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PREFEITURA MUNICIPAL DE

LUPIONÓPOLIS-PR

HOSPITAL MUNICIPAL DE
LUPIONÓPOLIS

POP ENFERMAGEM
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
PADRÃO
DE PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES
RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE

POP/CCIH/2019

REVISADO EM 2023
LUPIONÓPOLIS –PR

JANEIRO-2023

MISSÃO, VISÃO E VALORES DA UNIDADE DE SAÚDE

Missão

Proporcionar serviços de qualidade, por meio, do cuidado humanizado, mantendo uma visão

integral e holística dos clientes. Atentar à suas necessidades para minimizar o sofrimento

humano e realizar medidas para promover uma melhoria na qualidade de vida.

Visão

Ser reconhecido, atuando para um melhor atendimento hospitalar entre os Hospitais de

Pequeno Porte (HPP).

Valores

Comprometimento: Oferecer atenção e cuidado altamente qualificado e humanizado.

Ética: Prestar assistência integral, respeitando aos aspectos físico, psíquico-social e espiritual.

Segurança: Garantir a segurança das pessoas envolvidas em todos os processos utilizando

métodos eficientes.

Profissionalismo: Respeitar o ser humano e oportunizar o crescimento pessoal e profissional.


HISTÓRICO DE REVISÕES

Data Versã Descrição Elaboração Aprovação do POP


o

Trata da padronização das


normas e rotinas de prevenção Dayane Ferreira Comissão de Controle de
10/2020 1.0 e controle das infecções
relacionadas à assistência à Infecção Hospitalar
saúde.
(CCIH)

Trata da padronização das


normas e rotinas de Dayane Ferreira Comissão de Controle de
01/2022 2.0
prevenção e controle das Infecção Hospitalar
infecções relacionadas à
assistência à saúde. (CCIH)

Trata da padronização das


normas e rotinas de Dayane Ferreira Comissão de Controle de
01/2023 3.0
prevenção e controle das Infecção Hospitalar
infecções relacionadas à
assistência à saúde. (CCIH)
SUMÁRIO

1- IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DE IRAS.............................................................5


2- INFECÇÕES RELACIONADAS Á SAÚDE (IRAS)........................................................6
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
(ITU).......................................................................................................................................8
INFECÇÕES POR MEIO DE CATETERES VASCULARES RELACIONADAS À
SAUDE.................................................................................................................................12
3- INVESTIGAÇÃO DE SURTOS.......................................................................................15
ANEXO I. FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SURTO.......................................................21
ANEXO II-............................................................................................................................22
a) INSTRUÇÕES PARA PREENCHER FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SURTO-
SINAN..................................................................................................................................22
ANEXO II.............................................................................................................................23
b) INSTRUÇÕES PARA PREENCHER FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SURTO-
SINAN..................................................................................................................................23
1- IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DE IRAS

A Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) é toda a infecção que se


desenvolve após 72 horas de internação hospitalar, ou antes, se o paciente foi submetido a
algum procedimento invasivo. A maioria das IRAS, anteriormente conhecidas como infecção
hospitalar, é causada por bactérias presentes no próprio paciente. Entretanto, sabe-se que a má
higiene das mãos dos profissionais envolvidos no cuidado com o paciente é um importante
fator de disseminação destas infecções. Entre as principais causas de IRAS estão à falta de
higienização das mãos, uso indiscriminado de antibióticos, quebra de protocolos assistenciais e
contaminações ambientais.

A maioria destas infecções costuma ser tratadas com certa facilidade. Entretanto, quanto
afetam pacientes vulneráveis podem acometer seriamente sua saúde. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), as IRAS estão entre as maiores causas de morte e aumento da
morbidade entre os pacientes hospitalizados, só no Brasil, cerca de 100 mil pessoas morrem ao
ano por causa dessas infecções.

