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BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO

Sumário
Sumário ............................................................................................ 1
NOSSA HISTÓRIA .............................................................................. 2

INTRODUÇÃO ................................................................................. 5
NORMAS DA BIOSSEGURANÇA ................................................... 7
BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO ...................... 10
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI).................... 14
IMUNIZAÇÃO ................................................................................. 16
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO ................................. 18
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .......................... 21
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO PARA A SEGURANÇA
DO PACIENTE ......................................................................................... 23
CONCLUSÃO ................................................................................ 27
REFERÊNCIAS .............................................................................. 28

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criada a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas


de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos
culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de
comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de


forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir
uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma
das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela
inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Vídeos de Apoio

Visando promover mais um pouco de conhecimento sobre o assunto


de BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO, foram selecionados
alguns vídeos que deverão ser assistidos antes de inciar a leitura do conteúdo
da apostila.

 Vídeo 1: Biossegurança em Serviços de Saúde

Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=PhEXqSqujGc >

Sinopse: no vídeo a professora Giovanna Cruz aborda pontos chaves acerca


da Biossegurança em Serviços de Saúde.

 Vídeo 2: Aula Gratuita- Biossegurança: Classificação de


risco dos agentes biológicos

Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=i0SZifKCpqQ >

Sinopse: no vídeo a professora Fernanda Coelho aborda a Classificação dos


Riscos biológicos em serviços de saúde.

 Vídeo 3: Infecção hospitalar: higiene e cuidado evitam


problemas

Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=pXKk0H5KAeM >

Sinopse: no vídeo do canal oficial do Ministério da Saúde explica o que são


as infecções hospitalares, como são contraídas e ensina as técnicas e
procedimentos utilizados pelos funcionários dos hospitais para controlá-las e
preveni-las. Mostrando os cuidados que se deve ter para ajudar na prevenção

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dessas infecções e apresenta a função desempenhada pela Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar

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INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos e biotecnológicos são extremamente


promissores para área da saúde, tendo em vista a larga necessidade de
produtos e materiais que existe no mercado. Na atualidade, é possível a
realização de exames com o uso de imagens computadorizadas dos corpos
humanos, o que garante precisão na visualização de doenças, bem como de
diagnósticos. Através da tecnologia virtual é possível a realização de atos
cirúrgicos orientados e acompanhados por especialistas de qualquer
hemisfério do planeta, ou seja, durante a realização da cirurgia.

Por meio de técnicas artificiais a ciência oferta à sociedade meios de


reprodução, as terapias gênicas se constituem como garantia da possibilidade
de regeneração saudável para as células doentes e/ou danificadas. Garantido
a chance de cura para doenças como, por exemplo, alguns tipos de câncer
que há muitos anos eram considerados incuráveis.

De outra forma, a ciência é capaz de propagar danos a todas as formas


de vida, caso devidos cuidados na utilização de recursos tecnológicos e
biotecnológicos não sejam tomados. Um ponto a se destacar, refere-se à
tomada de consciência dos trabalhadores das instituições de saúde. É
necessário que o profissional que atua nesta área reflita seu pensamento para
a busca de um ambiente saudável e livre de doenças infecciosas

A biossegurança diz respeito a uma série de diretrizes e critérios que


aspiram à proteção dos profissionais de saúde e da população. É uma área
do conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) que assegura a prevenção e o controle de riscos pertinentes às
atividades que sejam capazes de afetar à saúde de todas as formas de vida.

O objetivo principal da biossegurança é garantir que quaisquer


procedimentos de saúde realizados transcorram de forma segura, no que diz
respeito aos profissionais e os pacientes, gerando resultados satisfatórios.

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A biossegurança se atenta na fiscalização das instalações laboratoriais
e as práticas adotadas no laboratório assim como em ambientes maiores
como hospitais, clínicas e centros de enfermagem, devido aos agentes
biológicos estarem em qualquer local. Estas medidas são indispensáveis,
devido nesses lugares, existir a exposição frequente de indivíduos a agentes
patogênicos, além dos riscos físicos e químicos.

