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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO

SUMÁRIO
NOSSA HISTÓRIA ........................................................................................................................ 3
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4
2. CENTRO CIRÚRGICO ............................................................................................................ 6
2.1 As Recomendações Gerais Para a Instalação dos Centros Cirúrgicos são: ..... 7
2.2 A Equipe do Centro Cirurgico: ........................................................................... 8
3. ENFERMAGEM EM CENTRO CIRURGICO: .......................................................................... 10
3.1 A Importância do Enfermeiro no Centro Cirúrgico: .......................................... 13
3.2 Atribuições do Enfermeiro Dentro do Centro Cirúrgico: ................................... 17
4. PROGRAMA 5 S, QUALIDADE TOTAL: ................................................................................ 20
5. HUMANIZAÇÃO NO CENTRO CIRÚRGICO.......................................................................... 22
6. AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA O CONTROLE DA DOR NA RECUPERAÇÃO PÓS
ANESTÉSICA: .......................................................................................................................................... 23
6.1 Período Pós – Operatório ................................................................................ 23
6.2 Assistência de Enfermagem nas Complicações e Desconfortos no Pós -
Operatório ................................................................................................................. 24
7. FLUXO DA RECUPERAÇÃO ................................................................................................. 36
7.1. Admissão da Paciente na Recuperação:............................................................ 37
8. CONCLUSÃO: ..................................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS: ........................................................................................................................... 41

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras
normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética.
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do
serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

Na especificidade do centro cirúrgico, a dinâmica do cuidar e os cuidados de


enfermagem são muito voltados à objetividade das ações, cuja intervenção é de
natureza técnica, visando à recuperação do cliente. Dadas as características do setor,
a interação social no cuidado muitas vezes é restrita. A presença da enfermeira junto
ao leito, a demonstração de afeto, o toque, a conversa também são restritos face às
atividades outras do setor, o que não quer dizer que não haja expressividade no
cuidado. Isto acontece, por vezes, não no sentido de desmerecer ou desvalorizar os
aspectos do cuidar que são da ordem da subjetividade, mas porque, neste setor, a
atenção ao órgão físico como central é necessária. O pouco tempo de convivência
com o cliente no centro cirúrgico embora não seja o determinante, pode também
interferir na construção da relação entre ele e a enfermeira.
Uma situação frequente na estrutura organizacional da instituição hospitalar em
geral é o quantitativo dos profissionais de enfermagem, geralmente em número
insuficiente em relação à demanda das necessidades de um processo de cuidar
holístico e humanizado. Por um lado, este aspecto pode resultar em uma priorização
das atividades gerenciais e dos cuidados instrumentais em relação aos do tipo
expressivo, determinante para a construção de uma base sustentadora no cuidado
junto ao cliente. Por outro lado, acaba também por afetar o ambiente psicológico dos
profissionais que se sentem pressionados e assoberbados com suas inúmeras
atribuições, acrescidas da escassez de recursos materiais no desenvolvimento de
suas ações, prejudicando, por vezes, o diálogo, a troca de informações e experiências,
e o desenvolvimento de um trabalho harmônico e solidário, fragilizando as relações
estabelecidas entre eles.
Mesmo quando não se encontra presente no cuidado direto a enfermeira presta
cuidados indiretos ao cliente, no planejamento e na delegação de ações, na previsão
e provisão de recursos, na capacitação de sua equipe, visando sempre à
concretização e melhorias no cuidado. Portanto, ela toma as devidas providências
para que os profissionais possam exercer suas funções do modo mais eficiente
possível, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento de seu trabalho,
propiciando, assim, a qualidade da assistência que os clientes necessitam. Deste
modo, esta profissional congrega uma série de ações que no seu conjunto visam
proporcionar a restauração plena do cliente.

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Compartilhamos dessa concepção de cuidado imbuído da interação com o
meio ambiente entendido como orgânico. Ademais, vale dizer que o cuidado nessa
visão inclui, também, a integração entre os profissionais e destes com os clientes. Ou
seja, um cuidado em que se considera além dos aspectos ligados ao corpo biológico,
e os interativos, com o ambiente físico e social maior, aquele que se evidencia no
intrapessoal, valorizando a expectativa e o desejo do outro no processo de cuidar.
Ocorre que, dada a dinâmica e a finalidade mesma do setor que ora nos
ocupamos em discutir muito centrada na intervenção corretiva; além de a natureza
rotativa da clientela neste setor associada à dificuldade da presença efetiva da
enfermeira junto ao cliente neste espaço, os cuidados de enfermagem que não se
expressam no procedimento técnico e no emprego de tecnologias de ponta acabam
não tendo, por vezes, a devida visibilidade, ainda que todas as ações realizadas pela
enfermeira tenham como foco de interesse e preocupação, o cuidado ao cliente no
intento de sua restauração plena. Essas ações se voltam ao ambiente em que o
cuidado ocorre. No seu bojo estão situados, além dos sujeitos envolvidos no processo
de cuidar, fatores que permeiam e implicam em todo esse processo.
Se, por um lado, é essencial o cuidado que se constrói no encontro entre
sujeitos, no caso, da enfermeira com o cliente, por outro lado, ainda que nem sempre
o cuidado por ela desenvolvido se construa na relação face a face com o cliente, há
uma série de ações realizadas pela enfermeira que caracterizam sua pré-ocupação
com ele, logo, com o cuidado a este, garantindo-lhe conforto e bem-estar. Daí a
importância de dissertar sobre os elementos que integram o ambiente do centro
cirúrgico e suas implicações para a dinâmica de cuidar e para os cuidados de
enfermagem, sendo este o objeto do presente estudo. Os objetivos foram: caracterizar
os elementos que integram o ambiente do Centro Cirúrgico; e analisar as implicações
desses elementos para a dinâmica de cuidar e para os cuidados de enfermagem.