Justificativa
Estabelecer os procedimentos para a elaboração e validação das normas e rotinas para
prevenir e reduzir, a incidência de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) na
Unidade de Saúde.

Profissionais Responsáveis:
Médico
Enfermeiro
Técnico de Enfermagem
Auxiliar de Enfermagem

Âmbito de aplicação
Em toda a Unidade de Saúde

Observação

A data de criação é setembro de 2019 e sua revisão está prevista para dois anos a partir
da data de sua validação.

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2- INFECÇÕES RELACIONADAS Á SAÚDE (IRAS)

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INFECÇÕES RELACIONADAS Á SAÚDE (IRAS)


Definição
É qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente no hospital (identificadas a partir
de 72h de internação). As IRAS também podem se manifestar durante a internação ou após a
alta, desde que estejam relacionadas com a internação ou com os procedimentos realizados
durante a internação.
As IRAS consistem em eventos adversos - EA ainda persistentes nos serviços de saúde. Sabe-
se que as infecções elevam consideravelmente os custos no cuidado do paciente, além de
aumentar o tempo de internação, a morbidade e a mortalidade nos serviços de saúde.
Objetivo
Prevenir a transmissão de um microrganismo de um paciente para outro, ou para um
profissional de saúde.
Reduzir a incidência das IRAS na Unidade hospitalar.
Prevenir danos aos usuários dos serviços de saúde e prejuízos associados aos processos de
cuidados à saúde.

Taxa de infecção relacionada à assistência à saúde


Equação para cálculo:
Taxa de IRAS =N° de casos de IRAS
Total de saída
Observações
A vigilância epidemiológica das IRAS deverá ser realizada mediante a busca ativa dos casos
por meio da avaliação de dados laboratoriais (exemplo: hemoculturas), revisão de prontuários,
discussão de casos suspeitos com a equipe multiprofissional, análise de registros de sinais
vitais e outras anotações feitas pelos profissionais da unidade de saúde.

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INFECÇÕES RELACIONADAS Á SAÚDE (IRAS)

As IRAS podem ser adquiridas a partir de:


Fonte exógena – infecção cruzada ou a partir do ambiente;
Fonte endógena – auto infecção – a partir de outro sítio no mesmo paciente.

Referencia
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa intensifica controle de infecção
em serviços de saúde. Rev Saúde Pública 2004; 38(3): 47-8.
Brasil. Lei no. 9.431, de 06 de Janeiro de 1997. Dispõe sobre a obrigatoriedade de manutenção
de programas de controle de infecção hospitalar pelos hospitais do país. Brasília: Diário
Oficial da União, 06 de janeiro de 1997.

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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
(ITU)

Definição
Qualquer infecção sintomática de trato urinário em paciente em uso de cateter vesical de
demora instalado por um período maior que dois dias calendário (sendo que o D1 é o dia da
instalação do cateter) e que na data da infecção o paciente estava com o cateter instalado ou
este havia sido removido no dia anterior.

Objetivo
Reduzir o numero de ITU
Descartar o uso inadequado de Sonda Vesical de Demora (SVD).
Realizar procedimentos assépticos para evitar a ITU
Diminuir o tempo de internação dos pacientes com ITUH
Estabelecer metas de incidência destas infecções.

Indicadores para Vigilância Epidemiológica


Adulto
Para ter uma taxa de infecção fidedigna, ter-se-ia que fazer urinocultura em todo paciente com
cateter vesical de demora, o que não tem uma boa relação entre custo e benefício.
Crianças
Há, no entanto, diversos relatos na literatura sobre crianças que desenvolveram ITU-RAS sem
o uso concomitante do dispositivo invasivo. São elas crianças com doença de base grave como
neoplasias hematológicas ou tumores sólidos submetidas a neurocirurgias ou outras cirurgias
de grande porte, com longa permanência no hospital e aquelas com alterações congênitas
funcionais ou anatômicas do trato urinário.
Neonatos
Neonatos submetidos a cateterismo urinário também devem ser selecionados para vigilância,
Todos os pacientes a partir de 72 horas de vida deverão ser avaliados.

