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Utilizadas na Cirurgia
Vascular
. REGIÃOCERVICAl
u VIA DEACESSOAOS VASOSSUBCLÁVIOS
11 VIA DEACESSOSUPRAClAVICUlAR
VARIAÇÕESTÉCNICASDAS VIAS DEACESSOÀ SUBCLÁVIA
VASOSAXilARES
BRAQUIAl NO TERÇOMÉDIO DO BRAÇO
.
. BRAQUIAl AO NíVELDA PREGADE FlEXÃO
ARTÉRIARADIAL AO NíVELDO PUNHO
.. ARTÉRIAUlNAR AO NíVELDO PUNHO
EXPOSiÇÃODA AORTAE SEUSRAMOS
VIA DEACESSOÀ AORTATORÁClCA
VIA DEACESSOÀ AORTAABDOMINAL
. EXPOSIÇÃODA AORTASUPRA-RENAL
EXPOSIÇÃODOS VASOSILÍACOS
VASOSFEMORAISAO NíVELDO TRíGONOFEMORAl
I EXPOSIÇÃOMEDIAl DOSVASOSPOPLÍTEOS
INFRAGENICUlARESE SEUSRAMOS
EXPOSIÇÃOPOSTERIORDOSVASOSPOPlíTEOS
.. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
-- -
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS
Fig.4-6.
Fig. 4-4. Rebatimento Individualizaçãodo
lateral do ECM com nervo vago e
exposição da veia apresentação da
jugular interna. carótida interna.
dade, devido ao menor número de pequenas estruturas forme descrito por Hertzer.6 A rotina na dissecção dos 3
arteriais e venosas, que exigem as suas ligaduras, e que, segmentos da carótida evita as lesões indesejáveis. A
ocasionalmente, provocam processos hemorrágicos, tor- carótida comum deve ser liberada dos tecidos conjunti-
nando a dissecção medial mais tediosa (Fig. 4-4).5 vos frouxos, que estão na sua face póstero-Iateral, com o
Os planos anatômicos podem ser de forma cirúrgica devido cuidado para não lesar o nervo vago, reparando a
divididos em superficial e profundo pelo músculo ester- artéria com a fita vascular. A carótida interna pode ser
nocleidomastóideo. No superficial, pele, subcutâneo, dissecada em seu plano mais róstero-Iateral, acompa-
músculo platisma e fáscia cervical superficial. No subcutâ- nhando o tronco da carótida comum, até um nível mais
neo, às vezes, é necessário fazer a ligadura da veia jugular proximal, com individualização da carótida, evitando o
externa e rebater os ramos nervosos cervicais transversos. nervo laríngeo superior. A carótida externa é mobilizada
A fáscia cervical faz uma bainha para o músculo esterno- e dissecada até um pouco além do primeiro ramo, que é
cleidomastóideo que, no seu terço proximal, é mais tênue. a artéria tireóidea superior. O nível proximal da libera-
O músculo é rebatido lateralmente, com exposição da veia ção das carótidas interna e externa é habitualmente o
jugular interna, onde se observa uma importante tributá- nervo hipoglosso, cordão nervoso, facilmente identifica-
ria, que é a veia facial, e a alça cervical, que é responsável do na dissecção do ângulo proximal da incisão.
pela inervação dos músculos infra-hióideos. Esta veia é Somente após dissecção, individualização e reparo
normalmente ligada, permitindo a mobilização da veia da carótida comum, interna e externa, é que fazemos a
jugular interna. O nervo pode ser rebatido ou seccionado mobilização do seio carotídeo. Inicialmente, o vértice da
sem maiores conseqüências (Figs. 4-5 e 4-6). bifurcação da carótida deve ser anestesiado com xilocaí-
Após estas manobras, a dissecção pode ser desenvol- na 1%, para evitar reflexos decorrentes da inervação do
vida. Um cuidado importante na dissecção da carótida é glossofaríngeo. O seio carotídeo apresenta 2 importantes
com o nervo vago, localizado entre aveia jugular interna receptores: o barorreceptor e o quimiorreceptor, que, em
e a carótida comum, em um plano mais profundo, sendo suas manipulações, podem levar a bradicardia e hipoten-
o nervo mais comumente lesado nessa via de acesso con- são, comprometendo o ato cirúrgico.
A restauração dos planos anatômicos da região deve
ser precedida de drenagem fechada por sucção, para evi-
tar formação de hematomas e monitorizar um eventual
sangramento. A síntese ocorre em planos musculares
através da fáscia do músculo esternocleidomastóideo, do
músculo platisma e da pele.
Algumas alternativas técnicas podem ser tomadas
para uma abordagem mais proximal da carótida interna.
