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CIRURGIA VASCULAR

Luiza Ventura Penteado da Silva - ATM 2023/2


SEMIOLOGIA VASCULAR

SISTEMA ARTERIAL SISTEMA VENOSO SISTEMA LINFÁTICO

ANAMNESE ANAMNESE ANAMNESE

• Desconforto estético / veias acentuadas • Aumento de volume ➟ congênito


• Parestesias / paresia (decorrente de isquemia dos nervos por obstrução arterial) ➟ adquirido
• Dor (peso, queimação, ardência, cansaço)
• Alteração de temperatura ➟ se a lesão é arterial, ocorre redução na chegada de ➟ Varizes
sangue à periferia ➟ pouca perfusão ➟ pele FRIA (HIPOTERMIA) • Membros inferiores ➟ variável
➟ Síndromes compressivas
• Alteração de cor ➟ palidez ➟ irredutível
• Edema (aparece de manhã e diminui no repouso, decorrente da estase venosa ➟ invariável (fibrose)
➟ cianose
e do consequente aumento da pressão hidrostática)
• Dor ➟ Claudicação intermitente (paciente sente dor nas pernas ao caminhar,
• Alteração de temperatura ➟ lesão venosa ➟ estase ➟ pele QUENTE • Infecções de repetição ➟ erisipela
especialmente em aclives, e melhora com repouso)
(HIPERTERMIA) ➟ linfangite
➟ Dor em repouso (com o decúbito, ocorre redução do fluxo para a
• Alteração de cor ➟ hiperemia
periferia e a dor piora, agravada durante a noite e com exposição ao frio)
➟ cianose • Sensação de peso
• Alterações tróficas ➟ atrofia muscular e da pele • Prurido
➟ palidez
➟ alterações ungueais e rarefação de pelos
• Aumento da sensibilidade ➟ prurido
➟ necrose/úlceras • Alterações tróficas ➟ pele em “casca de laranja”
• Alterações tróficas ➟ eczema ➟ eczema
➟ gangrenas ➟ secas (escurecida e indolor)
➟ úlceras ➟ dermatofibrose
➟ úmidas (sinais flogísticos)
➟ machas ocre e hiperpigmentação ➟ nódulos

ANTECEDENTES PESSOAIS ANTECEDENTES PESSOAIS ANTECEDENTES PESSOAIS

• Tabagismo • Arritmias • Ocupação (posição ortostática • Doença hemorroidaria


• HAS • Impotência sexual • Obesidade, sedentarismo • Varicocele • Neoplasias • Hereditariedade
• DM • Fenômeno de Raynaud (palidez, cianose e rubor sequenciais) • Sexo feminino, gestação, TRH • AVC • Cirurgias • ICC
• Dislipidemia • Manifestações neurológicas • Idade avançada • Doenças crônicas (ICC, DPOC, policitemia) • Hipoproteinemia • Varizes, trombose
• AVC • Fenômenos tromboembólicos • Acamados • Cirurgias ortopédicas, imobilizações • DRC • Radioterapia
• IAM • Cirurgia vascular prévia • Varizes, trombose prévia

EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO EXAME FÍSICO

INSPEÇÃO = avaliar cor e integridade da pele e fâneros INSPEÇÃO = assimetria de membros, massas tumorais,
adenomegalias e edema
INSPEÇÃO = avaliar cor e integridade da pele e fâneros de membros inferiores
PALPAÇÃO = alterações de temperatura, consistência dos tecidos, palpação de
e superiores, em alterações posturais, e presença de circulação colateral
frêmitos e pulsos (carotídeo, subclávia, axilar, braquial, ulnar, radial, aorta PALPAÇÃO = avaliar consistência dos tecidos, pesquisa de
abdominal, ilíaca externa, femoral, poplítea, fibular, tibial posterior e pedioso) edema e palpação de nódulos e tumorações
PALPAÇÃO = alterações de temperatura, consistência dos tecidos, edema,
↪ pulso ausente (0), diminuídos (1-3), presentes (4) + simétricos x assimétricos
tumorações, frêmitos e pulsos

AUSCULTA = avaliar presença de sopros, principalmente em carotídea e femoral


TESTES ESPECÍFICOS ➟ Homans (dor à dorsiflexão do pé)
TESTES ESPECÍFICOS ➟ enchimento capilar ( normal até 2s )
➟ Iowenberg (dor ao inflar o manguito)
➟ enchimento venoso (verificação do tempo de
➟ Schwartz (percussão do trajeto venoso e percepção
enchimento das veias após elevação do membro, normal até 10 segundos)
da repercussão da onda sanguínea através da palpação)
➟ índice tornozelo-braquial (normal > 0,9)
➟ Trendelenburg (garroteamento da coxa)
➟ Buerger = hiperemia reativa ao reenchimento arterial
➟ Perthes (garroteamento + deambulação)
➟ Allen = avalia permeabilidade radial e ulnar (arco palmar)
➟ Wright = hiperabdução do membro superior

EXAMES COMPLEMENTARES = Fluxometria com Doppler; Pletismografia; Ecografia com Doppler; Angiografia; TC; RM; Cintilografia, …
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VARIZES DOS MEMBROS INFERIORES
DEFINIÇÃO FISIOPATOLOGIA FATORES DE RISCO

Insuficiência das válvulas venosas, que se tornam incapazes de conter ➞ Idade avançada
1. Incapacidade das válvulas em bloquear o refluxo de sangue
o refluxo venoso e ficam dilatadas. ➞ Raça branca
para os membros inferiores
➞ Anastomoses arteriovenosas
2. Inversão do fluxo normal do sistema superficial para o
➙ Sistema Venoso = a drenagem ocorre do sistema superficial (15% do ➞ Insuficiência das veias perfurantes (inversão do fluxo)
profundo, retendo sangue nas veias de menor calibre ➞
retorno venoso) em direção ao profundo (85% do retorno venoso) ➞ Hereditariedade
varizes
- Superficial ⇢ veia safena magna (interna) - tributária da femoral comum ➞ Sexo feminino (8:1) = progesterona causa dilatação
3. Aumento da pressão hidrostática com saída de líquido para
⇢ veia safena parva (externa) - tributária da poplítea venosa e estrogênio provoca relaxamento da musculatura
o interstício ➞ edema
l i s a ( c o m p r o m e t i m e n t o d a f u n ç ã o v a l v u l a r, ↑
4. Saída de macromoléculas e células que geram uma resposta
- Sistema perfurante = comunicam sistemas superficial e profundo permeabilidade capilar e amolecimento das fibras de
inflamatória local ➞ alterações na estruturais na parede da
sustentação)
veia e na pele
- Profundo ⇢ veias femorais comum, superficial e profunda ➞ Obesidade
5. Degradação da hemoglobina em hemossiderina ➞
⇢ veias tibiais (anterior e posterior) ➞ Gestação
coloração acastanhada nos tecidos
⇢ plexo gastrocnêmio, sóleo e plantar ➞ Profissão = predomínio do ortostatismo

CLASSIFICAÇÃO QUADRO CLÍNICO EXAMES COMPLEMENTARES

CLÍNICA ➞ Anamnese = avaliar presença de fatores de risco e queixas ➞ US com Doppler


CEAP = Clínica, Etiologia, Anatomia e P (Fisiopatologia) - Telangectasias (< 1 mm e de dor, edema, hemorragia, prurido e alterações tróficas ➞ Pletismografia (insuficiênica venosa secundária)
intradérmicas) ➞ Exame físico = avaliar o paciente em pé ➞ Flebografia (avalia parede, aspecto das válvulas e
- Veias reticulares (1-3 mm, - Inspeção: veias dilatadas, cor, edema e alterações tróficas aspectos funcionais)
subdérmicas e não palpáveis - Palpação: ↑ da temperatura, edema, frêmitos
- Varizes (>3 mm e palpáveis) - Percussão: manobra de Schwartz DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
- Pigmentação (dermatite ocre) - Ausculta: sopro + frêmito - suspeitar fístula AV
- Eczema (geralmente com prurido)
- Cisto da região poplítea
- Lipodermatosclerose (fibrose do ➞ FORMAS CLÍNICAS