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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE


(ITU)
Os indicadores usados para a vigilância de ITU-RAS são a incidência acumulada (IA) e a
densidade de incidência (DI). A IA avalia o percentual de pacientes com infecção dentre o
total de pacientes sob risco de adquiri-la. A DI estima a taxa de infecção dentre o total de dias
em que os pacientes estiveram sob o risco de adquirir a infecção.

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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE


(ITU)
Técnica de inserção do cateter urinário
De acordo com o POP n° 17 e o POP n°18 referente à Assistência em Enfermagem.

Indicação de SVD

Quadro 1

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INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE


(ITU)
Para desobstrução, usar seringas e líquido estéril. E se a causa da obstrução da sonda for
relacionada ao próprio cateter, deve-se proceder à troca.
Para a coleta de amostra de urina no local apropriado realizar desinfecção prévia com álcool a
70% e utilizar agulha de fino calibre. Nunca colher urina da bolsa coletora ou desconectar o
sistema para coleta de urina.
Manter fluxo de urina livre e evitar dobra dos tubos. Sempre esvaziar a bolsa quando
necessário e trocar cateteres com problemas de funcionamento.

Indicações de urocultura em pacientes com cateter vesical


Suspeita de infecção do trato urinário, orientados pelos dados clínicos e epidemiológicos;
Investigação de febre a esclarecer e bacteremia/septicemia de provável origem urinária;
Pacientes procedentes de outros hospitais e com sonda vesical deve ser colhida urina rotina no
momento da admissão no Hospital. Caso seja detectado piúria, a urocultura deve ser
solicitada;

Indicações de troca
Não existe periodicidade na troca da sonda vesical e do sistema coletor;
Obstrução da luz do cateter ou tubo coletor;
Suspeitas ou evidências de incrustações na superfície externa do cateter urinário quando é
previsível a obstrução do cateter; Contaminação do cateter por técnica inapropriada na
instalação ou manuseio;
Desconexão acidental do cateter com o tubo coletor, ou quando apresentar mal
funcionamento.
Referencias
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa intensifica controle de infecção
em serviços de saúde. Rev Saúde Pública 2004; 38(3): 47-8.

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INFECÇÕES POR MEIO DE CATETERES VASCULARES RELACIONADAS À


SAUDE
Definição
Consiste na introdução de uma agulha numa veia para injetar medicamentos ou para extrair
sangue. Podem ser utilizadas agulhas rígidas ou flexíveis (pouco traumáticas) quando a veia
deve permanecer algum dia acessível para introdução de fármacos.

Objetivo
Obter amostra sanguínea
Reposição volêmica
Restaurar o equilíbrio ácido-básico;
Restaurar o volume dos componentes sanguíneos;
Manter ou repor reservas corporais de água, eletrólitos, vitaminas, proteínas, lipídeos e
calorias que o paciente não consegue manter pela ingesta via oral;
Administrar infusões seguras e efetivas de medicamentos por meio do uso de acesso vascular
apropriado;
Quanto maior o tempo de internação ou o estado de saúde do paciente, mais vezes os acessos
venosos serão manipulados ou trocados, aumentando assim a chance de infecção.

Complicações da terapia Intravenosa


Infiltração
Ocorre quando se dá o deslocamento do cateter da veia resultando em infusão de líquido nos
tecidos adjacentes. Manifesta-se por edema localizado, desconforto durante a infusão venosa,
velocidade lenta ou interrupção da infusão.
A prevenção se dá por meio da fixação correta do dispositivo venoso, verificação frequente do
local e imobilização do membro puncionado, principalmente em crianças.

