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A sexologia, uma área que evoluiu muito nos últimos 150 anos, refere-se ao estudo
científico e prático da sexualidade.
O que é sexologia?
O estudo científico do sexo e da sexualidade pode ser rastreado até o período grego
clássico no mundo ocidental. Ainda mais cedo no mundo oriental. A sexologia nasceu
no fim do século XIX quando três estudiosos alemães lançaram livros sobre o tema
sexualidade.
Ainda no fim do século XIX foi usada no campo de criminologia como uma forma de
prevenir os comportamentos sexuais diferentes. Esses colocavam em risco o que era
correto para a burguesia dominante da época. Assim, tratava o que eles consideravam
“loucura sexual”, fosse ela criminosa ou apenas um comportamento sexual
considerado diferente. Ao longo da história, a ênfase no estudo sexológico tendeu a se
concentrar nos resultados do sexo, em vez da experiência da sexualidade.
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Sexo x sexualidade
Assim, a sexualidade é uma forma de ser e estar no mundo, construída social, histórica
e culturalmente. Como coloca a Organização Mundial de Saúde (2002), a sexualidade é
multidimensional. Influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos,
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sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e
espirituais.
O que é um sexólogo?
Por vezes, as causas desses problemas são apenas de origem psicológica. Outras
vezes, há causas orgânicas, que por sua vez podem originar problemas psicológicos.
Recomenda-se por isso consulta médica para exclusão, ou não, de causas orgânicas.
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As ferramentas da sexologia
O sexo, que deveria ser visto de forma comum e absolutamente natural ao ser
humano, foi transformado em um tabu. Isso é altamente prejudicial e leva a diversas
questões não respondidas nos primeiros anos de vida.
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Sexólogos são muito mais propensos a ter uma compreensão abrangente de sua
sexualidade e problemas de relacionamento do que um psicólogo comum. Terapeutas
sexuais promovem um lugar seguro onde você pode se comunicar, entender e se
concentrar em definir e curar as especificidades de seus problemas sexuais e de
relacionamento, sob a orientação e direção de um profissional treinado.
O comportamento humano, em todas as suas áreas, sempre foi objeto de estudo por
diversas áreas; da psicologia ao direito. Contudo, o desenvolvimento da vida sexual do
individuo se torna a área mais intrigante, no que se refere a análise comportamental,
tendo em vista que o ato sexual é uma das formas mais primitivas de expressão do ser
humano.
A busca do indivíduo pela satisfação pessoal e sexual são constantes. Dessa maneira,
no que se refere à satisfação sexual, o individuo busca, por muitas vezes, meios que o
ajude a expressar a sua sexualidade da forma mais primitiva, com o intuito de atender
às suas pulsões.
Entretanto, essa primitividade direcionada ao seu comportamento sexual, por muitas
vezes, afasta-se do considerado “normal” pela sociedade sendo até classificadas como
um comportamento imoral. Essa valoração atribuída pela sociedade faz com que os
praticantes dessas determinadas práticas se sintam desconfortáveis, acarretando em
muitos casos frustração, sofrimento e angústia.
Nesse sentido, quando estão presentes sentimentos negativos relacionados à
determinada prática sexual, estamos diante (ou muito próximos) de uma patologia. As
parafilias e transtornos parafílicos possuem significados distintos.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – V) a
parafilia caracteriza-se por ser todo e qualquer interesse sexual intenso que não aquele
voltado para a prática sexual propriamente dita.
O indivíduo consegue obtenção de prazer somente a partir de determinado objeto,
situação ou lugar. Entretanto, nesses casos, de acordo com a intensidade do seu
comportamento, podem não chegar a caracterizar um transtorno, beirando à
normalidade.
Já no caso de um transtorno parafílico a parafilia apresentada causa grande sofrimento
ou prejuízo ao indivíduo, podendo causar dano ou risco a ele ou a outrem. Nesse
sentido, pode ser dito, em razão disso, que todo transtorno parafílico caracteriza uma
parafilia, entretanto, nem toda parafilia caracteriza um transtorno parafílico. (DSM – V,
2015)
Dessa maneira, no campo das pulsões da sexualidade, o indivíduo que apresenta
determinado transtorno sexual, por muitas vezes recae na esfera criminal, pois
normalmente outras pessoas são constrangidas pela prática de seu ato. Os transtornos
da sexualidade são estudados a partir da Sexologia Forense, que integra campo da
Medicina Legal.