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2. CENTRO CIRÚRGICO

O centro cirúrgico é um setor localizado na instituição hospitalar composta por


várias áreas interligadas entre si, proporcionando ótimas condições para a realização
do ato cirúrgico seguro.
Este setor pode ainda ser definido também como uma área complexa, de
acesso restrito, que pertence a uma instituição hospitalar, possuindo particularidades
na sua estrutura física e atendendo as normatizações da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária.
O centro cirúrgico necessita de ambientes de apoio como sala para guardar
equipamentos, vestiários com banheiro, sala administrativa, sala para guarda de
cilindros, laboratório, copa, sala de espera para os acompanhantes com banheiro, sala
de estar para os funcionários, área destinada à guarda de cadeiras de rodas e macas.
Deve ser um local de fácil acesso às demais unidades do hospital,
principalmente aos setores de internação, pronto-socorro, centro de terapia intensiva
e unidade coronariana.
O acesso as unidades de suporte como, por exemplo, a farmácia, lavanderia,
agência transfusional, laboratório, raio-X e central de material esterilizado.

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2.1 As Recomendações Gerais Para a Instalação dos Centros Cirúrgicos são:

A saída de emergência deve ser conhecida por todos os profissionais que


atuam no centro cirúrgico;
Cada sala cirúrgica deve conter um controle individual de temperatura;
Na sala cirúrgica é recomendado que se tenha pressão positiva com o objetivo
prevenir a entrada de ar potencialmente contaminado;
Não é mais necessária a zona de transferência, barreira física utilizada no local
de acesso dos pacientes;
O piso deve ser de fácil limpeza, resistente e não possuir porosidade, pois
assim a visualização da sujeira é mais fácil. Deve conduzir bem a eletricidade, possuir
um aterramento e ser antiderrapante;
As paredes não podem ser revestidas com azulejos, pois as linhas do reboco
apresentam poros que podem abrigar micro-organismos;
As janelas devem ser lacradas não permitindo a comunicação da sala cirúrgica
com o meio externo;
As portas devem possuir visores de vidros, evitando assim sua abertura a
qualquer momento;
Os registros de emergência para a rede de gases medicinais devem estar
claramente identificados e a vista de todos;
Deve possuir um sistema de ar-condicionado central, cuja finalidade é remover
gases anestésicos, controlar a temperatura e a umidade, promover uma adequada
troca de ar, remover partículas em suspensão e impedir a entrada de partículas
oriundas de áreas adjacentes.
A equipe que atua na unidade de centro cirúrgico estabelece uma coordenação
com as demais equipes e serviços como, por exemplo, laboratórios, radiologia, banco
de sangue, oferecendo assistência adequada às necessidades dos pacientes.

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2.2 A Equipe do Centro Cirurgico:

Médicos anestesistas;
Médicos cirurgiões;
Enfermeiros;
Técnico de enfermagem;
Auxiliar de enfermagem;
Instrumentadores cirúrgicos;
Auxiliar de limpeza,

 O objetivo da equipe do centro cirúrgico é:


Proporcionar cuidados especializados e qualificado ao paciente;
Buscar a recuperação ou melhora do paciente por meio de uma intervenção
cirúrgica;
Oferecer segurança e bem-estar ao paciente.
A entrada do paciente no centro cirúrgico só deve ser permitida com a
confirmação da autorização do procedimento cirúrgico;
As salas cirúrgicas devem estar arrumadas, pelo menos, 15 minutos antes do
horário agendado, após a confirmação da internação do paciente e a autorização da
cirurgia.
O centro cirúrgico é um setor restrito, o acesso ao público é limitado, ficando
restrita a circulação dos profissionais que trabalham neste local. Para controle de
infecção, o centro cirúrgico é dividido em três áreas:

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 Área irrestrita: os profissionais de saúde podem circular livremente por estas
áreas com roupas próprias como, por exemplo, secretaria, vestiários e o
corredor de entrada;

 Áreas semirrestritas: é aquela área que permite a circulação dos profissionais


de tal forma que não intervirá na rotina de controle e manutenção da assepsia
da área restrita. Podemos citar o expurgo, sala de estar e sala de preparo do
material;

 Área restrita: é obrigatória a roupa privativa do próprio centro cirúrgico, devem


ser usadas máscaras e gorro conforme normas da unidade e as técnicas
assépticas devem ser utilizadas de forma rigorosa, diminuindo assim o risco de
infecções. São exemplos as salas cirúrgicas, lavabos, sala de recuperação pós-
anestésica, corredor interno e sala de depósito.

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3. ENFERMAGEM EM CENTRO CIRURGICO:

O surgimento da enfermagem em centro cirúrgico está atrelado ao início da


utilização das técnicas assépticas de Lister que permitiram a realização de cirurgias
mais complexas e as enfermeiras eram responsáveis pelos cuidados com o
instrumental. Na virada do século, com a designação de espaços restritos para a
realização dos procedimentos cirúrgicos, a limpeza do ambiente passou a ser
importante, aumentava a responsabilidade das enfermeiras, bem como a carga de
trabalho, e conhecimentos específicos se desenvolviam distinguindo-as das
enfermeiras das unidades assistenciais.
Paralelamente, o aprendizado forçado no cuidado aos doentes nos campos de
batalha também impulsionava a evolução da prática de enfermagem na arena
cirúrgica, configurando-se assim, a enfermeira assistente de centro cirúrgico (CC).
Desenvolvimento expressivo ocorreu principalmente durante II Guerra Mundial pela
necessidade de enfermeiras com conhecimento de bloco operatório, incluindo
anestesia, para atuar na supervisão das ações do pessoal auxiliar e para cuidar dos
pacientes cirúrgicos. Esta situação acelerou o desenvolvimento do conhecimento e
das habilidades no cuidar do paciente cirúrgico.
Em relato de experiência de uma enfermeira inglesa encontrou-se que em
1968, no segundo ano de treinamento, as estudantes de enfermagem permaneciam
14 semanas no CC, sendo dez semanas nas salas de cirurgia geral e quatro nas salas
de procedimentos ortopédicos.
Como se percebe, a especificidade de centro cirúrgico foi sendo desenvolvida
em campo prático pela necessidade emergente e aos poucos os enfermeiros foram
incorporando conhecimento cientifico para dar sustentação a esse saber.
Na transição dos cursos de formação do enfermeiro diplomado para o bacharel
em enfermagem, alguns conteúdos foram sendo excluídos por algumas escolas,
dentre eles o de enfermagem em CC. Um dos motivos para a exclusão deste conteúdo
dos currículos nas escolas americanas, foi a falta de professores para ministrar esse
conteúdo e de espaços adequados para a prática clínica.
A adoção de novas teorias para embasar a assistência de enfermagem também
contribuiu para esse fato. Na Georgetown University, o CC deixou de fazer parte dos
campos de prática clínica quando a escola adotou em 1969 a teoria de autocuidado
da Orem no modelo assistencial ensinado aos alunos.