- Hérnias musculares
tecido subcutâneo, precede a - Varizes por incompetência valvar (safenas magna, parva e/ou
- Hérnia crural
úlcera) perfurantes)
- Síndrome pós-trombótica
➞ S = sintomático (dor, sensação de - Varizes de outras topografias
- Síndrome de Kippel-Trenaunay
peso, prurido, irritação da pele, …)
 - Varizes da gravidez
- Outras patologias venosas
➞ A = assintomático - Varizes recidivadas

ETIOLOGIA TRATAMENTO
- Congênita = aplasia ou hipoplasia
das veias profundas e fístulas CIRÚRGICO
congênitas CLÍNICO ➞ Fleboextração
- Primária = distúrbio do sist. venoso ➞ Ligaduras
sem fator causador ➞ Medidas gerais e remoção de fatores de risco ➞ Termoablação e escleroterapia química
- Secundária = por outro processo
➞ pós-trombótico ➞ Terapia compressiva com meias elásticas = Leve ↪ INDICAÇÕES : aparência geral, dor, sensação de peso,
➞ pós-trauma (20-30mmHg), Média (30-40), Alta (40 a 50) e Extremamente fadiga, tromboflebite superficial, hemorragia externa,
alta (> 50) hiperpigmentação maleolar (hipertensão venosa grave),
ANATOMIA = grupo acometido lipodermatoesclerose, atrofia branca e úlcera venosa
➞ Medicamentos venoativos (apenas efeito sintomático)
FISIOPATOLOGIA ↪ CONTRA-INDICAÇÕES : úlcera de estase ativa e
- Refluxo = incompetência valvar ➞ Bota de Unna = bandagem com solução de óxido de zinco. infectada, varizes em membro isquêmico, etiologia
- Obstrução = trombose ou Indicada para pacientes com úlcera ativa congênita, infecção sistêmica, linfedema, diátese
!
espessamento hemorrágica e gravidez
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TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
DEFINIÇÃO FISIOPATOLOGIA FATORES DE RISCO

TRÍADE DE VIRCHOW
1) LESÃO ENDOTELIAL = trauma, punção, …. ➞ TEV prévio ➞ Cirurgia recente
Formação de trombos agudos no sistema venoso profundo, mais ↳ endotélio inicia secreção de agentes pró-trombóticos (endotelina, ➞ Idade avançada ➞ Trauma
comumente nos membros inferiores. angiotensina 2 e fator de crescimento plaquetário) e há acúmulo de plaquetas e ➞ Obesidade ➞Doença Inflamatória Intestinal (DII)
fatores de coagulação ➞ Tabagismo ➞ Uso de contraceptivo oral (ACO)
PROXIMAL = acima da veia poplítea => vasos mais calibrosos = maior ➞ Câncer ➞ Terapia de reposição hormonal (TRH)
risco de embolia pulmonar 2) ESTASE = ICC, acamados, … ➞ Imobilização ➞ Gestação
↳ poplítea. femoral ou ilíacas ↳ acúmulo de sangue no seio valvar, que forma redemoinhos (fluxo turbulento) e ➞ Viagens longas ➞ Trombofilias
estimula a produção de fatores pró-trombóticos pelo endotélio
DISTAL = abaixo da veia poplítea
↳ veias tibiais e plexos gastrôcnemeo, sóleo e plantar 3) HIPERCOAGULABILIDADE = trombofilias, neoplasias, hepatopatias, uso de 1) CRITÉRIOS DE WELLS (avalia probabilidade pré-teste
ACO e quimioterápicos baseado na apresentação clínica e nos fatores de risco)
↳ ↓ os inibidores da coagulação e/ou ↑ os fatores pró-trombóticos

COMPLICAÇÕES QUADRO CLÍNICO

- Embolia pulmonar
- Insuficiência venosa crônica ➞ Dor
- Úlceras venosas ➞ Edema unilateral
- Hipertensão pulmonar e cor pulmonale ➞ Alteração da coloração (rubor ou
- Síndrome pós-trombótica cianose)
➞ Hipersensibilidade !
⇨ Tromboembolismo venoso (TEV) = TVP + embolia pulmonar

DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS EXAMES COMPLEMENTARES

➙ TERAPIA ANTICOAGULANTE por 90 dias


- HEPARINA BPM + Varfarina (antagonista da vitamina K)
➞ TVP MENOS PROVÁVEL (Escore de Wells < 2) ↪ no uso da Varfarina, deve-se monitorar o INR
↪ sempre usar heparina antes de iniciar a Varfarina, pois
• D-DÍMERO = produto da degradação da fibrina - Celulite (infecção da tecido pode causar necrose cutânea no período inicial de uso
(indicando formação de coágulo) subcutâneo por S. aureus) - HEPARINA BPM + Dabigatrana
- exame sensível, mas pouco específico (pode estar - Monoterapia => Rivaroxabana ou Apixabana
elevado por neoplasias, cirrose, inflamação e gestação) - Erisipela (infecção do tecido
- apenas para pacientes ambulatoriais. Em pacientes linfático por Streptococcus)
hospitalizados ou com história de trauma, fazer direto o
US com Doppler - Cisto de Baker (cisto sinovial no
joelho, quando roto causa dor e
➞ TVP MAIS PROVÁVEL (Escore de Wells ≥ 2) ou D- edema, + comum em idosos e
DÍMERO positivo (>500) no menos provável obesos)

• US com Doppler venoso - “Síndrome da pedrada” (ruptura


➞ positivo = confirma diagnóstico de TVP muscular)
➞ negativo = repetir US em 72 horas se suspeita segue
alta
!
➙ Remover fatores de risco modificáveis
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PROFILAXIA DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO
⇨ TROMBOEMBOLISMO VENOSO = Trombose Venosa Profunda (TVP) + Tromboembolismo Pulmonar (TEP)

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) FATORES DE RISCO

Relacionados com a tríade de Virchow


Migração de êmbolo que oclui a artéria pulmonar,
1. Lesão endotelial,
promovendo um aumento da pressão na circulação
➞ Sempre suspeitar no paciente com dor e edema em membro inferior, 2. Estase sanguínea
direita do coração e que sobrecarrega a
especialmente se já tiver história prévia de TVP, imobilidade ou neoplasia 3. Hipercoagulabilidade
capacidade de bombeamento do ventrículo direito
adjacente
➞ Principal causa = TVP Risco Geral Hospitalizados
➞ Descartar síndrome isquêmica e TVP no paciente com dor e edema
➞ 3ª maior causa de morte intra-hospitalar ↝ Idade > 40 anos ↝ Cirurgia > 30 min
➞ Aplicar Escore de Wells e definir conduta (D-dímero ou US)
➞ 25-52% dos TEP são assintomáticos ↝ História de TEV prévia ↝ Anestesia
➞ Alta probabilidade pré-teste => Angio-TC ↝ Imobilização prolongada ↝ Infecção aguda
➣COMPLICAÇÕES DA TVP
➞ Quando suspeitar? ↝ Câncer ↝ ICC
↪ AGUDA ➞ TEP ↝ Obesidade ↝ IAM
↪ Paciente acamado
↪ CRÔNICAS ➞ Síndrome pós-trombótica (insuf. venosa crônica) ↝ Gestação ↝ Insuf. respiratória aguda
↪ Desconforto torácico e taquicárdico (>100)
➞ Hipertensão pulmonar ↝ ACO ou TRH ↝ AVC
↪História prévia de evento trombo-embólico
↝ DII ↝ Doença reumatológica
↪Queixa de dor no MI, prévia ou atual ↝ Trombofilias ↝ Cateter venoso central