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NORMAS DA BIOSSEGURANÇA

Uma das principais normas de biossegurança aplicada na área da


saúde é relativa à higienização das mãos. Estas devem sempre ser lavadas
antes e após qualquer procedimento que seja necessário contato com
paciente, fato que diminui a chance de infecções cruzadas. Outro ponto de
recomendação é o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os
quais devem ser utilizados restritamente no ambiente de trabalho.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), bem como todos


os órgãos de saúde, tem se empenhado vigorosamente para a melhoria da
assistência prestado aos pacientes, buscando aprimorar a eficácia de suas
ações, ofertando um serviço de qualidade aos usuários dos serviços de
saúde.

Figura 1: Programa Nacional de Segurança ao Paciente

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No Brasil, um ponto importante na atenção à saúde foi a
implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente, destacado
na figura acima, o qual possui como objetivo a prevenção e redução da
incidência de eventos adversos relativos à assistência prestada em serviços
de saúde. Estes que possuem a capacidade de gerar males aos pacientes e
prejuízos ligados aos cuidados à saúde, resultantes de processos ou
estruturas da assistência.

A conduta que visa a segurança do paciente pondera os procedimentos


assistenciais visando a identificação da ocorrência das falhas antes que estas
provoquem malefícios aos pacientes. Desse modo, se faz necessário
identificar os processos mais agravantes e com maior possibilidade de
ocorrência, visando o desenvolvimento de ações eficazes para prevenção.

Considera-se que os sistemas de serviços de saúde são complexos e


têm cada vez mais incorporado tecnologias e técnicas elaboradas, cercados
de riscos adicionais na prestação de assistência aos pacientes. No entanto,
algumas medidas simples e efetivas são capazes de prevenir e reduzir riscos
e danos, como por exemplo: meios de dupla identificação do paciente;
melhora da comunicação entre profissionais de saúde; administração segura
de medicamentos; realização de cirurgia em local de intervenção,
procedimento e paciente corretos; higiene das mãos para a prevenção de
infecções e prevenção de quedas e úlceras por pressão (UPP).

Estas ações executadas corretamente e com segurança, pelos


profissionais de saúde, através do desenvolvimento de protocolos específicos,
ligadas às barreiras de segurança nos sistemas, possuem a capacidade de
prevenção dos eventos adversos relacionados à assistência à saúde.

A biossegurança pode ser enfocada em duas direções: tanto em


relação aos organismos geneticamente modificados e seus derivados quanto
às atividades inerentes a biotecnologia, proteção social e ocupacional dos
trabalhadores. O Ministério da Saúde por meio da Norma Regulamentadora

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nº 32 (NR-32) dispõe acerca da segurança e saúde no trabalho em serviços
de saúde, representando considerável avanço para os trabalhadores da área,
por meio de diretrizes para a implementação de medidas de proteção à saúde
e segurança do trabalhador.

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BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO

Biossegurança pode ser definida como uma série de ações focadas na


prevenção, controle, redução ou eliminação de riscos ligados às atividades
que sejam capazes de interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde
humana e o meio ambiente. Sendo assim, trata-se de um método estratégico
e indispensável para a pesquisa e o desenvolvimento sustentável sendo de
extrema relevância para avaliação e prevenção de prováveis efeitos adversos
de novas tecnologias à saúde.

Na esfera do Ministério da Saúde (MS), a Biossegurança é zelada pela


Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), sendo esta coordenada pela
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) e
composta pelas Secretarias de Vigilância em Saúde (SVS) e de Atenção à
Saúde (SAS), pela Assessoria de Assuntos Internacionais em Saúde (AISA),
pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), pela Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Através da sua implantação, a CBS apresenta como objetivo a


delimitação de estratégias de atuação, avaliação e acompanhamento das
ações ligadas à Biossegurança, para se ter uma melhor articulação entre o
Ministério da Saúde com órgãos e entidades referentes ao tema. Suas
principais atribuições são: participação e acompanhamento nos âmbitos
nacional e internacional, da elaboração e reformulação de normas de
biossegurança; realização do levantamento e análise das questões referentes
à biossegurança, buscando identificar seus impactos e suas correlações com
a saúde humana; possibilitar debates públicos acerca da biossegurança, por
meio de reuniões e eventos abertos à comunidade; estimulação da integração
de ações dos diversos órgãos do Sistema Único de Saúde (SUS), nas
questões de biossegurança em saúde; e assessoramento nas atividades
relacionadas à formulação, à atualização e à implementação da Política
Nacional de Biossegurança.