Normalmente, é possível fazer uma exposição adicional
de 2 ou 3 cm da carótida interna. Quando o procedimen-
to é eletivo, a intubação deve ser a nasal, o que facilita a
Fig. 4-5. Secção e subluxação da mandíbula.
ligadura da veia facial
para exposição da 1. Ressecção do processo mastóide: a ressecção é reali-
bifurcação carotídea. zada com serra elétrica, junto com a inserção do mús-
Seção I
CAPíTULOS
BÁSICOS
culo esternocleidomastóideo, que será rebatido dis- 5. Acesso retrojugular: tais alternativas técnicas têm
talmente. No momento da osteotomia deve-se ter cui- sido preteridas nas cirurgias eletivas, por apresenta-
dado com o nervo facial, que tem sua concavidade na rem alta taxa de morbidade. O procedimento endo-
face medial do processo mastóide. vascular tem mostrado melhores resultados nas lesões
2. Ressecção do processo estilóide: permite o acesso altas no pescoço, onde a:dissecção é mais trabalhosa.
da carótida interna próximo ao canal carotídeo. É
preciso realizar a fratura da ponta do processo estilói- DERIVAÇÃO CAROríDEO-CAROríDEA
de, e o rebatimento do músculo estilóide com afasta- O envolvimento da doença aneurismática no arco aórti-
dor maleável. Um cuidado especial deve ser tomado co compromete a circulação cerebral em razão das suas
com 'a mobilização do XII par craniano e sua divisão. ongens.
Um pouco mais proximal, observamos o nervo glos- O tratamento endovascular do aneurisma que atinge
sofaríngeo. A hemostasia deve ser rigorosa e com a esse segmento aórtico pode necessitar de uma derivação
utilização do bisturi bipolar.7 carotídeo-carotídea prévia ao recobrimento da origem da
3. Secção do músculo digástrico: a porção posterior do carótida.
músculo digástrico deve ser seccionada perpendicu- Freqüentemente são utilizadas duas incisões ântero-
larmente às suas fibras, expondo a origem da veia ju- laterais: uma doadora e outra receptora. Apesar de não
guIar interna, o músculo estilo-hióideo, o nervo glos- infl.uenciarem hemodinamicamente, as incisões são rea-
sofaríngeo, além do segmento mais distal da carótida lizadas em níveis diferentes. Com área doadora em um
interna (Figs. 4-7 a 4-9). plano mais inferior que a área receptora (Fig. 4-11).
4. Subluxação da articulação temporomandibular (ATM): A posição do paciente e a técnica de acesso já foram
a subluxação da ATM cria um espaço anatômico, que descritas nesse capítulo. A derivação é feita com enxerto de
o cirurgião utiliza no acesso alto da carótida interna PTFE com reforço externo através de um túnel na região
(Fig. 4-10).8.9 retrofaríngea para diminuir o tamanho da ponte (Fig. 4-12).
V4
V3
V2
V1
Fig.4-U
Fig. 4-11. Incisões Segmentações da
cervicais combinadas. artéria vertebral da
origem até a artéria
basilar.
VERTEBRAL
As artérias vertebrais ascendem na região cervical através
de um conduto osteomuscular formado pelos forames
transversos das vértebras cervicais e, entre os forames, Fig. 4-14. Acesso
supraclavicularpara a
pela cobertura musculotendinosa da musculatura espinal. vertebral. Mobilização
A exposição da artéria vertebral no pescoço requer o da bainha carotídea.
conhecimento da divisão em 4 segmentos proposto por Secção do músculo
Berguer.IO omo-hióideo e da
veia jugular externa.
O segmento (VI) vai da origem da subclávia até a en-
trada da artéria no forame transverso de C6. O segmento
(V2) é interósseo, e estende-se do forame transverso de
C6 até o forame transverso de C2. O terceiro segmento
(V3), limita-se do forame transverso de C2 até a base do
crânio. O segmento intercraniano (V4) compreende a por-
ção que vai da membrana atlantoccipital até a artéria
basilar (Fig. 4-13).
O acesso cervical anterior, semelhante ao utilizado
para a exposição da carótida, é suficiente para abranger
os 3 primeiros segmentos da vertebral (VI, V2 e V3). A
incisão deve ser alargada, estendendo-se do processo mas-
tóideo até a incisura jugular. A exposição da vertebral,
\ Fig. 4-15. Após
mobilizaçãoda
bainha, afastamento
da gordura
segmento VI, é alcançada próxima à clavícula. Após a dis- pré-escalênicapara
secção da bainha carotídea e a secção do músculo orno- exposição da artéria
hióideo, o feixe carotídeo é rebatido medialmente. Fre- vertebral.
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS
-- - - --.
\ .
\. VARIAÇÕES TÉCNICAS DAS VIAS DE
ACESSOÀ SUBCLÁVIA
- -- -- - ---
TORACOTOMIA ÂNTERO-LATERALESQUERDA
Principalmente para a exposição do 12 segmento da arté-
ria subclávia esquerda e também da origem da carótida
Fig.4-18. comum esquerda.
Secçãodo músculo Normalmente a via de acesso é anterior, através do 42
esternocleidomastóideo. ou 52 espaço intercostal. Na mulher, realiza-se na região
Ampliação do campo inframamária.
operatório com melhor
visibilidadedas Posição do paciente. Decúbito dorsal. Colocação de co-
estruturas. xim sob a escápula esquerda, com elevação do hemitórax
de aproximadamente 20°.