Oito parafilias (transtornos parafílicos)
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Em razão das características nocivas e o dano potencial, causados pelo comportamento
sexual dessas pessoas, o DSM elenca oito tipos de transtornos parafílicos
consideráveis, que são classificados quase sempre como delitos criminais, sendo eles:
Transtorno voyeurista: ato de espionar outras pessoas em suas atividades privadas,
sem o seu consentimento. Consiste na obtenção de prazer sexual a partir da visão de
pessoas se despindo, nuas ou praticando relações sexuais com terceiros;
Transtorno frotteurista: tocar ou esfregar os genitais em outro indivíduo sem a sua
aprovação. Geralmente os praticantes desses atos escolhem lugares com grande
movimentação e fluxo de pessoas, justamente para facilitar a fuga;
Transtorno exibicionista: trata-se de um desejo de expor os genitais ou partes do
corpo para pessoas em público. Nesse caso, o que estimula a excitação do exibicionista
é a reação da vítima à exposição, que será atendida se for uma reação negativa;
Transtorno do sadismo sexual: o sádico caracteriza-se por submeter outra pessoa a
situação de humilhação, submissão ou sofrimento. Os maus tratos, as injúrias e os
castigos são as únicas fontes de prazer para esse indivíduo;
Transtorno do masoquismo sexual: diferente do sadismo, no masoquismo o prazer
sexual somente é obtido através da dor, humilhações e castigos impelidos pelo sádico;
Transtorno pedofílico: talvez o transtorno sexual mais grave elencado pelo DSM.
Nessa espécie de transtorno o foco sexual está na prática da atividade com a criança,
em geral menor de 13 anos;
Transtorno fetichista: neste caso o excitamento sexual é provocado por partes do
corpo, como pé, mão, cabelos ou de objetos utilizados, como roupa íntima, sapatos,
etc. É considerado normal a atração do indivíduo para determinadas partes do corpo
ou objetos do parceiro, entretanto, quando passam a ser o foco e única fonte de
excitação, adentra-se ao campo patológico (PALOMBA, 2003);
Transtorno necrofílico: a excitação e o prazer sexual é obtido nesse caso através
atos sexuais realizados com um cadáver.
O atentado violento ao pudor, bem como o estupro também são considerados práticas
de um transtorno parafílico (PALOMBA, 2003), pois o prazer sexual apenas é obtido
através da repulsa da vítima.
Existem ainda um vasto número de parafilias, que, em regra, não colidem com a
esfera criminal, tais como a zoofilia, prática sexual realizada com animais; edipismo,
atração sexual específica pela mãe; eletrismo, atração sexual específica pelo pai;
gerontofilia, atração sexual por idosos em idade avançada; acrotomofilia: excitação
sexual apenas por pessoas que possuem partes do corpo amputadas entre outros.
Dessa maneira, a busca imediata da satisfação dos desejos faz com que algumas
parafilias passem a constituir grande risco para o indivíduo e para sociedade, pois, a
necessidade e a busca constante de realização sexual em uma fase maníaca da
parafilia ou quando se apresenta como transtorno parafílico, poderá ser um gatilho,
para que o sujeito passe agir de modo impulsivo, até mesmo irracionalmente frente à
realização dos impulsos.
Entretanto, torna-se difícil atribuir ou não a existência de um transtorno parafílico ao
indivíduo que apresenta um determinado comportamento sexual, haja vista que é algo
extremamente particular do mesmo. Percebe-se o transtorno, como já foi dito, através
do incômodo que o comportamento causa ao próprio sujeito, que por muitas vezes é
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desencadeado em decorrência dos valores morais imputados pela sociedade, igreja e
etc…
Contudo, muito além das discussões travadas entre normalidade ou patologia, a
problemática maior está relacionada às outras pessoas que são atingidas pelo
comportamento sexual desses indivíduos, que, por muitas vezes, dependendo do grau
do transtorno e à associação desse a outros transtornos mentais, resultam em crimes
devastadores.