PROFILAXIA

MÉTODOS INDICAÇÕES

1. Deambulação precoce ESCORE DE CAPRINI Proporção entre o número de fatores de risco SITUAÇÕES ESPECÍFICAS
(escore de Caprini) e a porcentagem de TVP. ➞ Pacientes clínicos => indicar profilaxia
conforme o ESCORE DE CAPRINI
2. Terapia compressiva
↪ terapia escolhida é mantida durante o
➞ meia elástica
tempo de hospitalização
➞ meia pneumática (compressão intermitente)
↪ se o risco for alto, manter anti-coagulação
↪ pacientes de alto risco e pacientes contra-
por mais 10 dias
indicados à terapia medicamentosa (trauma grave,
sedados, …)
➞ Cirurgias gerais (abdominais, vasculares,
ginecológicas, urológicas, neurocirurgias, …) =>
3. Terapia medicamentosa anti-coagulante
tempo de terapia conforme risco pelo escore de
➞ padrão = Enoxaparina (HBPM) 40mg subcutâneo
Caprini
1x por dia (para pacientes com 50 a 100 kg)
↪ outras opções medicamentosas são o
➞ Cirurgias ortopédicas
Fondaparinux (HBPM) e os novos anticoagulantes orais
↪ Prótese de quadril = manter terapia por
↪ Varfarina demora 3 a 5 dias para iniciar se
↪ lembrar que a principal causa de TEP, um mais 30 dias após a cirurgia
efeito, sendo pouco indicada na anticoagulação
evento de alta mortalidade, é o TVP. Se ↪ Prótese de joelho = manter terapia por
perioperatória
prevenir o TVP, evita o TEP mais 15 dias após a cirurgia
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ATEROSCLEROSE
DEFINIÇÃO FATORES DE RISCO FISIOPATOLOGIA

Resposta inflamatória crônica da parede arterial ➞ Hiperlipidemia (especialmente 1. Lesão do endotélio desencadeada por agentes agressores.
à lesão endotelial, com deposição de placas de hipercolesterolemia) 2. O endotélio disfuncional: a) aumenta a permeabilidade e permite a entrada de LDL e b) expressa moléculas de adesão
ateroma e enrijecimento do vaso. ➞ Hipertensão (E-selectina e P-selectina) que atraem monócitos e linfócitos T para dentro da íntima.
➞ Diabetes 3. A hiperlipidemia crônica prejudica a função do endotélio e induz maior produção de radicais livres (IL-6, IL18 e
↪ ≠ de arteriosclerose (enrijecimento por outras ➞ Obesidade (estado pró-inflamatório e Interferon-∂), que oxidam o LDL acumulado na íntima
causas) hipervolêmico -> Na+ elevado) 4. Os monócitos se diferenciam em macrófagos e fagocitam lipoproteínas (incluindo o LDL oxidado e cristais de colesterol)
➞ Tabagismo através de receptores scavenger e toll-like, ganhando a denominação de células espumosas
O ENDOTÉLIO ➞ Idade 5. Como consequência do estado inflamatório crônico, há aumento da liberação de fatores de crescimento que
➞ História familiar promoverão proliferação da camada íntima e deposição de colágeno e fibrina sobre o endotélio
Quando há fluxo laminar, produz agentes ➞ Gênero masculino (após os 65 anos, o risco se
vasodilatadores e antitrombóticos: equivale)
➞ NO (óxido nítrico
➞ prostaciclina MECANISMOS DE LESÃO ENDOTELIAL
➞ fator ativador do plasminogênio
➞ trombomodulina 1. HEMODINÂMICA = fluxo turbulento em
ramificações, hipertensão arterial
No fluxo turbilhonar, o choque com a parede 2. BIO-HUMORAL = dislipidemia, principalmente
induz produção de agentes vasoconstritores e hipercolesterolemia (↑ LDL)
pró-trombóticos:
3. ACÚMULO DE PRODUTOS FINAIS DA
➞ endotelina
➞ angiotensina II GLICAÇÃO NÃO-ENZIMÁTICA: diabetes
➞ tromboxano 4. IRRITANTES QUÍMICOS: tabagismo
5. FATORES GENÉTICOS
FUNÇÕES
➞ controle da permeabilidade vascular MARCADORES
➞ controle do tônus vascular
➞ angiogênese
- Proteína C reativa ultrassensível
➞ fluxo de moléculas e nutrientes
- Relação: colesterol total / HDL (ideal até 5:1)
➞ equilíbrio homeostase x trombose !

PRINCIPAIS DE TERMINANTES DA VULNERABILIDADE DA PLACA CONSEQUÊNCIAS CLÍNICO- PATOLÓGICAS

➞ Grau de inflamação intraplaca ↪ grande parte das placas são assintomáticas antes de sofrerem alterações agudas!
➞ Magnitude do seu conteúdo lipídico
➞ Espessura da capa de colágeno • ESTENOSE = inicialmente, o remodelamento positivo da camada média permite o crescimento da placa ateromatosa
sem redução do lúmen do vaso. No entanto, com o avanço desse processo, esgota-se a capacidade compensatória e
• PLACAS VULNERÁVEIS (maior risco de ruptura) = são aquelas com maior volume de células inicia-se o remodelamento negativo, no qual a placa expande, provocando estenose do vaso e prejuízo ao fluxo
espumosas, com atividade inflamatória intensa e com envoltório fino. sanguíneo (sintomas de claudicação, angina, DAC, …) Ou seja, a doença existe mesmo sem grau de estenose!

• PLACAS ESTÁVEIS (menor risco de ruptura) = capa fibrosa grande e com muito conteúdo de • ALTERAÇÕES AGUDAS = instabilização que resulta em trombose e obstrução parcial ou total do vaso, evoluindo para o
colágeno e cálcio infarto tecidual.
a) RUPTURAS: expõe o conteúdo da placa, estimulando mobilização de plaquetas e fibrina e é altamente trombogênico
↪ além das características intrínsecas de maior vulnerabilidade, existem fatores extrínsecos que b) EROSÕES ou ULCERAÇÕES, que expõe a membrana basal ao sangue, também havendo estímulo e liberação de
favorecem a ruptura, como pressão arterial elevada e vasoconstrição (estímulo adrenérgico promovido substâncias trombogênicas
por exercício, estresse, …) c) HEMORRAGIAS no interior na placa, que expandem seu volume e provocam necrose
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ÚLCERAS DE PERNA E PÉ
CLASSIFICAÇÃO LOCALIZAÇÃO

DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA = CRITÉRIOS DE FONTAINE E RUTHERFORD GRAUS DE CLAUDICAÇÃO:


⇨ de acordo com a distância percorrida antes da dor: ➤ ÚLCERAS DO PÉ (abaixo do
• LEVE = > 200m tornozelo)
• MODERADA = 50 - 200m - 50% arterial
• GRAVE = < 50 m - 25% neuropática /
neuroisquêmica
⇨ de acordo com o Índice Tornozelo-Braquial - < 5% venosa
• LEVE = ITB > 0,8
• MODERADA = ITB entre 0,7 e 0,8 ▶ ÚLCERAS DA PERNA (acima do
• GRAVE = ITB < 0,7 tornozelo)
- 55% venosa
GRAUS DE LESÃO TRÓFICA: - 15% mista (arterial + venoso)
⇨ Lesão tecidual menor (Rutherford 5) = limitada a pododátilos e/ - 10% arterial
ou antepé - 3% neuropática
⇨ Lesão tecidual maior (Rutherford 6) = acomete calcâneo