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INFECÇÕES POR MEIO DE CATETERES VASCULARES RELACIONADAS À


SAUDE
Tromboflebite
Lesão da veia causada durante a punção ou ao uso prolongado do cateter venoso. Pode ocorrer
também devido a infusão de soluções irritantes como potássio, agentes citotóxicos, dentre
outros. Manifesta-se por dor, edema, calor e rubor no local da infusão.
A prevenção se dá pela troca adequada do acesso, utilização de veias mais calibrosas para
infundir substâncias irritantes e diluição adequada das soluções.

Bacteremia
Ocorre pela infusão de material contaminado, permanência indefinida do dispositivo venoso,
realização inadequada de curativo no local da punção venosa, pacientes imunodeprimidos,
contaminação cruzada. A flebite aumenta o risco de bacteremia. Manifesta-se por calafrios,
aumento da temperatura, náuseas e vômitos, cefaleia, taquicardia, dor, calor e rubor no local
da inserção venosa, aumento da contagem de leucócitos do sangue.
A prevenção se dá por assepsia rigorosa no ato da punção, assim como nas trocas de curativos
subsequentes, troca do local da inserção e troca dos equipos de infusão.

Curativos

Todo curativo deve ser realizado pela equipe de enfermagem conforme prescrição da
enfermagem, utilizando o material e solução prescrita.

Identificar com dia, horário e nome do executor da realização do curativo.


Curativo transparente: a troca deverá ser realizada a cada sete dias ou quando o curativo
estiver úmido, solto ou sujo.
Curativo convencional: a troca deverá ser realizada a cada 24horas ou quando o curativo
estiver úmido, solto ou sujo.

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INFECÇÕES POR MEIO DE CATETERES VASCULARES RELACIONADAS À


SAUDE
Cateter venoso/arterial umbilical
Indicado o curativo aberto: antissepsia diária após cada troca de fralda, ou antes, se suspeita de
contaminação, se estiver úmido, ou sujo.
Retirada do cateter: remover assim que possível ou quando surgir qualquer sinal de
insuficiência vascular. Podem permanecer por até 14 dias (venosos) e 5 dias (arteriais).
Não utilizar tintura de iodo pelo impacto sobre a glândula tireoide do neonato.

Troca da fixação do acesso venoso periférico


Deve ser trocada quando estiver suja, úmida ou solta e identificada com a data e horário da
punção. Finalidade de evitar a perda do acesso e diminuir infecções no local da punção.
Ações em caso de não conformidades: realizar novo procedimento
Referencias

Orientações para Prevenção de Infecção Primaria de Corrente


Sanguínea-ANVISA, 2010.

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3- INVESTIGAÇÃO DE SURTOS

INVESTIGAÇÃO DE SURTOS

Definição
Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma área geográfica geralmente pequena e
bem delimitada ou a uma população institucionalizada (creches, quartéis, escolas, entre
outros).

Objetivo
Identificar formas de interromper a transmissão e prevenir a ocorrência de novos casos.
Avaliar se o referido aumento de casos se trata realmente de uma alteração do padrão
epidemiológico esperado ou se é um evento esperado para aquela época do ano, lugar e
população.
Detectar precocemente os surtos, para que medidas de controle sejam adotadas
oportunamente, de modo a prevenir altos índices de óbitos.

Roteiro de Investigação de Surtos


1. Confirmação do diagnóstico da doença: Torna-se necessário verificar se a suspeita
diagnóstica inicial enquadra-se na definição de caso suspeito confirmado da doença.
2. Confirmação da existência de surtos: A confirmação é feita com base na comparação
entre os coeficientes de incidência (ou do número de casos novos) da doença no
momento de ocorrência do evento investigado e aqueles usualmente verificados na
mesma população.
Uma breve análise da tendência temporal da doença deve ser realizada imediatamente,
a fim de se dispor de uma síntese de sua história natural (se a doença vinha
apresentando tendência estacionária, ascendente, descendente ou oscilação periódica).