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Ao afastar o aluno de graduação desse conteúdo, ocorreu nos Estados Unidos
uma redução no número de enfermeiros interessados em trabalhar em CC e,
consequentemente, a demanda nos cursos de aperfeiçoamento em CC também
diminuiu. Na tentativa de atrair o interesse para esta área e retornar o conteúdo de
bloco cirúrgico aos currículos de graduação, a Association of peroOperative
Registered Nurses (AORN) - National Commitee on Education elaborou o Primer
Perioperative Program com estratégias de parcerias entre hospitais e escolas para o
ensino prático, sugestão de conteúdos e bibliografias.
Em 2006, a AORN ratificou uma declaração sobre a importância de atividades
clínicas em CC para o aprendizado dos alunos de graduação em enfermagem,
afirmando que esta formação inicial poderia despertar o interesse do futuro enfermeiro
para os cursos de especialização em enfermagem perioperatória. Em seguida, a
National Student Nurses’ Association também encaminhou um posicionamento a
algumas entidades de classe americanas pedindo apoio para a inclusão de conteúdos
teóricos e práticos relativos à enfermagem perioperatória para melhor atender as
necessidades dos pacientes cirúrgicos e seus familiares, em oposição à tendência
passada de remoção gradual desse conteúdo dos currículos de enfermagem.
Preocupada com a formação e a qualidade dos enfermeiros futuros, a AORN
elaborou uma declaração de posição, o Value ofClinical Learning AcƟ viƟ es in the
Perioperat - ve Seƫ ng in Undergraduate Nursing Curricula, para ajudar as escolas de
bacharelado em enfermagem a planejarem oportunidades de aprendizado no cuidado
perioperatório que desenvolvam competências essenciais para todos os alunos. Essa
assistência refere-se aos cuidados pré, intra e pós-operatórios em pacientes
submetidos a cirurgias ou outros procedimentos invasivos.
A Universidade Australiana de Notre Dame é uma das poucas que tem uma
disciplina de enfermagem perioperatória, segundo os tópicos mandatórios da
Acreditação em Enfermagem, e, embora, com carga teórico prática pequena, é
considerada o sufi ciente para que o enfermeiro possa iniciar suas atividades em CC
e se interessar no futuro por um aperfeiçoamento na área.
O currículo na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP),
como ocorreu em outras escolas de enfermagem no Brasil, passou ao longo dos anos
por mudanças, de acordo com a época e situações econômicas e políticas do país,
embora por muito tempo com uma carga horária total superior à estabelecida pelo
currículo mínimo e, talvez por isso, a disciplinas de Enfermagem em CC (ECC) e de

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Enfermagem em Centro de Material (ECM) tenham conseguido sobreviver, até o
presente momento, com identidade própria. cuidado e o estado vulnerável do paciente
cirúrgico exigem que a atuação do enfermeiro nessas áreas seja respaldada em
conhecimentos evidentes de atuação e de concepção de que o nosso alvo é a
realização de assistência perioperatória para o sucesso do ato anestésico cirúrgico
com segurança.
Como uma perspectiva mundial, tem-se notado a inserção da enfermagem em
CC não somente na área hospitalar, mas também em ambulatórios, consultórios,
centros de saúde especializados que realizam pequenos procedimentos cirúrgicos,
onde há orientação de pacientes para a realização de cirurgias eletivas ambulatoriais
e em hospitais dia ou consultórios. Frente aos avanços tecnológicos, tornou-se
premente oferecer ao aluno oportunidade de conhecer novas formas de intervenção
cirúrgica. A própria entrada do paciente na instituição hospitalar para ser submetido a
cirurgia modificou-se e muitos procedimentos cirúrgicos passaram a ser realizados via
ambulatório com internação de um dia.
A necessidade do conteúdo de ECC extrapola a área de centro cirúrgico, os
avanços tecnológicos na área de diagnóstico por imagem com a realização de
procedimentos minimamente invasivos para diagnóstico ou tratamento, bem como no
preparo para determinadas cirurgias têm exigido que os enfermeiros que atuam nesse
local tenham conhecimento de enfermagem perioperatória e reprocessamento de
material.
Os ataques terrorristas, as guerras, as alterações climáticas e de acomodação
geológica têm trazido para o cotidiano do planeta catástrofes de extensa dimensão
que requerem ambientes cirúrgicos improvisados para atender os sobreviventes. O
enfermeiro precisa ter um conhecimento mínimo de ambiente de sala operatória e
assistência perioperatória para que possa atuar em locais inóspitos sem contribuir
com a morbi-mortalidade pela falta de conhecimento mínimo.

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3.1 A Importância do Enfermeiro no Centro Cirúrgico:

O enfermeiro, enquanto responsável pelo gerenciamento do período


transoperatório do paciente, tem ciência de que as intercorrências com instrumentais
e demais equipamentos incorrem diretamente na qualidade e na segurança
assistencial, também produzindo impacto na rotina de todos os profissionais
envolvidos. Inseridos no contexto institucional, os profissionais do CC tornam-se
dependentes da adequada provisão e disponibilidade de insumos necessários para a
realização de uma assistência livre de riscos aos pacientes.
O exercício das atividades gerenciais do enfermeiro no CC requer de modo
bastante peculiar: agilidade de tomada de decisões, conhecimento técnico-científico,
organização e planejamento das atividades, habilidade no trabalho em equipe,
flexibilidade e comunicação eficiente com os demais profissionais.
As estratégias elencadas pelas enfermeiras convergiram para o
desenvolvimento da habilidade gerencial ao discutir a sua atuação no CC.
Ao pontuar o conhecimento científico como uma estratégia gerencial, destaca-
se que a formação e a educação permanente em enfermagem necessitam
acompanhar as modificações, as singularidades e as pluralidades dos cenários onde
o enfermeiro atua, demandando planos capazes de atender às constantes tensões e
evoluções no campo da saúde, e, particularmente, no CC. Tal premissa é corroborada
por estudo acerca do trabalho em saúde que reflete sobre seu agenciamento por uma
ética do cuidado, expresso no manejo das tecnologias de trabalho junto às
subjetividades, compondo a complexidade dos cenários de saúde. Cabe destacar que
a enfermagem no CC, além do trabalho com instrumentais e equipamentos, atua
diretamente junto ao paciente, desde a sua admissão até a transferência de Unidade,
fato que lhe confere a formação de vínculos de satisfação, comprometimento e
identificação do seu trabalho, demandando constante elaboração de ações educativas
sobre o cuidado por eles realizado.