CARACTERÍSTICAS

ARTERIAIS VENOSA MISTA NEUROPÁTICA ISQUÊMICA

• ETIOLOGIAS ➞ DAOP (por aterosclerose) • ETIOLOGIA ➞ Insuficiência venosa • ETIOLOGIA ➞ Insuficiência venosa + • ETIOLOGIAS ➞ Diabetes • ETIOLOGIA ➞ Diabetes + isquemia
➞ Doença de Buerger DAOP ➞ Hipovitaminoses
➞ Vasculites • LOCALIZAÇÃO ➞ Face medial do • LOCALIZAÇÃO ➞ Plantar
➞ Arterite de Takayasu terço distal da perna (maléolo medial) • LOCALIZAÇÃO ➞ Perimaleolares (interna • LOCALIZAÇÃO ➞ Plantar (áreas de pressão)
ou externa) • DOR ➞ Reduzida pela neuropatia
• LOCALIZAÇÃO ➞ Dedos, pés e tornozelos • DOR ➞ Moderada (se infectada) • DOR ➞ Indolor (neuropatia)
• DOR ➞ Moderada (depende do • APARÊNCIA ➞ Semelhante à
• DOR ➞ Severa (pior que a neuropática) • APARÊNCIA ➞ Lesão mais úmida e acometimento arterial) • APARÊNCIA ➞ Lesão profunda e infectada arterial
avermelhada ➞ Calosidades ➞ Sem deformidades
• APARÊNCIA ➞ Lesão mais seca e pálida ➞ Forma irregular • APARÊNCIA ➞ Lesão mais úmida e ➞ Deformidades ósseas (Charcot) ósseas ou calosidades
➞ Pé frio e com necrose ➞ Hiperpigmentação da avermelhada ➞ Perda da sensibilidade ➞ Palidez e necrose
➞ Calos geralmente ausentes pele ➞ Forma irregular ➞ Margens regulares
➞ Pulsos ausentes ➞ Pulsos presentes • TRATAMENTO ➞ Revascularização
• TRATAMENTO ➞ tratar causa • TRATAMENTO ➞ Revascularização se
• TRATAMENTO ➞ Revascularização (insuficiência venosa) acometimento arterial grave • TRATAMENTO ➞ Revascularização NÃO tem
benefício

➣ ÚLCERA HIPERTENSIVA = precipitada por arteriosclerose obstrutiva secundária à crises de hipertensão. Geralmente é dolorosa, bilateral, na face antero-exterior entre o terço distal e médio. Inicia-se como uma mancha
avermelhada com flictenas de líquido sero-hemorrágico. Quando rompidas, as flictenas expõe zona de necrose que, ao se descamar, origina a úlcera superficial e de bordas avermelhadas
➣ ÚLCERA LINFÁTICA = secundária à linfedema (ex: erisipela). Ocorrem na face medial da perna

TRATAMENTO

➔ CANDIDATO A REVASCULARIZAÇÃO (Arterial e Isquêmica, Rutherford 4, 5 ou 6) ➔ Exames de imagem (Duplex, angiografia e TCA) ➔ REVASCULARIZAÇÃO (angioplastia ou ponte)

➔ NÃO CANDIDATO À REVASCULARIZAÇÃO ➔ DOR E LESÃO ESTÁVEIS ➔ TRATAMENTO CLÍNICO (Sintomáticos e vasodilatadores)
➔ DOR NÃO TOLERÁVEL E/OU INFECÇÃO ➔ AMPUTAÇÃO
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DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA (DAOP)


CLASSIFICAÇÃO FATORES DE RISCO ETIOLOGIAS

1. ATEROSCLEROSE
➞ Tabagismo 2. Arterites
➞ DM2 (principal fator de risco para amputação) 3. Embolias periféricas
➞ Dislipidemia 4. Displasias fibromusculares
➞ Hipertensão 5. Tromboangeíte obliterante (doença de Buerger)
➞ Insuficiência Renal
➞ Idade > 60 anos ➪ Mais de 50% dos pacientes com DAOP tem doença arterial coronariana, e 30%
➞ Hiperhomocisteinemia tem doença cerebrovascular (locais de acometimento da aterosclerose)
↪ investigar sempre!!!

QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO

➞ 20 a 50 % dos pacientes são assintomáticos • ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL (ITB)


➞ Claudicação intermitente (o movimento aumenta a demanda de perfusão, Mede-se pressão sistólica das artérias ➞ braquial esquerda e direita
➞ tibial anterior esquerda e direita
que não poderá ser suprida devido à obstrução arterial)
TESTES ESPECIAIS ➞ tibial posterior esquerda e direita
↪ paciente pode referir como dor, cãibra, formigamento ou fadiga muscular
➞ Enchimento capilar (normal até 2 segundos)
➞ Síndrome de Leriche: DAOP + impotência sexual em homens (sugere
➞ Enchimento venoso (normal até 10 segundos) ITB direito = maior pressão do tornozelo direito (tibial anterior ou posterior)
obstrução à nível de ilíacas) maior pressão de braço (direito ou esquerdo)
➞ Teste de Buerguer = hiperemia reativa ao reenchimento
arterial
EXAME FÍSICO ITB esquerdo = maior pressão de tornozelo esquerdo (tibial anterior ou posterior)
➞ Hipotermia do membro maior pressão de braço (direito ou esquerdo)
↪ Circulação colateral que antes era divergente
➞ Consistência da pele atrófica e brilhosa
(direcionada aos tecidos) passa a ser convergente (retorna ↪ valores normais = entre 0,9 e 1,4
➞ Rarefação de pelos e unhas
para encher a artéria obstruída) e engurgitada => vista na ↪ ITB < 0,9 (sem viés de aferição) confirma o diagnóstico, sem necessidade de outros
➞ Pulsos distais ausentes ou diminuídos exames complementares
angio-TC, exame feito apenas quando há intenção de
➞ Ausculta de todos os segmentos arteriais em busca de sopros ↪ No entanto, pode haver DAOP mesmo com ITB normal ➞ atentar para fatores de
tratamento, e não apenas diagnóstico
➞ Úlceras e gangrena indicam ISQUEMIA CRÍTICA (1-3%) => elevada morbi- risco (no diabético, o ITB não é confiável pois tem calcificação das artérias do membro
motalidade (risco de amputação e morte) inferior) + teste de esteira (claudicação e ↓ ITB após exercício)

INVESTIGAÇÃO TRATMENTO PROGNÓSTICO

➞ Modificação dos fatores de risco (cessar tabagismo,


tratar dislipidemia e hipertensão, preferencialmente com
IECA ou BRA)


➞ Medicamentoso:
- Antiagregação plaquetária = AAS ou Clopidogrel
↪ diminui risco de morte por doença
cardiovascular, mas não altera a evolução da DAOP

- Vasodilatação = Cilostazol (inibidor da


fosfodiesterase-2)
↪ melhora a claudicação

➞ Avaliar necessidade de REVASCULARIZAÇÃO (sintomas


incapacitantes, progressivos, refratários ao tratamento
clínico e isquemia crítica)
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OCLUSÃO AÓRTICA AGUDA