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INVESTIGAÇÃO DE SURTOS

3. Caracterização do Surto: As informações disponíveis devem ser organizadas de forma


a permitir a análise de algumas características e responder a algumas questões relativas
à sua distribuição no tempo, lugar e pessoa.
Relativas ao tempo:
Qual o período de duração da epidemia?
Qual o período provável de exposição?

Relativas ao lugar (distribuição espacial):


Qual a distribuição geográfica predominante?
A análise espacial permite identificar se o surto afeta uniformemente toda a área, ou se
há locais que concentram maior número de casos e de maior risco.

Relativas aos atributos das pessoas:


Quais os grupos etários e o sexo mais atingidos?
Quais são os grupos, segundo sexo e idade, expostos a maior risco de adoecer?
Que outras características distinguem os indivíduos afetados da população geral?
A descrição dos casos deve ser feita considerando as características individuais (sexo,
idade, etnia, estado imunitário, estado civil), atividades (trabalho, esporte, práticas
religiosas, costumes etc.), condições de vida (estrato social, condições ambientais,
situação econômica), entre outras.

4. Formulação de hipóteses preliminares: Hipóteses provisórias são elaboradas com base


nas informações obtidas anteriormente (análise da distribuição, segundo características
de pessoa, tempo e lugar) e na análise da curva epidêmica.

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INVESTIGAÇÃO DE SURTOS

a) Pela curva epidêmica do evento, pode-se perceber se o período de exposição foi curto
ou longo, se a epidemia está em ascensão ou declínio, se tem períodos (dias, meses) de
remissão e recrudescimento de casos, entre outras informações.
b) No contexto da investigação de uma epidemia, as hipóteses são formuladas com vistas
a determinar a fonte de infecção, o período de exposição dos casos à fonte de infecção,
o modo de transmissão, a população exposta a um maior risco e o agente etiológico.
De uma maneira geral, a hipótese relativa à fonte de infecção e modo de transmissão
pode ser comprovada quando: a taxa de ataque para expostos é maior que para não
expostos e a diferença entre elas é estatisticamente significante; nenhum outro modo
de transmissão pode determinar a ocorrência de casos, com a mesma distribuição
geográfica e etária.
c) Avaliação de hipóteses : Quando as evidências epidemiológicas, clínicas, laboratoriais
e ambientais são suficientes para apoiar as hipóteses, torna-se desnecessário o seu teste
formal, pois os fatos estabelecidos são suficientes.

5. Analise parciais: Em cada uma das etapas da investigação, e com periodicidade


definida de acordo com a magnitude e gravidade do evento (diária, semanal, mensal),
deve-se proceder às seguintes atividades: consolidação dos dados disponíveis, de
acordo com as características de pessoa, tempo e lugar; análises preliminares dos
dados clínicos e epidemiológicos; discussão dessas análises com outros profissionais;
formulação de hipóteses quanto ao diagnóstico clínico, fonte de transmissão e
potenciais riscos ambientais; identificação de informações adicionais,; identificação de
informações adicionais, necessárias para a avaliação da efetividade das medidas de
controle que já estão sendo adotadas; definição de outras medidas de controle.

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INVESTIGAÇÃO DE SURTOS

6. Busca ativa de casos: Tem como objetivo reconhecer e investigar casos similares no
espaço geográfico onde houver suspeita da existência de contatos e/ou fonte de
contágio ativa. Encaminhar a UBS para as equipes de áreas serem acionadas para troca
de informações e complementação de dados, a serem utilizados nas análises (parciais e
final), no sentido de se caracterizar o evento e orientar os passos seguintes da
investigação.

7. Busca de dados adicionais: Quando necessário, pode-se conduzir uma investigação


mais minuciosa de todos os casos ou de amostra representativa dos mesmos, visando
esclarecer e fortalecer as hipóteses iniciais.