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A enfermagem deve estar atenta à promoção de um ambiente tranquilo, livre
de ruídos, tumultos e conversas paralelas. Afinal, embora as atividades de
enfermagem de natureza instrumental sejam, por vezes, de maior visibilidade, como
administração de medicamentos, curativos, cateterismo e outros procedimentos
técnico-invasivos, esta profissional é responsável pela ambientação do cliente no
espaço hospitalar, objetivando a restauração da saúde desse indivíduo.
Estudos atuais vêm apontando a importância de um ambiente humanizado que
inclui uma assistência também humanizada, em que se busque não somente o bem-
estar do cliente, mas também dos profissionais de saúde que nele atuam. Portanto, o
hospital precisa promover um ambiente que satisfaça tanto às demandas de cuidado
do cliente, quanto às ações dos profissionais, favorecendo o relacionamento entre
estes, contribuindo, assim, com o desempenho adequado de suas funções tendo em
vista o cuidado integral ao cliente.
O aspecto psicológico do cliente deve ser foco de atenção da enfermagem
antes mesmo de sua chegada no centro cirúrgico, através da visita pré-operatória
(VPO). Esta consiste na avaliação do cliente pela enfermeira do centro cirúrgico no
período que precede a sua admissão neste setor. Durante a VPO é feita avaliação
basal do paciente (avaliação emocional, história anestésica prévia, identificação de
alergias, entre outros), momento em que também se promove a educação em saúde
com vistas à preparação do cliente para o ato cirúrgico e recuperação anestésica.
Ressalta-se que ter conhecimento sobre o procedimento ao qual será
submetido e o porquê dele ser feito pode contribuir com a redução da ansiedade,
insegurança e medo do cliente em relação ao ambiente cirúrgico. As especificidades
inerentes à situação vivenciada pelo cliente podem lhe gerar além desses
sentimentos, preocupações adicionais de diferentes ordens que podem advir do
processo cirúrgico, mesmo quando não previstas, a exemplo de possíveis
incapacidades, tanto do ponto de vista físico quanto do plano financeiro, ou social.
Esses aspectos guardam estreita relação com as condições e circunstâncias nas
quais o processo cirúrgico se dá, se estético ou necessário; se fruto de uma
emergência clínica; ou se planejado com o devido tempo. Independente de ocorrer ou
não a VPO cabe às enfermeiras da RPO identificar as necessidades dos clientes, com
o intento de se trabalhar com os diferentes sentimentos, emoções, inseguranças e
questionamentos que permeiam esse processo, e que muitas vezes podem
determinar as experiências vivenciadas pelos sujeitos.

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A entrada do cliente na RPO lhe causa grande impacto e ele pode sentir-se
vulnerável, pois deixa "o local conhecido e entra em um local desconhecido", sendo,
portanto, essencial a presença efetiva da enfermeira nesse momento. As expectativas
do cliente relacionadas à competência do profissional no que tange à realização dos
cuidados, inerentes a cada fase perioperatória, via de regra, situam-se para além do
atendimento às suas necessidades físicas. Ou seja, corresponde também à
capacidade da enfermeira de lidar com aspectos que são da esfera subjetiva do cliente
e que podem interferir no cuidado.

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3.2 Atribuições do Enfermeiro Dentro do Centro Cirúrgico:

• Após desenvolver, ler e pôr em prática a programação de cirurgias, para


ajustar o material às necessidades de cada paciente;
• Prestar assistência individualizada no período pós operatório imediato ao
paciente, assegurando a prevenção de riscos e complicações decorrentes ao ato
cirúrgico-anestésico;
• Avaliar as condições respiratória, neurológica, circulatória e psicológica;
• Reconhecer as drogas mais usadas em anestesias, seus efeitos benéficos e
colaterais;
• Realizar na admissão da paciente na REC, um exame físico sucinto;
• Elaborar o plano de cuidados (SAE), supervisionar sua execução e realizar os
cuidados mais complexos de enfermagem;
• Prestar cuidados de enfermagem conforme planejamento;
• Identificar quantitativamente e qualitativamente, a necessidade de materiais e
medicamentos e solicitá-los;
• Controlar os entorpecentes, quanto à solicitação para uso nos pacientes da
unidade;
• Participar da orientação de pacientes e familiares;
• Realizar o controle dos carros de emergência, revisando as pilhas do
laringoscópio e funcionamento do desfibrilador, anotando em impresso próprio nos
períodos diurno e noturno;

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• Prover a unidade de lençóis, forros, camisolas, cobertores e roupas de recém-
nascidos;
• Realizar a educação continuada e capacitação da equipe de enfermagem;
• Prestar parecer técnico sobre equipamentos e materiais;
Atendimento durante a cirurgia

conversar com ele e orientá-lo sobre os procedimentos que está executando,


identificá-lo corretamente, verificar as anotações do prontuário, encaminhá-la à mesa
cirúrgica.
ar a altura da mesa cirúrgica à de maca e encostar uma na outra para
facilitar e passagem.

inferior à 90º com o corpo, a fim de prevenir complicações.


relho de pressão e o estetoscópio e outros
monitores, de modo a facilitar a verificação da pressão arterial.

rico sob a panturrilha, face posterior da


coxa, ou região glútea do paciente, conforme a cirurgia, tendo o cuidado de verificar
bem as condições da área. A placa deverá ser posicionada em regiões próximas ao
sítio cirúrgico.
a paramentar-se: ajudar a vestir o avental,
amarrar os amarrilhos e o cinto, e, em seguida, apresentar as luvas, abrir pacotes.

de instrumentos sobre a mesa auxiliar.


material na mesa do instrumentador.