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As ações de biossegurança em saúde são essenciais para a promoção
e manutenção do bem-estar e proteção à vida. A evolução de forma
extremamente veloz do conhecimento científico e tecnológico gera condições
oportunas que permitem atos que inserem o Brasil em níveis de
biossegurança recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os profissionais de saúde, desde seus primórdios, enfrentam inúmeros


riscos a sua saúde devido a assistência. A partir da descoberta dos primeiros
casos de Síndrome da Imunodeficiência adquirida (AIDS), se tornou mais
evidente a vulnerabilidade e probabilidade da propagação de doenças
ocupacionais na área da saúde, tornando-se necessário a avaliação dos
mecanismos de prevenção de contaminação cruzada.

Se faz necessário a presença de uma rotina clara e objetiva, a qual


deve ser seguida por toda equipe multiprofissional prestadora da assistência
em saúde, no intuito de diminuir a probabilidade de ocorrência de
contaminação cruzada e suas complicações.

As instituições de saúde podem estabelecer em seus serviços as


comissões de biossegurança. As quais possuem como objetivo a preservação
da segurança de toda instituição, principalmente na prestação de serviços à
sociedade.

As funções das comissões de Biossegurança visam:

 Trabalhar em parceria com a Comissão Interna de Prevenção de


Acidentes (CIPA) e o Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) almejando
condições seguras de trabalho para toda a equipe;
 Normatizar os cuidados de Biossegurança em todas instituições
de saúde;
 Elaborar, implantar e avaliar periodicamente o Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS);

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 Elaborar e implantar um protocolo de redução de acidentes com
materiais químicos e biológicos;
 Desenvolver um programa de controle de infecções
pretendendo proteger pacientes e a equipe de saúde do risco de
transmissão de doenças infecciosas nas instituições de saúde;
 Implantar um protocolo de assistência segura ao funcionário
acidentado;
 Implantar o protocolo de cirurgia segura;
 Supervisionar os Laboratórios, Clínicas e a Central de Material
Esterilizado, pertencentes às instituições de saúde;
 Sensibilizar e acompanhar os funcionários no tocante a
prevenção de doenças por meio da vacinação;
 Implementar a coleta seletiva de lixo nas instituições;
 Capacitar os funcionários, no que diz respeito às atividades
desenvolvidas pela comissão de Biossegurança.

Os principais métodos para a redução das infecções ocupacionais são


a prevenção da exposição a materiais biológicos potencialmente infecciosos,
além da imunização, assim como a educação continuada.

O Programa de Controle de Infecções possui como objetivos:

 A propagação entre todos os membros da instituição de saúde


do conceito de precauções padrão, que evidencia que qualquer
contato com fluidos corpóreos é infeccioso, o que requer que
todo profissional sujeito ao contato direto com eles se proteja;
 Revisão anual dos manuais de biossegurança;
 Redução de microrganismos patogênicos encontrados no
ambiente de trabalho e, consequentemente, contaminação
cruzada;
 Sensibilizar a equipe de saúde quanto à importância das
técnicas adequadas de controle de infecção;