DEFINIÇÃO FISIOPATOLOGIA LOCALIZAÇÃO

1. Interrupção do fluxo arterial que causa estase do sangue ➞ É mais comum nos membros inferiores,
Interrupção aguda e abrupta do fluxo sanguíneo a 2. A estase do sangue predispõe à formação de trombos proximal e distal e vasodilatação compensatória distal e colateral principalmente na bifurcação da artéria femoral
órgãos ou extremidades, ocasionando uma 3. Com a falta de fluxo, o sangue não chega aos tecidos e esses iniciam metabolismo anaeróbio comum.
sequência de eventos com elevada morbidade e 4. O uso prolongado desse metabolismo desencadeia uma acidose metabólica e desequilíbrio hidroeletrolítico decorrente da falha da bomba de - Femoral (50%)
mortalidade Na+/K+ - ATPase (hiperpotassemia, hipocalcemia e hiperfosfatemia) - Ilíacas (20%)
5. A falta de cálcio resulta em rigidez muscular generalizada - Aorta (15%)
↪ Constitui uma emergência médica! 6. Se é possível fazer reperfusão, o reenchimento rápido sem mecanismos autônomicos de regulação da vasodilatação e o aumento da - Poplítea (11%)
permeabilidade do vaso promovem o edema. - Braquial (3%)

ETIOLOGIAS

3. TRAUMAS ARTERIAIS = trauma direto da artéria por fraturas,


1. EMBOLIAS = deslocamento de fragmentos de trombos, placas ateroscleróticas ou outras
2. TROMBOSE = oclusão através da formação intrínseca de um coágulo, sem a ferimentos por arma branca e arma de fogo.
estruturas anômalas (projeteis, cateteres, ar) pelo leito vascular, com alojamento em vasos mais
ocorrência de embolia. Geralmente a manifestação clínica é mais branda pela já
distais (de menor calibre)
existência de circulação colateral compensatória (exceto nas causas por distúrbio 4. DISSECÇÃO ARTERIAL (Síndrome aórtica aguda) = ruptura súbita da
➞ Causas cardíacas (80%) = arritmias (fibrilação atrial), IAM, aneurisma de ventrículo, valvulopatias,
da coagulação, sem baixo fluxo prévio) camada íntima da artéria e separação dessa da camada média, que cria
cardiomiopatias, próteses valvares, endocardites e mixomas
➞ Aterosclerose: estenose e produção de mediadores pró-trombóticos um lúmen falso entre as camadas. O fluxo de sangue adentra esse lúmen
➞ Causas arteriais (10%) = aneurismas de aorta e periféricos, placas ateroscleróticas estenosantes
➞ Arterite: inflamação da parede arterial, geralmente pó-infecciosa falso (que têm uma pressão menor que o lúmen verdadeiro) e promove
ou ulceradas
➞ Aneurismas: maior turbulência do fluxo que favorece a trombose uma dilatação entre as duas camadas
➞ Causas venosas (0,5%) = embolia paradoxal (êmbolo venoso que acessa o sistema arterial por
➞ Outras causas = distúrbios de coagulação, síndrome paraneoplásica,
comunicação entre câmaras cardíacas - forame oval patente)
aumento da viscosidade sanguínea, trombose de enxertos arteriais (pontes, bypass) 5. OUTRAS (ergotismo (intoxicação medicamentosa), iatrogenia,
➞ Corpos estranhos (0,5%) = embolia por projéteis, cateteres, ar, …
garroteamento)

RESISTÊNCIA DOS TECIDOS À ISQUEMIA DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL TRATAMENTO

• Nervoso ➞ até 1h30 CLÍNICO ➞ analgesia


• Muscular ➞ até 4h ↪ tempo ideal de intervenção é de até 6 ➞ anticoagulantes (evitar trombose secundária) -
• Vasos ➞ até 6h horas. Após isso a maioria das lesões tornam- preferencialmente heparina não fracionada EV, que tem meia vida mais
• Pele e subcutâneo ➞ 12 a 24h se irreversíveis, nos casos de obstrução total curta e é facilmente reversível)
• Ósseo ➞ 24 a 48h ➞ vasodilatadores (combater vasoespasmo)
➞ proteção de extremidades com algodão laminado (aumenta
a circulação colateral e combate o vasoespasmo)
QUADRO CLÍNICO CATEGORIAS DE VIABILIDADE

ENDOVASCULAR (TROMBÓLISE) = desobstrução total ou parcial dos


➞ 6 P’s ➞ Pain (DOR)
vasos e restauração do leito vascular. Deve ser seguida pela investigação
➞ Pulselessness (AUSÊNCIA DE PULSOS)
e correção da etiologia causadora.
➞ PARESTESIA
↪ indicada em casos de isquemia moderada (até estágio IIa)
➞ PARALISIA

➞ PALIDEZ

CIRÚRGICO : indicado para pacientes em estágio IIb ou III
➞ POIQUILODERMIA (manchas acastanhadas e atrofia da pele)
➞ Tromboembolectomia com cateter de Fogarty (preferível quando a
origem for embólica)
➞ Bypass (preferível para origem trombótica)
ATÉ 6 HORAS DE EVOLUÇÃO MAIS DE 6 HORAS DE EVOLUÇÃO ➞ Amputação primária (estágio III - inviável)
- Dor súbita - Parestesia (isquemia do tecido nervoso) EXAMES COMPLEMENTARES
- Ausência de pulsos - Paralisia COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
- - ↪ se o caso for clássico e com isquemia severa, proceder direto com a
Diminuição da temperatura Rigidez muscular ➞ SÍNDROME DE REPERFUSÃO = liberação aguda de radicais livres
- - revascularização. Usados principalmente para identificar etiologia, e não como
Palidez Trombose venosa associada ➞ SÍNDROME DE COMPARTIMENTO = edema secundário à
- - diagnóstico
Livedo (referentes à estase do sangue) Lesões cutâneas (bolhas, flictenas) revascularização que comprime as estruturas próximas do compartimento
- Colabamento de veias superficiais - Gangrena ➞ REOCLUSÃO dos vasos envolvidos
➞ US com Doppler ➞ Arteriografia
➞ Neurite isquêmica
➞ Duplex ➞ AngioRNM e Angio
CIRURGIA VASCULAR Luiza Ventura Penteado da Silva - ATM 2023/2

DOENÇA CEREBROVASCULAR
CLASSIFICAÇÃO FATORES DE RISCO MECANISMOS PATOLÓGICOS

⇨ ISQUÊMICO = interrupção do fluxo por oclusão de um vaso


AVC ISQUÊMICO
↪ + prevalente (80%) AVC ISQUÊMICO
➞ ATEROSCLEROSE (2º foco de doença,
↪ Origem:
apenas atrás da doença coronariana)
➞ 25% da carótida interna ⇨ OBSTRUÇÃO = estenose
↪ + comum em população mais idosa
➞ 25% da vasos intracranianos causada pelo crescimento da placa
↪ Tipos de placas:
➞ 20% por êmbolo de origem cardíaca (fibrilação) aterosclerótica para dentro do vaso
➞ Homogênea = só lipídica ou só de
➞ 5% causas raras - vasculites, trauma, … !
cálcio
➞ 25% criptogênico (não é possível identificar a causa) ⇨ AT E R O E M B O L I S M O = ↪ os eventos são mais
➞ Heterogênea = mista
l i b e r a ç ã o d e c o n t e ú d o p ró - comumente causados por
⇨ HEMORRÁGICO = ruptura de vaso trombótico de dentro da placa, ateroembolismo do que por
AVC HEMORRÁGICO
↪ hemorragia subaracnoidea => aneurisma formando êmbolos obstrução, assim, um menor grau
➞ Hipertensão de estenose não significa que seja
↪ hemorragia intraparenquimatosa => tumor, malformação vascular
mais "benigno"