à cirurgia, e se preciso, utilizar coxins.

terial de anti-sepsia.

receber dos assistentes as extremidades dos campos esterilizados, fixá-los no arco e


suportes para formar a tenda que separa o campo de ação do anestesista.

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proximar o aparelho de bisturi elétrico e conectar os pólos positivo e
negativo, tendo o cuidado de cobri-lo com um campo esterilizado.

esterilizado, e balde para lixo.


r e conectar a extremidade da borracha fornecida pelo
assistente.

dos líquidos drenados, de sonda, do sangue aspirado no frasco do aspirador e de


sintomas do paciente, tais como: cianose das extremidades, palidez, sudorese e
outros.

funcionamento dos aparelhos e pedidos de materiais extras.


uídas
pelo Serviço de Anatomia Patológica.

e controlar o peso das mesmas e de gazes, para avaliar a perda sangüínea nas
grandes cirurgias.

de gastos e relatório de enfermagem, que deve abranger ocorrências com o paciente


na sala, medicamentos e infusões usadas, início e término da cirurgia), de maneira
clara e objetiva.

usadas (soro fisiológico) e fixando o adesivo.


• Realizar ou delegar ao auxiliar de enfermagem solicitações como: exames
laboratoriais ou radiológicos, componentes sanguíneos prescritos, dietoterapias,
auxílio do Serviço Social ou Saúde Mental, higienização da paciente, do ambiente,
entre outras inúmeras necessidades.

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4. PROGRAMA 5 S, QUALIDADE TOTAL:

O programa 5S é a base para a qualidade total, para melhorar a qualidade de


vida do ser humano. Para conseguirmos produtos de qualidade, precisamos ter
qualidade no nosso ambiente de trabalho. O principal objetivo dos 5S é criar um
ambiente digno de trabalho, onde o funcionário sinta-se bem consigo mesmo e com
os demais, pois antes do produto vem o trabalhador.
A metodologia 5S, criada no Japão, é baseada nos seguintes princípios: seiri
(utilização), seiton (arrumação), seiso (limpeza), seiketsu (saúde) e
shitsuke(autodisciplina).

1ºs - SENSO DE UTILIZAÇÃO


Devemos separar o útil do inútil, eliminando tudo o que for desnecessário. Os
objetos úteis devem ser separados conforme o seu uso. O que for inútil deve ser
eliminado ou reformado. Organizando o local de trabalho evitamos desperdícios,
eliminamos uma grande quantidade de materiais sem utilidade e liberamos espaço
para trabalhar mais à vontade, diminuindo assim o risco de acidentes.

2ºs - ARRUMAÇÃO
O senso de arrumação significa, colocar tudo em ordem para que qualquer
pessoa possa localizar tudo facilmente.
Identifica-se e padroniza-se cada item, através de cores, rótulos, palavras
chaves, depois é só arrumar a disposição do ambiente. Assim fica mais fácil achar

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qualquer documento ou objeto, sem perder tempo correndo de um lado para outro.
Economizamos tempo, paciência e nosso local de trabalho fica mais amplo e
agradável.

3ºs - LIMPEZA
O senso de limpeza significa que, o mais importante do que limpar é aprender
a não sujar, limpando as ferramentas e materiais após o uso, mantendo limpo o que
já está em ordem, para que se tenha um ambiente de trabalho digno onde todos
poderão se sentir bem, além de causar boa impressão aos clientes e evitar acidentes
de trabalho.

4ºs - SAÚDE E HIGIENE


Devemos tornar o ambiente de trabalho sempre favorável à saúde e higiene.
Para isto basta respeitar os colegas, usar uniformes limpos, eliminar as condições
inseguras, manter a limpeza do refeitório, dos banheiros e dos vestiários. Também
difundir sempre materiais educativos sobre saúde e higiene. Só vamos ter um
ambiente saudável se zelarmos por ele.

5ºs- AUTO – DISCIPLINA


O senso de autodisciplina é reeducar nossas atitudes e com o tempo temos
que fazer dessas atitudes um hábito, transformando a aplicação dos 5S num modo de
vida.
Este programa vai além do trabalho, ele é uma questão de cidadania, de
respeito ao próximo e a si mesmo. Com ele crescemos como seres humanos,
melhoramos nossa qualidade de vida, diminuímos o risco de acidentes e trabalhamos
tranquilamente com hábitos corretos, facilitando a manutenção do ambiente de
trabalho sempre saudável e digno de respeito.
O importante é insistir na aplicação do programa de tempos em tempos e
avaliar os nossos avanços, onde cada um deve dar o exemplo, por isso todos
precisam participar. Com perseverança, organização e força de vontade, nós vamos
manter um ambiente de trabalho com muita QUALIDADE, SAÚDE e SEGURANÇA,
ou seja, tudo que se faz necessário em um centro cirúrgico.

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5. HUMANIZAÇÃO NO CENTRO CIRÚRGICO

O CC é uma unidade de alta complexidade tecnológica e cercada de


procedimentos que invadem a privacidade das pacientes. É necessária a
conscientização dos enfermeiros e da equipe de enfermagem sobre a importância de
ouvir, tocar, olhar e se fazer presente, pois a segurança e a tranquilidade do paciente
favorecerão seu tratamento e sua recuperação.
A cirurgia sob o ponto de vista dos clientes representa uma invasão da
intimidade sobre todos os aspectos da qual seu corpo se transforma em um livro
aberto a todos os componentes da equipe de saúde podendo gerar crises emocionais
ou até mesmo conflitos com as equipes que o assistem.
O cuidado com a exposição do corpo do cliente, juntamente com a
humanização, inclui ações que necessitam de coragem, compreensão, habilidade por
parte dos funcionários que ali atuam.