8. Análise final: Os dados coletados são consolidados em tabelas, gráficos, fluxos de


pacientes, entre outros. Essa disposição fornecerá uma visão global do evento,
permitindo a avaliação, de acordo com as variáveis de tempo, espaço e pessoas
(quando? Onde? Quem?) e a relação causal (por quê?), que deverá ser comparada com
períodos semelhantes de anos anteriores.

9. Medidas de Controle: Após a identificação das fontes de infecção, as medidas de


controle devem ser imediatamente implementadas. As medidas podem ser
direcionadas para qualquer elo da cadeia epidemiológica, quer seja o agente, fonte ou
reservatórios específicos, visando interromper a cadeia de transmissão ou reduzir a
suscetibilidade do hospedeiro.

10. Relatório Final: Os dados da investigação deverão ser sumarizados em um relatório


que contenha a descrição do evento (todas as etapas da investigação), incluindo tabelas
e gráficos e as principais conclusões e recomendações.

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INVESTIGAÇÃO DE SURTOS
a) No relatório deve conter a situação epidemiológica atual do agravo; causa da
ocorrência, indicando inclusive se houve falha da vigilância epidemiológica
e/ou dos serviços de saúde e que providências foram ou serão adotadas para
corrigir; se as medidas de prevenção implementadas em curto prazo estão sendo
executadas; descrição das orientações e recomendações, a médio e longo
prazos, a serem instituídas, tanto pela área de saúde quanto por outros setores;
alerta às autoridades de saúde dos níveis hierárquicos superiores, naquelas
situações que coloquem sob risco outros espaços geopolíticos.

11. Divulgação: O relatório e outros produtos resultantes da investigação


epidemiológica, garantidos os critérios de sigilo e confidencialidade
estabelecidos na legislação vigente, deverão ser divulgados aos serviços
participantes da investigação e, com a maior brevidade possível, aos demais
serviços relacionados à implementação das medidas recomendadas.

Fluxograma
De Surtos ou
Pseudo-surto

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INVESTIGAÇÃO DE SURTOS

Responsabilidades

Médico e Enfermeiro do SCIH


Identificar na população de pacientes o agente etiológico, ambiente, reservatórios potenciais
dos agentes, fatores de susceptibilidade do hospedeiro, modos de transmissão, através de
observação direta e/ou do médico assistente e enfermagem e de exames laboratoriais
microbiológicos.
Definir os casos com base nas informações epidemiológicas, clínicas e microbiológicas
iniciais e no perfil dos pacientes envolvidos nos casos e documentar as rotinas prevalentes no
período em estudo nos serviços envolvidos, organizando as informações em tabelas e gráficos.
Solicitar ao laboratório de microbiologia a preservação das espécies microbianas relacionadas
aos casos.
Suspender a utilização de medicamentos, equipamentos e outros materiais envolvidos.
Escolher de forma judiciosa culturas de materiais, ambiente e pessoal.
Realizar estudo descritivo dos casos e monitorizar a efetividade das medidas de controle.

Laboratório de Microbiologia
Identificação de microrganismos pouco usuais em número excessivo e/ou multirresistentes.
Preservar as espécies envolvidas nos casos de surtos epidêmicos para avaliação.
Referencias
Guia Prático de Investigação Epidemiológica de Surtos de Doenças
Transmissíveis, material didático organizado Maria Bernadete de Paula
Eduardo, da Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar, para os
cursos de capacitação em investigação epidemiológica de surtos de doenças
transmissíveis para municípios (2007/2008). Acessado em: 06/05/2019
disponível em:ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/hidrica/.../guia08_invsurto.pdf

20
ANEXO I. FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SURTO

21
ANEXO II-
a) INSTRUÇÕES PARA PREENCHER FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SURTO-
SINAN

22
ANEXO II

b) INSTRUÇÕES PARA PREENCHER FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE SURTO-


SINAN

LINK PARA FORMULARIO DA ANVISA DE INV. DE SURTOS


http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=8934

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