Planos anatômicos de referência. A incisão cutânea apro- Pontos de referência. Borda lateral do esterno, linha axi-
funda-se pelo tecido subcutâneo, músculo platisma e fás- lar média, borda superior da costela e espaço intercostal.
cia cervical superficial. Neste plano, visualiza-se a veiaju- Incisão: Incisão curva e transversa, abaixo do mamilo, e,
guIar externa, que pode ser ligada. Medialmente, o mús- na mulher, abaixo da mama, preferencialmente no 52 es-
culo esternocleidomastóideo é observado. A incisão do
paço intercostal (Fig. 4-20).
seu feixe lateral (clavicular) permite acesso mais amplo às
estruturas supraclaviculares (Fig. 4-18). Os prolongamen- Planos anatômicos. Pele, subcutâneo, fáscia do peitoral
tos medial e lateral dependem das estruturas que se de- maior e músculo peitoral maior, que deverá ser divulsio-
seja atingir. nado. Miotomia do músculo intercostal próxima à borda
superior da costela inferior (Fig. 4-21). Nessa secção, em
O músculo omo-hióideo é identificado e seccionado.
plano subjacente, encontramos a artéria e a veia torácica
Observa-se então o coxim adiposo pré-escaleno. Essa mas- interna, que deve ser ligada. Após a abertura da pleura
sa deve ser mobilizada superior e lateralmente, após libe- parietal, o pulmão é visualizado e já deve estar colapsa-
ração de sua face medial e inferior, junto com a abertura do. Com essa exposição é possível observar a pleura me-
da fáscia cervical média, expondo desta forma o músculo diastinal superposta ao arco aórtico. A incisão dessa pleu-
escaleno anterior. Neste plano, observa-se na borda me- ra verticalmente expõe a origem da artéria subclávia es-
dial do músculo escaleno anterior o nervo frênico, que querda (Fig. 4-22).
deve ser dissecado e reparado medialmente de forma
cautelosa. A miotomia do escaleno pode ser realizada TRONCO AXILOSSUBCLÁVIO COM RETIRADA
com bisturi elétrico e o mais proximalmente possível.
DE SEGMENTO DA CLAVíCULA
Visualizam-se a artéria subclávia e seus ramos, que po-
dem ser reparados para facilitar a mobilização da artéria Detalhes técnicos serão discutidos adiante, quando des-
(Fig.4-19).12 creveremos acessos combinados para a artéria axilar.
Fig.4-19.
Escalenotomia.
Isolamento da artéria Fig.4-20. Incisão do
subclávia e reparo 52 ElE. Na mulher,
dos seus principais realiza-sena região
ramos. inframamária.
Seção I
:fI
CAPíTULOSBÁSICOS
ESTERNOTOMIA MEDIANA
Utilizada para abordar o tronco braquiocefálico, 1Q seg- Fig.4-23.
mento da subclávia direita e a origem das carótidas co- Esternotomia
muns. A porção torácica da subclávia esquerda também completa.
pode ser abordada por esta via. Prolongamentos
A via de acesso pela esternotomia permite atingir os superiores para
abordagem de ramos
grandes vasos da base, que se originam da croça da aorta supra-aórticos.
ou de veias que confluem em grandes troncos venosos,
que formam a veia cava superior.
A dificuldade técnica do acesso não se restringe ape-
nas à presença de um forte arcabouço ósseo, mas tam-
bém à pouca experiência adquirida pelos cirurgiões vas-
culares. Para as lesões crônicas isquêmicas ou aneurismá-
ticas, alternativas técnicas podem ser utilizadas, inclusive
com procedimentos endovasculares. O conhecimento e
o manuseio desta via são importantes principalmente nas
lesões agudas.
Para uma melhor exposição da artéria subclávia es-
querda (porção intratorácica), tronco braquiocefálico, sub-
clávia direita (I;! porção) e carótida comum esquerda, rea- Fig.4-24. Incisãodo
liza-se uma esternotomia mediana completa, com prolon- periósteo esternal
gamento transversal supraclavicular direito, acima e em realizada com bisturi
elétrico.
paralelo com a clavícula.13
Capítulo 4
VIAS DEACESSOMAIS UTILIZADASNA CIRURGIAVASCULAR
Fig.4-27.
Mobilizaçãoda veia
I
1 Fig. 4-25. Tunelização braquiocefálicapara
subesternal após exposiçãoda origem
abertura proximal e da carótidacomum
dista!. esquerda.
CAPíTULOS BÁsICOS
-
'--.".' ......
'\
A B c
Fig.4-35.
(A) Braquial - incisão longitudinal na face medial do braço. (B) Disposiçãoanatõmica do feixe vasculonervoso braquial. Reparo do nervo
mediano. (C) Corte transversal. Relaçãodo nervo mediano com as estruturas vasculares.
Capítulo4
VIAS DEACESSOMAIS UTILIZADASNA CIRURGIAVASCULAR
Este tipo de via de acesso é bastante utilizado para dis- Planos anatômicos. É uma via de acesso superficial, que
secção venosa, no trauma vascular e nas oclusões arte- apresenta no subcutâneo as veias superficiais do antebra-
riais agudas dos membros superiores. ço e suas comunicantes, o que normalmente configura
um desenho em forma de '1M",chamado de '1M"venoso
BRAQUIAl AO NíVEL DA PREGA DE FlEXÃO (Fig. 4-37).