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6. AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA O CONTROLE DA DOR NA RECUPERAÇÃO
PÓS ANESTÉSICA:

A enfermagem atua no controle da dor com a mensuração do quinto sinal vital


(dor) onde através de uma escala no valor de 0 a 10, a paciente quantifica sua dor. A
partir desta mensuração, são tomadas, em conjunto com a equipe multidisciplinar,
todas as medidas para que esta dor seja minimizada o máximo possível.
No pós operatório, o controle da dor é de suma importância, portanto, quando
os medicamentos prescritos não forem suficientes para minimizar ou eliminar o
desconforto, será necessário o enfermeiro solicitar reavaliação anestésica para que
seja associado e prescrito analgésicos de um espectro de atuação mais eficaz,
podendo ser: um opióide fraco (codeína, tramadol); ou opióide forte ( morfina)
conforme com o grau de intensidade da dor.

6.1 Período Pós – Operatório

Conceito: É o período que vai desde o término do ato cirúrgico até a alta
hospitalar.
Objetivos:

às atividades normais.
-operatório tardio e pós-alta.
Atuação da enfermagem no pós operatório imediato:
O pós-operatório imediato corresponde às primeiras 24 horas após o término
da cirurgia.
A atuação da enfermagem neste período consiste em:
a) Preparo da unidade do paciente.
O preparo da unidade do paciente visa adequar o leito e a unidade toda para
receber o paciente operado proporcionando-lhe o máximo de conforto e segurança.
Esse preparo inicia-se logo após o encaminhamento do paciente ao Centro Cirúrgico
e consiste em:
- Limpeza geral da Unidade.
- Arrumação da cama “tipo operado”.
- Trazer suporte de soro e deixá-lo ao lado da cama.

23
- Manter ambiente calmo, arejado e aquecido, semi-obscuro.

6.2 Assistência de Enfermagem nas Complicações e Desconfortos no Pós -


Operatório

Complicações Imediatas:
Náuseas e Vômitos:
São transtornos frequentes no pós-operatório imediato.
O grande problema é a aspiração que pode causar asfixia e levar ao óbito ou
pneumonia aspirativa. Em caso de SNG deve-se desobstruí-la.
As principais causas são:

-operatório.
Cuidados de enfermagem:
do vômito, evitando aspiração;

Sede:
Causa: A medicação pré-anestésica (Atropina) diminui a produção de saliva,
isso é
benéfico porque impede que o paciente degluta a saliva, mas produz o
ressecamento da boca e da garganta.
Cuidados de enfermagem:
não retornar
(conforme prescrição médica);

de algodão embebida em água;


Soluço:
São espasmos diafragmáticos intermitentes provocados pela obstrução do
nervo frênico, mas de causa ainda obscura.
Causas:

24
Cuidados de enfermagem:
-la sem ordem médica);
Fazer aspiração pela SNG;

irritação.
Dor:
Seu aparecimento deve ser esperado depois de qualquer cirurgia,
principalmente nas primeiras 48 h.
Causas:
cirurgia consiste em uma agressão ao
organismo tanto aspecto físico quanto psíquico e a dor, portanto persiste, até que o
organismo se recupere desse traumatismo;
diferente para a
dor, alguns a aceitam mais facilmente, outros são mais sensíveis permanecendo
tensos e temerosos o que aumenta a intensidade da dor.
Cuidados de enfermagem:
-se a dor se
irradia para outras regiões e se está relacionada com a movimentação, respiração,
tosse, etc.

respiratória, etc.;

sintoma esperado no pós-operatório, o médico geralmente já deixa prescrito um


analgésico para ser administrado.
Cabe à enfermagem avaliar a necessidade real de administrar esse analgésico,
devendo prestar atenção ao uso de narcóticos.

 Hemorragia:
Caracteriza-se por uma perda anormal de sangue e seus efeitos dependem do
estado geral do paciente, da ocasião de sua ocorrência e da quantidade de sangue
perdido.

25
 Classificação:

-operatório. Deve-se tomar


medidas imediatas.

através de um orifício natural (boca, nariz, vagina, etc);

fechada (crânio, tórax, abdômen). É a mais grave das hemorragias porque quando se
manifestam os sinais/sintomas o indivíduo já perdeu grande quantidade de sangue;

 Causas:

Cuidados de enfermagem:
visam a
detecção e a prevenção do agravamento:
- Deixar o paciente em repouso absoluto;
- Manter o paciente aquecido;
- Colocá-lo em Trendelemburg (É uma variação da posição de decúbito dorsal,
onde a parte superior do dorso é abaixada e os pés são elevados. Mantém as alças
intestinais na parte superior da cavidade abdominal.);

26
- Avisar o médico imediatamente;
- Controlar SSVV frequente e rigorosamente.

Os cuidados incluem:
- Repouso no leito; evitando o aumento do sangramento;
- Fazer compressão direta sobre o local que está sangrando utilizando
compressas estéreis;
- Fazer compressão nas artérias próximas ao local que está sangrando;
- Controlar SSVV;
- Se o sangramento for VO ou nasal (epistaxe) voltar a cabeça para o lado a
fim de evitar asfixia;
- Comunicar o médico;
- Proceder anotação no prontuário quanto ao tipo, localização e quantidade de
sangue perdido (pequena, moderada ou grande).

 Choque:
O choque pode ser definido como uma depressão de todos os centros vitais,
devido deficiência de sangue e oxigênio. É uma complicação grave e frequentemente
no pós-operatório.

27
 Tipos de Choque:
a) Choque Hipovolêmico: causado pela diminuição do volume circulante, pela
perda do plasma, sangue, etc.
b) Choque Neurogênico: distúrbio no SNC provocado por anestésico,
narcóticos, transtornos emocionais. (dor intensa, ansiedade, medo).
c) Choque Cardiogênico: é aquele que se instala devido a uma deficiência
cardíaca, ou seja, o coração não consegue bombear quantidade de sangue suficiente
para o organismo. (causa pode ser IAM e ICC).
d) Choque Séptico: resultante de processos infecciosos;
e) Choque Anafilático: resulta da reação antígeno-anticorpo, devido à
hipersensibilidade do organismo a determinadas substâncias como penicilina, etc.
Os sintomas de um choque anafilático são: sensação de calor, prurido, urticária,
formigamento, dispnéia (edema de glote), cefaléia, sensação de opressão no peito.
f) Choque Pirogênico: reação febril devido à presença de pirogênio e
contaminação de soluções e material utilizado na administração IM ou EV.

 Cuidados de enfermagem:

vres;

Complicações Tardias: São as complicações que surgem no pós-operatório


tardio.