QUADRO CLÍNICO INVESTIGAÇÃO TRATMENTO

HISTÓRIA CLÍNICA ➞ Sintomas neurológicos característicos + fatores de risco CLÍNICO ➞ Controle dos fatores de risco
(dislipidemia, hipertensão, tabagismo, DM, diabetes, história familiar, …) ➞ BMT (Best Medical Therapy) = dieta, uso de AAS e
estatina, controle da hipertensão e da glicemia
EXAME FÍSICO ➞ Palpação e ausculta carotídea (sopro pode indicar estenose com
➞ Alterações de força, sensibilidade,
turbilhonamento do fluxo)
visuais, auditivas e de controle dos
movimentos
EXAMES COMPLEMENTARES
↪ braços e pernas contra-
• ECO-DOPPLER DE CARÓTIDAS E VERTEBRAIS
laterais ao lado do sítio focal
➞ quantifica a estenose e fornece dados anatômicos para planejamento cirúrgico
acometido
➞ avaliação morfológica da placa e do complexo médio-intimal

➞ Amaurose (cegueira transitória, - Placa ecoluscente (hipoecoica)= placa - Placa não ecoluscente (hiperecoica) =
parcial ou completa) lipídica homogênea (alto risco de indica maior calcificação e estabilidade e,
↪ olho ipsilateral ao lado do alteroemobolismo, mesmo sem obstrução) portanto, menor risco de ateroembolismo
sítio focal acometido

⇨ AIT = ACIDENTE ISQUÊMICO


TRANSITÓRIO = interrupção
temporária do fluxo de sangue, em
que o paciente tem uma !
!
recuperação completa dos sintomas
em até 24 horas • ANGIO-TC = boa avaliação anatômica, método não invasivo CIRÚRGICO = paciente sintomático com estenose > 50% ou
assintomático com estenose > 80%
• ANGIOGRAFIA = padrão-ouro para identificação do grau de estenose, porém é um - Endarterectomia carotídea
método invasivo e menos acessível - Stent em casos selecionados
CIRURGIA VASCULAR Luiza Ventura Penteado da Silva - ATM 2023/2

ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL


DEFINIÇÃO MORFOLOGIA DIAGÓSTICO

Dilatação da artéria com pelo menos 50% de aumento do


diâmetro comparado ao diâmetro normal do vaso. EXAME PARA SCREENING = US DE ABDOME TOTAL
↪ homens acima de 65 anos sem fatores de risco
↝ Não existe um número preciso para cada vaso, pois eles ↪ homens e mulheres com fatores de risco
variam entre as pessoas
↝ Em média a aorta tem até 20 mm = aneurisma > 30mm ▶ Vigilância a cada 6 meses (4,5 a 5,4 cm) ou 1 ano (3,5 a 4,4
↝ Local maior de acometimento é infrarrenal - 30% cm) + avaliação da taxa de crescimento

FISIOPATOLOGIA ANGIOTOMOGRAFIA = bom exame para avaliar mais


detalhadamente o tamanho e características do aneurisma.
Ocorre degradação e destruição das proteínas da parede e
↪ usado para o planejamento e tratamento
da matriz extracelular da camada média da artéria pelas
intervencionista
metaloproteinases (MMPs). Isso fragiliza a parede e permite a
sua dilatação. TRATAMENTO CLÍNICO
↪ muitos fatores estão evolvidos com a predisposição à
degradação da sustentação dos vasos, entre eles: OBJETIVO: reduzir o risco de expansão e ruptura do aneurisma

- • FUSIFORME = dilatação simétrica de todo o diâmetro do vaso


Epigenéticos (predisposição familiar + gatilho ambiental) ➙ controle da hipertensão
- ↪ mais relacionado com a degeneração do vaso
Inflamatórios (aterosclerose, vasculites, …) ➙ controle da dislipidemia (uso de estatinas)
- Infecciosos • SACULAR = dilatação localizada e presa por um istmo. ➙ cessação do tabagismo
- ↪ mais relacionado com trauma e danos focais da parede do
Traumáticos ➙ anti-agregante plaquetário = AAS ou clopidogrel
vaso
FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO INTERVENÇÕES
• Aneurisma VERDADEIRO = a parte dilatada contém todas as
- Tabagismo camadas da parede do vaso
- História familiar de aneurisma ➙ Sintomáticos sempre
- Idade avançada • Aneurisma FALSO ou PSEUDOANEURISMA = a dilatação não tem
- Doença arterial coronariana ➙ Assintomáticos
todas as camadas do vaso. A parede é na verdade o tecido
- Hipercolesterolemia ↳ homens com aneurisma fusiforme maior de 5.5 cm
conjuntivo reacional à um hematoma, geralmente causado por uma
- Doenças do colágeno punção ou trauma ↳ mulheres com aneurisma fusiforme maior que 5 cm
↪ ser falso ou verdadeiro não diferencia a necessidade ou não de ↳ aneurismas saculares (risco de ruptura é maior e devem
↪ DM NÃO é fator de risco! intervenção sempre ser tratados)

FATORES DE RISCO PARA A RUPTURA QUADRO CLÍNICO - aneurismas acima de 5 cm têm risco de ruptura maior que o
risco da intervenção
- A maioria dos pacientes permanecem assintomáticos até o momento
- Tamanho do aneurisma da ruptura
- Mulheres (aorta menor) - Alguns podem queixar-se dor abdominal ou lombar não específica e • Endovascular X Cirurgia aberta
- Rápido crescimento (> 10 mm em 1 ano) difusa, com sensação e visualização de massa abdominal pulsátil
- Fatores que favorecem a expansão do aneurisma : ↳ considerar estado clínico do paciente e comorbidades que
tabagismo, hipertensão ↪ a suspeita se dá principalmente através da suspeita a partir dos podem contra indicá-lo a um procedimento muito invasivo.
FATORES DE RISCO e da PALPAÇÃO da aorta ao exame físico
CIRURGIA VASCULAR Luiza Ventura Penteado da Silva - ATM 2023/2

ANEURISMAS PERIFÉRICOS
DEFINIÇÃO MORFOLOGIA PRINCIPAIS LOCALIZAÇÕES

Aumento do diâmetro do vaso em 50%

⇨ ANEURISMAS VERDADEIROS = dilatação que contém todas as 1. ARTÉRIA POPÍTEA (70%)


paredes do vaso. Podem ser fusiformes ou saculares 2. ARTÉRIA FEMORAL COMUM
3. ARTÉRIA FEMORAL SUPERFICIAL
⇨ PSEUDOANEURISMAS ou aneurismas falsos = secundária à punção 4. ARTÉRIAS DISTAIS
ou trauma no vaso, que forma uma dilatação de tecido conjuntivo
reacional ao hematoma