Na constituição do '1M" venoso, observamos a veia
o número elevado de procedimentos invasivos, utilizan-
cefálica do antebraço, que tem seu trajeto na borda ra-
do este segmento dos vasos braquiais, vem causando uma
dial; a veia basílica do antebraço, com seu trajeto ulnar; e
maior incidência de complicações, como alterações is-
a veia intermédia do antebraço em seu plano mediano. A
quêmicas, hemorrágicas e tumorais (pseudo-aneurisma). veia intermédia do antebraço bifurca-se em veia intermé-
Em razão da maior utilização dessa via, as complicações
dia cefálica e intermédia basílica, que vão alcançar as
tornam-se mais freqüentes. Esses procedimentos estão
veias tronculares ao nível da prega de flexão do cotovelo.
correlacionados principalmente a métodos diagnósticos
Estas veias podem ser ligadas, caso dificultem a expo-
e terapêuticos da doença coronariana.
sição alargada dos vasos braquiais. A incisão fascial acom-
Esta via de acesso permite a visualização dos ramos
panha o mesmo sentido da incisão cutânea, em seu terço
terminais da artéria braquial: artérias radial e ulnar. Com
médio, uma expansão fascial do músculo bíceps braquial
a extensão da incisão é possível observar a artéria interós-
cobre fortemente o feixe vasculonervoso braquial e a
sea, habitualmente ramo da artéria ulnar, mas que pode
bifurcação da artéria braquial. A palpação do tendão do
apresentar-se como ramo direto da artéria braquial, for-
bíceps braquial auxilia a dissecção e o isolamento desta
mando com a artéria radial e a ulnar uma trifurcação que
bifurcação. O nervo mediano tem um posicionamento
nutre todo o antebraço e mão.
mais superficial e medial. A artéria
, está lateral ao nervo, e
Posição de paciente. Decúbito dorsal, com membro apoi- as veias estão como satélites da artéria (Fig. 4-38).
ado em mesa auxiliar, e uma abdução de aproximadamen-
te 90° com relação ao corpo, realizando uma discreta fle-
xão do cotovelo e mantendo uma supinação da mão.
Pontos anatômicos de referência. A primeira referência
anatômica é a depressão formada entre os grupamentos
musculares anterior e posterior do braço, 4 a 5 cm acima
da prega de flexão do cotovelo. Com a acentuação da fle-
xão do cotovelo é possível palpar a borda medial do ten-
dão do bíceps braquial. E um terceiro ponto de reparo é a
borda medial do músculo braquiorradial, já na porção
distal do braço.
Fig.4-37. Incisão na
Incisão cutânea. Inicialmente longitudinal, sobre a depres- prega de flexão do
são formada entre o bíceps braquial e tríceps braquial, dire- cotovelo e sua
cionando para a linha média da face anterior do antebraço, relação com o "M"
venoso.
o que lembra uma incisão em "S" itálico. O tamanho da in-
cisão varia na média entre 10 a 12 cm (Fig. 4-36).
CAPíTULOSBÁsICOS
A dissecção vascular entre os músculos pronador re- da mão, com objetivo de superficializar a artéria radial,
dondo e o músculo braquiorradial permite a individuali- mantendo-a em supinação e apoiada sobre a mesa auxiliar.
zação da bifurcação da artéria braquial, com reparo dos Pontos anatômicos de referência. Os pontos de referên-
segmentos proximais das artérias radial e ulnar (Fig. cias para a realização da via de acesso são, lateralmente, o
4-39). Esta bifurcação ocorre com freqüência logo abaixo tendão do músculo braquiorradial e, medialmente, o ten-
da prega de flexão, justamente neste espaço intermuscu- dão do músculo flexor radial do carpo, onde se observa
lar ocupado por tecido conjuntivo frouxo. Estas artérias uma goteira no terço distal do antebraço.
são acompanhadas por duas veias de igual nome. Os va-
sos radiais seguem a mesma direção do músculo braquior- Incisão. A incisão é longitudinal acompanhando a borda
radial. Ramos da artéria radial fazem importante circula- do tendão do músculo braquiorradial, de aproximada-
ção colateral com ramos da artéria braquial. mente 5 cm (Fig. 440).
O ramo medial da bifurcação da artéria braquial é Algumas variações da incisão podem ser encontra-
representado pela artéria ulnar, que toma o tr<yeto disto- das, como a incisão semicircular com concavidade me-
medial no antebraço sobre os músculos flexores comuns dial e a incisão em '1", variação técnica freqüentemente
dos dedos. Também é acompanhada de veias de igual utilizada para confecção de FAV.Estas incisões permitem
nome. Seus ramos fazem importante circulação colateral um melhor acesso à veia cefálica, que passa lateralmente
e, principalmente, o tronco das interósseas tem função ao processo estilóide do rádio.
marcante na compensação da circulação da mão, nas le- Com o rebatimento das bordas da ferida operatória,
sões da artéria braquial e ulnar nos traumas. visualiza-se a fáscia antebraquial, que deve ser incisada, ex-
Este tipo de via de acesso é muito utilizado na oclu- pondo o feixe vasculonervoso radial (artéria radial, veias
são arterial de membro superior, pois permite o direcio- radiais e ramo do nervo radial) (Fig. 441).
namento do cateter de embolectomia para cada artéria, e Ao atingir a base do processó estilóide do rádio, a ar-
na realização de FAV para hemodiálise. téria radial inclina-se acentuadamente no sentido pós te-
ro-Iateral, onde pode ser dissecada na tabaqueira anatô-
ARTÉRIA RADIAL AO NíVEL DO PUNHO mica, local de predileção de alguns cirurgiões vasculares
--- para realização de FAV, pela posição mais superficial da
A via de acesso aos vasos radiais ao nível do punho é bas-
tante simples e superficial, ainda que seja subfascial. A
artéria radial no antebraço tem trajeto retilíneo, o que
facilita sua dissecção e isolamento. É uma via muito utili-
zada para a canalização arterial quando se deseja uma
pressão arterial média, durante um procedimento cirúr-
gico, e é a artéria de eleição para a realização de uma fís-
tula arteriovenosa, para hemodiálise. Fig.4-40.Incisãono
níveldo punhopara
Posição do paciente. Decúbito dorsal, com abdução do acessarasartérias
braço em 90° com relação ao corpo, ligeira hiperextensão ulnare radial.