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 Estabelecer estratégias de promoção à saúde dos pacientes e
da equipe de saúde;
 Promover a importância da vacinação tanto para os funcionários
quanto aos pacientes.
 Lavagem frequente das mãos, para a prevenção do risco de
transmissão de microrganismos para clientes, pacientes e
profissionais de saúde. Caso as luvas sejam rasgadas ou
puncionadas durante o procedimento, elas deverão ser
removidas imediatamente e as mãos rigorosamente lavadas, e
novamente enluvadas, antes de completar o procedimento.
 Realizar todas as etapas de avaliação e tratamento de acidentes
de trabalho com material biológico, conforme fluxograma para
acidentes.
 Profissionais com lesões nas mãos ou dermatites devem abster-
se, até o desaparecimento das lesões, de cuidar de clientes e
de manipular instrumentos e aparelhos potencialmente
contaminados. Contudo, em casos especiais estes devem ser
cobertos com curativos antes do calçamento das luvas.
 As superfícies das bancadas de trabalho devem ser limpas e
descontaminadas com hipoclorito a 2% ou álcool a 70%, antes
e após os trabalhos e sempre após algum respingo ou
derramamento, sobretudo no caso de material biológico
potencialmente contaminado e substâncias químicas.

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EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) pode ser definido como


todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, que
objetiva proteger a saúde e a integridade física do trabalhador, em
conformidade com a NR 06 do Ministério do Trabalho. Sendo dividido em:
Proteção para os membros superiores; Proteção para os membros inferiores;
Proteção contra quedas com diferença de nível; Proteção de tronco; Proteção
do corpo inteiro; Proteção auditiva; Proteção para a cabeça; Proteção
respiratória; Proteção da pele.

As luvas devem ser utilizadas para prevenção da contaminação da pele


com material biológico, durante a prestação de cuidados e na manipulação de
instrumentos e superfícies. A higienização das mãos deve ser realizada
rotineiramente. As luvas não devem ser utilizadas fora do local de trabalho, a
não ser para o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou de
resíduos.

A máscara é o EPI indicado para a proteção das vias respiratórias e


mucosa oral durante a realização de procedimentos em que ocorra
possibilidade de respingos ou aspiração de agentes patógenos presentes no
sangue e outros fluidos corpóreos. A máscara deve ser escolhida de modo a
permitir proteção adequada, conforme os agentes biológicos.

Os óculos devem ser utilizados em atividades que possam produzir


respingos e/ou aerossóis, projeção de estilhaços pela quebra de materiais,
assim como em procedimentos que utilizem fontes luminosas intensas e
eletromagnéticas, que envolvam risco químico, físico ou biológico. Devendo
ser higienizado após o seu uso, no caso de trabalho com agentes biológicos,
utilizar solução desinfetante - hipoclorito a 0,1%.

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O jaleco deve ser em algodão ou material sintético, com mangas longas
e colarinho alto, deve ser utilizado exclusivamente em ambiente laboral,
devido ao alto risco de contaminação cruzada. Já o jaleco de TNT, ou capote,
é descartável, oferece proteção contra fluídos corpóreos, e
consequentemente a infecção cruzada.

O gorro é confeccionado em TNT e possui como objetivo a proteção do


couro cabeludo contra respingos e aerossóis, bem como impossibilita que caia
algum fragmento de cabelo no local em que se dá a assistência. O uso do
propé vem sendo abolido, devido sua utilização não prevenir a contaminação
ambiental, podendo levar microrganismos até as mãos dos funcionários, ao
tocarem seus pés para retirá-lo.

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IMUNIZAÇÃO

É de extrema importância que os profissionais envolvidos diretamente


com processos de programa de gerenciamento, estabeleçam os protocolos
de segurança e de saúde, dos quais estão inclusos exames periódicos, assim
como garantam que as empresas mantenham seus empregados imunizados
conforme o Programa Nacional de Imunização (PNI), mantendo em seus
arquivos cópia dos comprovantes.

As imunizações protegem não apenas a saúde dos profissionais, assim


como seus clientes e familiares. Todos os funcionários necessitam comprovar
que possuem o esquema vacinal em dia, tendo 3 doses de Hepatite B, 1 dose
de Febre Amarela, 2 doses de Tríplice Viral (acima de 29 anos, é necessário
somente 1 dose), 3 doses de Dupla Adulto (dT) e reforço a cada dez anos, 1
dose de dTpa (adulto) para profissionais de saúde e reforço a cada dez anos.