ANEURISMA DE POPLÍTEA ANEURISMA DE ILÍACA

APRESENTAÇÃO CLÍNICA = 55% apresentam-se com isquemia do membro inferior secundária à trombose do aneurisma (DAOP, OAA) → Segundo mais frequente entre os degenerativos
→ Pode fazer microembolização para os vasos ramos da poplítea (tibial anterior, tibial posterior e fibular) → 20% dos pacientes com aneurisma de aorta abdominal
→ No início do quadro o paciente pode ser assintomático, porque os outros vasos suprem a demanda do vaso obstruído possuem aneurisma de ilíaca concomitantemente
→ Sempre suspeitar no paciente com DAOP => Homem, idoso e tabagista → Geralmente são BILATERAIS, sendo o aneurisma ilíaco
isolado bastante infrequente (1%)
EXAME FÍSICO = massa palpável (pulsátil ou não) na fossa poplítea e aumento da amplitude do pulso poplíteo → APRESENTAÇÃO CLÍNICA = compressão ou erosão de
estruturas adjacentes (ex: obstrução de ureteres, síndromes
EXAMES COMPLEMENTARES → Screening e diagnóstico = Eco-Doppler neurológicas compressivas
→ Angiografia não é boa pra diagnosticar o aneurisma pois só mostra o lúmen, não permite medir o tamanho → EXAMES COMPLEMENTARES = TC e RM. O US é
do aneurisma e a presença de trombos parietais limitado pela localização mais profunda dos vasos
→ TRATAMENTO → clínico se assintomático e < 3 cm
ASSOCIAÇÕES → cirúrgico se sintomático e/ou > 3 cm
→ 30-60% dos pacientes que tem aneurisma de artéria poplítea tem aneurisma na aorta abdominal
→ 6-12% dos pacientes que tem aneurisma da aorta abdominal tem aneurisma da artéria poplítea ANEURISMA DE FEMORAL
→ 50% dos aneurimas de artéria poplítea são BILATERAIS → mais frequentes são os da artéria femoral comum
↪ Sempre investigar membro contra-lateral e aorta no achado de aneurisma de poplítea (ou vice-versa) → 90% apresentam aneurisma aortoilíaco concomitante
→ 60% são bilaterais
COMPLICAÇÕES
→ Complicações tromboembólicas que podem resultar em
→ TVP e amputação
amputação (síndrome de dedo azul, síndromes compressivas
→ SÍNDROME DO DEDO AZUL (5-10%) = dedo cianótico, com dor de forte intensidade, de início súbito e com pulsos pediosos e TVP)
preservados. Ocorre por oclusão da microcirculação, secundária à embolização de fragmentos do trombo aneurimático
→ TRATAMENTO cirúrgico sempre!
→ COMPRESSÃO EXTRÍNSECA (<10%) = assemelha-se à condições neurológicas do nervo ciático ou à TVP
→ RUPTURA DO ANEURISMA = muito raro, afeta menos de 1% dos pacientes → Grande parte dos aneurismas de femoral são falsos,
pseudoaneurismas!
TRATAMENTO
→ Aneurisma assintomáticos e menor que 2 cm de diâmetro = controle dos fatores de risco para aterosclerose (acompanhar com US ANEURISMA NOS MEMBROS SUPERIORES
anualmente)
BRAQUIAL e RADIAL
→ Aneurismas sintomáticos ou assintomáticos e maior que 2 cm ou com algum dos pulsos distais à poplítea ausentes = tratamento
→ Geralmente são pseudoaneurismas, que não necessitam
cirúrgico, geralmente aberto (região de dobra que contra-indica colocação de stent por via endovascular)
de tratamento cirúrgico.
↪ taxa de amputação é alta (maior que embolização aguda) pois os vasos distais geralmente já estão obstruídos.
CIRURGIA VASCULAR Luiza Ventura Penteado da Silva - ATM 2023/2

AORTA TORÁCICA
SÍNDROME AÓRTICA AGUDA

- Conjunto de doenças da aorta que costumam ter apresentações clínicas de sinais e sintomas semelhantes

DISSECÇÃO AÓRTICA = ruptura súbita da camada íntima da artéria e separação dessa da camada
média, que cria um lúmen falso entre as camadas íntima e média. O fluxo de sangue adentra esse lúmen
falso (que têm uma pressão menor que o lúmen verdadeiro) e promove uma dilatação entre as duas
camadas.

CLASSIFICAÇÃO DE STANFORD
➙ A = proximal, acomete alguma porção da aorta ascendente antes da subclávia esquerda
➙ B = distal, acomete qualquer distância na aorta descendente exclusivamente

HEMATOMA INTRAMURAL = sangramento da vasa vasorum ou fina ruptura intimal levando à formação
de um hematoma na camada média da aorta

ÚLCERA PENETRANTE = ruptura da íntima, mas sem entrada de fluxo e nem dissecção das camadas.
Geralmente ocorre em uma placa aterosclerótica

FATORES DE RISCO MANEJO TRATAMENTO

CLÍNICO
➞ Hipertensão 1. ALTA SUSPEIÇÃO de doença da aorta - Controlar pressão com beta-bloqueador (reduz FC
➞ Aterosclerose ➟ SINTOMAS : dor torácica súbita, excruciante e irradiada para região interescapular
concomitantemente)
➞ Feocromocitoma ➟ EXAME FÍSICO: déficit de pulso, PA discrepante entre os dois membros (sugere - Analgesia com morfina
➞ Usuários de cocaína (jovens com dissecção acometimento da aorta ascendente = + grave), déficit neurológico (comprometimento de carótidas)
aórtica)
↪ dor refratária indica pior prognóstico
➞ Atividade física extenuante e sem preparo físico 2. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL com outras causas de DOR TORÁCICA ameaçadoras à vida: IAM,
(ex: levantamento de peso - ↑ PA) TEP, pneumotórax, …
CIRÚRGICO = ressecção do segmento acometido e substituição por
➞ Lesão por desaceleração ou queda (altura maior
enxerto
que o dobro da altura do paciente) 3. RX DE TÓRAX com alargamento do mediastino - Urgente = dissecções tipo A e tipo B complicados
➞ Distúrbios do colágeno (ex: síndrome de
- Eletiva = dissecção tipo B estáveis, úlcera penetrante ou hematoma
Marfan) 4. ANGIOTOMOGRAFIA
intramural sintomáticos
CIRURGIA VASCULAR Luiza Ventura Penteado da Silva - ATM 2023/2

VASCULITES
CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOGENIA CLASSIFICAÇÕES

Reações de Hipersensibilidade
1. Inicia na camada adventícia do vaso (diferente da CHAPEL HILL
Inflamação da parede dos vasos, resultando em prejuízo do
aterosclerose que começa dentro) ▶ Tamanho dos vasos envolvidos
fluxo sanguíneo. Essa redução de fluxo provoca isquemia dos TIPO I = imediata (mediada por mastócitos)
↪ Pequenos = lesões de órgãos-alvo
tecidos (DAOP) e inflamação sistêmica (febre, anorexia e - ex: Churg-Strauss
2. Presença de um antígeno que estimula as células (glomerulonefrite, lesões de pele, pulmões, …)
emagrecimento), que consiste na síndrome clínica das vasculites.
dendríticas a iniciarem um processo inflamatório na parede ↪ Médios = ex: artéria hepática
Em alguns casos, provoca degradação da parede que culmina na TIPO II = mediada por auto-anticorpos - ex:
do vaso ↪ Grandes = aorta e ramos principais
formação de aneurisma, com seus respectivos sinais e sintomas. Wegener, Kawasaki
(renal, ilíacas, carótida, subclávia)
3. Ativação de células T, monócitos e macrófagos que irão
↪ pode ocorrer síndrome isquêmica ou uma síndrome TIPO III = mediada por imunocomplexos -
secretar substâncias inflamatórias e recrutar outros ⇾ Aspectos clínicos e histopatológicos
aneurismática ex: Henoch-Scönlein, Crioglobulinêmica
mediadores ⇾ Presença de marcadores sorológicos e
↪ 1ª hipótese para etiologia de DAOP em pacientes jovens, sem
fenômenos imunológicos
fatores de risco para aterosclerose TIPO IV = tardia (mediada por interleucinas)
4. Dano oxidativo à parede do vaso ⇾ Tipos de tecidos afetados
- ex: Takayasu, Células gigantes

ARTERITE DE CÉLULAS GIGANTES ARTERITE DE TAKAYASU TROMBOANGEÍTE OBLITERALNTE (DOENCA DE BUERGUER)