I
Fig. 4-39.
Individualização da Fig. 4-41. Disposição
braquial. da radial e anatômica do feixe
da ulnar. vasculonervoso radial.
Capítulo 4
VIAS DEACESSOMAIS UTILIZADASNA CIRURGIAV ASCULAR
artéria e íntimo relacionamento com a veia cefálica. Os A artéria ulnar emite um ramo palmar profundo que
limites da tabaqueira anatômica são, lateralmente, os anastomosa com o ramo terminal da artéria radial, for-
músculos abdutor longo do polegar e extensor curto do mando o arco palmar profundo.
polegar e, medialmente, o músculo extensor longo do po-
legar. Ao nível do rádio, a artéria radial emite um ramo --- -- - ---- ---
que é a artéria palmar superficial, que mantém a direção
longitudinal no punho e vai-se anastomosar com o ramo
. -
EXPOSiÇÃO DA AORTA E SEUS RAMOS
terminal da artéria ulnar, formando o arco arterial pal- A exposição aórtica é o maior e mais gratificante desafio
mar superficial. que um cirurgião vascular pode enfrentar. Em estudos da
Esta via de acesso tem sido utilizada para obtenção literatura é descrito que o acesso à aorta infra-renal só é
de segmento da artéria radial, na realização de bypassco- menor que o acesso à artéria femoral.16
ronariano, além da confecção de FAVe nos traumatis- Topograficamente, a aorta é dividida em aorta torá-
mos vasculares desta área. cica e aorta abdominal. A aorta torácica é subdividida
Normalmente a artéria radial está pérvia, mas a con- em aorta ascendente, croça ou arco e aorta descendente.
firmação de que o arco palmar está completo é mandatá- A aorta abdominal é subdividida em aorta supra-renal e
ria, evitando complicações isquêmicas de loja tenar e do infra-renal.
1Q quirodáctilo, território irrigado preferencialmente , O acesso à aorta abdominal pode ser transperitoneal
pela artéria radial. ou retroperitoneal (extraperitoneal). A escolha na reali-
- - ~--- zação do acesso varia pela preferência e experiência pes-
ARTÉRIA UlNAR AO NíVEL DO PUNHO soal da cada cirurgião, assim como em determinadas
condições técnicas em que um a~esso se torne mais indi-
Esta via tem a mesma simplicidade da via de acesso para cado que o outro. Estas condições serão discutidas no
a artéria radial.
momento em que descreveremos estas vias.
Posição do paciente. Decúbito dorsal, com abdução do O que é importante salientar no acesso à aorta é o co-
membro superior de 90° com relação ao corpo, supina- nhecimento anatômico de cada região e a sua relação com
ção da mão apoiada sobre mesa auxiliar. as estruturas vizinhas.
Pontos de referência. Osso pisiforme e tendão do múscu- Revisão anatômica. A aorta torácica inicia-se a partir do
lo flexor comum superficial dos dedos que formam uma ventrículo esquerdo, tomando o trajeto ascendente, seg-
goteira medial no antebraço. mento este em parte envolvido pela reflexão do pericár-
dio, e emite 2 ramos importantes, que são as coronárias
Incisão. Longitudinal de aproximadamente 5 cm, atra-
direita e esquerda. Relaciona-se intimamente à esquerda
vessando a pele e a fáscia antebraquial.
com a artéria pulmonar e o átrio esquerdo, e à direita,
Planos anatômicos. O rebatimento dos tendões dos mús- com a veia cava superior e a aurícula direita.
culos flexor ulnar do carpo e flexor radial do carpo ex-
A aorta ascendente inicia seu arco ao nível da 2'"cos-
põe a artéria ulnar e o nervo ulnar (Fig. 4-40).
tela, até a junção manubrioesternal, fazendo acentuada
Esta via de acesso tem seu maior emprego nas lesões curvatura no sentido distal. A convexidade deste arco emi-
vasculares traumáticas (Fig. 4-42). te 3 importantes ramos supra-aórticos, que são o tronco
braquiocefálico, a carótida comum esquerda e a artéria
subclávia esquerda. Está situada no medias tino superior
e tem relação com importantes troncos nervosos: nervo
frênico, nervo simpático e parassimpático cardíaco, ner-
vo vago e laríngeo inferior (recorrente). Na concavidade
do arco a relação é com o tronco da artéria pulmonar e
com o brônquio esquerdo e, posteriormente, a relação
com o esôfago e o ducto torácico.