28
 Complicações Pulmonares:

São complicações graves que afetam principalmente pacientes idosos ou


debilitados, podem predispor à bronquite, pneumonia, broncopneumonia.

 Causas:
aumento de
secreções
tosse,
respiração superficial,
mpo acamado, imobilizado.
Sinais/Sintomas:

Cuidados de enfermagem:

indicação;

29
inistrar medicação prescrita: antibióticos, nebulização;

 Complicações Urinárias

As complicações urinárias que podem aparecer no pós-operatório são a


retenção ou a incontinência urinária.
a) Retenção Urinária:

 Causas:

Cuidados de enfermagem na retenção urinária:

cação de bolsa quente,


abrir torneiras, banhos de assento com água morna;

Profilaxia:
precoce;

com sonda vesical.


b) Incontinência:

30
 Causas:

Cuidados de enfermagem em incontinência urinária:

-se colocar coletor tipo uripen a fim de


evitar que ele fique sempre molhado favorecendo escaras. Para mulheres o melhor
recurso é a fralda descartável.

Complicações Gastro Intestinais:


a) Distensão Abdominal/Dilatação Gástrica:

É o acúmulo de gases e fezes no intestino, muito frequentes no pós-operatório


de cirurgias abdominais.
Causas:
do peristaltismo intestinal;

-operatório;
-operatório.

 Sinais e sintomas:

o, dor abdominal;

Cuidados de enfermagem:

ristaltismo intestinal conforme a


prescrição médica.
b) Obstipação Intestinal (Intestino preso)

31
Causas

manipulação dos órgãos do trato G.I., ou pela falta de movimentação.


Cuidados de enfermagem:

OBS: Caso essas medidas não surtam efeito comunicar ao médico para
prescrição de um laxante, supositório ou clister.

 Complicações Vasculares/Circulatórias:

a) Flebite e/ou Tromboflebite:


o FLEBITE – Inflamação de uma veia
o TROMBOFLEBITE - Inflamação de uma veia com formação de um coágulo
trombo.
o TROMBO - Coágulo fixo
o ÊMBOLO - Coágulo móvel ou qualquer outro corpo estranho
Causas:

(ginecológicas, retais);

ientes idosos, obesos.

32
Sinais e Sintomas:

Cuidados de enfermagem:

Incentivar movimentação no leito e deambulação precoce;

portadores de problemas circulatórios).


OBS: Na tromboflebite existe o risco de ocorrer o desprendimento de um
coágulo que pode alojarse no pulmão ou cérebro, ocorrendo, nesse caso, embolia
pulmonar ou cerebral, respectivamente.

 Profilaxia:

indicação;
(exercícios
ativos/passivos).

b) Embolia Pulmonar
É uma complicação muito comum em cirurgias cardíacas e vasculares. O
coágulo móvel (êmbolo, cai na corrente sanguínea, vai ao coração e ao pulmão.
Ocorre diminuição no suprimento de oxigênio ao organismo. Se o êmbolo obstrui uma
artéria pulmonar principal, o paciente vai a óbito.

 Sinais e Sintomas:
A principal característica é a dor aguda no tórax, subitamente;

 Cuidados de enfermagem:

33
OBS: A conduta de enfermagem é essencialmente preventiva evitando todos
os fatores que favorecem a formação de coágulos.

 Complicações com a Incisão Cirúrgica:


a) Hemorragia (interna/externa):
Sangramento pela incisão ou através dela.
Cuidados de enfermagem:
do na primeira
hora do pósoperatório;

drenado;

b) Infecção:
É a principal e a mais comum complicação da incisão cirúrgica.

 Causas:
A principal causa é a falta de assepsia antes, durante e após a cirurgia. Exceto
em alguns casos em que a própria cirurgia já é contaminada ou infectada. A
enfermagem tem grande responsabilidade na contaminação de um curativo cirúrgico.
 Sinais/Sintomas:

Febre, calafrios;

Cuidados de enfermagem:

secreção, anotar e
comunicar;

34
de infecção.

c) Deiscência de Sutura/Rotura:
Consiste na separação parcial ou total dos bordos da incisão operatória. É uma
complicação grave, que pode ocorrer devido à presença de infecção ou até de grande
distensão abdominal.

 Causas:

 Cuidados de enfermagem

cicatrização é por segunda intenção.

d) Evisceração:
Quando acontece a deiscência com saída das vísceras (órgãos abdominais). É
uma complicação bastante grave.

 Causa:

 Cuidados de enfermagem:

stéril embebida em soro


fisiológico, enfaixando suavemente sem comprimir;

35
7. FLUXO DA RECUPERAÇÃO

A continuidade da assistência de enfermagem ocorre com o encaminhamento


da paciente da sala de cirurgia para a REC pelo enfermeiro e pelo auxiliar de
enfermagem.
O transporte da paciente deve ser de forma segura, mesmo que a unidade seja
próxima a sala de cirurgia. Este período é considerado crítico, pois muitas vezes os
pacientes encontram-se inconscientes, entorpecidos e com diminuição dos reflexos
protetores. Tal instabilidade orgânica e emocional decorre do trauma anestésico
cirúrgico sofrido requerendo, portanto, uma assistência especializada das equipes
médica e de enfermagem.
A paciente permanece sob observação constante até a sua completa
recuperação, isto é, até que apresente estabilidade hemodinâmica, frequência e
amplitude respiratória normalizadas, saturação de O2. O local da incisão cirúrgica
deve ser avaliado sempre que a paciente é mobilizada. Seu posicionamento dever ser
adequado de forma que não tracione e/ou obstrua drenos, sondas e cateteres. As
grades da cama devem estar elevadas nos limites normais, estabilidade da
temperatura corporal e consciência. Assim sendo deve ser mantido aquecido, em
decúbito lateral e com aporte de oxigênio adequado às necessidades respiratórias.
O enfermeiro da REC deve ser comunicado antecipadamente quanto às
condições clínicas da paciente, visando o seu recebimento de forma segura e
providenciando os recursos necessários. Com base nas informações recebidas, a
equipe da unidade pode se preparar e prestar assistência de enfermagem adequada.
Ao receber a paciente, o enfermeiro deve ser informado sobre o nome da
mesma, idade, doenças pré existentes, classificação do estado físico, medicamentos
em uso, antecedentes anestésico cirúrgicos, possíveis complicações no intra
operatório e/ou prévias, cirúrgica efetuada, patologia encontrada, medicamentos
administrados no pré operatório imediato e durante a anestesia, sinais vitais desde o
pré operatório até a sala de cirurgia, perda estimada de sangue, balanço hídrico,
alergias, presença de drenos, cateteres e sondas, tipo de curativo e prescrição de
analgésicos para o pós operatório imediato. O período de permanência na REC requer
avaliação e assistência constante, pois é neste momento que a paciente apresenta
maior vulnerabilidade e instabilidade em decorrência das drogas anestésicas e do
próprio procedimento cirúrgico.