No caso da hepatite B o Programa Nacional de Imunização (PNI)


recomenda três doses da vacina em intervalos de zero, um e seis meses,
como destacado na figura abaixo. Para confirmação da resposta vacinal deve
ser realizado o teste sorológico anti-HBs, um a dois meses após a última dose,
com intervalo máximo de seis meses. Neste teste deve ser detectada a
presença de anticorpos protetores com titulação acima de 10 UI/mL.

Figura 2: Esquema Vacinal Hepatite

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De acordo com o Ministério da Saúde, em nos casos de esquema
vacinal interrompido não há necessidade de recomeçá-lo, mas apenas dar
seguimento ao mesmo. Profissionais que tenham parado o esquema vacinal
para hepatite B após a 1ª dose deverão realizar a 2ª dose logo que possível e
a 3ª dose deve ser realizada com um intervalo de 2 meses da dose anterior.

Em caso de acidentes com material biológico envolvendo pessoas com


esquema incompleto de vacinação, recomenda-se a comprovação da
resposta vacinal através da realização do anti-HBs. Em relação ao protocolo
pós exposição ocupacional segue detalhes na figura abaixo.

Figura 3: Recomendações para profilaxia de hepatite B após exposição


ocupacional a material biológico.

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ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO

A exposição à sangue ou outros líquidos corporais potencialmente


contaminados tende a suceder em infecção por patógenos como o vírus da
imunodeficiência humana (AIDS) e os vírus das hepatites B e C. Os acidentes
geralmente acontecem por meio de ferimentos com agulhas, material ou
instrumentos perfurocortantes, bem como do contato direto na mucosa ocular,
nasal, oral e pele não íntegra com sangue ou materiais orgânicos
contaminados.

A enfermagem é uma das principais profissões sujeitas a exposição a


material biológico. Essa exposição elevada é relativa devido sua equipe ser a
de maior número no serviço de saúde, possuindo mais contato na assistência
ao paciente. Dentro da equipe de enfermagem, os técnicos geralmente são a
categoria mais envolvida nos acidentes com material biológico.

Conhecer as características dos acidentes biológicos é de extrema


importância para realização de planejamento e desenvolvimento de medidas
que reduzam a ocorrência de acidentes, incluindo os programas de educação
em serviço.

Alguns fatores de risco para ocorrência de infecção podem ser


destacados:

 A patogenicidade do agente infeccioso;


 O volume e o material biológico envolvido;
 A carga viral/bacteriana da fonte de infecção;
 A forma de exposição;
 A susceptibilidade do profissional de saúde.

No caso da Hepatite B e C e do HIV, o sangue é o fluido corpóreo que


contém a concentração mais alta de vírus e é o veículo de transmissão mais
importante em serviços de saúde. Sendo também encontrado em outros
fluidos corpóreos como sêmen, secreção vaginal e outros.

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O paciente no qual o profissional presta assistência no momento do
acidente deve ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, Hepatite B e C., por
meio da realização de exames diagnósticos. Caso haja recusa ou
impossibilidade de realizar os testes, deve-se considerar o diagnóstico
médico, bem como os sintomas e história de situação de risco para aquisição
de HIV, HBC e HCV.

Quando indicada, a Profilaxia Pós-Exposição (PPE) deverá ser iniciada


o mais rápido possível, de forma preferencial, nas duas horas após o acidente,
sendo a sua duração de 28 dias. Nos dias de hoje, existem diversos
medicamentos antirretrovirais, no entanto nem todos são indicados, com
atuações em diferentes fases do ciclo de replicação viral do HIV. Em mulheres
na idade fértil que não sabem informar se há possibilidade de gravidez deve-
se oferecer o teste de gravidez.

A identificação de locais, momentos e atividades que apresentam risco


para os trabalhadores é essencial para a elaboração de ações com intuito de
minimizar o risco de acidentes. É necessário também, por meio do
entendimento dos profissionais, da possibilidade de adquirir doenças
infectocontagiosas após acidentes, leva-los a ponderar acerca da sua
compreensão e conduta em relação às práticas de biossegurança, com o
objetivo de reduzir o risco no ambiente de trabalho.

