Apesar desses movimentos na Europa e nos Estados Unidos e das recomendações
da OMS e do CDC, o uso do álcool para antissepsia cirúrgica das mãos no Brasil, até hoje
não é uma prática difundida. Muitos acreditam que a escovação vigorosa das mãos e
antebraços é essencial para o preparo da pele, além do método tradicional ser considerado
um ritual preparatório para a cirurgia e um momento de concentração da equipe cirúrgica. A
prática baseada em evidências (PBE) pode ser um dos passos para vencer essa resistência
ao uso do álcool, desde que se prove a eficácia desses produtos (GONÇALVES,
GRAZIANO, KAWAGOE, 2012).

48
8. REFERÊNCIAS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Orientações para Prevenção de Infecção


Primária de Corrente Sanguínea ,2010.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Infeções do Trato Urinário e Outras Infecções


do Sistema Urinário. Medidas de Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde, 2016.

ARAÚJO, Carla Larissa Fernandes Pinheiro; CAVALCANTE, Elisângela Franco de Oliveira.


Prevenção da infecção primária da corrente sanguínea. Rev. enferm. UFPE on line,
2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria MS 2.616


/98. Regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país, 1998:

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curso Básico de


Controle de Infecção Hospitalar, 2008.

BURGATTI, J. C.; LACERDA, R. A. Revisão sistemática sobre aventais cirúrgicos no


controle da contaminação/ infecção do sítio cirúrgico. Rev. Esc. Enferm. USP, São
Paulo, 2009.

DE JESUS, Jamille Santos; COELHO, Monica Franco; LUZ, Reginaldo Adalberto. Cuidados
de enfermagem para prevenção de infecção do trato urinário em pacientes com
cateterismo vesical de demora (CVD) no ambiente hospitalar/Nursing care for
prevention of urinary tract infection in patients with bladder catheterization in the
hospital environment. Arquivos Médicos dos Hospitais e da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo, 2018.

DE INFECCIÓN, ADHESIÓN PARA LA PREVENCIÓN; DEL TORRENTE SANGUÍNEO


RELACIONADAS, CONEL. Adesão às medidas para prevenção da infecção da corrente
sanguínea relacionada ao cateter venoso central. 2017.

DORESTE, Fernanda Coimbra Pinho Lima et al. Segurança do Paciente e Medidas de


Prevenção de Infecção do Trato Urinário Relacionados ao Cateterismo Vesical de
Demora. Revista Enfermagem Atual In Derme, 2019.

49
ERCOLE, F. F. et al. Risco para infecção de sítio cirúrgico em pacientes submetidos a
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