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É de competência da equipe de enfermagem da REC prestar assistência de
enfermagem sistematizada e individualizada aos pacientes no período pós-operatório
imediato e registrar em impresso próprio SAE, norteando-se pelas normas da
instituição.

7.1. Admissão da Paciente na Recuperação:

• Conferir a identificação da paciente com o prontuário;


• Registrar no sistema de informação HOSPUB e no livro de registro de
paciente;
• Monitorar os sinais vitais: saturação de O2
• Instalar nebulização S/N; nível de consciência e dor;
• Manter a paciente aquecida;
• Verificar o posicionamento de drenos, sondas, cateteres;
• Atentar para os sinais de sangramento, perfusão periférica e aspecto do
curativo cirúrgico;
• Manter a paciente em posição confortável no leito, acolchoando zonas de
pressão e proeminências ósseas;
• Manter grades laterais elevadas;
• Garantir a privacidade da paciente;
• Manter a cabeça da paciente lateralizada e em decúbito dorsal elevado caso
tenha feito uso de anestesia geral;
• Atentar para a lateralidade cirúrgica das pacientes submetidas aos
procedimentos de Mastectomia e Setorectomia, não verificando os sinais vitais e não
efetuando punção venosa no mesmo lado do procedimento cirúrgico;

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• Observar, no caso das puérperas, a contração uterina, o sangramento vaginal,
a episiorrafia no caso de parto normal, o ingurgitamento mamário, presença ou
ausência de colostro e a anatomia
do bico da mama (plano, invertido, pseudo invertido, retrátil, etc.) e descontrole
hemodinâmico;
• Incentivar o aleitamento materno. Pacientes com possíveis contra indicações
de amamentação, sejam por razões medicamentosa e/ou sorológicas, deverá haver
prescrição e orientação médica e de enfermagem referendadas no Manual de
Aleitamento Materno da Instituição;
• Observar e comunicar ao médico a presença bexigomas;
• Anotar débitos de drenos e sondas. No caso da diurese, controlar volume e
sua coloração;
• Observar e registrar a presença de infiltrações e flebites. Toda a infusão
venosa deve ser datada e rubricada.
• Medicar, conforme prescrição médica, se dor e/ou vômito e
anotar de acordo com item prescrito;
• Trocar de roupa de cama;
• Auxiliar na deambulação;
• Realizar banho de leito, quando necessário;
• Auxiliar na alimentação;
• Coletar e encaminhar os exames solicitados.

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7.2 ALTA DO PACIENTE DA REC:

• Observar a saturação de oxigênio, manutenção hemodinâmica, manutenção


da temperatura corporal, ausência de vômitos, hidratação, coloração da pele;
• Observar se a paciente está orientada no tempo e espaço;
• Examinar a ferida operatória, observando a ausência de sangramento ativo;
• Avaliar se o volume de diurese é satisfatório;
• Observar se a manifestação de dor foi controlada, conforme prescrição
médica;
• Realizar a avaliação da paciente observando
• Observar a presença de atividade e força muscular em MMII;
• Testar a sensibilidade cutânea em MMII;
• Checar se o acesso venoso está identificado, quando houver;
• Verificar se todas as anotações do prontuário estão devidamente checadas e
assinadas;
• Solicitar a vaga no setor indicado (Alojamento Conjunto ou Ginecologia);
• Informar à equipe de enfermagem da unidade de origem as condições clínicas
da paciente;
• Anotar na evolução da enfermagem, horário da transferência.

39
8. CONCLUSÃO:

A cirurgia plástica é uma das mais de 50 especialidades médicas reconhecidas


pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Médica Brasileira. Por
meio de avançadas técnicas cirúrgicas, seu objetivo é reconstituir alguma parte do
corpo para tratar doenças e deformidades anatômicas, congênitas, adquiridas,
traumáticas, degenerativas e oncológicas, bem como de suas consequências,
objetivando beneficiar os pacientes visando seu equilíbrio biopsicosocial e
consequente melhoria sobre a sua qualidade de vida;
As cirurgias plásticas são realizadas sob duas perspectivas: a cirurgia plástica
reparadora e a cirurgia plástica estética.
A cirurgia plástica reparadora tem como objetivo corrigir lesões deformantes,
defeitos congênitos ou adquiridos. É considerada tão necessária quanto qualquer
outra intervenção cirúrgica.
A cirurgia plástica estética é aquela realizada com o objetivo de melhorar a
aparência física do indivíduo. A pessoa quando se submete a tal intervenção cirúrgica
não a faz com intenção ou propósito de obter alguma melhora em seu estado de
saúde, mas sim para melhorar algum aspecto físico que não lhe agrada, ou seja,
corrigir uma deformidade congênita, por exemplo, como uma orelha proeminente ou
em abano, ou uma mama flácida que pode lhe dificultar um relacionamento afetivo.
Situações que não lhe causam prejuízo da ordem funcional, mas sim de ordem
psicológica. Atualmente, as duas cirurgias plásticas estéticas mais realizadas no Brasil
são a lipoaspiração e o implante de prótese de silicone nos seios.
A Enfermagem trabalha em alto padrão e vem se especializando cada vez mais
na área da assistência cirúrgica em plásticas, que ao final tornam-se cirurgias e
pacientes necessitam dos cuidados acima como outra cirurgia qualquer.

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REFERÊNCIAS:

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reflexão. In: LEÃO, E.R.; CHAVES, L.D. Dor 5º Sinal Vital

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