As situações de risco, quando discutidas e explicadas, possuem um


maior impacto do que apenas a transmissão de informações, ao serem
somente repassadas é necessário reforçar a demanda de intensificação do
componente educativo no cotidiano das ações de enfermagem. Para a
maioria das situações de risco, protocolos preventivos já foram preconizados,
mas o grande desafio é a adesão pelos profissionais da área da saúde.

É necessário ressaltar que o acidente com exposição a material


biológico é apontado como agravo de notificação compulsória. Acidentes não
notificados são um fato de grande preocupação, pois tendem a significar que
o trabalhador não recebeu os cuidados imediatos que reduzem o risco de

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soroconversão para infecções pelos Vírus da Hepatite B e HIV, como a
administração de imuno e quimioprofilaxia, respectivamente quando
indicados.

Ao não realizar a notificação o profissional perde a oportunidade de


caracterizar o acidente com material biológico como acidente de trabalho, pois
provavelmente não foi orientado para preenchimento da Comunicação de
Acidente de Trabalho (CAT), que possui implicações trabalhistas protetoras
no caso de acometimento de uma infecção em decorrência do acidente.

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GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Resíduo de Serviço de Saúde (RSS) é o produto residual, não utilizável,


derivado das atividades realizadas por estabelecimentos prestadores de
serviços de saúde, que, por suas características, necessita de processos
diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua
disposição final. A RDC/ANVISA nº 306, de 07 de dezembro de 2004,
estabelece que todo gerador é responsável desde a geração até o destino
final dos resíduos.

O gestor deve estabelecer um Plano de Gerenciamento de Resíduos


de Serviços de Saúde (PGRSS), que detalhe as ações relacionadas a
manipulação dos resíduos sólidos, analisando os aspectos referentes à
geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte,
tratamento e disposição final, assim como as ações de proteção à saúde
pública e ao meio ambiente. A cópia do PGRSS da Instituição deve estar
sempre disponível para consulta das autoridades sanitárias ou ambientais,
dos funcionários, dos pacientes e do público em geral na Comissão de
Biossegurança

Os RSS são apontados pela ANVISA na Resolução RDC nº 306, de 07


de dezembro de 2004, conforme descrito abaixo e destacados na figura 4:

Grupo A - Resíduos com a possível presença de agentes biológicos


que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.

Grupo B - Resíduos contendo substâncias químicas que podem


apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas
características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Grupo D - Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou


radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos
resíduos domiciliares.

Grupo E - Materiais perfurocortantes.

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Figura 4: Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde

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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO PARA A SEGURANÇA DO
PACIENTE

A segurança do paciente está correlacionada com a qualidade da


assistência, no entanto, é necessário salientar que segurança e qualidade não
são sinônimos. A segurança do paciente é um elemento essencial da
qualidade na assistência, ou seja, para ofertar cuidados qualificados, é
indispensável que as instituições de saúde prestem um atendimento seguro.

No meio das principais preocupações relativas à segurança do paciente


e qualidade dos serviços de saúde, encontra-se a redução do risco de
incidência das infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras). Estas são
infecções adquiridas durante o processo de cuidado em uma instituição de
saúde, que não estavam presentes na admissão do paciente, podendo se
manifestar durante a internação ou após a alta hospitalar, incluem-se também
as infecções ocupacionais adquiridas pelos profissionais de saúde.

As Iras são consideradas um grande problema para segurança dos


pacientes, de modo que o seu impacto tende a causar uma internação
prolongada, incapacidade a longo prazo, aumento de resistência microbiana
aos antimicrobianos, aumento da mortalidade, além do ônus financeiro
adicional para a instituição de saúde, paciente e familiares. As ações previstas
na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente são capazes de nortear as
práticas seguras nos serviços de saúde.

Embora a complexidade da assistência à saúde tenha aumentado


consideravelmente nos últimos anos, possuindo como consequência o
aumento dos riscos pertinentes à infecção, a responsabilidade dos
profissionais da saúde e dos serviços de saúde em não causar danos ao
paciente ou ao profissional da saúde permanece sendo fundamental.