A aorta descendente é assim denominada a partir da
4'" vértebra torácica ou após a emergência da subclávia
esquerda; tem seu tr,yeto retilíneo até o hiato aórtico do
Fig. 442. Disposição diafragma, onde penetra no abdome; ao nível de T12,
anatõmica do feixe emite ramos intercostais importantes e ramos medulares
vasculonervoso ulnar. que nutrem a medula.
.ro
Seção I
CAPíTULOSBÁsICOS
tral será realizado paralelo ao músculo reto do abdome, posições são freqüentemente decididas, levando em con-
através de uma laparotomia paramediana (Fig. 4-57). sideração a patologia a ser tratada e a tática cirúrgica que
se pretende utilizar.
Planos anatômicos. Após a abertura da pele e do subcu-
tâneo, realiza-se a incisão do periósteo da costela com bis- INCISÃO CHEVRON - ACESSOÀ VEIA PORTA E
turi elétrico. A ressecção da costela deve ser feita pelo SUA FORMAÇÃO, E AS VEIAS RENAIS
plano subperiósteo, utilizando-se do costótomo, próxi- A incisão subcostal bilateral é conhecida como Chevron
mo ao vértice posterior da incisão (Fig. 4-58). ,
(Fig. 4-61). Utilizada nos envolvimentos venosos do an-
Miotomia dos músculos intercostais e abdominais. O dar supramesocólico.18
ponto de reparo para aprofundamento do plano é justa-
mente a extremidade livre da costela.
A exposição através do leito da costela é mais ampla e
proporciona um acesso menos traumático para o pacien-
te (Fig. 4-59).
.J
A gordura pré-peritoneal e o saco peritoneal são mo-
bilizados para um plano medial, após liberação superior
e inferior. Após abertura dos músculos intercostais, um Fig.4-60.Acesso
anterior à aorta
cuidado importante tem que ser tomado com a reflexão retroperitoneal com a
da pleura, para não a lesar ou, no caso de lesão, corrigi-Ia. (
loja renal mantida no
Novamente, o cirurgião deverá escolher entre passar leito. visualizaçãoda
pela frente ou por trás do rim. Para acessar segmentos I veia renal esquerda,
da veia gonadal
mais altos da aorta abdominal, o plano posterior ao rim é
mais apropriado. Para a realização de um bypassaortorre- \ esquerda e da veia
adrenal.
nal, o plano anterior é mais simples (Fig. 4-60). Estas ex-
A posição do paciente é o decúbito dorsal com a colo- Pontos anatômicos de referência. Crista ilíaca, borda cos-
cação de um coxim cilíndrico sob os flancos do paciente. tal, músculo reto do abdome, cicatriz umbilical e sínfise
Os planos anatômicos atravessados são pele, tecido púbica.
subcutâneo, fáscia dos músculos largos do abdome, fi-
Incisão cutânea. Oblíqua a partir do ponto médio entre a
bras musculares desses músculos largos (oblíquo exter-
crista ilíaca e a borda costal, em direção ao músculo reto
no, oblíquo interno e transverso) e músculo reto do ab-
do abdome terminando na linha média do abdome, no
dome. A secção muscular é habitualmente realizada por
eletrocautério. Por último, acessa-se a cavidade abdomi- nível do terço proximal da linha entre a cicatriz umbilical
e o púbis (Fig. 4-63).
nal pela abertura do peritônio. O ligamento redondo é
dividido antes da incisão do omento maior, atingindo Planos anatômicos. Após a pele e o subcutâneo, os mús-
dessa forma a retrocavidade dos epíploos. Esse acesso culos planos do abdome são divulsionados, após a inci-
utiliza-se de 2 pontos de reparos: a arcada dos vasos gas- são de suas fáscias correspondentes. Às vezes, é necessá-
troepiplóicos e o colo transverso. As ligações entre a pa- ria a incisão da borda do músculo reto do abdome. Ocor-
rede gástrica posterior e o pâncreas são divididas no pla- re então a exposição da massa adiposa pré-peritoneal;
no adjacente avascular. O mesocolo transverso é seguido neste plano é que se inicia uma dissecção romba do saco
proximamente para o andar superior até a borda inferior peritoneal no sentido inferior e posterior. A mobilização
do pâncreas. Esse plano relativamente avascular pode ter e a contenção do saco peritoneal são prontamente reali-
colaterais inominadas em pacientes com hipertensão por- zadas por afastadores de Deaver, expondo a bifurcação
ta, ou em pacientes com tumor que invadam a junção da dos vasos ilíacos.
veia mesentérica superior com a veia esplênica. Uma vez
Dependendo da configuração estrutural do paciente,
que as superfícies inferiores e posteriores do pâncreas te-
é possível acessar a terminação da, aorta abdominal com
nham sido mobilizadas, o cirurgião pode expor a veia me-
essa via de acesso, principalmente do lado esquerdo.
sentérica inferior, as pequenas veias pancreáticas que dre-
nam na veia esplênica e a veia gastroepiplóica direita que Vasos iliacos externos. Acesso feito paralelo ao ligamen-
drena para a veia mesentérica superior (Fig. 4-62).19.20 to inguinal e sem abertura do peritônio.
Posição do paciente. Decúbito dorsal com colocação de
EXPOSiÇÃO DOS VASOS ILíACOS coxim em região glútea, para elevar ligeiramente a região
inguinal.