➙ Pacientes acima de 50 anos ➙ Pacientes abaixo de 50 anos, principalmente mulheres
➙ "Arterite temporal” ➙ "Doença sem pulso” ⇨ Não é uma vasculite porque NÃO tem inflamação da parede do vaso. A lâmina elástica
interna e parede do vaso permanecem intactos
QUADRO CLÍNICO QUADRO CLÍNICO
➙ Dor articular e rigidez matinal, principalmente coxo-femoral e ➙ Início com sintomas semelhantes a quadro gripal (inflamação, ⇨ Formação de trombos inflamatórios em artérias e veias periféricas
cintura escapular (associada com polimialgia reumática) febre, cefaleia, …)
➙ Cefaleia (arterite de artéria temporal - dor contínua e que não ➙ HAS (70% dos casos) = secundária à estenose de artérias ⇨ Acomete vasos menores
melhora com medicamentos) e hipersensibilidade da região renais e ativação do SRAA
temporal ➙ Doença cardíaca (40%) = insuficiência aórtica, IAM, angina ETIOGENIA
➙ Amaurose fugaz ou permanente (acometimento de carótida) ➙ Síndrome isquêmica (por aneurisma ou obstrução), ➞ Contato de antígeno (proveniente do TABAGISMO) com a parede do vaso que forma um
geralmente em vasos supra-aórticos (principalmente subclávia) trombo inflamatório, sem destruição da parede do vaso
DIAGNÓSTICO com ausência de pulso, diferença de pressão nos membros e
➙ Marcadores de inflamação (VHS, PCR) claudicação de MMSS. FATORES DE RISCO
➙ Marcadores reumatológicos (FR, FAN, …) ➞ Adulto jovem e tabagista
➙ Biópsia de artéria temporal com macrófagos cheios de células AVALIAÇÃO ➞ Doença periodontal em 2/3 dos pacientes (sangramento gengival frequente)
gigantes) ➙ Medida da PA nos 4 membros
➙ Ausculta dos vasos com identificação de sopros QUADRO CLÍNICO
➞ Sintomas isquêmicos (DAOP - claudicação, alteração de temperatura e coloração da pele)
DIAGNÓSTICO ➞ Fenômeno de Raynauld (palidez, hiperemia reativa e cianose que poupa o polegar)
➙ Marcadores de inflamação (VHS, PCR) ➞ Teste de Allen positivo (indica um arco palmar obstruído e incompleto)
➙ PET-scan (FDG) - Fluorodeoxiglicose = áreas de captação são
as áreas mais inflamatórias, nesse caso será nos vasos afetados DIAGNÓSTICO = basicamente clínico
➞ Proteínas de fase aguda (VHS, PCR, …)
TRATAMENTO ➞ Exames de imagem (Arteriografia) - especialmente se o paciente for diabético, para
! ➙ AAS = prevenção de eventos cardiovasculares + efeito anti- diferenciar de doença microvascular relacionada à DM
inflamatório (reduz produção de interferon)
TRATAMENTO ➙ CORTICOIDE em pulso-terapia na fase aguda e TRATAMENTO
➙ AAS = prevenção de eventos cardiovasculares + efeito anti- IMUNOMODULADORES em uso crônico ➞ Cessar o tabagismo!
inflamatório (reduz produção de interferon) ➞ NÃO existe terapia medicamentosa eficaz
➙ CORTICOIDE em pulso-terapia na fase aguda e ➞ Cirurgia é difícil, já que os trombos acometem pequenos vasos e microcirculação.
IMUNOMODULADORES em uso crônico
CIRURGIA VASCULAR Luiza Ventura Penteado da Silva - ATM 2023/2

SÍNDROMES COMPRESSIVAS
SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO

ANATOMIA TIPOS INVESTIGAÇÃO

Acomete espaço triangular formado pelos músculos escalenos, ⇨ SDT NERVOSO (90% dos casos) = no triângulo inter-escaleno (formado escaleno anterior, ↪ qualquer sintoma em membro superior, principalmente jovens, deve
clavícula e 1ª costela. Pode comprimir artéria subclávia, veia escaleno médio e 1ª costela). levantar suspeita da síndrome do desfiladeiro torácico
subclávia e/ou plexo braquial. ↪ Mais comum em mulheres, porque o espaço é mais estreito
↪ Sintomas surgem após exercícios com intensa abdução do braço. ➞ MANOBRA DE ADSON = palpar pulso radial, pedir para o paciente
↪ QUADRO CLÍNICO = parestesia, formigamento e perda de força. Quando acomete hiperextender o pescoço, rotar a cabeça para o lado e fazer inspiração
parte lateral do braço e polegar sugere raiz mais superior (acompanha dermátomo) profunda. É positivo e sugestivo de SDT se o pulso some, já que comprime o
triângulo inter-escaleno.
➞ TESTE DE WRIGHT (HIPERABDUÇÃO) = palpar o pulso radial enquanto o
paciente mantém o braço hiperabduzido. Se não houver pulso, indica
compressão pelo músculo peitoral menor
➞ MANOBRA COSTOCLAVICULAR (MANOBRA DA MOCHILA) = paciente
coloca os ombros para trás e abaixa-os, como se estivesse carregando uma
mochila. Se não houver pulso, indica compressão do triângulo inter-escaleno.
➞ TESTE DE ROOS (TESTE DE TENSÃO) = abdução de ambos os braços, em
rotação externa. O paciente deve ficar nessa posição por três minutos. A
reprodução dos sintomas, entorpecimento, parestesia e até incapacidade de
! continuar o teste são respostas positivas

⇨ SDT VENOSO (4% dos casos) = no espaço costo-clavicular (em frente ao escaleno
➞ RX = avaliar presença de costela cervical na suspeita de SDT arterial
anterior, entre clavícula e 1ª costela).
➞ ECODOPPLER = cessamento do fluxo com manobra de hiperabdução
↪ Sintomas surgem após exercícios excessivos de hiperabdução do braço, que favorecem
➞ FLEBOGRAFIA = obstrução do fluxo no ponto de compressão
a compressão do espaço pelo músculo peitoral menor
↪ SÍNDROME DE PAGET-SCHROETTER = trombose venosa da artéria subclávia por DIÁGNÓSTICO DIFERENCIAL
compressão no espaço costo-clavicular
↪ QUADRO CLÍNICO = dor e edema do membro (semelhante à TVP) SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO
↪ Manobra de Phalen = aumento da dor com a flexão completa e forçada
dos punhos
⇨ SDT ARTERIAL (mais rara) = no triângulo inter-escaleno (formado escaleno anterior,
↪ Sinal de Tinel = percussão sobre o nervo mediano que gera dor e
escaleno médio e 1ª costela).
formigamento no lado mais lateral da mão
↪ Geralmente ocorre por pinçamento da artéria por COSTELA CERVICAL (variação
anatômica - costela supranumerária e incompleta)
TRATAMENTO
↪ QUADRO CLÍNICO = dor à palpação da fossa supraclavicular + sinal do piano
(sensação de empurramento do dedo do examinador quando alivia a pressão sobre a fossa.
➞ Fisioterapia para alongamento dos escalenos e aumento dos espaços
↪ Pode apresentar-se com síndromes isquêmicas e oclusão
➞ Uso de analgésicos e relaxantes musculares na fase aguda

SÍNDROME DE MAY-THURNER

ANATOMIA QUADRO CLÍNICO TRATAMENTO

Artéria ilíaca comum direita comprime a A compressão da veia resulta em um TVP extensa em todo o MIE, o
veia ilíaca comum esquerda contra a paciente geralmente refere dor e edema
Anticoagulação (iniciar com heparina e
coluna
posteriormente substituir pela varfarina)
↪ Sempre suspeitar em pacientes sem fatores de risco para trombose
↪ compressão e oclusão venosa =>TVP (neoplasias, trombofilias, acamadados ou com poca mobilidade, …)

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