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Apesar dos avanços tecnológicos, bons padrões de limpeza ambiental
e profissionais bem preparados, as instituições de saúde podem ser
reservatórios de infecções. De outro modo, há a pressão pelas organizações
saúde para se prestar assistência a um número maior de pacientes tendo
recursos humanos e materiais reduzidos, fatores que afetam diretamente a
qualidade assistencial e ocorrência de Iras

Os fatores de risco para as Iras são geralmente divididos em três


espécies: iatrogênicos, organizacionais ou relacionados a pacientes. Os
fatores de risco iatrogênicos incluem os procedimentos invasivos, como
entubação e uso de antimicrobianos. Os fatores de risco organizacionais
dizem respeito ao sistema de ar condicionado contaminado, recursos
humanos insuficientes, entre outros. Já os fatores de risco relacionados a
pacientes englobam a gravidade da doença, imunossupressão e tempo de
permanência.

ANVISA(2017), destaca:

Reduzir os riscos de IRAS evitáveis requer uma grande mudança


de cultura, de atitude e abordagem da assistência prestada a
pacientes. Para que ocorram estas mudanças é necessário
compreender claramente quais são os fatores AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA 148 que
aumentam os riscos do paciente em adquirir a infecção e
como/onde as melhorias na estrutura, na organização e nas
práticas assistenciais podem reduzir esta ameaça e aumentar a
segurança do paciente.

A maioria das Iras é endêmica e recomendações de medidas para


preveni-las, estão publicadas por organizações internacionais e
nacionais (Anvisa), em especial para prevenção de Infecção da
Corrente Sanguínea associada a CVC, Infecção do Trato Urinário
associada a CVD, ISC e Pneumonia associada a VM. Entretanto,
periodicamente podem ocorrer casos agregados, surtos ou
epidemia de Iras, nos quais protocolos e procedimentos bem
desenhados devem ser seguidos para investigar a causa e
rapidamente intervir.

As melhorias do sistema e das práticas, resultantes destes


estudos, podem ser incorporadas às estratégias para prevenir
futuros eventos adversos e surtos. Os serviços de saúde devem
aplicar as estratégias de controle de infecção caso haja suspeita ou

24
diagnóstico de surto infecciosos no serviço de saúde ou na
comunidade. ANVISA (p.145-147, 2017)

No Brasil, a Segurança do Paciente já entrou na agenda política desde


a mobilização da Anvisa/Ministério da Saúde junto à OMS para que os
objetivos desejados fossem alcançados. A constatação de que os resultados
do cuidado na condição de saúde do paciente estão associados ao processo,
assim como a fatores contextuais, não é recente, Florence Nightingale, dentre
diversas atividades que exerceu ao longo de sua vida, também esteve
vinculada com a criação das primeiras medidas de desempenho hospitalar.

De modo geral, as ações sobre segurança em serviços de saúde


priorizam a identificação e redução de eventos adversos evitáveis. Nota-se
que notáveis alterações já foram realizadas neste fundamento, salientando-
se a consumação da notificação de eventos adversos, sistemas de
comunicação e de técnicas de análise associadas.

Para o sistema de saúde tornar-se mais seguro, pode ser exigido que
as instituições de saúde abandonem algumas tradições relativas a autonomia
e a autoridade, devido alguns profissionais acreditarem, equivocadamente,
que estas características são necessárias para realização eficaz do seu
trabalho.