A exposição unilateral dos vasos ilíacos é facilmente obti-
da pelo acesso retroperitoneal, em incisão da parede ânte- Pontos anatômicos de referência. Espinha ilíaca ântero-
ro-Iateral do abdome, com mobilização da sua bifurcação. superior, púbis e ligamento inguinal.
As artérias ilíacas iniciam-se a partir da bifurcação da
Incisão cutânea. Oblíqua, paralela ao ligamento ingui-
aorta, ao nível da 4'"vértebra lombar, e medem aproxima-
damente 5 cm. Têm uma relação íntima com as veias ilía- nal, aproximadamente 3 cm acima do mesmo (Fig. 4-64).
cas, e com o ureter que cruza a face anterior da artéria Planos anatômicos. Pele, subcutâneo e músculos planos
ilíaca esquerda. do abdome (Fig. 4-65). Rebatimento proximal do saco pe-
ritoneal. Exposição da artéria ilíaca externa que se encon-
Posição do paciente. Decúbito dorsal, com colocação de
coxim no flanco do lado a ser acessado. tra lateralmente à veia ilíaca externa (Fig. 4-66).
1
Fig. 4-64. llíaca tem como limite superior o ligamento inguinal; o limite
~
externa, Acesso
extraperitoneaL
medial, a borda lateral do músculo adutor longo e, late-
<""""q Incisão paralela ao
ralmente, a borda medial do músculo sartório. O assoa-
ligamento inguinaL lho é formado pelos músculos iliopsoas e pectíneo. O
teto, pela fáscia lata. O conteúdo é constituído por nervo
femoral, artéria femoral, veia femoral e linfáticos, fre-
qüentemente nesta disposição, no sentido látero-medial
(Fig. 4-67).
O parâmetro para individualização dos vasos femo-
rais pode ser a pulsatilidade arterial, quando esta estiver
presente. Nas doenças oclusivas ou artérias com trombo-
se, a palpação de um cordão no trajeto vascular pode
orientar na dissecção, servindo como referência na pro-
fundidade da ferida operatória (Fig. 4-68).
Fig. 4-65. Miotomia Posição do paciente. Decúbito dorsal. A ligeira abdução
dos músculos largos da coxa relaxa a musculatura da Jegião inguinofemoral,
do abdome e
rebaixamento do o que torna a dissecção menos trabalhosa.
saco peritoneaL
Fig.4-67.
Configuração
anatõmica do trígono
femoral: músculo
sartório, músculo
adutor longo e
ligamento inguinaL
Disposiçãoanatõmica
do feixe
Fig. 4-66. Exposição vasculonervoso
dos vasos ilíacos femoraL
externos,
Pontos anatômicos de referência. Espinha ilíaca ântero- A dissecção e o isolamento da artéria femoral são rea-
superior, tuberosidade do púbis, músculo sartório, e côn- lizados após a abertura da bainha do feixe, reparando a
dilo medial do fêmur. artéria com fita vascular. A individualização da artéria
Incisão cutânea. A partir do ponto médio da linha for- femoral, com colocação de outra fita vascular, ajuda na
mobilização da femoral profunda, após tração medial
mada entre a espinha ilíaca ântero-superior e a tuberosi-
dos 2 reparos. Na origem da femoral profunda, a dissec-
dade do púbis. Direção longitudinal sobre a linha forma-
ção deve ser cuidadosa, evitando-se a lesão de veias tribu-
da pela espinha ilíaca ântero-superior e o côndilo medial
tárias da veia femoral profunda (Figs. 4-71 e 4-72).
do fêmur (Fig. 4-69).
Outros ramos arteriais da femoral podem ser abor-
Planos anatômicos. Pele e tecido subcutâneo são incisa- dados por esta via. A artéria circunflexa superficial do
dos fortemente ao mesmo tempo. Alguns gânglios linfá- íleo passa através do hiato safeno, assim como as artérias
ticos encontram-se em plano superficial, e o rebatimento epigástrica superficial e pudenda externa superficial de
medial dos mesmos facilita o acesso aos vasos em plano trajetos ascendentes. E, ainda, as artérias pudenda exter-
mais profundo. Em um plano mais medial, é possível dis- na profunda e descendente do joelho.
secar a veia safena magna que penetra no hiato safeno
para alcançar a veia femora!. A abertura da fáscia profun- ACESSO AO SEGMENTO FEMOROPOPLíTEO
da é realizada de forma longitudinal ou ligeiramente arci-
forme com concavidade media!. Esta fáscia, ao nível do (C,:\NAL DOS ADUTORES)
trígono, apresenta orifícios por onde passam vasos e ra- O canal dos adutores também tem um epônimo bem co-
mos nervosos, sendo chamada nesta região de fáscia cri- nhecido dos cirurgiões, que é o canal de Hunter.
vosa. Visualiza-se então o feixe vasculonervoso femoral Este canal e intermuscular situa-se na face medial do
(Fig.4-70). terço médio da coxa. Inicia-se na vértice do trígono fe-
Fig.4-71.
Fig. 4-69. Incisão Mobilização medial
cutânea longitudinal da safena magna e
discretamente dos linfonodos da
oblíqua, a partir do região. A fasciotomia
ligamento inguinal expõe a artéria
sobre o trajeto femoral e a origem
vascular. da femeral profunda.
_....-
....-
Fig.4-78. Incisão Fig. 4-81. Corte
mediaI na depressão transversal. Acesso
formada entre o posterior à poplítea
gêmeo medial e a mostra
borda da tíbia. superficialidade das
Cuidado para não estruturas, sem a
lesar a veia safena necessidade de
magna. secção muscular.
Seção I
lI:
CAPíTULOS BÁsICOS
Pontos anatômicos de referência. Depressão entre os musculares. As incisões proximais e distais na face medi-
músculos gêmeos, tendão do semitendíneo e semimem- aI da coxa e da perna são as mais utilizadas ejá foram des-
branoso e prega de flexão do joelho. critas anteriormente. A artéria poplítea média corre pela
fossa intercondilar, estando o seu acesso condicionado à
Incisão cutânea. Em "s" a partir da borda lateral dos ten-
dões dos músculos semitendíneo e semimembranoso, secção dos músculos sartório, reto interno e semitendí-
neo. No plano inferior, torna-se necessária a secção da
com trajeto longitudinal até a prega de flexão do joelho,
cabeça medial do músculo gastrocnêmio, junto a sua in-
onde a incisão passa ser transversal até o nível da depres-
serção no côndilo medial do fêmur. Classicamente esses
são formada entre os 2 músculos gêmeos, seguindo lon-
músculos podem ser divididos pela sua porção tendinosa
gitudinalmente entre eles (Fig. 4-82). dista!. Essas secções são marcadas por fios de cores ou
Planos anatômicos. Após abertura escalonada, a fáscia é texturas distintas, a fim de identificá-Ias no final do pro-
incisada, expondo a veia safena parva e o nervo cutâneo cedimento para a sua reconstrução. A artéria poplítea
posterior da coxa (Fig. 4-83). Em um plano mais profun- média pode ser exposta por 5 a 6 cm. As artérias colate-
do, após a divulsão do tecido adiposo, os nervos tibial e o rais devem ser preservadas. Branchereau20 sugeriu uma
fibular comum encontram-se lateralmente à veia poplí- técnica para a exposição da artéria poplítea média pelo
tea. Com o afastamento da veia e do nervo, a dissecção isolamento do sartório, reto interno, músculo semitendí-
arterial é simplificada (Fig. 4-84). neo e semimembranoso, com um lanço dividindo as
fibras recorrentes desse último músculo. O bloco dos
ABORDAGEM ESTENDIDA MEDIANA PARA OS tendões junto ao periósteo é mobilizado até a crista da
VASOS POPlíTEOS uôia, com utilização de um elevador de periósteo. Após o
O segmento médio da artéria poplítea é raramente abor- procedimento, esse bloco de tendões junto ao periósteo é
dado medialmente. A abordagem posterior oferece me- ressuturado (Fig. 4-85A e B). ,
lhor acesso sem a necessidade de dividir grupamentos Outra forma alternativa de abordagem dos vasos po-
plíteos é o acesso lateral, com retirada de segmento de fi-
bula. Possibilita a abordagem da artéria poplítea e da fibu-
lar. Tem menor utilização que as duas vias já descritas.
Com a necessidade de exposição de ramos da poplí-
tea e da artéria fibular, a miotomia do sóleo é necessária,
e a dissecção lateral aos vasos tibiais posteriores permite
o acesso aos vasos fibulares.
profundo, também pode ser realizada por esta via de ACESSO AOS VASOS FIBULARES
acesso, utilizando-se a veia tibial posterior. A abordagem medial da artéria fibular, já foi comentada
Posição do paciente. Decúbito dorsal, com rotação late- no tópico sobre a via de acesso à artéria poplítea infrage-
nicular.
ral do membro inferior a ser incisado.
O acesso lateral aos vasos fibulares apresenta um obs-
Pontos anatômicos de referência. Maléolo medial, ten- táculo anatômico, que é a própria fíbula, que obrigatoria-
dão do músculo sural (tendão de Aquiles). mente tem de ser retirada neste acesso. Apesar da facilida-
de de sua retirada, este acesso é pouco utilizado.21,22
Incisão cutânea. Realizada no ponto médio entre o ma-
léolo medial e o tendão, com direção longitudinal proxi- Posição do paciente. Decúbito dorsal, e rotação interna
mal e arciforme distal, de modo a contornar na goteira da perna. ,
retromaleolar (Fig. 4-86). Pontos anatômicos de referência. Fíbula.
Planos anatômicos. Pele e tendão subcutâneo são incisa- Incisão cutânea. Longitudinal sobre a projeção da fíbu-
dos concomitantemente. A fasciotomia obedece a mes- Ia, ao nível em que se programe a correção da lesão.
ma direção da incisão cutânea. As veias tibiais posterio- Planos anatômicos. Pele, subcutâneo e fáscia incisados
res estão mais superficiais, o nervo está mais posterior e a na mesma direção. Afastamento lateral do músculo fibu-
artéria encontra-se anteriormente em plano mais profun- lar longo, expondo a fiôula. A ressecção do segmento da
do (Fig. 4-87). fíbula mostra os vasos fibulares, após a abertura pelo sub-
periósteo (Fig. 4-88).
..
Seção I
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CAPíTULOSBÁsICOS