BRASIL (2017), leciona:

A mensuração confiável dos serviços de saúde para identificar


resultados de segurança do paciente é o primeiro desafio para a
análise comparativa. Na área da saúde, a prevenção de eventos
adversos evitáveis seria o numerador que mais convenceria, do
ponto de vista ético.
O movimento de promoção da segurança do paciente nos serviços
de saúde começa a ter sentido no momento em que sai do “papel”,
ou seja, que deixa de ser um projeto ou um regulamento para
cumprir etapas de processo de acreditação, de recomendações de
gestores, ou até das bases de dados dos responsáveis pelo
gerenciamento de risco e se constitui como uma mudança de
cultura que se fundamenta na atenção ao paciente e à sua família.
Esta atenção pode ocorrer em uma instituição hospitalar, instituição
de cuidado de longa permanência ou unidade de emergência,
dentre outras. Nesta direção a avaliação sistemática do erro e das
barreiras que protegem os pacientes é o pilar de qualquer sistema
de atenção à saúde que pretende ser seguro. A segurança do

25
paciente começa no local de cuidado mais próximo do
paciente/cliente. BRASIL (p.43, 2017)

Todas os métodos criados e adaptados para a finalidade de segurança,


como por exemplo os relatos de incidentes, auditorias, bundles, cheklist,
revisão de processos e triggers devem ser ponderados na prática clínica.
Tendo como objetivo beneficiar o paciente e evitar qualquer lesão decorrente
dos cuidados. Para muitos profissionais esta é a forma habitual de trabalhar.

Mesmo nessas situações, o sistema pode não permitir que se faça o


trabalho com segurança, dessa forma tende a gerar eventos de risco. De
forma complementar, a promoção da segurança do paciente deve ser a base
de trabalho para todo o assistência de saúde.

Segundo estudos sobre risco e segurança, a área da saúde é um dos


sistemas mais complexos em razão dos seguintes pontos: Tipo de
desempenho que se espera de todos os profissionais, desde atividades
rotineiras até as altamente inovadoras; Relação entre os profissionais de
saúde e os pacientes, da total autonomia do paciente até a total necessidade
de supervisão; Tipo de regulamentações, desde atividades que não possuem
regulamentação alguma até aquelas altamente especificadas; Pressão por
justiça após um incidente, desde simples caso legal até grandes e complexos
processos contra pessoas e instituições; Supervisão e a transparência da
mídia e das pessoas, quanto às questões relacionadas à área, desde pouca
preocupação até demanda por fiscalização e ação nacional.

26
CONCLUSÃO

O movimento de promoção da segurança do paciente nos serviços de


saúde passa a possuir fundamento a partir que deixa de ser um projeto ou um
regulamento para cumprir etapas de processo de acreditação, de
recomendações de gestores, ou até das bases de dados dos responsáveis
pelo gerenciamento de risco e se constitui como uma mudança de cultura que
se fundamenta na atenção ao paciente e à sua família.

Vale salientar que o desafio para o enfrentamento da redução dos


riscos e dos danos na assistência à saúde carece da fundamental mudança
de cultura dos profissionais para a segurança, disposta à política de
segurança do paciente, estabelecida nacionalmente.

Desta forma, empenhar na mudança de sistema, no aperfeiçoamento


da equipe de saúde, na utilização de boas práticas e no aprimoramento das
tecnologias e melhoria dos ambientes de trabalho estabelece conteúdos
essenciais para se alcançar melhores resultados para os pacientes, família e
comunidade.

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REFERÊNCIAS

KENNEDY, John F. Special message to the Congress on protecting the


consumer interest. Public papers of the presidents of the United States, v.
93, p. 236, 1962.

BAKER, Alastair. Crossing the quality chasm: a new health system for the
21st century. British Medical Journal Publishing Group, 2001.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. DEPARTMENT OF MENTAL HEALTH et


al. Mental health atlas 2005. World Health Organization, 2005.

SAFETY, WHO Patient et al. WHO guidelines on hand hygiene in health


care. World Health Organization, 2009.

ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria


Colegiada – RDC n° 63, de 25 de novembro de 2011

ERDTMANN, Bernadette Kreutz. Gerenciamento dos resíduos de serviço de


saúde: biossegurança e o controle das infecções hospitalares. Texto &
Contexto-Enfermagem, v. 13, p. 86-93, 2004.

DO CENTRO UNIVERSITÁRIO, Comissão de Biossegurança. Cesmac:


Manual de Biossegurança: Enfermagem. 2015.
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Assistência Segura: Uma
Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Brasília: Anvisa, 2017.

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